SlideShare uma empresa Scribd logo
Página | 0
Página | 1
“A versatilidade e o génio imaginativo dos ilustradores ultrapassam qualquer
crença. Linhas divergem e convergem em sucessões infinitas, e as mais belas e
luxuosas figuras e ornamentos são combinados e entrançados num desenho
harmonioso. Não existem palavras que descrevam a beleza e o extremo esplendor
das maiúsculas ricamente coloridas, que estão mais profusas no Livro de Kells do
que em qualquer outro manuscrito.”
In Enciclopédia Católica
Página | 2
ÍNDICE:
 Introdução...............................................................................................................................................................................Pág. 3
 Contextualização Histórica e Geográfica ................................................................................................................................Pág. 3
 Entrando no Livro de Kells......................................................................................................................................................Pág. 4
 Ficha Técnica do Livro de Kells ..............................................................................................................................................Pág. 6
 Análise ao Fólio 34 do Livro de Kells ......................................................................................................................................Pág. 6
 Referências Bibliográficas.......................................................................................................................................................Pág. 8
 Anexos....................................................................................................................................................................................Pág. 9
 Anexo I – Imagens de Fólios do Livro de Kells.......................................................................................................Pág. 9
Página | 3
INTRODUÇÃO:
O livro de Kells apresenta-se como uma obra-prima da arte céltica, inigualável pela qualidade aprimorada da sua decoração, pelos seus trabalhados desenhos
e o seu conceito visionário. É visto como uma das maiores iluminuras da sua época com decorações tão surpreendentes e extravagantes que se pensou serem
obra de anjos. Este livro acolhe os quatro evangelhos do Novo Testamento, que conta a história da vida de Cristo.
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRÁFICA:
O Livro de Kells vê-se envolvido por mistério e maravilha. Ninguém tem a absoluta certeza de quando e
onde foi escrito; isto, porque as páginas finais do livro, que deveriam indicar os autores e o local de
escrita, estão perdidas. A teoria mais aceite defende que o livro data de 800 d.C. e que a sua escrita
começou num mosteiro fundado por S. Columba, na ilha escocesa de Iona (ilha localizada entre a Grã
Bretanha e a Irlanda). Os factos apontam para que o mosteiro em questão se tornou num centro de
aprendizagem e de cultura e que teve uma grande influência na difusão da palavra de Deus.
Infelizmente, o facto de a ilha ser muito exposta rendeu-lhe o estatuto de “presa fácil” e quando os
viquingues vieram saquear a ilha por volta de 806 d.C, os monges do mosteiro de S. Columba tiveram
de se refugiar na Abadia de Kells, na Irlanda. Terá sido, então na abadia a que deve o seu nome – na
Abadia de Kells – que o manuscrito terá sido terminado.
Ilha Iona
Fig. 1 Localização da Ilha Iona
Página | 4
Durante o século X, Kells foi repetidamente pilhada por viquingues dinamarqueses e noruegueses. Pensa-se que os monges da abadia tenham tido
esconderijos para o Livro de Kells dentro das paredes espessas de pedra do mosteiro. Em 1007, o manuscrito foi roubado, mas rapidamente encontrado alguns
meses depois, enterrado no solo. Durante esse último furto, a capa de ouro adornada com pedras preciosas do livro fora arrancada e, ainda hoje, o seu
paradeiro resta desconhecido.
O manuscrito permaneceu em Kells até 1654, ano em que o governador inglês Cromwell e a sua cavalaria tornaram Kells como o seu quartel. Assim, o
governador decidiu por bem enviar o Livro de Kells para Dublin onde estaria mais protegido. Apesar de tudo, o Livro de Kells apenas perdeu 60 páginas das
suas 780 originais, tendo em conta os males que o têm assolado. O manuscrito tem estado em exposição na Biblioteca Velha do Trinity College, em Dublin
desde 1840, sendo que em 1953 foi-lhe posta uma nova capa e viu-se dividido em quatro volumes, sendo que apenas dois estão em exposição ao público.
ENTRANDO NO LIVRO DE KELLS:
O Livro de Kells contém os quarto evangelhos de S. Mateus, S. Marco, S. Lucas e S. João. Os prefácios existentes no livro incluem a Breves Causae (Sumários
dos evangelhos) e o Argumenta (pequenas biografias dos evangelistas). Os quatro evangelhos do Novo Testamento são baseados na Vulgate (versão latina da
