SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
N. 2, VOL. 2.
institucional.us.es/irocamm
N.2
VOL 2
the mainstream review on
communication
El autor/es garantiza/n la autoría y originalidad del artículo, y asumen la plena y exclusiva
responsabilidad por los daños y perjuicios que pudieran producirse como consecuencia
de reclamaciones de terceros respecto del contenido, autoría o titularidad del contenido
del mismo.
"© Editorial Universidad de Sevilla 2019
PUBLISHERS
University of Seville
PUBLISHING LOCATION
Seville – Spain
E-MAIL AND WEBSITE
info@irocamm.com
www.irocamm.com
https://editorial.us.es/es/irocamm-in-
ternational-review-communica-
tion-and-maketing-mix
ORIGINAL DESIGN
LA HUERTA
www.lahuertaagencia.com
ISSN
2605-0447
DOI
http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM
EDITOR
Gloria Jiménez-Marín (University of Seville)
ASSISTANT EDITORS
Irene García Medina (Glasgow Caledonian University)
Pedro A. Correia (Universidade da Madeira)
Rodrigo Elías Zambrano (University of Seville)
Paloma Sanz-Marcos (University of Sevilla)
TECHNICAL SECRETARY
Elena Bellido Pérez (University of Seville)
ADVISORY BOARD
Ana Almansa Martínez (University of Malaga –Spain–)
Alejandro Álvarez Nobell (U. de Córdoba –Argentina–)
Mónica Barrientos (Universidad of Seville –Spain–)
Sandra Bustamante Martinez (Universidad de Belgrano, Buenos Aires, –Argentina–)
Lindsey Carey (Glasgow Caledonian University –Scotland–)
Patricia M. F Coelho (Universidade Metodista de São Paulo - UMESP –Brazil–)
Pedro A. Correia (U. da Madeira –Portugal–)
Jordi De San Eugenio Vela (Universitat de Vic –Spain–)
Rodrigo Elías Zambrano (University of Seville –Spain–)
Irene García Medina (Glasgow Caledonian University –Scotland–)
Susan Giesecke (University of California Berkeley –EE.UU.–)
Víctor Hernández de Santaolalla (University of Seville –Spain–)
Paula Herrero Diz (University Loyola Andalucia –Spain–)
Mònika Jiménez Morales (University Pompeu Fabra –Spain–)
Antonino Lagan (Universitat de Messina –Italy–)
Ferran Lalueza Bosch (Universitat Oberta de Catalunya –Spain–)
Antonio Leal Jiménez (University of Cadiz –Spain–)
Umberto León Domínguez (University of Monterrey –Mexico–)
Javier Lozano Del Mar (University Loyola Andalucia –Spain–)
Andrew Luckham (University of Seville –Spain–)
Julie McColl (Glasgow Caledonian University –United Kingdom–)
Juan Monserrat Gauchi (University of Alicante –Spain–)
José Antonio Muñiz Velázquez (University Loyola Andalucia –Spain–)
Antonio Naranjo Mantero (University of Silesia – Katowice –Poland–)
Elisa Palomino (University of the Arts London –United Kingdom–)
Marco Pedroni (Universitá ECampus de Novedrate / Universitá Cattolica del Sacro Cuore –Italiy–)
Concha Pérez Curiel (University of Seville –Spain–)
Antonio Pineda Cachero (University of Seville –Spain–)
Christian Plantin (Université de Lyon –France–)
Marta Pulido Polo (University of Seville –Spain–)
Marina Ramos Serrano (University of Seville –Spain–)
Paulo Ribeiro Cardoso (Universidade Fernando Pessoa –Portugal–)
Lorena Romero Domínguez (University of Seville –Spain–)
Mar Rubio Hernández (University of Seville –Spain–)
Ricardo San Martín (University of California Berkeley –EE.UU.–)
Carmen Silva Robles (University of Cadiz –Spain–)
Sandra Vilajoana Alejandre (University Ramón Llul –Spain–)
Kent Wilkinson (Texas Tech University –EE.UU.–)
INDEX
Inclusive application interface design aimed at functional illiterates
Marilene Santana dos Santos Garcia, Helbe Heliamara Herarth, Darlan Rodrigues Martins &
Ana Cláudiacuri Maciel (Centro Universitário Internacional UNINTER | PPGENT. Brasil)
	 7-12
Public relations and events: the organization of festivals as a tool for cultural promotion
Marta Pulido Polo & José Vázquez González (Universidad de Sevilla. Spain)
13-23
Analysis of social representations in the red chronicle editorial produced in Ecuador
Rosa Raquel Carpio Miranda, Laura Sofía Medina Andrade & Edmundo Guillermo Córdova
Durán (Universidad de Guayaquil. Ecuador)
	 24-31
The impact of digital influences on teen identity building
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva (Universidade Cató-
lica de Santos. Brasil)
32-40
The reader of the red chronicle between tastes and images. Diario Extra case
Claudia Liliana Pezo, Edmundo Córdova Durán, Laura Medina Andrade & Jenny Medina (Uni-
versidad de Guayaquil. Ecuador) 	
41-48
Construction of the social imaginary from an advertising perspective in sensationalist media
Edmundo Guillermo Córdova Durán, José Gabriel Rivera Medina, Laura Sofia Medina Andra-
de & Rosa Raquel Carpio Miranda (Universidad de Guayaquil. Ecuador)
	 49-57
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
The impact of digital influences on teen identity
building.
Thalita Lacerda Nobre
Universidade Católica de Santos. Brazil.
thalita.nobre@unisantos.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4951-2301
Luciana Pereira Abrantes
Universidade Católica de Santos. Brazil.
lupabrantes@hotmail.com
Carla Carolina Silva
Universidade Católica de Santos. Brazil.
carlacarolina.psico@gmail.com
32
O impacto dos influenciadores digitais na construção de identidade dos
Abstract
Nowadays, the use of information and communication technologies has generated significant social, economic
and cultural changes. This paper aims to address the impacts of digital influencers on the identity construction
of adolescents. The method used for this research was qualitative and exploratory, with data collection throu-
gh bibliographic survey. In order to reach the goal, the paper discusses three fundamentals: the technology
scenario and its development; the process and characteristics of adolescence and the relationship of the vir-
tual world with young people in today’s urban societies. It also points out how adolescent may be psychically
vulnerable when interacting excessively with digital influencers, demonstrating a relationship permeated by
consumerism, individualism and superficial relationships. To discuss these issues we consulted authors of psy-
choanalytic theory and also sociologists who portray modern society as Guy Debord and Zygmunt Bauman.
Keywords:
Adolescence; digital influencers; psychology.
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
33
Resumo
Na atualidade, o uso das tecnologias de informação e comunicação tem gerado significativas mudanças so-
ciais, econômicas e culturais. Este trabalho tem como objetivo abordar sobre os impactos dos Influenciadores
digitais na construção de identidade dos adolescentes. O método utilizado para esta pesquisa foi qualitativo
e exploratório, com coleta de dados por meio de levantamento bibliográfico. A fim de chegar ao objetivo, o
trabalho discorre sobre três aspectos que se fundamentam: o cenário da tecnologia e seu desenvolvimento;
o processo e as características do adolescer e a relação do mundo virtual com os jovens das sociedades ur-
banas atuais. Também aponta o quanto o adolescente pode encontrar-se vulnerável psiquicamente ao inte-
ragir de forma excessiva com influenciador digital, demonstrando uma relação permeada pelo consumismo,
individualismo e relações superficiais. Para discutir sobre essas questões foram consultados autores da teoria
psicanalítica e também sociólogos que retratam a sociedade moderna como Guy Debord e Zygmunt Bauman.
Palavras-chave
Adolescência; influenciadores digitais; psicologia.
1. Introdução
A pesquisa tem como base a seguinte pergunta-problema: De que modo os influenciadores digitais podem
interferir na construção da identidade dos adolescentes? Essa questão se justifica, a partir da percepção de
que a adolescência é um periodo de transição emocional da vida infantil para a vida adulta em que o sujeito
se encontra influenciado por relações sociais.
A escolha dessa temática justifica-se pela emergente demanda de adolescentes em se relacionar com influen-
ciadores digitais, a fim de reproduzir seus hábitos e fazer uso de suas indicações como forma de construir
sua imagem e identidade. Nesse sentido, tal fenomeno possibilita discutir também sobre os novos valores que
estão se inserindo na sociedade contemporânea, como novas maneiras de pensar e de atuar estão ligadas a
interferência dessa relação com os influenciadores digitais. Os estudos acerca dessa pesquisa visam também
o aprofundamento na temática e assim a contribuição com pesquisas na área da Psicologia.
Pretende-se também discutir sobre os impactos oriundos dessa relação virtual, inovadora e indutora no que
concerne a estruturação da identidade dos jovens, por estarem em constante conexão com esses formadores
de opinião. O método realizado foi o de pesquisa qualitativa e exploratória, com coleta de dados por meio de
levantamento bibliográfico.
2. Breve histórico da internet
A internet surgiu com o objetivo de armazenar dados pessoais dos indivíduos ou grupos que a utilizam, fun-
cionando como uma espécie de banco de dados que permite a pessoa, ao acessá-la, buscar informações de
seu interesse (Doria, 1995).
Uma rede de informações iniciou-se na Segunda Guerra Mundial, com o intuito de rastrear informações com
objetivo de eliminar pontos considerados inimigos. Posteriormente, a rede de informações, por meio de com-
putadores, começou a ser utilizada nas universidades, possibilitando aos pesquisadores a troca de experiên-
cias e acesso à pesquisa. Efetivamente, a internet nasceu no ano de 1969, nos Estados Unidos, interligando
originalmente laboratórios de pesquisas (Loveluck, 2018).
No Brasil, a rede de computadores foi inserida inicialmente, apenas para o auxílio e desenvolvimento dos
meios acadêmicos e cientifico, na década de 1990. O seu acesso era restrito apenas aos frequentadores do
ambiente universitário. Em 1995, se expandiu para outros ambientes, saindo do âmbito privado e se tornando
de domínio público.
Ainda no ambito mundial, nos anos 1990, o engenheiro de software Timothy John Berners-Lee e seu parceiro
Robert Calilliau, criaram a World Wide Web (www). Esta ferramenta, possibilitou que estudantes de universi-
dades fizessem, não apenas pesquisas acadêmicas, como também tivessem acesso a jogos de entretenimento,
propiciou a criação de páginas com dados pessoais, logo, a teia mundial começava a se formar rapidamente
(Carvalho, 2006).
Atualmente, ao adentrar o universo da Web, é possível acessar uma série de conteúdos de interesses profis-
sionais, educacionais, de saúde, de entretenimentos, bastando apenas um click, uma informação precisa ou
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
34
qualquer coisa de interesse pessoal. Justamente por compor todos estes efeitos, criou-se a necessidade de
estar conectado quase que todo o tempo, pois nas sociedades urbanizadas e industrializadas, podemos dizer
que grande parte das pessoas possui um aparelho de celular em que a principal finalidade é o acesso à internet
e seus variados serviços (Calazans, 2013).
Nos anos que se seguiram, mais e mais pessoas entravam em conexão por meio da rede. No inicio dos anos
2000, os individuos usuarios de internet passaram a ter acesso à comunidades e plataforma virtuais, com o
aparecimento de sites como, por exemplos, Orkut, Flickr, Digg e Facebook, (que eram de uso restrito ape-
nas da Universidade de Harvard), mas que, ao serem expandidos, passou ao público em geral. Para isso, as
conexões tiveram que se modernizar e a internet passou a ficar presente 24 horas por dia para aquele que
quisesse acessá-la.
2.1. Influenciadores digitais
À medida que a internet foi ganhando espaço e se tornando um dos meios de comunicação mais acessados,
surge o interesse de grandes empresas de publicidade em fazer uso dessa ferramenta como um forte dis-
seminador de propagandas. Nesse cenário, vários indivíduos têm mostrado, por meio das redes sociais, sua
influência sobre milhares de pessoas, sendo eles denominados influenciadores digitais. Os digital influencers
(como também são conhecidos os influenciadores) exercem um poder de interferência sobre as pessoas, no
sentido de moldar e transformar opiniões. Assim, quando agem sobre a massa de seus seguidores1
, tem a ca-
pacidade de influenciar boa parte da opinião pública, transformando comportamentos, ensejando o consumo
de produtos, colocando em discussão alguns assuntos, entre outras atividades.
De acordo com Santos, Silva & Santos (2016), a influência desses produtores de conteúdos digitais é deter-
minada pela relação de identificação dos seus seguidores com o conteúdo produzido por ele, ou seja, quando
uma empresa contrata algum influenciador digital deve conferir seus conteúdos e seu grau de influência.
De acordo com Martinez & Romero (2015), as marcas estão conscientes do poder de influência dessas pes-
soas sobre os comportamentos de consumo de populações específicas, por isso se utilizam do marketing de
influência para impulsionar seus negócios. Os autores citam como exemplo desse tipo de prática, a contra-
tação de blogueiras para divulgar a marca em seus blogs e espaços nas redes sociais, uma vez que oferecem
credibilidade.
Nesse sentido, pode-se pensar que a “venda” da imagem a fim de influenciar hábitos de consumo e pensa-
mentos de pessoas se trataria de um processo de apresentação do próprio eu como commodity, do sujeito
como mercadoria. Construir uma mídia ou uma marca que, a posteriori, será substituída pelo valor de troca do
próprio autor, só é um processo possível por conta do modo como se organizam algumas sociedades urbanas
atuais, sociedades essas que enaltecem a imagem pessoal, que valorizam aquilo que se mostra aos olhos de
quem quer ver, do que é vendido como mercadoria por sua beleza e fácil consumo.
3. Adolescência
Pode-se considerar que é nesse cenário social apresentado anteriormente que encontram-se os sujeitos de
diversas fases do desenvolvimento. Porém, nos ateremos exclusivamente aos adolescentes, uma vez que po-
demos considerar esse período como um dos mais críticos para a formação do sujeito, vivenciando este uma
significativa etapa de mudanças físicas e biológicas, conforme explicita Griffa & Moreno (2001).
Antes de iniciarmos a discussão sobre as questões contemporâneas, é interessante diferenciar o conceito de
puberdade e adolescência. De acordo com Griffa & Moreno (2001, p. 10) puberdade “...deriva do latim puber-
tate, isto é, “idade viril”, e do verbo pubescere, que significa ‘cobrir-se de pelos na região púbica’.” Assim, o
