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   A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana,
    notável por sua língua escrita (único sistema de escrita do novo mundo
    pré-colombiano que podia representar completamente o idioma
    falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no
    velho mundo), pela sua arte, arquitetura, matemática e sistemas
    astronômicos. Inicialmente estabelecidas durante o
    período pré-clássico (1000 A.C. a 250 D.C.), muitas cidades maias
    atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o
    período clássico (250 D.C. a 900 D.C.), continuando a se desenvolver
    durante todo o período pós-clássico, até a chegada dos espanhóis. No
    seu auge, era uma das mais densamente povoadas e culturalmente
    dinâmicas sociedades do mundo.
   Muitos consideram a arte maia da Era Clássica (200 a 900 D.C.) como a
    mais sofisticada e bela do Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em
    estuque de Palenque e a estatuária de Copán são especialmente
    refinados, mostrando uma graça e observação precisa da forma humana,
    que recordaram aos primeiros arqueólogos da civilização do Velho Mundo,
    daí o nome dado à era.
   Somente existem fragmentos da pintura avançada dos maias clássicos, a
    maioria sobrevivente em artefatos funerários e outras cerâmicas. Também
    existe uma construção em Bonampak que tem murais antigos e que,
    afortunadamente, sobreviveram a um acidente desconhecido até hoje.
   Com as decifrações da escrita maia se descobriu que essa civilização foi
    uma das poucas nas quais os artistas escreviam seu nome em seus
    trabalhos.
   Pouco se sabe a respeito das tradições religiosas dos maias: a sua religião
    ainda não é completamente entendida por estudiosos. Assim como os
    astecas e os incas, os maias acreditavam na contagem cíclica natural do
    tempo. Os rituais e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais
    que eram observados e registrados em calendários separados. Os
    sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um
    panorama profético sobre o futuro ou passado com base no número de
    relações de todos os calendários. A purificação incluía jejum, abstenção
    sexual e confissão. A purificação era normalmente praticada antes de
    grandes eventos religioso. Os maias acreditavam na existência de três
    planos principais no cosmo: a Terra, o céu e o submundo.
   A civilização maia estendeu-se por todo o atual sul dos estados mexicanos
    de Chiapas, Tabasco, e Península de Yucatán estados de Quintana Roo ,
    Campeche e Yucatán. A área Maia também se estendeu por todo o norte
    da América Central, incluindo as atuais nações da Guatemala , Belize ,
    Norte de El Salvador e no oeste de Honduras[2]. A área dos Maias é
    geralmente dividida em três zonas vagamente definidas: as terras altas do
    sul Maia, na Depressão Central e as planícies do norte. As terras maias altas
    do sul incluem todos os terrenos elevados na Guatemala e no planalto de
    Chiapas[3]. As planícies do sul encontram-se apenas ao norte do planalto, e
    incorporam os estados mexicanos de Campeche, Quintana Roo, norte da
    Guatemala, Belize e El Salvador. As planícies do norte cobrem o restante da
    península de Iucatã, incluindo as colinas Puuc.
   A arquitetura maia abarca vários milênios; ainda assim, mais
    dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as
    fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico
    em diante. Durante este período da cultura maia, os centros de
    poder religioso, comercial e burocrático cresceram para se
    tornarem incríveis cidades como Chichén Itzá, Tikal e Uxmal. Devido
    às suas muitas semelhanças assim como diferenças estilísticas, os
    restos da arquitetura maia são uma chave importante para o
    entendimento da evolução de sua antiga civilização.
   O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga
    semelhança com a escrita do antigo Egito, com o qual não se relaciona) era uma
    combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do novo
    mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no
    mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.
   As decifrações da escrita maia têm sido um longo e trabalhoso processo. Algumas
    partes foram decifradas no final do século XIX e início do século XX (em sua maioria,
    partes relacionadas com números, calendário e astronomia), mas os maiores avanços
    se fizeram nas décadas de 1960 e 1970 e se aceleraram daí em diante de maneira que
    atualmente a maioria dos textos maias podem ser lidos quase completamente em seus
    idiomas originais. Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em sua luta pela
    conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os códices maias logo após a
    conquista.
   Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram são as que foram gravadas em
    pedra e isto porque a grande maioria estava situada em cidades já abandonadas
    quando os espanhóis chegaram.
   Os maias (ou seus predecessores olmecas) desenvolveram
    independentemente o conceito de zero (de fato, parece que estiveram
    usando o conceito muitos séculos antes do velho mundo), e usavam um
    sistema de numeração de base 20.
   As inscrições nos mostram, em certas ocasiões, que trabalhavam com
    somas de até centenas de milhões. Produziram observações astronômicas
    extremamente precisas; seus diagramas dos movimentos da Lua e dos
    planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização
    que tenha trabalhado sem instrumentos óticos. Ao encontro desta
    civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema de
    calendários dos maias já era estável e preciso, notavelmente superior ao
    calendário gregoriano.
   A base econômica dos maias era a agricultura, principalmente do
    milho, praticada com a ajuda da irrigação, utilizando técnicas
    rudimentares e itinerantes, o que contribuiu para a destruição de
    florestas tropicas nas regiões onde habitavam, desenvolveram
    também atividades comerciais cuja classe dos comerciantes
    gozavam de grandes privilégios.
   Como unidade de troca, utilizavam sementes de cacau e sinetas
    de cobre, material que empregavam também para trabalhos
    ornamentais, ao lado do ouro, da prata, do jade, das conchas do
    mar e das plumas coloridas. Entretanto, desconheciam as
    ferramentas metálicas.
   Os maias cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas.
    Domesticaram o peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual
    somavam também a caça e a pesca.
   É importante observar que por serem os recursos naturais escassos não lhes garantindo
    o excedente que necessitavam a tendência foi desenvolverem técnicas agrícolas,
    como terraços, por exemplo, para vencer a erosão. Os pântanos foram drenados para
    se obter condições adequadas ao plantio. Ao lado desses progressos técnicos,
    observamos que o cultivo de milho se prendia ao uso das queimadas. Durante os
    meses da seca, limpavam o terreno, deixando apenas as árvores mais frondosas. Em
    seguida, ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo em condições de ser
    semeado. Com um bastão faziam buracos onde se colocavam as sementes.
   Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da
    geografia da Meso-América, o efeito do planejamento parecia ser mínimo;
    suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada,
    como ditava a topografia e declive particular. A arquitetura maia tendia a
    integrar um alto grau de características naturais. Por exemplo, algumas
    cidades existentes nas planícies de pedra calcária no norte do Iucatã se
    converteram em municipalidades muito extensas enquanto que outras,
    construídas nas colinas das margens do rio Usumacinta, utilizaram os
    declives e montes naturais de sua topografia para elevar suas torres e
    templos a alturas impressionantes. Ainda assim prevalece algum sentido de
    ordem, como é requerido por qualquer grande cidade.
   O calendário maia é um sistema de calendários e almanaques distintos, usados pela civilização maia
    da Meso-América pré-colombiana, e por algumas comunidades maias modernas dos planaltos da
    Guatemala.
   Estes calendários podem ser sincronizados e interligados, suas combinações dando origem a ciclos
    adicionais mais extensos. Os fundamentos dos calendários maias baseiam-se em um sistema que era
    de uso comum na região, datando pelo menos do século VI A.C.. Tem muitos aspectos em comum
    com calendários empregados por outras civilizações mesoamericanas anteriores, como os zapotecas
    e olmecas, e algumas civilizações suas contemporâneas ou posteriores, como o dos mixtecas e o dos
    astecas. Apesar de o calendário mesoamericano não ter sido criado pelos maias, as extensões e
    refinamentos por eles efetuados foram os mais sofisticados. Junto com os dos astecas, os calendários
    maias são os melhores documentados e compreendidos.
