SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 32
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A ORIENTAÇÃO
VOCACIONAL
Autor:Luziana de Aquino
Orientador : Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
RIO DE JANEIRO
2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A ORIENTAÇÃO
VOCACIONAL
Autor:Luziana de Aquino
Orientador : Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
Trabalho monográfico de
conclusão de curso apresentado a
Universidade Candido Mendes no
curso de orientação educacional e
pedagogia sendo requisito parcial
para a obtenção do título de
Especialista .
RIO DE JANEIRO
2010
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por tudo que me proporcionou.
A minha mãe e as minhas irmãs Cristiane, Luciana e Telma.
A meus amigos de trabalho.
A todos os demais que contribuíram na realização desse trabalho.
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus familiares
e amigos que me apoiaram
e tiveram paciência durante
o período de pesquisa e
elaboração.
EPÍGRAFE
"Toda profissão é grande quando exercida com grandeza.”
J.Jofrey
vocações
Por Luiz Fernando Veríssimo.Publicado no Jornal do Brasil, em 07/12/1997.
Com o fim do ano escolar e a aproximação dos vestibulares, o pensamento dos
jovens se vira para assuntos sérios como o futuro enquanto seu corpo tenta convencê-
lo a só relaxar e aproveitar as férias. É a velha luta entre neurônios e hormônios
chamada adolescência, tornada mais grave pelo calor e a obrigação de decidir o que
se vai ser na vida. É quando os jovens precisam pensar na sua vocação.
A vocação envolve questões como genética x cultura, hereditariedade x influência
do meio – enfim, esse antigo torneio de teorias que nunca se decide. Por que certas
pessoas “dão” para certas coisas e outras não? Mais especificamente, por que eu sou
um zero em matemática enquanto tantos à minha volta não só sabem fazer contas
como gostam? Meu cérebro já nasceu decidido a rechaçar qualquer tentativa de
introduzirem nele a raiz quadrada ou isso foi uma decisão minha que ele acatou? O
fato é que há pessoas que querem ser dentistas desde pequenas e outras que não
apenas não concebem como alguém possa ter uma vocação assim como têm que se
controlar para não morder seu dedo, revoltadas.
Há anos que se discute a divisão entre a cultura científica e a cultura humanística
e é quase como se falassem de duas raças humanas diferentes. Os que defendem
que a divisão não é genética sustentam que não dá para saber, pelo comportamento
da criança até os seus 5 anos, se ela vai ser de uma cultura ou de outra. Se o garoto
gosta de abrir a barriga do ursinho tanto pode significar que ele vai ser um cirurgião ou
um médica legista quanto que vai ser filósofo e estripador nas horas vagas. O meio é
que determina a vocação e o destino. Condicionado pelo meio, o filho de um médica
teria naturalmente mais chances de ser um médico também enquanto o filho de um
filósofo estripador teria muito mais chances de acabar na cadeia, ou escrever um livro
de memórias sensacional. Já outros sustentam que a genética é tudo e que no
espermatozóide que fecunda o óvulo já está o contador ou o poeta, o advogado ou o
engenheiro, o ator ou (por alguma razão) o dentista. E há os que garantem que o
espermatozóide não decide nada, pode chegar no óvulo com os planos que quiser,
cheio de ânimo e moral – afinal, derrotou milhões de outros espermatozóides na
corrida para ser o primeiro, é natural que se sinta um vencedor e capaz de tudo – pois
quem decide mesmo é o óvulo.
- Presidente da República coisa nenhuma. Contrabaixista e numismata.
-Mas, mas... – tenta protestar o espermatozóide.
-Quieto. Lembre-se de que você é o intruso aqui. Eu estou em casa. E na minha casa
mando eu!
Seja por influência do meio ou por compulsão genética, o fato é que a partir de uma
certa idade nós todos sabemos se queremos abrir barrigas ou não. É verdade que
muitas vezes a pessoa chega ao vestibular sem uma idéia muito clara do que vai ser:
–Estou entre Letras, Educação Física e Oceanografia...
Mas o comum é a pessoa saber pelo menos se é da raça científica ou da humanística
e depois escolher entre as opções de cada uma. O que não impede os mal-entendidos.
Lembro como eu gostava daqueles problemas matemáticos com historinha, tipo "Se
um trem sai de uma estação a tal hora viajando a tantos quilômetros por hora e outro
sai de outra estação a tantos quilômetros de distância na mesma hora e na mesma
velocidade mas o maquinista precisa passar em casa e perde cinco minutos..." ou "Se
uma mãe tem três pedaços de laranja para repartir entre cinco filhos..." Cheguei a
pensar que meu cérebro gostava de contas e minha vocação era para ciências exatas,
até me dar conta de que eu não gostava de matemática. Gostava era das historinhas.
RESUMO
A temática desse estudo buscou discutir a função do orientador educacional e
sua relevância na orientação profissional dos alunos. O mesmo é responsável
por diversas áreas na escola, tendo também a função de auxiliar os alunos em
suas escolhas profissionais através de diversos recursos, tais como debates,
entrevistas, questionários e outros métodos.
Buscamos compreender a orientação educacional desde seu início, ou seja,
suas raízes na psicologia, suas diversas etapas para se concretizar como
profissão, mostramos as múltiplas obrigações do orientador educacional seja
no âmbito escolar quanto sua importância para a mesma e todos que dela
fazem parte.
A função do orientador educacional precisa que o mesmo tenha muita
autoconfiança e responsabilidade, pois é figura essencial para funcionamento
da escola.
E para maior compreensão do estudo foi realizada uma pesquisa com diversos
alunos e orientadora vocacional, demonstrando assim como o orientador
educacional pode auxiliar muito seus alunos em suas escolhas profissionais,
escolhas essa que levarão para o resto de suas vidas.
METODOLOGIA
O estudo proposto se caracterizou por utilizarmos à abordagem
qualitativa, descritivo de tipologia bibliográfica, com posterior análise dos dados
abordados no decorrer do estudo. As análises foram feitas, através da
pesquisa -ação onde as pesquisadoras e participantes estão envolvido de
modo participativo.
Tivemos como suporte para a abordagem, entrevistas com os alunos,
orientadora vocacional e a intervenção da pesquisadora no intuito de auxiliar os
alunos em suas escolhas .
A pesquisa foi iniciada no início de 2009, com observações da atuação
da orientadora vocacional, e com o anseio de fazer parte da ajuda aos alunos
de ensino médio na escolha de suas profissões houve o interesse em participar
e pesquisar mais sobre o assunto.
O instrumento de coleta de dados para o estudo foi feito através de
entrevistas com os alunos, foram feitas três perguntas aos alunos, a primeira
pergunta se o mesmo já teria escolha para o vestibular que iria realizar, a
segunda, se teve dificuldades para escolher e a terceira sobre suas
expectativas para o futuro em relação as suas escolhas. Com a orientadora
vocacional foi utilizado o mesmo instrumento tendo as seguintes perguntas,
qual método utilizado para orientar os alunos, quais as principais dúvidas dos
alunos e o que faz quando os mesmos não possuem nenhuma opção ou
perspectiva.
As entrevistas iniciaram em 05 de outubro de 2009 e termino em 01 de
dezembro de 2009, primeiramente os alunos e orientadora foram abordados
fora do horário de suas respectivas aulas para conversa sobre estudo e se
estavam dispostos a participar da pesquisa, quando aceitavam marcava dia e
horário para entrevista. Foram entrevistados 34 alunos, 17 do sexo masculino e
17 do feminino, do colégio militar do Rio de Janeiro que lecionam o ensino
médio e a orientadora vocacional dos mesmos.
A intervenção da idealizadora do projeto acontecia quando os alunos possuíam
dúvidas sobre suas escolhas, sendo poucas intervenções, pois os mesmos já
possuíam suas escolhas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------11
CAPÍTULO I- ORIENTAÇÃO VOCACIONAL----------------------------14
CAPÍTULO II- A FUNÇÃO DO ORIENTADOR DUCACIONAL NO
ÂMBITO ESCOLAR.------------------------------------------------------------18
CAPÍTULO III- O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AUXÍLIO DA
ESCOLHA PROFISSIONAL DOS ALUNOS.----------------------------24
CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------29
11
INTRODUÇÃO
A origem da palavra “vocação”: ela vem do verbo latino “vocare”, que
quer dizer “chamar”. A vocação é, portanto, um chamado.
Escolher uma profissão para toda vida é tarefa muito difícil ,nos dias
atuais está de certa maneira mais complicado pois as cobranças são muitas,
seja dos pais, da sociedade, amigos, a idade, a concorrência do mercado ,ou
seja , tudo tem que ser muito rápido e precoce.
Podemos dizer que o grande leque de possibilidades existentes também é uma
preocupação. O adolescente sente-se inseguro uma vez que ao escolher uma
profissão, terá de abdicar de outras. Segundo Bock, Furtado e Teixeira (1999),
escolher é um ato de coragem, pois você terá que escolher também o que
perder. Encontra - se então, a um passo do seu futuro, sem saber qual
caminho seguir.
Aos 17, 18 anos então, é que se imagina milhões de possibilidades de
futuro pessoal. É aí que está uma das grandes dúvidas da grande maioria dos
jovens (e talvez a questão mais difícil do vestibular): “Que curso fazer?”. Esta é
uma escolha decisiva, que determina, como já relatado o que você fará nos
próximos anos de sua vida e mais, irá dizer qual a sua função no mundo.
Momento crítico, estresse de todos os lados, pressão absoluta. É muita coisa
para alguém tão jovem. É por isso que o número de abandonos e
transferências de cursos em universidades no Brasil crescem. Cada vez mais
jovens e imaturos, os estudantes ingressam em cursos que não conhecem
direito, desistem e ficam “pulando de galho em galho” até descobrirem o que
querem realmente. O processo acaba acontecendo na ordem inversa da
natural, onde primeiro eles “praticam” o curso para depois conhecê-lo e saber
se é isso ou não o que querem.
Vivendo numa sociedade capitalista que não oferece emprego para
todos, que emprega profissionais qualificados em trabalhos não qualificados,
que incentiva a competição individual para o ingresso na universidade e no
12
mercado de trabalho, as reais chances de realização das escolhas dos alunos
egressos do Ensino Médio público (mais uma preocupação para os jovens)
mostram-se bastante reduzidas. São diversos dilemas que os jovens com
idades de escolhas de profissões atravessam.
Coloca-se, então, um desafio para os orientadores que trabalham com
os alunos do Ensino Médio: saber quem é esse jovem, conhecer o mundo do
trabalho na atual sociedade capitalista, entender o significado das reais
possibilidades de escolha desse jovem; ou seja, o papel de desenvolver uma
boa Orientação Profissional está nas mãos dos profissionais da Orientação
Educacional, o mesmo deve atuar nessa área de forma séria, completa e
dedicada.
E através do contexto relatado e pesquisas de autores conhecedores
da orientação educacional e vocacional julgou-se necessário relatar os
seguintes tópicos para compreensão do estudo: compreender os métodos
utilizado na Orientação Vocacional ; Esclarecer as funções do orientador
educacional no âmbito escolar e Demonstrar como o orientador educacional
pode auxiliar os alunos em suas escolhas profissionais.
Por considerarmos o número cada vez mais elevado de alunos indecisos com
a escolha da profissão, e sendo o orientador educacional um educador e um
agente responsável pelas escolhas dos alunos , julgou-se pertinente
pesquisar sobre a Orientação vocacional, fase muito relevante e de difícil
escolha na vida de qualquer pessoa .
Como relevância acadêmica acredita-se que o estudo estabelece um
parâmetro mais científico e conhecimento mais aprofundado sobre a orientação
educacional e vocacional. Na relevância social o estudo poderá contribuir para
uma melhor assistência aos alunos que necessitarem da orientação
educacional e vocacional, sendo uma assistência mais integral e mais holística.
A presente monografia encontra-se organizada da seguinte forma: Na
introdução elaboramos a contextualização e declara-se o problema, formulam-
se as questões de pesquisa, apresenta-se à justificativa, desenvolve-se a
13
hipótese que norteia prováveis caminhos na solução do problema e esclarece
as relevâncias em relação ao estudo. No capítulo 1º desenvolve-se um diálogo
com alguns autores que fundamentam teoricamente o estudo sobre os
métodos utilizados na orientação vocacional;
No capítulo 2, esclarecemos as funções do orientador educacional no âmbito
escolar; No 3º demonstra-se como o orientador educacional pode auxiliar os
alunos em suas escolhas profissionais, e acontece a análise dos dados obtidos
através da pesquisa a qual foi realizada através de uma pesquisa de campo
tendo o Colégio Militar do Rio de Janeiro, seus alunos do 3º ano do ensino
médio e orientadora vocacional como agentes e local de estudo para melhor
compreendermos a pesquisa.No capítulo 4 acontece a consideração final da
pesquisa;
14
CAPÍTULO I
ORIENTAÇÃO VOCACIONAL
Através de pesquisas realizadas por BARROS (1999), observa-se que
a história da orientação vocacional poderia ser contada junto com a história dos
grandes pensadores. Muito antes dos filósofos, psicólogos e educadores
pensarem sobre o dilema da escolha da profissão, muitos já necessitavam de
ajuda para escolha do futuro profissional.
CARVALHO (1995), argumenta que a realidade social era de tal forma
estratificada que na prática não havia liberdade de escolha, e
consequentemente, não havia mobilidade social.
MARTINS (1978), alerta que a anos atrás as ocupações profissionais
raramente eram escolhidas, e quando o eram ,as alternativas eram poucas .
BARROS (1999), ressalta que a revolução industrial ampliada no século
XIX, impôs a multiplicação de novos e específicos postos de trabalho.Surgindo
assim novos cursos e especializações aumentando assim as escolhas
profissionais.
Segundo a revista brasileira de orientação vocacional (2007), alguns
autores buscavam sanar as dificuldades e necessidades da população sobre
suas escolhas profissionais sendo algumas obras escritas no período, são elas:
