Pesquisa sobre história, composição e usos dos tecidos tafetá, triocoline e laise, realizada para a disciplina de Materiais Têxteis do curso de Design de Moda do Senac São Paulo.
2. SENAC
Design de Moda / Estilismo
Materiais Têxteis I
Bruna Conceição Carvalho
Elaine Cristina Santana da Silva
Lívia Bonato de Oliveira
Marina Frota e Silva
Vivian Vianna Leal Kenski
06 de março de 2018
4. O decote pontudo
exagerado é acentuado
com um top de espartilho
feito de cetim de seda de
marfim dourado e
termina com uma grande
saia de tafetá Radzimir
de seda marfim.
TAFETÁ
5. TAFETÁ
Tipo de ligamento na tecelagem em que cada fio da trama
passa alternadamente por cima e por baixo de cada fio de
urdume. É o mais simples e comum (mais de 70% dos têxteis são
confeccionados nessa técnica).
7. TAFETÁ
Tipo de entrelaçamento, também conhecido como tela, é
desenhado em forma de um jogo de dama. É o ligamento de
construção mais simples e utiliza menos quadros e teares mais
simples. É muito usado para o tecido de algodão,
proporcionando boas características de resistência durante o uso
e lavagem.
Exemplos de tecidos:
- de fibra de algodão: tela, tricoline, popeline, musseline.
- de seda: tafetá, organza, chiffon, georgette, shantung.
- de fibra sintética: oxford, tafetá de poliéster. (Moda em 360o)
8. Também é o nome que se dá a um tipo de tecido de fibra de
seda com ligamento tela (ou tafetá).
No caso da seda, o tipo de ligamento tem especial importância,
pois determina de maneira expressiva o tecido que é obtido.
Além do ligamento tela, pode ter ligamento sarja, cetim, malha
ou jacquard e cada um deles resulta em tecidos com
características diferentes (brilho, espessura, desenhos,
opacidade, textura, etc). (Moda em 360o)
TAFETÁ
9. "Tecido estaladiço, de trama cerrada de fibras de seda ou
parecidas com seda, como o rayon." (500 years of textiles)
"Tecido fino e firme, de seda natural ou artificial, com um
brilho iridescente. Acredita-se que tenha recebido esse
nome por causa do tecido persa taftan. Desde o século
XIX, é muito usado em roupas toalete.” (Enciclopédia da Moda)
“Tecidos eram geralmente nomeados de acordo com seu
maior centro de produção. (…) Tafetá, uma estaladiça e
macia trama de seda, vem do persa taftan ('brilhar').” (The
Medieval World)
TAFETÁ
10. TAFETÁ
Tafetá pintado proveniente da
China, séculos XVIII-XIX, Museu
dos Tecidos de Lyon.
(Tecidos, histórias, tramas, tipos e usos, p.86)
Tanto a Pérsia (Irã) quanto a
China são considerados
berços da seda e dos tecidos.
Costumava ser um tecido de
luxo usado pelas mulheres
ricas, mas atualmente pode ser
usado por qualquer pessoa.
11. No século VIII, na China,
os tecidos de estrutura sarja
com trama pelo lado direito
haviam substituído quase
por completo a tradicional
estrutura tafetá com
urdidura pelo lado direito,
permitindo que mais cores
fossem incorporadas ao
tecido.
(Tudo sobre moda, p.34)
TAFETÁ
12. Características do tecido
Embora o tafetá seja feito originalmente de fibras de seda, está também
disponível em misturas que incorporam fibras sintéticas. Esse tecido macio -
cujo nome vem da palavra Persa ‘taftah’ - que significa pano de seda - é
facilmente identificável pelo brilho cintilante no lado direito do tecido.
Tafetá é um tecido estaladiço, de cruzamento superfino, com um ruído
distintivo. Tramados com fios de filamentos de alta torção em um tecido
simples, os tafetás têm aproximadamente o mesmo número de fios tanto na
urdidura como na trama.
