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Texto para as questões 01 e 02
— Em nossa última conversa, dizia-me o grande
amigo que não esperava viver por muito tempo, por
ser um “cardisplicente”.
— O quê?
— Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio
coração.
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário.
— “Cardisplicente” não existe, você inventou—
triunfei.
— Mas se eu inventei, como é que não existe?
(FUVEST - adaptada) Conforme sugere o texto,
“cardisplicente”
é:
a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário.
b) palavra técnica constante de dicionários
especializados.
c) um neologismo desprovido de indícios de
significação.
d) uma criação de palavra com a junção de duas
outras, tornando-se um neologismo.
e) termo erudito empregado para criar um efeito
cômico.
02 (FUVEST) “— Mas se eu inventei, como é que
não existe?”.
Segundo se deduz da fala espantada do amigo do
narrador, al língua, para ele, era um código aberto,
a) ao qual se incorporam palavras fixadas no uso
popular.
b) a ser enriquecido pela criação de gírias.
c) pronto para incorporar estrangeirismos.
d) que se amplia graças à tradução de termos
científicos.
e) a ser enriquecido com contribuições pessoais.
03. (UM-SP/adaptada) A questão seguinte refere-se
ao texto “Um epitáfio para Catulo da Paixão
Cearense” de Mário Quintana. Observe os aspectos
da formação da língua portuguesa, principalmente
os de caráter neológico, a relação entre sentido
denotativo e conotativo, além dos aspectos
intertextuais. Leia atentamente, antes de respondêla.
“Catulo não morreu: luarizou-se...”
a) Catulo não morreu, foi embalsamado.
b) Catulo virou lua.
c) Catulo morreu, mas ressuscitou.
d) Catulo, cantando o luar, foi imortalizado.
e) Catulo não morreu, para os cearenses.
Texto para as questões 04, 05 e 06

otimista: a nossa língua, estou convencido, não está
em perigo de desaparecimento, muito menos de
mistura. (...)
O que é que poderia ameaçar a integridade,
ou a existência, da nossa língua? O primeiro fator,
freqüentemente citado, é a influência do inglês – o
mundo de empréstimos que andamos fazendo para
nos expressarmos sobre certos assuntos.
Não se pode negar que o fenômeno existe; o
que mais se faz hoje é surfar, deletar ou tratar do
marketing.
Mas
isso
não
significa
o
desaparecimento da língua portuguesa; empréstimos
são um fato da vida, e sempre existiram. Hoje pouca
gente sabe disso, mas avalanche, alfaiate, tenor e
pingue-pongue são palavras de origem estrangeira;
hoje já se naturalizaram, e certamente ninguém vê
ameaça nelas. Afinal de contas, quando se começou
a jogar aquela bolinha em cima da mesa, precisouse de um nome; podíamos dizer tênis de mesa, e
alguns tentaram, mas a palavra estrangeira venceu –
só que virou portuguesa, hoje vive entre nós como
uma imigrante já casada, com filhos brasileiros etc.
Perdeu até o sotaque.
Quero dizer que não há o menor sintoma de
que os empréstimos estrangeiros estejam causando
lesões na língua portuguesa; a maioria, aliás,
desaparece em pouco tempo, e os que ficam se
assimilam. O português, como toda língua, precisa
crescer para dar conta das novidades sociais,
tecnológicas, artísticas e culturais; para isso pode
aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé –
e também pode (e com maior freqüência) criar
palavras a partir de seus próprios recursos – como
computador, ecologia, poluição – ou então estender
o uso de palavras antigas a novos significados –
executivo ou celular, que significam coisas hoje que
não significavam há vinte anos. Isso está
acontecendo a todo tempo com todas as línguas, e
nunca levou nenhuma delas à extinção. Eu,
pessoalmente, desconfio que os falantes possuem
um bom senso inato que os impede de utilizar
termos estrangeiros além de um certo limite; por
isso, a maioria das palavras de empréstimo são
muito efêmeras: quem se lembra hoje do que é um
ban-lon, um goalkeeper ou mesmo (essa eu
lamento, não pela palavra, mas pela coisa) um foxtrot? (...)
Como primeira conclusão deste ensaio, direi
que não estamos em perigo de ver nossa língua
submergida pela maré de empréstimos ingleses. A
língua está aí, inteira: a estrutura gramatical não
mudou, a pronúncia é ainda inteiramente nossa, e o
vocabulário é mais de 99% de fabricação nacional.
Por enquanto, falamos português.
(PERINI, Mário A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São
Paulo: Parábola Editorial, 2004. p. 11-14.)