Speculum Vitae Humanae (1498); o Tratado dell Ingegno dell’Huomo (1576); a
obra Examen de Ingenios para las Ciências (1575) ; e um catálogo de
ocupações intitulado como The London Tradesman .
Mesmo com diversas obras publicadas nenhum autor apontou um
método específico para a orientação vocacional. BARROS (1999), aponta
Frank Parsons como importante percussor da orientação vocacional.
A revista brasileira de orientação vocacional (2007) relata que, Frank
Parsons seria o pai da orientação vocacional, era um norte americano que
sempre se dedicou aos estudos e aos 15 anos ingressou no curso de
15
graduação em engenharia civil. Por motivos econômicos da época é demitido
de seu emprego como engenheiro civil e preocupado com as injustiças sociais
e desigualdades sociais dedica-se em trabalhar como professor e lutar por
seus ideais, e como a própria revista brasileira sobre orientação vocacional
relata, Parsons utilizou a universidade e sua sala de aula para iniciar
concretamente sua revolução social e se opor ao capitalismo.
No ano de 1907, por suas diversas bibliografias sobre preconceitos, exploração
no trabalho, entre outros, foi convidado para palestras para jovens que estavam
concluindo o Ensino Médio e ele buscou ressaltar a importância de realizar
escolhas profissionais que pudesse trazer melhoras para a vida tanto
profissional quanto financeira.
Parsons dizia que era muito melhor escolher uma ocupação do que
simplesmente procurar um emprego. Parsons faleceu em 1908 e após sua a
morte foi publicado um livro onde se encontrava um manual para auxiliar
futuros profissionais e considerado como marco inicial da orientação
vocacional científica.
No livro publicado além da apresentação dos princípios básicos da orientação
vocacional, também havia a descrição de 17 casos atendidos por Parsons.
Segundo a revista brasileira de orientação vocacional (2007), Parsons
considerava que o trabalho se tornava agradável quando havia habilidades e
aptidões para o almejado .
Na mesma revista citada anteriormente dizia que o pai da orientação
vocacional propunha três princípios fundamentais para uma orientação
vocacional, a primeira seria uma clara compreensão de si mesmo, de suas
aptidões e capacidades; na segunda conhecimento das condições de sucesso,
ou seja, quais seriam as vantagens e desvantagens, remuneração e
perspectivas ; na terceira e última uma análise pessoal sobre os dois princípios
citados.
No Brasil, em pesquisa de BARROS (1999), o marco inicial foi em 1924 com a
16
criação do serviço de seleção e orientação profissional para os alunos de uma
escola e no Rio de Janeiro em 1947 com a inauguração na Fundação Getúlio
Vargas do Instituto de seleção e Orientação profissional .
Até a década de 60 um modelo chamado psicométrico, o qual predominava
internacionalmente era o utilizado nos trabalhos de orientação profissional no
Brasil.
No início, o modelo do diagnóstico psicológico privilegiava atividades
predominantemente classificatórias, centralizando suas conclusões sobre os
resultados dos testes e não em uma apreensão integrada da pessoa. Esta
visão apoiava-se no modelo médico-psicopatológico (PLAZA, 1989).
Após questionamento do modelo psicométrico acontece à mudança para a
utilização do modelo clínico.
“A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-
científico de coleta de dados, estudos e interpretação de
informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são
resultantes da relação do indivíduo com a sociedade,
utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas e
métodos, técnicas e instrumentos”. (Conselho Federal de
Psicologia, 2007, p. 2 ).
Além da orientação vocacional através de testes e entrevistas com
psicólogos, um novo método é difundido no meio, que tem como nome “método
dinâmico”, no ser clinica, um site sobre psicologia observa-se que o método
tem como objetivo levar o estudante a refletir sobre suas escolhas; a conhecer
seus interesses, suas habilidades e seus valores. É realizada por meio de
sessões focais, ou seja, sessões de psicoterapia focada, especificamente, na
escolha profissional.
No método dinâmico envolve-se três grandes momentos, o primeiro seria o
autoconhecimento o segundo a informação profissional e o terceiro o
orientando realiza uma síntese dos momentos anteriores. Se formos lembrar do
início do capítulo veremos que esse método é uma adaptação dos princípios de
17
Parsons ,ressaltando apenas que no método dinâmico, o jovem que irá traçar o
próprio percurso profissional, utilizando suas potencialidades.
A partir da década de 80 no Brasil foram poucas as obras escritas sobre
orientação profissional e percebendo esse momento foi realizado o 1º simpósio
brasileiro de orientação profissional, mudando assim o rumo tímido da
orientação profissional no país. Nesse evento foi fundada a Associação
brasileira de orientadores profissionais que objetivam congregar vários
profissionais de diferentes lugares do país firmando assim o compromisso de
desenvolver ,integrar e valorizar a orientação no Brasil.
E segundo MELO (2003), a prática da orientação profissional no Brasil,
trabalha de modo a unir todas as disciplinas ,fazendo assim com que os
orientadores discutam , debatam para engrandecimento da profissão e
pessoal sobre tudo .
Podemos através dos autores citados sobre a orientação vocacional,
perceber que não há um método mais fidedigno do que outro, há psicólogos e
educadores que através de suas experiências diversas, diferentes
pensamentos, diversos meios de análises, seja testes, avaliações ou
entrevistas, analisam a maneira mais adequada de auxiliar as pessoas, jovem
ou até mesmo o adulto em sua vocação profissional.
“Os testes são utilizados quando precisamos de material
fidedigno, passível de reaplicação, que chegue a conclusões
confiáveis em curto espaço de tempo para tomarmos decisões.
Como já afirmamos, os testes psicológicos são procedimentos
sistemáticos de coleta de informações que municiam o
processo amplo e complexo de avaliação psicológica, com
dados úteis e confiáveis. Existem várias formas de se obter
informações tais como a observação direta, entrevistas,
análise de documentos, e a testagem propriamente dita. Fica
claro, então, que os testes psicológicos são uma das formas
possíveis de se obter informações sobre as pessoas durante a
Avaliação Psicológica.” (Primi, Nascimento & Souza, 2004, p.
21).
18
Capítulo II
A FUNÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO
ÂMBITO ESCOLAR
A Orientação Educacional tem sua história de desenvolvimento atrelada
à da Psicologia, que data do século XVI e procurava através de psicotécnicas
traçar aptidões correlacionadas a atividades específicas (BARROS,1999,
p.115).
GRISPUN é um dos estudiosos da orientação educacional e conhecedor
de preciosas informações sobre o histórico da educação e orientação
pedagógica; No breve histórico que descrevemos sobre a educação, relatamos
exclusivamente à área de orientação educacional, utilizando para análise, leis
orgânicas ; a LDB de 1961; 1971 e 1996.
A orientação educacional em nosso país teve alguns períodos
marcantes de sua história, nosso ensino era dividido em ensino industrial,
secundário, comercial, primário, normal e agrícola. E como havia a grande
necessidade de uma orientação educacional para ajudá-los no seu
funcionamento, foi formulada nesse período a lei orgânica, que teve sua
formulação entre 1942 e 1946, com o objetivo de auxilio do ensino brasileiro ,
e tendo o orientador educacional nesse momento que assumir funções de
caráter terapêutico, preventivo, identificando dons, aptidões e inclinações dos
indivíduos.
Na LDB de 1961, o orientador educacional assume papel também de
orientador vocacional, tendo que atender todos os alunos das escolas
verificando suas aptidões e oferecendo aos mesmos orientação seja escolar,
profissional, de saúde, familiar e até recreativa. E por motivos políticos e
sociais no final dos anos 60, o orientador assume a função de auxiliar os
alunos em suas formações religiosas, cívicas e morais.
19
Na LDB de 1971 podemos observar que o orientador educacional auxilia
na tarefa educativa como um todo, ou seja, é orientador, um pouco de
professor, administrador e até faz parte da família dos alunos quando
necessário.
Na LDB de 20 de dezembro de 1996, sancionada pelo presidente da
republica, Fernando Henrique Cardoso, a orientação educacional não aparece
explicitamente, mas o artigo 64 diz que a formação de profissionais de
educação para orientação educacional na educação básica será feita em
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, garantindo
nessa forma a base comum nacional.
A partir das observações feitas sobre a história da orientação educacional
observamos que a educação sempre está em mudança e todas as decisões
tomadas foram devido a crises na economia. As exigências da época fizeram
com que a escola se tornasse necessária, e como ela, a profissão do
Orientador Educacional.
Na escola, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de
gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu
desenvolvimento pessoal; trabalha em parceria com os professores, para
compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada
em relação aos mesmos, com a escola, na organização e realização da
proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando
com pais e responsáveis.
“Atualmente é concebida, por especialistas, como um
processo sistemático e contínuo que se caracteriza por ser
uma assistência profissional realizada por meio de métodos e
técnicas pedagógicas ou psicológicas, exercida direta ou
indiretamente sobre os alunos, levando-os ao conhecimento
de suas características pessoais e do ambiente sociocultural, a
fim de que possam tomar decisões apropriadas às melhores
perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e social,
tornando-se cada vez mais necessária”. (MAIA e GARCIA,
1990, p.37)
O objetivo da orientação educacional, segundo FONTOURA (1970) é de
ocupar-se com a personalidade dos alunos, ajudando-os a resolver seus
20
próprios problemas psicológicos e morais, assim como tomar uma posição em
face aos problemas do mundo e da sua comunidade.
O orientador educacional outrora era tido como o responsável por encaminhar
os estudantes considerados "problema" a psicólogos, hoje o orientador
educacional perdeu o antigo rótulo e tem como objetivo trabalhar para
intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores em suas funções, os
alunos em suas dificuldades e a família em encontrar seu espaço na escola e
na vida de seus filhos.
(MARTINS, 1984, p. 30) afirma que o Orientador Educacional é a pessoa
responsável pelo serviço de orientação, cabendo a ele planejar, organizar e
implementar a Orientação Educacional na escola.
O autor ainda ressalta, que o Orientador Educacional deve possuir um bom
preparo, em nível universitário, que lhe forneça adequados conhecimentos de
Psicologia Educacional, Psicologia da Criança e do Adolescente, Psicologia
Pedagógica, Sociologia Educacional, Filosofia da Educação, Biologia
Educacional, estatística Educacional, Estrutura e Funcionamento do Ensino.
Além dos conhecimentos relacionados acima Martins enfatiza que o
orientador educacional precisa acima de tudo possuir alguns requisitos
pessoais para atuar na escola, ou seja, equilíbrio emocional, iniciativa,
liderança, deve transmitir segurança, confiança, bom senso, justiça e finaliza
com uma frase muito relevante para a vida de todos os profissionais da área de
educação, domínio e vivência prática dos princípios de psicologia das relações
humanas a fim de relacionar-se bem com os agentes educativos e com os
educandos.
A revista nova escola também enfatiza a importância dos profissionais no
conhecimento sobre a psicologia, pois a mesma relata que o orientador a partir
do momento que conhece mais sobre a psicologia passa a atuar de forma a
atender os estudantes levando em conta também que eles estão inseridos em
um contexto social, o que influencia muito no processo de aprendizagem.
Essas mudanças no maior conhecimento de psicologia por parte dos profissio-
21
nais tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget,
Lev Vygostky e Henri Wallon , pois os projetos pedagógicos das escolas, cada
vez mais estão pautados pela psicologia do desenvolvimento e estudos
científico sobre as mudanças de comportamento e relacionamentos. Muito
estudadas e confirmadas pelos autores citados .
“O orientador Educacional quando leva para escola a
realidade do aluno, para ser trabalhada contextualizada com
os conteúdos do currículo, contribui para a promoção do aluno
e o desenvolvimento de sua aprendizagem. Uma vez que a
Orientação Educacional não existe para padronizar os
educandos nos conceitos escolhidos como ajustados,
disciplinados e responsáveis o importante é a singularidade
dentro da pluralidade, do coletivo”. (GRISPUN, 2001, p. 29)
GARCIA (1994), como na citação acima, também afirma a relevância de se
trabalhar os conteúdos curriculares contextualizados com a realidade dos
alunos, onde diz que à medida que os conhecimentos transmitidos na escola
se aproxime da realidade do aluno, maiores chances são do aluno se
interessar pelo conteúdo e conquistá-lo obtendo assim maior sucesso escolar
e até mesmo em sua vida .
O trabalho de um orientador educacional reveste-se de grande
relevância, complexidade e responsabilidade, exige-se muito desse profissional,
não só em termos de formação, de atualização constante e de características
de personalidade como também de comportamento ético.
Não existe um código de ética para o profissional de orientação educacional,
pois o mesmo recebe muitas vezes informações confidenciais de pais, alunos,
funcionários da escola e até pessoas da comunidade, tendo que suas ações
sejam pautadas em compromissos e princípios éticos que ele mesmo formule
para atuação em sua profissão.
Todas as questões discutidas, o profissional de orientação educacional deve
manter em sigilo, nada deve ser alvo de comentários seja em qualquer
circunstância. Além das múltiplas obrigações, ética profissional e aperfeiçoa-
22
mento constante o orientador educacional, segundo BEZERRA (2004), tem
diversas atribuições na escola, deve atuar junto aos professores, alunos ,
