Páginas da Pública de 15-07-2007 com entrevista a Maria Keil, feita por Rita Pimenta, a propósito de uma exposição da Ilustrarte. "Artista ou operária?"
Páginas da Pública de 15-07-2007 com entrevista a Maria Keil, feita por Rita Pimenta, a propósito de uma exposição da Ilustrarte. "Artista ou operária?"
Sou fã da sua pintura e compartilho este pps com os meus alunos e amigos.
Um complemento ao estudo da arte e cultura do século XIX, mantendo-o tal como me chegou
Página de Cultura do Público de 23 de Março de 2012 sobre a Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha. Texto de Rita Pimenta, blogue letra pequena
Página Crianças do Público de 3 de Dezembro de 2011. Blogue Letra pequena online. De Rita Pimenta. Sugestões de actividades e espectáculos para crianças e famílias.
Página Zoom da Pública de 16 de Outubro de 2011. Jose Gourmet e as suas latas de conserva ilustradas. Uma ideia de Luís Mendonça. Blogue letra pequena, de Rita Pimenta
Na sequência das Eleições Europeias realizadas em 26 de maio de 2019, Portugal elegeu 21 eurodeputados ao Parlamento Europeu para um mandato de cinco ano (2019-2024).
Desde essa data, alguns eurodeputados saíram e foram substituídos, pelo que esta é a nova lista atualizada em maio de 2024.
Para mais informações, consulte o dossiê temático Eleições Europeias no portal Eurocid:
https://eurocid.mne.gov.pt/eleicoes-europeias
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=52295&img=11583
Data de conceção: maio 2019.
Data de atualização: maio 2024.
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisValéria Shoujofan
Aula voltada para alunos do Ensino Médio focando nos processos de Independência da América Latina a partir dos antecedentes até a consolidação dos Estados Nacionais.
Livro de conscientização acerca do autismo, através de uma experiência pessoal.
O autismo não limita as pessoas. Mas o preconceito sim, ele limita a forma com que as vemos e o que achamos que elas são capazes. - Letícia Butterfield.
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ILetras Mágicas
Sequência didática para trabalhar o gênero literário CORDEL, a sugestão traz o trabalho com verbos, mas pode ser adequado com base a sua realidade, retirar dos textos palavras que iniciam com R ou pintar as palavras dissílabas ...
livro em pdf para professores da educação de jovens e adultos dos anos iniciais ( alfabetização e 1º ano)- material excelente para quem trabalha com turmas de eja. Material para quem dar aula na educação de jovens e adultos . excelente material para professores
1. Ser e não ser
ilustrador
em Portugal
O mercado do livro infantil expandiu-se.
Há mais e melhores títulos e novas editoras.
Mas os ilustradores portugueses ainda são
também professores, designers, pintores.
Uma exposição que percorre a Europa mostra
o trabalho de 13 autores. Texto de Rita Pimenta
José Miguel Ribeiro
2. 60 • 18 Maio 2008 • Pública
André Letria
CHAPEUZINHOAMARELO,EDIÇÕESQUASI
3. Pública • 18 Maio 2008 • 61
A
oferta do livro ilus-
trado aumentou
nos últimos dez
a 15 anos, a quali-
dade também. A
relação das edito-
ras com os ilustra-
dores melhorou
bastante. Já há
contratos dignos,
devoluçãodeoriginaisepagamentodedireitosde
autor — até na mesma proporção de quem assina
otexto(cincoaseisporcentodopreçoparacada
um). Isto se o escritor aceitar. O nome de quem
ilustratambémjáaparecenacapa,mesmosepor
vezes em letra mais pequena.
Mas não é fácil ser ilustrador profissional em
Portugal. Do grupo de ilustradores que fazem
parte da exposição “Ilustrações.pt — Ilustração
Portuguesa Contemporânea para a Infância”
— actualmente na Feira Leer de León, Espanha
—,apenasAndréLetriaé“só”ilustrador.Emtom
brincalhão, diz não ser “pobrezinho”, mas ter
de conviver com “uma gestão difícil”.
