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Relatório Brasil 
de Endomarketing 
e Comunicação 
Interna 
Edição 2012/2013
Este relatório 
A ideia da elaboração do Relatório Brasil de Endomarketing 
e Comunicação Interna surgiu do desejo de alertar as 
organizações para os movimentos do mercado no sentido de 
aprimorar sua relação com o público interno. 
Em sua pesquisa para a elaboração de um novo livro sobre 
comunicação interna, o diretor de Planejamento e 
Consultoria da Santo de Casa Endomarketing S/A, 
Daniel Costa, atentou para a riqueza da amostragem 
em poder da consultoria, fruto de quase quatro dezenas 
de diagnósticos. Em 11 anos de experiência, a Santo de 
Casa já realizou diagnósticos de comunicação interna em 
organizações de todas as regiões do Brasil, de diferentes 
portes e áreas de atuação, desde o maior empregador privado 
do país até instituições do setor público. Este universo 
distribui-se em 16 estados brasileiros, materializando cerca 
de 340 grupos de discussão, que envolveram mais de 3,5 mil 
colaboradores contemplados neste relatório. 
Este ativo constitui-se em um significativo retrato dos 
trabalhadores brasileiros sob a ótica da comunicação interna 
das organizações onde atuam, compartilhado neste relatório. 
Nele, empresas e organizações se espelharam em outras já 
diagnosticadas, aferindo se suas realidades condizem com a 
prática do mercado. 
O Relatório Brasil é um instrumento que irá auxiliar empresas e 
profissionais da área a melhorarem seu entendimento sobre o 
papel e sobre a importância do endomarketing e dos impactos 
de uma gestão estratégica para a comunicação, apoiando na 
construção e na consecução de seus planos de endomarketing. 
Expediente 
O Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna é uma 
publicação da Santo de Casa Endomarketing S/A 
Diretora Executiva: Camila Lustosa 
Diretor de Planejamento & Consultoria: Daniel Costa 
Execução: 
(51) 3023-2020 | www.santodecasa.net 
Responsabilidade Técnica: Daniel Costa 
Coordenação: Lisiane Dias 
Jornalista Responsável: Lisiane Dias 
Redação: Marcelo Barbosa 
Projeto Gráfico: Aline Ocaña 
Diagramação: Aline Ocaña e Francieli Zils 
Fotos: Shutterstock.com 
2 3
Em 2012, fiz 92 voos pelo país. Este ano, acho que passo dos 100. 
Nosso trabalho tem um pouco dos antigos mascates, 
desbravando o Brasil, porém com um único objetivo: 
conhecer e ouvir pessoas. Justamente as pessoas que 
fazem as empresas acontecerem de fato, pois a estratégia 
de uma distribuidora de energia acontece no pé do poste, 
de uma indústria de laticínios acontece na teta da vaca, de 
uma construtora, no alicerce da ponte, e de um hospital, na 
veia do paciente. E é nestes lugares que vamos ouvir esses 
milhares de trabalhadores que empenham seu potencial para 
movimentar a economia. 
Isso é fascinante. Um trabalho maravilhoso! 
Ouvimos verdadeiras pérolas. Aprendemos muito sobre tantos 
negócios, sobre as empresas pesquisadas e sobre como 
pensam seus líderes e colaboradores. O mais curioso: muito 
do que se ouve sobre uma prestadora de serviços, indústria, 
comércio ou órgão público é parecido. Às vezes, quase igual. 
Daí o insight para fazer este relatório. Após quase 40 pesquisas, 
nos demos conta de que tínhamos em mãos um diagnóstico 
da comunicação organizacional interna do contexto brasileiro. 
Problemas recorrentes de falta de visão sistêmica, excesso de 
ansiedade na gestão, deficiências na comunicabilidade dos 
líderes, dentre outros, falam alto em nossas organizações. Sim, 
um reflexo evidente do tempo em que vivemos, o mundo 
líquido de Bauman, pintando um cenário complexo, desafiador 
e, ao mesmo tempo, cheio de oportunidades. 
Em busca 
de novas 
e mais 
perguntas 
DANIEL COSTA, Diretor de Planejamento e 
Consultoria da Santo de Casa 
Confesso que ainda não sabemos ao certo o que fazer com 
toda esta infinidade de dados quantitativos e qualitativos. 
Eles provocam muito mais novas perguntas do que 
propriamente respostas definitivas. Claro que ajudam 
muito quando planejamos as ações de endomarketing 
e comunicação interna de nossos clientes, reduzindo 
muito a margem de erro e sempre proporcionando novos 
aprendizados, até porque é assim que os especialistas se 
formam: a gente errou em tantas coisas e de tantas formas 
diferentes que a mira fica cada vez mais acurada. E a cada 
nova pesquisa e projeto, o ajuste fino com que se trabalha 
fica mais efetivo. 
Tenho convicção, no entanto, de que compartilhar este 
conhecimento vai ajudar a todos os profissionais da área 
a refletirem, para que juntos possamos fazer as perguntas 
certas, colaborando, qualificando e legitimando nossa 
atividade pelo bem e perpetuidade das organizações. Então 
fica o convite para investir seu tempo lendo, criticando 
este relatório, enviando suas dúvidas e deixando suas 
contribuições. Estaremos à sua disposição e teremos enorme 
prazer em receber e em retornar o seu contato. 
Espero que goste de consumi-lo tanto quanto nós gostamos 
de tê-lo feito. 
daniel@santodecasa.net 
4 5
38 diagnósticos 
em organizações de todas as regiões do país 
PE 
ba 
ma 
mg 
To 
df 
go 
mt 
pa 
ms 
sp rj 
pr 
sc 
rs 
ro 
6 7
26 
Índice 
1. Introdução 
4. Perspectiva geral 
Quanto vale a boa comunicação interna 13 
Empresa, Gestor, Grupo, Indivíduo 26 
10 
Por que fazer pesquisa? 14 
Disseminando a estratégia 29 
A Santo de Casa 16 
Como os gestores se comunicam 32 
Carência de integração e sede de informação 34 
Participação e Retenção 35 
Pecando pelo excesso 36 
Outros comparativos 37 22 50 
3. A amostra 
Universo 22 
Segmento econômico 22 
Distribuição geográfica 22 
Tempo de empresa 22 
Faixa etária 22 
Escolaridade 23 
Porte 23 
Nível hierárquico 23 
Função 23 
5. Desempenho 
dos canais 
Avaliação dos canais 50 
E-mail 53 
Newsletter/E-mail Mkt 56 
Jornal 58 
Mural 60 
Intranet/Portal 62 
Revista 64 
Artigo: Comunicação para 
educar - Camila Lustosa 66 
68 
6. Estrutura e 
processos de 
Comunicação Interna 
RH ou Marketing? 68 
A comunicação face a face 70 
Profissional de Endomarketing 71 
O desafio no 
Setor Público 
Artigo - Lisiane Dias 72 
2. A metodologia 
de pesquisa e 
diagnóstico 
Modelo combinado 18 
Resultados 20 
18 
72 
8 9
1. Introdução 
Desenvolver uma comunicação interna eficaz, clara, 
transparente com seus colaboradores e, principalmente, 
alinhada às estratégias é cada vez mais condição 
indispensável para que organizações mantenham-se sólidas 
e competitivas, em condições de perpetuar seus negócios e 
seus bons resultados. 
Nos últimos anos, o mercado tem verificado mudanças 
significativas na relação das pessoas com seu trabalho, que não 
mais representa a atividade central da existência do ser humano. 
Por isso, os valores que o profissional de hoje busca no trabalho já 
não são apenas aqueles tangíveis, como uma boa remuneração, 
pacote de benefícios atraente a perspectiva de segurança. 
O trabalhador de hoje busca uma 
atividade que lhe garanta também 
retornos subjetivos, desafiadores. 
Ele precisa reconhecer seu esforço 
na atividade em que está envolvido. 
Quer ser valorizado. Sentir-se 
efetivamente importante para a criação 
e desenvolvimento do produto ou 
serviço oferecido pela organização 
em que atua. 
O endomarketing e a comunicação interna (apesar de, 
na prática, serem muitas vezes aceitos como sinônimos, a 
comunicação interna, na realidade, integra o composto de 
endomarketing) têm papel decisivo não só na identificação 
desta demanda, mas também na construção do sentimento 
de pertencimento à organização e satisfação dos desejos dos 
colaboradores. Além dos atributos tangíveis da relação entre 
a organização e o colaborador, é preciso saber comunicar 
também os valores subjetivos. Antes de satisfazer o público 
externo, a organização precisar satisfazer o público interno. Na 
visão dos investimentos em endomarketing, o cliente vem 
em segundo lugar. 
Uma das mais evidentes mudanças na relação das pessoas 
com seu trabalho está no ciclo de permanência dos 
colaboradores no emprego, que deixou de ser a meta 
principal do trabalhador. Se os objetivos – tangíveis ou 
intangíveis – não estão ao seu alcance na posição que 
ocupa, ele já não hesita em buscar um novo caminho. 
Adequar-se a esta nova dinâmica exige um esforço maior da 
organização. Reter um bom valor (bom profissional) já não é 
a meta fundamental, como no passado, mas sim maximizar 
sua experiência de trabalho e emprego, garantindo retorno 
satisfatório para as duas partes. A retenção surge aqui como 
um ‘efeito secundário’ do sucesso da relação. 
O que o mercado vem comprovando nos últimos anos é que 
não apenas melhores resultados humanos são possíveis, a 
partir de programas de comunicação interna bem estruturados, 
como também o alcance de melhores desempenhos 
econômicos e financeiros. 
Empresas que sabem se comunicar de forma eficiente com 
seus colaboradores compreendem melhor suas necessidades, 
suas inseguranças e seus objetivos. Já o colaborador entende 
melhor seu papel no negócio da empresa, sente-se valorizado 
pelo esforço que empreende para que a organização atinja 
Pesquisa 
realizada pela 
Towers Watson 
em 328 organizações de todo o 
mundo mostra que empresas que 
desenvolveram uma comunicação 
altamente eficaz com seus 
colaboradores obtiveram retornos 
financeiros até 47% maiores do que 
aquelas que ainda não atingiram 
eficiência neste relacionamento. 
10 11
Brasil Foods (BRF) 
(R$ milhões) 
AES Brasil 
(R$ bilhões) 
seus objetivos. E esta mutualidade 
é combustível para o engajamento 
do colaborador, indispensável para 
o alcance dos bons resultados. 
Atingir esta maturidade no 
relacionamento com o público 
interno é pré-requisito para que a 
organização consiga conquistar e 
fidelizar seus clientes. 
A qualidade do 
relacionamento 
que a empresa 
mantém com 
seus clientes é 
um reflexo direto 
da qualidade da 
relação que ela 
mantém com seus 
colaboradores. 
É neste cenário que a pesquisa e 
o diagnóstico em comunicação 
interna ganham um papel cada 
vez mais indispensável para a 
construção de programas de 
endomarketing estratégicos e 
eficazes. Pois é mensurando, 
avaliando, conhecendo o perfil e 
entendendo o comportamento e as 
expectativas de seu público interno 
que as organizações terão melhores 
condições de se estruturar para o 
alcance dos resultados esperados. 
Quanto vale a 
boa comunicação 
interna 
Se a qualidade do relacionamento 
de uma organização com 
seus clientes é proporcional à 
qualidade da sua relação com os 
colaboradores, como já foi dito, é 
esperado, então, que empresas que 
investem de forma estratégica em 
comunicação interna obtenham 
mais sucesso na consecução de 
suas metas. Uma rápida análise nos 
resultados de algumas empresas 
com as quais atuou a Santo de 
Casa, a maioria líderes em seus 
segmentos, possibilita que se faça 
o vínculo entre uma eficiente 
estratégia de comunicação interna 
e bons resultados. Amparada pelos 
investimentos em comunicação 
interna, a Brasil Foods, um dos 
maiores empregadores individuais 
12,4 
3,4 
13,6 14 
16 
12 
8 
4 
0 
4,2 4,9 
2,1 2,2 3 
2009 2010 2011 
Receita líquida 
Lucro líquido 
EBITDA 
20.937 
22.681 
1.166 
357 
2009 
25.706 
2.635 
804 
2010 
3.244 
1.582 
2011 
30.000 
20.000 
10.000 
0 
Receita líquida 
Lucro líquido 
EBITDA 
12 13
do país, experimentou um 
crescimento de 23% em sua 
receita líquida e de 343% em seu 
lucro líquido. 
por que fazer 
pesquisa? 
O sucesso de uma organização 
depende do alinhamento entre 
sua estratégia externa e as práticas 
e políticas de gestão internas. 
Ter a medida exata do que se 
passa no interior da organização 
é fundamental para encaminhar 
esse alinhamento. Não raro, a 
percepção dos colaboradores sobre 
o que se passa na empresa, seus 
objetivos, metas e direcionadores 
estratégicos difere da percepção do 
cliente externo e também daquilo 
que os executivos da organização 
acreditam estar transmitindo a esse 
público interno. 
O funcionário faz 
parte do público 
mais complexo, 
pois conhece a 
realidade (interior) 
da empresa, e 
não apenas a sua 
imagem e reputação 
Ele é construtor, 
constituinte e 
construído por 
esta imagem. 
A pesquisa de comunicação interna 
visa facilitar este alinhamento. Em 
muitos casos, os líderes e gestores 
identificam empiricamente os 
pontos divergentes, e o diagnóstico 
é fundamental para materializar 
estas percepções. A pesquisa será 
um importante subsídio para 
validar e legitimar o planejamento 
de endomarketing e comunicação 
interna, otimizar investimentos e 
amparar a tomada de decisão na 
área e, com isso, fazer a estratégia 
acontecer, garantindo que 
o posicionamento da 
marca não seja algo que 
a empresa diz, e sim algo 
que ela faz. 
Com eventuais adequações 
metodológicas, a pesquisa de 
comunicação interna é um 
NET 
(R$ milhões) 
Marcopolo 
(R$ milhões) 
4.613 
1.242 
736 
1.559 
5.406 
307 
1.940 
6.690 
373 
2009 2010 2011 
8.000 
6.000 
4.000 
2.000 
0 
Receita líquida 
Lucro líquido 
EBITDA 
177,4 
125 
295,8 398,3 
2.964 
344 464,1 
3.368 
2009 2010 2011 
4.000 
3.000 
2.000 
1.000 
0 
2.023 
Receita líquida 
Lucro líquido 
EBITDA 
14 15
38 diagnósticos 
11 anos de experiência 
em pesquisa de 
comunicação interna 
A expertise 
da Santo de Casa 
16 estados 
brasileiros 
instrumento de grande valia para 
instituições de todos os portes e 
setores econômicos. 
a Santo 
de Casa 
A Santo de Casa é uma agência de 
endomarketing com a cultura de 
fazer a comunicação interna rimar 
com a externa, em organizações 
de todos os portes e segmentos. 
Reúne todas as ferramentas para 
o levantamento de necessidades, 
planejamento, implementação 
e manutenção de programas de 
endomarketing e comunicação, 
buscando estreitar a relação 
entre empresa e empregados, 
popularizando a comunicação com 
soluções, que não são aplicadas 
apenas da boca para fora. O Núcleo 
de Consultoria da Santo de Casa 
é responsável pela arquitetura 
dos projetos de endomarketing, 
por seu planejamento executivo 
e acompanhamento. A partir de 
modelos de pesquisa consolidados, 
são identificadas as reais 
Aqualidade 
do relacionamento que 
a empresa mantém 
com seus clientes é 
um reflexo direto da 
qualidade da relação 
que ela mantém com 
seus colaboradores. 
Famastil 
(R$ milhões) 
5 11,2 
5,4 11,9 
92,1 
2010 2011 
100 
75 
50 
25 
0 
83,5 
Receita líquida 
Lucro líquido 
EBITDA 
necessidades de comunicação e 
elaborados planos estratégicos. 
Para mensurar a eficácia da 
comunicação interna das 
organizações, a Santo de Casa 
desenvolveu uma metodologia 
própria de pesquisa, especializada 
em avaliar o engajamento, a 
efetividade da comunicação 
interna, o desempenho dos canais 
e a identidade organizacional 
do universo pesquisado. 
Essa metodologia permite o 
alinhamento com as estratégias 
do cliente, sem engessá-lo em um 
modelo único e ‘ideal’ no processo 
de comunicação interna. 
16 17
2. A metodologia de pesquisa e diagnóstico 
A efetividade da metodologia de pesquisa atualmente 
aplicada pela Santo de Casa é resultado de mais de 10 anos 
de experiência em diagnósticos de organizações de todos 
os portes, áreas de atuação e regiões do país. Feita in loco, 
abastecida no contato direto com os próprios trabalhadores, 
ingressando no interior do Brasil, é esta pesquisa que permite 
elaborar a radiografia do mercado de trabalho a partir da 
comunicação interna das corporações. Ao longo deste período, os 
consultores da Santo de Casa dedicaram mais de 500 horas para 
ouvir os trabalhadores, e outras 2,5 mil horas no processamento 
e análise dos dados coletados. Considerando todas as empresas 
diagnosticadas, tem-se um universo superior a meio milhão de 
trabalhadores representados nos grupos de amostragem. 
Trata-se de uma metodologia de pesquisa em constante 
desenvolvimento, sempre se adequando às mudanças de perfil 
das empresas e de sua força de trabalho e agregando melhorias 
para qualificar o método. Não se trata, porém, de um método 
personalizável a cada empresa, já que a manutenção de um 
padrão permite avaliações, cruzamentos e comparações com os 
resultados de mercado já aferidos na experiência da consultoria. 
modelo combinado 
O diagnóstico de comunicação interna realizado pela Santo 
de Casa é um dos únicos a combinar análises qualitativas com 
indicadores quantitativos. O eixo quantitativo permite a definição 
de indicadores indispensáveis, para situar a empresa diagnosticada 
frente ao mercado, pela comparação de resultados. Também 
propicia acompanhar a evolução dos processos e resultados ao 
longo do tempo. Já a análise qualitativa permite compreender os 
hábitos de comunicação dos trabalhadores tanto no ambiente da 
corporação quanto fora dele. 
Sinteticamente, pode-se considerar que o eixo quantitativo permite 
verificar ‘o que’ e ‘o quanto’, referentes ao processo de comunicação 
interna, enquanto o eixo qualitativo mostra ‘o como’ e ‘o porquê’. 
O ponto de partida para o diagnóstico são os grupos focais de 
trabalhadores parametrizados, organizados de forma a representar 
toda a heterogeneidade da empresa diagnosticada. A partir da 
análise da estrutura da organização, são definidos os critérios para 
a composição desta amostragem, considerando a capilaridade 
e distribuição geográfica da empresa, seus níveis hierárquicos, 
natureza da atividade dos colaboradores e o porte da organização. 
A partir de uma dinâmica de trabalho em equipe, os colaboradores 
são desafiados a ‘exercer’ a comunicação. É o próprio funcionário 
quem fornece os subsídios para o diagnóstico. Durante todo 
o processo, o consultor, de forma isenta, apenas desperta esse 
discurso, facilita a reflexão e a expressão, para que os participantes 
se manifestem livremente. 
A qualidade do diagnóstico 
é proporcional à veracidade e 
autenticidade das informações 
dos grupos. O sigilo das declarações 
individuais, presente em cláusula 
contratual entre cliente e consultoria, 
garante o anonimato dos 
participantes, o que legitima 
as informações coletadas. 