direção e família dos alunos.
Em relação aos professores deve ajudá-los em observações dos alunos, coleta
e registro de dados, pesquisar junto com o professor tarefas educativas que
leve ao alcance de objetivos comuns ao aprendizado, realizar trabalhos de
prevenção, avaliar os resultados do processo de ensino –aprendizagem dos
alunos, assessorar os professores nos conselhos de classes, os casos de
aprovação, reprovação ,desvios de comportamento, entre outras funções.
Para a família dos alunos deve realizar entrevistas com os pais para obter
dados sobre os alunos, informar os pais sobre o projeto político pedagógico da
escola, falar sobre a função da escola e dos pais na ajuda em casa,
proporcionar aos pais as necessidades dos filhos, refletir com os pais o
desempenho dos filhos na escola.
E aos alunos deve fazer atendimentos individuais, sempre que for necessário
para análise e reflexão dos problemas encontrados em situações de classe,
recreios, desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso
comum, relacionamento com os colegas de classes e outros alunos do colégio,
respeito aos professores e funcionários; atendimentos grupais sempre que for
necessário para reflexão de problemas ocorridas em situações de grupo,
esclarecer quanto a regras e sanas as dificuldades no que diz respeito ao
cumprimento das normas do colégio. Segundo CAMARGO (2009)
“ A Orientação Educacional poderá contribuir para a
transformação da escola em um local de busca constante de
soluções de problemas, planejando momentos culturais em que
a família, juntamente com seus filhos, possa participar
ativamente. Servindo de ligação entre o aluno e a família,
compreendendo a realidade, os interesses e as necessidades
dos mesmos, e servindo-se disso para elevar o nível cultural da
comunidade, através de debates envolvendo questões do dia a
dia, este profissional não tem currículo a seguir, podendo assim,
usar de fatos marcantes que a mídia transmite como a
corrupção, terrorismo, violência urbana, ética, cidadania, entre
outros temas, fazendo com isso, que a curiosidade dos alunos
possa ser aguçada através de pesquisas, tornando-os assim,
23
conscientes de que podem transformar a sociedade,
descobrindo-se como seres que sentem, fazem e pensam”.
O melhor caminho para se trabalhar na orientação educacional é em
conjunto, ou seja, de forma integrada à supervisão mobilizando, desta maneira,
a escola, a família, e a comunidade, para que ocorra uma investigação coletiva
da realidade à qual todos pertencem.
24
CAPÍTULO III
O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AUXÍLIO DAS
ESCOLHAS PROFISSIONAIS DOS ALUNOS
O orientador educacional como qualquer educador é responsável por
grande parte das escolhas feitas por seus alunos, pois os mesmos confiam
muito no professor, observa-o bastante em suas atitudes e comportamentos.
O orientador educacional no processo de auxílio aos alunos de
encontrar suas vocações deve conversar, discutir com os alunos sobre suas
opções de profissões, realizar testes e trocar experiências e informações sobre
as mais diversas áreas. É preciso ao final do processo deixar os alunos mais
confiantes e seguros sobre qual caminho trilhar.
A orientação vocacional serve como um instrumento de apoio à escolha da
carreira e tem por objetivo auxiliá-lo nesta importante etapa de sua vida. Sua
função não é dizer ao estudante qual a profissão certa a escolher, mas sim
orientar, de acordo com as características e personalidades de cada indivíduo,
profissões e áreas de possível interesse do estudante.
De acordo com CAMPOS (1976), a orientação dos indivíduos é resultado do
processo educativo global.
No estudo proposto foi feita uma pesquisa no Colégio Militar do Rio de
janeiro com alunos do ensino médio e orientadora vocacional dos mesmos, a
pesquisa teve como objetivo demonstrar como o orientador educacional pode
auxiliar os alunos em sua dificuldades no momento da escolha de sua
profissão .
Com os alunos as entrevistas foram feitas nos intervalos das aulas ou
marcando dias e horários para realização. Primeiramente conversava com os
alunos sobre o objetivo da pesquisa e após perguntava se gostariam de
participar, ressaltando que em nenhum momento nome, idade, ou qualquer
dados sobre sua vida seria exposto na pesquisa.
25
E por ter contato e conviver com os alunos do Colégio militar foi mais fácil para
realização do estudo, pois creio que por ser monitora dos mesmos, nenhum
aluno se negou em participar. Sendo anteriormente pedida a permissão de
superiores para estar realizando o estudo no Colégio e abordar os alunos e
funcionários.
Foram entrevistados 34 alunos, 17 do sexo masculino e 17 do feminino, sendo
realizadas no período de 05 de outubro a 01 de dezembro de 2009.
Para os alunos foram feitas 3 ( três) perguntas, a primeira pergunta se o
mesmo já teria escolha para o vestibular que iria realizar ou que já realizou.
A resposta obtida da primeira pergunta foi, dos 34 alunos apenas 5 alunos
ainda possuíam dúvidas nas suas escolhas, fazendo diversas escolhas no
vestibular para ver, segundo palavras dos mesmos qual eles passariam em
melhor condição, tendo assim sua escolha feita. Dos 5 alunos com dúvidas, 4
eram do sexo masculino e 1 do feminino. A grande maioria, ou seja, 29 alunos
não possuíam dúvidas. Tendo como respostas a boa orientação que obtiveram
no decorrer do ano por sua orientadora vocacional e analisadas todas as
opções de interesse e descartadas as possibilidades que não os agradavam
tanto.
Segundo CAMPOS e COIMBRA (1991), o indivíduo carece de
informações não só sobre si próprio, sobretudo sobre o mundo profissional.
LUCCHIARI (1998)diz “Você está sempre escolhendo, com maior ou
menor autonomia, com maior ou menor consciência, com maiores ou menores
condições, mas está sempre optando!” ( p.27 )
A segunda pergunta foi se os mesmos tiveram dificuldades em escolher suas
opções e segundo os 29 alunos que não tiveram dúvidas nas suas escolhas,
comentaram que procuraram analisar as opções através de suas vocações,
interesse pessoal, financeiro ou continuidade dos objetivos familiares. Não
tendo grandes dificuldades em decidir, tendo através dos diálogos com a
orientadora vocacional, conversas e debates sobre as diversas opções de
26
escolha e analisando seus objetivos futuros houve assim a escolha sem
muitas dúvidas ou receios. Como já descrito acima, os alunos que possuíam
dúvidas na escolha de suas opções profissionais relataram que a opção que
obtiverem maior nota será sua escolha, temendo um pouco sobre se será sua
vocação realmente.
Escolher significa ter que se posicionar (tomar partido) entre as
possibilidades colocadas que são igualmente atrativas e
contém também desvantagens. São possibilidades que brigam
entre si. Por isso se diz que qualquer escolha implica conflito,
ou melhor, escolher significa resolver conflitos. Qualquer
escolha implica em riscos. Qualquer escolha implica em
perda .(BOCK, 2002, P.56).
Na terceira sobre suas expectativas para o futuro em relação as suas escolhas,
os 34 alunos acreditam que irão se sair bem no mercado de trabalhos,
receosos apenas com o futuro que suas profissões possam tomar, pois
acreditam em seus potenciais tendo o mercado financeiro ou possíveis acasos
da vida o único problema que possa abalar suas escolhas futuras.Os alunos
duvidosos também acreditam em seus potenciais e relatam que se não forem
bem na primeira escolha, terão tempo para encontrá-las, pois são novos e com
muitas expectativas e opções.
A família, ao incentivar certos comportamentos e atitudes das crianças e
reprimir outras iniciativas, interfere no processo de apreensão da realidade
dessas crianças, determinando em parte a formação de seus hábitos e
interesses. ( SOARES, 2002, p.74)
Com a orientadora vocacional do Colégio militar foi utilizada a mesma
metodologia dos alunos tendo apenas as perguntas diferentes.
As perguntas foram: Qual método utilizado para orientar os alunos? Quais as
principais dúvidas dos alunos? E o que faz quando os mesmos não possuem
nenhuma opção ou perspectiva? .
A orientadora vocacional do colégio militar relatou que possui um horário, uma
vez por semana com os alunos do ensino médio onde pode trabalhar a questão
27
da vocação profissional e nesse período apresenta palestras sobre diversas
profissões, desenvolve debates entre os alunos sobre as suas expectativas,
sonhos, separa um tempo para as conversas informais onde observa os alunos
e suas personalidades.
LISBOA ( 1997), salienta que a construção da identidade ocupacional está
diretamente vinculada a identidade pessoal uma vez que incluem todas as
identidades do individuo feitas ao longo da existência.
Passada essa fase, traz para suas aulas as profissões que os alunos almejam,
como e onde realizá-las, sua responsabilidade ao atuar, horas de trabalho
diário e salário. A orientadora relatou que em muitas escolhas dos alunos, os
mesmos pensam ser de uma maneira a carreira que pretendem e nas palestras
observam que não é do jeito que gostariam e acabam desistindo e almejando
outras.
Na maioria das vezes as dúvidas dos alunos são solucionadas nas palestras e
debates, pois são simples tais como, salário, mercado de trabalho ou as
dificuldades do dia a dia da profissão.
Sobre as opções dos alunos e perspectivas, a orientadora ressalta que sempre
em todas as turmas que desenvolveu seu trabalho, a metade já possui sua
escolha restando tirar algumas dúvidas e a outra metade possui diversas
opções das mais diferentes áreas, nunca um aluno vem sem opção nenhuma,
vem sim com várias e no decorrer do processo escolhe uma ou duas opções.
SOARES (1987), comenta que as profissões e desejos dos pais
geralmente influenciam de forma decisiva na maneira de ver o mundo
profissional pelo jovem.
Em alguns casos, um ou dois em cada turma geralmente, procura a orientadora
fora do horário das aulas para conversa particular e em 100% a dificuldade é
em convencer os pais que não gostariam de seguir suas profissões, nesses
casos, pedimos que os pais compareçam para uma conversa sobre seus filhos,
28
relatando sempre que devem dar autonomia ao filho para escolher a profissão
que sonha e não pressioná-los em momento algum.
SOARES (1987), diz ter uma diferença entre identidade vocacional e
profissional. Para ele a identidade vocacional expressa as variáveis de tipo
afetivo –motivacional determinado pelos conflitos inconscientes e possível
elaboração pelo sujeito.Por outro lado, a profissional mostra o produto da ação
de determinado contexto social.
29
CONCLUSÃO
Podemos concluir que o orientador educacional é muito relevante no
contexto escolar e no auxílio dos alunos em suas escolhas profissionais.
O orientador educacional além de participar efetivamente de todas
as funções da unidade escolar também possui em sua profissão a difícil tarefa
de orientar os alunos em suas vocações. Deve ter o compromisso com todos
os alunos seja no aspecto ético ou profissional, deve estimulá-los
permanentemente em sua autonomia e escolha própria, ou seja, orientá-los a
não se influenciarem por desejos dos pais ou amigos.
Isto também significa que ele jamais deverá dizer aos alunos o que deve ou
não fazer de seu projeto profissional, ajudando-os somente a descobrir seus
próprios caminhos. Para isso, têm diversos instrumentos que pode ser utilizado
para facilitar as escolhas dos discentes, instrumentos esses já descritos no
estudo feito.
O importante para o orientador educacional é compreender que o uso
destes instrumentos está a serviço de um processo de reflexão,
autoconhecimento e elaboração de estratégias que suavizem os conflitos ou
dificuldade de escolha profissional que os alunos possuírem.
Por fim, cabe lembrar que o orientador vocacional, para consolidar sua
atuação, tem ainda o compromisso com sua capacitação e desenvolvimento
profissional, com a interlocução permanente com seus alunos, e com o
aprimoramento de sua competência técnica e análise crítica quanto à sua
experiência e ao seu papel profissional.
BIBLIOGRAFIA
BARROS, D. A formação do o profissional na UFMG: O reinício de um
percurso.revista da ABOP, Florianópolis, v.3,n.1, p 109-117,1999.
BOCK, Silvio D. (2002). Orientação Professional: a abordagem sócio-
histórica. 2ª. Edição. Cortez Ed. São Paulo.
BOCK, A M B; FURTADO, O; TEIXEIRA, M L T. Psicologias: uma introdução
ao estudo da Psicologia. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
CAMARGO, M. A verdadeira função do orientador educacional na escola.
artigos da UNICENTRO( Universidade estadual centro oeste), 2009.
CARVALHO, M. Orientação profissional em grupo. Teoria e técnica.
Campinas. ed: psy.1995.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos. 2007. Retirado em 05/01/2010 no
site:http://www.pol.org.br/satepsi.
FONTOURA, Amaral. Introdução a Sociologia. 5. ed. Porto Alegre: Globo,
1970.
GARCIA, Regina Leite (org). Orientação Educacional o trabalho na escola. 3.
ed. São Paulo: Loyola, 1994.
GRISPUN, Mirian P. S. Zippin. A Orientação Educacional – Conflito de
paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2001.
LISBOA , Marilu D. .Orientação Profissional e Mundo do Trabalho:
Reflexões Sobre uma Nova Proposta Frente a um Novo Cenário. Porto
Alegre: Artmed , 2002.
LUCCHIARI, D. H. P. S. O que é escolha profissional. 3. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1998.
MAIA, E. M e GARCIA, R. L. Uma orientação educacional nova para uma
nova escola. São Paulo: Loyola,1990.
MARTINS, J. P. Princípios e Métodos da Orientação Educacional. 2. ed.
São Paulo; Atlas, 1984.
MARTINS, J. P. Psicologia do comportamento vocacional. SP: EPU, 1978.
MELO, Sônia Maria M. Orientação educacional: do consenso ao conflito.
Campinas: Papirus, 1994.
NASCIMENTO, R.S.G. Avaliação psicológica em processos dinâmicos de
orientação vocacional individual. Revista. Brasileira de orientação
profissional. [on-line]. Jun. 2007, vol.8, p.33-44. Acessado em 11-11-09.
PRIMI, R. Avaliação dos testes Psicológicos: SATEPSI -Sistema de
Avaliação de Testes Psicológicos. Brasília: Conselho Federal de Psicologia.
2004.
Revista brasileira de orientação vocacional. São Paulo. 2007. texto: Trajetória
do pioneiro da orientação vocacional,profissional e da carreira.p .19- 31.
Orientação vocacional e educacional artigo