período púbere significa o processo de maturação sexual da espécie humana, o período que inicia mudanças
nos diferentes gêneros. O corpo se prepara para a forma adulta.
Já, a adolescência, ainda de acordo com Griffa & Moreno (2001, p. 11), origina-se do latim adolescentia, cujo
significado é “...período de crescer, de desenvolver-se.” De acordo com Dolto (2004), se caracteriza pela expe-
riência de passagem, similar a um segundo momento de nascimento, de mudança de estado.
Sendo assim, entende-se que a adolescência ocorra no plano emocional, a partir das mudanças físicas viven-
ciadas pelos sujeitos. Por isso, a adolescência não é uma fase que obrigatoriamente se irá vivenciar, uma vez
que depende do indivíduo e do momento histórico e cultural em que se encontra. Já a puberdade, sim, pois
1 Denominação informal das pessoas que acessam as informações e notícias transmitidas por esses influenciadores.
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
35
trata-se de mudanças físicas consideráveis que alçam o sujeito a condição de reprodução da espécie.
A adolescência, em muitas culturas é considerada um período em que o indivíduo passa por desequilíbrios e
instabilidades extremas, momento de muitas perturbações que tem como objetivo a busca de uma identidade
adulta (Aberastury& Knobel,1992).
Trata-se de um período de transformações nos papeis sociais e no modo como o sujeito se reconhece e é
reconhecido. De acordo com Aberastury & Knobel (1992), esse momento de modificações é vivido como uma
“invasão” que permite ao adolescente viver a perda do corpo infantil e o obriga buscar uma nova identidade.
O luto do corpo infantil ocorre de maneira lenta, vai se transformando à medida que o adolescente é capaz de
aceitar tais transformações e, assim, reconhecer sua nova identidade.
É um processo de muitas transformações e contradições devido às mùltiplas identificações com a contem-
poraneidade e, por isso se apresenta com várias personalidades onde há oscilações entre diversos corpos e
identidades. Terá que viver sucessivos lutos, dentre eles, a constatação de que: “...perdeu aquela graça infantil
que, em nossa cultura, parece garantir o amor incondicional dos adultos, sua proteção e solicitude imediata”
(Calligaris, 2000, p. 24).
Neste sentido, o adolescente é alguém que procura o mundo externo, para ser alguém apto para o mundo
adulto, pronto para a relação amorosa, sexualidade e para o trabalho. Ou seja, anos de aprendizados onde
são ensinados os valores sociais que até serem inseridos, há um momento de suspensão e esse momento é
a adolescência, o período da “moratória social”, conforme propõem Aberastury & Knobel (1992). Porém, um
período em que essa suspensão na fixação sobre quem se é se torna paradoxal, já que “...ele é frustrado pela
moratória imposta e, ao mesmo tempo, (vive2
) a idealização social da adolescência lhe ordena que seja feliz”
(Calligaris, 2000, p.18).
Em busca da construção de sua identidade, o adolescente faz uso de ideologias que lhe garantem certas
crenças. Os interesses surgem de acordo com o meio social e com o modo como ele se vê diante do grupo
que busca pertencer. Pode haver uma confusão, uma vez que sabe muito bem o que ‘não’ quer para si, mas,
ainda não tem convicção do que quer realmente (Aberastury & Knobel, 1992). Esse movimento, aos olhos dos
adultos pode ser entendido como uma certa volubilidade por parte do adolescente.
A inclinação do sujeito em formação para com grupos externos surge não apenas como busca de identidade,
mas também se busca semelhança com os demais, onde ele pode encontrar autoconfiança e preservar sua
estima pessoal. Já que “há um processo de superidentificação em massa, onde todos se identificam com cada
um” (Aberastury & Knobel,1992, p. 36). E, à medida que se insere no grupo é preciso também se adequar e
seguir seus hábitos e costumes.
Ainda com relação a isso, Calligaris (2000, p. 71) discute sobre a inserção do adolescente no grupo expondo
o seguinte:
Os adolescentes, como vimos, se reúnem em grupos que podem ser mais ou menos fechados, mas
sempre apresentam ao mundo uma identidade própria, diferente do universo dos adultos e dos outros
grupos. No mínimo, são comunidades de estilo regrado por traços de identidade claros e definido, pois
os membros devem pertencer a elas sem ter de coçar a cabeça se perguntando: ‘Mas o que será que
os outros querem para me aceitar?’ Os grupos têm portanto em comum um look (vestimentas, cabe-
los, maquiagem), preferências culturais (tipo de música, imprensa) e comportamentos (bares, clubes,
restaurantes etc.).
Observa-se que a adolescência é uma etapa de desenvolvimento da vida em que ocorrem significativos pro-
cessos de identificação, o individuo busca constituir e afirmar seu Eu sobre o meio e isso auxiliará na organi-
zação, formação e reconhecimento de si; essa condição se torna então, um fator primordial no que se refere
o entendimento da construção da identidade adulta.
3.1. Identificação na adolescência
A questão da identificação do adolescente na sociedade moderna é complexa, e possivelmente causa mais
ansiedade que em outras épocas. Dentro de seu desenvolvimento esperado, o jovem passa por um processo
de desidentificar os objetos e valores provenientes da infância, bem como os recursos culturais intrafamiliares,
para que seja possível reidentificar-se com outros elementos fora de seu ambiente cultural conhecido (Levisky,
1995, p .62).
A fim de discutir um pouco mais sobre esse processo, considera-se que a identificação pode ser conceituada
como “processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro
2 Parênteses das autoras.
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
36
e se transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo desse outro” (Laplanche & Pontalis, 2001, p. 226).
Assim, tal processo assume papel central no desenvolvimento, na formação da personalidade e na constituição
do ser. Levisky (1995, p. 56) descreve que a identificação ocorre: “...a partir de movimentos psíquicos existen-
tes na relação pais/filhos (as), com o (a) último (a) incorporando, desenvolvendo e transformando, buscando
alcançar seus próprios modelos, seu modo de ser, pensar e viver.” E o autor complementa o raciocinio expondo
que a cultura é introjetada ao longo desse processo, uma vez que é transmitida pelos pais e pelo meio social.
Dessa forma, o autor segue explicando que esses seres insaciáveis de prazeres, afrontam seus mundos ex-
terno e interno, pois, é a partir das relações que eles constituem suas experiências emocionais, através de
variadas identificações parciais constroem sua identidade. Como ainda estão em formação, esse jovens se
encontram vulneráveis para integração de novos objetos com investimento afetivo, abrangendo a incorporação
do objeto caótico (Levisky, 1995). Nesse sentido, o ego se encontra enfraquecido e em risco de ser tomado por
ansiedades persecutórias, o que pode nos levar a pensar sobre a presença da ansiedade na relação do ado-
lescente com o tempo, a tendência ao imediatismo e à fragilidade diante de alguém que lhe ofereça soluções
simples para a complexidade e situação caótica de vida em que se encontra.
3.2.	Narcisismo e ideal do ego
A fim de aprofundar a discussão sobre a questão da identificação do adolescente, acredita-se que os conceitos
de narcisismo e ideal do ego precisam ser trabalhados.
O narcisismo se refere a um conceito proposto por Freud para descrever um dos processos psíquicos que tem
como função a constituição do ego enquanto unidade psíquica, deste modo, tal unidade surge, de acordo com
Laplanche e Pontalis (2001, p. 125) em dois registros, seja como “...um aparelho adaptativo, diferenciado do id
em contato com a realidade exterior, quer definindo-o como o produto de identificações que levam à formação
no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id”.
Assim, a constituição do ego ocorre por meio de identificações e o narcisismo seria o movimento psiquico que
poderia dar o tom para essa constituição. O narcisismo como amor a si, pressupõe também o investimento
amoroso do sujeito para com a construção da imagem de si mesmo. De acordo com Nasio (1999) o narcisismo
é uma “torção do eu”, onde o sujeito ao “fazer do amado um objeto fantasiado, ele se faz ele próprio objeto
fantasiado”. Ou seja, a energia sexual que seria conduzida para o outro (ideal) volta-se para ele próprio.
Como descrito por Freud em sua obra Sobre o narcisismo: uma introdução (1914), o narcisismo também co-
rresponde a primeira forma no qual o ego se constitui, sob a forma de um ego ideal (narcisicamente investido).
Porém, não pode se sustentar a todo o tempo, devendo ascender à constituição do ideal do ego, alimentado
a partir da necessaria desidealização que necessita ser vivida, uma vez que o sujeito é confrontado com a
realidade. Como explicitado por Caniato & Kapoia (2005, p. 2):
O ideal de ego torna-se o instrumento de socialização do sujeito, à medida que representa seu desejo de
retornar a um estado onipotente que foi perdido na passagem do narcisismo primário para o secundário
e o faz mediante a aquisição de valores culturais adquiridos no processo de identificação com o objeto.
O Ideal de Ego se apresenta como instância narcísica que investe seus interesses no externo, isto é, o sujeito
idealiza um objetivo a ser alcançado. Isso ocorre para que o sujeito inserido em sua cultura busque aceitação,
proteção e se reconheça como pertencente à lei do ambiente que faz parte.
Na adolescência, o narcisismo é revivido, isso porque o adolescente regride aos desejos de onipotência, até
mesmo pela tentativa definitiva de diferenciar-se dos objetos amados e porque deseja que seu investimento
retorna para si mesmo. Para Ferrão & Poli (2014, p.49), “o sujeito irá entrar em conflito com essa imagem de
si mesmo e a saída possível será uma tentativa de superar essa impossibilidade na forma de um Ideal de Eu3
”.
Nessa busca infindável pelo olhar e investimento no outro para constituição de seu próprio ser, ressaltamos a
relação do narcisismo com a autoestima do adolescente na contemporaneidade. De acordo com Sibilia (2015),
na contemporaneidade, há uma tendencia à perda de referência interior, uma vez que se instala a busca in-
cessante de encontro a partir dos referenciais exteriores, conforme a autora: “...o centro de gravidade no qual
esse novo tipo de sujeito se apoia reside no olhar alheio” (Sibilia, 2015, p. 357).
“agora a subjetividade está pautada por um caráter alterdirigido, onde o fenômeno de publicização do espaço
privado predomina e aqueles antigos diários íntimos se transformam em plataformas de blogs e redes sociais
em que as pessoas relatam suas vidas de forma pública” (p. 19). Isso quer dizer que as figuras de identifi-
cação importantes para a constituição do ego do sujeito podem ser obtidas pela rede. O olhar do outro viria
da rede e os movimentos psiquicos dos individuos seriam norteados pelo olhar do outro que compõe a plateia
3 Nesse trabalho, optamos por utilizar a noção de ideal do ego e ideal do Eu sem diferenciação.
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
37
do espetaculo.
Pode-se pensar, com isso, que o ego, uma vez que se alimenta de identificações virtuais pode sofrer com a
construção do ego ideal, uma vez que a desidealização pode ser afetada. A vida pública e a privada podem se
misturar e o adolescente, em busca de aprovação e inserção social, tenderá a se identificar com a confusão
de lugares.
4. A internet e a subjetividade
Zygmunt Bauman (2001), em sua famosa obra Modernidade liquida contextualiza a era moderna marcada por
um movimento subjetivo de liquidez, havendo certa fluidez, imediatismo, sem tempo ou espaço para a fixação
e solidificação. Por isso, vive-se resultados em curto prazo, não respeitando o tempo de maturação para todo
e qualquer processo. Como define o autor:
...é que os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantem sua forma com facilidade. Os fluidos, por
assim dizer, não fixam o espaço nem se predem o tempo. Enquanto os sólidos têm dimensões espaciais
claras, mas neutralizam o impacto e, portanto, diminui a significação do tempo (resistem efetivamente
a seu fluxo ou o tornam irrelevante), os fluidos não se atem muito a qualquer forma e estão constan-
temente prontos (e propensos) a muda-las; assim, para eles, o que conta é o tempo, mais do que o
espaço do que lhes toca ocupar; espaço que, afinal, preenchem apenas “por um momento” (Bauman,
2001, p.8).
O autor discorre sobre as superficialidades das relações sociais e considera tais consequências oriundas do
capitalismo e das tecnologias atuais, entende que com o avanço destas, a sociedade deixou de produzir con-
teúdos sólidos para então iniciar a ordem da flexibilização. Segundo Bauman (2001), os valores das sociedades
foram se rompendo, já não há maiores ideologias, as instituições apresentam-se de forma precária e afetam
as relações humanas. À medida que os valores foram se dissolvendo, por conta dessa velocidade, não mais foi
possível firmar, fixar crenças, estilos de vida e etc.
Atualmente, intensificaram as diferenças individuais. Qualquer diferença que surja na sociedade necessita de
tempo para que o indivíduo assimile e internalize tamanha complexidade. Contudo, o que o autor traz como
crítica é justamente este tempo que não mais é investido, as convicções sofrem mudanças antes mesmo de
serem consolidados, isto é, solidificados em hábitos e costumes, construindo, assim, indivíduos em condições
flexíveis que se desenvolvem frente às incertezas que a sociedade vem apresentando.
Guy Debord (1997) faz uma análise interessante a respeito da sociedade contemporânea. Conforme sua obra
A sociedade do espetáculo, publicada pela primeira vez na década de 60 do século XX, o autor associa a mo-
dernidade apoiada na imagem, onde há um movimento mais voltado para os aspectos visíveis e superficiais,
sustentado por circunstâncias precárias da vida cotidiana. Nesse sentido, as pessoas passam a admirar e con-
sumir imagens de conteúdos que lhe faltam, ou seja, a imagem idealizada é colocada no lugar da realidade,
tornando-se assim, um espetáculo, portanto, “tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma represen-
tação” (Debord, 1997, p. 13).
O autor considera que o espetáculo foi formando a partir da lógica do consumo. De acordo com Debord (1997,
p.30):
