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Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.8(1), jan./abr., 2004
3
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DE CASCAVEL/PR
Ana Paula Martinazzo1
Tatiane Martins2
MARTINAZZO, A. P.; MARTINS, T. Plantas medicinais utilizadas pela população de Cascavel/PR. Arq. Ciênc. Saúde
Unipar, Umuarama, 8(1), jan./abr. p.3-5, 2004.
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo, fazer o levantamento das plantas medicinais mais utilizada na medicina popular
pela população do município de Cascavel/PR. A metodologia consistiu na aplicação de questionários onde foram registrados
nomes populares, hábitos de uso, parte utilizada, modo de preparação e outros dados. Foram coletados 470 questionários, as
dez plantas mais utilizadas foram Coleus barbatus Benth, Achyrocline satureioides, Matricaria chamomilla L., Baccharis
trimera Lers, Menta piperita L., Mikania glomerata Spreng., Plantago lanceolata L., Cássia angustifólia, Phyllanthus niruri
L., Malva sylvestris L. Observou-se que a maioria dos entrevistados utilizam plantas medicinais por tradição familiar e por
acreditarem não fazer mal a saúde, independente do grau de escolaridade e padrão econômico.
PALAVRAS-CHAVE: plantas medicinais, medicina popular
MEDICINAL PLANTS USED BY THE POPULATION OF CASCAVEL/PR
MARTINAZZO, A. P.; MARTINS, T. Medicinal plants used by the population of Cascavel/PR. Arq. Ciênc. Saúde Unipar,
Umuarama, 8(1), jan./abr. p.3-5, 2004.
ABSTRACT: This paper had as objective the survey of the medicinal plants most used in popular medicine in the city of
Cascavel/PR.The methodology consisted in the application of interviews with the population where popular names, utilization,
parts utilized, preparation and other information were recorded. Four hundred seventy interviews were collected, where the
ten most mentioned species were Coleus barbatus Benth, Achyrocline satureioides, Matricaria chamomilla L., Baccharis
trimera Lers, Menta piperita L., Mikania glomerata Spreng., Plantago lanceolata L., Cássia angustifólia, Phyllanthus niruri
L., Malva sylvestris L. It was verified that most of the people, regardless of educational or social degree, use medicinal plants
as a family tradition and believe that the plants do not harm their health.
KEY WORDS: medicinal plants, popular medicine.
Introdução
O emprego de plantas medicinais com fins curativos
é uma prática que se tem utilizado ao longo da história. A
OMS (2000) reconhece que 80% da população mundial
ainda recorre às plantas medicinais dentro do sistema de
atenção primária da saúde.
Atualmente o mercado de plantas medicinais e
aromáticas vem crescendo de forma expressiva em todo o
mundo, devido ao aumento no interesse da população por
terapias alternativas e produtos naturais.
Estima-se que existam aproximadamente 500 mil
espécies de plantas no mundo, das quais o Brasil possui
cerca de 120 mil, onde pelo menos a metade, pode ter alguma
propriedade terapêutica útil (CORRÊA et. al., 1998).
Oconhecimentopopularnãodeveserdesprezadopela
ciência, segundo CASTRO et. al. (2001) este conhecimento,
alicerçado sobre bases empíricas e em resultados práticos,
se contrapõe ao conhecimento científico, que se fundamenta
em teorias comprovadas experimentalmente com métodos
aceitos pela classe científica.
Asíntese entre esses dois pontos de vista é alcançada
quando os pesquisadores, em busca de novas fontes de
substâncias biologicamente ativas, vão até à população para
efetuarem levantamentos etnobotânicos e, a partir destes,
realizam pesquisas laboratoriais.
Visando tal aspecto, o presente trabalho procurou
identificar as principais espécies de plantas medicinais
utilizadas pela população no município de Cascavel/PR,
determinar o uso medicinal atribuído a cada planta e a sua
forma de utilização, permitindo futura avaliação sobre o
correto uso das mesmas.