Bíblia supervisionada por S. Jerônimo no século IV d.C. e utilizada como a versão autorizada pela Igreja Católica Romana); no entanto não contém uma réplica
exata da Vulgata – existem acrescentos e substituições ao texto original. O texto do manuscrito foi escrito com maiúsculas insulares (sistema de escrita
medieval próprio da Irlanda) e acompanhado por elaboradas ilustrações. O livro é composto por 340 fólios, que fazem parte de uma folha maior – bifólio – que,
quando dobrada a meio forma dois fólios. O manuscrito foi concebido para que cada um dos quatro evangelhos tivesse um fólio introdutório adornado de
belíssimas iluminuras. Por outro lado, as palavras que introduzem cada evangelho estão de tal forma elaboradas que se tornam quase inteligíveis. As bordas
das páginas, assim como as próprias letras eram adornadas com espirais elaboradas e figuras zoomórficas. Uma particularidade do Livro de Kells é a sua vasta
gama de cores que passam pelo lilás, o roxo, o vermelho, o cor-de-rosa, o verde e o amarelo e é de realçar que todos os pigmentos eram naturais: por
exemplo, o amarelo era obtido de um mineral do solo irlandês e o vermelho a partir de um inseto.
Página | 5
Duas das mais célebres ilustrações do Livro de Kells
são a ilustração Chi-Rho (fólio 34) e a imagem da
Virgem e Cristo bebé (fólio 7). Acredita-se que a
ilustração da Virgem terá sido a primeira ilustração
em manuscritos ocidentais.
As iluminuras detalhadas do Livro de Kells vestem
todas as páginas deste tesouro à exceção de duas.
O texto é todo ele ornamentado com iniciais
desenhadas e pequenos animais e formas humanas
retorcidas espelhando um trabalho delicado e muito
técnico.
. Fig. 2 Fólio 34 recto do Livro de Kells
Chi-Rho
Fig. 3 Fólio 7 verso do Livro de Kells
A Virgem e Cristo Bebé
Página | 6
FICHA TÉCNICA DO LIVRO DE KELLS:
O Livro de Kells está escrito em folhas de velino (couro de bezerro) na proporção de 35cm x 25cm e terão sido necessários 185 bezerros para produzir um livro
com tal magnificência. A sua capa era originalmente feita de ouro e acabada com pedras preciosas. O livro é composto por 340 fólios dos quais apenas dois
não contêm ilustrações.
ANÁLISE AO FÓLIO 34 RECTO DO LIVRO DE KELLS:
A página Chi-Rho (fólio 34 recto) não é exclusiva do Livro de Kells; na verdade muitos evangelhos insulares iluminados possuíam essa mesma página, mas
nenhuma comparável ao magnífico caos que aqui se encontra. Esse monograma de Cristo introduz o Evangelho de São Mateus que principia por expor a
genealogia de Jesus.
É composto por duas letras gregas, χ (chi) e ρ (rho) – “Cristo” em grego. O monograma de Cristo, no Livro de Kells, é decorado com muitos ornamentos
retirados de um repertório de origem celta, algumas vezes abstratos, outras, figurativos, que resultaram numa profusão labiríntica de formas que escondem, às
vezes, minúsculas figuras de gatos, ratos, peixes, borboletas, anjos, pavões, figuras humanas, a Hóstia Sagrada e também a face de Cristo. O ícone bizantino,
no Livro de Kells, esconde-se nas vísceras das letras.
Página | 7
Destacam-se quatro detalhes do fólio 34 do Livro de Kells:
1. Borboletas e Crisálidas: perto do topo da página encontram-se duas mariposas, ao lado de uma
crisálida. Estes são considerados símbolos religiosos pouco convencionais e referem-se ao tema do
nascimento e da renovação. A palavra generatio no pé da página significa “o nascimento”.
2. Três anjos: ao lado direito do monograma aparecem três anjos. A dupla que se encontra abaixo
posa longitudinalmente, enquanto o terceiro deles segura dois instrumentos usados para afastar
insetos da Eucaristia e do Sacerdote.
3. Cabeça de homem: cabeças humanas estilizadas eram geralmente usadas por artesãos celtas
para decorar objetos preciosos. Algumas teorias sugerem que a cabeça mostrada na obra é uma
referência a Cristo.
4. Gatos e ratos: dois gatos agarram os rabos de dois roedores que roubam a hóstia. Os felinos
também têm as orelhas mordiscadas por um par de ratos. Os desenhos podem ser alguns dos
símbolos da eucaristia espalhados pelo mundo ou apenas um exemplo do bom humor pelo qual a
arte insular é conhecida.
Fig. 2 Fólio 34 recto do Livro de Kells
Chi-Rho
Página | 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 http://tesourobibliografico.wordpress.com/2012/05/10/livro-de-kells/
 http://tipografos.net/livros-antigos/kells.html
 http://angels.about.com/od/MiraclesReligiousTexts/a/Learning-Triumphs-The-Miraculous-Story-Of-The-Book-Of-Kells.htm
 http://www.myguideireland.com/book-of-kells
 http://encyclopedia2.thefreedictionary.com/The+Book+of+Kells
 http://cheeseweb.eu/2011/10/visiting-book-kells-trinity-college-library-dublin/
 http://faerytalebook.blogspot.pt/2012/11/inside-book-of-kells.html
 http://www.tcd.ie/Library/manuscripts/book-of-kells.php
 DE PAULA, Marcus Vinicius, A luz e a sombra da iluminura [PDF]
Página | 9
ANEXO I – IMAGENS DE FÓLIOS DO LIVRO DE KELLS:
Página | 10
ANEXO I – IMAGENS DE FÓLIOS DO LIVRO DE KELLS:

