O documento discute as teorias da comunicação digital e da interface homem-máquina. Resume que (1) Douglas Engelbart desenvolveu o primeiro experimento que relacionou interfaces e mapeamento de bits em 1968, (2) foi influenciado pelo artigo "As We May Think" de Vannevar Bush que descrevia o Memex, um processador teórico, e (3) criou o mouse para estender o corpo humano para dentro da tela através de interfaces gráficas.
3. Mapeamento de bits
Espaço-informação Douglas Engelbart
A criação das primeiras Irá desenvolver, em 1968 o
interfaces transformou as primeiro experimento que
relações dos sujeitos com relacionará esses dois
as tecnologias. elementos.
6. As we may think
Ensaio escrito por Bush em 1945, que descrevia um
processador teórico, chamado Memex.
O Memex permitiria ao seu usuário abrir caminho por
grandes coleções de dados.
7. Memex
Consiste de uma
escrivaninha, e embora
possa ser presumivelmente
operado à distância, é
sobretudo o móvel em que
A metáfora que descrevia o
o usuário trabalha. Em
Memex era a de uma lancha
cima há telas translúcidas
veloz, que seria uma
inclinadas, em que o
mistura de uma máquina de
material pode ser
microfilmagem e
projetado para fácil
computador.
leitura. Há um teclado, e
conjunto de botões e
alavancas. Sob os demais
aspectos, parece-se uma
escrivaninha comum.
8.
9. Engelbart
Influenciado por esse artigo, Engelbart fará grandes
contribuições para a área da tecnologia da informação e da
comunicação.
Uma delas é o mouse, ferramenta capaz de extender o corpo
humano para dentro da tela, através das interfaces gráficas.
10. Engelbart
O mouse, criado por Engelbart faz um mapeamento de
bits na tela e, conforme o deslocamento espacial de um
dispositivo sobre uma superfície, novas informações são
transmitidas, de acordo com o mapeamento da tela.
13. Interface
Ela atua como uma espécie
de tradutor, mediando
entre as duas partes,
tornando uma sensível para
a outra.
Softwares que dão forma à
interação entre o sujeito e
o computador.
A interface governa uma
relação semântica,
caracterizada por
significado e expressão,
não por força física.
14. Interface
Os seres humanos pensam
através de palavras, conceitos,
imagens, sons e associações.
O computador pensa – se pensar
é a palavra correta no caso –
através de minúsculos pulsos de
eletricidade, que representam
um estado “ligado” ou
“desligado”, um 0 ou um 1.
15. Interface
Para que a revolução digital aconteça, é
preciso que o computador se apresente
ao usuário numa linguagem que este seja
capaz de compreender.
16.
17. As metáforas
As interfaces serão constituídas a partir de metáforas
visuais já existentes na vida cotidiana. Uma das mais
importantes será a das janelas, também criada por
Engelbart.
As janelas vão trazer aos computadores a noção de
espacialidade.
18. Janelas
Pesquisadores da Xerox
Parc vão desenvolver Até que um dos
experimentos com o mouse pesquisadores da
e as janelas de Engelbart. Xerox, Alan
Uma das limitações da Kay, revolucionará a
janela estava no pouco percepção acerca das
espaço disponível nas telas janelas.
dos computadores.
19. Janelas
Embora Engelbart e seus parceiros de trabalho tivessem
introduzido a janela, a partição que tinham em mente
demarcava sua própria porção do monitor. Não só era
difícil conservar a janela com que se estava
trabalhando, como as janelas acabavam competindo
pelo território extremamente limitado da tela.
20. Janelas
A solução de Kay para isso foi conceber a tela como uma
escrivaninha. Era a metáfora original do desktop. Como
se estivéssemos trabalhando com papeis de
verdade, aquele com que estaríamos lidando num
momento dado ficava em cima da pilha.
21. Janelas
Nesse período, as metáforas eram bem menos visuais,
em função da tecnologia disponível. No entanto, essa
proposta dotou a tela de profundidade.
22. O hipertexto
Uma das razões para o
sucesso da web.
No entanto, o hipertexto
O hipertexto é a base da
foi negligenciado durante
informação na rede e é o
muito tempo em
que a diferencia dos demais
detrimento a outros
meios de comunicação.
recursos multimídia.
Vínculos de associação
espalhados pela infosfera.
23. O hiperlink
Promoveu transformações no nível da linguagem. É a primeira
nova forma significante de pontuação a emergir em séculos.
Ele sugere uma nova maneira de escrever e narrar.
24. Link, segundo a linguística
Algo que desempenha um papel conjuncional, ligando ideias
díspares em prosa.