Material e Método
Os dados foram coletados aleatóriamente por meio
de um questionário aplicado por acadêmicos do curso de
Enfermagem, da UNIPAR – Campus Cascavel/PR.
Na aplicação do questionário foram registrados
nomes populares, hábitos de uso, parte da planta utilizada,
modo de preparação e outros dados.
As coletas do material botânico foram realizadas
no momento das entrevistas, com a obtenção das partes
vegetativas, quanto possível, junto às casas dos informantes
ou em lugares próximos.As espécies foram identificadas com
o auxílio de literatura especializada (chaves de identificação
e monografias), além da comparação com exsicatas.
Resultados e Discussão
Obteve-se 470 questionários respondidos, sendo
67% do sexo feminino e 33% do sexo masculino. Destas,
1
Docente da Universidade Paranaense, Campus Cascavel-PR.
2
Assistente Social, Prefeitura Municipal de Cascavel-PR.
Endereço para correspondência: Ana Paula Martinazzo, Rua José Bonifácio, 532, apto 103. Cascavel - PR. 85.803-560. E-mail: a_martinazzo@hotmail.com
Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.8(1), jan./abr., 2004 MARTINAZZO & MARTINS
4
89% das pessoas afirmaram utilizar plantas medicinais.
Acredita-se que a grande utilização de plantas
medicinais pela população vai desde o preço mais acessível,
até o fato de se crer que produzam menos efeitos colaterais
do que os medicamentos alopáticos. Os motivos mais
comuns da utilização de plantas medicinais apontados pelos
participantes são mostrados na TABELA 1.
TABELA 1 – Motivos que levam os entrevistados a
utilizarem plantas medicinais.
Motivos Percentual de entrevistados
Tradição familiar 46,8
Por não fazer mal à saúde 30,2
Por ser mais barato 10,9
Por indicação médica 3,0
Outros 9,1
Observa-se que o uso de plantas medicinais faz parte
da tradição familiar da maioria dos entrevistados. Seguida
pelo fato dos mesmos acreditarem que a utilização destas
espécies não prejudica a saúde. MARODIN et al. (2001),
em levantamento realizado no município de Dom Pedro de
Alcântara (RS), constataram que 55,7% dos entrevistados,
utilizam plantas medicinais devido ao conhecimento
aprendido com os familiares, seguido de indicação de amigos
(30,4%).
Segundo ROSA et. al. (1998), a consciência dos
males causados pelo excesso de alopáticos, a carência de
recursos dos órgãos públicos de saúde e os incessantes
aumentos de preços dos medicamentos industrializados,
são fatores de destaque para o crescente aumento no
número de pessoas interessadas no conhecimento de plantas
medicinais.
TADDEI-BRINGAS et al. (1999) em trabalho
realizado sobre a aceitação e utilização de plantas medicinais
na medicina familiar, constatou-se que 78% dos participantes
afirmavam terem comprovado a eficácia das plantas
medicinais e 67% disseram que confiavam nas mesmas
devido a sua popularidade de uso.
Buscou-se avaliar se o grau de escolaridade e o
padrão sócio econômico teriam influência na opção pela
utilização de plantas medicinais.
TABELA 2 – Grau de escolaridade dos entrevistados
Escolaridade Percentual de entrevistados
Sem escolaridade 5,1
Ensino fundamental completo 19,1
Ensino fundamental incompleto 21,9
Ensino médio completo 21,9
Ensino médio incompleto 7,2
Ensino superior completo 6,4
Ensino superior incompleto 15,1
Pós graduado 2,1
Não responderam 1,1
Observa-se pelas Tabelas 1 e 2, que o uso de plantas
medicinais não está associado a um determinado padrão
sócio-econômico ou grau de escolaridade, tais resultados
estão de acordo com os obtidos por RIZZO et. al. (1998), que
ao avaliarem o uso de plantas medicinais pelas populações
das cidades de Goiás e Pirenópolis/GO, constataram que
grande parte da população fazia uso das plantas com fins
curativos, independentemente do padrão sócio-econômico,
mantendo a tradição do uso das mesmas desde a fundação
das cidades no século XVIII. Tais resultados contrariam o
conceito existente de que somente pessoas com baixo poder
econômico e pouca escolaridade sejam as que mais utilizam
plantas medicinais, acredita-se que atualmente, a busca por
produtos, naturais de qualidade, isentos de agrotóxicos, seja
uma exigência constante na população mais esclarecida que
procura por uma vida mais saudável.