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Escultura grega
Escultura gregaEscultura grega
Escultura grega
Ana Barreiros
 
A arquitetura gótica
A arquitetura góticaA arquitetura gótica
A arquitetura gótica
Ana Barreiros
 
Ceramica grega
Ceramica gregaCeramica grega
Ceramica grega
Ana Barreiros
 
Cultura do Mosteiro - Arte Otoniana
Cultura do Mosteiro - Arte OtonianaCultura do Mosteiro - Arte Otoniana
Cultura do Mosteiro - Arte Otoniana
Carlos Vieira
 
Arte GóTica
Arte GóTicaArte GóTica
Arquitetura românica
Arquitetura românicaArquitetura românica
Arquitetura românica
Ana Barreiros
 
Cultura do Mosteiro - S. Pedro de Rates
Cultura do Mosteiro - S. Pedro de RatesCultura do Mosteiro - S. Pedro de Rates
Cultura do Mosteiro - S. Pedro de Rates
Carlos Vieira
 
Módulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicasMódulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicas
Carla Freitas
 
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...
Artur Filipe dos Santos
 
Módulo 2 pintura romana
Módulo 2   pintura romanaMódulo 2   pintura romana
Módulo 2 pintura romana
Carla Freitas
 
Módulo 3 a arte românica
Módulo 3   a arte românicaMódulo 3   a arte românica
Módulo 3 a arte românica
cattonia
 
A Pintura Renascentista
A Pintura RenascentistaA Pintura Renascentista
A Pintura Renascentista
Susana Simões
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
Andrea Dressler
 
Cultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantina
Cultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantinaCultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantina
Cultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantina
Carlos Vieira
 
Arquitetura renascentista
Arquitetura renascentistaArquitetura renascentista
Arquitetura renascentista
Ana Barreiros
 
Módulo 3 - Arquitetura pré-românica
Módulo 3 - Arquitetura pré-românicaMódulo 3 - Arquitetura pré-românica
Módulo 3 - Arquitetura pré-românica
Carla Freitas
 
Templo da deusa niké
Templo da deusa nikéTemplo da deusa niké
Templo da deusa niké
Ana Barreiros
 
Módulo 3 contexto histórico regular
Módulo 3   contexto histórico regularMódulo 3   contexto histórico regular
Módulo 3 contexto histórico regular
Carla Freitas
 
02 arquitetura gótica
02 arquitetura gótica02 arquitetura gótica
02 arquitetura gótica
Vítor Santos
 
Arquitetura grega
Arquitetura gregaArquitetura grega
Arquitetura grega
Ana Barreiros
 

Mais procurados (20)

Escultura grega
Escultura gregaEscultura grega
Escultura grega
 
A arquitetura gótica
A arquitetura góticaA arquitetura gótica
A arquitetura gótica
 
Ceramica grega
Ceramica gregaCeramica grega
Ceramica grega
 
Cultura do Mosteiro - Arte Otoniana
Cultura do Mosteiro - Arte OtonianaCultura do Mosteiro - Arte Otoniana
Cultura do Mosteiro - Arte Otoniana
 
Arte GóTica
Arte GóTicaArte GóTica
Arte GóTica
 
Arquitetura românica
Arquitetura românicaArquitetura românica
Arquitetura românica
 
Cultura do Mosteiro - S. Pedro de Rates
Cultura do Mosteiro - S. Pedro de RatesCultura do Mosteiro - S. Pedro de Rates
Cultura do Mosteiro - S. Pedro de Rates
 
Módulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicasMódulo 3 - Escultura e pintura românicas
Módulo 3 - Escultura e pintura românicas
 
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...
Património Cultural - As Catedrais de Portugal - Sé Catedral de Évora - Artur...
 
