2. Radiologia em OdontologiaRadiologia em Odontologia
O radiodiagnóstico é a especialidade que tem como objetivo a
aplicação dos métodos exploratórios por imagem com a finalidade
de diagnóstico, documentação e acompanhamento de lesões.
Utiliza-se emissões de Raio-X para se obter chapas radiográficas,
as quais são reveladas em câmara escura.
O processo de revelação das radiografias envolve quatro etapas:
Revelação, Fixação, Enxágüe e Secagem
3. Radiologia em Odontologia
• A etapa de revelação torna visível a prata
sensibilizada pelos Raios-X.
• A etapa de fixação remove a prata não
sensibilizada.
• A etapa de enxágüe é necessária para a retirada
de excessos de revelador e fixador, pois, estes
podem prejudicar a qualidade da radiografia
4. Um levantamento realizado entre 1991 e 1996 estimou a
existência de 75 mil aparelhos de raios-X odontológicos em
utilização no país, correspondendo a 30% do número de
radiografias anuais realizadas. Soma-se a isto dados do
Conselho Federal de Odontologia que apontam 224.130
cirurgiões-dentistas exercendo a profissão e 188 faculdades
que prestam assistência odontológica no país.
Grande quantidade de resíduos produzidos
7. Embalagem de vinil
• Plástico
• Reciclável quando não contaminado por
saliva (invólucro mais superficial, entra em
contato com a boca do paciente)
• Colocação de barreira: PVC
8. Lâmina de chumbo
• Classificação (CONAMA):
Grupo B6: resíduos que contêm substâncias
químicas que apresentam risco à saúde
pública ou ao meio ambiente,
independentemente de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade e por apresentarem resíduos
contendo metais pesados.
9. Lâmina de chumbo
• Geralmente os dentistas se desfazem da lâmina de chumbo
e outros componentes do filme dental intraoral, juntamente
com o lixo normal, que é tipicamente depositado em aterros
(Guedes et al., 2009).
• Problemas ambientais
• Problemas de saúde humana
• Devem ser encaminhados ao Aterro Sanitário Industrial para
Resíduos Perigosos ou ser submetidos a tratamento de
acordo com as orientações do órgão local do meio ambiente,
em instalações licenciadas para esse fim.
10. Papel preto
• Antes de ser exposto ao Rx, é composto por:
alumino, carbono, prata e silício. Após a exposição
radiográfica detectou-se também o chumbo.
• Estudos mostraram que a concentração de chumbo
encontrada no papel preto foi 10 vezes maior que o
valor permitido pela lei 357 05 do CONAMA.
• Recomendação dos fabricantes: descarte em lixo
comum
Chumbo pode ser lixiviado e contaminar solo e as águas subterrâneas
11. Filme radiográfico
• Procedimentos para a recuperação de prata em rejeitos
de laboratório e em chapas radiográficas, filmes e papéis
fotográficos, são apresentados na literatura. Nesses
procedimentos, os materiais (filmes, chapas ou papéis)
são imersos em solução ácida contendo tiouréia, à
temperatura ambiente. A prata e seus sais são
solubilizados formando o complexo [Ag(tu)]+. Em
seguida, eleva-se o pH do meio com NaOH (7,0-8,0),
formando-se precipitado de Ag2S. Essa solução é filtrada
e o precipitado calcinado para obtenção da prata
metálica (Bendassoli et al., 2003).
14. Soluções processadoras
Esses efluentes são constituídos de químicos
altamente tóxicos, não podendo ser descartados no
meio ambiente, pois se encontram fora dos padrões
estabelecidos pelos órgãos públicos ambientais
reguladores. Constituem-se em soluções com altas
concentrações de prata (Ag), hidroquinona,
quinona, metol, tiossulfato de sódio, sulfito de sódio
e ácido bórico, além de outros químicos altamente
tóxicos à saúde ambiental e humana, como cianeto,
cloreto, ferro, fósforo total, nitrogênio total e sulfito
(Grigoletto, Takayanagui, 2008).
15. Soluções processadoras
Efluentes típicos de processos de
revelação de Raio-X são caracterizados por
elevados valores de DQO (em torno de 200
g/l). Estes efluentes não contêm somente os
componentes iniciais do revelador
fotográfico, mas também uma variedade de
substâncias resultantes de reações químicas
dos agentes reveladores com a prata,
oxigênio e outros componentes presentes
(Bortoletto et al., 2005).
16. Revelador
As soluções reveladoras usadas, a RDC 33/2003
indica sua neutralização (pH 7-9) e seu descarte
com grande quantidade de água no sistema de
esgoto sanitário com sistema de tratamento. Para
a neutralização pode-se utilizar a soda cáustica
em solução ou o ácido muriático para aumentar
ou diminuir o pH, respectivamente.
17. Fixador
Segundo a Kodak (Eastman Kodak,1990), para o
processamento automático de 450 radiografias utilizando
filmes tamanho 2 (periapical padrão), renderão 850mL de
solução fixadora usada, com concentração de prata de
10,90g/L. Assim, a concentração de prata em soluções
fixadoras já utilizadas geralmente é de 8 a 12g/L (Manzi
et al., 2005).
18. Fixador
Carvalho et al (2006) recomendam que as
soluções processadoras sejam coletadas por
empresas especializadas licenciadas para resíduos
perigosos, pois a solução fixadora exaurida possui
a prata dissolvida, que pode ser recuperada pelo
método eletrolítico, e, a seguir, comercializada
para recuperação ou refinamento.