TABELA 3 - Renda mensal dos entrevistados
Renda (em reais) Percentual de entrevistados
Até 200 21,3
201 a 400 23,8
401 a 600 17,7
601 a 800 10,4
801 a 1000 8,5
Acima de 1000 18,3
Apresenta-se, na Tabela 4, as dez espécies
medicinais mais utilizadas pela população entrevistada.
TABELA 4 - As dez plantas mais utilizadas pelos
participantes.
Espécie Nome popular Percentual
Coleus barbatus Benth Boldo 19,9
Achyrocline satureioides Macela 16,9
Matricaria chamomilla L. Camomila 15,3
Baccharis trimera Lers Carqueja 10,4
Mentha piperita L. Hortelã 9,7
Mikania glomerata Spreng. Guaco 7,7
Plantago lanceolata L. Tanchagem 6,2
Cassia angustifolia Vahl. Sene 5,1
Phyllanthus niruri L. Quebra-pedra 4,6
Malva sylvestris L. Malva 4,4
As folhas de boldo (Coleus barbatus Benth) são
utilizadas pelos entrevistados para problemas relacionados ao
aparelho digestório, nas formas de chá por infusão (46,4%)
seguido por maceração (30%) e por decocção (13%), bem
como na forma de suco (10,5%). Para tais procedimentos,
90% dos participantes declararam obter a planta no quintal
de casa ou de vizinhos.
A macela (Achyrocline satureioides) é usada para
problemas estomacais, má digestão, flatulências e como
calmante. A parte utilizada por 70,5% dos entrevistados é a
flor e a folha (25,8%), na forma de chá por infusão (71,1%)
e por decocção (22,2%). Destes, 37% afirmam obter a
planta nativa, 43,5% no quintal de casa ou de vizinhos e
18,5% disseram que compram em locais como farmácias e
mercados.
A camomila (Matricaria chamomilla L.) foi
Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.8(1), jan./abr., 2004Plantas medicinais utilizadas pela população...
5
criteriosos sobre a comprovação dos efeitos terapêuticos-
farmacológicos segundo a indicação popular e seus possíveis
efeitos colaterais.
Observou-se que grande parte da população
entrevistada faz uso de plantas medicinais, independente do
seu nível de escolaridade ou padrão econômico.
Enfatizou-se a finalidade e forma de utilização de
dez plantas mais usadas pelos entrevistados. Acredita-se
que, considerando-se tais informações, pode-se, pelo método
científico, descobrir-se novos caminhos para as mais diversas
enfermidades ou se desmistificar antigas tradições.
Referências
CASTRO, H. G. de; FERREIRA, F. A. A dialética do conhecimento
no uso das plantas medicinais. Revista Brasileira de Plantas
Medicinais, v. 3, n. 2, p. 19-21, 2001.
CORRÊA, A. D.; BATISTA, R. S.; QUINTAS, L. E. Plantas
medicinais: do cultivo à terapêutica. Petrópolis: Vozes, 1998. 247
p.
MARODIN, S. M.; BAPTISTA, L. R. de M. O uso de plantas com
fins medicinais no município de Dom Pedro de Alcântara, Rio
Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.
4, n. 1, 2001, p. 57-68.
OMS – Organización Mundial de la Salud, Situación reglamentaria
de los medicamentos herbarios. Reseña Mundial, 2000, 52 p.