25. Hiperlink: A origem
O autor afirmava que um
dos problemas do mundo
pós-guerra era que as
A origem do hiperlink
ferramentas de produção
remonta ao já citado artigo
do conhecimento haviam
de Vannevar Bush.
avançado mais depressa do
que as de processamento
de conhecimento.
26. Hiperlink
O Memex surge como uma solução para isso. A ideia de
navegação e, por consequência, de hiperlinks já está
implícita.
No entanto, no caso do memex, os “elos de conexão”
foram pensados como trilhas, que seriam um meio de
organizar informação que não segue os ditames
estritos, inflexíveis do sistema decimal ou de outras
convenções hierárquicas.
27. Hipertexto
No entanto, nesse formato,
A informação hipertextual
o caminho já estava pré-
já estava presente nas
determinado pelas
enciclopédias.
informações catalogadas.
28.
29. Hiperlinks
É curioso pensar que o artigo de Bush traz tantas
previsões interessantes acerca do computador e das
tecnologias.
Mas ao mesmo tempo, o artigo vê a ferramenta
potencial como algo que irá contribuir somente para o
universo corporativo e não imagina as transformações
que seu projeto utópico poderia trazer à sociabilidade e
ao universo do entretenimento.
30. Hipertexto
O advogado de patentes tem à sua disposição milhares de
patentes concedidas com trilhas conhecidas para cada
ponto do interesse de seu cliente. O médico, confuso com
as reações de seu paciente, encontra a trilha estabelecida
no estado de um caso similar anterior, e percorre
rapidamente registros de casos análogos com referências
laterais aos clássicos de anatomia e histologia
pertinentes. O químico, às voltas com a síntese de um
composto orgânico, tem toda a literatura química diante
de si, em seu laboratório, com trilhas que acompanham as
analogias dos compostos, e trilhas laterais para o
comportamento físico e químico destes.
31. Trilha x Hiperlink
Embora assemelhem-se Conforme as trilhas fossem
bastante à experiência construídas no Memex seu
contemporânea de conteúdo perduraria. Na
navegação na web, o rede, o percurso individual
Memex ainda representa do sujeito depende dos
algo que a tecnologia atual conteúdos disponíveis e é
não permite. reconstruído por cada
sujeito.
32. Hiperlinks x Trilhas
Steven Johnson (1996)
critica os desenvolvedores
web ao alegar que um No entanto, em 1996 ainda
cientista de meia-idade, do não havia links
exército, escrevendo 30 patrocinados, omnibox...
anos antes do surgimento essas tecnologias se
do computador foi capaz de aproximam mais das trilhas
compreender melhor a do Memex?
interatividade do que todos
os titãs do vale do silício...
36. A chegada do computador...
Pensou-se que seria mais fácil
Porém, o que se observa é que
ampliar o papel do ouvinte
a interação
para além de escutar, dando a
é, atualmente, reduzida a
ele a oportunidade de falar, de
meros aspectos tecnológicos, o
não ficar isolado, e sim,
que menospreza a
relacionado.
complexidade do processo de
interação mediada.
39. Participar x apontar-clicar:
...mesmo que todas as reações
Quanto mais clicável um
dos links e botões estejam
site for, mais interativo ele
determinadas na
será considerado... programação/previsão.
40.
41.
42. Interação é
diálogo
A interação deve ser tratada
como diálogo, uma prática
real de conversação, onde
cada rodada modifica os
interlocutores, seus
comportamentos, suas
mensagens e a própria relação
entre eles.
44. Característic Interação face a Interação mediada Interação quase-
as interativas face mediada
Espaço-tempo Contexto de co- Separação dos Separação dos
presença; sistema contextos; contextos;
referencial espaço- disponibilidade disponibilidade
temporal comum estendida no tempo e estendida no tempo e
no espaço no espaço
Possibilidade Multiplicidade de Limitação das Limitação das
de deixas deixas simbólicas possibilidades de deixas possibilidades de deixas
simbólicas simbólicas simbólicas
Orientação da Orientada para outros Orientada para outros Orientada para um
atividade específicos específicos número indefinido de
receptores potenciais
Dialógica / Dialógica Dialógica Monológica
Monológica
45. A questão dialógica...
O autor sugere que as novas
tecnologias de comunicação
permitem um grau de
receptividade maior.
46. Homem e Máquina
Não se pode pensar em interação entre o
homem e a máquina, pois a máquina não
dialoga com o homem.
47. Conversacionality
Interação onde o usuário e
o computador estão em A interatividade seria uma
diálogo permanente, onde espécie de conversação entre
a uma ação corresponde o homem e a máquina através
um leque de possibilidades das interfaces.
de respostas.