Levantamento 
combina 
indicadores 
quantitativos 
– que permitem verificar os ‘ques’ e 
os ‘quantos’ – a análises qualitativas, 
capazes de compreender melhor 
os ‘comos’ e os ‘porquês’. 
18 19
O processo junto aos 
colaboradores é complementado 
com visitas dos consultores 
às dependências da empresa, 
aprofundando o conhecimento 
das atividades efetivamente 
realizadas pelos colaboradores e 
também das características, muitas 
vezes complexas, dos ambientes 
de trabalho, além de identificar as 
oportunidades de comunicação. 
Para melhor compreender a 
estratégia de negócios e conciliar 
a visão do empregado e do 
empregador sobre a comunicação 
interna, são realizadas ainda 
entrevistas com executivos de 
áreas estratégicas da organização. 
Resultados 
Com base nas informações 
coletadas junto aos colaboradores 
nas etapas qualitativa e 
quantitativa, entrevistas com 
os gestores e observações dos 
consultores, além do estudo dos 
produtos atuais de comunicação 
interna da empresa e de outras 
pesquisas e projetos (clima, 
planejamento estratégico, 
programas internos etc.), o método 
permite analisar, entre outros 
aspectos, a cultura e a identidade 
corporativa, a visão sistêmica e 
os processos de trabalho, papel 
dos líderes na comunicação, a 
comunicação propriamente dita e 
o desempenho dos canais internos. 
Os dados coletados passam 
por um processo de análise de 
conteúdo, onde as informações 
são verificadas a partir de sua 
frequência, intensidade, relevância 
e redundância. Os questionários 
que alimentam o eixo quantitativo 
são tabulados e analisados 
estatisticamente. O resultado 
desse processo é um minucioso 
relatório de diagnóstico, com 
a radiografia da comunicação 
interna da empresa, base para 
um projeto de endomarketing 
alinhado com os objetivos 
estratégicos da organização. 
[ Onze anos ouvindo 
colaboradores 
de grandes 
empresas ] 500de entrevistas e 
horas 
grupos de discussão 
2,5 no processamento e análise 
dos dados coletados 
mil 
horas 
0,5milhão 
de trabalhadores 
representados nos 
grupos de amostragem 
20 21
3. A amostra 
O Relatório Brasil de Comunicação 
Interna é o resultado de 
diagnósticos realizados pela 
Santo de Casa até dezembro 
de 2012, em organizações de 
todos os portes, segmentos 
econômicos e regiões do Brasil. 
Em sua esfera quantitativa, 
compila os resultados de 2.440 
entrevistas com colaboradores. 
Desse total, 49,7% atuam na 
indústria, segmento que primeiro 
despertou para a necessidade de 
desenvolver estratégias efetivas de 
comunicação interna. Aqui, temos 
o olhar de trabalhadores de 16 
cidades das cinco regiões do país. A 
análise do perfil dessa amostragem 
revela um grupo heterogêneo, o 
que permite classificá-lo como 
um pequeno retrato da força de 
trabalho no Brasil. 
Universo 
38 
organizações 
340 
grupos de discussão 
3,5 mil 
colaboradores participantes 
Segmento econômico: 
49,7% Indústria 
22,2% Serviços 
15,6% Comércio 
12,5% Setor Público 
Em sua esfera 
quantitativa, 
compila os resultados de 2.440 
entrevistas com colaboradores. 
22 23
Distribuição geográfica: 
84,6% Sul e Sudeste 
15,4% Outras regiões 
Tempo de empresa: 
11,7% Menos de 1 ano 
39,4% 1 a 5 anos 
18,6% 6 a 10 anos 
30,3% Acima de 10 anos 
Escolaridade: 
6,6% Ensino Fundamental 
26,9% Ensino Médio 
43,3% Ensino Superior 
23,2% Pós-Graduação 
Porte da empresa: 
16,9% Até 1 mil colaboradores 
22,5% 1 mil a 3 mil 
25,1% 3 mil a 10 mil 
35,4% Acima de 10 mil 
Sexo: 
63% Homens 
37% Mulheres 
Faixa etária: 
20,1% Até 25 anos 
41,9% 26 a 35 anos 
23,1% 36 a 45 anos 
15% Acima de 45 anos 
Nível hierárquico: 
41,2% Analistas e técnicos 
45,7% Base operacional 
13,2% Gestores 
Função: 
30,4% Produção 
37,5% Administrativo 
4,4% Comercial e Atendimento 
14,8% Serviços técnicos 
12,9% Serviços públicos 
24 25
4. Perspectiva geral da comunicação interna 25% a 35% do 
No processo de diagnóstico, o perfil da comunicação interna 
das organizações estudadas começa a ser visualizado a 
partir da análise dos dados sob quatro dimensões: Empresa, 
Gestor, Grupo e Indivíduos. Ou seja, trata-se de averiguar o 
desempenho da comunicação através da percepção que o 
colaborador tem da orgranização na qual atua, da atuação de 
comunicabilidade de seu líder, do grupo em que está inserido 
e dele dentro do processo. 
O conjunto de indicadores vinculado às quatro dimensões 
permite à metodologia aferir se cada ator compreende e cumpre 
adequadamente seu papel no processo de comunicação interna, 
se tem suas demandas atendidas e como se processam as 
relações entre eles. Os indicadores de cada dimensão são: 
Empresa 
Credibilidade: avalia a credibilidade e a legitimidade do emis-sor 
e o call for action da informação, prerrogativas básicas para 
efetividade da comunicação interna. 
Simetria: mostra o alinhamento existente na estrutura em 
seus diferentes níveis, a partir do desdobramento efetivo da 
comunicação. Ou seja, mede o efeito “telefone sem fio”, as 
perdas ou modificações da mensagem. 
Mutualidade: avalia a preocupação da empresa em manter 
seus colaboradores informados sobre os assuntos de seu 
interesse, valorizando, portanto, sua dedicação à empresa. 
Reciprocidade: avalia a capacidade da empresa de ouvir e a 
percepção do colaborador de ser ouvido. 
Gestor 
Orientação: capacidade de manter as pessoas conhecedoras 
de seus papéis e de suas responsabilidades, comprometidas 
com suas metas, alinhadas às estratégias da empresa e prepara-das 
para a tomada de decisão. 
Formação: capacidade dos líderes de prepararem suas equi-pes 
para o desempenho efetivo de suas tarefas ao promoverem 
um aprendizado constante, atuando como educadores, com-partilhando 
conhecimentos e demonstrando ser um exemplo 
e uma referência de atitude. 
Estímulo: capacidade de motivar constantemente suas 
equipes a obter melhores resultados, seja pelo desempenho in-dividual 
ou coletivo, sabendo reconhecer as pessoas, encorajar 
o grupo e manter um clima favorável ao trabalho. 
Avaliação: capacidade de avaliar o desempenho de seus cola-boradores 
(feedback), formal e informalmente, em um processo 
constante de comparação e alinhamento entre expectativas 
e realizações, fornecendo um retorno maduro, qualificado e 
indutor de melhorias comportamentais. 
Confiabilidade: capacidade dos líderes para deterem a 
confiança de suas equipes a partir de suas atitudes comunican-tes, 
ou seja, entregando seu trabalho com excelência, sendo 
coerentes em suas ações e cumprindo, com ética e integridade, 
os compromissos firmados. 
Grupo 
Integração: mede a dinâmica positiva entre as pessoas e é 
correlato à terceira dimensão pesquisada. 
retrabalho 
verificado 
nas organizações tem origem 
em problemas na comunicação, 
sendo a falta de simetria um 
dos mais significativos deles. 
26 27
Indivíduo 
Participação: avalia o interesse do 
colaborador pela comunicação inter-na 
e sua atitude como multiplicador 
da imagem positiva da empresa. 
Diante do entendimento desses 
indicadores, é possível apresentar o 
panorama geral da Comunicação 
Interna na amostra de empresas 
pesquisadas pela Santo de Casa. Essa 
fotografia apresentada a partir das 
quatro dimensões da CI revela um 
comportamento recorrente nos 
diagnósticos, nos quais os cola-boradores 
costumam atribuir as 
melhores avaliações à sua atuação 
(Dimensão Indivíduo). Em seguida 
avaliam Grupo e Gestor (no conso-lidado, 
com empate, mas, normal-mente, 
Grupo em primeiro e Gestor 
depois), e, por último, a organização 
(Dimensão Empresa). 
Essa curva apresenta variações ape-nas 
no serviço público, onde há uma 
tendência dos servidores avaliarem 
melhor a Dimensão Grupo do que a 
Dimensão Indivíduo. 
Veja o panorama geral (ao lado): 
Panorama geral da amostra em relação aos 
quatro indicadores: 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
6,7 6,7 
Terceira 
Dimensão: 
Grupo 
Segunda 
Dimensão: 
Gestor 
6,1 
Primeira 
Dimensão: 
Empresa 
7,2 
Quarta 
Dimensão: 
Indivíduo 
6,2 
Nota 
Geral 
Disseminando 
a estratégia 
Os resultados comuns verificados nas quase quatro 
dezenas de organizações diagnosticadas permitem 
aferir os pontos de convergência e as dificuldades mais 
comuns resultantes de processos de comunicação 
interna inadequados. Na Dimensão Empresa, 
encontra-se um dos gaps mais comuns, que diz 
respeito à falta de simetria entre os diferentes níveis da 
organização, um indicativo dos problemas no fluxo da 
informação na corporação. 
Os resultados presentes na totalidade dos diagnósticos 
mostram que a compreensão dos direcionadores 
estratégicos da organização vai se perdendo ao longo da 
estrutura corporativa. 
Com este processo, a base 
operacional herda uma baixa visão 
sistêmica, na maioria das vezes, 
deixando-a incapaz de lhe prover 
a noção clara dos resultados de 
seu trabalho quer no produto ou 
serviço que a organização oferece, 
quer nas suas relações com as 
demais áreas. 
Os efeitos desta falta de simetria serão sentidos não 
apenas na dificuldade de engajar os colaboradores. Ela 
prossegue como fonte de retrabalho e desperdício. Entre 
25% e 35% do retrabalho verificado nas organizações 
tem origem em problemas na comunicação, sendo a falta de 
simetria um dos mais significativos deles. 
Essa perda transfere-se inevitavelmente para o cliente, através 
da redução na qualidade dos serviços prestados. Logo, a 
simetria no processo de comunicação interna configura-se 
hoje um diferencial competitivo para as organizações, onde os 
colaboradores, do topo à base, compreendem as estratégias da 
organização, seus objetivos de curto e de longo prazo. 
A baixa visão 
sistêmica 
é um dos gaps mais comuns nas 
organizações pesquisadas, evidenciando 
a dificuldade que encontram de manter o 
fluxo da comunicação e a disseminação da 
estratégia nos mais diferentes níveis, do 
topo à base, sem perdas ou alterações da 
mensagem. 
Aqui, cabe um esclarecimento. A deficiência de simetria 
verificada nas empresas diagnosticadas pela Santo de Casa 
raramente decorre de falhas no processo de comunicação 
propriamente dita. 
28 29
Na maioria dos casos, trata-se 
de problemas de gestão 
– lembrando que não 
existe gestão sem 
comunicação – que 
terminam por acarretar 
inconformidades no processo de 
comunicação. E essa observação se 
mostra relevante à medida que, em 
se tratando de falhas na execução 
do que a gestão pretende fazer, 
soluções de comunicação, 
aplicadas de forma isolada, não 
serão eficazes. O desafio aqui é 
identificar e distinguir o que é 
causa (gestão/comunicação) e o 
que é consequência, para definir 
as estratégias mais eficientes. E 
sempre ter em mente que esse 
problema, onde quer que esteja 
sua origem, chegará, sim, 
ao cliente. 
Além das deficiências de simetria, 
outra característica recorrente nas 
corporações diagnosticadas, que 
se configura em fator de risco, é 
o que a metodologia da Santo de 
Casa define como ‘ansiedade e 
incongruência tática’. 
Trata-se de práticas geralmente 
arraigadas à cultura da empresa, 
como, por exemplo, a determinação 
de metas em prazos inviáveis, sem que 
se disponibilizem estrutura e recursos 
necessários para tal tarefa. 
Assim como também é comum que os colaboradores 
recebam desafios estratégicos novos, na mesma medida que 
se ampliam as cobranças por suas atividades operacionais. 
Ainda na perspectiva dos fatores de risco, no que se refere 
à comunicação interna no Brasil, os diagnósticos também 
identificam, como prática comum, geralmente por gestores 
que não dominam suficientemente as estratégias, o 
fornecimento de orientações inadequadas e contraditórias 
aos colaboradores, o que é um estopim para a frustração 
e ineficiência. Carentes de visão sistêmica, muitos líderes 
terminam por fomentar a competição indevida e o 
desalinhamento entre diferentes áreas. Ainda se verifica entre 
as corporações uma cultura de relegar a um segundo plano a 
adequada comunicação com sua base. 
Isso, muitas vezes, ocorre por claro 
preconceito, já que as organizações 
simplesmente não acreditam 
que no ‘chão da fábrica’ ou nas 
áreas operacionais há pessoas 
com capacidade e interesse para 
compreender as estratégias da 
empresa, excluindo-os deste contexto. 
Para entender as 
deficiências de 
simetria 
é necessário primeiramente entender até 
que ponto sua origem está realmente 
nas falhas de comunicação interna, ou 
se consiste em problemas de gestão. Na 
maioria dos casos, trata-se da segunda 
opção. 
A recomendação é quebrar o tradicional paradigma estratégico/ 
tático/operacional, uma vez que toda decisão, mesmo que de 
baixa complexidade, que serve para cumprir o posicionamento, 
é estratégica. 
Em outros casos, as empresas identificam os problemas 
de comunicação interna, mas não enxergam claramente a 
influência deles em sua atividade fim. 
Essa dissociação pode resultar da crença, já superada, de que o 
endomarketing e a comunicação interna limitam-se à função de 
informar, sem papel ou interferência na estratégia do negócio 
propriamente dito. 
Dimensão Empresa: 
falta de simetria é recorrente nas organizações 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
5,2 
6,2 
Simetria Mutualidade 
5,3 
Reciprocidade 
6,2 
Credibilidade 
6,1 
Primeira 
Dimensão: 
Empresa 
6,2 
Nota 
Geral 
30 31
Como os gestores 
se comunicam 
As pesquisas vêm mostrando, ano 
a ano, que, no geral, os gestores 
brasileiros apresentam pouca 
aptidão para se comunicar com 
suas equipes. A Dimensão 
Gestor mostra que o ponto 
fraco dos líderes, no que se 
refere à comunicação interna, 
é sua incapacidade de avaliar o 
desempenho de suas equipes 
quando lhes transmite suas 
impressões. 
As dificuldades 
de feedback 
aparecem, em 
disparado, 
como os piores 
indicadores dos 
líderes brasileiros 
na visão dos seus 
colaboradores. 
Ao serem alçados à posição 
de líderes, esses profissionais 
geralmente são preparados para 
outros aspectos da gestão, que não 
a comunicação com suas equipes. 
Líderes 
relatam 
destinar menos de 10% de seu 
tempo para a realização de gestão 
de pessoas. Relatam ainda que 
entre 40% e 50% do tempo dos 
gestores é gasto em reuniões, e que 
metade delas não precisaria existir, 
ou que poderiam consumir metade 
do tempo, se fossem regularmente 
bem conduzidas. 
No Brasil, os líderes destinam menos de 10% de seu tempo 
para gestão de pessoas, o que, com certeza, os distancia dos 
mais básicos e adequados processos de comunicação interna. 
Aprisionados em um modelo que lhes obriga a dedicar 
mais esforços para atender demandas superiores do que 
demandar seus comandados, a maioria dos gestores brasileiros 
habitualmente só se confronta com seus subordinados quando 
se faz necessário um feedback negativo, uma correção de rota 
ou realinhamento. 
Dimensão Gestor: dificuldade 
generalizada de dar feedback 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
6,5 
6,5 
Formação Estímulo 
5,6 
Feedback 
6,7 
Orientação 
6,9 
Confiabilidade 
A comunicação face a face, seguramente a mais eficiente na 
relação entre gestor e equipe, tem sido solenemente ignorada 
pelos líderes e é geralmente substituída pela praticidade (com 
limitada efetividade) do e-mail. 
Rotina de reuniões 
Entre 40% e 50% do tempo dos gestores é gasto em reuniões. 
E, na avaliação da maioria deles, a metade desse período é 
desperdiçado em virtude de reuniões ineficazes, improdutivas 
ou nada efetivas. A realidade é que em poucos casos as 
reuniões são conduzidas de forma produtiva ou resolutiva. 
Geralmente resumem-se a encontros para troca de 
informações que não exigiriam a presença e o tempo que 
sugam dos participantes. 
Na realidade, a maioria das reuniões 
é motivada pela falta de confiança na 
capacidade dos colegas em se apropriar 
de informações que poderiam circular 
por outros meios. 
É uma forma de se assegurar que os colegas efetivamente 
receberam todas as demandas e atualizações que se necessita 
transmitir. Há pouco espaço para discussão de estratégias, 
rumos ou análises mais aprofundadas. 
32 33
Carência de 
integração e sede 
de informação 
Na Dimensão Grupo, a 
principal observação refere-se 
à capacidade de integração 
dos colaboradores e como eles 
interagem com as diferentes áreas. 
Verifica-se aqui uma tendência ao 
individualismo dos colaboradores 
em seus núcleos básicos. 
Ou seja, sentem-se confortáveis em 
sua unidade, em sua ‘célula’, mas 
mantêm um distanciamento de 
outras áreas da corporação. 
Testes estatísticos 
comprovam que 
há forte correlação 
entre Retenção 
e Reciprocidade. 
Quanto mais a 
empresa ouve, 
entende e atende 
seu colaborador, 
mais ele ouve, 
entende e atende 
as demandas da 
organização. 
participação e 
retenção 
Já na análise da Dimensão 
Indivíduo, verifica-se uma 
pequena contradição. Embora 
o diagnóstico indique um perfil 
geral formado por colaboradores 
com forte interesse em fazer mais, 
receber mais informações e conhecer 
melhor sua empresa, o indicador de 
Retenção (o quanto as mensagens-chave 
da organização são retidas 
e utilizadas pelas pessoas) mostra 
que há pouco aproveitamento das 
informações comunicadas. 
A explicação para essa contradição 
passa pela baixa qualidade da 
comunicação interna, que não 
consegue competir com a externa, 
e também pela ausência de canais 
de escuta. Ou seja, a falta de 
reciprocidade tira a legitimidade 
do que a empresa tenta transmitir. 
Logo, o que chega ‘oficialmente’ 
perde-se pelo caminho. E o que 
não é preenchido pelos canais 
oficiais encontra respaldo nos canais 
informais, na famosa ‘rádio-peão’. 
Dimensão Grupo: capacidade de integração 
revela tendência ao individualismo 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
6,2 
Nota 
Geral 
6,7 
Integração 
Dimensão Indivíduo: interesse dos 
colaboradores x capacidade de retenção 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
7,8 
Participação 
6,3 
Retenção 
7,2 
4ª 
Dimensão: 
Indivíduo 
34 35
Pecando 
pelo excesso 
Soterrar os colaboradores com informações, geralmente de 
pouca ou nenhuma pertinência, é outra prática recorrente 
das corporações identificada nos diagnósticos realizados pela 
Santo de Casa. 