   Pela tradição da mitologia maia, como está documentado nos registros colonais iucatecas e
    reconstruído de inscrições do Clássico Tardio e Pós-clássico, a deidade Itzamna é frequentemente
    creditada como tendo levado o conhecimento do sistema de calendários aos maias ancestrais,
    junto com a escrita em geral e outros aspectos fundacionais da cultura maia.

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Povos maias

  • 1. A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, notável por sua língua escrita (único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo), pela sua arte, arquitetura, matemática e sistemas astronômicos. Inicialmente estabelecidas durante o período pré-clássico (1000 A.C. a 250 D.C.), muitas cidades maias atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o período clássico (250 D.C. a 900 D.C.), continuando a se desenvolver durante todo o período pós-clássico, até a chegada dos espanhóis. No seu auge, era uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas sociedades do mundo.
  • 2. Muitos consideram a arte maia da Era Clássica (200 a 900 D.C.) como a mais sofisticada e bela do Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em estuque de Palenque e a estatuária de Copán são especialmente refinados, mostrando uma graça e observação precisa da forma humana, que recordaram aos primeiros arqueólogos da civilização do Velho Mundo, daí o nome dado à era.  Somente existem fragmentos da pintura avançada dos maias clássicos, a maioria sobrevivente em artefatos funerários e outras cerâmicas. Também existe uma construção em Bonampak que tem murais antigos e que, afortunadamente, sobreviveram a um acidente desconhecido até hoje.  Com as decifrações da escrita maia se descobriu que essa civilização foi uma das poucas nas quais os artistas escreviam seu nome em seus trabalhos.
  • 3. Pouco se sabe a respeito das tradições religiosas dos maias: a sua religião ainda não é completamente entendida por estudiosos. Assim como os astecas e os incas, os maias acreditavam na contagem cíclica natural do tempo. Os rituais e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais que eram observados e registrados em calendários separados. Os sacerdotes maias tinham a tarefa de interpretar esses ciclos e fazer um panorama profético sobre o futuro ou passado com base no número de relações de todos os calendários. A purificação incluía jejum, abstenção sexual e confissão. A purificação era normalmente praticada antes de grandes eventos religioso. Os maias acreditavam na existência de três planos principais no cosmo: a Terra, o céu e o submundo.
  • 4. A civilização maia estendeu-se por todo o atual sul dos estados mexicanos de Chiapas, Tabasco, e Península de Yucatán estados de Quintana Roo , Campeche e Yucatán. A área Maia também se estendeu por todo o norte da América Central, incluindo as atuais nações da Guatemala , Belize , Norte de El Salvador e no oeste de Honduras[2]. A área dos Maias é geralmente dividida em três zonas vagamente definidas: as terras altas do sul Maia, na Depressão Central e as planícies do norte. As terras maias altas do sul incluem todos os terrenos elevados na Guatemala e no planalto de Chiapas[3]. As planícies do sul encontram-se apenas ao norte do planalto, e incorporam os estados mexicanos de Campeche, Quintana Roo, norte da Guatemala, Belize e El Salvador. As planícies do norte cobrem o restante da península de Iucatã, incluindo as colinas Puuc.
  • 5. A arquitetura maia abarca vários milênios; ainda assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico em diante. Durante este período da cultura maia, os centros de poder religioso, comercial e burocrático cresceram para se tornarem incríveis cidades como Chichén Itzá, Tikal e Uxmal. Devido às suas muitas semelhanças assim como diferenças estilísticas, os restos da arquitetura maia são uma chave importante para o entendimento da evolução de sua antiga civilização.
  • 6. O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egito, com o qual não se relaciona) era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.  As decifrações da escrita maia têm sido um longo e trabalhoso processo. Algumas partes foram decifradas no final do século XIX e início do século XX (em sua maioria, partes relacionadas com números, calendário e astronomia), mas os maiores avanços se fizeram nas décadas de 1960 e 1970 e se aceleraram daí em diante de maneira que atualmente a maioria dos textos maias podem ser lidos quase completamente em seus idiomas originais. Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em sua luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os códices maias logo após a conquista.  Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram são as que foram gravadas em pedra e isto porque a grande maioria estava situada em cidades já abandonadas quando os espanhóis chegaram.
  • 7. Os maias (ou seus predecessores olmecas) desenvolveram independentemente o conceito de zero (de fato, parece que estiveram usando o conceito muitos séculos antes do velho mundo), e usavam um sistema de numeração de base 20.  As inscrições nos mostram, em certas ocasiões, que trabalhavam com somas de até centenas de milhões. Produziram observações astronômicas extremamente precisas; seus diagramas dos movimentos da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos. Ao encontro desta civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema de calendários dos maias já era estável e preciso, notavelmente superior ao calendário gregoriano.
  • 8. A base econômica dos maias era a agricultura, principalmente do milho, praticada com a ajuda da irrigação, utilizando técnicas rudimentares e itinerantes, o que contribuiu para a destruição de florestas tropicas nas regiões onde habitavam, desenvolveram também atividades comerciais cuja classe dos comerciantes gozavam de grandes privilégios.  Como unidade de troca, utilizavam sementes de cacau e sinetas de cobre, material que empregavam também para trabalhos ornamentais, ao lado do ouro, da prata, do jade, das conchas do mar e das plumas coloridas. Entretanto, desconheciam as ferramentas metálicas.
  • 9. Os maias cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas. Domesticaram o peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual somavam também a caça e a pesca.  É importante observar que por serem os recursos naturais escassos não lhes garantindo o excedente que necessitavam a tendência foi desenvolverem técnicas agrícolas, como terraços, por exemplo, para vencer a erosão. Os pântanos foram drenados para se obter condições adequadas ao plantio. Ao lado desses progressos técnicos, observamos que o cultivo de milho se prendia ao uso das queimadas. Durante os meses da seca, limpavam o terreno, deixando apenas as árvores mais frondosas. Em seguida, ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo em condições de ser semeado. Com um bastão faziam buracos onde se colocavam as sementes.
  • 10. Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da geografia da Meso-América, o efeito do planejamento parecia ser mínimo; suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada, como ditava a topografia e declive particular. A arquitetura maia tendia a integrar um alto grau de características naturais. Por exemplo, algumas cidades existentes nas planícies de pedra calcária no norte do Iucatã se converteram em municipalidades muito extensas enquanto que outras, construídas nas colinas das margens do rio Usumacinta, utilizaram os declives e montes naturais de sua topografia para elevar suas torres e templos a alturas impressionantes. Ainda assim prevalece algum sentido de ordem, como é requerido por qualquer grande cidade.
  • 11. O calendário maia é um sistema de calendários e almanaques distintos, usados pela civilização maia da Meso-América pré-colombiana, e por algumas comunidades maias modernas dos planaltos da Guatemala.  Estes calendários podem ser sincronizados e interligados, suas combinações dando origem a ciclos adicionais mais extensos. Os fundamentos dos calendários maias baseiam-se em um sistema que era de uso comum na região, datando pelo menos do século VI A.C.. Tem muitos aspectos em comum com calendários empregados por outras civilizações mesoamericanas anteriores, como os zapotecas e olmecas, e algumas civilizações suas contemporâneas ou posteriores, como o dos mixtecas e o dos astecas. Apesar de o calendário mesoamericano não ter sido criado pelos maias, as extensões e refinamentos por eles efetuados foram os mais sofisticados. Junto com os dos astecas, os calendários maias são os melhores documentados e compreendidos.  Pela tradição da mitologia maia, como está documentado nos registros colonais iucatecas e reconstruído de inscrições do Clássico Tardio e Pós-clássico, a deidade Itzamna é frequentemente creditada como tendo levado o conhecimento do sistema de calendários aos maias ancestrais, junto com a escrita em geral e outros aspectos fundacionais da cultura maia.