Uma diversidade de tafetás está disponível, variando de suave a rígida, leve
a média, em cores sólidas, estampas, xadrezes e tecidos iridescentes. Hoje
muitos são de rayon, acetato, nylon, poliéster ou combinações.
(Claire Shaeffer's Fabric Sewing Guide)
TAFETÁ
13. Características do tecido
•Tafetá é facilmente danificado por alfinetes, agulhas e rasgos (aconselha-se
usar agulhas muito finas ou pesos para prender os moldes na hora de
cortar)
•Alguns tafetás emaranham e desfiam bastante
•Tafetás são suscetíveis a deslizamento de costura
•As costuras cortadas são freqüentemente um problema
•Tafetá marca facilmente e pode ser danificado permanentemente por dobrar
•Tafetás são difíceis de serem feitos
•São facilmente danificados ao pressionar
•Alguns padrões moiré não são permanentes
•Alguns tafetás mancham com água e muitos mostrarão manchas de
transpiração
(Claire Shaeffer's Fabric Sewing Guide)
TAFETÁ
14. Vestidos de tafetá
O tafetá é versátil, usado frequentemente para forros de vestidos, é também o
tecido escolhido para muitos vestidos de cocktail elegantes, roupas de baile,
vestidos de noiva e outros vestidos formais. O tafetá vem em muitos pesos,
que vão desde os médios até os finamente tramados.
Os detalhes de tafetá em vestidos, como laços grandes nas costas ou nas
laterais e várias camadas, mantêm a forma sem deformar devido à textura
suave e rígida do têxtil. Mesmo com drapeado significativo, o tafetá de seda
em vestidos sem alças geralmente mantêm o formato ao redor do corpete.
Mesmo que você dance a noite toda em uma festa ou ande e se misture em
um coquetel, seu vestido de tafetá com corpete drapeado, forma de trompete
ou saia balonê permanecerá intacto a noite toda.
(The Bump: http://living.thebump.com/silk-vs-taffeta-dress-fabric-11105.html)
TAFETÁ
15. TAFETÁ
Retrato de Sir Antoon van
Dyck mostra o rei Carlos I e a
rainha Henriqueta com seus
filhos mais velhos (1632)
(Tudo sobre moda, p.78)
16. TAFETÁ
Na era vitoriana
(1837-1901), os
vestidos noturnos eram
extremamente
decotados e feitos de
tecidos finos como o
veludo, a seda ou o
tafetá de seda.
(Tudo sobre moda, p.147)
17. TAFETÁ
Na confecção de tecidos com desenho
xadrez, que compreende listras tanto na
trama quanto no urdume, é usado o
ligamento tafetá.
Vestido de xadrez para o dia (1857)
A saia em formato de sino deste vestido de tafetá
xadrez é usada sobre uma crinolina de metal com
aros flexíveis. Este vestido é feito de tafetá de seda
com fios tingidos, um tecido leve e liso que permite
o volume mais estruturado da saia.
Tecido: Faixas alternadas de fios coloridos são
tecidos com os ângulos retos da trama e da
urdidura se encaixando uma na outra. No ponto
onde as diferentes cores se cruzam, novas cores
aparecem da mistura das originais. (Tudo sobre moda,
p.152 e 153)
19. Família do Tafetá
Embora uma trama simples seja usada para produzir o tafetá, este tecido também é
dividido em diferentes classificações.
Antique tafetá é um tecido rígido com nervuras na trama, feito de seda Dupioni ou fibras
sintéticas.
Faille tafetá tem cruzamentos mais pronuncaidos. É frequentemente tramado em fios
básicos.
Iridescent tafetá é tramado com uma cor de fio no urdume e outra cor na trama.
Moiré tafetá ou moiré faille é facilmente identificado por seu padrão ondulado de marca
d’água, que pode ou não ser permanente. É feito de rayon ou seda.
Paper tafetá é um tafetá muito leve com cruzamentos muito finos.
Tafetá pigmentado é um tafetá opaco.
Tissue tafetá é um tafetá puro leve. Em comparação ao paper tafetá, é mais macio.