O excesso de informações é mais 
nocivo que a insuficiência delas, pois 
abala o ímpeto do colaborador de ir 
atrás da informação. 
Tudo parece ser motivo para a criação de uma nova campanha 
de comunicação interna, e ferramentas, como o e-mail-marketing, 
se proliferam por todos os níveis da empresa. E 
isso geralmente tem como objeto apenas as necessidades de 
comunicação da empresa, aquilo que ela necessita transmitir, 
ignorando as demandas da base. 
OUTROS 
COMPARATIVOS 
Idade x 
comunicação & 
retenção 
O histórico de empresas 
pesquisadas pela Santo de 
Casa mostra que colaboradores 
mais velhos tendem a se 
comunicar melhor e a buscar 
mais informações. Dos quatro 
indicadores que avaliam 
a dimensão Empresa da 
comunicação interna, em todos 
os melhores índices, aparecem 
profissionais entre 36 e 45, ou 
O excesso de 
informação 
nas empresas 
é um dos principais responsáveis 
pela redução dos índices de 
retenção do que é comunicado 
aos colaboradores. Outro fator 
importante a ser levado em conta 
é a correlação direta entre os 
indicadores de reciprocidade e 
a retenção da informação pelos 
funcionários. 
Comparativo - Idade 
10 
8 
6 
4 
Perante os colaboradores, este modelo passa a imagem acima de 45 anos. 
de uma comunicação de baixíssima credibilidade e até de 
caráter manipulador. Na realidade, é um resultado direto 
da falta de políticas claras de comunicação interna. Esse 
excesso de informação é um dos principais responsáveis 
pela redução dos índices de retenção daquilo que é 
comunicado aos colaboradores. 
Retenção X 
Idade 
6,0 Até 25 anos 
6,3 26 a 35 anos 
6,5 36 a 45 anos 
6,8 Acima de 45 anos 
2 
0 
Credibilidade Simetria Mutualidade Reciprocidade 
Até 25 anos 
26 a 35 anos 
36 a 45 anos 
Acima de 46 anos 
36 37
Comparativo - Tempo de empresa 
Envolvimento x 
tempo de casa 
A mesma tendência é identificada 
quanto ao tempo de empresa 
dos colaboradores, em que 
mais antigos e mais novos na 
organização demonstram ser mais 
crédulos e ativos no processo de 
comunicação interna. 
Comparativos 
geográficos 
Na região Norte, as pessoas 
são mais integradas e mais 
interessadas (ou mais carentes) 
pela comunicação interna. 
No Nordeste, percebe-se 
exatamente o contrário: a Simetria 
da informação, assim como a 
mutualidade, é prejudicada na 
avaliação dos colaboradores. 
Comparativo - Distribuição geográfica 
Credibilidade 
Menos de 1 ano 
1 a 5 anos 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Simetria 1ª 
Mutualidade Reciprocidade 2ª 
Dimensão: 
Empresa 
6 a 10 anos 
Mais de 10 anos Norte 
Nordeste 
Dimensão: 
Gestor 
3ª 
Dimensão: 
Grupo 
Centro-Oeste Sul 
Sudeste 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
4ª 
Dimensão: 
Indivíduo 
Escolaridade 
x consumo de 
informação 
A formação dos colaboradores das 
organizações pesquisadas mostra 
que os melhores resultados estão 
nos extremos. Ou seja, quanto 
menor ou maior a formação do 
colaborador, maior o consumo dos 
canais. Além de acessar mais as 
informações, este público tende 
a ser mais comprometido com 
a comunicação interna. Tanto 
na perspectiva geral quanto na 
avaliação dos canais, os melhores 
índices estão entre os trabalhadores 
com o Ensino Fundamental e 
Ensino Superior e Pós-Graduação. 
38 39
Avaliação Comparativo - Segmento 
quanto à 
Simetria 
Chama a atenção, nos segmentos 
do Comércio e da Indústria, a baixa 
Simetria e Reciprocidade (escuta) 
com os colaboradores. 
5,0 Comércio 
5,0 Indústria 
5,6 Serviços 
5,3 Setor Público 
Orientação Formação Estímulo Feedback Confiabilidade 
Comércio 
Serviços 
Indústria 
Setor Público 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Reciprocidade 
5,1 Comércio 
5,3 Indústria 
5,9 Serviços 
4,9 Setor Público 
Nota geral por nível 
hierárquico 
Chefias intermediárias se mostram mais efetivas que as dos 
demais níveis. 
6,1 Analistas 
Técnicos 
6,2 Base 
Operacional 
6,8 Coordenadores 
e Supervisores 
6,0 Executivos 
6,5 Gerência Média 
Por outro lado, chama a atenção o desempenho junto ao 
público de executivos das organizações. Ter resultados 
menores entre os níveis operacionais é, de certa forma, 
esperado. Surpreende, entretanto, constatar resultados 
muito próximos (por vezes, até inferiores) entre diretores e 
superintendentes das organizações, evidenciando cenários 
preocupantes, relativos especialmente à credibilidade e à 
simetria neste público. 
Avaliação quanto à 
Credibilidade 
6,3 Analistas e Técnicos 
6,0 Base 
Operacional 
7,0 Coordenadores 
e Supervisores 
6,2 Executivos 
6,4 Gerência Média 
40 41
Idade e retenção 
Os dados também mostram 
que, quanto maior a idade, 
maior a capacidade de retenção 
das informações por parte dos 
colaboradores. 
Seguindo o mesmo 
comportamento, os indicadores 
de retenção da informação 
também apresentam resultados 
preocupantes entre as gerências 
médias, considerados cargos de 
níveis chave nas organizações. 
Por outro lado, novamente os 
melhores resultados encontram-se 
junto às chefias intermediárias. 
Retenção 
6,2 Analistas e 
Técnicos 
6,2 Base Operacional 
7,3 Coordenadores e 
Supervisores 
6,8 Executivos 
5,9 Gerência Média 
Comparativo - Escolaridade 
Credibilidade Simetria Mutualidade Reciprocidade 
Ensino Fundamental 
Ensino Médio 
Ensino Superior 
Pós-Graduação 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Comparativo - Escolaridade 
Orientação Formação Estímulo Feedback Confiabilidade 
Ensino Fundamental 
Ensino Médio 
Ensino Superior 
Pós-Graduação 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Outro alerta em relação aos líderes 
fica evidente: os colaboradores da 
base das organizações, aqueles 
que mais necessitam, são os que 
menos estão recebendo feedback. 
Avaliação 
quanto ao 
Feedback 
5,7 Analistas e 
Técnicos 
5,4 Base Operacional 
6,5 Coordenadores e 
Supervisores 
6,0 Executivos 
6,4 Gerência Média 
42 43
Comparativo 
Porte 
Destaque para empresas de 
pequeno porte, com até 1.000 
colaboradores, onde estão 
concentradas as melhores 
avaliações sobre a comunicação 
interna em quase todos os 
indicadores. 
Comparativo - Função 
1ª 
Dimensão: 
Empresa 
Administração 
Produção 
4ª 
Dimensão: 
Indivíduo 
3ª 
Dimensão: 
Grupo 
2ª 
Dimensão: 
Gestor 
Serviços Técnicos Serviços Públicos 
Comercial e Atendimento 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Comparativo - Porte 
1ª 
Dimensão: 
Empresa 
2ª 
Dimensão: 
Gestor 
Até 1.000 empregados 
Entre 1.001 e 3.000 empregados 
Entre 3.001 e 5.000 empregados 
3ª 
Dimensão: 
Grupo 
4ª 
Dimensão: 
Indivíduo 
Entre 5.001 e 10.000 empregados 
Mais de 10.001 empregados 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Comparativo 
Função 
Os comparativos por função 
mostram maior efetividade 
entre colaboradores das áreas 
comerciais e de atendimento. 
Esse fato pode estar relacionado 
aos níveis de treinamento 
e capacitação - geralmente 
exigidos para o exercício das 
atividades destes profissionais 
e normalmente com reflexo 
direto na comunicação interna. 
Dentre as quatro dimensões 
avaliadas por este público, estão 
concentrados, no indicador 
Gestor, os maiores índices. 
44 45
Retenção: crescimento 
em função do porte das empresas 
com quadro a partir de 1.000 
colaboradores. 
6,6 Até 1 mil 
empregados 
5,7 Entre 1 mil e 
3 mil 
6,0 Entre 3 mil e 
5 mil 
6,3 Entre 5 mil e 
10 mil 
6,8 Mais de 10 mil 
empregados 
Efetividade (ECI) por Porte – as menores e as 
maiores têm a CI mais efetiva 
7 
6 
5 
4 
3 
2 
1 
0 
Até 2.000 2.001 a 10.000 Mais de 10.000 Mercado Geral 
Efetividade (ECI) por Segmento – destaque para 
empresas de serviços 
7 
6 
5 
4 
3 
2 
1 
0 
Indústria Comércio Serviços Setor Público Mercado Geral 
Indicador de 
Orientação por 
Segmento 
6,9 Administrativo 
7,9 Comercial & 
Atendimento 
6,7 Produção 
6,5 Serviços Públicos 
6,2 Serviços 
Técnicos 
46 47
Apesar de apresentar índices 
preocupantes como retenção, 
a gerência intermediária se 
apresenta como o nível hierárquico 
no qual a comunicação interna é 
mais efetiva. Seguindo o mesmo 
comportamento dos principais 
indicadores, o índice de efetividade 
entre executivos reforça o alerta às 
organizações. 
Efetividade (ECI) por nível hierárquico – alerta 
entre os executivos 
Efetividade (ECI) por função 
7 
6 
5 
4 
3 
2 
1 
0 
7 
6 
5 
4 
3 
2 
1 
0 
Analistas Base Coordenadores Administração 
Produção 
& Técnicos 
Operacional 
Executivos Setor 
Comercial & 
Atendimento 
Gerência 
Média 
Serviços 
Técnicos 
Mercado 
Geral 
Mercado 
Geral 
Público 
Índice de 
Efetividade da 
Comunicação 
Interna 
O índice Efetividade da 
Comunicação Interna (ECI) 
é calculado a partir de um 
olhar integrado sobre o efeito 
de combinação simultânea 
dos indicadores de atributos 
mensuráveis (principais) em uma 
condição real. 
É definido a partir de uma fórmula 
que leva em conta os índices de 
Simetria e a Credibilidade versus 
a capacidade de Retenção dos 
colaboradores pesquisados. 
A fórmula consiste em: 
ECI = f(Sim x Cred) 
Retenção 
48 49
5. Desempenho dos Canais 
A identificação dos canais mais adequados para uma 
comunicação interna efetiva tem como grande obstáculo um 
erro frequente na maioria das organizações. Elas, normalmente, 
não conhecem suficientemente o seu público. Para determinar 
estratégias, abordagens e os meios para atrair a atenção dos 
colaboradores é preciso, antes de tudo, saber quais as suas 
demandas, o que eles precisam e gostariam de receber e 
até mesmo qual o seu perfil de consumo de informação. 
A ausência de canais de escuta e, principalmente, o 
distanciamento das áreas de comunicação interna das 
pessoas, da força de trabalho das empresas, inviabiliza 
esta percepção. Ainda é muito comum de se ver nas 
corporações, independentemente do porte, profissionais 
gerando produtos de comunicação interna sem ir a campo, 
trabalhando dos escritórios e atuando em demandas 
predominantemente operacionais. 
Outro ponto-chave é o distanciamento 
entre os canais utilizados na 
comunicação interna e a oferta de 
comunicação que o colaborador 
encontra externamente. É preciso 
considerar que as pessoas estão cada 
vez mais exigentes. 
Ao avaliar os canais internos, os colaboradores têm como 
parâmetro o que encontram no mercado. Os gestores de 
comunicação interna têm que ter a noção de que estão 
competindo com o mercado como um todo. Eles precisam 
desenvolver produtos atrativos e competitivos tanto quanto 
a comunicação externa o faz. Quando esses profissionais 
se propõem a fazer um ‘jornalzinho’ interno, têm que ter 
em mente que estão correndo risco de os colaboradores 
desenvolverem apenas um ‘interessezinho’ pelo canal e por 
seu conteúdo. 
Os reflexos desses cenários estão nas médias alcançadas 
pelos canais internos das empresas pesquisadas pela Santo 
de Casa. Das seis categorias avaliadas, apenas uma teve nota 
média acima de 7. 
As consequências disso estão nas avaliações extraídas a partir 
da análise do Diagramas de Favorabilidade, instrumento 
aplicado a cada um dos canais pela metodologia e que, 
ao final de um diagnóstico, auxilia a identificar quais deles 
apresentam condições de serem mantidos, quais precisam 
apenas ser reformulados, ou quais devem ser de fato extintos. 
No Diagrama de Favorabilidade, são atribuídos os conceitos 
Favorável, Mediano ou Desfavorável para cada indicador. 
Quanto maior a incidência do conceito Desfavorável que um 
canal tiver, menores serão suas chances de ser mantido. 
A análise geral dos canais avaliados pela Santo de Casa gerou 
dois diagramas Medianos, um Desfavorável e três mistos, 
entre Mediano e Desfavorável. Nenhum canal, na média, teve 
diagrama Favorável (nem mesmo parcialmente). 
Como os canais são avaliados 
Para formular os diagnósticos de comunicação interna, a 
Santo de Casa instiga os colaboradores a avaliarem os canais 
É preciso 
competir com 
os veículos de 
comunicação 
externa. 
Quando uma empresa se propõe 
a fazer um ‘jornalzinho’ interno, 
tem que ter em mente que corre 
o risco de seus colaboradores 
desenvolverem apenas um 
‘interessezinho’ pelo canal e por 
seu conteúdo. 
50 51
de comunicação oferecidos por 
suas empresas a partir de seis 
indicadores: 
Abrangência: cobertura ou 
penetração do canal, ou o quanto 
ele atinge o público-alvo. 
Periodicidade: relacionado à 
capacidade do canal de atender 
à relação oferta/demanda de 
informações, no período a 
que se propõe, e também o 
quão confiável é seu prazo de 
atualização. 
Estética: construção editorial e 
gráfica do canal e o quão competitivo 
ele é, se comparado a canais externos 
habituais do público. 
Distribuição: relacionado à forma 
como o canal chega às pessoas e é 
por elas consumido. 
Pertinência: demonstra o quanto 
a pauta do canal é desejada, 
valorizada e importante ao 
público-alvo. 
Identificação: sinaliza o quanto o 
canal contribui para a formação ou 
consolidação de uma identidade 
cultural dos integrantes da empresa. 
A avaliação geral dos canais de empresas 
diagnosticadas pela Santo de Casa apresentou o 
seguinte cenário: 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
5,8 
6,2 
Jornal Mural 
6,4 
Internet/Portal 
7,2 
E-mail 
6,6 
Newsletter 
6,5 
Revista 
e-mail 
Pode-se dizer que o uso do E-mail como principal 
ferramenta de comunicação com o público interno 
está praticamente banalizado no Brasil. Diariamente, os 
colaboradores são soterrados por mensagens com todo 
o tipo de informação, que alguém na empresa acredita 
ser necessário ‘disseminar’. Este volume compromete a 
credibilidade não só das mensagens, geralmente pouco 
relevantes para a maioria dos funcionários, mas do próprio 
canal. Apesar de, na média geral do levantamento, o E-mail 
ter recebido a melhor avaliação, é muito comum, nos 
diagnósticos, ser o canal a receber as piores avaliações dos 
colaboradores. Com abrangência limitada aos funcionários 
que possuem acesso ao e-mail corporativo, não gera 
identificação no público interno. O grande volume de 
mensagens e a percepção de que estas não são pertinentes 
fazem com que os colaboradores as excluam antes de ler 
o seu conteúdo (e ainda assim, em muitos casos, avaliem o 
canal de forma satisfatória). 
A realidade acerca do volume de e-mails é a maior prova 
de um problema conceitual da comunicação interna e 
denuncia uma preocupante realidade nas organizações: 
a consolidação do modelo sob a ótica 
do emissor, e não do receptor. Ou seja, sob 
a ótica do emissor, a empresa se desonera a entender o 
que o colaborador deseja/necessita/consegue receber 
e se restringe a enviar, considerando apenas o que a 
organização deseja/necessita/consegue dizer. O detalhe é 
que, em se tratando de volume, a capacidade da empresa 
enviar é incomparavelmente superior à capacidade do 
colaborador em receber. 
Paralelamente ao trabalho de pesquisa e diagnóstico, 
a Santo de Casa vem também colecionando alguns 
cases de mapeamento de canais eletrônicos focados 
prioritariamente em volumetria. E o que se tem visto é 
alarmante: empresas com média de 20 laudas/dia sendo 
enviadas aos colaboradores, ou ainda a constatação de 
mais de 15 canais diferentes chegando nas caixas de correio 
eletrônico do público interno. 
Além do volume, preocupa, no uso do E-mail, também a 
falta de critérios para o que e como está sendo utilizado. 
É muito comum as empresas não disporem de um canal 
propriamente dito, concebido para veicular as informações 
transmitidas pelo correio eletrônico, tornando-o vala 
comum para todo e qualquer tipo de comunicação. 
Mas o fato de receber uma avaliação relativamente satisfatória, 
se comparado aos demais canais do levantamento, não 
significa que, na prática, o E-mail esteja sendo efetivo, ou 
cumprindo o seu papel na comunicação interna. 
52 53
Favorabilidade E-mail 
Identificacão 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 
Pertinência 
Distribuição 
Estética 
Peridiocidade 
Abrangência 
Favorável 
acima de 80 
Mediano 
entre 60,00 e 79,99 
Desfavorável 
abaixo de 60,00 
Segmento: destaque para indústria 
6,9 Comércio 
7,3 Indústria 
7,1 Serviços 
Porte*: melhores índices nas empresas acima de 10 mil 
colaboradores 
7,0 Até 1 mil empregados 
7,1 Entre 1 mil a 3 mil 
6,9 Entre 5 mil a 10 mil 
7,3 Mais 10 mil empregados 
*Não houve medição do E-mail em empresas entre 3 mil e 5 
mil colaboradores. 
A prova disso é, não raro, empresas 
que têm o E-mail bem avaliado 
apresentarem baixa credibilidade, 
simetria, reciprocidade e, é claro, 
retenção. Por isso a importância 
de não analisar os canais de forma 
isolada, sem levar em conta todas as 
dimensões em que a comunicação 
está inserida. 
As pessoas tendem, portanto, a avaliar a logística de 
distribuição da informação, e não o seu consumo e 
efetividade. 
Outros indicadores 
sobre E-mail: 
Contradição do E-mail na indústria: apesar de a maioria das 
indústrias diagnosticadas ainda manter grande parte de seus 
colaboradores sem acesso à internet, o E-mail assume nesse 
segmento o principal papel na comunicação interna. 