53. Interação
Varia qualitativamente de acordo com a relação mantida
entre os envolvidos, variando progressivamente da interação
mais reativa (programada e determinística) à de maior
envolvimento e reciprocidade (interação mútua).
54. De receptor a usuário...
O conceito “usuário” foi
herdado dessa visão tecnicista
O usuário faz uso daquilo que já
que prioriza a interação
está pronto e lhe é oferecido
homem-máquina em
para manipulação.
detrimento do diálogo homem-
homem.
55. O sujeito no ciberespaço
É preciso enxergar o sujeito no ciberespaço além
de um mero visitante.
O sujeito tem um papel fundamental na construção dos
conteúdos na rede.
56. Edward Tufte (Yale)
Existem apenas duas indústrias
que denominam seu público
como usuários: a que vende
tecnologia e a que vende
drogas!
57. Marcos Silva
O usuário é, portanto, um experimentador com imenso
leque de possibilidades. Na perspectiva da “criação
interativa”, ele pode agir sobre a imagem, sobre o
processamento do programa, em tempo real (quase
simultaneamente) e mudar parâmetros, dados e
instruções.
59. Usuário
O termo refere-se à
utilização de um
pacote
acabado, pré-
determinado pela
empresa produtora
do software.
60.
61. Alex Primo
O autor propõe a adoção desse
termo, que emana a ideia de
Interagente, pois, é aquele
interação, ou seja ação (ou
que age com o outro.
relação) que acontece entre
os participantes.
66. Hipertexto potencial
Os caminhos e movimentos
possíveis estão pré-definidos e
Era a forma mais
não se abre espaço para o
tradicional de hipertexto
interagente visitante incluir
seus próprios textos e no início da internet.
imagens.
70. Hipertexto colaborativo
É um tipo de hipertexto
com as possibilidades de
edição limitadas por
Não é um tipo de produção
padrões pré-
exclusiva do ciberespaço.
determinados, sem
discussões durante o
processo criativo.
71. Hipertexto colaborativo
A colaboração se volta mais para a organização e
gerenciamento de informações do que propriamente a
construção conjunta de algo.
76. Hipertexto Cooperativo
Piaget (1973)
Terceiro nível de interação
hipertextual, que também
oferece possibilidades de
criação coletiva, mas Cooperar envolve “operações
através de uma discussão efetuadas em comum ou em
contínua, o produto é correspondência recíproca”.
modificado enquanto é O eu é substituído pelo nós e
desenvolvido. as ações e operações se
tornam interações.
77.
78. Cooperativo e Colaborativo
Esses dois formatos se confundem o tempo todo na rede, pois
um hipertexto cooperativo pode ser transformado através do
volume de acessos de um conteúdo, por exemplo.
Ao mesmo tempo, um hipertexto puramente potencial pode
ser transformado de maneira colaborativa, também.
80. Web 2.0
Trocadilho com o indicador
de versão de softwares, foi
Segunda geração de
popularizado pela O’Reilly
serviços online.
Media e pela MediaLive
International em 2004.
81. Web 2.0
Caracteriza-se por
potencializar as formas de Amplia os espaços de
publicação, compartilhame interação entre os
nto e organização de participantes do processo.
informações.
82. Web 2.0
Potencializa processos de
trabalho coletivo, de troca
afetiva, de produção e
Repercussões sociais circulação de informações,
construção social de
conhecimento, apoiada pela
informática.
83. Web 2.0
Trabalhar a web como
plataforma. Viabilizar funções
online que antes só poderiam
Princípio-base
ser conduzidas por programas
instalados em um
computador.
84. Web 2.0
Além do aperfeiçoamento da
“usabilidade”, surgem nos
Arquitetura da participação sistemas recursos de
interconexão e
compartilhamento.
85.
86. Web 2.0
Quanto mais sujeitos usarem
Arquitetura da participação um serviço, melhor ele irá se
tornar.
87. Web 2.0
A ênfase sai do modelo
Integração de
transmissionista (da emissão)
funcionalidades:
e passa para a participação.
88. Web 2.0
Blogs com sistemas de
comentários, sistemas de
Integração de assinatura, Flickr,
funcionalidades: enciclópedias e jornais
online, webjornalismo
participativo.
89. A rede ganha importância
Os blogs ilustram
perfeitamente a web 2.0, pois
são capazes de aglomerar os
sujeitos em torno de grupos Blogosfera, Blogroll
de interesse, através do
modelo de conexão de micro-
redes.
90. O Blog na web 2.0
No entanto, foi apropriado
socialmente como diário
pessoal...
O blog surge como um
weblog, uma ferramenta
que permitiria o registro
sobre informações de sites E posteriormente como
da rede. ferramenta de comunicação
organizacional.
91. O que faz um blog ser um blog?
Pots ordenados Blogroll (lista de blogs
cronologicamente favoritos – Blogosfera)
Permalink (endereço Comentários (com ou sem
permanente para moderação)
postagens)
92. Web 2.0
Modelo Push Modelo Pull
Pull: O conteúdo é puxado Push: O conteúdo é
pela audiência empurrado até a audiência.
93. Web 2.0
A Web 2.0 desenvolve uma
Modelo push / Pull forma híbrida desses dois
modelos.
94. Web 2.0
O surgimento de serviços de
registros online de favoritos
para a organização, como o
Social Bookmarking del.icio.us ou o Technorati
permitem a associação de
tags a referências e
materiais: Metadados.
95. Web 2.0
Neologismo criado por
Thomas Vander Wall a partir
dos termos folk + taxonomia.
Folksonomia
Classificação social de “baixo
para cima”.
96. Folksonomia
Exemplo: Flickr. A partir das tags
registradas para as fotos, outros
internautas podem encontrar essas
imagens a partir de buscas específicas.
97.
98.
99. Web 2.0
A escrita coletiva e o processo de tagging demonstram
que a abertura para o trabalho colaborativo oferece
uma dinâmica alternativa ao modelo de produção,
indexação e controle por equipes de autoridades.
100. Web 2.0
A credibilidade e relevância dos materiais publicados é
reconhecida a partir da constante dinâmica de
construção e atualização coletiva.
101. Web 2.0
No entanto, ao mesmo tempo que a abertura para o
trabalho coletivo pode motivar a intervenção de
múltiplas vozes, vandalismos, confusões e erros de
informação ou de uso das ferramentas ganham também
espaço.
102. Web 2.0
Como prevenir e evitar que os participantes se afastem
em virtude de conflitos excessivos, de ataques
insistentes de vândalos, spammers ou de pessoas apenas
interessadas em testar os limites do trabalho voluntário?
103. Web 2.0
A arquitetura da participação
dos serviços online deve
Gestão coletiva oferecer também recursos
para a gestão coletiva do
trabalho comum.
104. Web 2.0
A arquitetura da participação pode impor certos
condicionamentos à coletividade. Sistemas de produção
abertos atraem os colaboradores, mas também os
aproveitadores e vândalos.
105. Web 2.0
Para combater isso, os
próprios sistemas atribuem
status de moderador ou
Coletividade
administrador a qualquer
participante com um histórico
de colaborações regulares.
107. Web 3.0?
No entanto, muitos autores
A web 2.0 não foi marcada tentam criar um novo
por uma ruptura de uma marco para transformações
primeira fase com a na rede. Mas, de
segunda. Foi um processo fato, observa-se que a rede
natural. é caracterizada pela web
2.0
108. A wikipédia diz...
O termo Web 3.0 foi empregado pela primeira vez pelo
jornalista John Markoff, num artigo do New York Times e
logo incorporado e rejeitado com igual ardor pela
comunidade virtual. A principal reação vem da blogosfera.
Nos diários virtuais de especialistas detratores, a crítica
mais comum é a de que Web 3.0 nada mais é do que a
tentativa de incutir nos internautas um termo de fácil
assimilação para definir algo que ainda nem existe.
Aliás, críticas idênticas já se fazem à Web 2.0.
109. A wikipédia diz...
A Web 3.0 propõe-se a ser, num período de cinco a dez
anos, a terceira geração da Internet. (...) A Web 3.0
pretende ser a organização e o uso de maneira mais
inteligente de todo o conhecimento já disponível na
Internet.
Esta inovação está focada mais nas estruturas dos sites e
menos no usuário. Pesquisa-se a convergência de várias
tecnologias que já existem e que serão usadas ao mesmo
tempo, num grande salto de sinergia. Banda larga, acesso
móvel à internet, e a tecnologia de rede semântica, todos
utilizados juntos, de maneira inteligente e atingindo a
maturidade ao mesmo tempo.
110. Exercício
A partir das três categorias de hipertexto apresentadas por
PRIMO (2007), selecione três sites e enquadre-os em cada
uma das categorias, respectivamente. No caso do hipertexto
colaborativo/cooperativo, analise, também, se é feito algum
controle contra vândalos ou aproveitadores.
Escolha um blog e analise os seguintes aspectos:
1. Se é pessoal ou profissional
2. Se é individual ou coletivo
3. Qual é o blogroll
4. Se permite comentários
5. Se o número de participantes cresceu em relação à
sua origem (comentários e compartilhamentos)
6. Se o estilo de escrita mudou desde a sua origem