RIZZO, J. A. et al. Utilização de plantas medicinais nas cidade de
Goiás e Pirenópolis, estado de Goiás. Salvador: CONGRESSO
NACIONAL DE BOTÂNICA, 49., Salvador: Universidade Federal
da Bahia. Anais... Salvador, 1998, p. 289.
ROSA, M. M. T. et al. Plantas comercializadas como medicinais no
município de Barra do Piraí, Rio de Janeiro, Brasil. CONGRESSO
NACIONAL DE BOTÂNICA, 49., Salvador: Universidade Federal
da Bahia. Anais... Salvador, 1998, p. 288.
TADDEI-BRINGAS, G. A. et al. Aceptación y uso de herbolaria
en medicina familiar. Cuernavaca: Salud Pública de México, v. 41,
n. 3, 1999.
____________________
Recebido para publicação em: 24/02/03
Received for publication on: 24/02/03
Aceito para publicação em: 29/01/05
Accepted for publication on: 29/01/05
indicada como calmante, digestivo, contra cólicas e como
antiflatulento. A parte da planta utilizada é a flor (71,9%),
seguido pela folha (17,7%). Utilizam na forma de chá por
infusão (80,9%) e por decocção (18%). Dos participantes,
53,4% afirmaram comprar a espécie em mercados, farmácia
e lojas do ramo e 36,4% obtém no próprio quintal ou de
conhecidos.
A carqueja (Baccharis trimera Lers) é utilizada
para problemas no estômago, intestino, rins e bexiga. A parte
da planta utilizada pela maioria (62,7%) são as folhas e a
planta toda (16,9%), na forma de chá por infusão (63,8%)
e decocção (32,8%). Quanto a forma de obtenção da planta,
25,9% obtém no quintal de casa, 24,1% no quintal de amigos,
33,3% compram e 16,7% obtém nativa.
A hortelã (Mentha piperita L.) é utilizada para
vômitos, vermes, flatulências, cólicas e como calmante.
Também indicado para gripe, bronquite e dor de garganta.
85% utilizam suas folhas e 11% utilizam a planta toda, na
forma de chá por infusão (61%). A planta é obtida na sua
maioria em quintais (53%) e nativa (37,3%).
O guaco (Mikania glomerata Spreng.) é utilizado
para gripe, bronquite, tosse e garganta, 95% dos entrevistados
utilizam suas folhas, na forma de chá por infusão (40,5%),
decocção (21,4%) e na manipulação de xarope caseiro
(31%). O local mais comum de coleta é no quintal de casa ou
de vizinhos com 65,7% do total.
A tanchagem (Plantago lanceolata L.) é utilizada
para infecções e dores na garganta, aftas, rins, inflamações,
constipação, má digestão e para cura de feridas. A parte
utilizada pela maioria (67%) é a folha, seguida pela planta
toda (21%), na forma de chá por infusão (58%) e decocção
(39%). O local de coleta apontado pela maioria foi o quintal
de casa (63%) e nativa (26%).
O sene (Cássia angustifólia) foi indicado por todos
seus usuários para o intestino, como laxante, 96% utilizam
suas folhas, na forma de chá por infusão (74%) e adquirem a
planta em farmácias ou lojas do ramo (93%).
O quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.) é utilizado
para cálculo renal e como diurético. A parte da planta
utilizada por 59,3% dos entrevistados é a folha, seguida pela
utilização da planta toda (33,3%). A forma mais comum de
utilização é chá por infusão (59,3%) e por decocção (37%).
O local de maior coleta é no quintal de casa ou de vizinhos
(53,8%) e nativa (42,3%).
A malva (Malva sylvestris L.) foi indicada
para infecções, principalmente na garganta, aftas, como
antiséptico, antiinflamatório e antiespasmódico. Todos
afirmaram utilizarem suas folhas, na forma de chá por infusão
(50%), por decocção (30,8%) e por maceração (11,5%). O
local mais comum de coleta das plantas é no quintal de casa
ou de amigos (75%) e nativa (16,7%).
