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Inspiração
Técnica
Design de
ponta
22
“Se você não souber o que o seu es-
túdio pode oferecer, imagine o cliente”
_ Daniel Neves
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Nitrocorpz Scrawl Collective Binho Ribeiro
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Objetos de Design
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86
94
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Design gráfico
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Jared Nickerson cria
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72
Briefing
A criação do site da
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Kleber Design Ltd
76
Virando a
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Stewart Hamilton
Arrandale mostra
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80
Workshop de
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um estúdio também significa coordenar uma equipe por meio da sua
visão criativa ou reunir-se com um grupo de artistas para chegar na
melhor solução para um projeto.
Infelizmente ninguém vive só de ideias. Ter um estúdio também significa se
tornar um empresário, resolver questões legais, analisar contratos e saber o
que é fluxo de caixa, por exemplo.
Para Daniel Neves, sócio do estúdio carioca Dimaquina, ter seu próprio estú-
dio é ser criativo não apenas no design, mas em outros modelos como gestão,
estratégia, planejamento e atendimento. “Principalmente porque, no início,
a sua estrutura começa pequena. Para competir com estúdio consagrados e
grandes é preciso criar um diferencial nesses modelos”, explica.”O design não
basta. Quem não está disposto a passar por isso, é melhor pensar duas vezes
antes de se aventurar.”Antes de pensar que montar um estúdio é um bicho de
sete cabeças, tenha em mente que toda e qualquer empresa precisa começar
do zero.
Computer Arts Brasil
Quem você conhece
Três ingredientes são indispensáveis para se montar
um estúdio: contatos, contatos e...contatos. A
sua rede de amigos, familiares, colegas e
conhecidos será crucial para a promoção
do estúdio e a prospecção de clien-
tes. “O recurso mais útil que tivemos
quando começamos o Smallforam os
contatos que adquirimos das agências
em que trabalhamos, tanto de clientes
como de outros colegas”, conta David
Hitner, do estúdio Small. Rob Corradi,
fundador do Preloaded, tem a mesma
opinião. “Abrimos o estúdio em 4 de ja-
neiro de 2000. Administramos o negócio pelos
primeiros seis meses como um grupo de freelanc-
ers. Usávamos nossos contatos para fazer trabalhos
individuais, juntávamos a grana e dividíamos tudo
até conseguirmos pagar as contas”.
Damon Mangos, diretos de criação do Delete, sabe
da importância de se tomor uma atitude antes que
seja tarde quando se trata de impressionar seus
primeiros clientes. Cause uma boa impressão, e a
chance de vê-los novamente - e ganhar novos con-
tatos - é muito grande.
“Para estabelecer relações importantes quando se
está começando, é importante fazer um primeiro
trabalho excepcional, Desse modo você constrói
uma nova rede de contatos - a de clientes - que
permitirá a transformação de um simples grupo de
freelancers em uma empresa”, explica Damon
Estratégias de negócios
Mesmo em um ramo intuitivo com
a criação, a chave de estabalecer o
sucesso é planejamento. “Meses antes
de fundarmos o estúdio colocávamos
no papel tudo que precisávamos para
nos organizar, quais seriam nossas metas
e que tipo de problemas poderiam aparec-
er, além de como evitá-los”, lembra-se Sofia
Lace, cofundadora do Enjoythis.
Paula Bensos, sócia-diretora do Form, nunca se
arrependeu de gastar um bom tempo na formu-
lação de um plano de negócios antes de montar o
estúdio: “Pode parecer algo muito entediante, mas
ajuda você a focar no motivo pelo qual está fazendo
isso e quais serão os próximos passo” explica a
designer, “Se o estúdio é formado por mais de duas
pessoas, o plano de negócio pe o melhor modo de
assegurar que todos irão pensar na mesma caoisa,
Você ficaria admirado em ver quantos designer que
montam estúdios veem que não era bem aquilo que
queiam depois de uns seis meses de trabalho”.
Daniel Neves aconselha pensar no lado do cliente
na hora de formular uma estratégia. “Se você não
souber o que o seu estúdio pode oferecer, imagine o
cliente”, pondera. “Ter contatos é importante, mas o
diferencial é muita dedicação e saber que só talento
“Fazíamos
projetos indivi-
duais, juntávamos
a grana e dividía-
mos tudo entre a
equipe”. Rob Corradi,
Preloaded.
01 Identidade que o estúdio Dimaquina fez para
o restaurante japonês Popfish. “O design é uma
das etapas, não e única”. acredita Daniel Neves.
Como montar um estúdio
Capa
42
Computer Arts Brasil
Espaço para crescer
O seu estúdio pode funcionar em qualquer
lugar, até no seu próprio quarto. Mas se você
mora em um condomínio, provavelmente a conven-
ção não permite que sejam constituídas empresas,
já que a sua finalidade é estritamente residencial.
E, convenhamos, isso é bem pouco profissional,
principalmente do ponto de vista dos clientes. Mais
uma vez, vale a pena conversar com seus contatos
e descobrir se alguém tem espaço para sublocar ou
seja dividir um aluguel.
A equipe do estúdio goiano Nitrocorpz passou
maus bocados em seu primeiro espaço comercial.
“Começamos em um modesto sotão, sufocante pela
falta de ventilação e com instalações elétricas de
arrepiar os cabelos de qualquer eletrecista”, conta
Marck, um dos sócios. “Atualmente estamos em
uma sala que apresenta um bom custo-benefício.
Ela passou por algumas reformas, tem gahado mui-
ta personalidade, mas está próxima de esgotar seu
benefício enquanto espaço, devido ao aumento da
demana pelo qual o Nitrocorpz está passando”.
Assim que definir o espaço ideal para o seu es-
túdio, seja sempre cauteloso na hora de assinar
qualquer coisa - você pode acabar tendo que pagar
muito mais do que imaginou ou ficar preso a um
acordo por mais tempo do que o necessário. Con-
tratos flexíveis e de curta duração são sempre a
melhor opção [saiba mais sobre como encontrar o
espaço de trabalho ideal na reportagem da página
58].
Uma das estapas mais importantes do plane-
jamento do estúdio é a escolha do nome da
empresa.”Você pode sempre mudar seu estilo,
advogado, contador,
etc, a qualquer hora, mas não pode fazer o mes-
mo com o nome do estúdio”, explica Mickey
Stretton, cofundador do AllOfUs. “Casa
um de nós teve ideias que
foram rejeitadas ou reformuladas até
chegarmos em ‘AllOfUs’. Pareceu o
nome correto porque era uma ex-
pressão que usávamos muito, além
de ser uma boa descrição do precesso
que queríamos explorar” É preciso ter
mais uma coisas em mente quando se
escolhe o nome do estúdio: tenha certeza
absoluta de que ninguém o tem. Descubra
isso no site do Departamento Nacional de Regis-
to do Comércio (http://www.dnrc.gov.br).
Entenda do negócio
Recorrer a serviços profissionais é outro ponto im-
portantíssimo para se montar um estúdio. Contrate
um contador e um advogado que poderão informar
a você sobre toda a burocracia envolvida em ter-
mos de impostos e deveres legais na hora de abrir
uma empresa e também de mantêla.
Agora, se você não conhece nenhum contador e/
ou advogado, não hesite em pedir uma indicação de
seus contatos. “Antes de contratar qualquer servi-
ço desse tipo, marque uma reunião com eles e fale
sobre o seu negócio”, aconselha Damon Mangos.
Além disso, saiba que serviços desse tipo não são
baratos e o seu preço deve estar incluso no capital
inicial da empresa.
43
02 Com um começo humilde em 2000, o Preloaded agora possui mais
de 20 funcionários. Entre seus cliente estão a Cadbury, para a qua eles
fizeram um game interativo.
03 O SEA se descreve com design gráfico puro e
simples’. O estúdio criou identidades visuais para
clientes como Beyon, o bar OQO e a gráfica K2.
“Você pode
mudar estilo,
advogado e contador
a qualquer hora, mas
não pode fazer o mes-
mo com o nome do
estúdio”. Mickey Stret-
ton, AllOfUs.
Computer Arts Brasil
A equipe do Dimaquina possui uma
estrutura diferente do comum, que
pode ser uma solução para estúdios
com designers que moram longe ou
que não tem dinheiro para bancar
uma estrutura. Daniel Neves mora
no Rio de Janeiro e Nako Antonio
Pedro, seus sócios, moram em Lon-
dres, na Inglaterra, além de traba-
lhar no departamente de design na
Nokia. “Comunicar-se online dificulta
um pouco, mas não inviabiliza. O
que muda também é a necessidade
de cada um compreender as suas
responsabilidades. Não tem nin-
guém olhando para saber se você
está produzindo de fato, então essa
cobrança precisa vir de cada um”,
explica Daniel.
Em uma era digital como a de hoje,
o escritório físico não será a primei-
ra visão do cliente sobre o seu estúdio. Geralmente
a primeira impressão é causada durante a visita
dele ao seu site. “O escritório serve para mostrar
estabilidade e passar confiança”, acredita Geoff
Devereux, cofundador de Delete.
Melancia no pescoço já!
Se um estúdio de design é criado e ninguém fica
sabendo, é como se ele não existisse - o que acaba
acontecendo com muitos nessa situação. Isso não é
desculpa para dar uma festa extravagante e gastar
metade do capital inicial da empresa no bar. Use
da boa vontade dos seus contatos e peça que eles
divulguem o trabalho de vocês em redes sociais e
para os próprios clientes - já que a palavra deles já
tem valor no mercado.
Jornalistas especializados - como os da Compu-
06 A flexibilidade foi muito impor-
tante para o sucesso do AllOfUs.
Trabalhos de web design para clientes
consagrados como a BBC foram suas
maiores conquistas.
07 Cenas do vídeo feito pelo
Nitrocorpz para o redesign do
canal Infinito. Para Marck, um dos
sócios do esúdio, a concretização
do projeto é a fase mais bacana
do trabalho.
Computer Arts Brasil
04-05 O trio do Dimaquina foi responsável pelo
desenvolvimento de marca, embalagem e manual
para o i9 Hidrotônico da Coca-Cola.
ter Arts - estão constantemente procurando por
novidades. Sendo assim, escreva um e-mail para
a redação das publicações de que gosta falando
sobre o seu trabalho, o seu diferencial e quem são
os profissionais que formam a equipe. Depois de
conseguir uma nota na seção de notícias, muito
em breve a mesma ou outras publicações podem
contatar o seu estúdio e marcar uma entrevista.
Quando menos espera, você já está na mídia.
Use uma abordagem parecida com os clientes.
Quando Paula Benson e Paul West lançaram o
Form, no começo da década de 1990, não havia a
vantagem do e-mail. “Tivemos que usar o telefone
e selecionar coisas interessantes para imprimir e
enviar pelo correio”, lembra-se Paula. “Nossos pri-
meiros dias no Form eram compostos basicamente
de reuniões, bate pernas, visitas e conversas”.
Aestratégia de autopromoção do Nitrocorpz foi
44
11 Capa de CD feita pelo estúdio Dimaquina
para a World Up. ONG de hip hop de Nova
York, EUA
08 O Form foi originalmente concebido parar
criar visuais para a indústria fonográfica. Hoje,
entre seus trabalhos mais significativos, estão
capas para a banda Everything But The Girl e,
mais recentemente, para a Girls Aloud.
12 O Small possui a posição invejável de ser o estúdio
de design gráfico oficial do Design Council. Essas páginas
fazem parte do Design Council Review 2004/05.
10 O estúdio Small cuida de todo o mate-
rial visual da estilista Margaret Howell. Es-
ses são os convites do desfile da coleção
Outono Inverno de 2007
09 O albúm de estreia de Mark
Ronson teve sua arte criada pelo
Village Green, formado por Seb
Marling e Jonathon Cooke, que
descreveram o seu estúdio como “
um espaço de ideias”
13 Abertura do programa Notí-
cias MTV, criada pelo estúdio de
Goiânia Nitrocorpz
Como montar um estúdio
Capa
Computer Arts Brasil
executar vários trabalhos de repercussão em
alguns nichis sem se preocupar com remunera-
ção. Em seguida, o site bilíngue do estúdio foi
colocado no ar”. “Depois começamos a parti-
cipar de listas de discussão, blogs e portais.
Assim vieram os projetos internacionais, depois
os nacionais, as palestras e tudo mais”, conta
Marck. “Hoje atualizamos o site, selecionamos
projetos, temos um portfólio offline, visitamos
agências, abrimos espaço na agenda para pro-
jetos e prospectamos”, completa.
Fluxo de caixa, plano de negócios, prospec-
ção, tudo vai parecer muito chato se você não
estiver fazendo o que realmente quer da vida.
“Os administradores que nos desculpem, mas,
antes de qualquer coisa, é preciso ter uma
dose de otimismo, fé no que se faz e esforço”,
acredita Marck. “Sem esforço a perspectiva
que o otimismo oferece se esvai; sem o otimis-
mo jogamos a toalha cedo demais e, sem fé,
a atenção aos detalhes vira prisão”, filosofa o
designer.
Com dotes de filósofo ou não, se o que você
deseja é realmente montar um estúdio, vá em
frente. Seja positivo e não se preocupe. Caso
algo dê errado, procure aprender com o erro e
siga em frente.
45
Computer Arts Brasil
Guy Marshall e David Hitner(-
da esq. para a dir.) do Small
cuidam da direção de arte de
identidades, editoriais, emba-
lagem e exibições
A equipe do enjoythis: (da esq.
para a dir.) Fraser Hobbs, Sofia
Lace e Ben Franken, que mon-
taram o estúdio em 2008
Bryan Edmondson, da SEA,
uma consultoria multidiscipli-
nar especializada em identida-
de e desenvolvimento.
Small
O estúdio Small tem apenas cinco anos, mas já
conseguiu uma ótima reputação graças ao rebran-
ding do London Institute e da University of the Arts
de Londres. Depois do seu primeiro ano, o Small se
tornou o estúdio ofocial do Design Council [organi-
zação criada para promover o design na Inglaterra]
e da grife da estilista Margaret Howell. “A Small é
uma empresa simples”, explica David Hitner, que
cofundou o estúdio com o sócio Guy Marshall. “Isso
significa que podemos trabalhar mais perto dos
clientes e, em troca, esperamos que nossos clientes
não sintam que estão pagando por coisas das quais
não terão benefícios. Não queremos ser grandes”.
www.estudiosmall.com
enjoythis
Os três fundadores do estúdio londrino enjoythis -
Sofia Lace, Ben Franken e Fraser Hobbs - vieram
da agência Glue. Com menos de um ano de vida, o
portfólio do trio inclui trabalhos para a Le Deun Lu-
minaires e para o site liveroom.tv. “Sempre disse-
mos que queríamos manter o enjoythis pequeno, já
que queríamos ser uma espécie de butique de web
design em que cada site é cuidadosamente fabrica-
do”, explica Sofia. “Acho que, sendo pequenos, po-
demos dar mais de nós mesmos em casa projeto e
ter uma relação mais próxima com nossos clientes”
www.enjoysthis.co.uk
SEA
Bryan Edmondson abriu a SEA em janeiro de 1997
com o sócio John Simpson. “Na época não havia
coisas como hipotecas, tínhamos fluxo de caixa
baixo para gerenciar, mas nos certificamos de que
poderíamos viver de quatro a seis meses em caso
de fracasso total”, conta Bryan. Hoje a empresa
cria designs para a loja de decoração Beyon e o
estilista Matthew Williamson, entre outros. “Gosto
da ideia de conhecer todos aqui” conta Bryan sobre
a sua força de trabalho, composta por apenas 10
pessoas. “Isso não signi-
gica que os projetos se-
jam pequenos. Você não
precisa de um número
grande de pessoas, a não
ser nas festas.”
01 O trabalho da Small para a
estilista Margaret Howell inclui
esse convite para a coleção de
Primavera/Verão de 2007.
02-03 O portfólio do enjoythis
inclui trabalhos para a Le Deun
Luminaires
04 O site de música Liveroom.tv
foi feito pela equipe do enjoythis
05 SEA criou indentidades
visuais para uma série de
clientes renomados, inclu-
indo a loja de decoração
Beyon
Grandes times
Pequenos esúdios
que fazem muito
barulho
Como montar um estúdio
Capa
46
Computer Arts Brasil
Daniel Neves forma o estúdio
Dimáquina com os sócios Nako e
Antonio Pedro. Criado em 2005, o
Dimaquina já trabalhou para clien-
tes como Mulstishow e Dazed &
Confuzed. www.dimaquina.com
Mark uniu suas forças com
Rhawbert, Greyner e Claudio
para formar o estúdio Nitrocor-
pz em 2003. COm seis anos de
vida, a equipe já realizou traba-
lhos para burton Snowboards,
Rip Curl, Computer Arts e MTV.
www.nitrocorpz.com
Nitrocorpz
Marck enumera dez passos essenciais na criação de
um estúdio
01 Visualize a empresa que deseja abrir e faça
dessa mentalização um exercício constante;
02 Adquira experiência em outras empresas;
03 Cerque-se dos bons. Conseguir diferenciar
um profissional bom de um bom profissional fará
diferença no portfólio de qualquer empresa;
04 Adote uma metodologia. Elas não são camisas
de força, mas processos que dão maior controle
sobre a atividade em que você atua;
05 Comunique-se. Sem comunicação não há em-
presa que fique muito tempo de pé;
06 Seja proativo. Disseram-nos que a diferença
entre um idiota e um otimista é que enquanto o
idiota coloca prazo curto para as coisas acontece-
rem, o otimista faz investimentos pensando tam-
bém na aposentadoria;
07 Tome decisões. Na teoria isso parece fácil,
mas, na prática algumas variáveis mudam o cenário
constantemente. Ainda assim, tomar uma decisão é
melhor que fazer coisa alguma;
08 Simplifique os procedimentos. Sempre que
puder revisar uma rotina complexa para simplificá
-la, não pense duas vezes;
09+10 Faça um exercício antropológico. O
publicitário Leandro Ogalha aconselha fazermos
um exercício de estranhamento, experimente
viver a rotina de outros grupos, de outros luga-
res. Ele recomenda ir ao show de uma boyband,
tomar cerveja em boteco de favela, ler revista de
ufologia, assistir a programas evangélicos, pas-
sar férias numa triba indígena e por aí vai. Você
enxergará novos mundos e suas decisões serão
diferentes. Sua mente conseguirá ir muito além
do lugar-comum.
Dimaquina
Daniel Neves enumera dez passos essenciais na
criação de um estúdio.
01 Tenha convicção de que está na hora de se-
guir um caminho próprio e que você cuidará do seu
patrimônio daqui pra frente;
02 Determine um segmento em que queira se
posicionar e atuar. O cliente precisa visualizar o que
se estúdio pode oferecer;
03 Tenha metas e aspirações definidas, mesmo
que elas mudem futuramente;
04 Pense alto, mas direcione um foco. Imagine
onde seu estúdio estará em cinco ano e verá que
não precisa de tanto tempo assim para atingir suas
metas;
05 Tenha projetos suficientes para formar um
portfólio sólido e de qualidade que represente bem
o seu estúdio;
06 Abra uma empresa como pessoa jurídica para
fins burocráticos. A maioria dos clientes exige nota
fiscal;
07 Tenha alguém responsável pela parte finan-
ceira como contabilidade e outros processos bu-
rocráticos. Não perca seu tempo com funções que
não exijam criatividade;
08 Procure conhecer as outras etapas de um
projeto de design. O atendimento ao cliente é tão
importante quanto a entrega do trabalho;
09 Coloque no papel e faça um plano ne ne-
gócios. Faça uma análise de custos antes de sair
alugando uma sala;
10 Lembre-se de que a responsabilidade agora é
toda sua e é seu patrimônio que está em jogo. Sua
vida de funcionário esperando resposta ficou para
trás. Agora quem decide é você.
47
amente, livre do com-
putador. Para Nicholas
Hardy, da Factory 311,
que nasceu como um
estúdio de grafiteiros,
a arte urbana possui
a habilidade de chocar
e inpira. !Não há nada
mais poderoso do que
ver algo sendo criado
espontaneamente, es-
pecialmente quando o material utilizado é uma lata
de spray”.
O poder da arte urbana é evidenciado por Peter
Kennard, cujos trabalhos já foram exibidos em
mudeus respeitados com o londrino Victoria & Al-
bert. “Parece que aarte urbana está se destacando
porque as pessoas querem falar de situações do
cotidiano, aém de vender objetos. É o que o capita-
lismo faz: qualquer coisa que tenha energia política
ou social está comprada e vendida pelo sistema. O
que prova issa é a venda de arte urbana em gale-
rias de arte urbana”.
Contudo, continua Peter, a invasão da arte urbana
no mundo da arte clássica e da publicidade é uma
coisa boa. “Já que a maioria dos artistas urbanos
nunca pisou em uma faculdade de artes, há uma
energia natural correndo pelas veias deles.” Para
Binho Ribeiro, a atenção das grandes empresas
Computer Arts Brasil
Muros pintados
Para agências de publi-
cidade e grandes mar-
cas como MTV, Nike,
Reebok e Xbob, o apelo
que a arte urbana - e
principalmente o graffiti
- possui entre os jovens
é mais do que óbvio.
“Marcas como a MTV e
a Nike são jovens, então
para elas é natural uti-
lizar imagens que reflitam essa juventude”, acre-
dita Richard Blackshaw, do Scrawl Collective. Com
artistas como o já lendário Banksy, Binho Ribeiro,
Speto e D*Face ganhando a atenção da mídia, a
explosão de campanhas publicitárias com a estética
do graffiti e eventos como o Street Art Awards e
a exposição Graffiti Fine Art, o underground está
oficialmente na moda.
Enquanto muitos batem palmas para esse avanço,
a maioria dos artistas urbanos continua desenhan-
do, pintando e grafitando com ou sem a atenção
da mídia. “O mercado está se voltando cada vez
mais para a street art, mas o que mais cresce é a
quantidade de artistas urbanos que pinta nas ruas,
sem ganhar dinheiro com isso”, afirma o paulistano
Binho Ribeiro.
Muito do apelo da arte urbana está na sua nature-
za temporária, na emoção de se criar espontane-
Street art, arte urbana, graffiti - não
importa como você chama, as grandes
marcas estão de olho nessa vertende
Por: Nick Spence (Londres) e Nathalie Folco
(São Paulo)
Design de muros
Especial
48
Computer Arts Brasil
Scrawl Collective
Como ser respeitado por
grandes marcas
com relação à arte urbana tem dois lados. “É bom
no sentido do apoio que o artista consegue para
concretizar projetos que antes eram muito fecha-
dos, não só no design, mas realizando palestras,
debates e exposições. Hoje, jovens talentos podem
usufruir disso”, explica o artista.
Transformar um talento bruto em um profissio-
nal que compreende um briefing não é uma tare-
fa para qualquer um. Alguns artistas urbanos se
preocupam em não receber a mesma quantidade
de dinheiro qu eestúdios de design. “Não éramos
levados a sério no início. Chegar a um orçamento
condizente foi sempre difícil”, conta Nicholas Hardy.
O coletivo de artistas urbanos Monorex foi forma-
do especificamente para que seus membros não
fossem tratados desse modo. “É a melhor solução
em alguns casos”, acredita o fundador, Terry Guy,
O Scrawl Collective foir formado em 1999 por
Richard Blackshaw, Mr Jago, Will Barras e Steff
Plaetz. Com uma lista de clientes que inclui Sony,
Nike, Puma e Levi’s, o coletivo tornou-se um estú-
dio de design especializado em arte urbana.
“fazemos trabalhos individuais e também em
conjunto”, explica Mr Jago, cujo portfólio inclui
a pintura de uma pista de skate para o XBox da
Microsoft. “É claro que somos usados, ou a nos-
sa arte é usada, para vender o produto, mas não
tenho problema com isso”, afirma.
Richard e Jago acreditam que o fato de a arte ur-
bana estar sendo sugada por clientes corporativos
e se tornando uma parte da mídio é um desen-
volvimento inevitável, mas que costuma ajudar o
artista, como Jago descobriu no começo de sua
carreira: “Você percebe que o que o cliente queria
na verdade era outra pessoas que custaria mui-
to mais do que você,
mas ele não tinha tanto
dinheiro”.
O equilíbrio no Scrawl
Collective, para Jago
e Richard, é criado
pelos trabalhos que eles
produzem com gosto.
“É suficiente pagarem 2
mil mangos para colocar
o seu nome em algo
do qual você não tem
orgulho?”, pergunta Ja-
go.”A resposta depende
de você.
02-03 A Microsoft aproveitou
as habilidade - e a reputação -
do grafiteiro Slick para lançar
versões personalizadas do
Zune, seu tocador de música
que compete com o IPod
A grife urbana Addict é um dos
clientes que se beneficiou do estilo
de Mr Jago
49
Computer Arts Brasil
50
Computer Arts Brasil
51
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  • 1. brasil Inspiração Técnica Design de ponta 22 “Se você não souber o que o seu es- túdio pode oferecer, imagine o cliente” _ Daniel Neves Aqui tem_ Colletivo Visorama Diversões Eletrônicas Jasper Goodail Dimaquina Nitrocorpz Scrawl Collective Binho Ribeiro Vasava Pablo Loco Christopher Kenworthy Kleber Design Ltd Átila Meireles Josh Vanover Steve Harrington % mais computerarts.com.br Ano2 Junho 2009 R$ 14,90 31 páginas de técnica Photoshop Explore texturas e efeitos Illustrator Estampas para cam- isetas After Effects Aprenda a criar efeitos cinematográficos Graffiti A arte do muros do underground faz sucesso no mainstream Como montar um Estúdio Saiba o momento certo de se arriscar e como agregar talentos ao seu sonho COM O MELHOR DA 3D WORLD
  • 2. Destaques Técnica Entrevista 34 52 64 40 58 Jasper Goodball A entrevisa do mês da Computer Arts Como montar um estúdio Conheça designers que uniram suas forças e encontratam o sucesso Perfil A história do estúdio espanhol Vasava Como se estabelecer fisicamente Saiba como ecolher o espaço ideal para o seu estúdio Aproveite os erros Josh Vanover mostra como con- sertar seus erros no photoshop Seções 08 12 26 32 34 52 98 Mail Portfólio Notícias Entrevista Perfil Design Clássico Objetos de Design Computer Arts Brasil
  • 3. 86 94 8468 Design gráfico para camisetas Jared Nickerson cria estampas no illustrator 72 Briefing A criação do site da banda AC/DC pela Kleber Design Ltd 76 Virando a página Stewart Hamilton Arrandale mostra como configurar revistas digitais no flash 80 Workshop de inspiração Steve Harrington faz arte com o photoshop e uma impressora seri- gráfica A nova In- Content Edit- ing Conheça a ferra- menta de adminis- tração de conteúdo online com Sam Hampton-Smith Tratamento de pele Bruno Lozich mostra técnicas de retoque de pele no Photoshop 90 Explore e combine novas texturas Mescle texturas e obtenha efeitos com Átila Meireles Mais rápido que uma bala Crie efeitos de cinema sem usar a tela verde com Christopher Ken- worthy Computer Arts Brasil
  • 5. Monte o seu próprio estúdio Não importa qual é o seu objetivo. Ter um estúdio é mais fácil do que você imagina Além de ser seu próprio chefe, como trabalham os freelancers, montar um estúdio também significa coordenar uma equipe por meio da sua visão criativa ou reunir-se com um grupo de artistas para chegar na melhor solução para um projeto. Infelizmente ninguém vive só de ideias. Ter um estúdio também significa se tornar um empresário, resolver questões legais, analisar contratos e saber o que é fluxo de caixa, por exemplo. Para Daniel Neves, sócio do estúdio carioca Dimaquina, ter seu próprio estú- dio é ser criativo não apenas no design, mas em outros modelos como gestão, estratégia, planejamento e atendimento. “Principalmente porque, no início, a sua estrutura começa pequena. Para competir com estúdio consagrados e grandes é preciso criar um diferencial nesses modelos”, explica.”O design não basta. Quem não está disposto a passar por isso, é melhor pensar duas vezes antes de se aventurar.”Antes de pensar que montar um estúdio é um bicho de sete cabeças, tenha em mente que toda e qualquer empresa precisa começar do zero. Computer Arts Brasil
  • 6. Quem você conhece Três ingredientes são indispensáveis para se montar um estúdio: contatos, contatos e...contatos. A sua rede de amigos, familiares, colegas e conhecidos será crucial para a promoção do estúdio e a prospecção de clien- tes. “O recurso mais útil que tivemos quando começamos o Smallforam os contatos que adquirimos das agências em que trabalhamos, tanto de clientes como de outros colegas”, conta David Hitner, do estúdio Small. Rob Corradi, fundador do Preloaded, tem a mesma opinião. “Abrimos o estúdio em 4 de ja- neiro de 2000. Administramos o negócio pelos primeiros seis meses como um grupo de freelanc- ers. Usávamos nossos contatos para fazer trabalhos individuais, juntávamos a grana e dividíamos tudo até conseguirmos pagar as contas”. Damon Mangos, diretos de criação do Delete, sabe da importância de se tomor uma atitude antes que seja tarde quando se trata de impressionar seus primeiros clientes. Cause uma boa impressão, e a chance de vê-los novamente - e ganhar novos con- tatos - é muito grande. “Para estabelecer relações importantes quando se está começando, é importante fazer um primeiro trabalho excepcional, Desse modo você constrói uma nova rede de contatos - a de clientes - que permitirá a transformação de um simples grupo de freelancers em uma empresa”, explica Damon Estratégias de negócios Mesmo em um ramo intuitivo com a criação, a chave de estabalecer o sucesso é planejamento. “Meses antes de fundarmos o estúdio colocávamos no papel tudo que precisávamos para nos organizar, quais seriam nossas metas e que tipo de problemas poderiam aparec- er, além de como evitá-los”, lembra-se Sofia Lace, cofundadora do Enjoythis. Paula Bensos, sócia-diretora do Form, nunca se arrependeu de gastar um bom tempo na formu- lação de um plano de negócios antes de montar o estúdio: “Pode parecer algo muito entediante, mas ajuda você a focar no motivo pelo qual está fazendo isso e quais serão os próximos passo” explica a designer, “Se o estúdio é formado por mais de duas pessoas, o plano de negócio pe o melhor modo de assegurar que todos irão pensar na mesma caoisa, Você ficaria admirado em ver quantos designer que montam estúdios veem que não era bem aquilo que queiam depois de uns seis meses de trabalho”. Daniel Neves aconselha pensar no lado do cliente na hora de formular uma estratégia. “Se você não souber o que o seu estúdio pode oferecer, imagine o cliente”, pondera. “Ter contatos é importante, mas o diferencial é muita dedicação e saber que só talento “Fazíamos projetos indivi- duais, juntávamos a grana e dividía- mos tudo entre a equipe”. Rob Corradi, Preloaded. 01 Identidade que o estúdio Dimaquina fez para o restaurante japonês Popfish. “O design é uma das etapas, não e única”. acredita Daniel Neves. Como montar um estúdio Capa 42 Computer Arts Brasil
  • 7. Espaço para crescer O seu estúdio pode funcionar em qualquer lugar, até no seu próprio quarto. Mas se você mora em um condomínio, provavelmente a conven- ção não permite que sejam constituídas empresas, já que a sua finalidade é estritamente residencial. E, convenhamos, isso é bem pouco profissional, principalmente do ponto de vista dos clientes. Mais uma vez, vale a pena conversar com seus contatos e descobrir se alguém tem espaço para sublocar ou seja dividir um aluguel. A equipe do estúdio goiano Nitrocorpz passou maus bocados em seu primeiro espaço comercial. “Começamos em um modesto sotão, sufocante pela falta de ventilação e com instalações elétricas de arrepiar os cabelos de qualquer eletrecista”, conta Marck, um dos sócios. “Atualmente estamos em uma sala que apresenta um bom custo-benefício. Ela passou por algumas reformas, tem gahado mui- ta personalidade, mas está próxima de esgotar seu benefício enquanto espaço, devido ao aumento da demana pelo qual o Nitrocorpz está passando”. Assim que definir o espaço ideal para o seu es- túdio, seja sempre cauteloso na hora de assinar qualquer coisa - você pode acabar tendo que pagar muito mais do que imaginou ou ficar preso a um acordo por mais tempo do que o necessário. Con- tratos flexíveis e de curta duração são sempre a melhor opção [saiba mais sobre como encontrar o espaço de trabalho ideal na reportagem da página 58]. Uma das estapas mais importantes do plane- jamento do estúdio é a escolha do nome da empresa.”Você pode sempre mudar seu estilo, advogado, contador, etc, a qualquer hora, mas não pode fazer o mes- mo com o nome do estúdio”, explica Mickey Stretton, cofundador do AllOfUs. “Casa um de nós teve ideias que foram rejeitadas ou reformuladas até chegarmos em ‘AllOfUs’. Pareceu o nome correto porque era uma ex- pressão que usávamos muito, além de ser uma boa descrição do precesso que queríamos explorar” É preciso ter mais uma coisas em mente quando se escolhe o nome do estúdio: tenha certeza absoluta de que ninguém o tem. Descubra isso no site do Departamento Nacional de Regis- to do Comércio (http://www.dnrc.gov.br). Entenda do negócio Recorrer a serviços profissionais é outro ponto im- portantíssimo para se montar um estúdio. Contrate um contador e um advogado que poderão informar a você sobre toda a burocracia envolvida em ter- mos de impostos e deveres legais na hora de abrir uma empresa e também de mantêla. Agora, se você não conhece nenhum contador e/ ou advogado, não hesite em pedir uma indicação de seus contatos. “Antes de contratar qualquer servi- ço desse tipo, marque uma reunião com eles e fale sobre o seu negócio”, aconselha Damon Mangos. Além disso, saiba que serviços desse tipo não são baratos e o seu preço deve estar incluso no capital inicial da empresa. 43 02 Com um começo humilde em 2000, o Preloaded agora possui mais de 20 funcionários. Entre seus cliente estão a Cadbury, para a qua eles fizeram um game interativo. 03 O SEA se descreve com design gráfico puro e simples’. O estúdio criou identidades visuais para clientes como Beyon, o bar OQO e a gráfica K2. “Você pode mudar estilo, advogado e contador a qualquer hora, mas não pode fazer o mes- mo com o nome do estúdio”. Mickey Stret- ton, AllOfUs. Computer Arts Brasil
  • 8. A equipe do Dimaquina possui uma estrutura diferente do comum, que pode ser uma solução para estúdios com designers que moram longe ou que não tem dinheiro para bancar uma estrutura. Daniel Neves mora no Rio de Janeiro e Nako Antonio Pedro, seus sócios, moram em Lon- dres, na Inglaterra, além de traba- lhar no departamente de design na Nokia. “Comunicar-se online dificulta um pouco, mas não inviabiliza. O que muda também é a necessidade de cada um compreender as suas responsabilidades. Não tem nin- guém olhando para saber se você está produzindo de fato, então essa cobrança precisa vir de cada um”, explica Daniel. Em uma era digital como a de hoje, o escritório físico não será a primei- ra visão do cliente sobre o seu estúdio. Geralmente a primeira impressão é causada durante a visita dele ao seu site. “O escritório serve para mostrar estabilidade e passar confiança”, acredita Geoff Devereux, cofundador de Delete. Melancia no pescoço já! Se um estúdio de design é criado e ninguém fica sabendo, é como se ele não existisse - o que acaba acontecendo com muitos nessa situação. Isso não é desculpa para dar uma festa extravagante e gastar metade do capital inicial da empresa no bar. Use da boa vontade dos seus contatos e peça que eles divulguem o trabalho de vocês em redes sociais e para os próprios clientes - já que a palavra deles já tem valor no mercado. Jornalistas especializados - como os da Compu- 06 A flexibilidade foi muito impor- tante para o sucesso do AllOfUs. Trabalhos de web design para clientes consagrados como a BBC foram suas maiores conquistas. 07 Cenas do vídeo feito pelo Nitrocorpz para o redesign do canal Infinito. Para Marck, um dos sócios do esúdio, a concretização do projeto é a fase mais bacana do trabalho. Computer Arts Brasil 04-05 O trio do Dimaquina foi responsável pelo desenvolvimento de marca, embalagem e manual para o i9 Hidrotônico da Coca-Cola. ter Arts - estão constantemente procurando por novidades. Sendo assim, escreva um e-mail para a redação das publicações de que gosta falando sobre o seu trabalho, o seu diferencial e quem são os profissionais que formam a equipe. Depois de conseguir uma nota na seção de notícias, muito em breve a mesma ou outras publicações podem contatar o seu estúdio e marcar uma entrevista. Quando menos espera, você já está na mídia. Use uma abordagem parecida com os clientes. Quando Paula Benson e Paul West lançaram o Form, no começo da década de 1990, não havia a vantagem do e-mail. “Tivemos que usar o telefone e selecionar coisas interessantes para imprimir e enviar pelo correio”, lembra-se Paula. “Nossos pri- meiros dias no Form eram compostos basicamente de reuniões, bate pernas, visitas e conversas”. Aestratégia de autopromoção do Nitrocorpz foi 44
  • 9. 11 Capa de CD feita pelo estúdio Dimaquina para a World Up. ONG de hip hop de Nova York, EUA 08 O Form foi originalmente concebido parar criar visuais para a indústria fonográfica. Hoje, entre seus trabalhos mais significativos, estão capas para a banda Everything But The Girl e, mais recentemente, para a Girls Aloud. 12 O Small possui a posição invejável de ser o estúdio de design gráfico oficial do Design Council. Essas páginas fazem parte do Design Council Review 2004/05. 10 O estúdio Small cuida de todo o mate- rial visual da estilista Margaret Howell. Es- ses são os convites do desfile da coleção Outono Inverno de 2007 09 O albúm de estreia de Mark Ronson teve sua arte criada pelo Village Green, formado por Seb Marling e Jonathon Cooke, que descreveram o seu estúdio como “ um espaço de ideias” 13 Abertura do programa Notí- cias MTV, criada pelo estúdio de Goiânia Nitrocorpz Como montar um estúdio Capa Computer Arts Brasil executar vários trabalhos de repercussão em alguns nichis sem se preocupar com remunera- ção. Em seguida, o site bilíngue do estúdio foi colocado no ar”. “Depois começamos a parti- cipar de listas de discussão, blogs e portais. Assim vieram os projetos internacionais, depois os nacionais, as palestras e tudo mais”, conta Marck. “Hoje atualizamos o site, selecionamos projetos, temos um portfólio offline, visitamos agências, abrimos espaço na agenda para pro- jetos e prospectamos”, completa. Fluxo de caixa, plano de negócios, prospec- ção, tudo vai parecer muito chato se você não estiver fazendo o que realmente quer da vida. “Os administradores que nos desculpem, mas, antes de qualquer coisa, é preciso ter uma dose de otimismo, fé no que se faz e esforço”, acredita Marck. “Sem esforço a perspectiva que o otimismo oferece se esvai; sem o otimis- mo jogamos a toalha cedo demais e, sem fé, a atenção aos detalhes vira prisão”, filosofa o designer. Com dotes de filósofo ou não, se o que você deseja é realmente montar um estúdio, vá em frente. Seja positivo e não se preocupe. Caso algo dê errado, procure aprender com o erro e siga em frente. 45
  • 10. Computer Arts Brasil Guy Marshall e David Hitner(- da esq. para a dir.) do Small cuidam da direção de arte de identidades, editoriais, emba- lagem e exibições A equipe do enjoythis: (da esq. para a dir.) Fraser Hobbs, Sofia Lace e Ben Franken, que mon- taram o estúdio em 2008 Bryan Edmondson, da SEA, uma consultoria multidiscipli- nar especializada em identida- de e desenvolvimento. Small O estúdio Small tem apenas cinco anos, mas já conseguiu uma ótima reputação graças ao rebran- ding do London Institute e da University of the Arts de Londres. Depois do seu primeiro ano, o Small se tornou o estúdio ofocial do Design Council [organi- zação criada para promover o design na Inglaterra] e da grife da estilista Margaret Howell. “A Small é uma empresa simples”, explica David Hitner, que cofundou o estúdio com o sócio Guy Marshall. “Isso significa que podemos trabalhar mais perto dos clientes e, em troca, esperamos que nossos clientes não sintam que estão pagando por coisas das quais não terão benefícios. Não queremos ser grandes”. www.estudiosmall.com enjoythis Os três fundadores do estúdio londrino enjoythis - Sofia Lace, Ben Franken e Fraser Hobbs - vieram da agência Glue. Com menos de um ano de vida, o portfólio do trio inclui trabalhos para a Le Deun Lu- minaires e para o site liveroom.tv. “Sempre disse- mos que queríamos manter o enjoythis pequeno, já que queríamos ser uma espécie de butique de web design em que cada site é cuidadosamente fabrica- do”, explica Sofia. “Acho que, sendo pequenos, po- demos dar mais de nós mesmos em casa projeto e ter uma relação mais próxima com nossos clientes” www.enjoysthis.co.uk SEA Bryan Edmondson abriu a SEA em janeiro de 1997 com o sócio John Simpson. “Na época não havia coisas como hipotecas, tínhamos fluxo de caixa baixo para gerenciar, mas nos certificamos de que poderíamos viver de quatro a seis meses em caso de fracasso total”, conta Bryan. Hoje a empresa cria designs para a loja de decoração Beyon e o estilista Matthew Williamson, entre outros. “Gosto da ideia de conhecer todos aqui” conta Bryan sobre a sua força de trabalho, composta por apenas 10 pessoas. “Isso não signi- gica que os projetos se- jam pequenos. Você não precisa de um número grande de pessoas, a não ser nas festas.” 01 O trabalho da Small para a estilista Margaret Howell inclui esse convite para a coleção de Primavera/Verão de 2007. 02-03 O portfólio do enjoythis inclui trabalhos para a Le Deun Luminaires 04 O site de música Liveroom.tv foi feito pela equipe do enjoythis 05 SEA criou indentidades visuais para uma série de clientes renomados, inclu- indo a loja de decoração Beyon Grandes times Pequenos esúdios que fazem muito barulho Como montar um estúdio Capa 46
  • 11. Computer Arts Brasil Daniel Neves forma o estúdio Dimáquina com os sócios Nako e Antonio Pedro. Criado em 2005, o Dimaquina já trabalhou para clien- tes como Mulstishow e Dazed & Confuzed. www.dimaquina.com Mark uniu suas forças com Rhawbert, Greyner e Claudio para formar o estúdio Nitrocor- pz em 2003. COm seis anos de vida, a equipe já realizou traba- lhos para burton Snowboards, Rip Curl, Computer Arts e MTV. www.nitrocorpz.com Nitrocorpz Marck enumera dez passos essenciais na criação de um estúdio 01 Visualize a empresa que deseja abrir e faça dessa mentalização um exercício constante; 02 Adquira experiência em outras empresas; 03 Cerque-se dos bons. Conseguir diferenciar um profissional bom de um bom profissional fará diferença no portfólio de qualquer empresa; 04 Adote uma metodologia. Elas não são camisas de força, mas processos que dão maior controle sobre a atividade em que você atua; 05 Comunique-se. Sem comunicação não há em- presa que fique muito tempo de pé; 06 Seja proativo. Disseram-nos que a diferença entre um idiota e um otimista é que enquanto o idiota coloca prazo curto para as coisas acontece- rem, o otimista faz investimentos pensando tam- bém na aposentadoria; 07 Tome decisões. Na teoria isso parece fácil, mas, na prática algumas variáveis mudam o cenário constantemente. Ainda assim, tomar uma decisão é melhor que fazer coisa alguma; 08 Simplifique os procedimentos. Sempre que puder revisar uma rotina complexa para simplificá -la, não pense duas vezes; 09+10 Faça um exercício antropológico. O publicitário Leandro Ogalha aconselha fazermos um exercício de estranhamento, experimente viver a rotina de outros grupos, de outros luga- res. Ele recomenda ir ao show de uma boyband, tomar cerveja em boteco de favela, ler revista de ufologia, assistir a programas evangélicos, pas- sar férias numa triba indígena e por aí vai. Você enxergará novos mundos e suas decisões serão diferentes. Sua mente conseguirá ir muito além do lugar-comum. Dimaquina Daniel Neves enumera dez passos essenciais na criação de um estúdio. 01 Tenha convicção de que está na hora de se- guir um caminho próprio e que você cuidará do seu patrimônio daqui pra frente; 02 Determine um segmento em que queira se posicionar e atuar. O cliente precisa visualizar o que se estúdio pode oferecer; 03 Tenha metas e aspirações definidas, mesmo que elas mudem futuramente; 04 Pense alto, mas direcione um foco. Imagine onde seu estúdio estará em cinco ano e verá que não precisa de tanto tempo assim para atingir suas metas; 05 Tenha projetos suficientes para formar um portfólio sólido e de qualidade que represente bem o seu estúdio; 06 Abra uma empresa como pessoa jurídica para fins burocráticos. A maioria dos clientes exige nota fiscal; 07 Tenha alguém responsável pela parte finan- ceira como contabilidade e outros processos bu- rocráticos. Não perca seu tempo com funções que não exijam criatividade; 08 Procure conhecer as outras etapas de um projeto de design. O atendimento ao cliente é tão importante quanto a entrega do trabalho; 09 Coloque no papel e faça um plano ne ne- gócios. Faça uma análise de custos antes de sair alugando uma sala; 10 Lembre-se de que a responsabilidade agora é toda sua e é seu patrimônio que está em jogo. Sua vida de funcionário esperando resposta ficou para trás. Agora quem decide é você. 47
  • 12. amente, livre do com- putador. Para Nicholas Hardy, da Factory 311, que nasceu como um estúdio de grafiteiros, a arte urbana possui a habilidade de chocar e inpira. !Não há nada mais poderoso do que ver algo sendo criado espontaneamente, es- pecialmente quando o material utilizado é uma lata de spray”. O poder da arte urbana é evidenciado por Peter Kennard, cujos trabalhos já foram exibidos em mudeus respeitados com o londrino Victoria & Al- bert. “Parece que aarte urbana está se destacando porque as pessoas querem falar de situações do cotidiano, aém de vender objetos. É o que o capita- lismo faz: qualquer coisa que tenha energia política ou social está comprada e vendida pelo sistema. O que prova issa é a venda de arte urbana em gale- rias de arte urbana”. Contudo, continua Peter, a invasão da arte urbana no mundo da arte clássica e da publicidade é uma coisa boa. “Já que a maioria dos artistas urbanos nunca pisou em uma faculdade de artes, há uma energia natural correndo pelas veias deles.” Para Binho Ribeiro, a atenção das grandes empresas Computer Arts Brasil Muros pintados Para agências de publi- cidade e grandes mar- cas como MTV, Nike, Reebok e Xbob, o apelo que a arte urbana - e principalmente o graffiti - possui entre os jovens é mais do que óbvio. “Marcas como a MTV e a Nike são jovens, então para elas é natural uti- lizar imagens que reflitam essa juventude”, acre- dita Richard Blackshaw, do Scrawl Collective. Com artistas como o já lendário Banksy, Binho Ribeiro, Speto e D*Face ganhando a atenção da mídia, a explosão de campanhas publicitárias com a estética do graffiti e eventos como o Street Art Awards e a exposição Graffiti Fine Art, o underground está oficialmente na moda. Enquanto muitos batem palmas para esse avanço, a maioria dos artistas urbanos continua desenhan- do, pintando e grafitando com ou sem a atenção da mídia. “O mercado está se voltando cada vez mais para a street art, mas o que mais cresce é a quantidade de artistas urbanos que pinta nas ruas, sem ganhar dinheiro com isso”, afirma o paulistano Binho Ribeiro. Muito do apelo da arte urbana está na sua nature- za temporária, na emoção de se criar espontane- Street art, arte urbana, graffiti - não importa como você chama, as grandes marcas estão de olho nessa vertende Por: Nick Spence (Londres) e Nathalie Folco (São Paulo) Design de muros Especial 48
  • 13. Computer Arts Brasil Scrawl Collective Como ser respeitado por grandes marcas com relação à arte urbana tem dois lados. “É bom no sentido do apoio que o artista consegue para concretizar projetos que antes eram muito fecha- dos, não só no design, mas realizando palestras, debates e exposições. Hoje, jovens talentos podem usufruir disso”, explica o artista. Transformar um talento bruto em um profissio- nal que compreende um briefing não é uma tare- fa para qualquer um. Alguns artistas urbanos se preocupam em não receber a mesma quantidade de dinheiro qu eestúdios de design. “Não éramos levados a sério no início. Chegar a um orçamento condizente foi sempre difícil”, conta Nicholas Hardy. O coletivo de artistas urbanos Monorex foi forma- do especificamente para que seus membros não fossem tratados desse modo. “É a melhor solução em alguns casos”, acredita o fundador, Terry Guy, O Scrawl Collective foir formado em 1999 por Richard Blackshaw, Mr Jago, Will Barras e Steff Plaetz. Com uma lista de clientes que inclui Sony, Nike, Puma e Levi’s, o coletivo tornou-se um estú- dio de design especializado em arte urbana. “fazemos trabalhos individuais e também em conjunto”, explica Mr Jago, cujo portfólio inclui a pintura de uma pista de skate para o XBox da Microsoft. “É claro que somos usados, ou a nos- sa arte é usada, para vender o produto, mas não tenho problema com isso”, afirma. Richard e Jago acreditam que o fato de a arte ur- bana estar sendo sugada por clientes corporativos e se tornando uma parte da mídio é um desen- volvimento inevitável, mas que costuma ajudar o artista, como Jago descobriu no começo de sua carreira: “Você percebe que o que o cliente queria na verdade era outra pessoas que custaria mui- to mais do que você, mas ele não tinha tanto dinheiro”. O equilíbrio no Scrawl Collective, para Jago e Richard, é criado pelos trabalhos que eles produzem com gosto. “É suficiente pagarem 2 mil mangos para colocar o seu nome em algo do qual você não tem orgulho?”, pergunta Ja- go.”A resposta depende de você. 02-03 A Microsoft aproveitou as habilidade - e a reputação - do grafiteiro Slick para lançar versões personalizadas do Zune, seu tocador de música que compete com o IPod A grife urbana Addict é um dos clientes que se beneficiou do estilo de Mr Jago 49