O capítulo discute a percepção, o movimento e a ação, abordando a percepção direta, o movimento guiado visualmente e o modelo de planejamento e controle da ação. A cegueira à mudança é explicada através da teoria da coerência e da teoria da percepção de cena.
5. Percepção Direta
Avaliação Positiva da abordagem de Gibson:
●Impacto filosófico: animal e ambiente
●Riqueza do mundo real X Pobreza do
laboratório
●Reação de forma rápida ao ambiente sem
uso da memória (em parte)
6. Percepção Direta
Avaliação Negativa da abordagem de
Gibson:
●Processo de significados é mais complexo
do que o descrito
●Negar a necessidade de representações
internas e acesso à memória
●Mais fatores estão envolvidos na
movimentação além do fluxo óptico
7. Movimento Guiado Visualmente
Direcionamento e Direção: abordagem do
fluxo óptico
●Baseada nos conceitos de Gibson
●Comprovada em experiências
Avaliação Negativa:
●Não leva em consideração curvas,
movimentos dos olhos e cabeça
●Direção é percebida mesmo em fotos
8. Movimento Guiado Visualmente
Direcionamento e Direção: abordagem
baseada em objeto
●Uso das informações dos movimentos
relativos dos objetos do ambiente
●Semelhante à abordagem de Gibson
Avaliação Negativa:
●Um fator da teoria não se confirmou nas
experiências
●Não leva em conta a orientação visual
9. Movimento Guiado Visualmente
Direcionamento e Direção: abordagem
baseada na orientação visual
●Uso do ângulo entre um alvo e o eixo
ântero-posterior do corpo
●Muito empregado em caminhos curvos
●Também leva em consideração o fluxo
óptico
Avaliação Negativa:
●Ainda podemos ir na direção do alvo
quando este fica oculto temporariamente
12. Movimento Guiado Visualmente
●Lee (1980) afirmou ser desnecessário
saber velocidade e distância do objeto e
observador
●Uso de variável única: nível de expansão
da imagem, chamado de T ou tau
13.
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16.
17. Movimento Guiado Visualmente
Avaliação Negativa do tau:
●São levados em conta outros fatores além
do tau (disparidade binocular, familiaridade
do tamanho do objeto, informações de
aceleração)
●É simplificado dizer que os observadores
percebem a velocidade constante
18. Modelo de Planejamento e Controle
●Investiga como as informações visuais são
usadas na produção da ação.
●Neste modelo é dito que inicialmente
usamos um sistema de planejamento,
seguido de um sistema de controle.
●Podendo se justaporem um pouco no
tempo.
19. Modelo de Planejamento e
Controle
Sistema de planejamento
● Usado principalmente antes do início do
movimento, podendo ser usado no início
do movimento;
●Realiza a seleção do alvo apropriado,
decide como deve ser pego, determina
timing do movimento;
●Influenciado por vários fatores (objetivos,
contexto visual, natureza do objeto, etc);
20. Modelo de Planejamento e
Controle
Sistema de planejamento
● É um sistema relativamente lento pois usa
grande quantidade de informações, e é
suscetível à influência consciente;
●Depende de uma representação visual no
lobo parietal inferior, juntamente com
processos motores nos lobos frontais e nos
gânglios basais .
21. Modelo de Planejamento e
Controle
Sistema de controle
● Usado depois do sistema de planejamento
e opera durante a realização do
movimento;
●Garante que movimentos sejam precisos e
faz ajustes se necessário;
●É influenciado apenas pelas características
espaciais do objeto visado;
22. Modelo de Planejamento e
Controle
Sistema de controle
● É relativamente rápido pois usa poucas
informações e não é suscetível a influência
consciente;
● O controle depende de uma
representação visual no lobo parietal
superior associada a processos motores
no cerebelo.
25. Percepção de Movimento
●São discutidos 3 pontos:
○Análise dos processos básicos envolvidos na detecção de
movimento.
○A questão de como somos capazes de perceber o
movimento biológico
○O fenômeno da causalidade percebida
26. Detecção do Movimento
●Algumas áreas do cérebro são especializadas na detecção e
percepção do movimento.
○Basicamente são usados no cortex dersal (verde) e o
cortex ventral ( roxo)
27. Detecção do Movimento
●Há células cerebrais com respostas relativas à direção do
movimento mostrado nos estudos sobre pós-efeitos do
movimento.
●Pós-efeitos do movimento:
○Olha para o padrão durante vários segundos
○Quando o padrão pára ainda existe um efeito do
movimento.
Demostração:
http://www.neave.com/strobe/
28. Movimento do objeto ou movimento do
olho ?
●O movimento pode ser do movimento do olho ou do objeto.
●Sherrington (1906) propôs uma teoria do influxo.
○O sistema visual monitora as munças nos músculos dos
olhos e depois usa essa informação para interpretar
mudanças na imagem retiniana.
●Helmholtz (1866) propôs uma teoria do efluxo.
○O movimento da imagem é interpretado usando-se
informações sobre o movimento pretendido.
29. Movimento do objeto ou movimento do
olho ?
●Outras fontes podem ser usadas para decidir se são os
olhos ou outro objeto observado está se movendo.
Veja:
http://www.youtube.com/watch?v=AuLJzB_pfgE
●Velocidade de um objeto:
○ Provavelmente são combinadas informações da
velocidade da imagem na retina e a velocidade do
movimento no olho.
30. Movimento do objeto ou movimento do
olho ?
●Freeman e Banks ( 1998) assumem que os olhos se movem
apenas em 60% da sua velocidade.
○Isso é mostrado:
■No Efeito Aubert-Fleischl em que a velocidade de um
objeto em movimento é mais lenta quando
acompanhada pelos olhos.
■Na ilusão de Filehne em que um objeto estacionário de
fundo é percebido seguindo na direção oposta a outro.
31. Movimento biológico
●As pessoas conseguem identificar rapidamente se alguém
está andando, correndo ou mesmo mancando.
Exemplos:
http://www.biomotionlab.ca/Demos/scrambled.html
http://www.biomotionlab.ca/Demos/BMLwalker.html
32. Movimento biológico
●Cutting e Kozlowski (1977) descobriram que os
observadores identificavam facilmente os outros pelos
pontos de luz.
●Cutting e Kozlowski (1978) descobriram que os
observadores acertavam 65% das vezes o sexo de alguém
andando.
●Runeson e Frykholm (1983) realizaram experimentos em
quem os as pessoas realizassem um seqüência de ações
naturalmente ou como se fossem do sexo oposto. Em 85%
foi identificado o sexo e quando mentiam o acerto era de
75,5%.
33. Movimento biológico
●Estudos mostram que a percepção do movimento biológico
é feita em áreas diferentes daquelas do movimento em
geral.
●A observação do movimento humano ativa áreas do córtex
motor primário.
34. Percepção de causalidade
●A causalidade percebida depende de processos de baixo
nível e envolve áreas cerebrais especializadas no
processamtento do movimento.
●Exemplo: Dois quadrados.
35. Cegueira à Mudança
●Falha em detectar que um objeto se moveu ou
desapareceu
●Cegueira por desatenção: o observador não
percebe o aparecimento de um objeto inesperado
ou a mudança de algum objeto fora do foco de
atenção
http://www.michaelbach.de/ot/mot_mib/index.html
●A capacidade de detectar mudanças visuais não
se deve apenas a detecção de movimento
36. Cegueira à Mudança
Teoria da coerência de Rensink (2000, 2002):
●Antes da atenção concentrada, há um estágio em
que é feita uma representação vaga do ambiente
●Em seguida a atenção concentrada produz uma
representação bastante detalhada e longa (resiste
a uma breve interrupção) de um objeto
●Quando a atenção concentrada é afastada deste
objeto, sua representação se desintegra (retorna
ao estado anterior ao da atenção concentrada)
37. Cegueira à Mudança
Hollingworth e Henderson propuseram uma teoria alternativa à
percepção de cena (2002):
●Representações visuais são constituídas de
objetos que são o foco da atenção
●Essas representações são incorporadas em um
mapa mental que codifica o layout da cena
●As informações sobre estas representações
visuais são armazenadas na memória de longo
prazo
38. Cegueira à Mudança
Diferenças entre as duas teorias
●Segundo a teoria de H&H as representações de
objetos que mudaram depois de um determinado
tempo ainda podem ser percebidas pois estão
armazenadas na memória de longo prazo
●Este conceitos contrasta com a teoria da
coerência em que representações de objetos não
observados se desintegram
39. Cegueira à Mudança
●Depende da intenção do observador
○abordagem intencional: é orientado que uma
mudança ocorrerá
○abordagem incidental: não há menção alguma a
uma possível mudança
●A abordagem incidental é a mais recorrente para
cegueira à mudança
40. Cegueira à Mudança
●A mudança é mais facilmente detectada quando a
mudança na cena é maior
http://www.pc.rhul.ac.uk/staff/J.Zanker/teach/projects/kremlin.htm
http://www.csc.ncsu.edu/faculty/healey/HTML_papers/NPV/NPV.html
●Mudança de tipo X mudança de exemplar:
○Se, em uma cena com talheres, for trocado um
garfo por uma faca, essa mudança será
detectada mais facilmente do que se o garfo for
apenas trocado por um outro modelo