(Claire Shaeffer's Fabric Sewing Guide)
TAFETÁ
21. Dicas de manipulação e conservação
• Muitos tafetás são escolhidos por sua beleza e não pela durabilidade. Os melhores, e
mais caros, são de seda com trama fechada. Tafetá com mais fios por polegada mantêm
a forma melhor, desfiam menos e tem menos deslizamento na costura. Quando estiver
em dúvida, raspe a unha pelo tecido. Se os fios da urdidura se separarem, o tafetá é
tramado folgadamente, as costuras vão escorregar e o tecido vai desfiar.
• Muitos tafetá, especialmente os de seda, são facilmente marcados por dobras. Peça por
um tubo de papelão quando fizer sua compra e enrole o tecido em volta dele para evitar
marcas permanentes.
• Se você não pretende usar o tecido imediatamente, embrulhe o tafetá enrolado em um
papel de seda branco, um lençol branco velho ou uma fronha.
(Claire Shaeffer's Fabric Sewing Guide)
TAFETÁ
22. Dicas de manipulação e conservação
• O tafetá uma escolha popular para trajes de ocasiões especiais, como vestidos de noiva,
vestidos de formatura e vestidos e casacos de festa. Ele cai bem para modelos que
precisam de tecidos mais firmes.
• As variedades de tafetá vão dos macios aos muito rígidos, brilhantes aos opacos, muito
leves dos medianamente pesados. Para os tecidos leves e meio pesados, considere saias
volumosas, ajustadas ou plissadas, mangas ajustadas, babados e drapeados. Para os
tafetá mais rígidos e pesados, escolha formas esculturais com linhas simples, costuras
incomuns, saias em A e pouca ou nenhuma flexibilidade.
• Tafetá cai bem em casacos se você não se importar com o ruído. Reduza a folga na
manga conforme necessário ou corte a manga em viés.
(Claire Shaeffer's Fabric Sewing Guide)
TAFETÁ
23. Oscar de la Renta -
Primavera 2012:
The look was 1970s
rich hippie with airy
silk taffeta skirts
worn with lace
overshirts.
Carolina Herrera
27. Dries Van Noten's Vatis
crop trench coat é feito
usando tafetá tech azul
marinho. Com uma
pegada moderna no estilo
clássico, esse casaco
encurtado se estrita na
cintura, criando um efeito
peplum.
• 83% poliester, 17%
poliamida.
• Lavagem à seco.
TAFETÁ
28. Julien David (SS 2018)
O destaque da coleção de Julien David está nos
detalhes. O material de uma mochila é tafetá de
nylon moldado por calor. "Eu achei que se eu
usasse materiais baratos e os modificasse, eles se
tornariam minha própria versão.“
E assim se seguiu uma coleção que chamou a
atenção por si mesma, tentando misturar. Perto do
final, um modelo se levantou da sua cadeira na
primeira fila a andou pela passarela, ele estava lá
com seu casaco de tafetá de nylon e camisa
amarelo Post-it o tempo todo. David achou processo
todo iluminador: “Você sabe, essas são coisas que
você não questiona, é como se elas estivessem
sempre estado lá. Essa era a sensação na qual eu
estava interessado."
https://www.vogue.com/fashion-shows/spring-2018-menswear/julien-david
Bottega Veneta
TAFETÁ
30. TRICOLINE
O tricoline é um tecido de construção em tela, produzido
com a leveza e a resistência de finos fios e suaves de algodão
penteado mercerizado. Pode ser liso, estampado ou obter
padrões com fio tinto, como xadrezes e listrados.
Seu peso é um pouco maior que o da cambraia. É a base da
camisaria da mundo todo, atendendo a um mercado cada vez
mais exigente e sofisticado no que diz respeito a tecidos leves.
Pode ainda obter elasticidade quando combinado com o
elastano.
31. História
Foi criado por uma empresa britânica no início do século XX.