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sintra palestra motivacional para professores (e não só)
Sintra   palestra motivacional para professores (e não só)Sintra   palestra motivacional para professores (e não só)
Sintra palestra motivacional para professores (e não só)Alfredo Leite
 
Palestra - A importância do trabalho em equipe
Palestra - A importância do trabalho em equipePalestra - A importância do trabalho em equipe
Palestra - A importância do trabalho em equipeJoelson Matoso
 
O papel do facilitador na aprendizagem de adultos
O papel do facilitador na aprendizagem de adultosO papel do facilitador na aprendizagem de adultos
O papel do facilitador na aprendizagem de adultosLouisenese
 
Não há docência sem discência
Não há docência sem discênciaNão há docência sem discência
Não há docência sem discênciaCRIS TORRES
 
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuroAula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuroAndreia Regina Moura Mendes
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemLibrol
 
Relato de experiência de estágio
Relato de experiência de estágioRelato de experiência de estágio
Relato de experiência de estágioAna P López
 
Slide dia da mulher
Slide dia da mulherSlide dia da mulher
Slide dia da mulherMAIEVS2
 
Palestra Motivacional Ensino Médio
Palestra Motivacional Ensino MédioPalestra Motivacional Ensino Médio
Palestra Motivacional Ensino Médioangelavbecker
 
Estágio em Educação Infantil
Estágio em Educação InfantilEstágio em Educação Infantil
Estágio em Educação InfantilRosinara Azeredo
 
PPT encontro com Professores Coordenadores
PPT encontro com Professores CoordenadoresPPT encontro com Professores Coordenadores
PPT encontro com Professores CoordenadoresGiani de Cássia Santana
 
Trabalho Em Equipe
Trabalho Em EquipeTrabalho Em Equipe
Trabalho Em Equipeaavbatista
 
Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar Morin
Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar MorinOs Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar Morin
Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar Morincrisdefensor
 
Reunião pedagógica rosane gorges
Reunião pedagógica   rosane gorgesReunião pedagógica   rosane gorges
Reunião pedagógica rosane gorgesluannagorges
 

Mais procurados (20)

Sintra palestra motivacional para professores (e não só)
Sintra   palestra motivacional para professores (e não só)Sintra   palestra motivacional para professores (e não só)
Sintra palestra motivacional para professores (e não só)
 
ApresentaçãO
ApresentaçãOApresentaçãO
ApresentaçãO
 
Planejamento pedagógico
Planejamento pedagógicoPlanejamento pedagógico
Planejamento pedagógico
 
Palestra - A importância do trabalho em equipe
Palestra - A importância do trabalho em equipePalestra - A importância do trabalho em equipe
Palestra - A importância do trabalho em equipe
 
O papel do facilitador na aprendizagem de adultos
O papel do facilitador na aprendizagem de adultosO papel do facilitador na aprendizagem de adultos
O papel do facilitador na aprendizagem de adultos
 
Não há docência sem discência
Não há docência sem discênciaNão há docência sem discência
Não há docência sem discência
 
Comunicação Não Violenta
Comunicação Não ViolentaComunicação Não Violenta
Comunicação Não Violenta
 
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuroAula Os sete saberes necessários à educação do futuro
Aula Os sete saberes necessários à educação do futuro
 
Teorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagemTeorias da aprendizagem
Teorias da aprendizagem
 
Relato de experiência de estágio
Relato de experiência de estágioRelato de experiência de estágio
Relato de experiência de estágio
 
Gestão da Sala de Aula
Gestão da Sala de Aula Gestão da Sala de Aula
Gestão da Sala de Aula
 
