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OPORTUNIDADES DE AVANÇOS NA MATRIZ
ENERGÉTICA MATO-GROSSENSE
Ivo Leandro Dorileo¹
Sérgio Valdir Bajay²
1 Universidade Federal de Mato Grosso / Núcleo Interdisciplinar de Estudos
em Planejamento Energético
2 Universidade Estadual de Campinas / Núcleo Interdisciplinar de
Planejamento Energético
INTRODUÇÃO
• Neste trabalho analisam -se as perspectivas de
diversificação da matriz energética mato-grossense, de
modo a se aproveitar as potencialidades regionais. A
análise se concentra nas oportunidades de ampliação do
consumo de gás natural e da produção e consumo de
energéticos oriundos da biomassa, de uma maior
difusão da geração distribuída de eletricidade e da
adoção de novos programas de eficiência energética em
segmentos industriais no Estado
EXPANSÃO DO MERCADO DE GÁS
NATURAL NO ESTADO
• Utilizado na produção de energia elétrica na Usina Termelétrica
Mário Covas, em Cuiabá – 480 MW, desde 2002, o gás tem, em
uma segunda etapa, a oportunidade de chegar aos consumidores
industriais e automotivos
• Ações da concessionária MT Gás:
-credenciamento de três postos de combustíveis para o
fornecimento do GNV (gás natural veicular) em Cuiabá, e um em
Várzea Grande, além de cinco oficinas mecânicas para a conversão
de motores, em Cuiabá
-o gás está sendo, inicialmente, distribuído a granel, em veículos-
tanque, na forma de GNC (gás natural comprimido), por uma
empresa do grupo argentino Galileo. Em fevereiro de 2005, a MT
Gás negociou um contrato de compra de 500 a 600 mil m³/dia de
gás
-a empresa já licitou a construção de 21 km de rede de distribuição
na capital, iniciando o desenvolvimento de sua infra-estrutura
DIFUSÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA (GD)
DE ENERGIA ELÉTRICA
• As tendências de aumentos tarifários da eletricidade constituirão
grandes incentivos para um substancial crescimento futuro desta
forma de geração no Estado
• O novo modelo institucional do setor elétrico permite às empresas
concessionárias distribuidoras comprar de fontes de geração
distribuída, através de um processo licitatório, até 10% da energia
que vendem para seus consumidores (Decreto no 5.163, de
30/07/2004), além de a legislação vigente beneficiar os
proprietários de pequenas centrais hidrelétricas, geradores eólicos,
termelétricas à biomassa e co-geradores qualificados com
descontos nas tarifas de uso dos sistemas de transmissão e
distribuição (A ANEEL regulamentou este tipo de venda em
setembro/2005)
GD – Uso de resíduos de madeira
Levando em conta um estudo da FEMA, pode-se afirmar que,
seguramente, 50% desse potencial não vêm sendo
aproveitado como energético no Estado, ou seja, 128,1x10³
tEP/ano
Produção de resíduos Potencial energético
(m3
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1.351.823 811.093,8 2.765,8 256,1
Fonte: Fema, 2003 e Eletronorte/UFMT, 2005
GD – Uso de palhas e pontas de cana
• Pode-se obter um potencial de geração de eletricidade de
36,33 MW médio/ano (81,5x10³ tEP/ano) com estes resíduos
agrícolas, para uma produção anual de cana, no Estado, de
14.448.200 t (2004)
• No entanto, a concretização deste potencial – 300 mil toneladas
anuais não são utilizadas - está intimamente ligada a avanços
na mecanização da colheita da cana, que têm sido lentos no
Estado, e a planos integrados envolvendo a Secretaria de
Minas, Energia, Indústria e Comércio, Secretaria de Agricultura
e Secretaria de Meio Ambiente, esta última, sobretudo, no que
diz respeito às queimadas associadas à colheita manual da
cana
GD – Uso de casca de arroz
• Cultivado em uma área de quase 500 mil ha em Mato Grosso e