Conclusão
O comércio de plantas medicinais e produtos
fitoterápicos encontra-se em expansão em todo o mundo em
razão a diversos fatores, como o alto custo dos medicamentos
industrializados e a crescente aceitação da população em
relação a produtos naturais.
Dessa forma, torna-se necessário estudos
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  • 1. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.8(1), jan./abr., 2004 3 PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DE CASCAVEL/PR Ana Paula Martinazzo1 Tatiane Martins2 MARTINAZZO, A. P.; MARTINS, T. Plantas medicinais utilizadas pela população de Cascavel/PR. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, 8(1), jan./abr. p.3-5, 2004. RESUMO: Este trabalho teve como objetivo, fazer o levantamento das plantas medicinais mais utilizada na medicina popular pela população do município de Cascavel/PR. A metodologia consistiu na aplicação de questionários onde foram registrados nomes populares, hábitos de uso, parte utilizada, modo de preparação e outros dados. Foram coletados 470 questionários, as dez plantas mais utilizadas foram Coleus barbatus Benth, Achyrocline satureioides, Matricaria chamomilla L., Baccharis trimera Lers, Menta piperita L., Mikania glomerata Spreng., Plantago lanceolata L., Cássia angustifólia, Phyllanthus niruri L., Malva sylvestris L. Observou-se que a maioria dos entrevistados utilizam plantas medicinais por tradição familiar e por acreditarem não fazer mal a saúde, independente do grau de escolaridade e padrão econômico. PALAVRAS-CHAVE: plantas medicinais, medicina popular MEDICINAL PLANTS USED BY THE POPULATION OF CASCAVEL/PR MARTINAZZO, A. P.; MARTINS, T. Medicinal plants used by the population of Cascavel/PR. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, 8(1), jan./abr. p.3-5, 2004. ABSTRACT: This paper had as objective the survey of the medicinal plants most used in popular medicine in the city of Cascavel/PR.The methodology consisted in the application of interviews with the population where popular names, utilization, parts utilized, preparation and other information were recorded. Four hundred seventy interviews were collected, where the ten most mentioned species were Coleus barbatus Benth, Achyrocline satureioides, Matricaria chamomilla L., Baccharis trimera Lers, Menta piperita L., Mikania glomerata Spreng., Plantago lanceolata L., Cássia angustifólia, Phyllanthus niruri L., Malva sylvestris L. It was verified that most of the people, regardless of educational or social degree, use medicinal plants as a family tradition and believe that the plants do not harm their health. KEY WORDS: medicinal plants, popular medicine. Introdução O emprego de plantas medicinais com fins curativos é uma prática que se tem utilizado ao longo da história. A OMS (2000) reconhece que 80% da população mundial ainda recorre às plantas medicinais dentro do sistema de atenção primária da saúde. Atualmente o mercado de plantas medicinais e aromáticas vem crescendo de forma expressiva em todo o mundo, devido ao aumento no interesse da população por terapias alternativas e produtos naturais. Estima-se que existam aproximadamente 500 mil espécies de plantas no mundo, das quais o Brasil possui cerca de 120 mil, onde pelo menos a metade, pode ter alguma propriedade terapêutica útil (CORRÊA et. al., 1998). Oconhecimentopopularnãodeveserdesprezadopela ciência, segundo CASTRO et. al. (2001) este conhecimento, alicerçado sobre bases empíricas e em resultados práticos, se contrapõe ao conhecimento científico, que se fundamenta em teorias comprovadas experimentalmente com métodos aceitos pela classe científica. Asíntese entre esses dois pontos de vista é alcançada quando os pesquisadores, em busca de novas fontes de substâncias biologicamente