Slide dia da mulher
Slide dia da mulherSlide dia da mulher
Slide dia da mulher
 
Palestra Motivacional Ensino Médio
Palestra Motivacional Ensino MédioPalestra Motivacional Ensino Médio
Palestra Motivacional Ensino Médio
 
Estágio em Educação Infantil
Estágio em Educação InfantilEstágio em Educação Infantil
Estágio em Educação Infantil
 
PPT encontro com Professores Coordenadores
PPT encontro com Professores CoordenadoresPPT encontro com Professores Coordenadores
PPT encontro com Professores Coordenadores
 
Pauta 23 de maio
Pauta 23 de maioPauta 23 de maio
Pauta 23 de maio
 
Trabalho Em Equipe
Trabalho Em EquipeTrabalho Em Equipe
Trabalho Em Equipe
 
Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar Morin
Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar MorinOs Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar Morin
Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro - Edgar Morin
 
Reunião pedagógica rosane gorges
Reunião pedagógica   rosane gorgesReunião pedagógica   rosane gorges
Reunião pedagógica rosane gorges
 
Resenha pronta
Resenha prontaResenha pronta
Resenha pronta
 

Semelhante a Orientação vocacional e educacional artigo

Projeto
ProjetoProjeto
Projetoris21
 
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...Pimenta Cultural
 
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...Pimenta Cultural
 
Orientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de Melo
Orientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de MeloOrientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de Melo
Orientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de Melovpp|digital
 
Palestra carreira e profissões jovens igreja são judas
Palestra carreira e profissões jovens igreja são judasPalestra carreira e profissões jovens igreja são judas
Palestra carreira e profissões jovens igreja são judasSandra Marques
 
A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?
A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?
A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?Maria Stela Cavalcante Rabello
 
Guia de como escolher a profissão.
Guia de como escolher a profissão.Guia de como escolher a profissão.
Guia de como escolher a profissão.Gessica Sanchez
 
Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46
Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46
Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46Jéssica Petersen
 
Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)
Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)
Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)Cassia Moraes
 
gusmao2010_BSc_dissertation
gusmao2010_BSc_dissertationgusmao2010_BSc_dissertation
gusmao2010_BSc_dissertationEduardo Gusmão
 
Escola sem partido ou escola do partido único?
Escola sem partido ou escola do partido único?Escola sem partido ou escola do partido único?
Escola sem partido ou escola do partido único?Arare Carvalho Júnior
 
Docência em baixa
Docência em baixaDocência em baixa
Docência em baixaJose Bezerra
 
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31Valter Gomes
 

Semelhante a Orientação vocacional e educacional artigo (20)

Projeto
ProjetoProjeto
Projeto
 
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre capturas e...
 
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...
Docências, crianças e políticas de alfabetização/letramento: entre captu...
 
Orientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de Melo
Orientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de MeloOrientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de Melo
Orientação Vocacional - Marcia P. Pedroza de Melo
 
Palestra carreira e profissões jovens igreja são judas
Palestra carreira e profissões jovens igreja são judasPalestra carreira e profissões jovens igreja são judas
Palestra carreira e profissões jovens igreja são judas
 
A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?
A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?
A transexualidade como motivo de evasão escolar: uma realidade?
 
Guia de como escolher a profissão.
Guia de como escolher a profissão.Guia de como escolher a profissão.
Guia de como escolher a profissão.
 
Atv. webquest.profª ester
Atv. webquest.profª esterAtv. webquest.profª ester
Atv. webquest.profª ester
 
COMPREENDENDO A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
COMPREENDENDO A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIACOMPREENDENDO A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
COMPREENDENDO A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
 
Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46
Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46
Altoe de menor_a_presidiario.pdf_11_05_2009_19_54_46
 
Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)
Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)
Rumo aos EUA: um guia para quem quer estudar fora (Cassia Moraes)
 
gusmao2010_BSc_dissertation
gusmao2010_BSc_dissertationgusmao2010_BSc_dissertation
gusmao2010_BSc_dissertation
 
Trabalho 1 de quarta feira
 Trabalho 1 de quarta feira Trabalho 1 de quarta feira
Trabalho 1 de quarta feira
 
Escola sem partido ou escola do partido único?
Escola sem partido ou escola do partido único?Escola sem partido ou escola do partido único?
Escola sem partido ou escola do partido único?
 
Docência em baixa
Docência em baixaDocência em baixa
Docência em baixa
 
Jornal Corujinha n.72 | 2º semestre 2013
Jornal Corujinha n.72 | 2º semestre 2013Jornal Corujinha n.72 | 2º semestre 2013
Jornal Corujinha n.72 | 2º semestre 2013
 
Jc 73 net
Jc 73  netJc 73  net
Jc 73 net
 
Jc 73 net
Jc 73  netJc 73  net
Jc 73 net
 
Unisampa
UnisampaUnisampa
Unisampa
 
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 31
 

Último

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxDianaSheila2
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 

Último (20)

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptxAtividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
Atividade sobre os Pronomes Pessoais.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 