O espetáculo é o momento em que a mercadoria ocupou totalmente a vida social. Não apenas a relação
com a mercadoria é visível, mas não se consegue ver nada além dela: o mundo que se vê é o seu mun-
do. A produção econômica moderna espalha, extensa e intensivamente, sua ditadura.
Debord (1997) afirma ainda que houve uma degradação do ser, que se transformou na exigência do ter, o que
acarreta nos tempos atuais que “a vida social está totalmente tomada pelos resultados acumulados da eco-
nomia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo “ter” efetivo deve extrair seu
prestigio imediato e sua função” (p.18). Na atualidade, os valores se transformaram em torno da aparência,
da necessidade de contemplação dos sujeitos. Dessa forma, o relacionamento entre indivíduos acontece não
entre uma coisa ou outra, mais sim direcionada a imagem. O que se vive acaba sendo uma representação,
por isso, “o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por
imagens” (p.14).
Eis as consequências que a sociedade do espetáculo enfrenta. O autor complementa a discussão escrevendo
que: “a verdade deixou de existir quase em toda parte, ou no melhor caso, ficou reduzida a hipótese que nun-
ca poderá ser demonstrada” (Debord, 1997, p.176). Em outras palavras, a verdade ficou e tem ficado mais e
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
38
mais submetida a sua aparência em detrimento de seu conteúdo.
Nesse sentido, pode-se fazer uma pequena interpretação de que os influenciadores digitais poderiam ocupar o
lugar de mensageiros contemporâneos aos sujeitos em formação de personalidade. Discutiu-se anteriormente
nesse trabalho acerca da adolescencia como etapa crítica de busca de socialização e firmação do eu diante do
grupo. Agora, a partir da discussão proposta pelas contribuições de Debord, é possível considerar a aceitação
de influenciadores como sujeitos que orientam os habitos cotidianos e os costumes nessa faixa etária.
Junta-se a isso, o meio utilizado para essa orientação a respeito da vida e do pensar sujeito, os dispositivos
como smartphones e computador, por exemplo, amplificam o acesso. Acerca disso, Shirky comenta que: “...
choque da inclusão de amadores como produtores, em que não precisamos mais pedir ajuda ou permissão a
profissionais para dizer as coisas em público” (Shirky, 2011, p. 50).
Com esse método de exposição disponível tecnologicamente, e pela fluidez das informações disseminadas na
internet pode ser questionado que tipo de influência essas figuras públicas fomentam? Acerca dessa questão,
Karhawi comenta que:
O discurso circulante sustenta que os influenciadores são aqueles que têm algum poder no processo
de decisão de compra de um sujeito; poder de colocar discussões em circulação; poder de influenciar
em decisões em relação ao estilo de vida, gostos e bens culturais daqueles que estão em sua rede.
(Karhawi, 2017, p. 48)
Segundo o autor, qualquer sujeito é capaz de produzir conteúdo, mas nem todos tem esse “poder” de agregar
um grupo de leitores ou fãs. Considera que, para esse alcance, é imprescindível conter atributos que o leitor
julgue importante (e com as quais se identifique) tanto por uma perspectiva pessoal quanto de conteúdo e
informação.
Com relação ao meio, a internet ainda é classificada como a segunda maior mídia, prevista para ultrapassar a
televisão até 2019, e “os influenciadores são tão ou mais importantes do que uma publicidade de 30 segundos
no horário nobre da televisão aberta” (Camargo, Estevanim & Silveira, 2017, p. 105). Isso porque é percebida
a mudança da interação entre as pessoas na rede, novos mediadores em prol do consumo, liberdade para pro-
dução de conteúdo e a vinculação com as marcas. Desse modo, pode-se considerar que houve uma alteração
no cenário da cultura participativa para convergência das mídias, demonstrando que essa convergência vai
além da mudança tecnológica (Jenkins, 2009), torna-se uma mudança de atitudes, que tenderia, a medida em
que se faz presente no cotidiano, a transformar subjetividade a longo prazo.
Isso porque, conforme Camargo; Estevanim e Silveira comentam: “o sujeito pós-moderno não possui uma
identidade fixa e permanente, mas sim múltipla e dinâmica, constantemente construída e reconstruída con-
forme as relações que se estabelecem com os sistemas culturais” (Camargo, Estevanim & Silveira, 2017, p.
106). Nota-se que a pós modernidade apresenta uma complexidade intrinseca na apresentação das figuras
de identificação. O processo identificatório torna-se mais complexo a medida em que se amplia a gama de
sujeitos que influenciam e são influenciados. Além disso, de acordo com o exposto sobre o pensamento de
Debord anteriormente, pode-se considerar que a vida social na pós-modernidade está pautada no paradigma
estético, com isso o supérfluo adquire relevância na vida social, além de operar como fator agregador em meio
a grupos.
Nesse bojo, os profissionais de influência se mostram, e apresentam conteúdos ou marcas que são de seu
interesse, e o mesmo acontece com os adolescentes que se identificam com essas pessoas. Há algo de con-
creto (ex: produto/marca) ou mesmo subjetivo (conteúdos inconscientes) que reforçam e mantém essa troca,
tornando-a cada vez mais intensa e frequente.
Conforme se compreende, frente a isso, o adolescente, mergulhado neste espetáculo, busca referências para a
construção de sua identidade. Nas sociedades capitalistas, o consumo de determinados produtos como ícones
da aceitação social desse sujeito em formação pode ser prática organizadora. A fim de livrar-se da insegurança
e do ostracismo, esse pode identificar-se facilmente com os veículos de publicidade (que atualmente apare-
cem, também, como discutido anteriormente em outras plataformas, como por exemplo sob a imagem de um
digital influencer) e, “assim, a cultura de massa promove e dá forma aos valores juvenis. Sua máxima é: sejam
belos, sejam amorosos, sejam jovens. Eternamente.” (Medeiros, 2008, p. 88).
É importante salientar que a propaganda, desde que iniciou seu direcionamento às massas, utilizou-se dos vei-
culos que mais a aproximariam do mercado consumidor. Porém, o que gostaríamos de destacar é o fenomeno
dos influenciadores como sujeitos que direcionam seus discursos diretamente para a população consumidora,
os adolescentes.
Também é interessante ressaltar que no mundo virtual, o adolescente é convidado a sair de sua realidade
para adentrar em um universo onde tudo é possível, não haveria limites ou regras. Portanto, um lugar possível
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
de desejar e realizar necessidades. Nesse sentido, o adolescente, como um sujeito que está voltado para si,
buscando alimentar sua condição narcísica, pode tornar-se um indivíduo entorpecido pela própria imagem,
que busca na relação com o influenciador conteúdos que lhe agradem, que satisfaça seus desejos, mesmo
que virtualmente. Nessa relação, de um outro lado, nota-se que o influenciador também está reafirmando sua
condição narcísica, já que, por intermédio das ferramentas tecnológicas, ele quer aparecer e parecer. Nesse
caso, haveria uma consonância com a sociedade do espetáculo, pois há plateia e palco.
Os influenciadores são reverenciados pelos jovens, como atores sociais, tornando-se autoridades, visto que as-
sumem o papel de formadores de opinião, induzindo maneiras de se relacionar. Ao fazer uso de artifícios, como
diálogos mais informais, expressando suas opiniões pessoais, faz com que o jovem se veja numa relação mais
próxima, aparentando uma interação real. Porém, é preciso refletir sobre quais valores estão sendo colocados,
já que os influenciadores possuem uma linguagem informal, sem objetivo de emitir informações precisas e
seguras. Abordam temas a maneira como vivem e entendem sua vida e, o adolescente estando numa posição
em busca de identificação, pode ficar a mercê da construção de opiniões “pré-formatadas”.
5. Considerações finais
A comunicação sempre foi uma fonte indispensável para a construção de relacionamentos e, principalmente,
configurar a ordem social. É uma necessidade do ser humano. No entanto, na contemporaneidade, as formas
de se comunicar obtiveram avanços expressivos com a chegada das novas tecnologias, os meios de contatos
tornaram-se rápidos e ágeis, envolvendo uma rede global, conectando inúmeras pessoas ao mesmo tempo.
Com o desenvolvimento da internet, surgiram várias ferramentas e inúmeros serviços como forma de entre-
tenimento, passando de fonte de informação para um comércio eletrônico complexo. Nesse cenário, surgem
os influenciadores digitais, sujeitos que por intermédio das redes sociais, possuem capacidade e poder de
interferência sobre a população que com eles se identificam. A influencia ocorre no campo do comportamento,
além de anunciarem produtos, serviços e eventos.
O influenciador é capaz de ditar modas, hábitos e costumes, seu público alvo, muitas vezes, é constituído por
pessoas em formação de personalidade, como por exemplo, sujeitos na fase da adolescência. Pode-se obter
com a pesquisa que o jovem atual que habita as sociedades industrializadas, vive grande influencia da tecno-
logia da informação e comunicação, encontrando, em diversas plataformas, figuras de identificação e lugares
interessantes para a construção de sua opinião, valores e ideais. É interessante considerar também que, por
meio, dos influenciadores digitais, o sujeito pode obter apoio e identificações com grupos externos – pode
fazer parte do grupo de seguidores de determinado influenciador.
Por um outro lado, obtivemos que, uma vez que a relação com o influenciador pode ser considerada próxima
– fruto das imagens em tempo real e da possibilidade de fazer comentários diretamente à celebridade – o
sujeito seguidor tenderia a ser influenciado de um modo mais intenso do que se estivesse somente presente
na televisão, por exemplo.
Nesse sentido, acredita-se que, além das questões levantadas a partir da pesquisa sobre o tema, também
algumas outras surgiram, como por exemplo: quais consequências a relação digital pode acarretar na subjeti-
6. Referências
Aberastury, A. & Knobel, M. (1992) Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artmed.
Bauman, Z. (2001). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar.
Blos, P. (1994). Adolescência: uma interpretação psicanalítica. São Paulo: Martins Fontes.
Calazans, J.H.C. & Lima, C.A.R. (2013). Sociabilidades virtuais: do nascimento da internet a popularização dos
sites de redes sociais online. In Resumos do 9º Encontro Nacional de História da Mídia da Universidade
Federal de Ouro Preto (on-line). Ouro Preto, MG.
Calligaris, C. (2000). A adolescência. São Paulo: Publifolha.
Camargo, I; Estevanim, M.; Silveira, S. (2017). Cultura participativa e convergente: o cenário que favorece o
nascimento dos influenciadores digitais. Communicare, 17(ed. especial). Recuperado de: https://cas-
perlibero.edu.br/communicare-17-edicao-especial-de-70-anos-da-faculdade-casper-libero/
Caniato, A. & Kapoia, A. (2005). O narcisismo na cultura: a opressão narcísica na contemporaneidade vincu-
lada à sociedade de consumo. In Proceedings of the 1th Simpósio Internacional do Adolescente, 2005,
39
Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva
IROCAMM
VOL. 2, N. 2 - Year 2019
Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019
DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04
Pp.: 32-40
e-ISSN: 2605/0447
40
IROCAMM- International Review Of Communication And Marketing Mix | e-ISSN: 2605/0447
© Editorial Universidad de Sevilla 2019
4.0
São Paulo (SP) [online]. Recuperado de:<http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_art-
text&pid=MSC0000000082005000200017&lng=en&nrm=iso> .
Carvalho, M. S. R. M. de. (2006). A trajetória da internet no Brasil: o surgimento das redes de computadores
a instituição dos mecanismos de governança. (Dissertação de Mestrado). Instituto de Engenharia, Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Debord, G. (1997). A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto. (Original publicado em 1967).
Dolto, F. (2004). A causa dos adolescentes. São Paulo: Idéias & Letras. (Original publicado em 1988).
Ferrão, V. S. & Poli, M. C. (2014). Adolescência como tempo do sujeito na psicanálise. Adolescência & Saúde,
11(2), 48-55.
Freud, S. (1996). Sobre o narcisismo: uma introdução.. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psi-
cológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 14). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho
original publicado em 1914).
Griffa, M. C., & Moreno, J. E. (2001). Chaves para a psicologia do desenvolvimento: adolescência, vida adulta
e velhice. (Tomo 2). São Paulo: Paulinas.
Jenkins, H. (2008). Cultura da convergência. São Paulo: Aleph.
Karhawi, I. (2017). Influenciadores Digitais: conceitos e práticas em discussão. Communicare, 17(ed. espe-
cial). Recuperado de: https://casperlibero.edu.br/communicare-17-edicao-especial-de-70-anos-da-fa-
culdade-casper-libero/
Laplanche, J. & Pontalis, J. B. (2001). Vocabulário da psicanálise. (Pedro Tamem, trad.). São Paulo: Martins
Fontes.
Levisky, D. L. (1995). Adolescência: Reflexões Psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas.
Loveluck, B. (2018). Redes, liberdades e controle: uma genealogia política da internet. Editora Vozes Limitada.
Martínez, A. C. & Romero, C. P. (2015). Prescriptores, marcas y tuits: el marketing de influencia. Revista In-
ternacional de Investigación en Comunicación – aDResearch - ESIC. 12(12), pp.86-107. DOI: 12.7263/
ADRESIC.012.005
Medeiros, R. A. (2008). A relação de fascínio de um grupo de adolescentes pelo Orkut: retrato da modernidade
líquida. (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Nasio, J-D. (1999). O prazer de ler Freud. (Lucy Magalhães, trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Santos, S., Silva, P. & Santos, J. (2016). Gabriela Pugliesi: uma análise sobre o marketing de influência na
rede social Instagram. In Resumos do XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste
(on-line). Caruaru, PE.
Shirky, C. (2011). A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. (Celina Porto-
carrero, trad.). Rio de Janeiro: Zahar.
Sibilia, P. (2015). Autenticidade e performance: a construção de si como personagem visível. Fronteiras – es-
tudos midiáticos 17(3). doi: 10.4013/fem.2015.173.09
N.2
VOL 2