54 55
NEWSLETTER/ Favorabilidade Newsletter/E-mail Marketing 
Newsletter/E-mail Marketing x Sexo 
E-MAIL MARKETING 
As Newsletter/E-mail Marketing 
seguem o mesmo comportamento 
do E-mail, apesar de, no geral, 
receberem avaliações um pouco 
inferiores. Entretanto, a curva do 
diagrama de favorabilidade é 
muito semelhante (ambos são os 
únicos de favorabilidade mediana). 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 
Favorável 
acima de 80 
Mediano 
entre 60,00 e 79,99 
Desfavorável 
abaixo de 60,00 
Identificacão 
Pertinência 
Distribuição 
Estética 
Peridiocidade 
Abrangência 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Abrangência Peridiocidade Estética Distribuição Identificacão Nota 
Geral 
Pertinência 
Outros 
indicadores de 
Newsletter/ 
E-mail 
Marketing: 
Sexo: mulheres avaliam melhor 
e tendem a preferir os canais 
eletrônicos por E-mail (veja ao 
lado). Além disso, elas estão 
em funções que têm acesso 
favorecido. 
Escolaridade: melhores 
avaliações dos canais eletrônicos 
entre colaboradores com maiores 
níveis de escolaridade. 
4,3 Ensino 
Fundamental 
5,9 Ensino Médio 
6,6 Ensino Superior 
6,5 Pós-Graduação 
Distribuição geográfica: no 
Sudeste, canais eletrônicos têm 
seu desempenho prejudicado, 
principalmente pelo excesso de 
volume. 
7,6 Norte 
6,6 Nordeste 
6,9 Centro-Oeste 
6,1 Sudeste 
6,8 Sul 
56 57
JORNAL 
O tradicional Jornal da empresa é hoje 
um dos canais mais subaproveitados 
pelas corporações por uma questão 
conceitual. Utilizado como um canal 
de caráter informativo, embora 
sua periodicidade geralmente não 
permita que desempenhe esse 
papel, o Jornal termina por reproduzir 
mensagens que já são de domínio 
dos colaboradores. Por isso, recebe 
em média as piores avaliações 
(avaliação totalmente desfavorável). 
Uma alternativa que as empresas 
ainda utilizam, pouco para manter 
e oxigenar o Jornal, é utilizá-lo 
como um canal mais humano, 
onde os colaboradores possam se 
enxergar e se identificar. Mostrar 
pessoas é uma alternativa para 
torná-lo mais atrativo aos olhos dos 
colaboradores, que demonstram 
este desejo de ‘se enxergar’ na 
comunicação interna da empresa. 
Seria importante que as empresas 
tivessem mais matérias sobre o que 
vai acontecer e não tanto sobre o 
que já aconteceu. 
Favorabilidade Jornal 
Identificacão 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 
Pertinência 
Distribuição 
Estética 
Peridiocidade 
Abrangência 
Porte: aceitação maior do Jornal em empresas de pequeno porte 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
Abrangência Peridiocidade Estética Distribuição Identificacão Nota 
Geral 
Pertinência 
Até 1.000 empregados 
Entre 1.001 e 3.000 empregados 
Entre 3.001 e 5.000 empregados 
Entre 5.001 e 10.000 empregados 
Mais de 10.001 empregados 
Favorável 
acima de 80 
Mediano 
entre 60,00 e 79,99 
Desfavorável 
abaixo de 60,00 
58 59
Outros 
indicadores sobre 
Jornal: 
Distribuição geográfica: Jornal, 
no Norte, não é efetivo. Porém, no 
Nordeste, seu desempenho 
é bom. 
4,0 Norte 
6,2 Nordeste 
5,5 Centro-Oeste 
5,5 Sudeste 
6,2 Sul 
Segmento: baixo desempenho 
de impressos no Comércio. 
Destaque do Jornal para 
a indústria. 
6,4 Indústria 
4,4 Comércio 
5,3 Setor Público 
MURAL 
O fato de ser, em muitos casos, 
a única fonte de informação dos 
colaboradores, principalmente da base 
das organizações, contribui para que o 
Mural seja melhor avaliado com relação 
a outros canais. Sua distribuição e a 
periodicidade com que é atualizado 
são os indicadores que recebem as 
melhores notas dos colaboradores. 
Mesmo assim, na grande maioria das 
empresas, o Mural ainda é utilizado em 
um modelo antigo de comunicação 
(“jornal de parede”), configurando-se 
em um canal de pouca atratividade e 
efetividade. 
Outros indicadores 
sobre Mural: 
Função: ainda é efetivo para 
colaboradores de produção (indústria): 
6,0 Administrativo 
5,6 Comercial e 
atendimento 
6,8 Produção 
5,8 Serviços técnicos 
Escolaridade: queda na aceitação para 
colaboradores com mais formação. 
6,9 Ensino Fundamental 
6,7 Ensino Médio 
6,0 Ensino Superior 
5,8 Pós-Graduação 
Distribuição geográfica: no Norte, o 
Mural ainda é mais efetivo. 
6,4 Norte 
5,8 Nordeste 
6,2 Centro-Oeste 
6,2 Sudeste 
6,4 Sul 
Favorabilidade Mural 
Identificacão 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 
Pertinência 
Distribuição 
Estética 
Peridiocidade 
Abrangência 
Favorável 
acima de 80 
Mediano 
entre 60,00 e 79,99 
Desfavorável 
abaixo de 60,00 
60 61
INTRANET/PORTAL 
Assim como o Mural, a avaliação 
da Intranet ou Portal das empresas 
resume-se a um número 
limitado de colaboradores, que 
efetivamente acessam este 
canal. Trata-se de um canal que 
requer um acompanhamento e 
atuação constantes para que se 
mantenha atraente e relevante 
aos colaboradores. Se o canal for 
atualizado apenas uma vez por 
mês, só se pode esperar que os 
colaboradores o acessem uma 
vez por mês. 
Nesta lógica, a 
frequência mínima 
de atualização 
será a frequência 
máxima de acesso. 
Favorabilidade Intranet/Portal 
Identificacão 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 
Pertinência 
Distribuição 
Estética 
Peridiocidade 
Abrangência 
Outro cenário identificado no 
levantamento chama a atenção. 
Enquanto a comunicação externa 
vem se reciclando constantemente 
e aperfeiçoando suas plataformas 
de relacionamento e aproximação 
com seus usuários, as organizações 
ainda estão deixando a desejar nessa 
questão. Na maioria das empresas 
diagnosticadas pela Santo de Casa, a 
Intranet cumpre muito mais função de 
ferramenta de trabalho (formulários, 
acesso a sistemas internos, repositório 
de documentos) do que de canal de 
comunicação interna propriamente 
dito, sem atualização, dinamismo e 
interatividade apropriados ao produto 
web e à expectativa do público 
(incluindo organizações onde 100% dos 
colaboradores têm acesso à Internet). 
Outros indicadores 
sobre Intranet/ 
Portal: 
Distribuição geográfica: Intranet se 
destaca no Centro-Oeste, seguido pela 
Região Sul. 
4,9 Norte 
6,9 Nordeste 
7,7 Centro-Oeste 
5,8 Sudeste 
6,7 Sul 
Nível hierárquico: aceitação 
comprometida entre os níveis de gestão. 
6,6 Analistas e Técnicos 
6,6 Base Operacional 
5,5 Coordenadores e 
Supervisores 
5,7 Executivos 
5,3 Gerência Média 
Favorável 
acima de 80 
Mediano 
entre 60,00 e 79,99 
Desfavorável 
abaixo de 60,00 
62 63
Favorabilidade Revista 
Identificacão 
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 
Pertinência 
Distribuição 
Estética 
Peridiocidade 
Abrangência 
Favorável 
acima de 80 
Mediano 
entre 60,00 e 79,99 
Desfavorável 
abaixo de 60,00 
REVISTA 
Nas empresas diagnosticadas pela Santo de Casa, o canal 
Revista recebeu as melhores avaliações dos colaboradores. A 
explicação para esse resultado está na concepção de revista 
que tem sido desenvolvida pelas áreas de comunicação 
interna das empresas. Ao contrário do que acontece em canais 
como o Jornal, no caso das revistas internas, as empresas 
compreenderam a necessidade de oferecer aos colaboradores 
uma publicação com qualidade estética e editorial que 
extrapole os padrões dos canais corporativos. As revistas 
internas mantêm um padrão de publicação que o colaborador 
compraria em banca. 
Também contribui para que as empresas se adaptem melhor 
ao conceito deste canal o fato de com ele se ter um ciclo mais 
longo de elaboração. 
Segmento: seguindo o comportamento de demais canais 
impressos, a Revista tem menor efetividade no Comércio. 
4,6 Comércio 
6,6 Indústria 
6,4 Serviços 
Escolaridade: boa aceitação entre colaboradores de menor 
escolaridade. 
7,0 Ensino Fundamental 
6,0 Ensino Médio 
6,1 Ensino Superior 
6,6 Pós-Graduação 
Distribuição geográfica: canais impressos funcionam melhor 
no Centro-Oeste do que no resto do país. 
6,5 Nordeste 
7,2 Centro-Oeste 
6,4 Sudeste 
6,4 Sul 
64 65
A sua, a minha e a vida de praticamente 95% da população é 
agitada, acelerada, repleta de afazeres. Com cada vez menos 
tempo, os pais de hoje enfrentam novos desafios. Talvez o 
mais importante deles seja ter de dedicar menos tempo 
à formação de seus filhos. Mas alguém terá de fazê-lo... 
E, assim, compartilhamos esta importante função com as 
instituições. Primeiro as escolas e, mais tarde, as empresas. 
E, se aceitarmos que a educação é um caminho sem fim, é 
natural que as empresas passem a ter um papel importante 
no processo de ensino-aprendizagem. É parte de sua 
função social e transforma uma companhia em algo muito 
maior do que um organismo de produção: elas têm real 
contribuição para o desenvolvimento econômico e social 
nas comunidades em que estão inseridas. 
Participar do processo de formação de seus colaboradores 
não necessariamente exige uma infraestrutura física 
com esse fim. Significa que a organização deve criar um 
ambiente em que a educação esteja permeada em todos 
os processos, e que o conhecimento seja construído, 
adequadamente gerenciado e de fácil disseminação. 
A disseminação das informações é um dos pontos 
centrais do conceito de Educomunicação, um processo 
de mediação do ensino através de meios de comunicação 
Comunicação 
para 
educar 
CAMILA LUSTOSA, 
Diretora Executiva da 
Santo de Casa 
e informação. A área permeia tanto o campo da Educação 
quanto o da Comunicação Social e ganha espaço com a 
ampliação do uso de canais de comunicação pelas empresas. 
Paulo Freire, um dos pensadores mais notáveis na história 
da pedagogia mundial, afirmava que todo planejamento 
educacional, para qualquer sociedade, tem que responder 
às marcas e aos valores dessa sociedade. Esse ensinamento 
pode ser transportado para a realidade empresarial: é 
preciso estabelecer diálogos sistêmicos sobre valores 
e regras de convivência importantes para a empresa a 
fim de formar a consciência crítica e o sentimento de 
pertencimento, de identidade. 
O legado da andragogia nos mostra que o tripé formado por 
comunicação, vivências e treinamentos comportamentais e 
de gestão são frentes de atuação que levam a casos bem-sucedidos 
em termos de desempenho das equipes. 
É isso, no final, que ajudará um colaborador a tomar decisões 
na ponta que privilegiem a empresa. E, se é verdade que 
não existe crescimento sem resultados, também podemos 
afirmar que, hoje, não é mais possível manter resultados de 
longo prazo sem crescimento humano. 
camila.endomarketing@santodecasa.net 
66 67
6. Estrutura e processos 
de Comunicação Interna 
Estratégica para obtenção do engajamento dos colaboradores 
e para a manutenção da competitividade, a Comunicação 
Interna se constitui como um campo de poder no 
organograma das organizações. E, à medida que cresce o 
entendimento de sua importância, afloram dúvidas quanto 
à estrutura ideal com que a área deve contar e sobre qual o 
perfil ideal do time por ela responsável. 
Atualmente, a comunicação interna divide-se ora vinculada 
à estrutura de Recursos Humanos, em tese ‘geradora de 
notícias’ para o público interno, e ora aos departamentos 
de Marketing e Comunicação, a quem cabe definir as 
estratégias para disseminar a informação. É comum também 
que esta indefinição sobre a quem cabe gerenciar a área de 
comunicação interna produza um certo grau de animosidade 
entre os setores. 
Na realidade, não há um modelo, uma 
fórmula a ser seguida. Considerada 
relativamente nova no mundo 
corporativo, a Comunicação Interna 
ainda não se consolidou o suficiente 
para que se faça este desenho da área. 
Cabe a cada organização encontrar 
um formato adequado para atingir de 
forma satisfatória seus objetivos. 
O importante é as áreas de Comunicação Interna estarem 
buscando seu espaço e amadurecendo o olhar sobre a 
efetividade de sua atuação, conhecendo, aproximando-se 
e interagindo com o público interno (algo que, apesar de 
ainda lento, já se pode dizer estar evoluindo gradativamente). 
Por muito tempo, as áreas de CI se preocuparam muito 
em se qualificar para falar aos colaboradores, mas hoje 
vem entendendo que antes precisam se 
especializar em ouvi-los. 
RH ou Marketing? 
Embora seja a detentora de muitas das informações, a 
área de Recursos Humanos, por vezes, carece das técnicas 
comunicacionais que lhe permitam enxergar a melhor 
forma, o melhor momento, ou a melhor ferramenta para 
atingir o público interno. Já os profissionais da comunicação 
nem sempre contam com o completo entendimento das 
demandas desse público, limitando as chances de efetividade 
nesse relacionamento. 
Independente da área gestora da Comunicação Interna, 
RH ou Marketing, o fundamental é que ocorra a sinergia 
entre elas, assim como com as demais áreas, permitindo 
o partilhamento das estratégias e a definição conjunta de 
ações. Para isso, o ideal é a definição de critérios técnicos 
para a atuação de cada área e, principalmente, que a 
empresa, como um todo, acredite que a comunicação 
com o público interno é tão importante quanto aquela 
desenvolvida com o público externo. 
Uma forma eficaz de integrar a comunicação interna no 
organograma da organização é posicioná-la como staff da 
alta administração, desvinculada diretamente de algum 
Independente 
da área gestora 
da comunicação interna, RH ou Marketing, 
o fundamental é que ocorra a sinergia 
entre elas, permitindo o partilhamento das 
estratégias e a definição conjunta de ações. 
68 69
departamento ou diretoria, o que lhe garante autonomia 
para desenvolver as estratégias necessárias para melhor se 
comunicar com o púbico interno. Funcionando com um 
comitê independente, por exemplo, permite-se que as 
áreas de RH e Marketing se façam representar, sem que haja 
necessariamente uma diferenciação hierárquica entre eles. 
Uma falha comum verificada nas empresas diagnosticadas 
pela Santo de Casa é a falta de políticas e processos formais de 
Comunicação Interna. Em uma organização, toda e qualquer 
área de atividade precisa estabelecer as políticas que irão não 
só balizar sua ações, mas também validar sua atuação perante 
o restante do organograma, ressaltando seu caráter estratégico. 
A comunicação face a face 
É fundamental o entendimento de que a comunicação interna 
deve reproduzir para o público interno todos os processos da 
Comunicação Social, com elementos não só do Jornalismo, mas 
também da Publicidade e das Relações Públicas como forma de 
garantir uma atuação integrada e complementar. Junto a essas 
três frentes de atuação está o quarto, mais importante e mais 
eficiente pilar de um sistema efetivo de endomarketing: 
a Comunicaçao Direta, ou face a face. 
É a comunicação face a face que pretende o alinhamento 
e o desdobrameto de informações entre todos os níveis da 
organização, a partir da atuação do líder, buscando a criação 
de um fluxo de mão dupla: gestor-colaborador/colaborador-gestor, 
garantindo o cascateamento das informações por toda a 
estrutura, desde a alta gestão até a base da empresa. 
Além de ser mais efetivo, este modelo de comunicação fortalece 
o papel dos gestores como principais agentes de comunicação 
na empresa, sendo eles responsáveis por obter as informações 
relativas à estratégia e aos desdobramentos que envolvem o 
dia a dia de sua área, bem como repassá-las com pontualidade, 
constância, clareza e assertividade. É imprescindível, entretanto, 
garantir o entendimento dos colaboradores sobre o que 
está sendo comunicado, oportunizar o diálogo e acolher as 
contribuições de sua equipe. 
longe da matriz 
Nas organizações de maior porte, ou fisicamente mais 
pulverizadas, é preciso adotar mecanismos que permitam 
acompanhar, de forma eficiente, a capilarização, que distribui o 
público interno, distanciando-o da matriz, onde, comumente, 
está sediada a comunicação interna. 
De nada adianta definir uma estratégia de qualidade, se não 
houver garantia da sua correta execução nas bases, por mais 
longínquas que elas estejam. E, quanto maior esta distribuição, 
maiores são as chances de que a ação planejada simplesmente 
não aconteça nesses locais. O ideal é anexar as tarefas de 
comunicação interna a uma área, ou a um cargo que esteja 
presente na maioria das praças onde a empresa está instalada, 
ampliando as possibilidades de sucesso. 
Outra estratégia que pode ser eficiente na disseminação 
das ações é a definição de multiplicadores de comunicação 
interna, que serão responsáveis, com o devido 
acompanhamento e retaguarda, pela execução das estratégias 
em suas bases. Mas, neste caso, é preciso garantir, junto 
aos gestores da unidade, a legitimação tanto das ações de 
comunicação interna quanto do multiplicador, que precisa de 
alguma autonomia para executar essa tarefa. 
Quem é o profissional de 
endomarketing ? 
Se não há uma definição sobre onde se vincular a comunicação 
interna, o perfil do profissional que vai atuar na área é bem mais 
claro. Não exatamente no que se refere à formação, mas sim no 
seu envolvimento com a organização, livre trânsito da diretoria 
ao operacional e domínio dos processos em todas as áreas. Ele 
deve ter um profundo conhecimento da organização. 
A boa comunicação é fundamental. 
Seja com o mais alto executivo quanto 
(e principalmente) com os operários 
que atuam no ‘chão da fábrica’, o 
profissional de comunicação interna 
dever ter trânsito fácil. Provavelmente, 
ele será a pessoa que melhor conhece 
a empresa, seus processos e seus 
colaboradores. Só assim será possível 
pensar a comunicação interna como 
algo de fato estratégico, alinhado com 
os objetivos da organização. 
70 71
7. O desafio no Setor Público 
LISIANE DIAS, Consultora 
Motivado principalmente pelo 
movimento de implantação de 
planejamento estratégico, o Setor 
Público vem desenvolvendo 
um olhar cada vez mais atento 
a algumas práticas essenciais ao 
alcance de melhores resultados, e, 
por consequência, à comunicação 
interna e ao endomarketing 
estratégico. 
Prova desse despertar está na 
crescente procura (mesmo que 
ainda a passos lentos) dessas 
instituições por pesquisa e 
diagnóstico de comunicação 
interna. Seja por iniciativa própria, 
ou em decorrência de exigências 
de entidades regulatórias, a 
questão é que a gestão pública, 
em diferentes esferas, está em 
estado de alerta para o assunto, 
buscando compreendê-lo, 
buscando conhecer seu público 
e sensibilizando-se cada vez mais 
para a importância de ações 
efetivas, voltadas à motivação e ao 
engajamento de seus servidores. 
Trabalhos recentes junto a este 
Setor Público - Perspectiva Geral 
8 
7,5 
7 
6,5 
6 
5,5 
5 
4,5 
4 
Empresa Gestor Grupo Indivíduo 
Setor Público 
Iniciativa Privada 
A crescente 
procura do 
Setor Público 
mostra o despertar desse 
segmento para a necessidade 
de desenvolver a comunicação 
interna estratégica. 