Orientação vocacional e educacional artigo

  • 1. UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL Autor:Luziana de Aquino Orientador : Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho RIO DE JANEIRO 2010
  • 2. UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O ORIENTADOR EDUCACIONAL E A ORIENTAÇÃO VOCACIONAL Autor:Luziana de Aquino Orientador : Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Trabalho monográfico de conclusão de curso apresentado a Universidade Candido Mendes no curso de orientação educacional e pedagogia sendo requisito parcial para a obtenção do título de Especialista . RIO DE JANEIRO 2010
  • 3. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por tudo que me proporcionou. A minha mãe e as minhas irmãs Cristiane, Luciana e Telma. A meus amigos de trabalho. A todos os demais que contribuíram na realização desse trabalho.
  • 4. DEDICATÓRIA Dedico aos meus familiares e amigos que me apoiaram e tiveram paciência durante o período de pesquisa e elaboração.
  • 5. EPÍGRAFE "Toda profissão é grande quando exercida com grandeza.” J.Jofrey
  • 6. vocações Por Luiz Fernando Veríssimo.Publicado no Jornal do Brasil, em 07/12/1997. Com o fim do ano escolar e a aproximação dos vestibulares, o pensamento dos jovens se vira para assuntos sérios como o futuro enquanto seu corpo tenta convencê- lo a só relaxar e aproveitar as férias. É a velha luta entre neurônios e hormônios chamada adolescência, tornada mais grave pelo calor e a obrigação de decidir o que se vai ser na vida. É quando os jovens precisam pensar na sua vocação. A vocação envolve questões como genética x cultura, hereditariedade x influência do meio – enfim, esse antigo torneio de teorias que nunca se decide. Por que certas pessoas “dão” para certas coisas e outras não? Mais especificamente, por que eu sou um zero em matemática enquanto tantos à minha volta não só sabem fazer contas como gostam? Meu cérebro já nasceu decidido a rechaçar qualquer tentativa de introduzirem nele a raiz quadrada ou isso foi uma decisão minha que ele acatou? O fato é que há pessoas que querem ser dentistas desde pequenas e outras que não apenas não concebem como alguém possa ter uma vocação assim como têm que se controlar para não morder seu dedo, revoltadas. Há anos que se discute a divisão entre a cultura científica e a cultura humanística e é quase como se falassem de duas raças humanas diferentes. Os que defendem que a divisão não é genética sustentam que não dá para saber, pelo comportamento da criança até os seus 5 anos, se ela vai ser de uma cultura ou de outra. Se o garoto gosta de abrir a barriga do ursinho tanto pode significar que ele vai ser um cirurgião ou um médica legista quanto que vai ser filósofo e estripador nas horas vagas. O meio é que determina a vocação e o destino. Condicionado pelo meio, o filho de um médica teria naturalmente mais chances de ser um médico também enquanto o filho de um filósofo estripador teria muito mais chances de acabar na cadeia, ou escrever um livro de memórias sensacional. Já outros sustentam que a genética é tudo e que no espermatozóide que fecunda o óvulo já está o contador ou o poeta, o advogado ou o engenheiro, o ator ou (por alguma razão) o dentista. E há os que garantem que o espermatozóide não decide nada, pode chegar no óvulo com os planos que quiser, cheio de ânimo e moral – afinal, derrotou milhões de outros espermatozóides na corrida para ser o primeiro, é natural que se sinta um vencedor e capaz de tudo – pois quem decide mesmo é o óvulo. - Presidente da República coisa nenhuma. Contrabaixista e numismata. -Mas, mas... – tenta protestar o espermatozóide. -Quieto. Lembre-se de que você é o intruso aqui. Eu estou em casa. E na minha casa mando eu! Seja por influência do meio ou por compulsão genética, o fato é que a partir de uma certa idade nós todos sabemos se queremos abrir barrigas ou não. É verdade que muitas vezes a pessoa chega ao vestibular sem uma idéia muito clara do que vai ser: –Estou entre Letras, Educação Física e Oceanografia... Mas o comum é a pessoa saber pelo menos se é da raça científica ou da humanística e depois escolher entre as opções de cada uma. O que não impede os mal-entendidos. Lembro como eu gostava daqueles problemas matemáticos com historinha, tipo "Se um trem sai de uma estação a tal hora viajando a tantos quilômetros por hora e outro sai de outra estação a tantos quilômetros de distância na mesma hora e na mesma velocidade mas o maquinista precisa passar em casa e perde cinco minutos..." ou "Se uma mãe tem três pedaços de laranja para repartir entre cinco filhos..." Cheguei a pensar que meu cérebro gostava de contas e minha vocação era para ciências exatas, até me dar conta de que eu não gostava de matemática. Gostava era das historinhas.
  • 7. RESUMO A temática desse estudo buscou discutir a função do orientador educacional e sua relevância na orientação profissional dos alunos. O mesmo é responsável por diversas áreas na escola, tendo também a função de auxiliar os alunos em suas escolhas profissionais através de diversos recursos, tais como debates, entrevistas, questionários e outros métodos. Buscamos compreender a orientação educacional desde seu início, ou seja, suas raízes na psicologia, suas diversas etapas para se concretizar como profissão, mostramos as múltiplas obrigações do orientador educacional seja no âmbito escolar quanto sua importância para a mesma e todos que dela fazem parte. A função do orientador educacional precisa que o mesmo tenha muita autoconfiança e responsabilidade, pois é figura essencial para funcionamento da escola. E para maior compreensão do estudo foi realizada uma pesquisa com diversos alunos e orientadora vocacional, demonstrando assim como o orientador educacional pode auxiliar muito seus alunos em suas escolhas profissionais, escolhas essa que levarão para o resto de suas vidas.
  • 8. METODOLOGIA O estudo proposto se caracterizou por utilizarmos à abordagem qualitativa, descritivo de tipologia bibliográfica, com posterior análise dos dados abordados no decorrer do estudo. As análises foram feitas, através da pesquisa -ação onde as pesquisadoras e participantes estão envolvido de modo participativo. Tivemos como suporte para a abordagem, entrevistas com os alunos, orientadora vocacional e a intervenção da pesquisadora no intuito de auxiliar os alunos em suas escolhas . A pesquisa foi iniciada no início de 2009, com observações da atuação da orientadora vocacional, e com o anseio de fazer parte da ajuda aos alunos de ensino médio na escolha de suas profissões houve o interesse em participar e pesquisar mais sobre o assunto. O instrumento de coleta de dados para o estudo foi feito através de entrevistas com os alunos, foram feitas três perguntas aos alunos, a primeira pergunta se o mesmo já teria escolha para o vestibular que iria realizar, a segunda, se teve dificuldades para escolher e a terceira sobre suas expectativas para o futuro em relação as suas escolhas. Com a orientadora vocacional foi utilizado o mesmo instrumento tendo as seguintes perguntas, qual método utilizado para orientar os alunos, quais as principais dúvidas dos alunos e o que faz quando os mesmos não possuem nenhuma opção ou perspectiva. As entrevistas iniciaram em 05 de outubro de 2009 e termino em 01 de dezembro de 2009, primeiramente os alunos e orientadora foram abordados fora do horário de suas respectivas aulas para conversa sobre estudo e se estavam dispostos a participar da pesquisa, quando aceitavam marcava dia e horário para entrevista. Foram entrevistados 34 alunos, 17 do sexo masculino e 17 do feminino, do colégio militar do Rio de Janeiro que lecionam o ensino médio e a orientadora vocacional dos mesmos.
  • 9. A intervenção da idealizadora do projeto acontecia quando os alunos possuíam dúvidas sobre suas escolhas, sendo poucas intervenções, pois os mesmos já possuíam suas escolhas.
  • 10. SUMÁRIO INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------11 CAPÍTULO I- ORIENTAÇÃO VOCACIONAL----------------------------14 CAPÍTULO II- A FUNÇÃO DO ORIENTADOR DUCACIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR.------------------------------------------------------------18 CAPÍTULO III- O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AUXÍLIO DA ESCOLHA PROFISSIONAL DOS ALUNOS.----------------------------24 CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------29
  • 11. 11 INTRODUÇÃO A origem da palavra “vocação”: ela vem do verbo latino “vocare”, que quer dizer “chamar”. A vocação é, portanto, um chamado. Escolher uma profissão para toda vida é tarefa muito difícil ,nos dias atuais está de certa maneira mais complicado pois as cobranças são muitas, seja dos pais, da sociedade, amigos, a idade, a concorrência do mercado ,ou seja , tudo tem que ser muito rápido e precoce. Podemos dizer que o grande leque de possibilidades existentes também é uma preocupação. O adolescente sente-se inseguro uma vez que ao escolher uma profissão, terá de abdicar de outras. Segundo Bock, Furtado e Teixeira (1999), escolher é um ato de coragem, pois você terá que escolher também o que perder. Encontra - se então, a um passo do seu futuro, sem saber qual caminho seguir. Aos 17, 18 anos então, é que se imagina milhões de possibilidades de futuro pessoal. É aí que está uma das grandes dúvidas da grande maioria dos jovens (e talvez a questão mais difícil do vestibular): “Que curso fazer?”. Esta é uma escolha decisiva, que determina, como já relatado o que você fará nos próximos anos de sua vida e mais, irá dizer qual a sua função no mundo. Momento crítico, estresse de todos os lados, pressão absoluta. É muita coisa para alguém tão jovem. É por isso que o número de abandonos e transferências de cursos em universidades no Brasil crescem. Cada vez mais jovens e imaturos, os estudantes ingressam em cursos que não conhecem direito, desistem e ficam “pulando de galho em galho” até descobrirem o que querem realmente. O processo acaba acontecendo na ordem inversa da natural, onde primeiro eles “praticam” o curso para depois conhecê-lo e saber se é isso ou não o que querem. Vivendo numa sociedade capitalista que não oferece emprego para todos, que emprega profissionais qualificados em trabalhos não qualificados, que incentiva a competição individual para o ingresso na universidade e no
  • 12. 12 mercado de trabalho, as reais chances de realização das escolhas dos alunos egressos do Ensino Médio público (mais uma preocupação para os jovens) mostram-se bastante reduzidas. São diversos dilemas que os jovens com idades de escolhas de profissões atravessam. Coloca-se, então, um desafio para os orientadores que trabalham com os alunos do Ensino Médio: saber quem é esse jovem, conhecer o mundo do trabalho na atual sociedade capitalista, entender o significado das reais possibilidades de escolha desse jovem; ou seja, o papel de desenvolver uma boa Orientação Profissional está nas mãos dos profissionais da Orientação Educacional, o mesmo deve atuar nessa área de forma séria, completa e dedicada. E através do contexto relatado e pesquisas de autores conhecedores da orientação educacional e vocacional julgou-se necessário relatar os seguintes tópicos para compreensão do estudo: compreender os métodos utilizado na Orientação Vocacional ; Esclarecer as funções do orientador educacional no âmbito escolar e Demonstrar como o orientador educacional pode auxiliar os alunos em suas escolhas profissionais. Por considerarmos o número cada vez mais elevado de alunos indecisos com a escolha da profissão, e sendo o orientador educacional um educador e um agente responsável pelas escolhas dos alunos , julgou-se pertinente pesquisar sobre a Orientação vocacional, fase muito relevante e de difícil escolha na vida de qualquer pessoa . Como relevância acadêmica acredita-se que o estudo estabelece um parâmetro mais científico e conhecimento mais aprofundado sobre a orientação educacional e vocacional. Na relevância social o estudo poderá contribuir para uma melhor assistência aos alunos que necessitarem da orientação educacional e vocacional, sendo uma assistência mais integral e mais holística. A presente monografia encontra-se organizada da seguinte forma: Na introdução elaboramos a contextualização e declara-se o problema, formulam- se as questões de pesquisa, apresenta-se à justificativa, desenvolve-se a
  • 13. 13 hipótese que norteia prováveis caminhos na solução do problema e esclarece as relevâncias em relação ao estudo. No capítulo 1º desenvolve-se um diálogo com alguns autores que fundamentam teoricamente o estudo sobre os métodos utilizados na orientação vocacional; No capítulo 2, esclarecemos as funções do orientador educacional no âmbito escolar; No 3º demonstra-se como o orientador educacional pode auxiliar os alunos em suas escolhas profissionais, e acontece a análise dos dados obtidos através da pesquisa a qual foi realizada através de uma pesquisa de campo tendo o Colégio Militar do Rio de Janeiro, seus alunos do 3º ano do ensino médio e orientadora vocacional como agentes e local de estudo para melhor compreendermos a pesquisa.No capítulo 4 acontece a consideração final da pesquisa; 14
  • 14. CAPÍTULO I ORIENTAÇÃO VOCACIONAL Através de pesquisas realizadas por BARROS (1999), observa-se que a história da orientação vocacional poderia ser contada junto com a história dos grandes pensadores. Muito antes dos filósofos, psicólogos e educadores pensarem sobre o dilema da escolha da profissão, muitos já necessitavam de ajuda para escolha do futuro profissional. CARVALHO (1995), argumenta que a realidade social era de tal forma estratificada que na prática não havia liberdade de escolha, e consequentemente, não havia mobilidade social. MARTINS (1978), alerta que a anos atrás as ocupações profissionais raramente eram escolhidas, e quando o eram ,as alternativas eram poucas . BARROS (1999), ressalta que a revolução industrial ampliada no século XIX, impôs a multiplicação de novos e específicos postos de trabalho.Surgindo assim novos cursos e especializações aumentando assim as escolhas profissionais. Segundo a revista brasileira de orientação vocacional (2007), alguns autores buscavam sanar as dificuldades e necessidades da população sobre suas escolhas profissionais sendo algumas obras escritas no período, são elas: Speculum Vitae Humanae (1498); o Tratado dell Ingegno dell’Huomo (1576); a obra Examen de Ingenios para las Ciências (1575) ; e um catálogo de ocupações intitulado como The London Tradesman . Mesmo com diversas obras publicadas nenhum autor apontou um método específico para a orientação vocacional. BARROS (1999), aponta Frank Parsons como importante percussor da orientação vocacional. A revista brasileira de orientação vocacional (2007) relata que, Frank Parsons seria o pai da orientação vocacional, era um norte americano que sempre se dedicou aos estudos e aos 15 anos ingressou no curso de