Vale-lheaquantidadeapreciáveldetítulosque
já tem no mercado e para os quais negociou
contratosqueprevêemaatribuiçãodedireitos
de autor. E explica como estes se processam
actualmente: há um pagamento “à cabeça”,
calculado sobre 30 por cento de uma tiragem
inicialde3000exemplares,oquepodesignifi-
car “qualquer coisa como 500 ou 600 euros”.
Depois, aguarda-se a entrega de direitos de
autor sobre as vendas. O mais comum é haver
uma divisão equitativa para o autor do texto e
para o autor das imagens. Ou seja, se a editora
prevê 12 por cento do preço de capa para os
autores, seis por cento serão para o escritor e
seisporcentoparaoilustrador.“Quandocorre
bem, é assim.”
E quando não corre? “Há escritores que não
aceitam, mesmo se sabemos que alguns livros
não seriam o êxito que são sem as imagens. Aí
aeditoraéquedecidecomopagar.”MasAndré
Letria já não prescinde dos direitos de autor
que lhe são devidos, normalmente num inter-
valo entre os quatro e os seis por cento.
Duas vezes por ano há informações da Socie-
dade Portuguesa de Autores sobre as vendas
doslivros,“masseeufizerumlivroparasairno
Natal deste ano, nem no Natal seguinte recebo
aindaorestododinheiroporaqueletrabalho”.
Daí “a gestão difícil dos rendimentos”.
No momento em que falou à Pública tinha
acabado de receber uma proposta como “não
recebia há algum tempo” e que ia recusar. Pre-
texto para recordar como dantes, depois de
concluído o trabalho, “se afastava o ilustrador
do resto da vida do livro”. Era um pagamento
único e, mesmo com reedições, o ilustrador
nadamaisrecebia.Tambémhouvetemposem
que era difícil recuperar os originais.
Dois trabalhos recentes permitiram-lhe algum
fôlegofinanceiro:“Ascolecçõesdelivrosinfantis
para o ‘Expresso’ e para o ‘Sol’ facultaram-me
umbomrendimentoe,sobretudo,eusabiaoque
ia receber e quando”, realçando que a irregula-
ridade de pagamentos é o principal problema.
Até porque as colaborações periódicas com os
jornais diminuíram nos últimos tempos.
AndréLetria:“Nem
todososescritores
aceitampartilhar
osdireitosdeautor
comosilustradores”
João Vaz de Carvalho
5. Pública • 18 Maio 2008 • 63
“Não tenho ordenado”, mas esse aspecto
tambémtemoutrolado,queàsvezesépositivo:
“De vez em quando sabe bem receber direitos
de livros que já fiz há muito tempo, que corre-
rambemecontinuamavender.”Edáoexemplo
de dois trabalhos que assina com o seu pai, José
Jorge Letria, e de que recebeu recentemente
“três mil e tal euros”: “Versos de Fazer Ó-Ó”
(PrémioNacionaldeIlustração1999)e“Lendas
doMar”(1998),ambosdaTerramarecomsuces-
sivas reedições. Quando assim é, há uma mar-
gem para “apostar em projectos que rendem
menos em termos financeiros, mas são experi-
ências artisticamente mais interessantes”.
Todososoutrosilustradorespresentesnamos-
tra acumulam essa actividade com a de desig-
ners(casosdeMadalenaMatoso,BernardoCar-
valho,DanutaWojciechowskaeMartaTorrão),
comadeprofessores(TeresaLima,GémeoLuís
e José Manuel Saraiva), com a de pintura (João
Vaz de Carvalho e Cristina Valadas) e, final-
mente, com a de cinema de animação (José
Miguel Ribeiro).
Os progressos recentes no mercado editorial
“nãogarantem,noentanto,acontinuidadenos
trabalhos”, diz João Caetano, que começou a
ilustrar livros escolares (1981) e só chegou aos
títulos infanto-juvenis em 1993. É professor de
Educação Visual (8.º ano) e de História da Cul-
tura e das Artes (11.º ano), mas gostava de ser
“só” ilustrador. “Apesar do dinamismo actual
domercadodolivroinfanto-juvenil,aslivrarias
privilegiam as novidades, por isso se um livro
nãosevendenumanooudois,nuncamaisnin-
guémovê”,dizCaetano,premiadoem1995na
Bienal de Ilustração de Bratislava e em 2001
com o Prémio Nacional de Ilustração.