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Criação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide Web
Criação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide WebCriação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide Web
Criação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide WebRenata de Sousa
 
Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...
Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...
Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...AcessaSP
 
Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...
Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...
Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...AcessaSP
 
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídias
Ultrasegmentada, convergente e múltipla   a publicidade nas novas mídiasUltrasegmentada, convergente e múltipla   a publicidade nas novas mídias
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídiasJanise Rafaela
 
A PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social Orkut
A PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social OrkutA PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social Orkut
A PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social Orkutclauonn
 
As Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos Corporativos
As Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos CorporativosAs Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos Corporativos
As Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos CorporativosMarcielly
 
Das Ruas Para a Web... E Vice-Versa
Das Ruas Para a Web... E Vice-VersaDas Ruas Para a Web... E Vice-Versa
Das Ruas Para a Web... E Vice-VersaAgnes Arruda
 
A interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cida
A interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cidaA interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cida
A interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cidaAdrianelegnani
 
Afrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-book
Afrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-bookAfrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-book
Afrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-bookclaudiocpaiva
 
Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2
Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2
Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2claudiocpaiva
 
Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)
Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)
Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)claudiocpaiva
 
Apresentação artigo pci3101
Apresentação artigo pci3101Apresentação artigo pci3101
Apresentação artigo pci3101Patricia Neubert
 
Xavier sociedade-da-informacao
Xavier sociedade-da-informacaoXavier sociedade-da-informacao
Xavier sociedade-da-informacaoDaniel Arena
 
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...Rodrigo Carreiro
 
Arte e informação
Arte e informaçãoArte e informação
Arte e informaçãoEdiSolange2
 

Mais procurados (20)

Criação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide Web
Criação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide WebCriação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide Web
Criação proteção e uso legal de informação em ambientes da World Wide Web
 
Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...
Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...
Observatório da Cultura Digital - Conexões Científicas 2012: "Tecnologia e Cr...
 
Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...
Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...
Conexões Científicas Ciclo III 2006 - 2007: Processos de apropriação tecnológ...
 
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídias
Ultrasegmentada, convergente e múltipla   a publicidade nas novas mídiasUltrasegmentada, convergente e múltipla   a publicidade nas novas mídias
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídias
 
Informatica8
Informatica8Informatica8
Informatica8
 
A PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social Orkut
A PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social OrkutA PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social Orkut
A PresençA Das Ies Do Abc Paulista Na Rede Social Orkut
 
Informatica10
Informatica10Informatica10
Informatica10
 
As Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos Corporativos
As Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos CorporativosAs Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos Corporativos
As Mídias Sociais no Processo de Gestão de Relacionamentos Corporativos
 
Das Ruas Para a Web... E Vice-Versa
Das Ruas Para a Web... E Vice-VersaDas Ruas Para a Web... E Vice-Versa
Das Ruas Para a Web... E Vice-Versa
 
A interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cida
A interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cidaA interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cida
A interoperabilidade na construção de tesauros e ontologias cida
 
Bnm am publicado 3957-6741-1-pb
Bnm am   publicado 3957-6741-1-pbBnm am   publicado 3957-6741-1-pb
Bnm am publicado 3957-6741-1-pb
 
Afrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-book
Afrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-bookAfrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-book
Afrodite no Ciberespaço. A era das Convergências. E-book
 
Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2
Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2
Programa TEORIA DA COMUNICAÇÃO II 2011.2
 
Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)
Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)
Pibic 2011 2012 projeto de pesquisa (a ser atualizado)
 
Juventude Conectada
Juventude ConectadaJuventude Conectada
Juventude Conectada
 
Apresentação artigo pci3101
Apresentação artigo pci3101Apresentação artigo pci3101
Apresentação artigo pci3101
 
Xavier sociedade-da-informacao
Xavier sociedade-da-informacaoXavier sociedade-da-informacao
Xavier sociedade-da-informacao
 
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...
 
Cibervias
CiberviasCibervias
Cibervias
 
Arte e informação
Arte e informaçãoArte e informação
Arte e informação
 

Semelhante a O impacto dos influenciadores digitais na identidade dos adolescentes

Aspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitais
Aspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitaisAspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitais
Aspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitaisGrupo COMERTEC
 
Caderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdf
Caderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdfCaderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdf
Caderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdfvinicius tadeu almeida
 
_CULTURA DIGITAL.pdf
_CULTURA DIGITAL.pdf_CULTURA DIGITAL.pdf
_CULTURA DIGITAL.pdfKele Santos
 
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...Marco Antônio Pensak
 
Conhecendo o Intercom
Conhecendo o IntercomConhecendo o Intercom
Conhecendo o IntercomAna Moreira
 
Cultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porte
Cultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porteCultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porte
Cultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porteLeonardo Moraes
 
Ebook: A escola, o digita e o analógico
Ebook: A escola, o digita e o analógicoEbook: A escola, o digita e o analógico
Ebook: A escola, o digita e o analógicoLourismar Barroso
 
Ebook: A escola, o digital e o analógico
Ebook: A escola, o digital e o analógicoEbook: A escola, o digital e o analógico
Ebook: A escola, o digital e o analógicoLourismar Barroso
 
Apresentação tcc jornada
Apresentação tcc jornadaApresentação tcc jornada
Apresentação tcc jornadaLoyane Fernandes
 
juventude_conectada-online
juventude_conectada-onlinejuventude_conectada-online
juventude_conectada-onlineCamila Hessel
 
Juventude conectada online
Juventude conectada onlineJuventude conectada online
Juventude conectada onlineMeg Souza
 
Juventude Conectada 2014
Juventude Conectada 2014Juventude Conectada 2014
Juventude Conectada 2014Diego Remus
 
Letramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humano
Letramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humanoLetramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humano
Letramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humanoMila Gonçalves
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfSimoneHelenDrumond
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfSimoneHelenDrumond
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfSimoneHelenDrumond
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfSimoneHelenDrumond
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfSimoneHelenDrumond
 
CULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdf
CULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdfCULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdf
CULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdfTAMARAFRANCIELLEBRIT
 

Semelhante a O impacto dos influenciadores digitais na identidade dos adolescentes (20)

Aspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitais
Aspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitaisAspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitais
Aspectos comunicacionais e mercadológicos na era dos negócios digitais
 
Caderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdf
Caderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdfCaderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdf
Caderno_Eletiva_Cidadania_Digital_DAP22 (2).pdf
 
_CULTURA DIGITAL.pdf
_CULTURA DIGITAL.pdf_CULTURA DIGITAL.pdf
_CULTURA DIGITAL.pdf
 
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
Estudo de Caso: A Utilização das Redes Sociais Digitais em uma Instituição de...
 