ativas, vão até à população para efetuarem levantamentos etnobotânicos e, a partir destes, realizam pesquisas laboratoriais. Visando tal aspecto, o presente trabalho procurou identificar as principais espécies de plantas medicinais utilizadas pela população no município de Cascavel/PR, determinar o uso medicinal atribuído a cada planta e a sua forma de utilização, permitindo futura avaliação sobre o correto uso das mesmas. Material e Método Os dados foram coletados aleatóriamente por meio de um questionário aplicado por acadêmicos do curso de Enfermagem, da UNIPAR – Campus Cascavel/PR. Na aplicação do questionário foram registrados nomes populares, hábitos de uso, parte da planta utilizada, modo de preparação e outros dados. As coletas do material botânico foram realizadas no momento das entrevistas, com a obtenção das partes vegetativas, quanto possível, junto às casas dos informantes ou em lugares próximos.As espécies foram identificadas com o auxílio de literatura especializada (chaves de identificação e monografias), além da comparação com exsicatas. Resultados e Discussão Obteve-se 470 questionários respondidos, sendo 67% do sexo feminino e 33% do sexo masculino. Destas, 1 Docente da Universidade Paranaense, Campus Cascavel-PR. 2 Assistente Social, Prefeitura Municipal de Cascavel-PR. Endereço para correspondência: Ana Paula Martinazzo, Rua José Bonifácio, 532, apto 103. Cascavel - PR. 85.803-560. E-mail: a_martinazzo@hotmail.com
  • 2. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.8(1), jan./abr., 2004 MARTINAZZO & MARTINS 4 89% das pessoas afirmaram utilizar plantas medicinais. Acredita-se que a grande utilização de plantas medicinais pela população vai desde o preço mais acessível, até o fato de se crer que produzam menos efeitos colaterais do que os medicamentos alopáticos. Os motivos mais comuns da utilização de plantas medicinais apontados pelos participantes são mostrados na TABELA 1. TABELA 1 – Motivos que levam os entrevistados a utilizarem plantas medicinais. Motivos Percentual de entrevistados Tradição familiar 46,8 Por não fazer mal à saúde 30,2 Por ser mais barato 10,9 Por indicação médica 3,0 Outros 9,1 Observa-se que o uso de plantas medicinais faz parte da tradição familiar da maioria dos entrevistados. Seguida pelo fato dos mesmos acreditarem que a utilização destas espécies não prejudica a saúde. MARODIN et al. (2001), em levantamento realizado no município de Dom Pedro de Alcântara (RS), constataram que 55,7% dos entrevistados, utilizam plantas medicinais devido ao conhecimento aprendido com os familiares, seguido de indicação de amigos (30,4%). Segundo ROSA et. al. (1998), a consciência dos males causados pelo excesso de alopáticos, a carência de recursos dos órgãos públicos de saúde e os incessantes aumentos de preços dos medicamentos industrializados, são fatores de destaque para o crescente aumento no número de pessoas interessadas no conhecimento de plantas medicinais. TADDEI-BRINGAS et al. (1999) em trabalho realizado sobre a aceitação e utilização de plantas medicinais na medicina familiar, constatou-se que 78% dos participantes afirmavam terem comprovado a eficácia das plantas medicinais e 67% disseram que confiavam nas mesmas devido a sua popularidade de uso. Buscou-se avaliar se o grau de escolaridade e o padrão sócio econômico teriam influência na opção pela utilização de plantas medicinais. TABELA 2 – Grau de escolaridade dos entrevistados Escolaridade Percentual de entrevistados Sem escolaridade 5,1 Ensino fundamental completo 19,1 Ensino fundamental incompleto 21,9 Ensino médio completo 21,9 Ensino médio incompleto 7,2 Ensino superior completo 6,4 Ensino superior incompleto 15,1 Pós graduado 2,1 Não responderam 1,1 Observa-se pelas Tabelas 1 e 2, que o uso de plantas