com uma produção estimada em 1.253.400 toneladas no ano
2003 (SIAMT, 2005), o arroz produz uma grande quantidade de
casca, que pode ter aproveitamento energético nas indústrias
• Estes resíduos são encontrados junto às instalações
industriais de beneficiamento de arroz, em torno das cidades
de Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande, Nova Mutum e Barra
do Garças. Os 10 maiores produtores são: Tapurah, Sinop,
Sorriso, Vera, Nova Ubiratã, Água Boa, Paranatinga, Querência,
Matupá e Novo Mundo (SEPLAN, 2004). A produção de
resíduos – casca - corresponde a 20% da produção de arroz;
considerando-se o poder calorífico da casca de 3200 kcal/kg,
chega-se a um potencial de 8,02x10¹¹ kcal/ano, equivalente a
74,2x10³ tEP/ano
GD – Potencial hidráulico (SIPOT e BIG, 2005)
Estágio dos
estudos/concessão
Bacia do Amazonas Bacia do Tocantins Bacia do Paraná Total geral
N°
Projetos
Potência No
Projetos
Potência No
Projetos
Potência N°
Projetos
MT
Potência
MT Brasil
Inventário 49 1.339,83 11 781,85 44 320,30 104 2.441,98 49.076,00
Viabilidade - - 01 225,00 - - 01 225,00 37.079,00
Projeto Básico 07 644,66 02 132,20 07 184,59 16 961,45 9.305,00
Em Outorga 15 259,64 01 150,00 20 107,99 36 517,63 -
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Total Parcial / Bacia
56 2.391,30 14 1.289,05 47 675,28 117 4.355,63
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Remanescente
91 3.625,50 7 117,00 25 1.042,90 123 4.785,40
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OPORTUNIDADES DE GANHOS DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA E REDUÇÕES DE IMPACTOS
AMBIENTAIS NEGATIVOS
• Vários dos programas estaduais e municipais de incentivo a
atividades econômicas e desenvolvimento do Estado podem e
devem incorporar projetos de eficiência energética, manejo
ambiental e exploração de potenciais energéticos, destacando-
se os projetos de P&D para desenvolvimento de novas
tecnologias poupadoras de energia e mitigadoras de impactos
ambientais, e projetos de maximização do aproveitamento de
resíduos industriais
• O segmento madeireiro corresponde a 24% das indústrias do
Estado e apresenta condições muito favoráveis para este tipo
de parceria, além de outros segmentos promissores, com o de
alimentos e bebidas, com destaque para o sucroalcooleiro, a
indústria cerâmica e a indústria de cimento
INSERÇÃO INCENTIVADA DA BIOMASSA
• Forte no agronegócio, Mato Grosso tem na produção de
algodão, girassol e soja as principais oleaginosas com
possibilidades de aproveitamento industrial para fabricação do
biodiesel
• O governo de Mato Grosso aprovou, recentemente, o programa
PROBIOMAT, estabelecendo as condições para a produção de
biodiesel no Estado, levando-se em conta que a produção
estadual de oleaginosas é acentuada, notadamente a de soja,
sendo parte exportada em grãos e parte esmagada em algumas
indústrias regionais, para ser comercializada
CONCLUSÕES
• A necessidade estratégica e as questões ambientais têm
levado à avaliação crítica das oportunidades de
transformações significativas na atual Matriz Energética do
Estado
• São analisadas neste trabalho as oportunidades de
crescimento do mercado de gás natural, otimização da
produção de álcool e biodiesel, uma maior difusão da GD
através de PCH’s e pequenas centrais termelétricas, sobretudo
unidades de co-geração a gás natural ou resíduos de
biomassa, e adoção de novos programas de eficiência
energética em segmentos industriais

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Oportunidades de avanços na matriz energética mato grossense

  • 1. OPORTUNIDADES DE AVANÇOS NA MATRIZ ENERGÉTICA MATO-GROSSENSE Ivo Leandro Dorileo¹ Sérgio Valdir Bajay² 1 Universidade Federal de Mato Grosso / Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético 2 Universidade Estadual de Campinas / Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético
  • 2. INTRODUÇÃO • Neste trabalho analisam -se as perspectivas de diversificação da matriz energética mato-grossense, de modo a se aproveitar as potencialidades regionais. A análise se concentra nas oportunidades de ampliação do consumo de gás natural e da produção e consumo de energéticos oriundos da biomassa, de uma maior difusão da geração distribuída de eletricidade e da adoção de novos programas de eficiência energética em segmentos industriais no Estado
  • 3. EXPANSÃO DO MERCADO DE GÁS NATURAL NO ESTADO • Utilizado na produção de energia elétrica na Usina Termelétrica Mário Covas, em Cuiabá – 480 MW, desde 2002, o gás tem, em uma segunda etapa, a oportunidade de chegar aos consumidores industriais e automotivos • Ações da concessionária MT Gás: -credenciamento de três postos de combustíveis para o fornecimento do GNV (gás natural veicular) em Cuiabá, e um em Várzea Grande, além de cinco oficinas mecânicas para a conversão de motores, em Cuiabá -o gás está sendo, inicialmente, distribuído a granel, em veículos- tanque, na forma de GNC (gás natural comprimido), por uma empresa do grupo argentino Galileo. Em fevereiro de 2005, a MT Gás negociou um contrato de compra de 500 a 600 mil m³/dia de gás -a empresa já licitou a construção de 21 km de rede de distribuição na capital, iniciando o desenvolvimento de sua infra-estrutura
  • 4. DIFUSÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA (GD) DE ENERGIA ELÉTRICA • As tendências de aumentos tarifários da eletricidade constituirão grandes incentivos para um substancial crescimento futuro desta forma de geração no Estado • O novo modelo institucional do setor elétrico permite às empresas concessionárias distribuidoras comprar de fontes de geração distribuída, através de um processo licitatório, até 10% da energia que vendem para seus consumidores (Decreto no 5.163, de 30/07/2004), além de a legislação vigente beneficiar os proprietários de pequenas centrais hidrelétricas, geradores eólicos, termelétricas à biomassa e co-geradores qualificados com descontos nas tarifas de uso dos sistemas de transmissão e distribuição (A ANEEL regulamentou este tipo de venda em setembro/2005)
  • 5. GD – Uso de resíduos de madeira Levando em conta um estudo da FEMA, pode-se afirmar que, seguramente, 50% desse potencial não vêm sendo aproveitado como energético no Estado, ou seja, 128,1x10³ tEP/ano Produção de resíduos Potencial energético (m3 ) (t) (109 kcal) (103 tEP) 1.351.823 811.093,8 2.765,8 256,1 Fonte: Fema, 2003 e Eletronorte/UFMT, 2005
  • 6. GD – Uso de palhas e pontas de cana • Pode-se obter um potencial de geração de eletricidade de 36,33 MW médio/ano (81,5x10³ tEP/ano) com estes resíduos agrícolas, para uma produção anual de cana, no Estado, de 14.448.200 t (2004) • No entanto, a concretização deste potencial – 300 mil toneladas anuais não são utilizadas - está intimamente ligada a avanços na mecanização da colheita da cana, que têm sido lentos no Estado, e a planos integrados envolvendo a Secretaria de Minas, Energia, Indústria e Comércio, Secretaria de Agricultura e Secretaria de Meio Ambiente, esta última, sobretudo, no que diz respeito às queimadas associadas à colheita manual da cana