  • 15. 15 graduação em engenharia civil. Por motivos econômicos da época é demitido de seu emprego como engenheiro civil e preocupado com as injustiças sociais e desigualdades sociais dedica-se em trabalhar como professor e lutar por seus ideais, e como a própria revista brasileira sobre orientação vocacional relata, Parsons utilizou a universidade e sua sala de aula para iniciar concretamente sua revolução social e se opor ao capitalismo. No ano de 1907, por suas diversas bibliografias sobre preconceitos, exploração no trabalho, entre outros, foi convidado para palestras para jovens que estavam concluindo o Ensino Médio e ele buscou ressaltar a importância de realizar escolhas profissionais que pudesse trazer melhoras para a vida tanto profissional quanto financeira. Parsons dizia que era muito melhor escolher uma ocupação do que simplesmente procurar um emprego. Parsons faleceu em 1908 e após sua a morte foi publicado um livro onde se encontrava um manual para auxiliar futuros profissionais e considerado como marco inicial da orientação vocacional científica. No livro publicado além da apresentação dos princípios básicos da orientação vocacional, também havia a descrição de 17 casos atendidos por Parsons. Segundo a revista brasileira de orientação vocacional (2007), Parsons considerava que o trabalho se tornava agradável quando havia habilidades e aptidões para o almejado . Na mesma revista citada anteriormente dizia que o pai da orientação vocacional propunha três princípios fundamentais para uma orientação vocacional, a primeira seria uma clara compreensão de si mesmo, de suas aptidões e capacidades; na segunda conhecimento das condições de sucesso, ou seja, quais seriam as vantagens e desvantagens, remuneração e perspectivas ; na terceira e última uma análise pessoal sobre os dois princípios citados. No Brasil, em pesquisa de BARROS (1999), o marco inicial foi em 1924 com a
  • 16. 16 criação do serviço de seleção e orientação profissional para os alunos de uma escola e no Rio de Janeiro em 1947 com a inauguração na Fundação Getúlio Vargas do Instituto de seleção e Orientação profissional . Até a década de 60 um modelo chamado psicométrico, o qual predominava internacionalmente era o utilizado nos trabalhos de orientação profissional no Brasil. No início, o modelo do diagnóstico psicológico privilegiava atividades predominantemente classificatórias, centralizando suas conclusões sobre os resultados dos testes e não em uma apreensão integrada da pessoa. Esta visão apoiava-se no modelo médico-psicopatológico (PLAZA, 1989). Após questionamento do modelo psicométrico acontece à mudança para a utilização do modelo clínico. “A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico- científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas e métodos, técnicas e instrumentos”. (Conselho Federal de Psicologia, 2007, p. 2 ). Além da orientação vocacional através de testes e entrevistas com psicólogos, um novo método é difundido no meio, que tem como nome “método dinâmico”, no ser clinica, um site sobre psicologia observa-se que o método tem como objetivo levar o estudante a refletir sobre suas escolhas; a conhecer seus interesses, suas habilidades e seus valores. É realizada por meio de sessões focais, ou seja, sessões de psicoterapia focada, especificamente, na escolha profissional. No método dinâmico envolve-se três grandes momentos, o primeiro seria o autoconhecimento o segundo a informação profissional e o terceiro o orientando realiza uma síntese dos momentos anteriores. Se formos lembrar do início do capítulo veremos que esse método é uma adaptação dos princípios de
  • 17. 17 Parsons ,ressaltando apenas que no método dinâmico, o jovem que irá traçar o próprio percurso profissional, utilizando suas potencialidades. A partir da década de 80 no Brasil foram poucas as obras escritas sobre orientação profissional e percebendo esse momento foi realizado o 1º simpósio brasileiro de orientação profissional, mudando assim o rumo tímido da orientação profissional no país. Nesse evento foi fundada a Associação brasileira de orientadores profissionais que objetivam congregar vários profissionais de diferentes lugares do país firmando assim o compromisso de desenvolver ,integrar e valorizar a orientação no Brasil. E segundo MELO (2003), a prática da orientação profissional no Brasil, trabalha de modo a unir todas as disciplinas ,fazendo assim com que os orientadores discutam , debatam para engrandecimento da profissão e pessoal sobre tudo . Podemos através dos autores citados sobre a orientação vocacional, perceber que não há um método mais fidedigno do que outro, há psicólogos e educadores que através de suas experiências diversas, diferentes pensamentos, diversos meios de análises, seja testes, avaliações ou entrevistas, analisam a maneira mais adequada de auxiliar as pessoas, jovem ou até mesmo o adulto em sua vocação profissional. “Os testes são utilizados quando precisamos de material fidedigno, passível de reaplicação, que chegue a conclusões confiáveis em curto espaço de tempo para tomarmos decisões. Como já afirmamos, os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de coleta de informações que municiam o processo amplo e complexo de avaliação psicológica, com dados úteis e confiáveis. Existem várias formas de se obter informações tais como a observação direta, entrevistas, análise de documentos, e a testagem propriamente dita. Fica claro, então, que os testes psicológicos são uma das formas possíveis de se obter informações sobre as pessoas durante a Avaliação Psicológica.” (Primi, Nascimento & Souza, 2004, p. 21).
  • 18. 18 Capítulo II A FUNÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR A Orientação Educacional tem sua história de desenvolvimento atrelada à da Psicologia, que data do século XVI e procurava através de psicotécnicas traçar aptidões correlacionadas a atividades específicas (BARROS,1999, p.115). GRISPUN é um dos estudiosos da orientação educacional e conhecedor de preciosas informações sobre o histórico da educação e orientação pedagógica; No breve histórico que descrevemos sobre a educação, relatamos exclusivamente à área de orientação educacional, utilizando para análise, leis orgânicas ; a LDB de 1961; 1971 e 1996. A orientação educacional em nosso país teve alguns períodos marcantes de sua história, nosso ensino era dividido em ensino industrial, secundário, comercial, primário, normal e agrícola. E como havia a grande necessidade de uma orientação educacional para ajudá-los no seu funcionamento, foi formulada nesse período a lei orgânica, que teve sua formulação entre 1942 e 1946, com o objetivo de auxilio do ensino brasileiro , e tendo o orientador educacional nesse momento que assumir funções de caráter terapêutico, preventivo, identificando dons, aptidões e inclinações dos indivíduos. Na LDB de 1961, o orientador educacional assume papel também de orientador vocacional, tendo que atender todos os alunos das escolas verificando suas aptidões e oferecendo aos mesmos orientação seja escolar, profissional, de saúde, familiar e até recreativa. E por motivos políticos e sociais no final dos anos 60, o orientador assume a função de auxiliar os alunos em suas formações religiosas, cívicas e morais.
  • 19. 19 Na LDB de 1971 podemos observar que o orientador educacional auxilia na tarefa educativa como um todo, ou seja, é orientador, um pouco de professor, administrador e até faz parte da família dos alunos quando necessário. Na LDB de 20 de dezembro de 1996, sancionada pelo presidente da republica, Fernando Henrique Cardoso, a orientação educacional não aparece explicitamente, mas o artigo 64 diz que a formação de profissionais de educação para orientação educacional na educação básica será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, garantindo nessa forma a base comum nacional. A partir das observações feitas sobre a história da orientação educacional observamos que a educação sempre está em mudança e todas as decisões tomadas foram devido a crises na economia. As exigências da época fizeram com que a escola se tornasse necessária, e como ela, a profissão do Orientador Educacional. Na escola, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal; trabalha em parceria com os professores, para compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação aos mesmos, com a escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis. “Atualmente é concebida, por especialistas, como um processo sistemático e contínuo que se caracteriza por ser uma assistência profissional realizada por meio de métodos e técnicas pedagógicas ou psicológicas, exercida direta ou indiretamente sobre os alunos, levando-os ao conhecimento de suas características pessoais e do ambiente sociocultural, a fim de que possam tomar decisões apropriadas às melhores perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e social, tornando-se cada vez mais necessária”. (MAIA e GARCIA, 1990, p.37) O objetivo da orientação educacional, segundo FONTOURA (1970) é de ocupar-se com a personalidade dos alunos, ajudando-os a resolver seus
  • 20. 20 próprios problemas psicológicos e morais, assim como tomar uma posição em face aos problemas do mundo e da sua comunidade. O orientador educacional outrora era tido como o responsável por encaminhar os estudantes considerados "problema" a psicólogos, hoje o orientador educacional perdeu o antigo rótulo e tem como objetivo trabalhar para intermediar os conflitos escolares e ajudar os professores em suas funções, os alunos em suas dificuldades e a família em encontrar seu espaço na escola e na vida de seus filhos. (MARTINS, 1984, p. 30) afirma que o Orientador Educacional é a pessoa responsável pelo serviço de orientação, cabendo a ele planejar, organizar e implementar a Orientação Educacional na escola. O autor ainda ressalta, que o Orientador Educacional deve possuir um bom preparo, em nível universitário, que lhe forneça adequados conhecimentos de Psicologia Educacional, Psicologia da Criança e do Adolescente, Psicologia Pedagógica, Sociologia Educacional, Filosofia da Educação, Biologia Educacional, estatística Educacional, Estrutura e Funcionamento do Ensino. Além dos conhecimentos relacionados acima Martins enfatiza que o orientador educacional precisa acima de tudo possuir alguns requisitos pessoais para atuar na escola, ou seja, equilíbrio emocional, iniciativa, liderança, deve transmitir segurança, confiança, bom senso, justiça e finaliza com uma frase muito relevante para a vida de todos os profissionais da área de educação, domínio e vivência prática dos princípios de psicologia das relações humanas a fim de relacionar-se bem com os agentes educativos e com os educandos. A revista nova escola também enfatiza a importância dos profissionais no conhecimento sobre a psicologia, pois a mesma relata que o orientador a partir do momento que conhece mais sobre a psicologia passa a atuar de forma a atender os estudantes levando em conta também que eles estão inseridos em um contexto social, o que influencia muito no processo de aprendizagem. Essas mudanças no maior conhecimento de psicologia por parte dos profissio-
  • 21. 21 nais tem a ver com a influência de teóricos construtivistas, como Jean Piaget, Lev Vygostky e Henri Wallon , pois os projetos pedagógicos das escolas, cada vez mais estão pautados pela psicologia do desenvolvimento e estudos científico sobre as mudanças de comportamento e relacionamentos. Muito estudadas e confirmadas pelos autores citados . “O orientador Educacional quando leva para escola a realidade do aluno, para ser trabalhada contextualizada com os conteúdos do currículo, contribui para a promoção do aluno e o desenvolvimento de sua aprendizagem. Uma vez que a Orientação Educacional não existe para padronizar os educandos nos conceitos escolhidos como ajustados, disciplinados e responsáveis o importante é a singularidade dentro da pluralidade, do coletivo”. (GRISPUN, 2001, p. 29) GARCIA (1994), como na citação acima, também afirma a relevância de se trabalhar os conteúdos curriculares contextualizados com a realidade dos alunos, onde diz que à medida que os conhecimentos transmitidos na escola se aproxime da realidade do aluno, maiores chances são do aluno se interessar pelo conteúdo e conquistá-lo obtendo assim maior sucesso escolar e até mesmo em sua vida . O trabalho de um orientador educacional reveste-se de grande relevância, complexidade e responsabilidade, exige-se muito desse profissional, não só em termos de formação, de atualização constante e de características de personalidade como também de comportamento ético. Não existe um código de ética para o profissional de orientação educacional, pois o mesmo recebe muitas vezes informações confidenciais de pais, alunos, funcionários da escola e até pessoas da comunidade, tendo que suas ações sejam pautadas em compromissos e princípios éticos que ele mesmo formule para atuação em sua profissão. Todas as questões discutidas, o profissional de orientação educacional deve manter em sigilo, nada deve ser alvo de comentários seja em qualquer circunstância. Além das múltiplas obrigações, ética profissional e aperfeiçoa-