O investimento na indústria têxtil sofreu entre as guerras, como
resultado da depressão, o comércio e a produção caíram pela metade
do nível de 1913, e James Nelson Ltd., como havia sido desde 1914,
investiu mais do que nunca.
Seu tecido mais vendido era um poplin superfino para o mercado
americano desenvolvido com um conversor de Manchester chamado
Whitworth e Mitchell, que foi registrado por eles como “Tricolina”.
Acredita-se que foi chamado assim depois que um visitante americano
da fábrica, ao vê-lo pela primeira vez, exclamou:
"Isso é uma linha complicada! (TRICK LINE)“
TRICOLINE
33. Nos anos 30, entre as guerras, por uma
demanda de mercado, buscou-se
alternativas para se desenvolver uma seda
artificial barata e de boa qualidade.
As empresas faziam grandes investimentos
em publicidade para estimular o comércio
em resposta ao contexto econômico em
períodos de depressão.
Contudo, as fabricantes anunciavam
principalmente para outras empresas que
revendiam seus produtos, investindo em
representantes que as visitavam e na
participação em feiras comerciais.
Fonte: Artigo Advertising Strategies in the Interwar British Printed Textile Industry
By Dr Emily Baines, De Montfort University, Leicester, UK - IEHC Helsinki 2006
TRICOLINE
34. The Brisbane Courrier - Qui 9 Ago 1928 - Page 19 (https://trove.nla.gov.au/newspaper/article/21315230)
TRICOLINE
Sr. Walter Williams,
representante da Witworth and
Mitchell, a notável fabricante
de tecidos inglesa tem finas
amostras dos tecidos Wemco
no pavilhão principal. Esses
tecidos representam os últimos
lançamentos de sedas
artificiais, conhecidos
individualmente como tricoline,
tricochene, tremula, crepe de
clima e bo-beep e mostram o
notável desenvolvimento que
tem sido alcançando no
produção de seda artificial nos
últimos anos.
35. Para ganhar mercado e tornar o novo tecido conhecido, os fabricantes
investiram bastante em propaganda, com anúncios e lembretes frequentes.
Essa estratégia fez com que o setor tivesse um rápido crescimento.
Como essas empresas tinham um alto volume de negócios, e uma
estratégia de mercado de preços baixos, visavam o consumo do mercado
de massa e, conseqüentemente, há pouca
segmentação de mercado em suas propagandas.
Fonte: Artigo Advertising Strategies in the Interwar British Printed Textile Industry
By Dr Emily Baines, De Montfort University, Leicester, UK - IEHC Helsinki 2006 - http://docplayer.net/27516139-
Iehc-helsinki-session-53-cultural-cross-cultural-advertising-and-promotion-the-nexus-of-media-culture-and-
economics.html
TRICOLINE
36. As propagandas de roupas de tecido para consumidores finais
usavam predominantemente imagens do produto final, com
ilustrações de figuras femininas mostradas em roupas de moda.
Isso era feito pensando que a maioria das pessoas faria suas
próprias roupas e as imagens de roupas elegantes estimulavam a
imaginação do produto final e motivavam a comprar o tecido.
A ideia era dar uma imagem elegante a roupas feitas com tecido
que não era caro, criando o segmento "estilo snobbish, mas não
preço snobbish".
Fonte: Artigo Advertising Strategies in the Interwar British Printed Textile Industry
By Dr Emily Baines, De Montfort University, Leicester, UK - IEHC Helsinki 2006 - http://docplayer.net/27516139-
Iehc-helsinki-session-53-cultural-cross-cultural-advertising-and-promotion-the-nexus-of-media-culture-and-
economics.html
TRICOLINE
Mulheres confiam instintivamente no Tricoline, o
tecido similar à seda. Use e lave como deve e ele
permanece adorável como a seda. Para vestidos e
lingeries, use a durável Tricoline, produzido nas
mais finas cores e efeitos de listras.
40. "As popelines, dos famosos vestidos
importados, são confeccionadas com fio
30×30, que é um fio mais grosso. Esse
fio é utilizado tanto no urdume quanto
na trama, montado na mesma bitola
(tipo de medida ou modelo, padrão) e
por isso cria um tecido mais firme.