72 73
segmento, especialmente no 
Judiciário, têm revelado cenários 
no mínimo interessantes. Apesar 
de apresentar realidades distintas 
da iniciativa privada, os desafios e 
as necessidades se assemelham: 
liderança, feedback, valorização 
das pessoas, reconhecimento, 
perspectivas de crescimento e 
visão sistêmica são alguns deles. 
Algumas particularidades, porém, 
chamam a atenção. A baixa 
avaliação das dimensões Empresa 
e Indivíduo - distanciando-se 
da média de mercado - e a 
dimensão Indivíduo abaixo da 
dimensão Grupo são algumas 
delas. Diferenças sutis nos 
indicadores quantitativos acabam 
se mostrando mais expressivas 
nos dados qualitativos, e 
evidenciam um cenário recorrente 
nas organizações pesquisadas: 
orgulho e senso de pertencimento 
abalados, imagem institucional 
comprometida, autoestima baixa e 
sentimento de pouca valorização 
por parte dos servidores. 
Setor Público - Perspectiva 
Geral: alerta à baixa autoestima 
dos servidores que, ao contrário 
dos da Iniciativa Privada, tendem 
a valorizar mais a dimensão Grupo 
do que a Indivíduo. 
Escuta comprometida: outro 
fator de alerta no segmento Público 
é a baixa disponibilidade dessas 
organizações em ouvir e atender 
seus colaboradores (Reciprocidade), 
bem como a capacidade de man-tê- 
los informados sobre os assuntos 
de seu interesse (Mutualidade), valo-rizando, 
portanto, sua dedicação à 
organização. Ambos indicadores se 
apresentam abaixo da média aferida 
na Iniciativa Privada. 
Outros indicadores 
Líderes: segmento apresenta 
deficiência ainda maior dos líderes 
em formar suas equipes para o 
desempenho de suas atividades 
(Formação) e orientá-las para seu 
o papel na estratégia (Orientação). 
Por outro lado, mostra leve 
melhoria na capacidade de avaliar 
(Feedback) e de deter confiança 
(Confiabilidade). Se na iniciativa 
Setor Público – Dimensão Empresa Setor Público - Dimensão Gestor 
8 
7,5 
7 
6,5 
6 
5,5 
5 
4,5 
4 
8 
7,5 
7 
6,5 
6 
5,5 
5 
4,5 
4 
Credibilidade Simetria Mutualidade Reciprocidade Orientação Formação Estímulo Feedback Confiabilidade 
Setor Público 
Iniciativa Privada 
Setor Público 
Iniciativa Privada 
74 75
privada a efetividade (ou a falta 
de) da comunicação interna tem 
reflexo direto na produtividade 
e no desempenho econômico 
das organizações, no setor 
público, esses reflexos se dão em 
um terreno mais abrangente: 
impactam diretamente na imagem 
que a sociedade constrói a respeito 
dessas instituições. 
Isso porque, mesmo não visando 
ao lucro, as empresas públicas 
perseguem objetivos estratégicos, 
seguem uma missão e buscam 
atingir uma visão de futuro, onde 
sempre o que está em pauta é 
prestar serviços de qualidade aos 
cidadãos. Se os servidores públicos 
não se sentem “bem atendidos” por 
seus empregadores, é possível que se 
sintam motivados e comprometidos 
para atender bem à sociedade? 
Esta reflexão mostra, especialmente 
a partir das entrevistas e grupos 
focais, que existe um ciclo 
completo que se retroalimenta 
no que diz respeito à falta de 
motivação do servidor. 
Obviamente esta não é uma 
realidade presente em todas as 
organizações públicas. Tampouco 
se traduz no comportamento 
generalizado das instituições 
pesquisadas pela Santo de Casa. 
Porém, cenários como esse são 
facilmente sinalizados durante 
os diagnósticos por centenas de 
servidores como algo presente 
no desempenho de suas ativida-des 
e no funcionamento de suas 
repartições. 
E é no sentido de começar a 
reverter este ciclo que o Poder 
Público se movimenta atualmen-te, 
concentrando esforços para 
instrumentalizar e profissionalizar 
a comunicação interna e gestão 
de um modo geral, perseguindo 
sua missão, índices mais elevados 
de produtividade, mais qualidade 
na prestação dos seus serviços e, 
principalmente, um modelo mais 
humanizado da gestão de seus 
profissionais. 
lisiane@santodecasa.net 
Ciclo “vicioso” do atendimento Ciclo “virtuoso” do atendimento 
Através de um processo de comunicação interna estratégico e efetivo, a 
perspectiva das instituições é migrarem gradativamente para o que vem sendo 
chamado de o ciclo virtuoso do atendimento: 
1 Desmotivação 
2 Falta de 
comprometimento 
e entendimento 
da missão 
3 Serviços precários 
e baixa qualidade no 
atendimento 
5 Identidade e 
imagem interna 
fragilizadas 
4 A insatisfação do 
“cliente” e abalo à 
reputação 
1 Servidor 
motivado e 
capacitado 
2 Atendimento 
de qualidade 
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satisfeitos 
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Relatório revela desafios da comunicação interna

  • 1. Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna Edição 2012/2013
  • 2. Este relatório A ideia da elaboração do Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna surgiu do desejo de alertar as organizações para os movimentos do mercado no sentido de aprimorar sua relação com o público interno. Em sua pesquisa para a elaboração de um novo livro sobre comunicação interna, o diretor de Planejamento e Consultoria da Santo de Casa Endomarketing S/A, Daniel Costa, atentou para a riqueza da amostragem em poder da consultoria, fruto de quase quatro dezenas de diagnósticos. Em 11 anos de experiência, a Santo de Casa já realizou diagnósticos de comunicação interna em organizações de todas as regiões do Brasil, de diferentes portes e áreas de atuação, desde o maior empregador privado do país até instituições do setor público. Este universo distribui-se em 16 estados brasileiros, materializando cerca de 340 grupos de discussão, que envolveram mais de 3,5 mil colaboradores contemplados neste relatório. Este ativo constitui-se em um significativo retrato dos trabalhadores brasileiros sob a ótica da comunicação interna das organizações onde atuam, compartilhado neste relatório. Nele, empresas e organizações se espelharam em outras já diagnosticadas, aferindo se suas realidades condizem com a prática do mercado. O Relatório Brasil é um instrumento que irá auxiliar empresas e profissionais da área a melhorarem seu entendimento sobre o papel e sobre a importância do endomarketing e dos impactos de uma gestão estratégica para a comunicação, apoiando na construção e na consecução de seus planos de endomarketing. Expediente O Relatório Brasil de Endomarketing e Comunicação Interna é uma publicação da Santo de Casa Endomarketing S/A Diretora Executiva: Camila Lustosa Diretor de Planejamento & Consultoria: Daniel Costa Execução: (51) 3023-2020 | www.santodecasa.net Responsabilidade Técnica: Daniel Costa Coordenação: Lisiane Dias Jornalista Responsável: Lisiane Dias Redação: Marcelo Barbosa Projeto Gráfico: Aline Ocaña Diagramação: Aline Ocaña e Francieli Zils Fotos: Shutterstock.com 2 3
  • 3. Em 2012, fiz 92 voos pelo país. Este ano, acho que passo dos 100. Nosso trabalho tem um pouco dos antigos mascates, desbravando o Brasil, porém com um único objetivo: conhecer e ouvir pessoas. Justamente as pessoas que fazem as empresas acontecerem de fato, pois a estratégia de uma distribuidora de energia acontece no pé do poste, de uma indústria de laticínios acontece na teta da vaca, de uma construtora, no alicerce da ponte, e de um hospital, na veia do paciente. E é nestes lugares que vamos ouvir esses milhares de trabalhadores que empenham seu potencial para movimentar a economia. Isso é fascinante. Um trabalho maravilhoso! Ouvimos verdadeiras pérolas. Aprendemos muito sobre tantos negócios, sobre as empresas pesquisadas e sobre como pensam seus líderes e colaboradores. O mais curioso: muito do que se ouve sobre uma prestadora de serviços, indústria, comércio ou órgão público é parecido. Às vezes, quase igual. Daí o insight para fazer este relatório. Após quase 40 pesquisas, nos demos conta de que tínhamos em mãos um diagnóstico da comunicação organizacional interna do contexto brasileiro. Problemas recorrentes de falta de visão sistêmica, excesso de ansiedade na gestão, deficiências na comunicabilidade dos líderes, dentre outros, falam alto em nossas organizações. Sim, um reflexo evidente do tempo em que vivemos, o mundo líquido de Bauman, pintando um cenário complexo, desafiador e, ao mesmo tempo, cheio de oportunidades. Em busca de novas e mais perguntas DANIEL COSTA, Diretor de Planejamento e Consultoria da Santo de Casa Confesso que ainda não sabemos ao certo o que fazer com toda esta infinidade de dados quantitativos e qualitativos. Eles provocam muito mais novas perguntas do que propriamente respostas definitivas. Claro que ajudam muito quando planejamos as ações de endomarketing e comunicação interna de nossos clientes, reduzindo muito a margem de erro e sempre proporcionando novos aprendizados, até porque é assim que os especialistas se formam: a gente errou em tantas coisas e de tantas formas diferentes que a mira fica cada vez mais acurada. E a cada nova pesquisa e projeto, o ajuste fino com que se trabalha fica mais efetivo. Tenho convicção, no entanto, de que compartilhar este conhecimento vai ajudar a todos os profissionais da área a refletirem, para que juntos possamos fazer as perguntas certas, colaborando, qualificando e legitimando nossa atividade pelo bem e perpetuidade das organizações. Então fica o convite para investir seu tempo lendo, criticando este relatório, enviando suas dúvidas e deixando suas contribuições. Estaremos à sua disposição e teremos enorme prazer em receber e em retornar o seu contato. Espero que goste de consumi-lo tanto quanto nós gostamos de tê-lo feito. daniel@santodecasa.net 4 5
  • 4. 38 diagnósticos em organizações de todas as regiões do país PE ba ma mg To df go mt pa ms sp rj pr sc rs ro 6 7
  • 5. 26 Índice 1. Introdução 4. Perspectiva geral Quanto vale a boa comunicação interna 13 Empresa, Gestor, Grupo, Indivíduo 26 10 Por que fazer pesquisa? 14 Disseminando a estratégia 29 A Santo de Casa 16 Como os gestores se comunicam 32 Carência de integração e sede de informação 34 Participação e Retenção 35 Pecando pelo excesso 36 Outros comparativos 37 22 50 3. A amostra Universo 22 Segmento econômico 22 Distribuição geográfica 22 Tempo de empresa 22 Faixa etária 22 Escolaridade 23 Porte 23 Nível hierárquico 23 Função 23 5. Desempenho dos canais Avaliação dos canais 50 E-mail 53 Newsletter/E-mail Mkt 56 Jornal 58 Mural 60 Intranet/Portal 62 Revista 64 Artigo: Comunicação para educar - Camila Lustosa 66 68 6. Estrutura e processos de Comunicação Interna RH ou Marketing? 68 A comunicação face a face 70 Profissional de Endomarketing 71 O desafio no Setor Público Artigo - Lisiane Dias 72 2. A metodologia de pesquisa e diagnóstico Modelo combinado 18 Resultados 20 18 72 8 9
  • 6. 1. Introdução Desenvolver uma comunicação interna eficaz, clara, transparente com seus colaboradores e, principalmente, alinhada às estratégias é cada vez mais condição indispensável para que organizações mantenham-se sólidas e competitivas, em condições de perpetuar seus negócios e seus bons resultados. Nos últimos anos, o mercado tem verificado mudanças significativas na relação das pessoas com seu trabalho, que não mais representa a atividade central da existência do ser humano. Por isso, os valores que o profissional de hoje busca no trabalho já não são apenas aqueles tangíveis, como uma boa remuneração, pacote de benefícios atraente a perspectiva de segurança. O trabalhador de hoje busca uma atividade que lhe garanta também retornos subjetivos, desafiadores. Ele precisa reconhecer seu esforço na atividade em que está envolvido. Quer ser valorizado. Sentir-se efetivamente importante para a criação e desenvolvimento do produto ou serviço oferecido pela organização em que atua. O endomarketing e a comunicação interna (apesar de, na prática, serem muitas vezes aceitos como sinônimos, a comunicação interna, na realidade, integra o composto de endomarketing) têm papel decisivo não só na identificação desta demanda, mas também na construção do sentimento de pertencimento à organização e satisfação dos desejos dos colaboradores. Além dos atributos tangíveis da relação entre a organização e o colaborador, é preciso saber comunicar também os valores subjetivos. Antes de satisfazer o público externo, a organização precisar satisfazer o público interno. Na visão dos investimentos em endomarketing, o cliente vem em segundo lugar. Uma das mais evidentes mudanças na relação das pessoas com seu trabalho está no ciclo de permanência dos colaboradores no emprego, que deixou de ser a meta principal do trabalhador. Se os objetivos – tangíveis ou intangíveis – não estão ao seu alcance na posição que ocupa, ele já não hesita em buscar um novo caminho. Adequar-se a esta nova dinâmica exige um esforço maior da organização. Reter um bom valor (bom profissional) já não é a meta fundamental, como no passado, mas sim maximizar sua experiência de trabalho e emprego, garantindo retorno satisfatório para as duas partes. A retenção surge aqui como um ‘efeito secundário’ do sucesso da relação. O que o mercado vem comprovando nos últimos anos é que não apenas melhores resultados humanos são possíveis, a partir de programas de comunicação interna bem estruturados, como também o alcance de melhores desempenhos econômicos e financeiros. Empresas que sabem se comunicar de forma eficiente com seus colaboradores compreendem melhor suas necessidades, suas inseguranças e seus objetivos. Já o colaborador entende melhor seu papel no negócio da empresa, sente-se valorizado pelo esforço que empreende para que a organização atinja Pesquisa realizada pela Towers Watson em 328 organizações de todo o mundo mostra que empresas que desenvolveram uma comunicação altamente eficaz com seus colaboradores obtiveram retornos financeiros até 47% maiores do que aquelas que ainda não atingiram eficiência neste relacionamento. 10 11
  • 7. Brasil Foods (BRF) (R$ milhões) AES Brasil (R$ bilhões) seus objetivos. E esta mutualidade é combustível para o engajamento do colaborador, indispensável para o alcance dos bons resultados. Atingir esta maturidade no relacionamento com o público interno é pré-requisito para que a organização consiga conquistar e fidelizar seus clientes. A qualidade do relacionamento que a empresa mantém com seus clientes é um reflexo direto da qualidade da relação que ela mantém com seus colaboradores. É neste cenário que a pesquisa e o diagnóstico em comunicação interna ganham um papel cada vez mais indispensável para a construção de programas de endomarketing estratégicos e eficazes. Pois é mensurando, avaliando, conhecendo o perfil e entendendo o comportamento e as expectativas de seu público interno que as organizações terão melhores condições de se estruturar para o alcance dos resultados esperados. Quanto vale a boa comunicação interna Se a qualidade do relacionamento de uma organização com seus clientes é proporcional à qualidade da sua relação com os colaboradores, como já foi dito, é esperado, então, que empresas que investem de forma estratégica em comunicação interna obtenham mais sucesso na consecução de suas metas. Uma rápida análise nos resultados de algumas empresas com as quais atuou a Santo de Casa, a maioria líderes em seus segmentos, possibilita que se faça o vínculo entre uma eficiente estratégia de comunicação interna e bons resultados. Amparada pelos investimentos em comunicação interna, a Brasil Foods, um dos maiores empregadores individuais 12,4 3,4 13,6 14 16 12 8 4 0 4,2 4,9 2,1 2,2 3 2009 2010 2011 Receita líquida Lucro líquido EBITDA 20.937 22.681 1.166 357 2009 25.706 2.635 804 2010 3.244 1.582 2011 30.000 20.000 10.000 0 Receita líquida Lucro líquido EBITDA 12 13
  • 8. do país, experimentou um crescimento de 23% em sua receita líquida e de 343% em seu lucro líquido. por que fazer pesquisa? O sucesso de uma organização depende do alinhamento entre sua estratégia externa e as práticas e políticas de gestão internas. Ter a medida exata do que se passa no interior da organização é fundamental para encaminhar esse alinhamento. Não raro, a percepção dos colaboradores sobre o que se passa na empresa, seus objetivos, metas e direcionadores estratégicos difere da percepção do cliente externo e também daquilo que os executivos da organização acreditam estar transmitindo a esse público interno. O funcionário faz parte do público mais complexo, pois conhece a realidade (interior) da empresa, e não apenas a sua imagem e reputação Ele é construtor, constituinte e construído por esta imagem. A pesquisa de comunicação interna visa facilitar este alinhamento. Em muitos casos, os líderes e gestores identificam empiricamente os pontos divergentes, e o diagnóstico é fundamental para materializar estas percepções. A pesquisa será um importante subsídio para validar e legitimar o planejamento de endomarketing e comunicação interna, otimizar investimentos e amparar a tomada de decisão na área e, com isso, fazer a estratégia acontecer, garantindo que o posicionamento da marca não seja algo que a empresa diz, e sim algo que ela faz. Com eventuais adequações metodológicas, a pesquisa de comunicação interna é um NET (R$ milhões) Marcopolo (R$ milhões) 4.613 1.242 736 1.559 5.406 307 1.940 6.690 373 2009 2010 2011 8.000 6.000 4.000 2.000 0 Receita líquida Lucro líquido EBITDA 177,4 125 295,8 398,3 2.964 344 464,1 3.368 2009 2010 2011 4.000 3.000 2.000 1.000 0 2.023 Receita líquida Lucro líquido EBITDA 14 15
  • 9. 38 diagnósticos 11 anos de experiência em pesquisa de comunicação interna A expertise da Santo de Casa 16 estados brasileiros instrumento de grande valia para instituições de todos os portes e setores econômicos. a Santo de Casa A Santo de Casa é uma agência de endomarketing com a cultura de fazer a comunicação interna rimar com a externa, em organizações de todos os portes e segmentos. Reúne todas as ferramentas para o levantamento de necessidades, planejamento, implementação e manutenção de programas de endomarketing e comunicação, buscando estreitar a relação entre empresa e empregados, popularizando a comunicação com soluções, que não são aplicadas apenas da boca para fora. O Núcleo de Consultoria da Santo de Casa é responsável pela arquitetura dos projetos de endomarketing, por seu planejamento executivo e acompanhamento. A partir de modelos de pesquisa consolidados, são identificadas as reais Aqualidade do relacionamento que a empresa mantém com seus clientes é um reflexo direto da qualidade da relação que ela mantém com seus colaboradores. Famastil (R$ milhões) 5 11,2 5,4 11,9 92,1 2010 2011 100 75 50 25 0 83,5 Receita líquida Lucro líquido EBITDA necessidades de comunicação e elaborados planos estratégicos. Para mensurar a eficácia da comunicação interna das organizações, a Santo de Casa desenvolveu uma metodologia própria de pesquisa, especializada em avaliar o engajamento, a efetividade da comunicação interna, o desempenho dos canais e a identidade organizacional do universo pesquisado. Essa metodologia permite o alinhamento com as estratégias do cliente, sem engessá-lo em um modelo único e ‘ideal’ no processo de comunicação interna. 16 17
  • 10. 2. A metodologia de pesquisa e diagnóstico A efetividade da metodologia de pesquisa atualmente aplicada pela Santo de Casa é resultado de mais de 10 anos de experiência em diagnósticos de organizações de todos os portes, áreas de atuação e regiões do país. Feita in loco, abastecida no contato direto com os próprios trabalhadores, ingressando no interior do Brasil, é esta pesquisa que permite elaborar a radiografia do mercado de trabalho a partir da comunicação interna das corporações. Ao longo deste período, os consultores da Santo de Casa dedicaram mais de 500 horas para ouvir os trabalhadores, e outras 2,5 mil horas no processamento e análise dos dados coletados. Considerando todas as empresas diagnosticadas, tem-se um universo superior a meio milhão de trabalhadores representados nos grupos de amostragem. Trata-se de uma metodologia de pesquisa em constante desenvolvimento, sempre se adequando às mudanças de perfil das empresas e de sua força de trabalho e agregando melhorias para qualificar o método. Não se trata, porém, de um método personalizável a cada empresa, já que a manutenção de um padrão permite avaliações, cruzamentos e comparações com os resultados de mercado já aferidos na experiência da consultoria. modelo combinado O diagnóstico de comunicação interna realizado pela Santo de Casa é um dos únicos a combinar análises qualitativas com indicadores quantitativos. O eixo quantitativo permite a definição de indicadores indispensáveis, para situar a empresa diagnosticada frente ao mercado, pela comparação de resultados. Também propicia acompanhar a evolução dos processos e resultados ao longo do tempo. Já a análise qualitativa permite compreender os hábitos de comunicação dos trabalhadores tanto no ambiente da corporação quanto fora dele. Sinteticamente, pode-se considerar que o eixo quantitativo permite verificar ‘o que’ e ‘o quanto’, referentes ao processo de comunicação interna, enquanto o eixo qualitativo mostra ‘o como’ e ‘o porquê’. O ponto de partida para o diagnóstico são os grupos focais de trabalhadores parametrizados, organizados de forma a representar toda a heterogeneidade da empresa diagnosticada. A partir da análise da estrutura da organização, são definidos os critérios para a composição desta amostragem, considerando a capilaridade e distribuição geográfica da empresa, seus níveis hierárquicos, natureza da atividade dos colaboradores e o porte da organização. A partir de uma dinâmica de trabalho em equipe, os colaboradores são desafiados a ‘exercer’ a comunicação. É o próprio funcionário quem fornece os subsídios para o diagnóstico. Durante todo o processo, o consultor, de forma isenta, apenas desperta esse discurso, facilita a reflexão e a expressão, para que os participantes se manifestem livremente. A qualidade do diagnóstico é proporcional à veracidade e autenticidade das informações dos grupos. O sigilo das declarações individuais, presente em cláusula contratual entre cliente e consultoria, garante o anonimato dos participantes, o que legitima as informações coletadas. Levantamento combina indicadores quantitativos – que permitem verificar os ‘ques’ e os ‘quantos’ – a análises qualitativas, capazes de compreender melhor os ‘comos’ e os ‘porquês’. 18 19
  • 11. O processo junto aos colaboradores é complementado com visitas dos consultores às dependências da empresa, aprofundando o conhecimento das atividades efetivamente realizadas pelos colaboradores e também das características, muitas vezes complexas, dos ambientes de trabalho, além de identificar as oportunidades de comunicação. Para melhor compreender a estratégia de negócios e conciliar a visão do empregado e do empregador sobre a comunicação interna, são realizadas ainda entrevistas com executivos de áreas estratégicas da organização. Resultados Com base nas informações coletadas junto aos colaboradores nas etapas qualitativa e quantitativa, entrevistas com os gestores e observações dos consultores, além do estudo dos produtos atuais de comunicação interna da empresa e de outras pesquisas e projetos (clima, planejamento estratégico, programas internos etc.), o método permite analisar, entre outros aspectos, a cultura e a identidade corporativa, a visão sistêmica e os processos de trabalho, papel dos líderes na comunicação, a comunicação propriamente dita e o desempenho dos canais internos. Os dados coletados passam por um processo de análise de conteúdo, onde as informações são verificadas a partir de sua frequência, intensidade, relevância e redundância. Os questionários que alimentam o eixo quantitativo são tabulados e analisados estatisticamente. O resultado desse processo é um minucioso relatório de diagnóstico, com a radiografia da comunicação interna da empresa, base para um projeto de endomarketing alinhado com os objetivos estratégicos da organização. [ Onze anos ouvindo colaboradores de grandes empresas ] 500de entrevistas e horas grupos de discussão 2,5 no processamento e análise dos dados coletados mil horas 0,5milhão de trabalhadores representados nos grupos de amostragem 20 21
  • 12. 3. A amostra O Relatório Brasil de Comunicação Interna é o resultado de diagnósticos realizados pela Santo de Casa até dezembro de 2012, em organizações de todos os portes, segmentos econômicos e regiões do Brasil. Em sua esfera quantitativa, compila os resultados de 2.440 entrevistas com colaboradores. Desse total, 49,7% atuam na indústria, segmento que primeiro despertou para a necessidade de desenvolver estratégias efetivas de comunicação interna. Aqui, temos o olhar de trabalhadores de 16 cidades das cinco regiões do país. A análise do perfil dessa amostragem revela um grupo heterogêneo, o que permite classificá-lo como um pequeno retrato da força de trabalho no Brasil. Universo 38 organizações 340 grupos de discussão 3,5 mil colaboradores participantes Segmento econômico: 49,7% Indústria 22,2% Serviços 15,6% Comércio 12,5% Setor Público Em sua esfera quantitativa, compila os resultados de 2.440 entrevistas com colaboradores. 22 23
  • 13. Distribuição geográfica: 84,6% Sul e Sudeste 15,4% Outras regiões Tempo de empresa: 11,7% Menos de 1 ano 39,4% 1 a 5 anos 18,6% 6 a 10 anos 30,3% Acima de 10 anos Escolaridade: 6,6% Ensino Fundamental 26,9% Ensino Médio 43,3% Ensino Superior 23,2% Pós-Graduação Porte da empresa: 16,9% Até 1 mil colaboradores 22,5% 1 mil a 3 mil 25,1% 3 mil a 10 mil 35,4% Acima de 10 mil Sexo: 63% Homens 37% Mulheres Faixa etária: 20,1% Até 25 anos 41,9% 26 a 35 anos 23,1% 36 a 45 anos 15% Acima de 45 anos Nível hierárquico: 41,2% Analistas e técnicos 45,7% Base operacional 13,2% Gestores Função: 30,4% Produção 37,5% Administrativo 4,4% Comercial e Atendimento 14,8% Serviços técnicos 12,9% Serviços públicos 24 25
  • 14. 4. Perspectiva geral da comunicação interna 25% a 35% do No processo de diagnóstico, o perfil da comunicação interna das organizações estudadas começa a ser visualizado a partir da análise dos dados sob quatro dimensões: Empresa, Gestor, Grupo e Indivíduos. Ou seja, trata-se de averiguar o desempenho da comunicação através da percepção que o colaborador tem da orgranização na qual atua, da atuação de comunicabilidade de seu líder, do grupo em que está inserido e dele dentro do processo. O conjunto de indicadores vinculado às quatro dimensões permite à metodologia aferir se cada ator compreende e cumpre adequadamente seu papel no processo de comunicação interna, se tem suas demandas atendidas e como se processam as relações entre eles. Os indicadores de cada dimensão são: Empresa Credibilidade: avalia a credibilidade e a legitimidade do emis-sor e o call for action da informação, prerrogativas básicas para efetividade da comunicação interna. Simetria: mostra o alinhamento existente na estrutura em seus diferentes níveis, a partir do desdobramento efetivo da comunicação. Ou seja, mede o efeito “telefone sem fio”, as perdas ou modificações da mensagem. Mutualidade: avalia a preocupação da empresa em manter seus colaboradores informados sobre os assuntos de seu interesse, valorizando, portanto, sua dedicação à empresa. Reciprocidade: avalia a capacidade da empresa de ouvir e a percepção do colaborador de ser ouvido. Gestor Orientação: capacidade de manter as pessoas conhecedoras de seus papéis e de suas responsabilidades, comprometidas com suas metas, alinhadas às estratégias da empresa e prepara-das para a tomada de decisão. Formação: capacidade dos líderes de prepararem suas equi-pes para o desempenho efetivo de suas tarefas ao promoverem um aprendizado constante, atuando como educadores, com-partilhando conhecimentos e demonstrando ser um exemplo e uma referência de atitude. Estímulo: capacidade de motivar constantemente suas equipes a obter melhores resultados, seja pelo desempenho in-dividual ou coletivo, sabendo reconhecer as pessoas, encorajar o grupo e manter um clima favorável ao trabalho. Avaliação: capacidade de avaliar o desempenho de seus cola-boradores (feedback), formal e informalmente, em um processo constante de comparação e alinhamento entre expectativas e realizações, fornecendo um retorno maduro, qualificado e indutor de melhorias comportamentais. Confiabilidade: capacidade dos líderes para deterem a confiança de suas equipes a partir de suas atitudes comunican-tes, ou seja, entregando seu trabalho com excelência, sendo coerentes em suas ações e cumprindo, com ética e integridade, os compromissos firmados. Grupo Integração: mede a dinâmica positiva entre as pessoas e é correlato à terceira dimensão pesquisada. retrabalho verificado nas organizações tem origem em problemas na comunicação, sendo a falta de simetria um dos mais significativos deles. 26 27
  • 15. Indivíduo Participação: avalia o interesse do colaborador pela comunicação inter-na e sua atitude como multiplicador da imagem positiva da empresa. Diante do entendimento desses indicadores, é possível apresentar o panorama geral da Comunicação Interna na amostra de empresas pesquisadas pela Santo de Casa. Essa fotografia apresentada a partir das quatro dimensões da CI revela um comportamento recorrente nos diagnósticos, nos quais os cola-boradores costumam atribuir as melhores avaliações à sua atuação (Dimensão Indivíduo). Em seguida avaliam Grupo e Gestor (no conso-lidado, com empate, mas, normal-mente, Grupo em primeiro e Gestor depois), e, por último, a organização (Dimensão Empresa). Essa curva apresenta variações ape-nas no serviço público, onde há uma tendência dos servidores avaliarem melhor a Dimensão Grupo do que a Dimensão Indivíduo. Veja o panorama geral (ao lado): Panorama geral da amostra em relação aos quatro indicadores: 10 8 6 4 2 0 6,7 6,7 Terceira Dimensão: Grupo Segunda Dimensão: Gestor 6,1 Primeira Dimensão: Empresa 7,2 Quarta Dimensão: Indivíduo 6,2 Nota Geral Disseminando a estratégia Os resultados comuns verificados nas quase quatro dezenas de organizações diagnosticadas permitem aferir os pontos de convergência e as dificuldades mais comuns resultantes de processos de comunicação interna inadequados. Na Dimensão Empresa, encontra-se um dos gaps mais comuns, que diz respeito à falta de simetria entre os diferentes níveis da organização, um indicativo dos problemas no fluxo da informação na corporação. Os resultados presentes na totalidade dos diagnósticos mostram que a compreensão dos direcionadores estratégicos da organização vai se perdendo ao longo da estrutura corporativa. Com este processo, a base operacional herda uma baixa visão sistêmica, na maioria das vezes, deixando-a incapaz de lhe prover a noção clara dos resultados de seu trabalho quer no produto ou serviço que a organização oferece, quer nas suas relações com as demais áreas. Os efeitos desta falta de simetria serão sentidos não apenas na dificuldade de engajar os colaboradores. Ela prossegue como fonte de retrabalho e desperdício. Entre 25% e 35% do retrabalho verificado nas organizações tem origem em problemas na comunicação, sendo a falta de simetria um dos mais significativos deles. Essa perda transfere-se inevitavelmente para o cliente, através da redução na qualidade dos serviços prestados. Logo, a simetria no processo de comunicação interna configura-se hoje um diferencial competitivo para as organizações, onde os colaboradores, do topo à base, compreendem as estratégias da organização, seus objetivos de curto e de longo prazo. A baixa visão sistêmica é um dos gaps mais comuns nas organizações pesquisadas, evidenciando a dificuldade que encontram de manter o fluxo da comunicação e a disseminação da estratégia nos mais diferentes níveis, do topo à base, sem perdas ou alterações da mensagem. Aqui, cabe um esclarecimento. A deficiência de simetria verificada nas empresas diagnosticadas pela Santo de Casa raramente decorre de falhas no processo de comunicação propriamente dita. 28 29
  • 16. Na maioria dos casos, trata-se de problemas de gestão – lembrando que não existe gestão sem comunicação – que terminam por acarretar inconformidades no processo de comunicação. E essa observação se mostra relevante à medida que, em se tratando de falhas na execução do que a gestão pretende fazer, soluções de comunicação, aplicadas de forma isolada, não serão eficazes. O desafio aqui é identificar e distinguir o que é causa (gestão/comunicação) e o que é consequência, para definir as estratégias mais eficientes. E sempre ter em mente que esse problema, onde quer que esteja sua origem, chegará, sim, ao cliente. Além das deficiências de simetria, outra característica recorrente nas corporações diagnosticadas, que se configura em fator de risco, é o que a metodologia da Santo de Casa define como ‘ansiedade e incongruência tática’. Trata-se de práticas geralmente arraigadas à cultura da empresa, como, por exemplo, a determinação de metas em prazos inviáveis, sem que se disponibilizem estrutura e recursos necessários para tal tarefa. Assim como também é comum que os colaboradores recebam desafios estratégicos novos, na mesma medida que se ampliam as cobranças por suas atividades operacionais. Ainda na perspectiva dos fatores de risco, no que se refere à comunicação interna no Brasil, os diagnósticos também identificam, como prática comum, geralmente por gestores que não dominam suficientemente as estratégias, o fornecimento de orientações inadequadas e contraditórias aos colaboradores, o que é um estopim para a frustração e ineficiência. Carentes de visão sistêmica, muitos líderes terminam por fomentar a competição indevida e o desalinhamento entre diferentes áreas. Ainda se verifica entre as corporações uma cultura de relegar a um segundo plano a adequada comunicação com sua base. Isso, muitas vezes, ocorre por claro preconceito, já que as organizações simplesmente não acreditam que no ‘chão da fábrica’ ou nas áreas operacionais há pessoas com capacidade e interesse para compreender as estratégias da empresa, excluindo-os deste contexto. Para entender as deficiências de simetria é necessário primeiramente entender até que ponto sua origem está realmente nas falhas de comunicação interna, ou se consiste em problemas de gestão. Na maioria dos casos, trata-se da segunda opção. A recomendação é quebrar o tradicional paradigma estratégico/ tático/operacional, uma vez que toda decisão, mesmo que de baixa complexidade, que serve para cumprir o posicionamento, é estratégica. Em outros casos, as empresas identificam os problemas de comunicação interna, mas não enxergam claramente a influência deles em sua atividade fim. Essa dissociação pode resultar da crença, já superada, de que o endomarketing e a comunicação interna limitam-se à função de informar, sem papel ou interferência na estratégia do negócio propriamente dito. Dimensão Empresa: falta de simetria é recorrente nas organizações 10 8 6 4 2 0 5,2 6,2 Simetria Mutualidade 5,3 Reciprocidade 6,2 Credibilidade 6,1 Primeira Dimensão: Empresa 6,2 Nota Geral 30 31
  • 17. Como os gestores se comunicam As pesquisas vêm mostrando, ano a ano, que, no geral, os gestores brasileiros apresentam pouca aptidão para se comunicar com suas equipes. A Dimensão Gestor mostra que o ponto fraco dos líderes, no que se refere à comunicação interna, é sua incapacidade de avaliar o desempenho de suas equipes quando lhes transmite suas impressões. As dificuldades de feedback aparecem, em disparado, como os piores indicadores dos líderes brasileiros na visão dos seus colaboradores. Ao serem alçados à posição de líderes, esses profissionais geralmente são preparados para outros aspectos da gestão, que não a comunicação com suas equipes. Líderes relatam destinar menos de 10% de seu tempo para a realização de gestão de pessoas. Relatam ainda que entre 40% e 50% do tempo dos gestores é gasto em reuniões, e que metade delas não precisaria existir, ou que poderiam consumir metade do tempo, se fossem regularmente bem conduzidas. No Brasil, os líderes destinam menos de 10% de seu tempo para gestão de pessoas, o que, com certeza, os distancia dos mais básicos e adequados processos de comunicação interna. Aprisionados em um modelo que lhes obriga a dedicar mais esforços para atender demandas superiores do que demandar seus comandados, a maioria dos gestores brasileiros habitualmente só se confronta com seus subordinados quando se faz necessário um feedback negativo, uma correção de rota ou realinhamento. Dimensão Gestor: dificuldade generalizada de dar feedback 10 8 6 4 2 0 6,5 6,5 Formação Estímulo 5,6 Feedback 6,7 Orientação 6,9 Confiabilidade A comunicação face a face, seguramente a mais eficiente na relação entre gestor e equipe, tem sido solenemente ignorada pelos líderes e é geralmente substituída pela praticidade (com limitada efetividade) do e-mail. Rotina de reuniões Entre 40% e 50% do tempo dos gestores é gasto em reuniões. E, na avaliação da maioria deles, a metade desse período é desperdiçado em virtude de reuniões ineficazes, improdutivas ou nada efetivas. A realidade é que em poucos casos as reuniões são conduzidas de forma produtiva ou resolutiva. Geralmente resumem-se a encontros para troca de informações que não exigiriam a presença e o tempo que sugam dos participantes. Na realidade, a maioria das reuniões é motivada pela falta de confiança na capacidade dos colegas em se apropriar de informações que poderiam circular por outros meios. É uma forma de se assegurar que os colegas efetivamente receberam todas as demandas e atualizações que se necessita transmitir. Há pouco espaço para discussão de estratégias, rumos ou análises mais aprofundadas. 32 33
  • 18. Carência de integração e sede de informação Na Dimensão Grupo, a principal observação refere-se à capacidade de integração dos colaboradores e como eles interagem com as diferentes áreas. Verifica-se aqui uma tendência ao individualismo dos colaboradores em seus núcleos básicos. Ou seja, sentem-se confortáveis em sua unidade, em sua ‘célula’, mas mantêm um distanciamento de outras áreas da corporação. Testes estatísticos comprovam que há forte correlação entre Retenção e Reciprocidade. Quanto mais a empresa ouve, entende e atende seu colaborador, mais ele ouve, entende e atende as demandas da organização. participação e retenção Já na análise da Dimensão Indivíduo, verifica-se uma pequena contradição. Embora o diagnóstico indique um perfil geral formado por colaboradores com forte interesse em fazer mais, receber mais informações e conhecer melhor sua empresa, o indicador de Retenção (o quanto as mensagens-chave da organização são retidas e utilizadas pelas pessoas) mostra que há pouco aproveitamento das informações comunicadas. A explicação para essa contradição passa pela baixa qualidade da comunicação interna, que não consegue competir com a externa, e também pela ausência de canais de escuta. Ou seja, a falta de reciprocidade tira a legitimidade do que a empresa tenta transmitir. Logo, o que chega ‘oficialmente’ perde-se pelo caminho. E o que não é preenchido pelos canais oficiais encontra respaldo nos canais informais, na famosa ‘rádio-peão’. Dimensão Grupo: capacidade de integração revela tendência ao individualismo 10 8 6 4 2 0 6,2 Nota Geral 6,7 Integração Dimensão Indivíduo: interesse dos colaboradores x capacidade de retenção 10 8 6 4 2 0 7,8 Participação 6,3 Retenção 7,2 4ª Dimensão: Indivíduo 34 35
  • 19. Pecando pelo excesso Soterrar os colaboradores com informações, geralmente de pouca ou nenhuma pertinência, é outra prática recorrente das corporações identificada nos diagnósticos realizados pela Santo de Casa. O excesso de informações é mais nocivo que a insuficiência delas, pois abala o ímpeto do colaborador de ir atrás da informação. Tudo parece ser motivo para a criação de uma nova campanha de comunicação interna, e ferramentas, como o e-mail-marketing, se proliferam por todos os níveis da empresa. E isso geralmente tem como objeto apenas as necessidades de comunicação da empresa, aquilo que ela necessita transmitir, ignorando as demandas da base. OUTROS COMPARATIVOS Idade x comunicação & retenção O histórico de empresas pesquisadas pela Santo de Casa mostra que colaboradores mais velhos tendem a se comunicar melhor e a buscar mais informações. Dos quatro indicadores que avaliam a dimensão Empresa da comunicação interna, em todos os melhores índices, aparecem profissionais entre 36 e 45, ou O excesso de informação nas empresas é um dos principais responsáveis pela redução dos índices de retenção do que é comunicado aos colaboradores. Outro fator importante a ser levado em conta é a correlação direta entre os indicadores de reciprocidade e a retenção da informação pelos funcionários. Comparativo - Idade 10 8 6 4 Perante os colaboradores, este modelo passa a imagem acima de 45 anos. de uma comunicação de baixíssima credibilidade e até de caráter manipulador. Na realidade, é um resultado direto da falta de políticas claras de comunicação interna. Esse excesso de informação é um dos principais responsáveis pela redução dos índices de retenção daquilo que é comunicado aos colaboradores. Retenção X Idade 6,0 Até 25 anos 6,3 26 a 35 anos 6,5 36 a 45 anos 6,8 Acima de 45 anos 2 0 Credibilidade Simetria Mutualidade Reciprocidade Até 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos Acima de 46 anos 36 37
  • 20. Comparativo - Tempo de empresa Envolvimento x tempo de casa A mesma tendência é identificada quanto ao tempo de empresa dos colaboradores, em que mais antigos e mais novos na organização demonstram ser mais crédulos e ativos no processo de comunicação interna. Comparativos geográficos Na região Norte, as pessoas são mais integradas e mais interessadas (ou mais carentes) pela comunicação interna. No Nordeste, percebe-se exatamente o contrário: a Simetria da informação, assim como a mutualidade, é prejudicada na avaliação dos colaboradores. Comparativo - Distribuição geográfica Credibilidade Menos de 1 ano 1 a 5 anos 10 8 6 4 2 0 Simetria 1ª Mutualidade Reciprocidade 2ª Dimensão: Empresa 6 a 10 anos Mais de 10 anos Norte Nordeste Dimensão: Gestor 3ª Dimensão: Grupo Centro-Oeste Sul Sudeste 10 8 6 4 2 0 4ª Dimensão: Indivíduo Escolaridade x consumo de informação A formação dos colaboradores das organizações pesquisadas mostra que os melhores resultados estão nos extremos. Ou seja, quanto menor ou maior a formação do colaborador, maior o consumo dos canais. Além de acessar mais as informações, este público tende a ser mais comprometido com a comunicação interna. Tanto na perspectiva geral quanto na avaliação dos canais, os melhores índices estão entre os trabalhadores com o Ensino Fundamental e Ensino Superior e Pós-Graduação. 38 39
  • 21. Avaliação Comparativo - Segmento quanto à Simetria Chama a atenção, nos segmentos do Comércio e da Indústria, a baixa Simetria e Reciprocidade (escuta) com os colaboradores. 5,0 Comércio 5,0 Indústria 5,6 Serviços 5,3 Setor Público Orientação Formação Estímulo Feedback Confiabilidade Comércio Serviços Indústria Setor Público 10 8 6 4 2 0 Reciprocidade 5,1 Comércio 5,3 Indústria 5,9 Serviços 4,9 Setor Público Nota geral por nível hierárquico Chefias intermediárias se mostram mais efetivas que as dos demais níveis. 6,1 Analistas Técnicos 6,2 Base Operacional 6,8 Coordenadores e Supervisores 6,0 Executivos 6,5 Gerência Média Por outro lado, chama a atenção o desempenho junto ao público de executivos das organizações. Ter resultados menores entre os níveis operacionais é, de certa forma, esperado. Surpreende, entretanto, constatar resultados muito próximos (por vezes, até inferiores) entre diretores e superintendentes das organizações, evidenciando cenários preocupantes, relativos especialmente à credibilidade e à simetria neste público. Avaliação quanto à Credibilidade 6,3 Analistas e Técnicos 6,0 Base Operacional 7,0 Coordenadores e Supervisores 6,2 Executivos 6,4 Gerência Média 40 41
  • 22. Idade e retenção Os dados também mostram que, quanto maior a idade, maior a capacidade de retenção das informações por parte dos colaboradores. Seguindo o mesmo comportamento, os indicadores de retenção da informação também apresentam resultados preocupantes entre as gerências médias, considerados cargos de níveis chave nas organizações. Por outro lado, novamente os melhores resultados encontram-se junto às chefias intermediárias. Retenção 6,2 Analistas e Técnicos 6,2 Base Operacional 7,3 Coordenadores e Supervisores 6,8 Executivos 5,9 Gerência Média Comparativo - Escolaridade Credibilidade Simetria Mutualidade Reciprocidade Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior Pós-Graduação 10 8 6 4 2 0 Comparativo - Escolaridade Orientação Formação Estímulo Feedback Confiabilidade Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior Pós-Graduação 10 8 6 4 2 0 Outro alerta em relação aos líderes fica evidente: os colaboradores da base das organizações, aqueles que mais necessitam, são os que menos estão recebendo feedback. Avaliação quanto ao Feedback 5,7 Analistas e Técnicos 5,4 Base Operacional 6,5 Coordenadores e Supervisores 6,0 Executivos 6,4 Gerência Média 42 43
  • 23. Comparativo Porte Destaque para empresas de pequeno porte, com até 1.000 colaboradores, onde estão concentradas as melhores avaliações sobre a comunicação interna em quase todos os indicadores. Comparativo - Função 1ª Dimensão: Empresa Administração Produção 4ª Dimensão: Indivíduo 3ª Dimensão: Grupo 2ª Dimensão: Gestor Serviços Técnicos Serviços Públicos Comercial e Atendimento 10 8 6 4 2 0 Comparativo - Porte 1ª Dimensão: Empresa 2ª Dimensão: Gestor Até 1.000 empregados Entre 1.001 e 3.000 empregados Entre 3.001 e 5.000 empregados 3ª Dimensão: Grupo 4ª Dimensão: Indivíduo Entre 5.001 e 10.000 empregados Mais de 10.001 empregados 10 8 6 4 2 0 Comparativo Função Os comparativos por função mostram maior efetividade entre colaboradores das áreas comerciais e de atendimento. Esse fato pode estar relacionado aos níveis de treinamento e capacitação - geralmente exigidos para o exercício das atividades destes profissionais e normalmente com reflexo direto na comunicação interna. Dentre as quatro dimensões avaliadas por este público, estão concentrados, no indicador Gestor, os maiores índices. 44 45
  • 24. Retenção: crescimento em função do porte das empresas com quadro a partir de 1.000 colaboradores. 6,6 Até 1 mil empregados 5,7 Entre 1 mil e 3 mil 6,0 Entre 3 mil e 5 mil 6,3 Entre 5 mil e 10 mil 6,8 Mais de 10 mil empregados Efetividade (ECI) por Porte – as menores e as maiores têm a CI mais efetiva 7 6 5 4 3 2 1 0 Até 2.000 2.001 a 10.000 Mais de 10.000 Mercado Geral Efetividade (ECI) por Segmento – destaque para empresas de serviços 7 6 5 4 3 2 1 0 Indústria Comércio Serviços Setor Público Mercado Geral Indicador de Orientação por Segmento 6,9 Administrativo 7,9 Comercial & Atendimento 6,7 Produção 6,5 Serviços Públicos 6,2 Serviços Técnicos 46 47
  • 25. Apesar de apresentar índices preocupantes como retenção, a gerência intermediária se apresenta como o nível hierárquico no qual a comunicação interna é mais efetiva. Seguindo o mesmo comportamento dos principais indicadores, o índice de efetividade entre executivos reforça o alerta às organizações. Efetividade (ECI) por nível hierárquico – alerta entre os executivos Efetividade (ECI) por função 7 6 5 4 3 2 1 0 7 6 5 4 3 2 1 0 Analistas Base Coordenadores Administração Produção & Técnicos Operacional Executivos Setor Comercial & Atendimento Gerência Média Serviços Técnicos Mercado Geral Mercado Geral Público Índice de Efetividade da Comunicação Interna O índice Efetividade da Comunicação Interna (ECI) é calculado a partir de um olhar integrado sobre o efeito de combinação simultânea dos indicadores de atributos mensuráveis (principais) em uma condição real. É definido a partir de uma fórmula que leva em conta os índices de Simetria e a Credibilidade versus a capacidade de Retenção dos colaboradores pesquisados. A fórmula consiste em: ECI = f(Sim x Cred) Retenção 48 49
  • 26. 5. Desempenho dos Canais A identificação dos canais mais adequados para uma comunicação interna efetiva tem como grande obstáculo um erro frequente na maioria das organizações. Elas, normalmente, não conhecem suficientemente o seu público. Para determinar estratégias, abordagens e os meios para atrair a atenção dos colaboradores é preciso, antes de tudo, saber quais as suas demandas, o que eles precisam e gostariam de receber e até mesmo qual o seu perfil de consumo de informação. A ausência de canais de escuta e, principalmente, o distanciamento das áreas de comunicação interna das pessoas, da força de trabalho das empresas, inviabiliza esta percepção. Ainda é muito comum de se ver nas corporações, independentemente do porte, profissionais gerando produtos de comunicação interna sem ir a campo, trabalhando dos escritórios e atuando em demandas predominantemente operacionais. Outro ponto-chave é o distanciamento entre os canais utilizados na comunicação interna e a oferta de comunicação que o colaborador encontra externamente. É preciso considerar que as pessoas estão cada vez mais exigentes. Ao avaliar os canais internos, os colaboradores têm como parâmetro o que encontram no mercado. Os gestores de comunicação interna têm que ter a noção de que estão competindo com o mercado como um todo. Eles precisam desenvolver produtos atrativos e competitivos tanto quanto a comunicação externa o faz. Quando esses profissionais se propõem a fazer um ‘jornalzinho’ interno, têm que ter em mente que estão correndo risco de os colaboradores desenvolverem apenas um ‘interessezinho’ pelo canal e por seu conteúdo. Os reflexos desses cenários estão nas médias alcançadas pelos canais internos das empresas pesquisadas pela Santo de Casa. Das seis categorias avaliadas, apenas uma teve nota média acima de 7. As consequências disso estão nas avaliações extraídas a partir da análise do Diagramas de Favorabilidade, instrumento aplicado a cada um dos canais pela metodologia e que, ao final de um diagnóstico, auxilia a identificar quais deles apresentam condições de serem mantidos, quais precisam apenas ser reformulados, ou quais devem ser de fato extintos. No Diagrama de Favorabilidade, são atribuídos os conceitos Favorável, Mediano ou Desfavorável para cada indicador. Quanto maior a incidência do conceito Desfavorável que um canal tiver, menores serão suas chances de ser mantido. A análise geral dos canais avaliados pela Santo de Casa gerou dois diagramas Medianos, um Desfavorável e três mistos, entre Mediano e Desfavorável. Nenhum canal, na média, teve diagrama Favorável (nem mesmo parcialmente). Como os canais são avaliados Para formular os diagnósticos de comunicação interna, a Santo de Casa instiga os colaboradores a avaliarem os canais É preciso competir com os veículos de comunicação externa. Quando uma empresa se propõe a fazer um ‘jornalzinho’ interno, tem que ter em mente que corre o risco de seus colaboradores desenvolverem apenas um ‘interessezinho’ pelo canal e por seu conteúdo. 50 51
  • 27. de comunicação oferecidos por suas empresas a partir de seis indicadores: Abrangência: cobertura ou penetração do canal, ou o quanto ele atinge o público-alvo. Periodicidade: relacionado à capacidade do canal de atender à relação oferta/demanda de informações, no período a que se propõe, e também o quão confiável é seu prazo de atualização. Estética: construção editorial e gráfica do canal e o quão competitivo ele é, se comparado a canais externos habituais do público. Distribuição: relacionado à forma como o canal chega às pessoas e é por elas consumido. Pertinência: demonstra o quanto a pauta do canal é desejada, valorizada e importante ao público-alvo. Identificação: sinaliza o quanto o canal contribui para a formação ou consolidação de uma identidade cultural dos integrantes da empresa. A avaliação geral dos canais de empresas diagnosticadas pela Santo de Casa apresentou o seguinte cenário: 10 8 6 4 2 0 5,8 6,2 Jornal Mural 6,4 Internet/Portal 7,2 E-mail 6,6 Newsletter 6,5 Revista e-mail Pode-se dizer que o uso do E-mail como principal ferramenta de comunicação com o público interno está praticamente banalizado no Brasil. Diariamente, os colaboradores são soterrados por mensagens com todo o tipo de informação, que alguém na empresa acredita ser necessário ‘disseminar’. Este volume compromete a credibilidade não só das mensagens, geralmente pouco relevantes para a maioria dos funcionários, mas do próprio canal. Apesar de, na média geral do levantamento, o E-mail ter recebido a melhor avaliação, é muito comum, nos diagnósticos, ser o canal a receber as piores avaliações dos colaboradores. Com abrangência limitada aos funcionários que possuem acesso ao e-mail corporativo, não gera identificação no público interno. O grande volume de mensagens e a percepção de que estas não são pertinentes fazem com que os colaboradores as excluam antes de ler o seu conteúdo (e ainda assim, em muitos casos, avaliem o canal de forma satisfatória). A realidade acerca do volume de e-mails é a maior prova de um problema conceitual da comunicação interna e denuncia uma preocupante realidade nas organizações: a consolidação do modelo sob a ótica do emissor, e não do receptor. Ou seja, sob a ótica do emissor, a empresa se desonera a entender o que o colaborador deseja/necessita/consegue receber e se restringe a enviar, considerando apenas o que a organização deseja/necessita/consegue dizer. O detalhe é que, em se tratando de volume, a capacidade da empresa enviar é incomparavelmente superior à capacidade do colaborador em receber. Paralelamente ao trabalho de pesquisa e diagnóstico, a Santo de Casa vem também colecionando alguns cases de mapeamento de canais eletrônicos focados prioritariamente em volumetria. E o que se tem visto é alarmante: empresas com média de 20 laudas/dia sendo enviadas aos colaboradores, ou ainda a constatação de mais de 15 canais diferentes chegando nas caixas de correio eletrônico do público interno. Além do volume, preocupa, no uso do E-mail, também a falta de critérios para o que e como está sendo utilizado. É muito comum as empresas não disporem de um canal propriamente dito, concebido para veicular as informações transmitidas pelo correio eletrônico, tornando-o vala comum para todo e qualquer tipo de comunicação. Mas o fato de receber uma avaliação relativamente satisfatória, se comparado aos demais canais do levantamento, não significa que, na prática, o E-mail esteja sendo efetivo, ou cumprindo o seu papel na comunicação interna. 52 53
  • 28. Favorabilidade E-mail Identificacão 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pertinência Distribuição Estética Peridiocidade Abrangência Favorável acima de 80 Mediano entre 60,00 e 79,99 Desfavorável abaixo de 60,00 Segmento: destaque para indústria 6,9 Comércio 7,3 Indústria 7,1 Serviços Porte*: melhores índices nas empresas acima de 10 mil colaboradores 7,0 Até 1 mil empregados 7,1 Entre 1 mil a 3 mil 6,9 Entre 5 mil a 10 mil 7,3 Mais 10 mil empregados *Não houve medição do E-mail em empresas entre 3 mil e 5 mil colaboradores. A prova disso é, não raro, empresas que têm o E-mail bem avaliado apresentarem baixa credibilidade, simetria, reciprocidade e, é claro, retenção. Por isso a importância de não analisar os canais de forma isolada, sem levar em conta todas as dimensões em que a comunicação está inserida. As pessoas tendem, portanto, a avaliar a logística de distribuição da informação, e não o seu consumo e efetividade. Outros indicadores sobre E-mail: Contradição do E-mail na indústria: apesar de a maioria das indústrias diagnosticadas ainda manter grande parte de seus colaboradores sem acesso à internet, o E-mail assume nesse segmento o principal papel na comunicação interna. 54 55
  • 29. NEWSLETTER/ Favorabilidade Newsletter/E-mail Marketing Newsletter/E-mail Marketing x Sexo E-MAIL MARKETING As Newsletter/E-mail Marketing seguem o mesmo comportamento do E-mail, apesar de, no geral, receberem avaliações um pouco inferiores. Entretanto, a curva do diagrama de favorabilidade é muito semelhante (ambos são os únicos de favorabilidade mediana). 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Favorável acima de 80 Mediano entre 60,00 e 79,99 Desfavorável abaixo de 60,00 Identificacão Pertinência Distribuição Estética Peridiocidade Abrangência 10 8 6 4 2 0 Abrangência Peridiocidade Estética Distribuição Identificacão Nota Geral Pertinência Outros indicadores de Newsletter/ E-mail Marketing: Sexo: mulheres avaliam melhor e tendem a preferir os canais eletrônicos por E-mail (veja ao lado). Além disso, elas estão em funções que têm acesso favorecido. Escolaridade: melhores avaliações dos canais eletrônicos entre colaboradores com maiores níveis de escolaridade. 4,3 Ensino Fundamental 5,9 Ensino Médio 6,6 Ensino Superior 6,5 Pós-Graduação Distribuição geográfica: no Sudeste, canais eletrônicos têm seu desempenho prejudicado, principalmente pelo excesso de volume. 7,6 Norte 6,6 Nordeste 6,9 Centro-Oeste 6,1 Sudeste 6,8 Sul 56 57
  • 30. JORNAL O tradicional Jornal da empresa é hoje um dos canais mais subaproveitados pelas corporações por uma questão conceitual. Utilizado como um canal de caráter informativo, embora sua periodicidade geralmente não permita que desempenhe esse papel, o Jornal termina por reproduzir mensagens que já são de domínio dos colaboradores. Por isso, recebe em média as piores avaliações (avaliação totalmente desfavorável). Uma alternativa que as empresas ainda utilizam, pouco para manter e oxigenar o Jornal, é utilizá-lo como um canal mais humano, onde os colaboradores possam se enxergar e se identificar. Mostrar pessoas é uma alternativa para torná-lo mais atrativo aos olhos dos colaboradores, que demonstram este desejo de ‘se enxergar’ na comunicação interna da empresa. Seria importante que as empresas tivessem mais matérias sobre o que vai acontecer e não tanto sobre o que já aconteceu. Favorabilidade Jornal Identificacão 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pertinência Distribuição Estética Peridiocidade Abrangência Porte: aceitação maior do Jornal em empresas de pequeno porte 10 8 6 4 2 0 Abrangência Peridiocidade Estética Distribuição Identificacão Nota Geral Pertinência Até 1.000 empregados Entre 1.001 e 3.000 empregados Entre 3.001 e 5.000 empregados Entre 5.001 e 10.000 empregados Mais de 10.001 empregados Favorável acima de 80 Mediano entre 60,00 e 79,99 Desfavorável abaixo de 60,00 58 59
  • 31. Outros indicadores sobre Jornal: Distribuição geográfica: Jornal, no Norte, não é efetivo. Porém, no Nordeste, seu desempenho é bom. 4,0 Norte 6,2 Nordeste 5,5 Centro-Oeste 5,5 Sudeste 6,2 Sul Segmento: baixo desempenho de impressos no Comércio. Destaque do Jornal para a indústria. 6,4 Indústria 4,4 Comércio 5,3 Setor Público MURAL O fato de ser, em muitos casos, a única fonte de informação dos colaboradores, principalmente da base das organizações, contribui para que o Mural seja melhor avaliado com relação a outros canais. Sua distribuição e a periodicidade com que é atualizado são os indicadores que recebem as melhores notas dos colaboradores. Mesmo assim, na grande maioria das empresas, o Mural ainda é utilizado em um modelo antigo de comunicação (“jornal de parede”), configurando-se em um canal de pouca atratividade e efetividade. Outros indicadores sobre Mural: Função: ainda é efetivo para colaboradores de produção (indústria): 6,0 Administrativo 5,6 Comercial e atendimento 6,8 Produção 5,8 Serviços técnicos Escolaridade: queda na aceitação para colaboradores com mais formação. 6,9 Ensino Fundamental 6,7 Ensino Médio 6,0 Ensino Superior 5,8 Pós-Graduação Distribuição geográfica: no Norte, o Mural ainda é mais efetivo. 6,4 Norte 5,8 Nordeste 6,2 Centro-Oeste 6,2 Sudeste 6,4 Sul Favorabilidade Mural Identificacão 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pertinência Distribuição Estética Peridiocidade Abrangência Favorável acima de 80 Mediano entre 60,00 e 79,99 Desfavorável abaixo de 60,00 60 61
  • 32. INTRANET/PORTAL Assim como o Mural, a avaliação da Intranet ou Portal das empresas resume-se a um número limitado de colaboradores, que efetivamente acessam este canal. Trata-se de um canal que requer um acompanhamento e atuação constantes para que se mantenha atraente e relevante aos colaboradores. Se o canal for atualizado apenas uma vez por mês, só se pode esperar que os colaboradores o acessem uma vez por mês. Nesta lógica, a frequência mínima de atualização será a frequência máxima de acesso. Favorabilidade Intranet/Portal Identificacão 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pertinência Distribuição Estética Peridiocidade Abrangência Outro cenário identificado no levantamento chama a atenção. Enquanto a comunicação externa vem se reciclando constantemente e aperfeiçoando suas plataformas de relacionamento e aproximação com seus usuários, as organizações ainda estão deixando a desejar nessa questão. Na maioria das empresas diagnosticadas pela Santo de Casa, a Intranet cumpre muito mais função de ferramenta de trabalho (formulários, acesso a sistemas internos, repositório de documentos) do que de canal de comunicação interna propriamente dito, sem atualização, dinamismo e interatividade apropriados ao produto web e à expectativa do público (incluindo organizações onde 100% dos colaboradores têm acesso à Internet). Outros indicadores sobre Intranet/ Portal: Distribuição geográfica: Intranet se destaca no Centro-Oeste, seguido pela Região Sul. 4,9 Norte 6,9 Nordeste 7,7 Centro-Oeste 5,8 Sudeste 6,7 Sul Nível hierárquico: aceitação comprometida entre os níveis de gestão. 6,6 Analistas e Técnicos 6,6 Base Operacional 5,5 Coordenadores e Supervisores 5,7 Executivos 5,3 Gerência Média Favorável acima de 80 Mediano entre 60,00 e 79,99 Desfavorável abaixo de 60,00 62 63
  • 33. Favorabilidade Revista Identificacão 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Pertinência Distribuição Estética Peridiocidade Abrangência Favorável acima de 80 Mediano entre 60,00 e 79,99 Desfavorável abaixo de 60,00 REVISTA Nas empresas diagnosticadas pela Santo de Casa, o canal Revista recebeu as melhores avaliações dos colaboradores. A explicação para esse resultado está na concepção de revista que tem sido desenvolvida pelas áreas de comunicação interna das empresas. Ao contrário do que acontece em canais como o Jornal, no caso das revistas internas, as empresas compreenderam a necessidade de oferecer aos colaboradores uma publicação com qualidade estética e editorial que extrapole os padrões dos canais corporativos. As revistas internas mantêm um padrão de publicação que o colaborador compraria em banca. Também contribui para que as empresas se adaptem melhor ao conceito deste canal o fato de com ele se ter um ciclo mais longo de elaboração. Segmento: seguindo o comportamento de demais canais impressos, a Revista tem menor efetividade no Comércio. 4,6 Comércio 6,6 Indústria 6,4 Serviços Escolaridade: boa aceitação entre colaboradores de menor escolaridade. 7,0 Ensino Fundamental 6,0 Ensino Médio 6,1 Ensino Superior 6,6 Pós-Graduação Distribuição geográfica: canais impressos funcionam melhor no Centro-Oeste do que no resto do país. 6,5 Nordeste 7,2 Centro-Oeste 6,4 Sudeste 6,4 Sul 64 65
  • 34. A sua, a minha e a vida de praticamente 95% da população é agitada, acelerada, repleta de afazeres. Com cada vez menos tempo, os pais de hoje enfrentam novos desafios. Talvez o mais importante deles seja ter de dedicar menos tempo à formação de seus filhos. Mas alguém terá de fazê-lo... E, assim, compartilhamos esta importante função com as instituições. Primeiro as escolas e, mais tarde, as empresas. E, se aceitarmos que a educação é um caminho sem fim, é natural que as empresas passem a ter um papel importante no processo de ensino-aprendizagem. É parte de sua função social e transforma uma companhia em algo muito maior do que um organismo de produção: elas têm real contribuição para o desenvolvimento econômico e social nas comunidades em que estão inseridas. Participar do processo de formação de seus colaboradores não necessariamente exige uma infraestrutura física com esse fim. Significa que a organização deve criar um ambiente em que a educação esteja permeada em todos os processos, e que o conhecimento seja construído, adequadamente gerenciado e de fácil disseminação. A disseminação das informações é um dos pontos centrais do conceito de Educomunicação, um processo de mediação do ensino através de meios de comunicação Comunicação para educar CAMILA LUSTOSA, Diretora Executiva da Santo de Casa e informação. A área permeia tanto o campo da Educação quanto o da Comunicação Social e ganha espaço com a ampliação do uso de canais de comunicação pelas empresas. Paulo Freire, um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, afirmava que todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Esse ensinamento pode ser transportado para a realidade empresarial: é preciso estabelecer diálogos sistêmicos sobre valores e regras de convivência importantes para a empresa a fim de formar a consciência crítica e o sentimento de pertencimento, de identidade. O legado da andragogia nos mostra que o tripé formado por comunicação, vivências e treinamentos comportamentais e de gestão são frentes de atuação que levam a casos bem-sucedidos em termos de desempenho das equipes. É isso, no final, que ajudará um colaborador a tomar decisões na ponta que privilegiem a empresa. E, se é verdade que não existe crescimento sem resultados, também podemos afirmar que, hoje, não é mais possível manter resultados de longo prazo sem crescimento humano. camila.endomarketing@santodecasa.net 66 67
  • 35. 6. Estrutura e processos de Comunicação Interna Estratégica para obtenção do engajamento dos colaboradores e para a manutenção da competitividade, a Comunicação Interna se constitui como um campo de poder no organograma das organizações. E, à medida que cresce o entendimento de sua importância, afloram dúvidas quanto à estrutura ideal com que a área deve contar e sobre qual o perfil ideal do time por ela responsável. Atualmente, a comunicação interna divide-se ora vinculada à estrutura de Recursos Humanos, em tese ‘geradora de notícias’ para o público interno, e ora aos departamentos de Marketing e Comunicação, a quem cabe definir as estratégias para disseminar a informação. É comum também que esta indefinição sobre a quem cabe gerenciar a área de comunicação interna produza um certo grau de animosidade entre os setores. Na realidade, não há um modelo, uma fórmula a ser seguida. Considerada relativamente nova no mundo corporativo, a Comunicação Interna ainda não se consolidou o suficiente para que se faça este desenho da área. Cabe a cada organização encontrar um formato adequado para atingir de forma satisfatória seus objetivos. O importante é as áreas de Comunicação Interna estarem buscando seu espaço e amadurecendo o olhar sobre a efetividade de sua atuação, conhecendo, aproximando-se e interagindo com o público interno (algo que, apesar de ainda lento, já se pode dizer estar evoluindo gradativamente). Por muito tempo, as áreas de CI se preocuparam muito em se qualificar para falar aos colaboradores, mas hoje vem entendendo que antes precisam se especializar em ouvi-los. RH ou Marketing? Embora seja a detentora de muitas das informações, a área de Recursos Humanos, por vezes, carece das técnicas comunicacionais que lhe permitam enxergar a melhor forma, o melhor momento, ou a melhor ferramenta para atingir o público interno. Já os profissionais da comunicação nem sempre contam com o completo entendimento das demandas desse público, limitando as chances de efetividade nesse relacionamento. Independente da área gestora da Comunicação Interna, RH ou Marketing, o fundamental é que ocorra a sinergia entre elas, assim como com as demais áreas, permitindo o partilhamento das estratégias e a definição conjunta de ações. Para isso, o ideal é a definição de critérios técnicos para a atuação de cada área e, principalmente, que a empresa, como um todo, acredite que a comunicação com o público interno é tão importante quanto aquela desenvolvida com o público externo. Uma forma eficaz de integrar a comunicação interna no organograma da organização é posicioná-la como staff da alta administração, desvinculada diretamente de algum Independente da área gestora da comunicação interna, RH ou Marketing, o fundamental é que ocorra a sinergia entre elas, permitindo o partilhamento das estratégias e a definição conjunta de ações. 68 69
  • 36. departamento ou diretoria, o que lhe garante autonomia para desenvolver as estratégias necessárias para melhor se comunicar com o púbico interno. Funcionando com um comitê independente, por exemplo, permite-se que as áreas de RH e Marketing se façam representar, sem que haja necessariamente uma diferenciação hierárquica entre eles. Uma falha comum verificada nas empresas diagnosticadas pela Santo de Casa é a falta de políticas e processos formais de Comunicação Interna. Em uma organização, toda e qualquer área de atividade precisa estabelecer as políticas que irão não só balizar sua ações, mas também validar sua atuação perante o restante do organograma, ressaltando seu caráter estratégico. A comunicação face a face É fundamental o entendimento de que a comunicação interna deve reproduzir para o público interno todos os processos da Comunicação Social, com elementos não só do Jornalismo, mas também da Publicidade e das Relações Públicas como forma de garantir uma atuação integrada e complementar. Junto a essas três frentes de atuação está o quarto, mais importante e mais eficiente pilar de um sistema efetivo de endomarketing: a Comunicaçao Direta, ou face a face. É a comunicação face a face que pretende o alinhamento e o desdobrameto de informações entre todos os níveis da organização, a partir da atuação do líder, buscando a criação de um fluxo de mão dupla: gestor-colaborador/colaborador-gestor, garantindo o cascateamento das informações por toda a estrutura, desde a alta gestão até a base da empresa. Além de ser mais efetivo, este modelo de comunicação fortalece o papel dos gestores como principais agentes de comunicação na empresa, sendo eles responsáveis por obter as informações relativas à estratégia e aos desdobramentos que envolvem o dia a dia de sua área, bem como repassá-las com pontualidade, constância, clareza e assertividade. É imprescindível, entretanto, garantir o entendimento dos colaboradores sobre o que está sendo comunicado, oportunizar o diálogo e acolher as contribuições de sua equipe. longe da matriz Nas organizações de maior porte, ou fisicamente mais pulverizadas, é preciso adotar mecanismos que permitam acompanhar, de forma eficiente, a capilarização, que distribui o público interno, distanciando-o da matriz, onde, comumente, está sediada a comunicação interna. De nada adianta definir uma estratégia de qualidade, se não houver garantia da sua correta execução nas bases, por mais longínquas que elas estejam. E, quanto maior esta distribuição, maiores são as chances de que a ação planejada simplesmente não aconteça nesses locais. O ideal é anexar as tarefas de comunicação interna a uma área, ou a um cargo que esteja presente na maioria das praças onde a empresa está instalada, ampliando as possibilidades de sucesso. Outra estratégia que pode ser eficiente na disseminação das ações é a definição de multiplicadores de comunicação interna, que serão responsáveis, com o devido acompanhamento e retaguarda, pela execução das estratégias em suas bases. Mas, neste caso, é preciso garantir, junto aos gestores da unidade, a legitimação tanto das ações de comunicação interna quanto do multiplicador, que precisa de alguma autonomia para executar essa tarefa. Quem é o profissional de endomarketing ? Se não há uma definição sobre onde se vincular a comunicação interna, o perfil do profissional que vai atuar na área é bem mais claro. Não exatamente no que se refere à formação, mas sim no seu envolvimento com a organização, livre trânsito da diretoria ao operacional e domínio dos processos em todas as áreas. Ele deve ter um profundo conhecimento da organização. A boa comunicação é fundamental. Seja com o mais alto executivo quanto (e principalmente) com os operários que atuam no ‘chão da fábrica’, o profissional de comunicação interna dever ter trânsito fácil. Provavelmente, ele será a pessoa que melhor conhece a empresa, seus processos e seus colaboradores. Só assim será possível pensar a comunicação interna como algo de fato estratégico, alinhado com os objetivos da organização. 70 71
  • 37. 7. O desafio no Setor Público LISIANE DIAS, Consultora Motivado principalmente pelo movimento de implantação de planejamento estratégico, o Setor Público vem desenvolvendo um olhar cada vez mais atento a algumas práticas essenciais ao alcance de melhores resultados, e, por consequência, à comunicação interna e ao endomarketing estratégico. Prova desse despertar está na crescente procura (mesmo que ainda a passos lentos) dessas instituições por pesquisa e diagnóstico de comunicação interna. Seja por iniciativa própria, ou em decorrência de exigências de entidades regulatórias, a questão é que a gestão pública, em diferentes esferas, está em estado de alerta para o assunto, buscando compreendê-lo, buscando conhecer seu público e sensibilizando-se cada vez mais para a importância de ações efetivas, voltadas à motivação e ao engajamento de seus servidores. Trabalhos recentes junto a este Setor Público - Perspectiva Geral 8 7,5 7 6,5 6 5,5 5 4,5 4 Empresa Gestor Grupo Indivíduo Setor Público Iniciativa Privada A crescente procura do Setor Público mostra o despertar desse segmento para a necessidade de desenvolver a comunicação interna estratégica. 72 73
  • 38. segmento, especialmente no Judiciário, têm revelado cenários no mínimo interessantes. Apesar de apresentar realidades distintas da iniciativa privada, os desafios e as necessidades se assemelham: liderança, feedback, valorização das pessoas, reconhecimento, perspectivas de crescimento e visão sistêmica são alguns deles. Algumas particularidades, porém, chamam a atenção. A baixa avaliação das dimensões Empresa e Indivíduo - distanciando-se da média de mercado - e a dimensão Indivíduo abaixo da dimensão Grupo são algumas delas. Diferenças sutis nos indicadores quantitativos acabam se mostrando mais expressivas nos dados qualitativos, e evidenciam um cenário recorrente nas organizações pesquisadas: orgulho e senso de pertencimento abalados, imagem institucional comprometida, autoestima baixa e sentimento de pouca valorização por parte dos servidores. Setor Público - Perspectiva Geral: alerta à baixa autoestima dos servidores que, ao contrário dos da Iniciativa Privada, tendem a valorizar mais a dimensão Grupo do que a Indivíduo. Escuta comprometida: outro fator de alerta no segmento Público é a baixa disponibilidade dessas organizações em ouvir e atender seus colaboradores (Reciprocidade), bem como a capacidade de man-tê- los informados sobre os assuntos de seu interesse (Mutualidade), valo-rizando, portanto, sua dedicação à organização. Ambos indicadores se apresentam abaixo da média aferida na Iniciativa Privada. Outros indicadores Líderes: segmento apresenta deficiência ainda maior dos líderes em formar suas equipes para o desempenho de suas atividades (Formação) e orientá-las para seu o papel na estratégia (Orientação). Por outro lado, mostra leve melhoria na capacidade de avaliar (Feedback) e de deter confiança (Confiabilidade). Se na iniciativa Setor Público – Dimensão Empresa Setor Público - Dimensão Gestor 8 7,5 7 6,5 6 5,5 5 4,5 4 8 7,5 7 6,5 6 5,5 5 4,5 4 Credibilidade Simetria Mutualidade Reciprocidade Orientação Formação Estímulo Feedback Confiabilidade Setor Público Iniciativa Privada Setor Público Iniciativa Privada 74 75
  • 39. privada a efetividade (ou a falta de) da comunicação interna tem reflexo direto na produtividade e no desempenho econômico das organizações, no setor público, esses reflexos se dão em um terreno mais abrangente: impactam diretamente na imagem que a sociedade constrói a respeito dessas instituições. Isso porque, mesmo não visando ao lucro, as empresas públicas perseguem objetivos estratégicos, seguem uma missão e buscam atingir uma visão de futuro, onde sempre o que está em pauta é prestar serviços de qualidade aos cidadãos. Se os servidores públicos não se sentem “bem atendidos” por seus empregadores, é possível que se sintam motivados e comprometidos para atender bem à sociedade? Esta reflexão mostra, especialmente a partir das entrevistas e grupos focais, que existe um ciclo completo que se retroalimenta no que diz respeito à falta de motivação do servidor. Obviamente esta não é uma realidade presente em todas as organizações públicas. Tampouco se traduz no comportamento generalizado das instituições pesquisadas pela Santo de Casa. Porém, cenários como esse são facilmente sinalizados durante os diagnósticos por centenas de servidores como algo presente no desempenho de suas ativida-des e no funcionamento de suas repartições. E é no sentido de começar a reverter este ciclo que o Poder Público se movimenta atualmen-te, concentrando esforços para instrumentalizar e profissionalizar a comunicação interna e gestão de um modo geral, perseguindo sua missão, índices mais elevados de produtividade, mais qualidade na prestação dos seus serviços e, principalmente, um modelo mais humanizado da gestão de seus profissionais. lisiane@santodecasa.net Ciclo “vicioso” do atendimento Ciclo “virtuoso” do atendimento Através de um processo de comunicação interna estratégico e efetivo, a perspectiva das instituições é migrarem gradativamente para o que vem sendo chamado de o ciclo virtuoso do atendimento: 1 Desmotivação 2 Falta de comprometimento e entendimento da missão 3 Serviços precários e baixa qualidade no atendimento 5 Identidade e imagem interna fragilizadas 4 A insatisfação do “cliente” e abalo à reputação 1 Servidor motivado e capacitado 2 Atendimento de qualidade 3 Cidadãos satisfeitos 5 Orgulho do servidor 4 Imagem positiva da sociedade 76 77
  • 40. 78 79