A língua do Brasil amanhã
Ouvimos
com
freqüência
opiniões
alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às
vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer,
em benefício de outras línguas supostamente
expansionistas (em especial o inglês, atual
candidato número um a língua universal); ou que
vai se “misturar” com o espanhol, formando o
“portunhol”; ou, simplesmente, que vai se
corromper pelo uso da gíria e das formas populares
de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com
ele tá rasgado). Aqui pretendo trazer uma opinião
mais

04. (UFPR 2005) - Assinale a idéia central, ou tese,
defendida por Perini nesse texto.
a) Nem os usos diversos do português nem o
contato com outras línguas ameaçam a integridade
do idioma.
b) O português corre o risco de desaparecer devido
à expansão do inglês como língua universal.
c) A moda do uso de estrangeirismos no Brasil hoje
ultrapassa os limites do bom senso.
d) No futuro, o português tende a se misturar com o
espanhol e a formar uma nova língua, o
“portunhol”.
e) O uso de gírias e a forma de falar de pessoas
pouco escolarizadas podem provocar a deterioração
da língua portuguesa.
05. (UFPR 2005) Entre as afirmações abaixo,
referentes ao estatuto dos empréstimos em uma
língua viva como o português, identifique as que
correspondem ao ponto de vista de Perini no texto
de referência.
I. Só as línguas de povos sem personalidade adotam
empréstimos em vez de fazer uso de recursos
próprios para a criação de neologismos que
designem inovações de todos os tipos.
II. A grande maioria dos empréstimos permanece na
língua por períodos curtos: em geral, ou o
empréstimo se adapta ou desaparece.
III. Os empréstimos são um recurso de que as
línguas dispõem para acompanhar as mudanças
tecnológicas e socioculturais.
IV. Geralmente o uso de empréstimos provoca
mudanças na estrutura gramatical das línguas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
06. O trecho a seguir aborda o mesmo tema
discutido por Perini.
“Em primeiro lugar, é importante notar que, embora
pareça fácil apontar, hoje, home banking e coffee
break como exemplos claros de estrangeirismos,
ninguém garante que daqui a alguns anos não
estarão sumindo das bocas e mentes, como o match
do futebol e o rouge da moça; assim como ninguém
garante que não terão sido incorporados
naturalmente à língua, como o garçom e o sutiã, o
esporte e o clube.”
(GARCEZ, Pedro M.; ZILLES, Ana Maria. Estrangeirismos –
desejos e ameaças. In: FARACO, Carlos A. (org).
Estrangeirismos – guerras em torno da língua. São Paulo:
Parábola, 2001. p. 20.)

Garçom, sutiã, esporte e clube. Esses exemplos
são usados no texto para ilustrar o mesmo
fenômeno que Perini apresenta ao comentar o
surgimento no português das palavras:
a) alfaiate e tenor.
b) fox-trot e poluição.
c) computador e ecologia.
d) executivo e celular.
e) ban-lon e goal-keeper.

http://jornaldaparaiba.globo.com/
Consulta em 11/04/2007.

07. (UEPB 2008) Em relação à charge acima, podese inferir que
I. o texto verbal apresenta aspectos que se opõem
entre si e partilham da construção do sentido do
texto, como um todo.
II. o autor incorpora explicitamente uma
intertextualidade da linguagem popular.
III. o leitor deve atribuir um único sentido para o
enunciado “a coisa tá ficando preta”.
IV. a temática sugere ao leitor um posicionamento
crítico sobre as mudanças no planeta Terra.
Está(ão)
CORRETA(S)
apenas
a(s)
proposição(ões)
a) III e IV
b) I, II e III

c) I, II e IV
d) II

e) I e III
TEXTO PARA A QUESTÃO 08.
À pampa, truta?
A gíria é o elemento mais intercambiável entre as
tribos. Ela se dissemina rapidamente e acaba se
incorporando ao vocabulário de todas elas.
(Revista Ana Maria, 22 de maio 2005, p. 36)