Seminário MultiRio
Seminário MultiRioSeminário MultiRio
Seminário MultiRio
 
Conhecendo o Intercom
Conhecendo o IntercomConhecendo o Intercom
Conhecendo o Intercom
 
Cultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porte
Cultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porteCultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porte
Cultura informacional: um estudo em uma empresa de grande porte
 
Ebook: A escola, o digita e o analógico
Ebook: A escola, o digita e o analógicoEbook: A escola, o digita e o analógico
Ebook: A escola, o digita e o analógico
 
Ebook: A escola, o digital e o analógico
Ebook: A escola, o digital e o analógicoEbook: A escola, o digital e o analógico
Ebook: A escola, o digital e o analógico
 
Apresentação tcc jornada
Apresentação tcc jornadaApresentação tcc jornada
Apresentação tcc jornada
 
juventude_conectada-online
juventude_conectada-onlinejuventude_conectada-online
juventude_conectada-online
 
Juventude conectada online
Juventude conectada onlineJuventude conectada online
Juventude conectada online
 
Juventude Conectada 2014
Juventude Conectada 2014Juventude Conectada 2014
Juventude Conectada 2014
 
Letramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humano
Letramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humanoLetramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humano
Letramento Digital_Tecnologias e aprendizagem para o desenvolvimento humano
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
 
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdfEducação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
Educação e tecnologia Práticas Educativas para a aprendizagem(4).pdf
 
CULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdf
CULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdfCULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdf
CULTURA-DIGITAL_30-aulas-semanais.docx.pdf
 

Mais de eraser Juan José Calderón

Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...
Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...
Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...eraser Juan José Calderón
 
Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi,
Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi, Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi,
Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi, eraser Juan José Calderón
 
REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...
REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...
REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...eraser Juan José Calderón
 
Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...
Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...
Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...eraser Juan José Calderón
 
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...eraser Juan José Calderón
 
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...eraser Juan José Calderón
 
Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021
Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021
Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021eraser Juan José Calderón
 
#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...
#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...
#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...eraser Juan José Calderón
 
PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021
PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021
PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021eraser Juan José Calderón
 
Expert Panel of the European Blockchain Observatory and Forum
Expert Panel of the European Blockchain Observatory and ForumExpert Panel of the European Blockchain Observatory and Forum
Expert Panel of the European Blockchain Observatory and Forumeraser Juan José Calderón
 
Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...
Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...
Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...eraser Juan José Calderón
 
"Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla"
"Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla""Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla"
"Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla"eraser Juan José Calderón
 
Open educational resources (OER) in the Spanish universities
Open educational resources (OER) in the Spanish universitiesOpen educational resources (OER) in the Spanish universities
Open educational resources (OER) in the Spanish universitieseraser Juan José Calderón
 
El modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumno
El modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumnoEl modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumno
El modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumnoeraser Juan José Calderón
 
Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...
Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...
Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...eraser Juan José Calderón
 
Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.
Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.
Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.eraser Juan José Calderón
 
La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...
La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...
La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...eraser Juan José Calderón
 
Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...
Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...
Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...eraser Juan José Calderón
 
Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...
Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...
Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...eraser Juan José Calderón
 

Mais de eraser Juan José Calderón (20)

Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...
Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...
Evaluación de t-MOOC universitario sobre competencias digitales docentes medi...
 
Call for paper 71. Revista Comunicar
Call for paper 71. Revista ComunicarCall for paper 71. Revista Comunicar
Call for paper 71. Revista Comunicar
 
Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi,
Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi, Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi,
Editorial of the JBBA Vol 4, Issue 1, May 2021. Naseem Naqvi,
 
REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...
REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...
REGULATION OF THE EUROPEAN PARLIAMENT AND OF THE COUNCIL LAYING DOWN HARMONIS...
 
Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...
Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...
Predicting Big Data Adoption in Companies With an Explanatory and Predictive ...
 
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
 
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
Innovar con blockchain en las ciudades: Ideas para lograrlo, casos de uso y a...
 
Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021
Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021
Ética y Revolución Digital . revista Diecisiete nº 4. 2021
 
#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...
#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...
#StopBigTechGoverningBigTech . More than 170 Civil Society Groups Worldwide O...
 
PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021
PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021
PACTO POR LA CIENCIA Y LA INNOVACIÓN 8 de febrero de 2021
 
Expert Panel of the European Blockchain Observatory and Forum
Expert Panel of the European Blockchain Observatory and ForumExpert Panel of the European Blockchain Observatory and Forum
Expert Panel of the European Blockchain Observatory and Forum
 
Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...
Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...
Desigualdades educativas derivadas del COVID-19 desde una perspectiva feminis...
 
"Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla"
"Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla""Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla"
"Experiencias booktuber: Más allá del libro y de la pantalla"
 
Open educational resources (OER) in the Spanish universities
Open educational resources (OER) in the Spanish universitiesOpen educational resources (OER) in the Spanish universities
Open educational resources (OER) in the Spanish universities
 
El modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumno
El modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumnoEl modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumno
El modelo flipped classroom: un reto para una enseñanza centrada en el alumno
 
Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...
Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...
Pensamiento propio e integración transdisciplinaria en la epistémica social. ...
 
Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.
Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.
Escuela de Robótica de Misiones. Un modelo de educación disruptiva.
 
La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...
La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...
La Universidad española Frente a la pandemia. Actuaciones de Crue Universidad...
 
Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...
Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...
Covid-19 and IoT: Some Perspectives on the Use of IoT Technologies in Prevent...
 
Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...
Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...
Future Teacher Training of Several Universities with MOOCs as OER Ebner, Mart...
 

Último

Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 

Último (20)

Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 

O impacto dos influenciadores digitais na identidade dos adolescentes

  • 1. N. 2, VOL. 2. institucional.us.es/irocamm N.2 VOL 2 the mainstream review on communication
  • 2. El autor/es garantiza/n la autoría y originalidad del artículo, y asumen la plena y exclusiva responsabilidad por los daños y perjuicios que pudieran producirse como consecuencia de reclamaciones de terceros respecto del contenido, autoría o titularidad del contenido del mismo. "© Editorial Universidad de Sevilla 2019 PUBLISHERS University of Seville PUBLISHING LOCATION Seville – Spain E-MAIL AND WEBSITE info@irocamm.com www.irocamm.com https://editorial.us.es/es/irocamm-in- ternational-review-communica- tion-and-maketing-mix ORIGINAL DESIGN LA HUERTA www.lahuertaagencia.com ISSN 2605-0447 DOI http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM
  • 3. EDITOR Gloria Jiménez-Marín (University of Seville) ASSISTANT EDITORS Irene García Medina (Glasgow Caledonian University) Pedro A. Correia (Universidade da Madeira) Rodrigo Elías Zambrano (University of Seville) Paloma Sanz-Marcos (University of Sevilla) TECHNICAL SECRETARY Elena Bellido Pérez (University of Seville)
  • 4.
  • 5. ADVISORY BOARD Ana Almansa Martínez (University of Malaga –Spain–) Alejandro Álvarez Nobell (U. de Córdoba –Argentina–) Mónica Barrientos (Universidad of Seville –Spain–) Sandra Bustamante Martinez (Universidad de Belgrano, Buenos Aires, –Argentina–) Lindsey Carey (Glasgow Caledonian University –Scotland–) Patricia M. F Coelho (Universidade Metodista de São Paulo - UMESP –Brazil–) Pedro A. Correia (U. da Madeira –Portugal–) Jordi De San Eugenio Vela (Universitat de Vic –Spain–) Rodrigo Elías Zambrano (University of Seville –Spain–) Irene García Medina (Glasgow Caledonian University –Scotland–) Susan Giesecke (University of California Berkeley –EE.UU.–) Víctor Hernández de Santaolalla (University of Seville –Spain–) Paula Herrero Diz (University Loyola Andalucia –Spain–) Mònika Jiménez Morales (University Pompeu Fabra –Spain–) Antonino Lagan (Universitat de Messina –Italy–) Ferran Lalueza Bosch (Universitat Oberta de Catalunya –Spain–) Antonio Leal Jiménez (University of Cadiz –Spain–) Umberto León Domínguez (University of Monterrey –Mexico–) Javier Lozano Del Mar (University Loyola Andalucia –Spain–) Andrew Luckham (University of Seville –Spain–) Julie McColl (Glasgow Caledonian University –United Kingdom–) Juan Monserrat Gauchi (University of Alicante –Spain–) José Antonio Muñiz Velázquez (University Loyola Andalucia –Spain–) Antonio Naranjo Mantero (University of Silesia – Katowice –Poland–) Elisa Palomino (University of the Arts London –United Kingdom–) Marco Pedroni (Universitá ECampus de Novedrate / Universitá Cattolica del Sacro Cuore –Italiy–) Concha Pérez Curiel (University of Seville –Spain–) Antonio Pineda Cachero (University of Seville –Spain–) Christian Plantin (Université de Lyon –France–) Marta Pulido Polo (University of Seville –Spain–) Marina Ramos Serrano (University of Seville –Spain–) Paulo Ribeiro Cardoso (Universidade Fernando Pessoa –Portugal–) Lorena Romero Domínguez (University of Seville –Spain–) Mar Rubio Hernández (University of Seville –Spain–) Ricardo San Martín (University of California Berkeley –EE.UU.–) Carmen Silva Robles (University of Cadiz –Spain–) Sandra Vilajoana Alejandre (University Ramón Llul –Spain–) Kent Wilkinson (Texas Tech University –EE.UU.–)
  • 6. INDEX Inclusive application interface design aimed at functional illiterates Marilene Santana dos Santos Garcia, Helbe Heliamara Herarth, Darlan Rodrigues Martins & Ana Cláudiacuri Maciel (Centro Universitário Internacional UNINTER | PPGENT. Brasil) 7-12 Public relations and events: the organization of festivals as a tool for cultural promotion Marta Pulido Polo & José Vázquez González (Universidad de Sevilla. Spain) 13-23 Analysis of social representations in the red chronicle editorial produced in Ecuador Rosa Raquel Carpio Miranda, Laura Sofía Medina Andrade & Edmundo Guillermo Córdova Durán (Universidad de Guayaquil. Ecuador) 24-31 The impact of digital influences on teen identity building Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva (Universidade Cató- lica de Santos. Brasil) 32-40 The reader of the red chronicle between tastes and images. Diario Extra case Claudia Liliana Pezo, Edmundo Córdova Durán, Laura Medina Andrade & Jenny Medina (Uni- versidad de Guayaquil. Ecuador) 41-48 Construction of the social imaginary from an advertising perspective in sensationalist media Edmundo Guillermo Córdova Durán, José Gabriel Rivera Medina, Laura Sofia Medina Andra- de & Rosa Raquel Carpio Miranda (Universidad de Guayaquil. Ecuador) 49-57
  • 7. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 The impact of digital influences on teen identity building. Thalita Lacerda Nobre Universidade Católica de Santos. Brazil. thalita.nobre@unisantos.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4951-2301 Luciana Pereira Abrantes Universidade Católica de Santos. Brazil. lupabrantes@hotmail.com Carla Carolina Silva Universidade Católica de Santos. Brazil. carlacarolina.psico@gmail.com 32 O impacto dos influenciadores digitais na construção de identidade dos Abstract Nowadays, the use of information and communication technologies has generated significant social, economic and cultural changes. This paper aims to address the impacts of digital influencers on the identity construction of adolescents. The method used for this research was qualitative and exploratory, with data collection throu- gh bibliographic survey. In order to reach the goal, the paper discusses three fundamentals: the technology scenario and its development; the process and characteristics of adolescence and the relationship of the vir- tual world with young people in today’s urban societies. It also points out how adolescent may be psychically vulnerable when interacting excessively with digital influencers, demonstrating a relationship permeated by consumerism, individualism and superficial relationships. To discuss these issues we consulted authors of psy- choanalytic theory and also sociologists who portray modern society as Guy Debord and Zygmunt Bauman. Keywords: Adolescence; digital influencers; psychology.
  • 8. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 33 Resumo Na atualidade, o uso das tecnologias de informação e comunicação tem gerado significativas mudanças so- ciais, econômicas e culturais. Este trabalho tem como objetivo abordar sobre os impactos dos Influenciadores digitais na construção de identidade dos adolescentes. O método utilizado para esta pesquisa foi qualitativo e exploratório, com coleta de dados por meio de levantamento bibliográfico. A fim de chegar ao objetivo, o trabalho discorre sobre três aspectos que se fundamentam: o cenário da tecnologia e seu desenvolvimento; o processo e as características do adolescer e a relação do mundo virtual com os jovens das sociedades ur- banas atuais. Também aponta o quanto o adolescente pode encontrar-se vulnerável psiquicamente ao inte- ragir de forma excessiva com influenciador digital, demonstrando uma relação permeada pelo consumismo, individualismo e relações superficiais. Para discutir sobre essas questões foram consultados autores da teoria psicanalítica e também sociólogos que retratam a sociedade moderna como Guy Debord e Zygmunt Bauman. Palavras-chave Adolescência; influenciadores digitais; psicologia. 1. Introdução A pesquisa tem como base a seguinte pergunta-problema: De que modo os influenciadores digitais podem interferir na construção da identidade dos adolescentes? Essa questão se justifica, a partir da percepção de que a adolescência é um periodo de transição emocional da vida infantil para a vida adulta em que o sujeito se encontra influenciado por relações sociais. A escolha dessa temática justifica-se pela emergente demanda de adolescentes em se relacionar com influen- ciadores digitais, a fim de reproduzir seus hábitos e fazer uso de suas indicações como forma de construir sua imagem e identidade. Nesse sentido, tal fenomeno possibilita discutir também sobre os novos valores que estão se inserindo na sociedade contemporânea, como novas maneiras de pensar e de atuar estão ligadas a interferência dessa relação com os influenciadores digitais. Os estudos acerca dessa pesquisa visam também o aprofundamento na temática e assim a contribuição com pesquisas na área da Psicologia. Pretende-se também discutir sobre os impactos oriundos dessa relação virtual, inovadora e indutora no que concerne a estruturação da identidade dos jovens, por estarem em constante conexão com esses formadores de opinião. O método realizado foi o de pesquisa qualitativa e exploratória, com coleta de dados por meio de levantamento bibliográfico. 2. Breve histórico da internet A internet surgiu com o objetivo de armazenar dados pessoais dos indivíduos ou grupos que a utilizam, fun- cionando como uma espécie de banco de dados que permite a pessoa, ao acessá-la, buscar informações de seu interesse (Doria, 1995). Uma rede de informações iniciou-se na Segunda Guerra Mundial, com o intuito de rastrear informações com objetivo de eliminar pontos considerados inimigos. Posteriormente, a rede de informações, por meio de com- putadores, começou a ser utilizada nas universidades, possibilitando aos pesquisadores a troca de experiên- cias e acesso à pesquisa. Efetivamente, a internet nasceu no ano de 1969, nos Estados Unidos, interligando originalmente laboratórios de pesquisas (Loveluck, 2018). No Brasil, a rede de computadores foi inserida inicialmente, apenas para o auxílio e desenvolvimento dos meios acadêmicos e cientifico, na década de 1990. O seu acesso era restrito apenas aos frequentadores do ambiente universitário. Em 1995, se expandiu para outros ambientes, saindo do âmbito privado e se tornando de domínio público. Ainda no ambito mundial, nos anos 1990, o engenheiro de software Timothy John Berners-Lee e seu parceiro Robert Calilliau, criaram a World Wide Web (www). Esta ferramenta, possibilitou que estudantes de universi- dades fizessem, não apenas pesquisas acadêmicas, como também tivessem acesso a jogos de entretenimento, propiciou a criação de páginas com dados pessoais, logo, a teia mundial começava a se formar rapidamente (Carvalho, 2006). Atualmente, ao adentrar o universo da Web, é possível acessar uma série de conteúdos de interesses profis- sionais, educacionais, de saúde, de entretenimentos, bastando apenas um click, uma informação precisa ou
  • 9. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 34 qualquer coisa de interesse pessoal. Justamente por compor todos estes efeitos, criou-se a necessidade de estar conectado quase que todo o tempo, pois nas sociedades urbanizadas e industrializadas, podemos dizer que grande parte das pessoas possui um aparelho de celular em que a principal finalidade é o acesso à internet e seus variados serviços (Calazans, 2013). Nos anos que se seguiram, mais e mais pessoas entravam em conexão por meio da rede. No inicio dos anos 2000, os individuos usuarios de internet passaram a ter acesso à comunidades e plataforma virtuais, com o aparecimento de sites como, por exemplos, Orkut, Flickr, Digg e Facebook, (que eram de uso restrito ape- nas da Universidade de Harvard), mas que, ao serem expandidos, passou ao público em geral. Para isso, as conexões tiveram que se modernizar e a internet passou a ficar presente 24 horas por dia para aquele que quisesse acessá-la. 2.1. Influenciadores digitais À medida que a internet foi ganhando espaço e se tornando um dos meios de comunicação mais acessados, surge o interesse de grandes empresas de publicidade em fazer uso dessa ferramenta como um forte dis- seminador de propagandas. Nesse cenário, vários indivíduos têm mostrado, por meio das redes sociais, sua influência sobre milhares de pessoas, sendo eles denominados influenciadores digitais. Os digital influencers (como também são conhecidos os influenciadores) exercem um poder de interferência sobre as pessoas, no sentido de moldar e transformar opiniões. Assim, quando agem sobre a massa de seus seguidores1 , tem a ca- pacidade de influenciar boa parte da opinião pública, transformando comportamentos, ensejando o consumo de produtos, colocando em discussão alguns assuntos, entre outras atividades. De acordo com Santos, Silva & Santos (2016), a influência desses produtores de conteúdos digitais é deter- minada pela relação de identificação dos seus seguidores com o conteúdo produzido por ele, ou seja, quando uma empresa contrata algum influenciador digital deve conferir seus conteúdos e seu grau de influência. De acordo com Martinez & Romero (2015), as marcas estão conscientes do poder de influência dessas pes- soas sobre os comportamentos de consumo de populações específicas, por isso se utilizam do marketing de influência para impulsionar seus negócios. Os autores citam como exemplo desse tipo de prática, a contra- tação de blogueiras para divulgar a marca em seus blogs e espaços nas redes sociais, uma vez que oferecem credibilidade. Nesse sentido, pode-se pensar que a “venda” da imagem a fim de influenciar hábitos de consumo e pensa- mentos de pessoas se trataria de um processo de apresentação do próprio eu como commodity, do sujeito como mercadoria. Construir uma mídia ou uma marca que, a posteriori, será substituída pelo valor de troca do próprio autor, só é um processo possível por conta do modo como se organizam algumas sociedades urbanas atuais, sociedades essas que enaltecem a imagem pessoal, que valorizam aquilo que se mostra aos olhos de quem quer ver, do que é vendido como mercadoria por sua beleza e fácil consumo. 3. Adolescência Pode-se considerar que é nesse cenário social apresentado anteriormente que encontram-se os sujeitos de diversas fases do desenvolvimento. Porém, nos ateremos exclusivamente aos adolescentes, uma vez que po- demos considerar esse período como um dos mais críticos para a formação do sujeito, vivenciando este uma significativa etapa de mudanças físicas e biológicas, conforme explicita Griffa & Moreno (2001). Antes de iniciarmos a discussão sobre as questões contemporâneas, é interessante diferenciar o conceito de puberdade e adolescência. De acordo com Griffa & Moreno (2001, p. 10) puberdade “...deriva do latim puber- tate, isto é, “idade viril”, e do verbo pubescere, que significa ‘cobrir-se de pelos na região púbica’.” Assim, o período púbere significa o processo de maturação sexual da espécie humana, o período que inicia mudanças nos diferentes gêneros. O corpo se prepara para a forma adulta. Já, a adolescência, ainda de acordo com Griffa & Moreno (2001, p. 11), origina-se do latim adolescentia, cujo significado é “...período de crescer, de desenvolver-se.” De acordo com Dolto (2004), se caracteriza pela expe- riência de passagem, similar a um segundo momento de nascimento, de mudança de estado. Sendo assim, entende-se que a adolescência ocorra no plano emocional, a partir das mudanças físicas viven- ciadas pelos sujeitos. Por isso, a adolescência não é uma fase que obrigatoriamente se irá vivenciar, uma vez que depende do indivíduo e do momento histórico e cultural em que se encontra. Já a puberdade, sim, pois 1 Denominação informal das pessoas que acessam as informações e notícias transmitidas por esses influenciadores.