Alain Corbel, bretão que escolheu ser também
português e recebeu o Prémio Nacional de
Ilustração 2005, acabou por mudar-se para os
Estados Unidos da América, ainda que proviso-
riamente.Édeláquenosenvia,porcorreioelec-
trónico, a sua história: “Sim eu era ilustrador a
tempo inteiro. Nunca fiz outra coisa em Portu-
gal(deialgumashorasdecursodeilustraçãono
IADE, mas poucas). Quando recebi um convite
para dar aulas durante um semestre nos EUA,
não pensava ficar. Mas, depois de ter ganho um
concursoparaserprofessoratempointeiro,era
difícil recuar e voltar para Lisboa. Ou seja, se
fiquei aqui, é precisamente porque, apesar de
ter alguma fama em Portugal, nunca, economi-
camente, consegui ultrapassar uma meta: ser
rico e pagar as facturas no prazo certo!”
Assim sendo, Corbel divide-se entre as activi-
dades de professor, autor e ilustrador: “Isso
quer dizer que, depois das aulas (três dias por
semana), trabalho para mim. Também foi por
isso que fiquei nos Estados Unidos. Em Portu-
gal trabalhava sete dias por semana, quase 365
dias por ano, sem nunca conseguir realmente
realizar os meus projectos, mesmo se tive
AlainCorbel:“Fiquei
nosEUAporqueapesar
dafamaemPortugal
nuncaconsegui
pagarasfacturas
noprazocerto”
Alain Corbel
6. 64 • 18 Maio 2008 • Pública
Danuta Wojciechowska
7. Pública • 18 Maio 2008 • 65
a sorte de publicar bons livros com bons
autores. Acabei por publicar só na Caminho,
porque gosto das condições e das pessoas e
porque tive alguns desgostos com outras edi-
toras portuguesas.”
TemmaisdoisanosdecontratocomoDeparta-
mentodeIlustraçãodoMarylandInstituteCol-
lege of Art, mas gostava de se dedicar também
à banda desenhada: “Tenho como parceiros o
RichardCâmara,ilustradorportuguêsquevive
em Madrid, o John Hallinan (para uma história
sobre Lisboa) e a Sue Kelly (para uma história
sobreSãoTomé),doisjovensamericanos.Além
de projectos que desejo realizar sozinho.”
Corbel não desiste, no entanto, de regressar:
“Não sei muito bem o que fazer a seguir. Portu-
gal é de certeza um lugar para voltar (mais do
que a Bretanha), mas se pudesse ia viver desde
já em terras quentes onde também se fala por-
tuguês, na Guiné ou em São Tomé.”
A “Ilustrações.pt — Ilustração Portuguesa Con-
temporânea para a Infância” (design de Rui
Mendonça) esteve em Bolonha na Feira Inter-
nacional do Livro Infantil, numa organização
daIlustrarte,comoapoiodaDirecção-Geraldo
Livro e das Bibliotecas (DGLB). Durante o mês
de Maio, esta mostra do trabalho de 13 ilustra-
doresportuguesesvaiestaremLeón(Espanha)
eseguirádepoisparaParis.Aoscomissáriosda
mostra,JuGodinhoeEduardoFilipe,chegaram
também pedidos para Roma, EUA e Japão.
A escolha, dizem por “e-mail”, foi difícil:
“Critérios como qualidade e originalidade
são subjectivos e difíceis de definir. Antes de
mais,éumaescolhapessoal,porissoassinada.
Tivemoscontudoematençãoalgunsaspectos:
dado tratar-se de uma exposição também de
livros, privilegiámos autores com obra publi-
cada; a participação da DGLB como entidade
promotora fez-nos ter em atenção autores dis-
tinguidoscomoPrémioNacionaldeIlustração;
procurámos conseguir uma selecção em que
estivessem presentes autores consagrados e
novas gerações e que apresentasse uma boa
variedade de linguagens estéticas, estilos e
técnicas.” a
As imagens foram retiradas do catálogo
de “Ilustrações.pt”
João Caetano
Aspecto geral
da exposição
em Bolonha
JoãoCaetano:“Gostava
deser‘só’ilustrador,
masnãohágarantia
decontinuidade
nostrabalhos”