Módulo 2 pintura romana
Módulo 2   pintura romanaMódulo 2   pintura romana
Módulo 2 pintura romana
 
Módulo 3 a arte românica
Módulo 3   a arte românicaMódulo 3   a arte românica
Módulo 3 a arte românica
 
A Pintura Renascentista
A Pintura RenascentistaA Pintura Renascentista
A Pintura Renascentista
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
 
Cultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantina
Cultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantinaCultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantina
Cultura do Mosteiro - Arte paleocristã e bizantina
 
Arquitetura renascentista
Arquitetura renascentistaArquitetura renascentista
Arquitetura renascentista
 
Módulo 3 - Arquitetura pré-românica
Módulo 3 - Arquitetura pré-românicaMódulo 3 - Arquitetura pré-românica
Módulo 3 - Arquitetura pré-românica
 
Templo da deusa niké
Templo da deusa nikéTemplo da deusa niké
Templo da deusa niké
 
Módulo 3 contexto histórico regular
Módulo 3   contexto histórico regularMódulo 3   contexto histórico regular
Módulo 3 contexto histórico regular
 
02 arquitetura gótica
02 arquitetura gótica02 arquitetura gótica
02 arquitetura gótica
 
Arquitetura grega
Arquitetura gregaArquitetura grega
Arquitetura grega
 

Destaque

O Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina Espirita
O Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina EspiritaO Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina Espirita
O Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina Espirita
contatodoutrina2013
 
El arte románico II ( escultura y pintura)
El arte románico II   ( escultura y pintura)El arte románico II   ( escultura y pintura)
El arte románico II ( escultura y pintura)
francisco gonzalez
 
Ciência cognitiva hipnose
Ciência cognitiva   hipnoseCiência cognitiva   hipnose
Ciência cognitiva hipnose
Wagner Kinera
 
Geoterapia 1
Geoterapia 1Geoterapia 1
Geoterapia 1
synthpop radio
 
derval-gramacho-magia-xamanica
 derval-gramacho-magia-xamanica derval-gramacho-magia-xamanica
derval-gramacho-magia-xamanica
Indioê Alan Autovicz
 
O Xamanismo e seus rituais
O Xamanismo e seus rituaisO Xamanismo e seus rituais
O Xamanismo e seus rituais
Yngridy Pires
 
101567209 apostila-de-reiki-nivel-i
101567209 apostila-de-reiki-nivel-i101567209 apostila-de-reiki-nivel-i
101567209 apostila-de-reiki-nivel-i
Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 
Sante fe de Conques - Arquitectura Romanica
Sante fe de Conques - Arquitectura RomanicaSante fe de Conques - Arquitectura Romanica
Sante fe de Conques - Arquitectura Romanica
José Buleje Mestanza
 
Xamanismo
XamanismoXamanismo
Xamanismo
Regina Oliveira
 
31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga
31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga
31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga
Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 
Reiki karunaki2
Reiki karunaki2Reiki karunaki2
Reiki karunaki2
Claudemir Sewald
 
terapia floral
terapia floralterapia floral
terapia floral
Izabela Matos
 
Medicina tradicional indigena
Medicina tradicional indigenaMedicina tradicional indigena
Medicina tradicional indigena
Paulo Santos
 
Reiki karuna-ki-3
Reiki   karuna-ki-3Reiki   karuna-ki-3
Reiki karuna-ki-3
Claudemir Sewald
 
Os cristais
Os cristaisOs cristais
Os cristais
Brena Soares
 
Arquétipos xamã 01
Arquétipos   xamã 01Arquétipos   xamã 01
Arquétipos xamã 01
Lorena Souza
 
Reiki nivel-i-shoden-ic1
Reiki nivel-i-shoden-ic1Reiki nivel-i-shoden-ic1
Reiki nivel-i-shoden-ic1
Liliana Rui Vieira Conde
 
Barbaros
BarbarosBarbaros
Barbaros
Lilian Larroca
 
Terapia Floral
Terapia FloralTerapia Floral
Terapia Floral
Leonardo Rossi
 
Cristaloterapia
CristaloterapiaCristaloterapia
Cristaloterapia
liliaangeles
 

Destaque (20)

O Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina Espirita
O Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina EspiritaO Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina Espirita
O Paralelismo entre a Religião Celta e a Doutrina Espirita
 
El arte románico II ( escultura y pintura)
El arte románico II   ( escultura y pintura)El arte románico II   ( escultura y pintura)
El arte románico II ( escultura y pintura)
 
Ciência cognitiva hipnose
Ciência cognitiva   hipnoseCiência cognitiva   hipnose
Ciência cognitiva hipnose
 
Geoterapia 1
Geoterapia 1Geoterapia 1
Geoterapia 1
 
derval-gramacho-magia-xamanica
 derval-gramacho-magia-xamanica derval-gramacho-magia-xamanica
derval-gramacho-magia-xamanica
 
O Xamanismo e seus rituais
O Xamanismo e seus rituaisO Xamanismo e seus rituais
O Xamanismo e seus rituais
 