Já os tricolines, são feitos com fio 40×40
(urdume x trama), o que deixa o tecido
com aquele aspecto mais delicado —
porém com resistência e durabilidade
similares às do popeline."
TRICOLINE
41. TRICOLINE
Utilização
•É usado, basicamente, na linha de camisaria, tanto masculina
quanto feminina;
•Pode ser usado na confecção de vestidos leves;
•Também é bastante indicado para a produção de uniformes.
46. TRICOLINE
Variações do tecido
Tricoline com elastano
tricoline com lycra;
tricoline stretch
Tecido leve, produzido
com fio fino e suave de
algodão ou linho que
recebe em sua
composição uma
porcentagem de elastano,
muito utilizado para a
confecção de peças
femininas.
47. TRICOLINE
Variações do tecido
Tricoline vichy
Tecido resistente de algodão
que apresenta em sua
superfície o xadrez com fios
de duas cores e efeitos de
quadriculado miúdo.
49. LAISE
Vestido usado por Kate Middleton de
broderie anglaise de algodão branco.
Cintura ajustada e manga até o
cotovelo. Guarnição de inserção
cruzada de algodão natural na
cintura. 100% algodão, lavagem à
mão suave e fria.
O vestido branco "Roamer" de
Zimmermann foi usado pela Duquesa
de Cambridge em seu passeio pela
Austrália em 1914. Criada a partir de
algodão com bordado inglês areado,
este estilo feminino é cortado em uma
silhueta de inspiração dos anos 50.
Vista o seu com um forro.
50. Com origem na França, o laise é um tecido de algodão,
cambraia, elastano ou seda, (nesta versão rara no Brasil) e
é caracterizado pelos desenhos abertos e areados, em forma de
bordados vazados, com relevo, podendo ser liso ou estampado.
É um tecido leve, amassa pouco, não muito resistente e
agradável ao toque.
É muito utilizado no verão, em saídas de praia, saias, blusas,
vestidos e roupa infantil. Também em lençóis, fronhas, detalhes
em toalhas de banho, panos de prato e acabamentos em formas
de babados em fraldas infantis. Sendo um dos eleitos pela
tendência o tecido de caráter moderno no vestuário.
LAISE
51. Características:
• Espaços abertos ou ilhoses têm tamanhos e formas variadas
• Os ilhoses são super costurados, com ponto de casa de botão
• Os buracos são feitos com um estilete muito fino
• Desenhos: motivos simples, motivos florais e geométricos.
• Bordas onduladas ou de babado em ponto de casa de botão.
• Fios: rosca bem torcida.
• Pode ser de cambraia, algodão, elastano ou organza.
LAISE
52. Em francês, o tipo de tecido que chamamos de laise é conhecido como
broderie anglaise, que seria o bordado inglês.
No Brasil, o bordado inglês é o nome dado apenas ao barrado que usa o
tipo de bordado vazado, no entanto, a construção de ambos é a mesma.
LAISE
53. Suas origens são incertas. Alguns acreditam
que o bordado inglês se originou do bordado
camponês checoslovaco e foi trazido para a
Inglaterra no século XIX. Outros estudiosos
afirmam que é um tipo de bordado em corte
que evoluiu do bordado Ayrshire, na Grã-
Bretanha, por volta de 1850.
LAISE
Bordado Ayrshire
Bordado Camponês Checo
54. O tecido de algodão
era a escolha ideal e
um algodão mais
rústico e menos caro
estava disponível.
Então, mesmo as
famílias mais pobres
podiam arcar com os
custos de ter lençóis e
roupas decorados.
LAISE
55. Como a técnica era mais
simples do que outras, foi mais
fácil criar máquinas para fazer
o trabalho.
Assim, o bordado inglês
começou a ser produzido em
massa em 1870.