  • 10. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 35 trata-se de mudanças físicas consideráveis que alçam o sujeito a condição de reprodução da espécie. A adolescência, em muitas culturas é considerada um período em que o indivíduo passa por desequilíbrios e instabilidades extremas, momento de muitas perturbações que tem como objetivo a busca de uma identidade adulta (Aberastury& Knobel,1992). Trata-se de um período de transformações nos papeis sociais e no modo como o sujeito se reconhece e é reconhecido. De acordo com Aberastury & Knobel (1992), esse momento de modificações é vivido como uma “invasão” que permite ao adolescente viver a perda do corpo infantil e o obriga buscar uma nova identidade. O luto do corpo infantil ocorre de maneira lenta, vai se transformando à medida que o adolescente é capaz de aceitar tais transformações e, assim, reconhecer sua nova identidade. É um processo de muitas transformações e contradições devido às mùltiplas identificações com a contem- poraneidade e, por isso se apresenta com várias personalidades onde há oscilações entre diversos corpos e identidades. Terá que viver sucessivos lutos, dentre eles, a constatação de que: “...perdeu aquela graça infantil que, em nossa cultura, parece garantir o amor incondicional dos adultos, sua proteção e solicitude imediata” (Calligaris, 2000, p. 24). Neste sentido, o adolescente é alguém que procura o mundo externo, para ser alguém apto para o mundo adulto, pronto para a relação amorosa, sexualidade e para o trabalho. Ou seja, anos de aprendizados onde são ensinados os valores sociais que até serem inseridos, há um momento de suspensão e esse momento é a adolescência, o período da “moratória social”, conforme propõem Aberastury & Knobel (1992). Porém, um período em que essa suspensão na fixação sobre quem se é se torna paradoxal, já que “...ele é frustrado pela moratória imposta e, ao mesmo tempo, (vive2 ) a idealização social da adolescência lhe ordena que seja feliz” (Calligaris, 2000, p.18). Em busca da construção de sua identidade, o adolescente faz uso de ideologias que lhe garantem certas crenças. Os interesses surgem de acordo com o meio social e com o modo como ele se vê diante do grupo que busca pertencer. Pode haver uma confusão, uma vez que sabe muito bem o que ‘não’ quer para si, mas, ainda não tem convicção do que quer realmente (Aberastury & Knobel, 1992). Esse movimento, aos olhos dos adultos pode ser entendido como uma certa volubilidade por parte do adolescente. A inclinação do sujeito em formação para com grupos externos surge não apenas como busca de identidade, mas também se busca semelhança com os demais, onde ele pode encontrar autoconfiança e preservar sua estima pessoal. Já que “há um processo de superidentificação em massa, onde todos se identificam com cada um” (Aberastury & Knobel,1992, p. 36). E, à medida que se insere no grupo é preciso também se adequar e seguir seus hábitos e costumes. Ainda com relação a isso, Calligaris (2000, p. 71) discute sobre a inserção do adolescente no grupo expondo o seguinte: Os adolescentes, como vimos, se reúnem em grupos que podem ser mais ou menos fechados, mas sempre apresentam ao mundo uma identidade própria, diferente do universo dos adultos e dos outros grupos. No mínimo, são comunidades de estilo regrado por traços de identidade claros e definido, pois os membros devem pertencer a elas sem ter de coçar a cabeça se perguntando: ‘Mas o que será que os outros querem para me aceitar?’ Os grupos têm portanto em comum um look (vestimentas, cabe- los, maquiagem), preferências culturais (tipo de música, imprensa) e comportamentos (bares, clubes, restaurantes etc.). Observa-se que a adolescência é uma etapa de desenvolvimento da vida em que ocorrem significativos pro- cessos de identificação, o individuo busca constituir e afirmar seu Eu sobre o meio e isso auxiliará na organi- zação, formação e reconhecimento de si; essa condição se torna então, um fator primordial no que se refere o entendimento da construção da identidade adulta. 3.1. Identificação na adolescência A questão da identificação do adolescente na sociedade moderna é complexa, e possivelmente causa mais ansiedade que em outras épocas. Dentro de seu desenvolvimento esperado, o jovem passa por um processo de desidentificar os objetos e valores provenientes da infância, bem como os recursos culturais intrafamiliares, para que seja possível reidentificar-se com outros elementos fora de seu ambiente cultural conhecido (Levisky, 1995, p .62). A fim de discutir um pouco mais sobre esse processo, considera-se que a identificação pode ser conceituada como “processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro 2 Parênteses das autoras.
  • 11. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 36 e se transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo desse outro” (Laplanche & Pontalis, 2001, p. 226). Assim, tal processo assume papel central no desenvolvimento, na formação da personalidade e na constituição do ser. Levisky (1995, p. 56) descreve que a identificação ocorre: “...a partir de movimentos psíquicos existen- tes na relação pais/filhos (as), com o (a) último (a) incorporando, desenvolvendo e transformando, buscando alcançar seus próprios modelos, seu modo de ser, pensar e viver.” E o autor complementa o raciocinio expondo que a cultura é introjetada ao longo desse processo, uma vez que é transmitida pelos pais e pelo meio social. Dessa forma, o autor segue explicando que esses seres insaciáveis de prazeres, afrontam seus mundos ex- terno e interno, pois, é a partir das relações que eles constituem suas experiências emocionais, através de variadas identificações parciais constroem sua identidade. Como ainda estão em formação, esse jovens se encontram vulneráveis para integração de novos objetos com investimento afetivo, abrangendo a incorporação do objeto caótico (Levisky, 1995). Nesse sentido, o ego se encontra enfraquecido e em risco de ser tomado por ansiedades persecutórias, o que pode nos levar a pensar sobre a presença da ansiedade na relação do ado- lescente com o tempo, a tendência ao imediatismo e à fragilidade diante de alguém que lhe ofereça soluções simples para a complexidade e situação caótica de vida em que se encontra. 3.2. Narcisismo e ideal do ego A fim de aprofundar a discussão sobre a questão da identificação do adolescente, acredita-se que os conceitos de narcisismo e ideal do ego precisam ser trabalhados. O narcisismo se refere a um conceito proposto por Freud para descrever um dos processos psíquicos que tem como função a constituição do ego enquanto unidade psíquica, deste modo, tal unidade surge, de acordo com Laplanche e Pontalis (2001, p. 125) em dois registros, seja como “...um aparelho adaptativo, diferenciado do id em contato com a realidade exterior, quer definindo-o como o produto de identificações que levam à formação no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id”. Assim, a constituição do ego ocorre por meio de identificações e o narcisismo seria o movimento psiquico que poderia dar o tom para essa constituição. O narcisismo como amor a si, pressupõe também o investimento amoroso do sujeito para com a construção da imagem de si mesmo. De acordo com Nasio (1999) o narcisismo é uma “torção do eu”, onde o sujeito ao “fazer do amado um objeto fantasiado, ele se faz ele próprio objeto fantasiado”. Ou seja, a energia sexual que seria conduzida para o outro (ideal) volta-se para ele próprio. Como descrito por Freud em sua obra Sobre o narcisismo: uma introdução (1914), o narcisismo também co- rresponde a primeira forma no qual o ego se constitui, sob a forma de um ego ideal (narcisicamente investido). Porém, não pode se sustentar a todo o tempo, devendo ascender à constituição do ideal do ego, alimentado a partir da necessaria desidealização que necessita ser vivida, uma vez que o sujeito é confrontado com a realidade. Como explicitado por Caniato & Kapoia (2005, p. 2): O ideal de ego torna-se o instrumento de socialização do sujeito, à medida que representa seu desejo de retornar a um estado onipotente que foi perdido na passagem do narcisismo primário para o secundário e o faz mediante a aquisição de valores culturais adquiridos no processo de identificação com o objeto. O Ideal de Ego se apresenta como instância narcísica que investe seus interesses no externo, isto é, o sujeito idealiza um objetivo a ser alcançado. Isso ocorre para que o sujeito inserido em sua cultura busque aceitação, proteção e se reconheça como pertencente à lei do ambiente que faz parte. Na adolescência, o narcisismo é revivido, isso porque o adolescente regride aos desejos de onipotência, até mesmo pela tentativa definitiva de diferenciar-se dos objetos amados e porque deseja que seu investimento retorna para si mesmo. Para Ferrão & Poli (2014, p.49), “o sujeito irá entrar em conflito com essa imagem de si mesmo e a saída possível será uma tentativa de superar essa impossibilidade na forma de um Ideal de Eu3 ”. Nessa busca infindável pelo olhar e investimento no outro para constituição de seu próprio ser, ressaltamos a relação do narcisismo com a autoestima do adolescente na contemporaneidade. De acordo com Sibilia (2015), na contemporaneidade, há uma tendencia à perda de referência interior, uma vez que se instala a busca in- cessante de encontro a partir dos referenciais exteriores, conforme a autora: “...o centro de gravidade no qual esse novo tipo de sujeito se apoia reside no olhar alheio” (Sibilia, 2015, p. 357). “agora a subjetividade está pautada por um caráter alterdirigido, onde o fenômeno de publicização do espaço privado predomina e aqueles antigos diários íntimos se transformam em plataformas de blogs e redes sociais em que as pessoas relatam suas vidas de forma pública” (p. 19). Isso quer dizer que as figuras de identifi- cação importantes para a constituição do ego do sujeito podem ser obtidas pela rede. O olhar do outro viria da rede e os movimentos psiquicos dos individuos seriam norteados pelo olhar do outro que compõe a plateia 3 Nesse trabalho, optamos por utilizar a noção de ideal do ego e ideal do Eu sem diferenciação.
  • 12. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 37 do espetaculo. Pode-se pensar, com isso, que o ego, uma vez que se alimenta de identificações virtuais pode sofrer com a construção do ego ideal, uma vez que a desidealização pode ser afetada. A vida pública e a privada podem se misturar e o adolescente, em busca de aprovação e inserção social, tenderá a se identificar com a confusão de lugares. 4. A internet e a subjetividade Zygmunt Bauman (2001), em sua famosa obra Modernidade liquida contextualiza a era moderna marcada por um movimento subjetivo de liquidez, havendo certa fluidez, imediatismo, sem tempo ou espaço para a fixação e solidificação. Por isso, vive-se resultados em curto prazo, não respeitando o tempo de maturação para todo e qualquer processo. Como define o autor: ...é que os líquidos, diferentemente dos sólidos, não mantem sua forma com facilidade. Os fluidos, por assim dizer, não fixam o espaço nem se predem o tempo. Enquanto os sólidos têm dimensões espaciais claras, mas neutralizam o impacto e, portanto, diminui a significação do tempo (resistem efetivamente a seu fluxo ou o tornam irrelevante), os fluidos não se atem muito a qualquer forma e estão constan- temente prontos (e propensos) a muda-las; assim, para eles, o que conta é o tempo, mais do que o espaço do que lhes toca ocupar; espaço que, afinal, preenchem apenas “por um momento” (Bauman, 2001, p.8). O autor discorre sobre as superficialidades das relações sociais e considera tais consequências oriundas do capitalismo e das tecnologias atuais, entende que com o avanço destas, a sociedade deixou de produzir con- teúdos sólidos para então iniciar a ordem da flexibilização. Segundo Bauman (2001), os valores das sociedades foram se rompendo, já não há maiores ideologias, as instituições apresentam-se de forma precária e afetam as relações humanas. À medida que os valores foram se dissolvendo, por conta dessa velocidade, não mais foi possível firmar, fixar crenças, estilos de vida e etc. Atualmente, intensificaram as diferenças individuais. Qualquer diferença que surja na sociedade necessita de tempo para que o indivíduo assimile e internalize tamanha complexidade. Contudo, o que o autor traz como crítica é justamente este tempo que não mais é investido, as convicções sofrem mudanças antes mesmo de serem consolidados, isto é, solidificados em hábitos e costumes, construindo, assim, indivíduos em condições flexíveis que se desenvolvem frente às incertezas que a sociedade vem apresentando. Guy Debord (1997) faz uma análise interessante a respeito da sociedade contemporânea. Conforme sua obra A sociedade do espetáculo, publicada pela primeira vez na década de 60 do século XX, o autor associa a mo- dernidade apoiada na imagem, onde há um movimento mais voltado para os aspectos visíveis e superficiais, sustentado por circunstâncias precárias da vida cotidiana. Nesse sentido, as pessoas passam a admirar e con- sumir imagens de conteúdos que lhe faltam, ou seja, a imagem idealizada é colocada no lugar da realidade, tornando-se assim, um espetáculo, portanto, “tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma represen- tação” (Debord, 1997, p. 13). O autor considera que o espetáculo foi formando a partir da lógica do consumo. De acordo com Debord (1997, p.30): O espetáculo é o momento em que a mercadoria ocupou totalmente a vida social. Não apenas a relação com a mercadoria é visível, mas não se consegue ver nada além dela: o mundo que se vê é o seu mun- do. A produção econômica moderna espalha, extensa e intensivamente, sua ditadura. Debord (1997) afirma ainda que houve uma degradação do ser, que se transformou na exigência do ter, o que acarreta nos tempos atuais que “a vida social está totalmente tomada pelos resultados acumulados da eco- nomia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo “ter” efetivo deve extrair seu prestigio imediato e sua função” (p.18). Na atualidade, os valores se transformaram em torno da aparência, da necessidade de contemplação dos sujeitos. Dessa forma, o relacionamento entre indivíduos acontece não entre uma coisa ou outra, mais sim direcionada a imagem. O que se vive acaba sendo uma representação, por isso, “o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens” (p.14). Eis as consequências que a sociedade do espetáculo enfrenta. O autor complementa a discussão escrevendo que: “a verdade deixou de existir quase em toda parte, ou no melhor caso, ficou reduzida a hipótese que nun- ca poderá ser demonstrada” (Debord, 1997, p.176). Em outras palavras, a verdade ficou e tem ficado mais e
  • 13. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 38 mais submetida a sua aparência em detrimento de seu conteúdo. Nesse sentido, pode-se fazer uma pequena interpretação de que os influenciadores digitais poderiam ocupar o lugar de mensageiros contemporâneos aos sujeitos em formação de personalidade. Discutiu-se anteriormente nesse trabalho acerca da adolescencia como etapa crítica de busca de socialização e firmação do eu diante do grupo. Agora, a partir da discussão proposta pelas contribuições de Debord, é possível considerar a aceitação de influenciadores como sujeitos que orientam os habitos cotidianos e os costumes nessa faixa etária. Junta-se a isso, o meio utilizado para essa orientação a respeito da vida e do pensar sujeito, os dispositivos como smartphones e computador, por exemplo, amplificam o acesso. Acerca disso, Shirky comenta que: “... choque da inclusão de amadores como produtores, em que não precisamos mais pedir ajuda ou permissão a profissionais para dizer as coisas em público” (Shirky, 2011, p. 50). Com esse método de exposição disponível tecnologicamente, e pela fluidez das informações disseminadas na internet pode ser questionado que tipo de influência essas figuras públicas fomentam? Acerca dessa questão, Karhawi comenta que: O discurso circulante sustenta que os influenciadores são aqueles que têm algum poder no processo de decisão de compra de um sujeito; poder de colocar discussões em circulação; poder de influenciar em decisões em relação ao estilo de vida, gostos e bens culturais daqueles que estão em sua rede. (Karhawi, 2017, p. 48) Segundo o autor, qualquer sujeito é capaz de produzir conteúdo, mas nem todos tem esse “poder” de agregar um grupo de leitores ou fãs. Considera que, para esse alcance, é imprescindível conter atributos que o leitor julgue importante (e com as quais se identifique) tanto por uma perspectiva pessoal quanto de conteúdo e informação. Com relação ao meio, a internet ainda é classificada como a segunda maior mídia, prevista para ultrapassar a televisão até 2019, e “os influenciadores são tão ou mais importantes do que uma publicidade de 30 segundos no horário nobre da televisão aberta” (Camargo, Estevanim & Silveira, 2017, p. 105). Isso porque é percebida a mudança da interação entre as pessoas na rede, novos mediadores em prol do consumo, liberdade para pro- dução de conteúdo e a vinculação com as marcas. Desse modo, pode-se considerar que houve uma alteração no cenário da cultura participativa para convergência das mídias, demonstrando que essa convergência vai além da mudança tecnológica (Jenkins, 2009), torna-se uma mudança de atitudes, que tenderia, a medida em que se faz presente no cotidiano, a transformar subjetividade a longo prazo. Isso porque, conforme Camargo; Estevanim e Silveira comentam: “o sujeito pós-moderno não possui uma identidade fixa e permanente, mas sim múltipla e dinâmica, constantemente construída e reconstruída con- forme as relações que se estabelecem com os sistemas culturais” (Camargo, Estevanim & Silveira, 2017, p. 106). Nota-se que a pós modernidade apresenta uma complexidade intrinseca na apresentação das figuras de identificação. O processo identificatório torna-se mais complexo a medida em que se amplia a gama de sujeitos que influenciam e são influenciados. Além disso, de acordo com o exposto sobre o pensamento de Debord anteriormente, pode-se considerar que a vida social na pós-modernidade está pautada no paradigma estético, com isso o supérfluo adquire relevância na vida social, além de operar como fator agregador em meio a grupos. Nesse bojo, os profissionais de influência se mostram, e apresentam conteúdos ou marcas que são de seu interesse, e o mesmo acontece com os adolescentes que se identificam com essas pessoas. Há algo de con- creto (ex: produto/marca) ou mesmo subjetivo (conteúdos inconscientes) que reforçam e mantém essa troca, tornando-a cada vez mais intensa e frequente. Conforme se compreende, frente a isso, o adolescente, mergulhado neste espetáculo, busca referências para a construção de sua identidade. Nas sociedades capitalistas, o consumo de determinados produtos como ícones da aceitação social desse sujeito em formação pode ser prática organizadora. A fim de livrar-se da insegurança e do ostracismo, esse pode identificar-se facilmente com os veículos de publicidade (que atualmente apare- cem, também, como discutido anteriormente em outras plataformas, como por exemplo sob a imagem de um digital influencer) e, “assim, a cultura de massa promove e dá forma aos valores juvenis. Sua máxima é: sejam belos, sejam amorosos, sejam jovens. Eternamente.” (Medeiros, 2008, p. 88). É importante salientar que a propaganda, desde que iniciou seu direcionamento às massas, utilizou-se dos vei- culos que mais a aproximariam do mercado consumidor. Porém, o que gostaríamos de destacar é o fenomeno dos influenciadores como sujeitos que direcionam seus discursos diretamente para a população consumidora, os adolescentes. Também é interessante ressaltar que no mundo virtual, o adolescente é convidado a sair de sua realidade para adentrar em um universo onde tudo é possível, não haveria limites ou regras. Portanto, um lugar possível
  • 14. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 de desejar e realizar necessidades. Nesse sentido, o adolescente, como um sujeito que está voltado para si, buscando alimentar sua condição narcísica, pode tornar-se um indivíduo entorpecido pela própria imagem, que busca na relação com o influenciador conteúdos que lhe agradem, que satisfaça seus desejos, mesmo que virtualmente. Nessa relação, de um outro lado, nota-se que o influenciador também está reafirmando sua condição narcísica, já que, por intermédio das ferramentas tecnológicas, ele quer aparecer e parecer. Nesse caso, haveria uma consonância com a sociedade do espetáculo, pois há plateia e palco. Os influenciadores são reverenciados pelos jovens, como atores sociais, tornando-se autoridades, visto que as- sumem o papel de formadores de opinião, induzindo maneiras de se relacionar. Ao fazer uso de artifícios, como diálogos mais informais, expressando suas opiniões pessoais, faz com que o jovem se veja numa relação mais próxima, aparentando uma interação real. Porém, é preciso refletir sobre quais valores estão sendo colocados, já que os influenciadores possuem uma linguagem informal, sem objetivo de emitir informações precisas e seguras. Abordam temas a maneira como vivem e entendem sua vida e, o adolescente estando numa posição em busca de identificação, pode ficar a mercê da construção de opiniões “pré-formatadas”. 5. Considerações finais A comunicação sempre foi uma fonte indispensável para a construção de relacionamentos e, principalmente, configurar a ordem social. É uma necessidade do ser humano. No entanto, na contemporaneidade, as formas de se comunicar obtiveram avanços expressivos com a chegada das novas tecnologias, os meios de contatos tornaram-se rápidos e ágeis, envolvendo uma rede global, conectando inúmeras pessoas ao mesmo tempo. Com o desenvolvimento da internet, surgiram várias ferramentas e inúmeros serviços como forma de entre- tenimento, passando de fonte de informação para um comércio eletrônico complexo. Nesse cenário, surgem os influenciadores digitais, sujeitos que por intermédio das redes sociais, possuem capacidade e poder de interferência sobre a população que com eles se identificam. A influencia ocorre no campo do comportamento, além de anunciarem produtos, serviços e eventos. O influenciador é capaz de ditar modas, hábitos e costumes, seu público alvo, muitas vezes, é constituído por pessoas em formação de personalidade, como por exemplo, sujeitos na fase da adolescência. Pode-se obter com a pesquisa que o jovem atual que habita as sociedades industrializadas, vive grande influencia da tecno- logia da informação e comunicação, encontrando, em diversas plataformas, figuras de identificação e lugares interessantes para a construção de sua opinião, valores e ideais. É interessante considerar também que, por meio, dos influenciadores digitais, o sujeito pode obter apoio e identificações com grupos externos – pode fazer parte do grupo de seguidores de determinado influenciador. Por um outro lado, obtivemos que, uma vez que a relação com o influenciador pode ser considerada próxima – fruto das imagens em tempo real e da possibilidade de fazer comentários diretamente à celebridade – o sujeito seguidor tenderia a ser influenciado de um modo mais intenso do que se estivesse somente presente na televisão, por exemplo. Nesse sentido, acredita-se que, além das questões levantadas a partir da pesquisa sobre o tema, também algumas outras surgiram, como por exemplo: quais consequências a relação digital pode acarretar na subjeti- 6. Referências Aberastury, A. & Knobel, M. (1992) Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artmed. Bauman, Z. (2001). Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar. Blos, P. (1994). Adolescência: uma interpretação psicanalítica. São Paulo: Martins Fontes. Calazans, J.H.C. & Lima, C.A.R. (2013). Sociabilidades virtuais: do nascimento da internet a popularização dos sites de redes sociais online. In Resumos do 9º Encontro Nacional de História da Mídia da Universidade Federal de Ouro Preto (on-line). Ouro Preto, MG. Calligaris, C. (2000). A adolescência. São Paulo: Publifolha. Camargo, I; Estevanim, M.; Silveira, S. (2017). Cultura participativa e convergente: o cenário que favorece o nascimento dos influenciadores digitais. Communicare, 17(ed. especial). Recuperado de: https://cas- perlibero.edu.br/communicare-17-edicao-especial-de-70-anos-da-faculdade-casper-libero/ Caniato, A. & Kapoia, A. (2005). O narcisismo na cultura: a opressão narcísica na contemporaneidade vincu- lada à sociedade de consumo. In Proceedings of the 1th Simpósio Internacional do Adolescente, 2005, 39
  • 15. Thalita Lacerda Nobre, Luciana Pereira Abrantes & Carla Carolina Silva IROCAMM VOL. 2, N. 2 - Year 2019 Received: 17/12/2019 | Reviewed: 23/12/2019 Accepted: 28/12/2019 | Published: 31/12/2019 DOI: http://dx.doi.org/10.12795/IROCAMM.2019.v02.i02.04 Pp.: 32-40 e-ISSN: 2605/0447 40 IROCAMM- International Review Of Communication And Marketing Mix | e-ISSN: 2605/0447 © Editorial Universidad de Sevilla 2019 4.0 São Paulo (SP) [online]. Recuperado de:<http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_art- text&pid=MSC0000000082005000200017&lng=en&nrm=iso> . Carvalho, M. S. R. M. de. (2006). A trajetória da internet no Brasil: o surgimento das redes de computadores a instituição dos mecanismos de governança. (Dissertação de Mestrado). Instituto de Engenharia, Uni- versidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Debord, G. (1997). A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto. (Original publicado em 1967). Dolto, F. (2004). A causa dos adolescentes. São Paulo: Idéias & Letras. (Original publicado em 1988). Ferrão, V. S. & Poli, M. C. (2014). Adolescência como tempo do sujeito na psicanálise. Adolescência & Saúde, 11(2), 48-55. Freud, S. (1996). Sobre o narcisismo: uma introdução.. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psi- cológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 14). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1914). Griffa, M. C., & Moreno, J. E. (2001). Chaves para a psicologia do desenvolvimento: adolescência, vida adulta e velhice. (Tomo 2). São Paulo: Paulinas. Jenkins, H. (2008). Cultura da convergência. São Paulo: Aleph. Karhawi, I. (2017). Influenciadores Digitais: conceitos e práticas em discussão. Communicare, 17(ed. espe- cial). Recuperado de: https://casperlibero.edu.br/communicare-17-edicao-especial-de-70-anos-da-fa- culdade-casper-libero/ Laplanche, J. & Pontalis, J. B. (2001). Vocabulário da psicanálise. (Pedro Tamem, trad.). São Paulo: Martins Fontes. Levisky, D. L. (1995). Adolescência: Reflexões Psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas. Loveluck, B. (2018). Redes, liberdades e controle: uma genealogia política da internet. Editora Vozes Limitada. Martínez, A. C. & Romero, C. P. (2015). Prescriptores, marcas y tuits: el marketing de influencia. Revista In- ternacional de Investigación en Comunicación – aDResearch - ESIC. 12(12), pp.86-107. DOI: 12.7263/ ADRESIC.012.005 Medeiros, R. A. (2008). A relação de fascínio de um grupo de adolescentes pelo Orkut: retrato da modernidade líquida. (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. Nasio, J-D. (1999). O prazer de ler Freud. (Lucy Magalhães, trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Santos, S., Silva, P. & Santos, J. (2016). Gabriela Pugliesi: uma análise sobre o marketing de influência na rede social Instagram. In Resumos do XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste (on-line). Caruaru, PE. Shirky, C. (2011). A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. (Celina Porto- carrero, trad.). Rio de Janeiro: Zahar. Sibilia, P. (2015). Autenticidade e performance: a construção de si como personagem visível. Fronteiras – es- tudos midiáticos 17(3). doi: 10.4013/fem.2015.173.09