08. (UEPB 2007/adaptada) A partir do texto
apresentado, assinale o que for incorreto.
a) As gírias são expressões que marcam a língua
coloquial, ou seja, é uma variante mais espontânea,
utilizada nas relações informais entre os falantes.
b) O emprego intensivo de gírias entre os falantes,
faz com que essa variedade lingüística se propague
rapidamente.
c) O autor do texto expõe sobre um processo
lingüístico que sofre influência de inúmeros fatores
entre eles: a relação entre falantes e ouvintes.
d) "À pampa, truta" são expressões resultantes de
variação lingüística empregadas entre falantes
marcadas por uma época e o grupo social de que
fazem parte.
e) O vocábulo "tribos" está empregado em um
sentido denotativo, isto é, real.

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  • 1. Texto para as questões 01 e 02 — Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver por muito tempo, por ser um “cardisplicente”. — O quê? — Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração. Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. — “Cardisplicente” não existe, você inventou— triunfei. — Mas se eu inventei, como é que não existe? (FUVEST - adaptada) Conforme sugere o texto, “cardisplicente” é: a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário. b) palavra técnica constante de dicionários especializados. c) um neologismo desprovido de indícios de significação. d) uma criação de palavra com a junção de duas outras, tornando-se um neologismo. e) termo erudito empregado para criar um efeito cômico. 02 (FUVEST) “— Mas se eu inventei, como é que não existe?”. Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, al língua, para ele, era um código aberto, a) ao qual se incorporam palavras fixadas no uso popular. b) a ser enriquecido pela criação de gírias. c) pronto para incorporar estrangeirismos. d) que se amplia graças à tradução de termos científicos. e) a ser enriquecido com contribuições pessoais. 03. (UM-SP/adaptada) A questão seguinte refere-se ao texto “Um epitáfio para Catulo da Paixão Cearense” de Mário Quintana. Observe os aspectos da formação da língua portuguesa, principalmente os de caráter neológico, a relação entre sentido denotativo e conotativo, além dos aspectos intertextuais. Leia atentamente, antes de respondêla. “Catulo não morreu: luarizou-se...” a) Catulo não morreu, foi embalsamado. b) Catulo virou lua. c) Catulo morreu, mas ressuscitou. d) Catulo, cantando o luar, foi imortalizado. e) Catulo não morreu, para os cearenses. Texto para as questões 04, 05 e 06 otimista: a nossa língua, estou convencido, não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. (...) O que é que poderia ameaçar a integridade, ou a existência, da nossa língua? O primeiro fator, freqüentemente citado, é a influência do inglês – o mundo de empréstimos que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos. Não se pode negar que o fenômeno existe; o que mais se faz hoje é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua portuguesa; empréstimos são um fato da vida, e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso, mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de origem estrangeira; hoje já se naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça nelas. Afinal de contas, quando se começou a jogar aquela bolinha em cima da mesa, precisouse de um nome; podíamos dizer tênis de mesa, e alguns tentaram, mas a palavra estrangeira venceu – só que virou portuguesa, hoje vive entre nós como uma imigrante já casada, com filhos brasileiros etc. Perdeu até o sotaque. Quero dizer que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na língua portuguesa; a maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que ficam se assimilam. O português, como toda língua, precisa crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; para isso pode aceitar empréstimos – ravióli, ioga, chucrute, balé – e também pode (e com maior freqüência) criar palavras a partir de seus próprios recursos – como computador, ecologia, poluição – ou então estender o uso de palavras antigas a novos significados – executivo ou celular, que significam coisas hoje que não significavam há vinte anos. Isso está acontecendo a todo tempo com todas as línguas, e nunca levou nenhuma delas à extinção. Eu, pessoalmente, desconfio que os falantes possuem um bom senso inato que os impede de utilizar termos estrangeiros além de um certo limite; por isso, a maioria das palavras de empréstimo são muito efêmeras: quem se lembra hoje do que é um ban-lon, um goalkeeper ou mesmo (essa eu lamento, não pela palavra, mas pela coisa) um foxtrot? (...) Como primeira conclusão deste ensaio, direi que não estamos em perigo de ver nossa língua submergida pela maré de empréstimos ingleses. A língua está aí, inteira: a estrutura gramatical não mudou, a pronúncia é ainda inteiramente nossa, e o vocabulário é mais de 99% de fabricação nacional. Por enquanto, falamos português. (PERINI, Mário A. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. p. 11-14.) A língua do Brasil amanhã Ouvimos com freqüência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente expansionistas (em especial o inglês, atual candidato número um a língua universal); ou que vai se “misturar” com o espanhol, formando o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper pelo uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado). Aqui pretendo trazer uma opinião mais 04. (UFPR 2005) - Assinale a idéia central, ou tese, defendida por Perini nesse texto. a) Nem os usos diversos do português nem o contato com outras línguas ameaçam a integridade do idioma. b) O português corre o risco de desaparecer devido à expansão do inglês como língua universal. c) A moda do uso de estrangeirismos no Brasil hoje ultrapassa os limites do bom senso. d) No futuro, o português tende a se misturar com o espanhol e a formar uma nova língua, o “portunhol”.
  • 2. e) O uso de gírias e a forma de falar de pessoas pouco escolarizadas podem provocar a deterioração da língua portuguesa. 05. (UFPR 2005) Entre as afirmações abaixo, referentes ao estatuto dos empréstimos em uma língua viva como o português, identifique as que correspondem ao ponto de vista de Perini no texto de referência. I. Só as línguas de povos sem personalidade adotam empréstimos em vez de fazer uso de recursos próprios para a criação de neologismos que designem inovações de todos os tipos. II. A grande maioria dos empréstimos permanece na língua por períodos curtos: em geral, ou o empréstimo se adapta ou desaparece. III. Os empréstimos são um recurso de que as línguas dispõem para acompanhar as mudanças tecnológicas e socioculturais. IV. Geralmente o uso de empréstimos provoca mudanças na estrutura gramatical das línguas. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. e) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. 06. O trecho a seguir aborda o mesmo tema discutido por Perini. “Em primeiro lugar, é importante notar que, embora pareça fácil apontar, hoje, home banking e coffee break como exemplos claros de estrangeirismos, ninguém garante que daqui a alguns anos não estarão sumindo das bocas e mentes, como o match do futebol e o rouge da moça; assim como ninguém garante que não terão sido incorporados naturalmente à língua, como o garçom e o sutiã, o esporte e o clube.” (GARCEZ, Pedro M.; ZILLES, Ana Maria. Estrangeirismos – desejos e ameaças. In: FARACO, Carlos A. (org). Estrangeirismos – guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001. p. 20.) Garçom, sutiã, esporte e clube. Esses exemplos são usados no texto para ilustrar o mesmo fenômeno que Perini apresenta ao comentar o surgimento no português das palavras: a) alfaiate e tenor. b) fox-trot e poluição. c) computador e ecologia. d) executivo e celular. e) ban-lon e goal-keeper. http://jornaldaparaiba.globo.com/ Consulta em 11/04/2007. 07. (UEPB 2008) Em relação à charge acima, podese inferir que I. o texto verbal apresenta aspectos que se opõem entre si e partilham da construção do sentido do texto, como um todo. II. o autor incorpora explicitamente uma intertextualidade da linguagem popular. III. o leitor deve atribuir um único sentido para o enunciado “a coisa tá ficando preta”. IV. a temática sugere ao leitor um posicionamento crítico sobre as mudanças no planeta Terra. Está(ão) CORRETA(S) apenas a(s) proposição(ões) a) III e IV b) I, II e III c) I, II e IV d) II e) I e III TEXTO PARA A QUESTÃO 08. À pampa, truta? A gíria é o elemento mais intercambiável entre as tribos. Ela se dissemina rapidamente e acaba se incorporando ao vocabulário de todas elas. (Revista Ana Maria, 22 de maio 2005, p. 36) 08. (UEPB 2007/adaptada) A partir do texto apresentado, assinale o que for incorreto. a) As gírias são expressões que marcam a língua coloquial, ou seja, é uma variante mais espontânea, utilizada nas relações informais entre os falantes. b) O emprego intensivo de gírias entre os falantes, faz com que essa variedade lingüística se propague rapidamente. c) O autor do texto expõe sobre um processo lingüístico que sofre influência de inúmeros fatores entre eles: a relação entre falantes e ouvintes. d) "À pampa, truta" são expressões resultantes de variação lingüística empregadas entre falantes marcadas por uma época e o grupo social de que fazem parte. e) O vocábulo "tribos" está empregado em um sentido denotativo, isto é, real.