19. Água de Enxágue
Bortoletto et al (2005),
concluíram que elevados
volumes de água de
processamento são lançados
diariamente na rede coletora de
esgoto, com concentração de
prata muito acima do valor
estabelecido pela Resolução n°
358/05 do CONAMA para
lançamento de efluente (0,1
mg/L). Deve-se buscar a
recuperação da prata da água de
enxágüe, reduzindo custos do
processo e permitindo a
reutilização desta água no
processo.
20. Situação atual dos rejeitos
radiológicos...
Algumas instituições lançam tanto as soluções
processadoras, quanto os resíduos (filmes
radiográficos), no meio ambiente, sem nenhum
tratamento adequado; outros estabelecimentos
vendem a solução de fixador e filmes
radiográficos a terceiros e lançam as soluções de
revelador e de água de lavagem na rede de
esgotos, sem nenhum tratamento; um terceiro
grupo estabelece contratos com empresas
fornecedoras de separadores eletrolíticos para
recuperar a prata a partir da solução do fixador
usado; porém, os demais efluentes são
descartados na rede de esgotos, sem nenhum
tratamento (Fernandes et al., 2005).
21. Situação atual dos rejeitos
radiológicos...
De 800 profissionais divididos aleatoriamente nos estados de MG, RJ, SP:
94% dos profissionais descartam o revelador e fixador em esgoto comum
5% enviam para empresas especializadas
6% enviam o fixador para empresas especializadas
1% diluem o revelador em água antes de descartá-lo em esgoto comum
Quanto às radiografias insatisfatórias:
53% dos profissionais desprezam-na em lixo comum
30% em lixo hospitalar
15% armazenam
2% vendem para empresas especializadas
Quanto às lâminas de chumbo:
47% desprezam as lâminas de chumbo em lixo comum
23% em lixo hospitalar, sendo que apenas 5%têm lâminas recolhidas por empresas
especializadas
25% armazenam-nas para outras utilidades, como registros de mordida, porém são
descartadas em lixo comum após seu uso.
(Manzi et al., 2005 )
22. Situação atual dos rejeitos
radiológicos
Efluentes gerados pelos serviços de radiologia,
quando existem, se resume à utilização de máquinas
separadoras de prata, na maioria das vezes, mal
projetadas e operadas sem nenhum controle ou
compromisso para com o meio ambiente. Os efluentes
são lançados in natura na rede de esgotos,
independentemente de possuírem altíssima DQO e pH
fora do intervalo permissível pela legislação. (Grigoletto,
Takayanagui, 2008).
23. Situação atual dos rejeitos
radiológicos
• Fernandes et al (2006) encontraram em sua pesquisa,
que o pH do fixador e do revelador estavam fora dos
limites permissíveis para o lançamento, sendo que o
fixador apresentava pH ácido (4,93) e o revelador pH
alcalino (10, 98), em desacordo com a RDC 306/04 da
Anvisa (Brasil, 2004). Além disso, a cor e as
concentrações de sólidos totais dissolvidos, cloreto,
turbidez, sulfato e prata, estavam bem acima do limite
preconizado pela resolução. A DQO encontrada
também foi altíssima, indicando grande concentração
de matéria orgânica e baixo teor de oxigênio. Esses
valores, estando fora da neutralidade, podem afetar a
vida aquática do ambiente ao qual for lançado,
causando a morte da fauna e flora local.
24. Situação da FOP- UFPel...
• Falta de conscientização
dos alunos
• Armazenamento incorreto
das radiografias o que
origina a perda e
consequente repetição
• Fixação insuficiente o que
resulta em futura repetição
• Desperdício e acúmulo de
resíduos gerados!
25. Referências bibliográficas
Guedes DFC, Silva RS, Veiga MAMS, Souza-Neto MD, Pécora JD. O papel preto da película radiográfica é um alto risco para o
meio ambiente. Rev Assoc Paul Cir Dent. 62(5): 394-8; 2008.
Bortoletto EC, Tavares CRG, Barros MASD, Carli CM. Caracterização da geração e da
qualidade do efluente líquido gerado no laboratório de raio-x da Clínica Odontológica do Hospital Universitário de Maringá
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Guedes DFC, Silva RS, Veiga MAMS, Pecora JD. First detection of lead in black paper from intraoral film An environmental
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Carvalho PL, Antoniazzi MCC, Medeiros JMF, Zölner NA. Situação dos resíduos gerados em radiologia odontológica. Rev
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Bendassolli JA, Tavares GA, Ignoto RF, Rosseti ALRM. Procedimentos para recuperação de Ag de resíduos líquidos e sólidos.
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BRASIL. CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 358 de 29 de abril de 2005. Dispõe sobre o tratamento
e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. DOU de 04 de maio de 2005.
Manzi FR, Guedes FR, Ambrosano GMB, Almeida SM. Estudo do destino dado aos resíduos dos materiais radiográficos pelo
cirurgião-dentista. Rev Assoc Paul Cir Dent, 59(3): 213-6; 2005.
Grigoletto JC, Takayanagui AMM. Efluentes de processadores de imagem radiográfica: impactos na saúde pública e ambiental.
In: III Congresso Interamericano de Salud Ambiental: Salud Ambiental em América, Pasado, Presente, Futuro. AIDIS/AEISA,
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Brasil. Ministério da Saúde – ANVISA. Resolução RDC nº33, de 25 de fevereiro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de
março de 2003. Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.