101567209 apostila-de-reiki-nivel-i
101567209 apostila-de-reiki-nivel-i101567209 apostila-de-reiki-nivel-i
101567209 apostila-de-reiki-nivel-i
 
Sante fe de Conques - Arquitectura Romanica
Sante fe de Conques - Arquitectura RomanicaSante fe de Conques - Arquitectura Romanica
Sante fe de Conques - Arquitectura Romanica
 
Xamanismo
XamanismoXamanismo
Xamanismo
 
31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga
31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga
31584860 atreya-prana-cura-pela-yoga
 
Reiki karunaki2
Reiki karunaki2Reiki karunaki2
Reiki karunaki2
 
terapia floral
terapia floralterapia floral
terapia floral
 
Medicina tradicional indigena
Medicina tradicional indigenaMedicina tradicional indigena
Medicina tradicional indigena
 
Reiki karuna-ki-3
Reiki   karuna-ki-3Reiki   karuna-ki-3
Reiki karuna-ki-3
 
Os cristais
Os cristaisOs cristais
Os cristais
 
Arquétipos xamã 01
Arquétipos   xamã 01Arquétipos   xamã 01
Arquétipos xamã 01
 
Reiki nivel-i-shoden-ic1
Reiki nivel-i-shoden-ic1Reiki nivel-i-shoden-ic1
Reiki nivel-i-shoden-ic1
 
Barbaros
BarbarosBarbaros
Barbaros
 
Terapia Floral
Terapia FloralTerapia Floral
Terapia Floral
 
Cristaloterapia
CristaloterapiaCristaloterapia
Cristaloterapia
 

Semelhante a O livro de kells

Bibliotecas antiguidadeidademédia.final
Bibliotecas antiguidadeidademédia.finalBibliotecas antiguidadeidademédia.final
Bibliotecas antiguidadeidademédia.final
Catia Scoto
 
O que significa o simbolo na capa FMA
O que significa o simbolo na capa FMAO que significa o simbolo na capa FMA
O que significa o simbolo na capa FMA
Alberto Medeiros
 
Bibliologia - Introdução - Aula 01
Bibliologia - Introdução - Aula 01Bibliologia - Introdução - Aula 01
Bibliologia - Introdução - Aula 01
Erivelton Rodrigues Nunes
 
Seminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelasSeminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelas
cloust
 
A noite de natal lp
A noite de natal lpA noite de natal lp
A noite de natal lp
Teresa Maia
 
Tradições+e+simbolos+de+natal
Tradições+e+simbolos+de+natalTradições+e+simbolos+de+natal
Tradições+e+simbolos+de+natal
Zaara Miranda
 
Bispo arquiologia biblica
Bispo arquiologia  biblicaBispo arquiologia  biblica
Bispo arquiologia biblica
MINISTERIO IPCA.
 
Palestra vertical II - os aspectos históricos da religião judaica
Palestra vertical II - os  aspectos históricos da religião judaicaPalestra vertical II - os  aspectos históricos da religião judaica
Palestra vertical II - os aspectos históricos da religião judaica
Gabi Baticioto
 
Trabalho de Semiótica
Trabalho de SemióticaTrabalho de Semiótica
Trabalho de Semiótica
Venelouis Polar
 
Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01
Evandro Cezar
 
Bibliologia
BibliologiaBibliologia
Bibliologia
CursosTeologicos
 
Os Manuscritos do Mar Morto
Os Manuscritos do Mar MortoOs Manuscritos do Mar Morto
Os Manuscritos do Mar Morto
Amor pela EBD
 
Integridade moral e espiritual - Introducao
Integridade moral e espiritual - IntroducaoIntegridade moral e espiritual - Introducao
Integridade moral e espiritual - Introducao
Moisés Sampaio
 
Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01
Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01
Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01
becastanheiradepera
 
licao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdf
licao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdflicao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdf
licao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdf
Tiago Silva
 
Lição 9 - A Arca da Aliança
Lição 9 - A Arca da AliançaLição 9 - A Arca da Aliança
Lição 9 - A Arca da Aliança
Éder Tomé
 
O nome da rosa
O nome da rosaO nome da rosa
O nome da rosa
Antonio Justino
 
Profetas Maiores.pptx
Profetas Maiores.pptxProfetas Maiores.pptx
Profetas Maiores.pptx
antonio211075
 
Disciplina de Bibliologia
Disciplina de BibliologiaDisciplina de Bibliologia
Disciplina de Bibliologia
faculdadeteologica
 
História das Bibliotecas
História das BibliotecasHistória das Bibliotecas
História das Bibliotecas
Carlos Pinheiro
 

Semelhante a O livro de kells (20)

Bibliotecas antiguidadeidademédia.final
Bibliotecas antiguidadeidademédia.finalBibliotecas antiguidadeidademédia.final
Bibliotecas antiguidadeidademédia.final
 