medicinais não está associado a um determinado padrão sócio-econômico ou grau de escolaridade, tais resultados estão de acordo com os obtidos por RIZZO et. al. (1998), que ao avaliarem o uso de plantas medicinais pelas populações das cidades de Goiás e Pirenópolis/GO, constataram que grande parte da população fazia uso das plantas com fins curativos, independentemente do padrão sócio-econômico, mantendo a tradição do uso das mesmas desde a fundação das cidades no século XVIII. Tais resultados contrariam o conceito existente de que somente pessoas com baixo poder econômico e pouca escolaridade sejam as que mais utilizam plantas medicinais, acredita-se que atualmente, a busca por produtos, naturais de qualidade, isentos de agrotóxicos, seja uma exigência constante na população mais esclarecida que procura por uma vida mais saudável. TABELA 3 - Renda mensal dos entrevistados Renda (em reais) Percentual de entrevistados Até 200 21,3 201 a 400 23,8 401 a 600 17,7 601 a 800 10,4 801 a 1000 8,5 Acima de 1000 18,3 Apresenta-se, na Tabela 4, as dez espécies medicinais mais utilizadas pela população entrevistada. TABELA 4 - As dez plantas mais utilizadas pelos participantes. Espécie Nome popular Percentual Coleus barbatus Benth Boldo 19,9 Achyrocline satureioides Macela 16,9 Matricaria chamomilla L. Camomila 15,3 Baccharis trimera Lers Carqueja 10,4 Mentha piperita L. Hortelã 9,7 Mikania glomerata Spreng. Guaco 7,7 Plantago lanceolata L. Tanchagem 6,2 Cassia angustifolia Vahl. Sene 5,1 Phyllanthus niruri L. Quebra-pedra 4,6 Malva sylvestris L. Malva 4,4 As folhas de boldo (Coleus barbatus Benth) são utilizadas pelos entrevistados para problemas relacionados ao aparelho digestório, nas formas de chá por infusão (46,4%) seguido por maceração (30%) e por decocção (13%), bem como na forma de suco (10,5%). Para tais procedimentos, 90% dos participantes declararam obter a planta no quintal de casa ou de vizinhos. A macela (Achyrocline satureioides) é usada para problemas estomacais, má digestão, flatulências e como calmante. A parte utilizada por 70,5% dos entrevistados é a flor e a folha (25,8%), na forma de chá por infusão (71,1%) e por decocção (22,2%). Destes, 37% afirmam obter a planta nativa, 43,5% no quintal de casa ou de vizinhos e 18,5% disseram que compram em locais como farmácias e mercados. A camomila (Matricaria chamomilla L.) foi
  • 3. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v.8(1), jan./abr., 2004Plantas medicinais utilizadas pela população... 5 criteriosos sobre a comprovação dos efeitos terapêuticos- farmacológicos segundo a indicação popular e seus possíveis efeitos colaterais. Observou-se que grande parte da população entrevistada faz uso de plantas medicinais, independente do seu nível de escolaridade ou padrão econômico. Enfatizou-se a finalidade e forma de utilização de dez plantas mais usadas pelos entrevistados. Acredita-se que, considerando-se tais informações, pode-se, pelo método científico, descobrir-se novos caminhos para as mais diversas enfermidades ou se desmistificar antigas tradições. Referências CASTRO, H. G. de; FERREIRA, F. A. A dialética do conhecimento no uso das plantas medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 3, n. 2, p. 19-21, 2001. CORRÊA, A. D.; BATISTA, R. S.; QUINTAS, L. E. Plantas medicinais: do cultivo à terapêutica. Petrópolis: Vozes, 1998. 247 p. MARODIN, S. M.; BAPTISTA, L. R. de M. O uso de plantas com fins medicinais no município de Dom Pedro de Alcântara, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 4, n. 1, 2001, p. 57-68. OMS – Organización Mundial de la Salud, Situación reglamentaria de los medicamentos herbarios. Reseña Mundial, 2000, 52 p. RIZZO, J. A. et al. Utilização de plantas medicinais nas cidade de Goiás e Pirenópolis, estado de Goiás. Salvador: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 49., Salvador: Universidade Federal da Bahia. Anais... Salvador, 1998, p. 289. ROSA, M. M. T. et al. Plantas comercializadas como medicinais no município de Barra do Piraí, Rio de Janeiro, Brasil. CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 49., Salvador: Universidade Federal da Bahia. Anais... Salvador, 1998, p. 288. TADDEI-BRINGAS, G. A. et al. Aceptación y uso de herbolaria en medicina familiar. Cuernavaca: Salud Pública de México, v. 41, n. 3, 1999. ____________________ Recebido para publicação em: 24/02/03 Received for publication on: 24/02/03 Aceito para publicação em: 29/01/05 Accepted for publication on: 29/01/05 indicada como calmante, digestivo, contra cólicas e como antiflatulento. A parte da planta utilizada é a flor (71,9%), seguido pela folha (17,7%). Utilizam na forma de chá por infusão (80,9%) e por decocção (18%). Dos participantes, 53,4% afirmaram comprar a espécie em mercados, farmácia e lojas do ramo e 36,4% obtém no próprio quintal ou de conhecidos. A carqueja (Baccharis trimera Lers) é utilizada para problemas no estômago, intestino, rins e bexiga. A parte da planta utilizada pela maioria (62,7%) são as folhas e a planta toda (16,9%), na forma de chá por infusão (63,8%) e decocção (32,8%). Quanto a forma de obtenção da planta, 25,9% obtém no quintal de casa, 24,1% no quintal de amigos, 33,3% compram e 16,7% obtém nativa. A hortelã (Mentha piperita L.) é utilizada para vômitos, vermes, flatulências, cólicas e como calmante. Também indicado para gripe, bronquite e dor de garganta. 85% utilizam suas folhas e 11% utilizam a planta toda, na forma de chá por infusão (61%). A planta é obtida na sua maioria em quintais (53%) e nativa (37,3%). O guaco (Mikania glomerata Spreng.) é utilizado para gripe, bronquite, tosse e garganta, 95% dos entrevistados utilizam suas folhas, na forma de chá por infusão (40,5%), decocção (21,4%) e na manipulação de xarope caseiro (31%). O local mais comum de coleta é no quintal de casa ou de vizinhos com 65,7% do total. A tanchagem (Plantago lanceolata L.) é utilizada para infecções e dores na garganta, aftas, rins, inflamações, constipação, má digestão e para cura de feridas. A parte utilizada pela maioria (67%) é a folha, seguida pela planta toda (21%), na forma de chá por infusão (58%) e decocção (39%). O local de coleta apontado pela maioria foi o quintal de casa (63%) e nativa (26%). O sene (Cássia angustifólia) foi indicado por todos seus usuários para o intestino, como laxante, 96% utilizam suas folhas, na forma de chá por infusão (74%) e adquirem a planta em farmácias ou lojas do ramo (93%). O quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.) é utilizado para cálculo renal e como diurético. A parte da planta utilizada por 59,3% dos entrevistados é a folha, seguida pela utilização da planta toda (33,3%). A forma mais comum de utilização é chá por infusão (59,3%) e por decocção (37%). O local de maior coleta é no quintal de casa ou de vizinhos (53,8%) e nativa (42,3%). A malva (Malva sylvestris L.) foi indicada para infecções, principalmente na garganta, aftas, como antiséptico, antiinflamatório e antiespasmódico. Todos afirmaram utilizarem suas folhas, na forma de chá por infusão (50%), por decocção (30,8%) e por maceração (11,5%). O local mais comum de coleta das plantas é no quintal de casa ou de amigos (75%) e nativa (16,7%). Conclusão O comércio de plantas medicinais e produtos fitoterápicos encontra-se em expansão em todo o mundo em razão a diversos fatores, como o alto custo dos medicamentos industrializados e a crescente aceitação da população em relação a produtos naturais. Dessa forma, torna-se necessário estudos
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