LAISE
56. LAISEBordo inglês feito por máquina
de bordado em St. Gall por volta de 1890 Chapéu
decorado com
broderie
anglaise, Inglês,
primeira metade
do século XIX;
no Victoria and
Albert Museum,
Londres
57. LAISE
Tiras de tecido com corte de furos começaram a
ser fabricados. No entanto, os bordados se
tornaram soltos e o padrão de trabalho
declinou. Até que máquinas foram criadas para
reproduzir os pontos com ilhóses tão bem que
pareciam feitos à mão.
O bordado era demorado e trabalhado por
mulheres em suas casas como trabalhadores
mal remunerados. A técnica foi utilizada para
roupas íntimas, roupas de dormir, guarnições e
roupas para bebês e roupas de bebês.
58. O tecido é geralmente feito de algodão ou linho com desenhos geométricos ou
florais. A técnica usada originou-se na Europa, no século XVI e não ficou restrita à
Inglaterra, como o nome pode sugerir.
Essa técnica, com os padrões perfurados típicos e e desenhos em relevo teve sua
era de ouro no final do século XIX e início do século XX, undo a cidade de St. Gall
se tornou a maior exportadora desse tipo de tecido do mundo.
LAISE
Na Itália, provavelmente por causa da
proximidade geográfica e influência
linguística, essa técnica herdou o
nome do lugar suíço: pixie sangallo
(renda St. Gall). Naquela época,
todas as famílias locais tinham pelo
menos uma pessoa trabalhando no
bordado em casa ou na fábrica,
levado adiante ou fazendo
experiências com a técnica, que foi
transmitida de geração em geração.
Mercado e fábrica em in St. Gall, Emil Rittmeyer, óleo
sobre tela, 1881
59. O bordado rendado, ensinado tanto em casa quanto nas escolas públicas, se
tornou crucial na produção de trajes de núpcias e para decorar as roupas
femininas mais luxuosas e elaboradas.
Até cair em declínio, com o início da Primeira Guerra Mundial, a indústria
da cidade representava 50% da produção global, graças ao profissionalismo
dos trabalhadores e à sua habilidade de se adaptarem às necessidades do
mercado internacional.
LAISE
60. O trabalho consiste em espaços abertos trabalhados, variando em
tamanho e formato. O desenho é traçado em tecidos com trama
fechada. O "ponto de corrida” é o primeiro a ser feito em torno
de ilhóses redondos ou ovais. Cada furinho é feito de acordo com
o andamento do trabalho, cortado ou furado com ou estilete. As
bordas são então costuradas com ponto de casa de botão.
LAISE
61. ‘Beading’ era um efeito de
escada fino, feito retirando
um fio e fazendo pequenos
ilhóses ao longo da linha.
No século XX, os buracos
ficaram maiores e
desenvolveu-se o ‘laddering’,
que eram desenvolvidas com
formar retangulares ou
crescentes.
LAISE
62. Nos anos 1950, a popularidade do
bordado aumentou, sendo usado como
acabamento em vestidos e em underwear.
Brigitte Bardot usou um vestido com
bordado inglês em seu noivado com
Jacques Charier, em 1959.
LAISE
63. Nos últimos anos, o PuntoArt (laboratório de bordados) também revisitou o broderie
anglaise com um toque moderno, através da técnica do laser, que se adequa muito bem
a este estilo de bordado. Embora destinado a roupas esportivas, o sistema de moda
acolheu a versatilidade do bordado a laser, pois atendeu a aprovação de muitos
designers bem conhecidos. Especialmente bem sucedido em sua versão branca
atemporal, também a encontramos em preto na roupa feminina mais moderna, com um
sabor totalmente contemporâneo.
LAISE
70. Na decoração
Previsivelmente, o maior mercado para este tipo de trabalho é a
decoração de interiores, onde estes podem ser usados como
guarnições ou barrados para embelezar roupas de cama e
cortinas, especialmente porque não há cuidados específicos e
instruções de lavagem para eles: geralmente estes tipos de
bordados são feitos de algodão e linho, para que possam ser
lavados com máquina com segurança no ciclo delicado.
LAISE
71.
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REFERÊNCIAS