  • 22. 22 mento constante o orientador educacional, segundo BEZERRA (2004), tem diversas atribuições na escola, deve atuar junto aos professores, alunos , direção e família dos alunos. Em relação aos professores deve ajudá-los em observações dos alunos, coleta e registro de dados, pesquisar junto com o professor tarefas educativas que leve ao alcance de objetivos comuns ao aprendizado, realizar trabalhos de prevenção, avaliar os resultados do processo de ensino –aprendizagem dos alunos, assessorar os professores nos conselhos de classes, os casos de aprovação, reprovação ,desvios de comportamento, entre outras funções. Para a família dos alunos deve realizar entrevistas com os pais para obter dados sobre os alunos, informar os pais sobre o projeto político pedagógico da escola, falar sobre a função da escola e dos pais na ajuda em casa, proporcionar aos pais as necessidades dos filhos, refletir com os pais o desempenho dos filhos na escola. E aos alunos deve fazer atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e reflexão dos problemas encontrados em situações de classe, recreios, desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso comum, relacionamento com os colegas de classes e outros alunos do colégio, respeito aos professores e funcionários; atendimentos grupais sempre que for necessário para reflexão de problemas ocorridas em situações de grupo, esclarecer quanto a regras e sanas as dificuldades no que diz respeito ao cumprimento das normas do colégio. Segundo CAMARGO (2009) “ A Orientação Educacional poderá contribuir para a transformação da escola em um local de busca constante de soluções de problemas, planejando momentos culturais em que a família, juntamente com seus filhos, possa participar ativamente. Servindo de ligação entre o aluno e a família, compreendendo a realidade, os interesses e as necessidades dos mesmos, e servindo-se disso para elevar o nível cultural da comunidade, através de debates envolvendo questões do dia a dia, este profissional não tem currículo a seguir, podendo assim, usar de fatos marcantes que a mídia transmite como a corrupção, terrorismo, violência urbana, ética, cidadania, entre outros temas, fazendo com isso, que a curiosidade dos alunos possa ser aguçada através de pesquisas, tornando-os assim,
  • 23. 23 conscientes de que podem transformar a sociedade, descobrindo-se como seres que sentem, fazem e pensam”. O melhor caminho para se trabalhar na orientação educacional é em conjunto, ou seja, de forma integrada à supervisão mobilizando, desta maneira, a escola, a família, e a comunidade, para que ocorra uma investigação coletiva da realidade à qual todos pertencem.
  • 24. 24 CAPÍTULO III O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO AUXÍLIO DAS ESCOLHAS PROFISSIONAIS DOS ALUNOS O orientador educacional como qualquer educador é responsável por grande parte das escolhas feitas por seus alunos, pois os mesmos confiam muito no professor, observa-o bastante em suas atitudes e comportamentos. O orientador educacional no processo de auxílio aos alunos de encontrar suas vocações deve conversar, discutir com os alunos sobre suas opções de profissões, realizar testes e trocar experiências e informações sobre as mais diversas áreas. É preciso ao final do processo deixar os alunos mais confiantes e seguros sobre qual caminho trilhar. A orientação vocacional serve como um instrumento de apoio à escolha da carreira e tem por objetivo auxiliá-lo nesta importante etapa de sua vida. Sua função não é dizer ao estudante qual a profissão certa a escolher, mas sim orientar, de acordo com as características e personalidades de cada indivíduo, profissões e áreas de possível interesse do estudante. De acordo com CAMPOS (1976), a orientação dos indivíduos é resultado do processo educativo global. No estudo proposto foi feita uma pesquisa no Colégio Militar do Rio de janeiro com alunos do ensino médio e orientadora vocacional dos mesmos, a pesquisa teve como objetivo demonstrar como o orientador educacional pode auxiliar os alunos em sua dificuldades no momento da escolha de sua profissão . Com os alunos as entrevistas foram feitas nos intervalos das aulas ou marcando dias e horários para realização. Primeiramente conversava com os alunos sobre o objetivo da pesquisa e após perguntava se gostariam de participar, ressaltando que em nenhum momento nome, idade, ou qualquer dados sobre sua vida seria exposto na pesquisa.
  • 25. 25 E por ter contato e conviver com os alunos do Colégio militar foi mais fácil para realização do estudo, pois creio que por ser monitora dos mesmos, nenhum aluno se negou em participar. Sendo anteriormente pedida a permissão de superiores para estar realizando o estudo no Colégio e abordar os alunos e funcionários. Foram entrevistados 34 alunos, 17 do sexo masculino e 17 do feminino, sendo realizadas no período de 05 de outubro a 01 de dezembro de 2009. Para os alunos foram feitas 3 ( três) perguntas, a primeira pergunta se o mesmo já teria escolha para o vestibular que iria realizar ou que já realizou. A resposta obtida da primeira pergunta foi, dos 34 alunos apenas 5 alunos ainda possuíam dúvidas nas suas escolhas, fazendo diversas escolhas no vestibular para ver, segundo palavras dos mesmos qual eles passariam em melhor condição, tendo assim sua escolha feita. Dos 5 alunos com dúvidas, 4 eram do sexo masculino e 1 do feminino. A grande maioria, ou seja, 29 alunos não possuíam dúvidas. Tendo como respostas a boa orientação que obtiveram no decorrer do ano por sua orientadora vocacional e analisadas todas as opções de interesse e descartadas as possibilidades que não os agradavam tanto. Segundo CAMPOS e COIMBRA (1991), o indivíduo carece de informações não só sobre si próprio, sobretudo sobre o mundo profissional. LUCCHIARI (1998)diz “Você está sempre escolhendo, com maior ou menor autonomia, com maior ou menor consciência, com maiores ou menores condições, mas está sempre optando!” ( p.27 ) A segunda pergunta foi se os mesmos tiveram dificuldades em escolher suas opções e segundo os 29 alunos que não tiveram dúvidas nas suas escolhas, comentaram que procuraram analisar as opções através de suas vocações, interesse pessoal, financeiro ou continuidade dos objetivos familiares. Não tendo grandes dificuldades em decidir, tendo através dos diálogos com a orientadora vocacional, conversas e debates sobre as diversas opções de
  • 26. 26 escolha e analisando seus objetivos futuros houve assim a escolha sem muitas dúvidas ou receios. Como já descrito acima, os alunos que possuíam dúvidas na escolha de suas opções profissionais relataram que a opção que obtiverem maior nota será sua escolha, temendo um pouco sobre se será sua vocação realmente. Escolher significa ter que se posicionar (tomar partido) entre as possibilidades colocadas que são igualmente atrativas e contém também desvantagens. São possibilidades que brigam entre si. Por isso se diz que qualquer escolha implica conflito, ou melhor, escolher significa resolver conflitos. Qualquer escolha implica em riscos. Qualquer escolha implica em perda .(BOCK, 2002, P.56). Na terceira sobre suas expectativas para o futuro em relação as suas escolhas, os 34 alunos acreditam que irão se sair bem no mercado de trabalhos, receosos apenas com o futuro que suas profissões possam tomar, pois acreditam em seus potenciais tendo o mercado financeiro ou possíveis acasos da vida o único problema que possa abalar suas escolhas futuras.Os alunos duvidosos também acreditam em seus potenciais e relatam que se não forem bem na primeira escolha, terão tempo para encontrá-las, pois são novos e com muitas expectativas e opções. A família, ao incentivar certos comportamentos e atitudes das crianças e reprimir outras iniciativas, interfere no processo de apreensão da realidade dessas crianças, determinando em parte a formação de seus hábitos e interesses. ( SOARES, 2002, p.74) Com a orientadora vocacional do Colégio militar foi utilizada a mesma metodologia dos alunos tendo apenas as perguntas diferentes. As perguntas foram: Qual método utilizado para orientar os alunos? Quais as principais dúvidas dos alunos? E o que faz quando os mesmos não possuem nenhuma opção ou perspectiva? . A orientadora vocacional do colégio militar relatou que possui um horário, uma vez por semana com os alunos do ensino médio onde pode trabalhar a questão
  • 27. 27 da vocação profissional e nesse período apresenta palestras sobre diversas profissões, desenvolve debates entre os alunos sobre as suas expectativas, sonhos, separa um tempo para as conversas informais onde observa os alunos e suas personalidades. LISBOA ( 1997), salienta que a construção da identidade ocupacional está diretamente vinculada a identidade pessoal uma vez que incluem todas as identidades do individuo feitas ao longo da existência. Passada essa fase, traz para suas aulas as profissões que os alunos almejam, como e onde realizá-las, sua responsabilidade ao atuar, horas de trabalho diário e salário. A orientadora relatou que em muitas escolhas dos alunos, os mesmos pensam ser de uma maneira a carreira que pretendem e nas palestras observam que não é do jeito que gostariam e acabam desistindo e almejando outras. Na maioria das vezes as dúvidas dos alunos são solucionadas nas palestras e debates, pois são simples tais como, salário, mercado de trabalho ou as dificuldades do dia a dia da profissão. Sobre as opções dos alunos e perspectivas, a orientadora ressalta que sempre em todas as turmas que desenvolveu seu trabalho, a metade já possui sua escolha restando tirar algumas dúvidas e a outra metade possui diversas opções das mais diferentes áreas, nunca um aluno vem sem opção nenhuma, vem sim com várias e no decorrer do processo escolhe uma ou duas opções. SOARES (1987), comenta que as profissões e desejos dos pais geralmente influenciam de forma decisiva na maneira de ver o mundo profissional pelo jovem. Em alguns casos, um ou dois em cada turma geralmente, procura a orientadora fora do horário das aulas para conversa particular e em 100% a dificuldade é em convencer os pais que não gostariam de seguir suas profissões, nesses casos, pedimos que os pais compareçam para uma conversa sobre seus filhos,
  • 28. 28 relatando sempre que devem dar autonomia ao filho para escolher a profissão que sonha e não pressioná-los em momento algum. SOARES (1987), diz ter uma diferença entre identidade vocacional e profissional. Para ele a identidade vocacional expressa as variáveis de tipo afetivo –motivacional determinado pelos conflitos inconscientes e possível elaboração pelo sujeito.Por outro lado, a profissional mostra o produto da ação de determinado contexto social.
  • 29. 29 CONCLUSÃO Podemos concluir que o orientador educacional é muito relevante no contexto escolar e no auxílio dos alunos em suas escolhas profissionais. O orientador educacional além de participar efetivamente de todas as funções da unidade escolar também possui em sua profissão a difícil tarefa de orientar os alunos em suas vocações. Deve ter o compromisso com todos os alunos seja no aspecto ético ou profissional, deve estimulá-los permanentemente em sua autonomia e escolha própria, ou seja, orientá-los a não se influenciarem por desejos dos pais ou amigos. Isto também significa que ele jamais deverá dizer aos alunos o que deve ou não fazer de seu projeto profissional, ajudando-os somente a descobrir seus próprios caminhos. Para isso, têm diversos instrumentos que pode ser utilizado para facilitar as escolhas dos discentes, instrumentos esses já descritos no estudo feito. O importante para o orientador educacional é compreender que o uso destes instrumentos está a serviço de um processo de reflexão, autoconhecimento e elaboração de estratégias que suavizem os conflitos ou dificuldade de escolha profissional que os alunos possuírem. Por fim, cabe lembrar que o orientador vocacional, para consolidar sua atuação, tem ainda o compromisso com sua capacitação e desenvolvimento profissional, com a interlocução permanente com seus alunos, e com o aprimoramento de sua competência técnica e análise crítica quanto à sua experiência e ao seu papel profissional.
  • 30. BIBLIOGRAFIA BARROS, D. A formação do o profissional na UFMG: O reinício de um percurso.revista da ABOP, Florianópolis, v.3,n.1, p 109-117,1999. BOCK, Silvio D. (2002). Orientação Professional: a abordagem sócio- histórica. 2ª. Edição. Cortez Ed. São Paulo. BOCK, A M B; FURTADO, O; TEIXEIRA, M L T. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 1999. CAMARGO, M. A verdadeira função do orientador educacional na escola. artigos da UNICENTRO( Universidade estadual centro oeste), 2009. CARVALHO, M. Orientação profissional em grupo. Teoria e técnica. Campinas. ed: psy.1995. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos. 2007. Retirado em 05/01/2010 no site:http://www.pol.org.br/satepsi. FONTOURA, Amaral. Introdução a Sociologia. 5. ed. Porto Alegre: Globo, 1970. GARCIA, Regina Leite (org). Orientação Educacional o trabalho na escola. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1994. GRISPUN, Mirian P. S. Zippin. A Orientação Educacional – Conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2001.
  • 31. LISBOA , Marilu D. .Orientação Profissional e Mundo do Trabalho: Reflexões Sobre uma Nova Proposta Frente a um Novo Cenário. Porto Alegre: Artmed , 2002. LUCCHIARI, D. H. P. S. O que é escolha profissional. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1998. MAIA, E. M e GARCIA, R. L. Uma orientação educacional nova para uma nova escola. São Paulo: Loyola,1990. MARTINS, J. P. Princípios e Métodos da Orientação Educacional. 2. ed. São Paulo; Atlas, 1984. MARTINS, J. P. Psicologia do comportamento vocacional. SP: EPU, 1978. MELO, Sônia Maria M. Orientação educacional: do consenso ao conflito. Campinas: Papirus, 1994. NASCIMENTO, R.S.G. Avaliação psicológica em processos dinâmicos de orientação vocacional individual. Revista. Brasileira de orientação profissional. [on-line]. Jun. 2007, vol.8, p.33-44. Acessado em 11-11-09. PRIMI, R. Avaliação dos testes Psicológicos: SATEPSI -Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos. Brasília: Conselho Federal de Psicologia. 2004. Revista brasileira de orientação vocacional. São Paulo. 2007. texto: Trajetória do pioneiro da orientação vocacional,profissional e da carreira.p .19- 31.