O que significa o simbolo na capa FMA
O que significa o simbolo na capa FMAO que significa o simbolo na capa FMA
O que significa o simbolo na capa FMA
 
Bibliologia - Introdução - Aula 01
Bibliologia - Introdução - Aula 01Bibliologia - Introdução - Aula 01
Bibliologia - Introdução - Aula 01
 
Seminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelasSeminario port. final naquelas
Seminario port. final naquelas
 
A noite de natal lp
A noite de natal lpA noite de natal lp
A noite de natal lp
 
Tradições+e+simbolos+de+natal
Tradições+e+simbolos+de+natalTradições+e+simbolos+de+natal
Tradições+e+simbolos+de+natal
 
Bispo arquiologia biblica
Bispo arquiologia  biblicaBispo arquiologia  biblica
Bispo arquiologia biblica
 
Palestra vertical II - os aspectos históricos da religião judaica
Palestra vertical II - os  aspectos históricos da religião judaicaPalestra vertical II - os  aspectos históricos da religião judaica
Palestra vertical II - os aspectos históricos da religião judaica
 
Trabalho de Semiótica
Trabalho de SemióticaTrabalho de Semiótica
Trabalho de Semiótica
 
Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01Bibliologia 140509154005-phpapp01
Bibliologia 140509154005-phpapp01
 
Bibliologia
BibliologiaBibliologia
Bibliologia
 
Os Manuscritos do Mar Morto
Os Manuscritos do Mar MortoOs Manuscritos do Mar Morto
Os Manuscritos do Mar Morto
 
Integridade moral e espiritual - Introducao
Integridade moral e espiritual - IntroducaoIntegridade moral e espiritual - Introducao
Integridade moral e espiritual - Introducao
 
Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01
Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01
Tradiesesimbolosdenatal 121128052706-phpapp01
 
licao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdf
licao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdflicao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdf
licao9-2t-2019-cpad-190527205711.pdf
 
Lição 9 - A Arca da Aliança
Lição 9 - A Arca da AliançaLição 9 - A Arca da Aliança
Lição 9 - A Arca da Aliança
 
O nome da rosa
O nome da rosaO nome da rosa
O nome da rosa
 
Profetas Maiores.pptx
Profetas Maiores.pptxProfetas Maiores.pptx
Profetas Maiores.pptx
 
Disciplina de Bibliologia
Disciplina de BibliologiaDisciplina de Bibliologia
Disciplina de Bibliologia
 
História das Bibliotecas
História das BibliotecasHistória das Bibliotecas
História das Bibliotecas
 

Mais de Dylan Bonnet

A Cultura do Salão
A Cultura do SalãoA Cultura do Salão
A Cultura do Salão
Dylan Bonnet
 
A Cultura do Palácio: Renascimento
A Cultura do Palácio: RenascimentoA Cultura do Palácio: Renascimento
A Cultura do Palácio: Renascimento
Dylan Bonnet
 
Resumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das Artes
Resumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das ArtesResumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das Artes
Resumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das Artes
Dylan Bonnet
 
A cultura académica em portugal
A cultura académica em portugalA cultura académica em portugal
A cultura académica em portugal
Dylan Bonnet
 
Resumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCAResumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCA
Dylan Bonnet
 
Resumos filosofia 11
Resumos filosofia 11Resumos filosofia 11
Resumos filosofia 11
Dylan Bonnet
 

Mais de Dylan Bonnet (6)

A Cultura do Salão
A Cultura do SalãoA Cultura do Salão
A Cultura do Salão
 
A Cultura do Palácio: Renascimento
A Cultura do Palácio: RenascimentoA Cultura do Palácio: Renascimento
A Cultura do Palácio: Renascimento
 
Resumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das Artes
Resumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das ArtesResumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das Artes
Resumo Cultura do Gótico - Hisatória da Cultura e das Artes
 
A cultura académica em portugal
A cultura académica em portugalA cultura académica em portugal
A cultura académica em portugal
 
Resumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCAResumo Cultura do Ágora - HCA
Resumo Cultura do Ágora - HCA
 
Resumos filosofia 11
Resumos filosofia 11Resumos filosofia 11
Resumos filosofia 11
 