  • 7. GD – Uso de casca de arroz • Cultivado em uma área de quase 500 mil ha em Mato Grosso e com uma produção estimada em 1.253.400 toneladas no ano 2003 (SIAMT, 2005), o arroz produz uma grande quantidade de casca, que pode ter aproveitamento energético nas indústrias • Estes resíduos são encontrados junto às instalações industriais de beneficiamento de arroz, em torno das cidades de Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande, Nova Mutum e Barra do Garças. Os 10 maiores produtores são: Tapurah, Sinop, Sorriso, Vera, Nova Ubiratã, Água Boa, Paranatinga, Querência, Matupá e Novo Mundo (SEPLAN, 2004). A produção de resíduos – casca - corresponde a 20% da produção de arroz; considerando-se o poder calorífico da casca de 3200 kcal/kg, chega-se a um potencial de 8,02x10¹¹ kcal/ano, equivalente a 74,2x10³ tEP/ano
  • 8. GD – Potencial hidráulico (SIPOT e BIG, 2005) Estágio dos estudos/concessão Bacia do Amazonas Bacia do Tocantins Bacia do Paraná Total geral N° Projetos Potência No Projetos Potência No Projetos Potência N° Projetos MT Potência MT Brasil Inventário 49 1.339,83 11 781,85 44 320,30 104 2.441,98 49.076,00 Viabilidade - - 01 225,00 - - 01 225,00 37.079,00 Projeto Básico 07 644,66 02 132,20 07 184,59 16 961,45 9.305,00 Em Outorga 15 259,64 01 150,00 20 107,99 36 517,63 - Em Construção 09 147,17 - - 05 62,40 14 209,57 7.407,00 Total Parcial / Bacia 56 2.391,30 14 1.289,05 47 675,28 117 4.355,63 - Remanescente 91 3.625,50 7 117,00 25 1.042,90 123 4.785,40 30.139,00 Individualizado 15 6.986,00 - - 2 180,00 17 7.166,00 65.356,00 Desativado - - - - 1 0,99 1 0,99 - Em Operação 23 229,74 12 19,40 19 842,83 54 1.091,97 61.720,00 Total Geral / Bacia 185 13.232,54 33 1.425,45 94 2.742,00 312 17.399,99 260.096,00 Percentual (%) 59,29 76,05 10,58 8,19 30,13 15,76 100,00 - -
  • 9. OPORTUNIDADES DE GANHOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E REDUÇÕES DE IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS • Vários dos programas estaduais e municipais de incentivo a atividades econômicas e desenvolvimento do Estado podem e devem incorporar projetos de eficiência energética, manejo ambiental e exploração de potenciais energéticos, destacando- se os projetos de P&D para desenvolvimento de novas tecnologias poupadoras de energia e mitigadoras de impactos ambientais, e projetos de maximização do aproveitamento de resíduos industriais • O segmento madeireiro corresponde a 24% das indústrias do Estado e apresenta condições muito favoráveis para este tipo de parceria, além de outros segmentos promissores, com o de alimentos e bebidas, com destaque para o sucroalcooleiro, a indústria cerâmica e a indústria de cimento
  • 10. INSERÇÃO INCENTIVADA DA BIOMASSA • Forte no agronegócio, Mato Grosso tem na produção de algodão, girassol e soja as principais oleaginosas com possibilidades de aproveitamento industrial para fabricação do biodiesel • O governo de Mato Grosso aprovou, recentemente, o programa PROBIOMAT, estabelecendo as condições para a produção de biodiesel no Estado, levando-se em conta que a produção estadual de oleaginosas é acentuada, notadamente a de soja, sendo parte exportada em grãos e parte esmagada em algumas indústrias regionais, para ser comercializada
  • 11. CONCLUSÕES • A necessidade estratégica e as questões ambientais têm levado à avaliação crítica das oportunidades de transformações significativas na atual Matriz Energética do Estado • São analisadas neste trabalho as oportunidades de crescimento do mercado de gás natural, otimização da produção de álcool e biodiesel, uma maior difusão da GD através de PCH’s e pequenas centrais termelétricas, sobretudo unidades de co-geração a gás natural ou resíduos de biomassa, e adoção de novos programas de eficiência energética em segmentos industriais