O livro de kells

  • 2. Página | 1 “A versatilidade e o génio imaginativo dos ilustradores ultrapassam qualquer crença. Linhas divergem e convergem em sucessões infinitas, e as mais belas e luxuosas figuras e ornamentos são combinados e entrançados num desenho harmonioso. Não existem palavras que descrevam a beleza e o extremo esplendor das maiúsculas ricamente coloridas, que estão mais profusas no Livro de Kells do que em qualquer outro manuscrito.” In Enciclopédia Católica
  • 3. Página | 2 ÍNDICE:  Introdução...............................................................................................................................................................................Pág. 3  Contextualização Histórica e Geográfica ................................................................................................................................Pág. 3  Entrando no Livro de Kells......................................................................................................................................................Pág. 4  Ficha Técnica do Livro de Kells ..............................................................................................................................................Pág. 6  Análise ao Fólio 34 do Livro de Kells ......................................................................................................................................Pág. 6  Referências Bibliográficas.......................................................................................................................................................Pág. 8  Anexos....................................................................................................................................................................................Pág. 9  Anexo I – Imagens de Fólios do Livro de Kells.......................................................................................................Pág. 9
  • 4. Página | 3 INTRODUÇÃO: O livro de Kells apresenta-se como uma obra-prima da arte céltica, inigualável pela qualidade aprimorada da sua decoração, pelos seus trabalhados desenhos e o seu conceito visionário. É visto como uma das maiores iluminuras da sua época com decorações tão surpreendentes e extravagantes que se pensou serem obra de anjos. Este livro acolhe os quatro evangelhos do Novo Testamento, que conta a história da vida de Cristo. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRÁFICA: O Livro de Kells vê-se envolvido por mistério e maravilha. Ninguém tem a absoluta certeza de quando e onde foi escrito; isto, porque as páginas finais do livro, que deveriam indicar os autores e o local de escrita, estão perdidas. A teoria mais aceite defende que o livro data de 800 d.C. e que a sua escrita começou num mosteiro fundado por S. Columba, na ilha escocesa de Iona (ilha localizada entre a Grã Bretanha e a Irlanda). Os factos apontam para que o mosteiro em questão se tornou num centro de aprendizagem e de cultura e que teve uma grande influência na difusão da palavra de Deus. Infelizmente, o facto de a ilha ser muito exposta rendeu-lhe o estatuto de “presa fácil” e quando os viquingues vieram saquear a ilha por volta de 806 d.C, os monges do mosteiro de S. Columba tiveram de se refugiar na Abadia de Kells, na Irlanda. Terá sido, então na abadia a que deve o seu nome – na Abadia de Kells – que o manuscrito terá sido terminado. Ilha Iona Fig. 1 Localização da Ilha Iona
  • 5. Página | 4 Durante o século X, Kells foi repetidamente pilhada por viquingues dinamarqueses e noruegueses. Pensa-se que os monges da abadia tenham tido esconderijos para o Livro de Kells dentro das paredes espessas de pedra do mosteiro. Em 1007, o manuscrito foi roubado, mas rapidamente encontrado alguns meses depois, enterrado no solo. Durante esse último furto, a capa de ouro adornada com pedras preciosas do livro fora arrancada e, ainda hoje, o seu paradeiro resta desconhecido. O manuscrito permaneceu em Kells até 1654, ano em que o governador inglês Cromwell e a sua cavalaria tornaram Kells como o seu quartel. Assim, o governador decidiu por bem enviar o Livro de Kells para Dublin onde estaria mais protegido. Apesar de tudo, o Livro de Kells apenas perdeu 60 páginas das suas 780 originais, tendo em conta os males que o têm assolado. O manuscrito tem estado em exposição na Biblioteca Velha do Trinity College, em Dublin desde 1840, sendo que em 1953 foi-lhe posta uma nova capa e viu-se dividido em quatro volumes, sendo que apenas dois estão em exposição ao público. ENTRANDO NO LIVRO DE KELLS: O Livro de Kells contém os quarto evangelhos de S. Mateus, S. Marco, S. Lucas e S. João. Os prefácios existentes no livro incluem a Breves Causae (Sumários dos evangelhos) e o Argumenta (pequenas biografias dos evangelistas). Os quatro evangelhos do Novo Testamento são baseados na Vulgate (versão latina da Bíblia supervisionada por S. Jerônimo no século IV d.C. e utilizada como a versão autorizada pela Igreja Católica Romana); no entanto não contém uma réplica exata da Vulgata – existem acrescentos e substituições ao texto original. O texto do manuscrito foi escrito com maiúsculas insulares (sistema de escrita medieval próprio da Irlanda) e acompanhado por elaboradas ilustrações. O livro é composto por 340 fólios, que fazem parte de uma folha maior – bifólio – que, quando dobrada a meio forma dois fólios. O manuscrito foi concebido para que cada um dos quatro evangelhos tivesse um fólio introdutório adornado de belíssimas iluminuras. Por outro lado, as palavras que introduzem cada evangelho estão de tal forma elaboradas que se tornam quase inteligíveis. As bordas das páginas, assim como as próprias letras eram adornadas com espirais elaboradas e figuras zoomórficas. Uma particularidade do Livro de Kells é a sua vasta gama de cores que passam pelo lilás, o roxo, o vermelho, o cor-de-rosa, o verde e o amarelo e é de realçar que todos os pigmentos eram naturais: por exemplo, o amarelo era obtido de um mineral do solo irlandês e o vermelho a partir de um inseto.
  • 6. Página | 5 Duas das mais célebres ilustrações do Livro de Kells são a ilustração Chi-Rho (fólio 34) e a imagem da Virgem e Cristo bebé (fólio 7). Acredita-se que a ilustração da Virgem terá sido a primeira ilustração em manuscritos ocidentais. As iluminuras detalhadas do Livro de Kells vestem todas as páginas deste tesouro à exceção de duas. O texto é todo ele ornamentado com iniciais desenhadas e pequenos animais e formas humanas retorcidas espelhando um trabalho delicado e muito técnico. . Fig. 2 Fólio 34 recto do Livro de Kells Chi-Rho Fig. 3 Fólio 7 verso do Livro de Kells A Virgem e Cristo Bebé
  • 7. Página | 6 FICHA TÉCNICA DO LIVRO DE KELLS: O Livro de Kells está escrito em folhas de velino (couro de bezerro) na proporção de 35cm x 25cm e terão sido necessários 185 bezerros para produzir um livro com tal magnificência. A sua capa era originalmente feita de ouro e acabada com pedras preciosas. O livro é composto por 340 fólios dos quais apenas dois não contêm ilustrações. ANÁLISE AO FÓLIO 34 RECTO DO LIVRO DE KELLS: A página Chi-Rho (fólio 34 recto) não é exclusiva do Livro de Kells; na verdade muitos evangelhos insulares iluminados possuíam essa mesma página, mas nenhuma comparável ao magnífico caos que aqui se encontra. Esse monograma de Cristo introduz o Evangelho de São Mateus que principia por expor a genealogia de Jesus. É composto por duas letras gregas, χ (chi) e ρ (rho) – “Cristo” em grego. O monograma de Cristo, no Livro de Kells, é decorado com muitos ornamentos retirados de um repertório de origem celta, algumas vezes abstratos, outras, figurativos, que resultaram numa profusão labiríntica de formas que escondem, às vezes, minúsculas figuras de gatos, ratos, peixes, borboletas, anjos, pavões, figuras humanas, a Hóstia Sagrada e também a face de Cristo. O ícone bizantino, no Livro de Kells, esconde-se nas vísceras das letras.
  • 8. Página | 7 Destacam-se quatro detalhes do fólio 34 do Livro de Kells: 1. Borboletas e Crisálidas: perto do topo da página encontram-se duas mariposas, ao lado de uma crisálida. Estes são considerados símbolos religiosos pouco convencionais e referem-se ao tema do nascimento e da renovação. A palavra generatio no pé da página significa “o nascimento”. 2. Três anjos: ao lado direito do monograma aparecem três anjos. A dupla que se encontra abaixo posa longitudinalmente, enquanto o terceiro deles segura dois instrumentos usados para afastar insetos da Eucaristia e do Sacerdote. 3. Cabeça de homem: cabeças humanas estilizadas eram geralmente usadas por artesãos celtas para decorar objetos preciosos. Algumas teorias sugerem que a cabeça mostrada na obra é uma referência a Cristo. 4. Gatos e ratos: dois gatos agarram os rabos de dois roedores que roubam a hóstia. Os felinos também têm as orelhas mordiscadas por um par de ratos. Os desenhos podem ser alguns dos símbolos da eucaristia espalhados pelo mundo ou apenas um exemplo do bom humor pelo qual a arte insular é conhecida. Fig. 2 Fólio 34 recto do Livro de Kells Chi-Rho
  • 9. Página | 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:  http://tesourobibliografico.wordpress.com/2012/05/10/livro-de-kells/  http://tipografos.net/livros-antigos/kells.html  http://angels.about.com/od/MiraclesReligiousTexts/a/Learning-Triumphs-The-Miraculous-Story-Of-The-Book-Of-Kells.htm  http://www.myguideireland.com/book-of-kells  http://encyclopedia2.thefreedictionary.com/The+Book+of+Kells  http://cheeseweb.eu/2011/10/visiting-book-kells-trinity-college-library-dublin/  http://faerytalebook.blogspot.pt/2012/11/inside-book-of-kells.html  http://www.tcd.ie/Library/manuscripts/book-of-kells.php  DE PAULA, Marcus Vinicius, A luz e a sombra da iluminura [PDF]
  • 10. Página | 9 ANEXO I – IMAGENS DE FÓLIOS DO LIVRO DE KELLS:
  • 11. Página | 10 ANEXO I – IMAGENS DE FÓLIOS DO LIVRO DE KELLS: