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Novo Lar para idosos
Novo Lar para idosos
RESUMO 
A habitação, tal como temos hoje, é fruto de modificações construtivas de importância inestimável. Os espaços, que 
foram se ajustando às necessidades de seus ocupantes, ofereceram aos que cederam a eles sua atenção, a oportunidade ímpar de 
transformação e acondicionamento à evolutiva forma de viver. Desde as cavernas, habitáculo rudimentar e natural do homem 
pré-histórico, as paredes sempre traduziram mais que apenas abrigo das intempéries ou dos perigos cotidianos: tornou-se o 
aconchego para o fim do dia cansativo de labor. Diacronicamente, esse trabalho se deu a expor como as moradias para idosos 
passaram pelo tempo e foram modificadas por ele. Ainda, se deu a aguçar a visão e exprimir o foco sobre a fase da vida em que o 
lar, nem sempre, significa estar entre parentes. A velhice, futuro daqueles que conseguirem “vencer a vida”, pode ser agradável ou 
desagradável mediante à atenção e cuidado com que parentes, sociedade e governantes tratem esse assunto tão ausente das pautas. 
A condição natural do ser é envelhecer, mas sob que condição isso pode acontecer é que nos faz conceber esse estudo. Se não 
existe alternativa à velhice, é preciso que se imagine os últimos dias envoltos em dignidade e bem estar. Aos que tanto 
contribuíram para que os nossos dias fossem melhores valeria o esforço de conceber espaços que atendessem à condição humana 
de dignidade, lazer, saúde e bem estar. É objetivo desse estudo propiciar a, pelo menos uma casa que abriga permanentemente 
idosos, a ressignificação dos espaços que a teoria indica como motivadora de um novo olhar daqueles que vivem a terceira idade. 
Os vários capítulos por que foi dividido esse trabalho apresentarão de forma clara e concisa a história do envelhecimento, os 
cenários das casas de abrigo a idosos no mundo, no Brasil e na Região Metropolitana do Vale do Aço. A conclusão validará as 
constatações das observações e oferecerá alternativa de reestabelecimento do conceito de Instituição de Longa Permanência para 
Idosos (ILPI), bem como o modo como as famílias, sociedade e governos veem essas instituições que oferecem esse serviço, seja 
pelo poder público, por filantropia ou por opção comercial. 
Palavras-chave: VELHICE; MORADIA; BEM ESTAR; DIGNIDADE; ABRIGO; IDOSOS; RESSIGNIFICAÇÃO.
1- INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO 
Este trabalho de conclusão de curso visa à discussão e concepção de uma proposta de espaço para acolhimento ao idoso, 
seja ela de longa ou temporária permanência, que possibilite um elo afetivo e de pertencimento entre as pessoas e o lugar. Isto 
significa que o indivíduo precisa se sentir como pertencente ao lugar e ao mesmo tempo sentir que esse lugar o pertence e assim, 
acreditar que pode e vale a pena interferir na rotina e nos rumos desse lugar como autor da ação. 
Serão confrontados os modelos de unidades de acolhimento ao idoso existentes na Região do Vale do Aço, como previsto 
na legislação brasileira por meio da lei de nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso. 
Art. 2º - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da 
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e 
facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e 
social, em condições de liberdade e dignidade. 
O artigo 3º define a priorização do atendimento aos idosos pela própria família, negando-se o atendimento asilar, exceto dos que não 
a possuem ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência, de forma a assegurar os direitos fundamentais para 
atendimento às suas principais necessidades. 
Art. 3º - É obrigação da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar ao 
idoso, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à 
cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e 
comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, 
exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência. (ESTATUTO 
DO IDOSO, 2003, p.1 e 2). 
23
NOVO LAR PARA IDOSOS 
24
INTRODUÇÃO 
Também aqui, a casa é evidenciada como o refúgio do ser humano. É ela a âncora onde o indivíduo 
revigora suas forças e fortalece a sensação agradável do lar. 
Para Mincache (2010), no Caderno Temático Kairós Gerontologia, “(...) a casa é o nosso canto no 
25 
mundo”. 
A citação traz o entendimento da casa como o centro de referência do indivíduo, desde seu nascimento 
até sua morte, por meio de lembranças que ficam gravadas na memória e no inconsciente e que o acompanham 
ao longo de sua vida. 
Já o lar aparece como a vivência familiar dentro da casa, resultante do clima espiritual que ecoa nos 
ambientes concretos da moradia. 
“O lar é uma condição complexa que integra memórias, imagens, passado e presente, 
sendo um complexo de ritos pessoais e rotinas quotidianas que constitui o reflexo de seus 
habitantes, aí incluídos seus sonhos, esperanças e dramas”. (MIGUEL, 2002). 
Discutir e propor alternativas relacionadas à moradia para o idoso é então necessário e urgente, 
considerando-se que, o envelhecimento da população traz em seus princípios, a redução da mobilidade, da 
agilidade, da força óssea e dos reflexos. Cabe ao arquiteto, muito além de suprir as necessidades físicas, oferecer 
um acolhimento por meio de recursos arquitetônicos, que permitam a experimentação do espaço através dos 
sentidos, estimulando uma identificação e interação mais próxima com o ambiente e o convívio social interno e 
externo, estes podendo produzir no idoso o entendimento da instituição como seu lar.
NOVO LAR PARA IDOSOS 
26
INTRODUÇÃO 
27
2- OBJETIVOS
OBJETIVOS 
31
3- JUSTIFICATIVA
JUSTIFICATIVA 
A necessidade de repensar o desenho urbano e os espaços arquitetônicos é iminente e de fundamental importância para o 
profissional da Arquitetura e do Urbanismo. Em nível mundial, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais cresce de forma 
mais rápida que a população de outras faixas etárias. Segundo dados do IBGE (2010), estima-se que em 2050 haverá dois bilhões 
de idosos, 80% deles nos países em desenvolvimento. A população de 80 anos ou mais é a que mais cresce e poderá passar dos 
atuais 11% para 19% em 2050. 
Trazendo este cenário para a Região Metropolitana do Vale do Aço, o que se constata é que a população, a exemplo do que 
vem ocorrendo no Brasil, ficou mais madura nos últimos 10 anos e em 2030 poderá haver carência de mão de obra jovem para 
suprir a demanda do mercado. 
Segundo o último Censo do IBGE, no ano 2000 as cidades de Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga e Santana do 
Paraíso tinham 8,91% de pessoas com idade entre 0 a 4 anos; em 2010, o número caiu para 6,67%. Na mesma estatística, as 
pessoas com idade entre 50 e 59 anos representavam 6,80% da população total no ano de 2000 e em 2010 o número subiu para 
10,90%. Um aumento de 4,10% (IBGE, 2010). 
37
4- CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
43 
4.1 O ENVELHECIMENTO 
4.1.1 NO MUNDO 
O envelhecimento da população mundial é um fenômeno novo que vem ocorrendo em vários países de forma e ritmo 
diferenciados, progredindo mais rapidamente nos países em desenvolvimento. Em todo o mundo, o que era privilégio de poucos, 
no Século XXI passou a ser experiência de um número cada vez maior de pessoas viver mais. Vive-se mais devido a melhorias 
substanciais nas condições de vida e nos avanços da medicina. Um mundo cada vez mais velho é fato que não pode ser ignorado, 
conforme dados constantes no relatório “Envelhecimento no Século XXI”, publicado pelo Fundo de População das Nações 
Unidas (UNFPA 2012): 
“(...) no mundo todo, a cada segundo 2 pessoas celebram seu sexagésimo aniversário – em um total anual 
de quase 58 milhões de aniversários de 60 anos. Uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos de idade ou mais, e 
estima-se um crescimento para 1 em cada 5 por volta de 2050”. 
Se o número de idosos cresce mais rápido do que outra faixa etária e os países em desenvolvimento assumem esta 
liderança, fica então o desafio para governantes de estabelecerem políticas públicas de amparo mais eficientes e adequadas para 
acompanhar as mudanças demandas por esse novo segmento. A reportagem publicada no Globo (2011), mostra a preocupação 
com o acelerado envelhecimento da população, que representa conquista da humanidade, mas que precisa ser tratado de forma 
diferente pela sociedade em geral: 
“Para alguns pesquisadores, a questão da idade já ultrapassa a preocupação com os problemas ambientais 
e de sustentabilidade como principal desafio para a demografia global”. “... Muitos se preocupam com o excesso 
de população no mundo atual, mas está na hora de começarmos a nos preocupar com a escassez de pessoas”. 
(REDE GLOBO, 2011)
NOVO LAR PARA IDOSOS 
A grande preocupação com o envelhecimento acelerado é decorrente de números que apontam atualmente 800 milhões 
de pessoas com mais de 60 anos no mundo, o que representa 11% da população. Em 2050, as projeções apontam para um 
contingente de mais de 2 bilhões de idosos, o que constituirá 22% da população. Para assegurar a esta população o bem-estar no 
presente e no futuro é urgente que governantes adotem estratégias próprias, em geral na área da saúde, já que hoje 47% dos idosos 
e 23,8% das idosas participam da força de trabalho. 
Figura 1 - Distribuição da população mundial por idade e sexo - 2011 e 2050* 
Homens Mulheres 
Homens - 2050 Homens - 2011 Mulheres - 2011 Mulheres - 2050 
Fonte: Nações Unidas (UNITED NATIONS, 2013) 
O gráfico mostra a distribuição da população mundial por idade e sexo em 2011 e 2050, sinalizando que em 40 anos haverá um 
estreitamento da base e um alargamento do topo, mais intenso entre as mulheres. 
44
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Preocupada então com a proteção e atenção aos idosos, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu duas 
conferências mundiais sobre o tema, sendo uma em Viena em 1982 e a outra em Madri em 2002. Na conferência é dado destaque 
ao fato de que antes existia uma grande preocupação com a explosão demográfica no mundo. Falava-se que a população chegaria 
rapidamente a 15 bilhões de pessoas, mas hoje os números mostram que não passará de 10 bilhões. 
Segundo relatório da ONU (2011), a principal tendência da demografia global é que na maior parte dos países do mundo a 
população não cresce mais, ou cresce menos do que no passado, resultado da tendência global de menor fecundidade. Mesmo no 
terceiro mundo, o crescimento da população está diminuindo. Países considerados “jovens”, hoje convivem com uma população 
que cresce bem mais lentamente, como ocorre no Brasil. 
Dados ainda mostram que na China a taxa de nascimento já é preocupante, e na Índia, que ainda cresce mais, também está 
diminuindo. Porém a estabilidade da população nesses dois países deve ser atingida em poucas décadas. Somente na África há um 
crescimento populacional ainda grande, com média acima de 3 filhos por mulher. Na Europa a taxa de natalidade é de 1,53 e 2,03 
na América do Norte e na Ásia. (REDE GLOBO, 2011). 
O rápido crescimento da população mundial é fenômeno recente. Há cerca de 2.000 anos, a população mundial era de 
cerca de 300 milhões. Foram necessários mais de 1.600 anos para que ela duplicasse para 600 milhões. Este crescimento teve 
início em 1950, com reduções de mortalidade nas regiões menos desenvolvidas, o que resultou numa população estimada em 6,1 
bilhões no ano de 2000, quase duas vezes e meia a população de 1950. Com o declínio da fecundidade na maior parte do mundo, a 
taxa de crescimento global da população tem decrescido desde seu pico de 2,0%, observado no quinquênio 1965-1970. 
(NAÇÕES UNIDAS, 2011). 
45
Figura 2 - Aumento da população mundial 
Fonte: Reportagem Globo, G1, 2011. 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
46
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Figura 3 - População idosa no mundo de 1960 a 2020 
0 100 200 300 400 500 
Fonte: Ministério da Saúde – Programa Saúde do Idoso, 2002. 
47 
1960 
1980 
2000 
2020 
Países desenvolvidos 
Países em desenvolvimento 
População em milhões
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Em relação à longevidade no mundo, outro importante ponto para entender o envelhecimento da população, tem-se que 
a Península Macau, situada na China, ocupa o 1º lugar, apresentando uma expectativa de vida de 84,36 anos. O Brasil ocupa o 123º 
com 71,99 anos e o último colocado na pesquisa ficou para Angola, na África que ocupa o 224º lugar com 38,20 anos. É 
importante observar que os últimos lugares na classificação da expectativa de vida ficaram no continente Africano (Libéria, 
Moçambique, Lesoto, Zâmbia e Angola), países mais pobres, onde altas taxas de fecundidade dificultam o desenvolvimento e 
perpetuam a pobreza, conforme apontado em estudo da ONU e mostrado no gráfico abaixo. (NAÇÕES UNIDAS, 2011). 
Não há como negar que o envelhecimento no mundo traz grandes preocupações por ser um fenômeno ao qual os países 
estão tentando se adaptar. De um modo geral a área da saúde é a mais afetada pela crescente demanda de serviços. Sendo assim, 
Figura 4 - Expectativa de vida no mundo 
Fonte: ISTOÉ Independente, ed. 2105, 2010. 
48
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
pode-se afirmar que se existe aumento da necessidade de cuidados com esta população, existe também o aumento de demandas 
por opções de moradias especiais, principalmente para os idosos de baixa renda, já que são retirados do mercado de trabalho, 
passando a sobreviver com o valor recebido na aposentadoria ou no benefício da LOAS (Benefício de Assistência Social ao Idoso 
e ao Deficiente). Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2014), apontam que pelo menos 48% das pessoas em 
todo o mundo, com idade para se aposentar, não recebem nenhum tipo de benefício, enquanto os 52% que têm acesso a algum 
provento não recebem o valor adequado. 
4.1.2 NO BRASIL 
Brasil, país com uma população estimada de 201.032.714 habitantes, que de acordo com os dados mais recentes do IBGE 
(2010), vem passando por transformações significativas a partir do crescente envelhecimento da população. Fenômeno este que, 
como já descrito no capítulo anterior, ocorreu inicialmente nos países desenvolvidos atingindo rapidamente os países em 
desenvolvimento, tornando a longevidade uma característica do mundo atual. (PRADO e DUTRA, 2004). 
No Brasil, este processo ganhou maior espaço ao longo da segunda metade do século XX e tomou maior impulso a partir 
de sua última década. Em 1950, o Brasil era o 16º país em número de idosos, em 2025 será o 6º. 
O Brasil hoje é um “jovem país de cabelos brancos”. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à 
população brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. O Brasil passou de 
um cenário de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro de enfermidades complexas e 
onerosas, típica dos países longevos, caracterizado por doenças crônicas e múltiplas que perduram por anos, com 
exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. (REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 
2009). 
Pode-se dizer que o aumento da expectativa de vida no cenário nacional ocorreu nos últimos 60 anos, impulsionado pelos 
avanços tecnológicos relacionados à área da saúde, que possibilitaram maior acesso às vacinas, antibióticos, quimioterápicos, 
49
NOVO LAR PARA IDOSOS 
dentre outros medicamentos, tornando possível a 
prevenção e a cura de muitas doenças. Fato que aliado à 
queda da fecundidade, permitiu a explosão demográfica de 
pessoas com mais de sessenta anos. 
“ O B r a s i l p a r e c e t e r 
definitivamente “descoberto” a 
velhice. Depois do Ano Nacional do 
Idoso, em 1999, ganhou destaque o 
mais recente congresso da Sociedade 
B r a s i l e i r a d e G e r i a t r i a e 
Gerontologia (SBGG), realizado na 
capital do país, em junho de 2000”. 
(DIRETÓRIO DOS GRUPOS DE 
PESQUISA NO BRASIL DO 
CNPq,2000). 
Neste contexto, é a partir de 2000 que estudos 
sobre a velhice ganham espaço no país, já que idade 
avançada era coisa de países da Europa ou do Japão. 
Embora projeções estatísticas já indicavam esta faixa etária 
como a mais crescente na maioria dos países em 
desenvolvimento. 
No intuito de apurar e acompanhar os índices de 
envelhecimento no país, dados estatísticos passaram a ser 
levantados e divulgados por órgãos oficiais do Brasil. 
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística, 2010), tem-se que no período de 1999 a 2009, o 
índice relativo dos idosos (60 anos ou mais de idade) no 
conjunto da população passou de 9,3% para 11,3%, 
percentual ainda maior no período de 2009 a 2011 onde 
houve aumento de 7,6%., ou seja, mais de 1,8 milhão de 
pessoas. Em 2050 estima-se que haverá 64 milhões de 
pessoas idosas, o que corresponde a 30% da população 
brasileira. 
Quanto à estratificação dos índices por sexo, em 
documento da Presidência da República (2011), 
Coordenação Geral dos Direitos do Idoso, a estatística 
aponta para uma feminilização da velhice em 2020, em que 
14,0% da população feminina contra 11,1% da população 
masculina serão de pessoas idosas. Segundo dados do 
IBGE (2010), as mulheres continuarão vivendo mais que os 
homens e em 2060 a expectativa de vida delas será de 84,4 
anos contra 78,03 dos homens. Esta predominância do 
sexo feminino entre os idosos mostra que serão elas as 
50
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
maiores dependentes dos cuidados disponibilizados nas 
políticas públicas. 
Ainda no mesmo relatório, a partir de 2043 o país 
sofrerá um declínio da população, que terá prováveis 
implicações na economia com menos pessoas para produzir e 
gerar renda. A redução da população será acompanhada de 
um acelerado envelhecimento. O grupo de mais de 65 anos 
será mais de um quarto (26,7%) dos brasileiros em 2060, 
sendo que hoje representa 7,4%. 
Os gráficos abaixo mostram que na década de 40 a 
pirâmide brasileira começa a tomar forma invertida, resultado 
do aumento da terceira idade e diminuição da porcentagem de 
jovens, reafirmando a permanência do maior número de 
idosos do sexo feminino. 
2013 2040 2060 
Pessoas com mais de 65 anos serão mais de um quarto dos brasileiros em 2060, segundo projeção do IBGE. 
O percentual desse grupo representa 7,4% do total de pessoas que vivem no país em 2013. 
Fonte: Costa, 2010 
Figura 5 - Pirâmides etárias absolutas 
51 
Milhões de pessoas 
Idade 
Homens - 2011 Mulheres - 2011
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Comparando a pirâmide etária relativa da França 
em 2005 com a do Brasil em 2050, tem-se que, no máximo 
em 40 anos, a brasileira será semelhante à da França atual. O 
país terá taxa de natalidade mais baixa e, com isso, média de 
idade maior, como pode ser observado no gráfico abaixo 
(IBGE, 2010). 
Figura 6 - Pirâmide etária relativa - França 2005 e Brasil 2050 (%) 
Confrontando agora o Brasil com a África, 
observa-se que há 50 anos, nosso país tinha o mesmo perfil 
etário do continente africano hoje: muitos jovens e 
crianças. Desde então, a população cresce em ritmo cada 
vez mais lento e apresenta um crescimento da faixa juvenil 
muito inferior aos apresentados em países da África, 
conforme demonstrado no gráfico. (IBGE, 2010). 
Figura 7 - Pirâmide etária relativa - África 2005 e Brasil 1960 (%) 
Fonte: Costa, 2010 Fonte: Costa, 2010 
Em análise dos dados referentes à condição econômica da população geral de idosos, os registros apresentam que 57,9% 
são aposentados e a renda familiar per capita se distribui da seguinte maneira: 43,2% até 1 salário mínimo, 29,0% de 1 a 2 salários 
mínimos e 22,9% mais de 2 salários mínimos. O que aponta uma grande massa com baixo poder aquisitivo e ainda, em alguns 
casos, como sendo a principal fonte de renda da família. (IBGE, 2010). 
52
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Já em relação à saúde apresentada por essa população de idosos, dados confirmam que envelhecer sem doença crônica é 
uma exceção, tendo em vista que 48,9% dos idosos sofrem de mais de uma doença crônica e no subgrupo de 75 anos ou mais de 
idade, a proporção atinge 54,0%. Além das doenças crônicas, esta população passa por mudanças físicas, psicológicas e sociais 
que ocorrem de diferentes formas, embora a expectativa de vida ao nascer está ascendente saindo de 69,8 anos em 2000 para 81,2 
anos em 2060 (IBGE, 2010). 
Com o avanço da idade, maiores são as chances do surgimento de doenças crônicas e degenerativas que não possuem cura 
e cerceiam os idosos da liberdade e da autonomia. Uma das formas mais conhecidas são as demências, sendo a mais comum o Mal 
de Alzheimer. 
Para enfrentar o quadro de envelhecimento da população, a partir da década de 90, o governo brasileiro passou a dedicar 
legislações e programas sociais à população idosa. Políticas públicas foram repensadas pelos governantes. Como primeiro 
impulso, destaca-se a Constituição de 1988. Em seguida surge então a Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e 
regulamentada pelo Decreto nº 1948, de 03 de junho de 1996. Política que assegura os direitos sociais à pessoa idosa, ao criar 
condições para promover sua autonomia, sua integração e sua participação efetiva na sociedade, já que a velhice é inevitável e 
exige políticas próprias. “A velhice é a mais inesperada de todas as coisas que acontecem a um homem”. (TROTSKY, DIÁRIO 
DO EXÍLIO, 1935). 
Esse envelhecimento desencadeia profundas mudanças na sociedade de um modo geral, atingindo principalmente as 
áreas da saúde, da filosofia e da política. Tom Kirkwood (2001, p.71), em seu livro “Os Melhores Anos de Nossas Vidas”, levanta 
uma discussão sobre o que se pensa da velhice enquanto um processo necessário e inevitável: 
”(...) Duas das ideias mais comuns sobre a velhice, no entanto, são falsas. A primeira diz que a velhice é 
inevitável porque simplesmente temos que sofrer desgaste. A segunda, que é necessária e que somos 
programados para morrer porque, de outra maneira, o mundo ficaria intoleravelmente congestionado de gente. O 
envelhecimento, contudo, nem é inevitável nem necessário, pelo menos não da maneira como supõem tantas 
pessoas. É uma boa notícia essa, se temos esperança de, eventualmente, melhorar a condição e a qualidade de vida 
na velhice”. 
53
NOVO LAR PARA IDOSOS 
A discussão proposta pelo autor mostra que o grande desafio consiste na descoberta do envelhecer como simplesmente 
passar para uma nova etapa da vida. Uma nova fase que deve ser vivida de maneira positiva, saudável e feliz e que é preciso investir 
na velhice como se investe na infância e na juventude. 
Portanto, sendo o envelhecimento um fato que caminha a passos largos no mundo e no Brasil, cabe então à sociedade 
buscar novas soluções para assistir adequadamente a este grupo. No que se refere à longevidade, de acordo com o 
Ministério da Saúde (2009), o Brasil tem se organizado na tentativa de responder às crescentes demandas desta população, 
preparando-se para enfrentar as questões da saúde e do bem estar do idoso. 
Como providência ainda em 1º de outubro de 2003 foi sancionada a lei 10.741, que dispõe sobre o estatuto do idoso e dá 
outras providências. Dentre todas as medidas nele previstas, trata também da questão da moradia, no capítulo IX, artigo 37 onde 
consta: “O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, 
quando assim o desejar, ou ainda, em instituição pública ou privada”. 
Considerando o preconizado nesse artigo e pensando nos crescentes índices de doenças crônicas e degenerativas que 
acometem o indivíduo, principalmente em idade mais avançada, fica a certeza de que haverá um aumento de demandas por lares 
que ofereçam soluções ou adaptações nos ambientes, a fim de torná-los mais agradável, seguro e confortável. Fica então para o 
arquiteto o papel de reinventar novos conceitos de Arquitetura e Urbanismo, em atendimento aos cuidados requeridos por esta 
faixa etária. 
4.1.3 NA REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO AÇO 
Estreitando a análise do envelhecimento, para melhor entendimento e identificação da área de atuação, cuidará este 
capítulo dos dados relativos à população idosa residente nos municípios que integram a Região Metropolitana do Vale do Aço 
(RMVA), tanto do ponto de vista da distribuição por faixa etária e sexo, como de políticas públicas municipais. 
54
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Para constatação se há na região aumento dos idosos, como vem ocorrendo no mundo e no Brasil, dados serão analisados 
e confrontados com outras cidades do país, bem como com cidades de outros países, para verificação e entendimento do 
comportamento da velhice no Vale do Aço. Para confiabilidade estatística, serão utilizados dados disponibilizados por órgãos 
oficiais do governo. A seguir, ainda como forma de verificação da tendência apresentada nos quatro municípios, dados serão 
confrontados com os registrados para o Estado de Minas Gerais, Brasil e Mundo. 
As análises contribuirão ainda para a definição do projeto a ser proposto, no que se refere ao tipo de modalidade de longa 
ou temporária permanência, município de atuação e seleção da instituição para intervenção. 
A discussão iniciará a partir da reportagem do caderno de notícias do dia 25/12/2011, onde consta: “Cidades da região 
estão ficando mais maduras”. Ainda em destaque informa que “A população idosa aumentou 4,10% nas cidades-polo do Vale do 
Aço nos últimos 10 anos, e em 2030 pode haver carência de mão-de-obra jovem para suprir a demanda”. 
A preocupação relatada acima é decorrente do fato de que o envelhecimento retira o indivíduo do meio produtivo, 
diminuindo a mão-de-obra disponível. Ainda o cenário é agravado pela diminuição da fecundidade apresentada na região, 
conforme mostra os índices apontados em pesquisa do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE 2010): 
“(...) na década de 80 havia em média 5,8 pessoas por domicílio no Vale do Aço. Em 2010, esse número passou 
para 2,9. Seguindo essa tendência nacional, num período de uma década o índice de nascimentos na região do Vale 
do Aço caiu bastante”. 
Dados que confirmam a Região Metropolitana do Vale do Aço com o mesmo comportamento identificado no Brasil e no 
Mundo, tanto do ponto de vista do crescimento do número de idosos como pela redução da taxa de fecundidade. 
Segundo o Coordenador Regional do IBGE, João Braga (2010): 
“(...) a população do Vale do Aço está envelhecendo numa proporção quase que geométrica e, infelizmente, os 
gestores governamentais não estão investindo em políticas públicas para atender a demanda na mesma 
proporção. Essa é uma realidade que foi constatada em todo o país no último Censo”. 
55
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Pode-se afirmar que os problemas oriundos do envelhecimento na população no Vale do Aço, não diferem das demais regiões do 
país: “novo” segmento que cresce assustadoramente, exigindo maior atenção e cuidado pela sociedade. O que agrava ainda mais é que poucas 
são as políticas públicas de amparo ao idoso e mesmo assim apresentam baixo índice de cumprimento. Atores que alavancaram o 
desenvolvimento da região siderúrgica são hoje personagens esquecidos, ficando normalmente desprovidos de cuidados e atenção. 
Ainda analisando os dados estatísticos do último Censo do IBGE, tem-se que em dez anos o índice de crianças nos quatro 
municípios do Vale do Aço caiu, mas em contrapartida subiu 4,10% o número de pessoas entre 50 a 59 anos de idade, conforme 
dados abaixo: 
“(...) em 2000 Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga e Santana do Paraíso tinha 8,91% de pessoas 
com idade entre 0 a 4 anos; em 2010, o número caiu para 6,67%. Na mesma estatística, as pessoas com 
idade entre 50 e 59 anos representavam 6,80% da população total no ano de 2000 e, em 2010, o número 
subiu para 10,90%. Um aumento de 4,10%”. 
As fotos abaixo mostram cenas de uma reportagem em comemoração ao dia do idoso, realizada no município de Coronel 
Fabriciano em 1º de outubro de 2011. Nesta atividade organizada pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) são 
destacados os números de 37.000 idosos registrados na Região Metropolitana do Vale do Aço, bem como o aumento de 32% 
desta população. 
Figura 8 - Comemoração ao dia do idoso em Coronel Fabriciano 2011 
Reportagem do CRAS – Comemoração Dia do Idoso, 1º Outubro de 2011. 
56
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Como o envelhecimento é um fenômeno da atualidade, faz-se necessário o comparativo entre os números registrados no 
ano de 2000 e 2010, nos municípios estudados, para verificação do comportamento dessa população frente às faixas etárias. As 
análises serão realizadas para cada município, separadamente, no intuito de levantar um diagnóstico que possibilite a escolha da 
instituição a ser beneficiada pela proposta “Novo Lar para Idosos”. 
 Município de Coronel Fabriciano: 
Segundo o Censo de 2010, foi registrado um total 103.694 habitantes residentes no município, sendo seu Produto Interno 
Bruto (PIB) com destaque na área de prestação de serviços. 
No que se refere ao Desenvolvimento 
Humano Municipal (IDH-M) se classifica 
como Alto, com um índice de 0,744. Em 
relação ao IDH-M de Longevidade na faixa de 
muito alto com 0,852 e no IDH-M de Renda 
alto com 0,793. 
Para verificação da evolução do 
envelhecimento no município, comparando as 
pirâmides de distribuição da população por 
sexo, segundo os grupos de idade, tem-se no 
ano de 2000 o registro de 7.559 idosos, sendo 
3.332 do sexo masculino, o que corresponde a 
3 , 5 % e 4 . 2 2 7 d o s e x o f e m i n i n o , 
correspondendo a 4,3% desta população. 
Figura 9 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Coronel Fabriciano (MG) - 2000 
Fonte: Censo IBGE, 2000 
57
NOVO LAR PARA IDOSOS 
58 
Já em 2010 este número passa para 
11.248, distribuídos em 4.862 do sexo 
masculino, com um percentual de 4,7% e 7.559 
do sexo feminino, correspondendo a 6,1%, 
conforme verificado ao lado: 
Comparando os dados da pirâmide de 
2000 com os de 2010, tem-se em 10 anos um 
aumento de 67% da população de idosos no 
município e ainda o número de mulheres sendo 
superior ao dos homens. Mesmo com este 
percentual de envelhecimento bastante 
expressivo, Coronel Fabriciano não possui 
política pública específica de amparo ao idoso, 
Figura 10 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Coronel Fabriciano (MG) - 2010 
Fonte: Censo IBGE, 2010 
estão atualmente se organizando para constituição da mesma. 
Outro dado importante é a existência somente de uma Instituição de Longa Permanência para atender a demanda de 
moradia especial para esta faixa etária, subsidiada pela Prefeitura Municipal. 
· Município de Ipatinga: 
Para este município, o Censo de 2010 registrou uma população de 239.468 habitantes, sendo seu PIB o maior da 
microrregião onde está inserido, se destacando na área indústria. Apresenta IDH-Municipal alto com índice de 0,771, índice de 
Longevidade muito alto com 0,864 e índice de Renda alto com 0,752. Cidade apontada em 2013 como a que apresentou o melhor 
IDH do Vale do Aço, ocupando a 220ª posição na classificação de melhor região para se viver. (G1, 2013).
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
59 
A pirâmide de distribuição populacional, 
ao lado, mostra a faixa etária acima de 60 anos de 
idade, em 2000, com um total de 12.975 pessoas, 
sendo 5.895 do sexo masculino, correspondendo 
a 2,8% e 7.080 do sexo feminino, representando 
3,3%. 
No ano de 2010, conforme demonstrado 
na pirâmide, a população de idosos aumentou 
em 57%, totalizando 22.854 pessoas, ficando 
distribuídas entre 10.366 masculinos, 
representando 4,3% e 12.488 femininos, 
correspondendo a 5,2%. 
Figura 11 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Ipatinga (MG) - 2000 
Fonte: Censo IBGE, 2000 
Figura 12 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Ipatinga (MG) - 2010 
Fonte: Censo IBGE, 2010
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Ipatinga também apresenta elevado percentual de envelhecimento da população, porém o município possui, desde de 
08 de agosto de 2012, a Lei nº 3.091, que dispõe sobre a Política Municipal do Idoso e sobre o Conselho Municipal do Idoso, 
visando assegurar a esta faixa etária os direitos sociais, promover sua integração e efetiva participação na sociedade. 
Em seu Artigo 4º esta política tem como instrumento de deliberação, de ações e de captação de recursos, respectivamente: 
I - o Conselho Municipal do Idoso de Ipatinga - CMII; 
II - o Fundo Municipal do Idoso de Ipatinga - FMII; 
III - a Conferência Municipal do Idoso. 
Para atendimento ao público de idosos que necessitam do acolhimento em moradias especiais existem três Instituições de 
Longa Permanência para Idosos (ILPI) e uma Residência Inclusiva, que cumprem os requisitos previstos na política pública 
municipal. 
 Município de Santana do Paraíso: 
Com 27.265 habitantes registrado no censo de 2010, tem seu PIB com destaque para serviços e agropecuária. Em seu 
IDH Municipal apresentou, em 2010, um índice de 0,685, estando na faixa média, IDH-M de Longevidade muito alto com índice 
de 0,878 e IDH-M de Renda médio para um índice de 0,663. 
Quanto à evolução do envelhecimento no municipio, segundo dados coletados no censo do IBGE e demonstrado no 
gráfico, tem-se no ano de 2000 o registro de 1.224 idosos, sendo 596 pessoas do sexo masculino representando 3,2% e 628 do 
sexo feminino representando 3,3%. 
60
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Figura 13 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Santana do Paraíso (MG) - 2000 
Fonte: Censo IBGE, 2000 
Figura 14 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Santana do Paraíso (MG) - 2010 
Fonte: Censo IBGE, 2010 
No gráfico de 2010 esta faixa etária 
apresentou um aumento de 53%, passando para 
2.288 pessoas com idade acima de 60 anos, 
distribuída entre 1.099 do sexo masculino sendo 
3,9% e 1.189 do sexo feminino sendo 4,5%. 
A e l e v a ç ã o d o p e r c e n t u a l d e 
envelhecimento da população no período de 10 
anos, confirma a tendência do município para o 
aumento de idosos, bem como a feminilização 
da velhice. Esta faixa etária enfrentará maiores 
desafios, considerando a classificação mediana 
nos índices de desenvolvimento humano 
municipal e de renda, ag ravados pela 
inexistência de política pública específica para 
amparo a este segmento. 
Há carência também na disponibilidade 
de moradia especial para assistir os velhos, já que 
o município possui somente uma Instituição de 
Longa Permanência para Idosos (ILPI), 
subsidiada pela Prefeitura Municipal. 
61
NOVO LAR PARA IDOSOS 
 Município de Timóteo: 
Com uma população de 81.243 habitantes registrados pelo censo de 2010, o muncípo tem o segundo maior PIB de sua 
microrregião, perdendo apenas para Ipatinga, destaca-se na área industrial. Também em 2010 apresentou IDH Municipal na 
classificação alto, de Longevidade muito alto e de Renda alto. 
Em relação à pirâmide de distribuição da população por sexo, em 2000 foi registrado um total de 5.434 pessoas com idade 
igual ou superior a 60 anos, sendo 2.508 do sexo masculino, representando 4,8% e 2.926 do sexo feminino, com 4%. 
Figura 15 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Timóteo (MG) - 2000 
62 
Fonte: Censo IBGE, 2010 
Em 2010, o gráfico aponta para um acréscimo de 63% do segmento da terceira idade, ficando com um total de 8.599 
pessoas, distribuidas entre 3.789 do sexo masculino, com 4,8% e 4.810 do sexo feminino representando 5,8%.
Timóteo, como os demais municípios 
da RMVA, confir ma a tendência ao 
envelhecimento da população e à feminilização 
da velhice. Para enfrentar os desafios advindos 
deste cenário, está se organizando para 
aprovação de uma política pública de amparo 
ao idoso. Como moradia especial para 
acolhimento a este público da terceira idade 
possui uma Instituição de Longa Permanência 
para Idosos (ILPI), que mantem convênio com 
a Prefeitura Municipal. 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Figura 16 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade 
Timóteo (MG) - 2010 
Fonte: Censo IBGE, 2010 
Diante dos dados registrados, constata-se no Vale do Aço a mesma tendência levantada pelos censos demográficos 
realizados no mundo e no país, onde a população envelhece e apresenta um número maior de longevos do sexo feminino. 
Neste sentido, se o cenário aponta para o futuro tendo os idosos como maioria é preciso então que haja construção de 
novos paradigmas, novas leis de atenção e superação de preconceitos, possibilitando aos mais velhos o convívio na sociedade 
como indivíduos que possuem direitos como as crianças e os adolescentes. 
Embora Ipatinga com um aumento de 57% de pessoas idosas, se comparada aos demais municípios da RMVA, não 
apresente o maior índice de envelhecimento da região, perdendo em classificação para Coronel Fabriciano (67%) e Timóteo 
(63%), possui um número expressivo de pessoas nesta faixa etária num total de 22.854, correspondendo a 9,5% dos habitantes em 
2010. Quatro anos se passaram e pela tendência ao crescimento, este número não mais representa a realidade do município. 
Influenciaram também na escolha o crescimento de 12,72% na taxa de Desenvolvimento Humano, comparando os 
63
NOVO LAR PARA IDOSOS 
números de 2000 e 2010, em que pessoas tem melhor 
qualidade de vida e consequentemente longevidade, maior 
acesso à educação e renda; e a existência de Lei Municipal 
de Amparo ao Idoso, que permite além dos cuidados 
necessários a esta população a possibilidade de captação de 
recursos sociais para melhorias do espaço. 
Considerando ainda, a tarefa de uma proposta de 
ressignificação do espaço e seu caráter em uma instituição 
asilar, que na atualidade recebe nomenclatura de 
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), mas 
em sua trajetória histórica mostra poucas mudanças na 
contextualização da sociedade, do ponto de vista de 
sentimento e de tipologia arquitetônica, faz-se necessária 
intervenção que possibilite ao lugar o estabelecimento de 
vínculos e de pertencimento. 
Fica então definida a cidade de Ipatinga para aplicação do projeto 
“Novo Lar para Idosos”, por oferecer três moradias especiais de longa 
permanência, que contribuirão com dados e informações significativas no 
estudo de casos, instrumento a ser utilizado para definição da instituição a 
receber a intervenção. 
64
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
4.1.4 O IDOSO NA FAMÍLIA E NA SOCIEDADE 
Analisar as relações do idoso com a família e a sociedade é importante para o entendimento das especificidades advindas 
com o processo do envelhecimento. A longevidade é uma questão da atualidade como pode ser verificado na reportagem “Como 
Viver Mais e Melhor”, publicada na Revista Veja, edição 2121, de 15 de julho de 2009: 
“(...) envelhecer já foi um milagre, um sonho e também uma sentença cruel. Nossos poetas 
românticos, por exemplo, almejavam a vida curta, cravejada de muita tosse e olhos fundos, aureolados de 
acentuadas olheiras. E, quando a vida se estendia, sentiam-se traídos pelo destino, envergonhados diante da 
posteridade (...)” 
O trecho da reportagem evidencia o “retrato antigo” de uma velhice indesejável e desrespeitosa, diferentemente 
do que ocorre em países orientais, onde a velhice é objeto de adoração pela idade acumulada e pela sabedoria adquirida ao longo 
dos anos. Tamanho respeito e atenção que desde 1947, no Japão comemora-se o “Dia do Respeito aos Idosos” (Keiro no Hi), 
motivo de orgulho para os mais jovens que procuram os mais velhos em busca de conhecimento e experiência. 
Para a atualidade, longevos modificam este conceito, pois buscam maior qualidade de vida e alegria de viver, como 
evidenciado em trecho da mesma reportagem “(...) mas isso são histórias do Século XIX, quando viver não estava na moda. Hoje, 
mais do que viver simplesmente, está na moda a alegria de viver”. Época marcada por uma população crescente que busca novas 
oportunidades e novas concepções de vida. Neste sentido, a velhice no Século XXI não pode ser visualizada somente pelo viés do 
aumento crescente de pessoas que envelhecem, mas também pelo modo como estas pessoas se organizam em busca de novas 
oportunidades e de novas concepções de vida. 
Porém, embora esteja na moda a alegria de viver, a longevidade traz em seu contexto relações que se modificam, o idoso 
perde seu lugar de comando na família e há uma inversão dos papéis onde os filhos passam a se responsabilizar pelos pais, 
consequentemente as pessoas idosas se tornam cada vez mais dependentes. 
65
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Para melhor discorrer sobre as relações que envolvem o idoso na família, faz-se necessário buscar o significado deste 
termo. Instituição que vem sofrendo modificações ao longo dos séculos e que afetam a crescente população da “Melhor Idade”, 
que além de buscar viver mais e melhor, carece de uma relação duradoura e estreita com sua família. De acordo com Holanda 
(1986, p.755, 2 ed.), “Família são pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os 
filhos. Pessoas do mesmo sangue. Ascendência, linhagem, estirpe”. 
O conceito de família constituída por pai, mãe, filhos, na mesma casa, pessoas do mesmo sangue, nos dias atuais tem sido 
modificado e não há como negar que os comportamentos têm alterado esses padrões. A formação do núcleo familiar é afetada, 
dentre outros fatores, pela diminuição do número de membros da família, pelos elevados índices de divórcio, pela falta de pessoas 
em casa para cuidar do idoso. Além deste cenário, ainda há o envelhecimento dos membros da família, que requerem maior 
cuidado pela dependência gerada, como constatado na matéria “Como Construir o Futuro” (Revista Veja on-line), em que a 
pesquisadora Ana Amélia Camarano, do IPEA (Instituo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) afirma: 
66 
“A sociedade não está preparada 
para cuidar do parente que 
envelhece”. “Muitos lares não 
têm sequer espaço físico, muito 
menos estrutura emocional e 
financeira para lidar com esse tipo 
de situação”. “Por isso é tão 
frequente haver brigas de família 
para saber quem vai cuidar do 
v o v ô e m u i t o s i d o s o s 
simplesmente perdem o direito a 
um endereço fixo, morando ora 
com um filho, ora com outro, 
sentindo-se um peso para todos”. 
(CAMARANO citado por VEJA 
ONLINE, 2006).
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Neste sentido, a falta de gente em casa com tempo para se dedicar ao idoso também impacta sobre as estratégias familiares 
nos cuidados necessários a esta faixa etária. Funções que antes eram concentradas no ambiente familiar são transferidas para 
outras instituições. 
Além da família é preciso pensar o idoso no convívio social, de forma a possibilitar a troca de experiência e afeto sem 
segregá-lo da sociedade. Isto requer a criação de uma estrutura que estimule novos caminhos para o idoso que possa refletir em 
reversão dos sentimentos de tristeza, inutilidade e abandono. 
Em face de tal situação, e como o envelhecimento da população é um fenômeno mundial, o Brasil que já foi considerado 
um país de jovens, está agora, segundo estatísticas do IBGE (2010), caminhando a passos largos para seu envelhecimento, é 
urgente que conceitos sejam modificados a partir do novo olhar do espaço arquitetônico disponibilizado ao idoso. Isto é, 
enxergar a velhice não como problema, mas sim como oportunidade para proposição de uma arquitetura mais funcional e 
inclusiva, que possibilite ao indivíduo a moradia segura e confortável, que quebre o paradigma do abandono e desamparo familiar 
e crie possibilidades para o estabelecimento de um novo conceito de vida plena, onde o idoso passa a ser o sujeito da ação e possa 
ser reconhecido como um cidadão de direitos. 
“Se existe alguma certeza quanto ao futuro, é a de que ele será mais velho. Aos poucos, o mundo ao nosso 
redor terá cada vez mais idosos, resultado de um movimento demográfico no qual a taxa de fecundidade 
continuará caindo e a expectativa de vida, subindo”. (ISTOÉ, 2009). 
Conclui-se então que como o envelhecer é um processo natural e crescente que caracteriza uma fase do indivíduo, que a 
longevidade traz em seu conceito o acúmulo de idade, com diversidade da condição de saúde, e que no âmbito familiar a velhice 
assiste às alterações dos papéis de cada membro, é preciso repensar nossas moradias destinadas a esta população de forma 
diferente e que criem condições para que a velhice não só acrescente anos à vida, mas também acrescente vida aos anos. 
67
NOVO LAR PARA IDOSOS 
68 
4.2 O ASILO 
4.2.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO ASILAR 
A Instituição Asilar não é uma prerrogativa da 
vida moderna e pode ser considerada a mais antiga 
modalidade de amparo e cuidado ao idoso fora de sua 
família. De origem assistencialista, o asilo foi criado a 
séculos para abrigar e atender pessoas pobres e doentes 
em situação de exclusão social. 
Historicamente, foi o cristianismo o pioneiro no 
amparo a estas pessoas que ficavam subjugadas à própria 
sorte, como missão social da igreja baseada no ministério 
cristão. No artigo “Trajetória das Instituições de Longa 
Permanência para Idosos no Brasil” de Oliveira Araújo, 
Souza, Mancussi e Faro (S.D.), as autoras mencionam: 
“Há registro de que o primeiro asilo foi fundado pelo 
Papa Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa 
em um hospital para velhos”. (ALCÂNTARA; 2004, 
P.149). 
A institucionalização do asilo, portanto se dá 
pelo cristianismo, que acolhe e protege uma classe
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
69
NOVO LAR PARA IDOSOS 
70
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
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NOVO LAR PARA IDOSOS 
4.2.2 SIMBOLOGIAS PRESENTES NAS INSTITUIÇÕES ASILARES 
72
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
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CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
75
4.2.3 O CORPO NO ESPAÇO 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Este capítulo tratará da análise fenomenológica da instituição asilar, em seu conceito de espaço social fechado, onde regras 
são estabelecidas e impostas ao idoso no sentido de limitar e homogeneizar as atividades diárias dos internos, para melhor 
entendimento das relações e dos vínculos ali presentes. 
O texto “O Fenômeno do Lugar” de Christian Norberg Schulz (1976), será utilizado como fundamentação teórica, uma 
vez que é preciso verificar o valor do lugar como algo perceptível, carregado de significância e caráter utilitário, em seu equilíbrio 
entre espacialidade e expressão construtiva. 
Sua abordagem, utilizando-se da linguística numa ótica estruturadora do pensamento e da Gestalt sobre o entendimento 
da percepção e simbologia atribuída às coisas e lugares, complementará o entendimento do valor simbólico do asilo e suas 
funções enquanto moradia de idosos, com seus projetos que alteram o desenho urbano e traz significância ao espaço. 
Buscou no conceito de Fenomenologia definido por Edmund Husserl (1859-1938), “como sendo uma investigação 
sistemática da consciência e seus objetos”, fundamentos para sua teoria da fenomenologia como sendo um “método” que exige 
um “retorno às coisas, em oposição às abstrações e construções mentais”. 
Por outro lado, é preciso também ver o idoso, enquanto ator social, que vai reduzindo o seu “eu” na medida em que a 
instituição é menos aberta para o mundo exterior, como ocorre nos manicômios, prisões e conventos. 
Foi, portanto, a partir do pensamento das relações que se dão entre construir e habitar e da missão da arquitetura em 
possibilitar experiências e sensações que um espaço pode causar que Norberg-Schulz baseou sua teoria. 
Método que vêm para contestar pensamentos prevalecentes no modernismo, em que predominou o excesso de 
funcionalismo, sistemas estruturais e reprodução dos modelos. Fato que provocou na arquitetura o afastamento do ser humano. 
Era preciso então retomar os conceitos e buscar uma arquitetura mais humanizada, pensada para seu usuário de forma única, 
possibilitando vivências e sensações de acordo com o uso e o espaço. 
Neste contexto e influenciadas pelas ideias preconizadas pelo modernismo, estilo que tomou vulto principalmente a partir 
77
NOVO LAR PARA IDOSOS 
da primeira metade do século XX, surgem as edificações 
asilares, com sua construção fechada, para recolhimento de 
indivíduos esquecidos em sua valorização enquanto seres 
humanos. 
O desejo de afastar indivíduos velhos, doentes e 
indesejáveis do convívio com a sociedade, fomentou a 
criação de uma tipologia construtiva que muito se 
assemelha ao sistema prisional, onde se vê quartos 
dispostos ao longo de corredores, um pátio central para o 
banho de sol e cercada por muro, impedindo o contato 
entre o interior e o exterior. Lugar que não inspira e nem 
possibilita pessoalidade e sentimento de pertencimento. 
Para Norberg-Schulz,1976, a fenomenologia da 
arquitetura criaria e impulsionaria a capacidade da 
ressignificação do ambiente com a criação de lugares 
específicos, já que a mente, segundo princípio da Gestalt, 
configura os registros que chegam a ela mediante a 
percepção ou a memória e permite que o mundo seja visto 
como um todo e não em partes, tornando assim mais 
explícito o que está implícito. 
Neste sentido a arquitetura passa a ser vista não só 
pelos métodos construtivos, ou estruturais, mas também no 
sentido da necessidade de haver interação e intenção em 
causar sensações. 
Ainda no intuito de explicitar as ideias da interação 
entre lugar e identidade, utiliza-se da antiga noção romana 
do “Genius loci” (espirito do lugar), para mostrar a 
significância e a ligação do espaço com o sagrado. É 
baseado então no “Genius loci”, que Norberg-Schulz 
“interpreta o conceito de habitar, como estar em paz num 
lugar protegido”. Em sua teoria, o lugar tem grande 
importância por ser a totalidade criada entre as coisas 
concretas e a qualidade ambiental. Elege o lugar e a cidade 
como possuidores de um espirito próprio e inconfundível, 
que dialogam com as necessidades do homem 
contemporâneo. 
Com base então no conceito de habitar, “como 
estar em paz num lugar protegido”, cabe aqui uma 
indagação de qual é o caráter dado à instituição asilar, uma 
vez que pessoas são retiradas do lar, involuntariamente, e 
instaladas em um lugar sem vínculo e sem valor simbólico, 
estabelecendo uma ruptura em sua história de vida. 
Ainda para Norberg-Schulz o “cercamento” é 
colocado em seu texto, como um importante fator para 
delimitar ou diferenciar um lugar no espaço e ainda 
possibilita a materialização mental da construção, objeto da 
78
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
arquitetura. Traz neste conceito a ideia de que o arquiteto 
deve agir sobre a cultura e mudar as coisas, de forma a 
tornar clara a localização da existência humana, que está 
entre o céu e a terra. 
O cercamento como limite ou diferenciador de um 
lugar no espaço nos asilos são os muros construídos ao 
redor da edificação, com a intenção de impossibilitar o 
contato dos internos com o mundo exterior. Isso porque as 
pessoas ali colocadas não possuem mais contribuições para 
o crescimento da sociedade, nem tampouco necessitam 
experimentar sensações com a materialização mental da 
construção. 
Neste contexto, o cercamento da instituição asilar, 
baseado na teoria de Norberg-Schulz, deveria proporcionar 
a continuidade da existência humana cercada por 
fenômenos concretos como natureza, cidades, casas, 
pessoas, dentre outros e por fenômenos menos tangíveis 
como os sentimentos. 
Sendo assim, “um lugar é um fenômeno qualitativo 
“total” que não pode ser reduzido a nenhuma de suas 
propriedades, como as relações espaciais, sem que se perca 
de vista sua natureza concreta”. A qualidade ambiental dos 
lugares seria, portanto, definidora das atividades humanas, 
já que funções similares exercidas em lugares diferentes 
tendem a ser realizadas de formas diferentes, pois, os 
lugares são diferentes. 
Já o espaço pode ser considerado como uma 
dimensão existencial. Segundo Norberg-Schulz, 1976, 
“espaço indica a organização tridimensional dos elementos 
que formam um lugar, o “caráter” denota a “atmosfera” 
geral que é a propriedade mais abrangente de um lugar”. 
Sendo então, o lugar algo perceptível, carregado de 
significância e caráter utilitário. Já o seu reconhecimento se 
dá por meio da sua experimentação e interação e apenas é 
possível por meio das relações entre sujeito e ambiente. 
Sem o espaço não há lugar-ambiente, ambos se 
complementam e se relacionam. 
Para Heidegger (SD), filósofo alemão, “a fronteira 
não é aquilo em que uma coisa termina, mas, como já 
sabiam os gregos, a fronteira é aquilo em que algo começa a 
se fazer presente”. “Os lugares são literalmente “interiores” 
o que significa dizer que “reúnem” o que é conhecido. 
Discutindo então o conceito acima, tem-se que o 
limite, a fronteira ou qualquer outra demarcação estabelece 
o vínculo com o espaço, criando a referência do lugar e seu 
valor simbólico. 
79
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Paolo Portoghesi e Heidegger (SD), também 
discutem o espaço como um “sistema de lugares” que 
estabelecem a relação interior-exterior e possuem graus 
variados de extensão e cercamento carregados de 
significância. 
Com base então nas ideias de Norberg-Schulz, 
(1976), cabe aqui uma reflexão sobre a tipologia adotada nas 
instituições asilares, lugares que mostram uma relação 
corrompida pela falta de vínculos existentes entre o lugar e 
o indivíduo ali assistido, pelo cercamento como fronteira e 
tipologia reproduzida. 
A identidade do espaço asilar necessita ser 
priorizada na contemporaneidade, seja por meio da 
fenomenologia do lugar ou por meio de outros conceitos. 
“Quando a união entre o natural e o 
produzido se completar, nossas 
constr uções aprenderão e se 
adaptarão, curarão a si mesmas e 
evoluirão. Contudo, este é um poder 
com o qual ainda não chegamos a 
sonhar.” Comentário do americano 
Kevin Kelly, escritor e conhecedor da 
tecnologia, (RICHARD ROGERS, 
1997). 
Embora se tenha tantos conceitos que preconizam 
uma arquitetura pensada e projetada para possibilitar a 
experimentação do indivíduo em seu espaço, na atualidade 
ainda se concebe um grande volume de construções de 
asilos que carecem de uma caracterização para formação de 
uma identidade entre espaço, lugar e arquitetura. 
Em contrapartida, a nova população de idosos 
buscando qualidade de vida, vivendo mais e com maior 
autonomia e independência, a criação de leis específicas de 
atenção e este segmento, o desejo de não se ter ruptura de 
vida entre a residência e a instituição, exigirão neste século o 
planejamento de lugares que se aproximem mais da 
concepção de lar. 
A valorização do corpo no espaço, atualmente é 
pensada em modelos alternativos de creches e condomínios 
para idosos, lugares ainda restritos a uma pequena parcela 
desta faixa etária, o desafio é estender esta concepção para 
os lugares públicos. 
80
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
4.2.4 PROMOÇÃO DO CONTATO COM OS TEMAS VELHICE E ASILO 
No intuito de fomentar uma reflexão sobre os temas que envolvem o idoso, para verificar possíveis percepções 
sobre o processo de envelhecimento, uma vez que a velhice e suas consequências são deixadas de lado, não fazendo 
parte do cotidiano das pessoas, foram realizadas duas intervenções que buscaram suscitar na população envolvida o 
contato com o assunto. 
Como constatação, após aplicação das atividades, a velhice precisa ser encarada de forma mais responsável e 
melhor debatida pelos segmentos da sociedade, já que o envelhecimento é uma realidade do mundo e não somente 
daqueles “asilados” e seus familiares. Isto se não quisermos permitir que o modelo público institucionalizado 
atualmente perpetue e permaneça nas mesmas condições e com a mesma tipologia arquitetônica, fria, sombria e 
impessoal. 
4.2.4.1 24ª SEMANA INTEGRADA DO CAU/UNILESTE – 2º SEMESTRE/2014 
No dia 22/09/2014, na sala E 107, foi preparado um espaço caracterizando o aconchego do lar, com esteiras 
pelo chão, um cantinho da vovó com compoteiras de balas dispostas sobre a mesinha de canto, pipoca, refrigerante e a 
projeção de um bom filme de nome “E Se Vivêssemos Todos Juntos”, em que alunos do 9º e demais períodos puderam 
entrar em contato com algumas questões advindas do envelhecimento. 
Filme lançado em 12 de outubro de 2012, do gênero comédia, foi dirigido por Stépahane Robelin e contou com 
a participação de Jane Fonda, Pierre Richard, Geraldine Chaplin, todos já em suas fases maduras de vida, tornando o 
enredo mais real. 
81
Embalagens personalizadas “Novo Lar para Idosos”: 
Embalagens para pipoca e copo para refrigerante foram adesivados com o logotipo do TCC1 no intuito de tornar público 
o tema escolhido para o Trabalho. As caixinhas de pipocas ainda receberam adesivos contendo trechos de um pensamento sobre 
o idoso, como forma de resgatar e tratar explicitamente a velhice numa perspectiva mais desafiadora, pois: 
“(...) a sensação corporal de prazer possibilita experimentar a alegria ou a felicidade, sendo missão da arquitetura 
criar espaços sensíveis e estimulantes que favoreçam o desenvolvimento da existência humana”. (OKAMOTO – 
p. 253, 2002). 
Figura 17 - Alunos assistindo o filme E Se Vivêssemos Todos Juntos 
Fonte: Própria, 2014 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
82
Figura 18 - Espaço Cantinho da Vovó 
Fonte: Própria, 2014 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Figura 19 - Embalagens produzidas 
Fonte: Própria, 2014 
83
O Filme: 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Conta a história de cinco amigos de longa data que 
acabam morando na mesma casa, decisão tomada após um 
deles passar alguns dias em um asilo sob recomendações 
médicas e pressão do filho. Diante da internação, um se 
revolta com a condição do amigo e, com o auxílio dos 
outros, o leva para casa onde todos passarão a conviver e a 
ajudarem-se mutuamente nas dificuldades de cada um. 
Figura 20 – Cena do filme citado 
Fonte: Própria, 2014 
Figura 21 – Cena do filme citado 
Fonte: Própria, 2014 
Em meio a desavenças e individualidades, 
somadas aos problemas de saúde que enfrentam, os 
amigos tentam se ajeitar dividindo as tarefas de casa. 
84
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Figura 22 - Cena do filme citado 
Fonte: Própria, 2014 
Figura 23 - Cena do filme citado 
Fonte: Própria, 2014 
Figura 24 - Cena do filme citado 
Fonte: Própria, 2014 
A vida inteira é planejada, exceto a velhice, não 
se pensa nos últimos anos e nem no que fazer nesse 
tempo. 
A tarefa não é fácil, já que, junto a idade, vem a 
dependência e a necessidade de auxilio de terceiros. 
Mesmo causando estranheza, os personagens se 
apropriam dos espaços conforme seus desejos, 
necessidades e limitações. 
85
4.2.3 LEVANTAMENTO DE CAMPO 
Público Alvo: Externo 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Embora seja evidente o aumento do número de idosos no Brasil, ainda se conhece muito pouco sobre a pessoa idosa. 
Percebendo a necessidade de conhecer como as pessoas, de faixas etárias variadas, lidam com o tema envelhecimento, utilizou-se 
de uma pesquisa escrita com questões sobre moradia, sentimentos e relacionamentos, quesitos de grande importância 
principalmente quando se está em fase avançada da idade, que foi distribuída a 100 pessoas. 
Não representou estranheza quando um indivíduo, ainda jovem, perguntou se o questionário era mesmo para ser 
respondido por ele e não somente por quem já estivesse em idade mais avançada. Momento em que foi levado a refletir sobre uma 
fase da vida que chega para nós, para nossos familiares e para quem mais tiver sorte. Numa perspectiva de ressaltar a velhice como 
sendo uma fase que deve ser aproveitada em sua plenitude. 
Compilação das respostas: 
Para apuração dos dados foram retornadas 40% das pesquisas distribuídas, o que pode ser interpretado como 
consequência do baixo interesse no tema envelhecimento por parte da população. O percentual de participação provavelmente 
seria maior se o assunto abordado fosse referente à infância, já que as crianças são tidas como futuro e a velhice como o fim da 
vida. Visão distorcida que necessita ser modificada, haja vista que a velhice é o futuro de todos nós, inclusive dessas crianças. 
86
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 
Foi observado com a pesquisa maior 
interesse das mulheres na discussão do tema, 
refletindo nos resultados, conforme gráfico 
abaixo, onde o percentual de participação 
feminina ficou superior ao masculino. 
Quanto a indagação sobre morar em asilo, 
apenas quatro pessoas responderam sim, o que 
reforça o estigma negativo atrelado às instituições 
asilares. Visto que as respostas positivas foram 
dadas pelo público feminino, interpreta-se que os 
homens apresentam maior resistência a receber 
cuidados. 
Figura 25 - Relação Percentual dos Entrevistados Divididos 
por Sexo e Faixa etária 
Fonte: Própria, 2014. 
Fonte: Própria, 2014. 
87 
Figura 26: Moraria em asilo? 
Indecisos 
Não 
Sim 
10 
3 
8 
15 
4 
0 Mulheres - 2011 
Homens - 2011
Figura 27 - Condicionantes para respostas positivas 
Ouviu coisas 
ruins sobre asilos 
Sentir-se 
desamparado 
Sentir-se 
abandonado 
Sentir-se 
sozinho 
5 
2 
15 
3 
2 
2 
3 
0 
0 
Ter um cantinho 
para viver 
Cuidado profissional 
da saúde 
Ter amigos 
para conversar 
Ter segurança 
e proteção 
Ter companhia 
Fonte: Própria, 2014. 
Figura 28 - Condicionantes para respostas negativas 
Fonte: Própria, 2014. 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
N a s r e s p o s t a s p o s i t i v a s, a s p r i n c i p a i s 
condicionantes estão relacionadas aos cuidados por 
profissionais da saúde, segurança e convívio com outras 
pessoas. Para esta questão foi permitido a escolha de mais 
de uma opção. 
Já o gráfico que apresenta as condicionantes que 
levaram os pesquisados a responderem que não 
procurariam um asilo para morar, aponta o abandono como 
o item de maior relevância, aparecendo ainda como 
motivos coisas ruins que são ouvidas, desamparo e estar 
sozinho, fatores que foram discutidos a longo deste 
trabalho. 
88
5 - ESTUDO DE CASOS
ESTUDO DE CASOS 
No planejamento inicial foi proposta a aplicação de um questionário para 
levantamento de alguns fatos relevantes associados à vida externa e como se deu a 
passagem do lar para a instituição, no intuito de entender as relações entre internos, 
familiares e sociedade. 
O questionário foi elaborado, porém na primeira visita esta ideia foi dissipada pelo 
elevado número de internos com incapacidade, uns em seus leitos e outros alienados em 
uma cadeira, ora disposta no pátio central, ora no interior dos quartos destinados a eles. 
Nas visitas percebeu-se o quanto estas instituições estão à margem da sociedade, 
sobrevivendo por meio de convênios com a Prefeitura Municipal e por obras de caridade, 
sendo as três Instituições de Longa Permanência para Idosos, em Ipatinga, fundadas e 
administradas por igrejas locais. Fatos que comprovam a concepção do asilo, até os dias 
atuais, no campo da caridade pelo cristianismo. 
Os convênios junto à Prefeitura Municipal, da Saúde (R$50.000,00/ano) e da 
Assistência (R$300.000,00/ano) são destinados ao pagamento de pessoal da equipe 
multidisciplinar, cuidadores e serviços gerais. Demais despesas são acobertadas pelas 
igrejas, aposentadoria e Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), já que todos os 
internos recebem algum tipo de benefício. Não sendo percebida, portanto, maiores 
preocupações do governo no investimento da qualidade de vida do idoso interno. 
93
5.1 INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS EM IPATINGA 
5.1.1 INSTITUIÇÃO: LAR DOS VELHOS PAULO DE TARSO 
Situada à Rua Lourenço da Veiga, 96 – Bairro Bom Retiro – Ipatinga, MG. Telefone de contato (31) 3823-2811. Foi 
visitada em 04/11/2014. 
Lar fundado em 1967 pela Casa Espirita que se situa em edificação vizinha. Possui atualmente 42 internos, contrariando a 
resolução 109 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) – Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, 
publicada em 11 de novembro de 2009, que define o máximo de 20 pessoas por instituição. Acolhe um público misto, sendo que 
dentre os 42 assistidos somente um procurou o Lar voluntariamente, os demais 
são provenientes de decisões familiares. Um dado que constata o abandono do idoso é que somente três deles recebem o 
acompanhamento de familiares, os outros foram ali deixados e esquecidos. 
Fonte: Própria, 2014 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
94
ESTUDO DE CASOS 
A edificação é constituída por duas alas, não sendo divididas por sexo, os quartos femininos e masculinos se misturam pela 
extensão dos corredores. As condições de saúde variam muito, existindo idosos em leitos definitivos, cadeirantes, Portadores de 
mal de Alzheimer e outras, poucos acompanham o dia-a-dia na instituição. 
Todos os internos recebem um benefício da Previdência Social, aposentadoria, pensão ou Lei Orgânica de Assistência 
Social (LOAS), valor que é retido pela instituição para cobrir suas despesas. De acordo com a legislação 70% fica para a instituição 
e 30% devem ser mantidos com o beneficiário. Porém existe o descumprimento da lei, sendo em alguns casos por necessidade do 
próprio asilo e em outros por falta de condição do próprio idoso administrar a quantia ou até mesmo por não ter como gastar. 
Os quartos são compartilhados por 3 pessoas e o banheiro que antes era coletivo, agora é de uso individual compartilhado 
por dois quartos. Não possuem armários para guarda de seus pertences, que são armazenados em um único cômodo. 
É um lar onde pessoas são agrupadas pelas condições de saúde que apresentam. Que perdem os vínculos externos e a 
identidade enquanto indivíduo criador de uma história de vida, abandonados pela família por ser um peso. 
Abandono que faz diferença para um interno que se mantem todos os dias assentado na porta de entrada aberta, 
observando o movimento na rua como forma de manter vivas as lembranças de ações corriqueiras e cotidianas presentes na vida 
de um cidadão comum. 
A equipe multidisciplinar se utiliza de atividades de terapias, trabalhos manuais, danças, pequenas caminhadas, passeios à 
feirinha do bairro, para tornar mais produtiva a vida daqueles que podem se deslocar. 
No pátio central uma oficina improvisada de marcenaria, com um voluntário fabricando pequenos objetos de madeira 
para uso na instituição. 
A visita se tornou mais rica a partir do instante que a Sra. Antônia, professora e única interna voluntária, se juntou ao 
grupo e foi apontando melhorias necessárias que visualiza na instituição. Esta senhorinha está na instituição há 1 ano, porém nos 
finais de semana e feriados fica com a filha e netas. Foi inserida no lar porque estava sendo maltratada pelo filho. Ela mantem seus 
pertences guardados em uma trouxa de pano. 
95
Necessidades apontadas: 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
1 - Assistentes Sociais: Mudança no desenho da cozinha, criando espaço para que alguns deles possam preparar 
alimentos, por mais simples que sejam, como forma de tornar aquele lugar mais próximo de suas casas. 
2 - Dona Antônia: Sugere troca do piso da área externa onde permanecem em grande tempo. No pátio central mais verde 
e flores nas áreas destinadas ao jardim. Fechamento por tijolo de uma porta atualmente isolada, que fica na sala de TV e permite a 
passagem do som para seu quarto. Uma cozinha mais alegre e com o mobiliário mais bem disposto. 
3 - Carpinteiro voluntário: Disfarce de dois pilares no centro da cozinha. Colocação de armários nos quartos, tornando 
possível a guarda e os cuidados com as roupas e pertences por cada um. 
Embora a instituição tenha sua tipologia construtiva definida, percebe-se a possibilidade de modificações que permitam 
ao local maior comunicação do espaço com os internos e deste com seu entorno, já que possui em seu entorno equipamentos 
urbanos como escola estadual, praça, clube, igrejas e hospital. Mostrou-se bastante aberta a intervenções de melhorias no espaço e 
integração com o ambiente externo, contrariamente ao que indica sua edificação, concebida de forma fechada e voltada para o seu 
interior, reproduzindo a tipologia existente para esse tipo de moradia. 
96
ESTUDO DE CASOS 
5.1.2 INSTITUIÇÃO: LAR DIVINA PROVIDÊNCIA DA SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO 
Esta se situa à Rua Tupiniquins, 95 – Bairro Iguaçu – Ipatinga, MG. 
Telefone de contato (31)3821-3838. Foi visitada em 06/11/2014. 
Fonte: Própria, 2014 
Lar fundado em 30/12/1989 pelo Padre Efrain Solano e entregue aos vicentinos para dirigir e administrar. Possui 
atualmente 50 internos, contrariando a legislação que estabelece o número limite de pessoas, sendo 20 do sexo feminino e 30 do 
sexo masculino. Para correção do número excedente, foi estabelecido o prazo de julho/2015 para que se chegue aos 40 internos. 
Uma curiosidade é que dentre os internos está uma senhora de 107 anos, abrigada antes mesmo da inauguração da casa e 
97
NOVO LAR PARA IDOSOS 
ali permanece até os dias atuais, embora não apresente conexões com o mundo. 
Em sua história abrigou muitos idosos vindo de outros municípios, fato que pode ter contribuído para o afastamento do 
convívio entre internos e familiares, embora pessoas do próprio município estejam ali sem o acompanhamento familiar. Neste 
ano, foi estabelecida a regra de só permitir o acesso daqueles residentes em Ipatinga. 
No intuito de minimizar o abandono do idoso, a casa mantem um sistema de apadrinhamento pelos vicentinos, onde cada 
interno possui um padrinho responsável pelas datas comemorativas, como aniversário, natal, etc. Foi relatado pela Assistente 
Social que alguns fazem questão de comparecer e participar da organização da festividade, já outros pedem para que eles 
organizem e informem o valor para envio. 
Construção de dois pavimentos que tem sua frente fechada por grade alta possibilitando o contato do idoso com o mundo 
externo, porém o portão de entrada é mantido sempre trancado. Possui separação das alas feminina e masculina e uma tipologia 
construtiva muito semelhante a hospitalar. Os quartos são compartilhados por quatro pessoas e são dispostos ao longo de 
corredores, possuindo ainda um pátio central pequeno, localizados no primeiro pavimento. Já o segundo pavimento é dividido em 
salas e são utilizadas pelos vicentinos. 
Possui na área externa um enorme pátio que era utilizado para armazenamento das doações destinadas ao lar, está sendo 
fechado por falta de quantidade de doações suficientes que justifique a manutenção daquele espaço. 
É uma instituição bastante visitada por escolas municipais, onde crianças cantam, leem histórias, trazem doações e passam 
algum tempo visando momentos mais vivos e alegres para àqueles que vivem o abandono. Um destaque para o lar é a escola de 
alfabetização em funcionamento, onde alguns idosos participam e estabelecem vínculos com a educadora. 
A arquitetura existente dificulta adaptações e modificações que possam promover melhorias nos espaços, para tornar os 
ambientes mais acolhedores e com mais esperança de vida. 
O formato maçudo da construção, as aberturas insuficientes, as cores utilizadas na pintura das paredes e a pouca 
incidência de luz somam para uma sensação de peso e de confinamento, tornando o lugar ainda mais triste e frio. 
98
ESTUDO DE CASOS 
5.1.3 INSTITUIÇÃO: AÇÃO EVANGÉLICA DE AMPARO AOS NECESSITADOS DE IPATINGA 
Situada à Rua Blumenau, 105 – Bairro Veneza II – Ipatinga, MG. 
Telefone para contato (31)3825-0655. Foi visitada em 06/11/2014. 
Instituição fundada em 26/03/1971 pela Igreja Assembleia de Deus iniciou os trabalhos com creche, passando a receber 
idosas a partir de 2005. Alvo de denúncias foram obrigados a realizar correções e adaptações exigidas na Resolução – RDC Nº 
283, de 26 de setembro de 2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, motivo pelo qual possuem projeto 
arquitetônico e pelas melhorias realizadas é a instituição que mais se assemelha a uma tipologia de “casa lar”. 
Fonte: Própria, 2014 
99
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Abriga 20 idosas e mantém o desejo de ingresso de internos do sexo masculino, porém é necessária ampliação da 
construção, o que demanda investimentos. Os quartos são espaçosos, com portas largas e acomodam quatro internos. Um ponto 
forte observado em seus espaços é a presença de espelho na parede, o que permite a idosa se ver. 
Possuem um espaço de convivência situado à frente dos quartos, além de um espaço aberto na área externa da construção 
para o banho de sol, onde também acontecem oficinas de atividades manuais. A lavanderia industrial é dividida, conforme 
exigência da ANVISA em área suja e área limpa e possui um grande armário onde as roupas das internas ficam separadas e 
guardadas. 
Uma única idosa que foi voluntariamente para a instituição possui em seu espaço dentro do quarto compartilhado, um 
guarda-roupa, rádio e uma cômoda, como forma de manter sua autonomia na guarda de seus pertences, vínculos que trouxe da 
vida externa. 
Mesmo com as reformas exigidas pela ANVISA ainda é necessária alguma melhoria, porém a instituição está em situação 
de privilégio se comparada com as outras duas visitadas, embora a Assistente Social tenha expressado grande interesse em 
parcerias. 
100
ESTUDO DE CASOS 
Concluindo o estudo de caso, tem-se que as três instituições estão ligadas às religiões Espirita, Católica e Assembleia de 
Deus, duas abrigam idosos do sexo masculino e feminino e uma somente do sexo feminino. A impessoalidade e a falta de vínculo 
são presentes nas três, fazendo dos lugares algo que não faria parte de uma escolha se assim pudesse ser. 
Os Lares Paulo de Tarso e da Sociedade São Vicente de Paulo são os que apresentam maiores necessidades de adaptações, 
embora as construções atuais dificultem reformas. Para atendimento as exigências de convênio junto à Prefeitura Municipal, 
estão em processo de elaboração do projeto arquitetônico da edificação. 
Para este Trabalho de Conclusão de Curso 1, somente uma instituição será estudada para proposição de um projeto de 
ressignificação, adequação e reposicionamento do usuário na relação com o espaço habitado. Visto as necessidades imediatas, e a 
latente demanda por outros espaços que possibilitem a reinserção do idoso ao convívio social, foi escolhido o Lar dos Velhos 
Paulo de Tarso. Não posso deixar de mencionar que a Sra. Antônia, única moradora voluntária, muito influenciou nesta escolha, 
sugeriu melhorias e solicitou ajuda para tornar aquele lugar mais integrador. Interlocução que ofereceu maior clareza aos 
levantamentos, possibilitando uma ótica diferente entre espaço vivenciado esporadicamente e espaço habitado. 
101
6 - OBRAS ANÁLOGAS
Fonte: archdaily.com.br, 2010
OBRAS ANÁLOGAS 
Serão aqui referenciadas obras análogas no intuito de apresentar resultados satisfatórios de projetos para atendimento ao 
idoso, dentro da concepção arquitetônica e soluções espaciais, numa perspectiva diferente do que foi levantado e registrado nas 
visitas técnicas às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) na cidade de Ipatinga. As analogias contribuirão para a 
proposição de modificações e melhorias que favoreçam o corpo no espaço, as relações entre o público e o privado, bem como o 
conhecimento de modalidades alternativas buscando novos significados e novos usos do ambiente. 
6.1 CENTRO GERIÁTRICO HABITAÇÃO COLETIVA - AIRES MATEUS PORTUGAL 
Obra selecionada para inclusão no trabalho, por se tratar de uma edificação contemporânea, ousada na configuração dos 
ambientes, considerou as limitações do seu público, promovendo novas experimentações do corpo no espaço. 
Ficha da edificação: 
 Localização: Alcácer do Sal, Portugal; 
 Arquiteto Responsável: Francisco Aires Mateus & Manuel Aires Mateus; 
 Equipe De Projeto: Giacomo Brenna, Paola Marini, Anna Bacchetta, Miguel Pereira; 
 Área: 1,560 m2; 
 Ano: 2010. 
“O projeto nasceu de uma leitura atenta da vida de uma comunidade em particular, uma espécie de micro 
sociedade com as suas próprias regras. O programa pode definir-se entre um hotel e um hospital, procurando 
compreender e reinterpretar a combinação público/privado, respondendo às necessidades de uma vida social, e 
ao mesmo tempo de isolamento. As unidades independentes agregam-se a um único corpo com um desenho 
claro e expressivo.” (ARCHDAILY.COM.BR, 2010). 
105
Da mesma forma que o arquiteto utilizou-se da leitura de vida de uma comunidade para definir seu projeto, este trabalho, 
na instituição a ser escolhida, considerará as práticas diárias, necessidades e anseios dos assistidos por ela. 
Outro ponto de relevância na obra análoga, é a valorização do espaço destinado a circulação, mesmo considerando a 
redução da mobilidade apresentada em idade avançada, item que será abordado no presente trabalho por meio de intervenções 
nos acessos comuns e nas áreas de vivência, tornando-os ambientes mais integradores. 
“A mobilidade reduzida daqueles que habitarão o edifício sugeriu que qualquer desvio deveria ser uma 
experiência variada e emotiva. A distância entre as unidades independentes é medida e desenhada para que a ideia 
de percurso se transforme em vida, e o tempo em forma. 
O edifício, percurso desenhado, é um muro que naturalmente se ergue da topografia: limita e define o espaço 
exterior, organizada todo o lote.” (ARCHDAILY.COM.BR, 2010). 
Fonte: archdaily.com.br, 2010 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
106
Fonte: archdaily.com.br, 2010 
OBRAS ANÁLOGAS 
Figura 34 - Cortes 
107
Fonte: archdaily.com.br, 2010 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Figura 35 - Planta primeiro pavimento 
108
Fonte: archdaily.com.br, 2010 
OBRAS ANÁLOGAS 
Figura 36 - Planta segundo pavimento 
109
6.2 MEMÓRIA VIVA 
OBRAS ANÁLOGAS 
Instituição referenciada neste trabalho em virtude de ser uma nova modalidade de assistência ao idoso inaugurada no 
município de Ipatinga, ampliando o horizonte da população quanto às possibilidades de cuidados na velhice, até então limitada 
aos asilos públicos convencionais. 
É um centro dia situado no Bairro Cidade Nobre, em Ipatinga, MG, para permanência temporária do idoso. O nome 
Memória Viva foi escolhido para não intimidar o longevo e seus parentes. Oferece um espaço onde a pessoa se sente em casa, mas 
com um atendimento mais completo e direcionado para a melhoria de sua qualidade de vida. Tem como objetivo o 
prolongamento do período ativo na velhice por meio de atividades direcionadas e convivência social. 
Fonte: Própria 
Figura 37 - Centro Memória Viva, Ipatinga, MG 
111
Ficha da edificação: 
 Localização: Rua Dom Pedro II, Nº161- Bairro Cidade Nobre, Ipatinga, MG. 
Fundado em agosto de 2014, ainda não tem seu o quadro de assistidos preenchidos. A aceitação do público ainda é lenta, 
devido à resistência da sociedade com este tipo de empreendimento. Possui capacidade para atendimento a cinco internos em 
período integral ou 10 meios períodos. Atualmente tem apenas um interno de período integral e alguns outros que participam das 
oficinas terapêuticas. 
O horário de funcionamento é de 7h as 18h, de segunda a sexta e os idosos podem ou não fazer as refeições na instituição, 
ficando a critério do cliente. O serviço oferecido depende da necessidade do paciente cujo custo pode variar de R$1.300, meio 
período, até R$ 4.500, período integral, com todas as atividades e refeições. 
Fonte: Própria, 2014 
Aos internos são oferecidas 
d i ve r s a s o fi c i n a s d i á r i a s c o m o 
acompanhamento de profissionais da 
saúde. Além da assistência ao idoso 
disponibilizam consultoria arquitetônica, 
para realizar adaptações necessárias na 
casa dos pacientes, no intuito de adequar 
os espaços de acordo com a necessidade, 
oferecendo maior conforto. 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
112 
Figura 38 - Vista externa
Fonte: Memória Viva, 2014 
OBRAS ANÁLOGAS 
Figura 39 - Planta baixa/layout 
113
NOVO LAR PARA IDOSOS 
114
Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 
OBRAS ANÁLOGAS 
115 
Figura 40 - interior da Instituição
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Figura 41 - vista da cozinha da instituição Figura 42 - sala de Televisão da instituição 
Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 
116
OBRAS ANÁLOGAS 
Figura 43 - sala de estar da instituição Figura 44 - área de convívio social da instituição 
Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 
A instituição possui um espaço acolhedor mais 
próxima do conceito de lar, o que minimiza o sofrimento 
gerado pelo rompimento da história vivida no lar e a 
mudança para o local. 
Ambientes destinados para o convívio 
social entre internos e com visitantes integram a 
edificação, tornando a moradia aconchegante e 
pessoal. Espaços que foram projetados tirando 
p r o v e i t o d a s v i s a d a s e x t e r n a s , q u e 
proporcionam maior contato com o entorno e a 
natureza. 
117
7- PROPOSTA
PROPOSTA 
121
Figura 45 - Diagrama de localização 
Ipatinga 
Belo Horizonte 
Cel. Fabriciano 
Santana do 
Paraíso 
IPATINGA 
Novo Lar para idosos 
Fonte: Própria, 2014. 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
122
Fonte: www.google.com/maps 
Praça
NOVO LAR PARA IDOSOS 
124
Fonte: Própria, 2014. Fonte: Própria, 2014.
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Fonte: Própria, 2014. Fonte: Própria, 2014. 
126
PROPOSTA
Fonte: Própria, 2014. 
NOVO LAR PARA IDOSOS 
128
PROPOSTA 
129
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Fonte: Própria, 2014. 
130
PROPOSTA 
Fonte: Própria, 2014. 
Fonte: Própria, 2014. 
131
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Fonte: Própria, 2014. 
Fonte: Própria, 2014. 
132
Fonte: Própria, 2014. 
PROPOSTA 
133
NOVO LAR PARA IDOSOS 
Fonte: Própria, 2014. 
134
Fonte: Própria, 2014. 
PROPOSTA 
135
8 - NORMAS E LEGISLAÇÕES 
CONSTRUTIVAS
NORMAS E LEGISLAÇÕES CONSTRUTIVAS 
Para atendimento às propostas apresentadas neste 
trabalho, deverão ser consideradas normas e legislações, que 
estabelecem padrões mínimos como requisitos para 
elaboração e avaliação de projetos arquitetônicos em 
estabelecimentos assistenciais, com o objetivo de torná-los 
adequados às necessidades de seus usuários, de forma 
responsável. 
Embora a instituição, objeto deste trabalho, não seja 
do setor da saúde, cuida e responsabiliza-se por pessoas com 
os mais variados problemas de saúde decorrente da idade 
avançada, fato que a coloca sob a fiscalização dos padrões 
requeridos pela Vigilância Sanitária. 
Assim sendo, a RESOLUÇÃO - RDC Nº. 50, 
publicada em 21 de fevereiro de 2002, deve ser seguida como 
requisito norteador no programa de intervenções proposto 
para o Lar dos Velhos Paulo de Tarso, como complemento ao 
projeto arquitetônico da instituição. 
Art. 1º.–“Estabelece regras 
para aprovar o Regulamento Técnico 
d e s t i n a d o a o p l a n e j a m e n t o , 
programação, elaboração, avaliação e 
aprovação de projetos físicos de 
estabelecimentos assistenciais de 
saúde, em todo território nacional, na 
área publica e privada.” (RDC Nº. 50) 
Segundo a RDC Nº 50, é por meio da aprovação do 
projeto arquitetônico pela Vigilância Sanitária, que a 
instituição regulariza seu processo de adequação, motivo pelo 
qual as três instituições visitadas disseram estar preparando 
seus projetos para apresentação. 
Estabelece em seu texto requisitos básicos e 
abrangentes a toda edificação, tais como dimensionamento 
de espaços, limpeza, circulações verticais, acabamentos de 
paredes, pisos e bancadas, condições de segurança contra 
incêndios, dentre outros. Portanto esta norma define padrões 
a fim de assegurar qualidade aos espaços modificados. 
139
NOVO LAR PARA IDOSOS 
No que se refere a requisitos de acessibilidade, será 
considerada a Norma ABNT NBR 9050, já que: 
“ E s t a b e l e c e c r i t é r i o s e 
p a r â m e t r o s t é c n i c o s a s e r e m 
observados quando do projeto da 
construção, instalação e adaptação de 
edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos às condições de 
acessibilidade.” (ABNT NBR 9050) 
Requisitos estes estabelecidos para permitir às 
pessoas portadoras de necessidades especiais e mobilidade 
reduzida o acesso a produtos, serviços, atividades, 
informações, etc.. 
Portanto, nas modificações propostas para a 
Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) Lar 
dos Velhos Paulo de Tarso, esta norma muito contribuirá 
para proporcionar aos idosos, com todas as suas limitações, 
acessos aos espaços de forma digna, segura e autônoma. 
Ainda neste contexto, vãos e circulações, rampas, 
parâmetros antropométricos, sinalização tátil, área de 
manobra, barras, também serão aqui avaliados e 
considerados. 
Também o Estatuto da Cidade deve ser referenciado 
neste capitulo, por ser ele instrumento de definição de 
importantes diretrizes, dentre elas o Plano Diretor, que 
define parâmetros para ordenar a função social da cidade e da 
propriedade urbana. 
A análise do Plano Diretor de Ipatinga, aprovado em 
12 de junho de 2014, contribuirá para o entendimento da 
política territorial adotada e identificação da melhor forma de 
usar o território do município. A classificação das áreas em 
zoneamentos visa, por exemplo, o controle da densidade, 
preservação de áreas ambientalmente frágeis e Zonas 
Especiais de Interesse Social, para abrigar moradia popular. 
Este capítulo finaliza-se com um mapa delimitando a 
função social de cada área e outro identificando o Lar dos 
Velhos Paulo de Tarso, onde será desenvolvido o trabalho de 
TCC 2, localizado, conforme art. 72 da lei Nº 3.350 e mapa 
de zoneamento, na zona de centralidade II: 
140
– Zona de Alto Nível de Adensamento – 
NORMAS E LEGISLAÇÕES CONSTRUTIVAS 
“ZC II visa ao uso e à ocupação com o objetivo de adensar e incentivar as centralidades, promovendo o 
fortalecimento das centralidades e, ao mesmo tempo, o controle da densidade, priorizando a multiplicidade de 
usos, incentivando as atividades econômicas e permitindo habitações.” 
A mesma lei aborda ainda, que deverá ser analisada a legislação vigente sobre o adensamento proposto na área que se 
encontra na lei de uso e ocupação do solo do município, LPOUS: 
Parágrafo único. “A implantação das instalações a que se refere o caput deverá observar as taxas de ocupação e 
coeficientes de aproveitamento máximo especificados na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo – 
LPOUS.” 
Fonte: LPOUS nº83/2014 anexo II 
143
9 - CONCLUSÃO
NORMAS E LEGISLAÇÕES CONSTRUTIVAS 
Chego ao final deste trabalho com a convicção de que algo precisa ser feito para melhoria das condições oferecidas nas 
instituições de longa permanência para Idosos (ILPI's), localizadas na cidade de Ipatinga. O formato das mesmas migrou das 
instituições asilares e pouco representou de avanço para os assistidos. Arrastam-se, ao longo do tempo, por insuficiência de 
recursos financeiros para suprir as demandas existentes, vivendo de convênios públicos e obras de caridade, bem como pelo 
distanciamento do tema junto à população, posicionando estas instituições à margem da sociedade. 
Com suas tipologias arquitetônicas impessoais, mais se assemelham a um hospital do que propriamente a uma casa e não 
favorecem oportunidade de apropriação dos espaços para criação de vínculos de pertencimento. As pessoas ali assistidas estão 
desprovidas do amparo familiar e da sociedade. 
“A família vai à busca do melhor local para o idoso morar em termos de estrutura física, cuidados e 
convívio social com iguais e outras pessoas, pois entendem que por meio de visitas podem manter vínculos 
familiares e afetivos. Contudo, em alguns casos, depois da adaptação do idoso à instituição, esse vínculo familiar 
muitas vezes é rompido, ficando, o idoso, sem visitas de filhos ou parentes por tempo significativo. Esse 
desligamento, que causa muito sofrimento, pode ser um fator desencadeador de deterioração da saúde do idoso, 
que se vê sozinho, isolado, sem receber visitas e, portanto, sem ninguém no mundo” (PERLINI, LEITE, 
FURINI, 2007). 
As moradias de amparo à terceira idade continuam sendo um assunto delicado e pouco discutido pela sociedade. A 
aceitação dessas instituições como alternativa de suporte social à população que envelhece, não apresenta consenso, embora seja 
indiscutível o aumento da demanda por este serviço nos próximos anos. 
Confesso que como cliente em potencial, como todos são, não se escolheria nenhuma das três instituições para morar em 
idade avançada, pelas condições atuais apresentadas. Mas também não se pode deixar de referenciá-las pelo valor que possuem 
para os assistidos, já que abandonados pelas famílias são os únicos lugares que restam a eles. 
Nesta linha de raciocínio, cabe uma analogia em que o asilo está para o velho na mesma importância que está o manicômio 
para o louco: melhor ali do que nos maus tratos familiares ou perambulando pelas ruas. 
147
NOVO LAR PARA IDOSOS 
“No dia a dia de várias instituições para idosos residentes, a sensação que se tem é de um lugar onde o 
tempo estagnou. As horas não passam e existe uma situação de “mesmice” nas diferentes horas do dia: idosos 
sentados estáticos, muitas vezes um ao lado do outro, sem conversas, ou, quando se ouve alguma voz na maioria 
das vezes é solitária. Idosos conversam, mas não se ouvem. Uns gritam sem motivo aparente, outros vagam. A 
sensação é de desistência da vida. Permanece um tempo vazio de “espera” da morte nas instituições” (LIMA, 
2000). 
Acredito ser possível retirar a simbologia negativa que soa quando se refere a asilos, casas de repousos ou abrigos, se as 
políticas públicas e privadas forem mais eficazes e os segmentos da sociedade passarem a enxergar o idoso como um ser dotado de 
muitas experiências, valores, princípios, dignidade e bagagem social. Nesse momento, moradias de idosos poderão ser vistas 
como lugares adequados para os cuidados especiais, que promovem a qualidade de vida, mantendo o longevo em contato com o 
mundo. 
Enquanto profissionais responsáveis pela concepção da moradia, temos muito o que fazer tanto nos espaços já 
construídos quanto nos novos projetos. Compete também aos diversos mecanismos da sociedade como a mídia, sistema político, 
tecnologias, dentre outros, a contribuição para diminuir o estigma e a discriminação da terceira idade, tornando-a mais bem 
compreendida como uma fase final de vida que merece atenção pela grandiosidade de suas experiências e realizações no palco 
desta existência. 
148
10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
153
154153
155
156
157
APÊNDICE
LEVANTAMENTO DE CAMPO 
Público Alvo: Externo 
1. Entrevistado: Nome completo_____________________________________ 
2. Sexo: F ( ) M ( ) Idade: _______ Cidade:_________________________ 
3. Estado Civil: Solteiro( ) Casado( ) Separado ( ) Viúvo(a)( ) 
4. Residência: Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Asilo ( ) Favor ( ) 
5. Há quanto tempo reside no mesmo endereço? meses ( ) 1 ano ( ) 2 a 3 anos ( ) 3 a 5 anos ( )  5 a 
10 anos ( ) mais de 10 anos ( ) sempre morou neste endereço ( ) 
6. Reside com: Esposo (a)( ) Filho(s) ( ) Pais( ) Irmãos( ) Parentes( ) Sozinho ( ) 
7. Situação econômica: Trabalha( ) Desempregado( ) 
Aposentado( )Estudante( ) 
8. Quantos na família trabalham: 1( ) 2( ) 3( ) 4 ou mais( ) 
9. Renda Familiar: 1 SM( ) 1 a 2 SM( ) 2 a 3 SM( ) 3 a 5 SM ( ) 
Mais de 5 SM ( ) LOAS ( ) Sem Renda ( ) 
10. Condições da Moradia: Casa de 1 Pavimento( ) Casa de 2 Pavimentos( ) Prédio( ) Bom estado de 
conservação( ) Necessitando de reformas( ) 
10.1 Quarto: Ventilado( ) Úmido( ) Iluminado( ) Escuro( ) Individual( ) Coletivo( )  Bom Espaço( ) 
Apertado( ) 
10.2 Banheiro: Bom tamanho( ) Pequeno( ) Possui adaptação( ) Não oferece segurança( ) 
10.3 Acesso aos cômodos: Escada( ) Rampa( ) Elevador( ) 
10.4 Considera que a construção possui obstáculos que dificultam a locomoção no dia-a-dia: Sim( ) Não( 
161
) Não sei( ) 
10.4.1. Se sim, quais são?_____________________________________ 
10.4.2. Se pudesse modificaria alguma coisa nesta casa para facilitar o deslocamento dentro  d e l a ? 
Sim ( ) Não ( ) 
10.4.3. O que?_______________________________________________ 
 _________________________________________________________ 
10.5 Considera que a construção atual atende um morador com idade avançada? Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) 
10.5.1 Sendo a resposta não, qual o cômodo deveria ser modificado: 
 quarto ( ) banheiro ( ) sala ( ) toda a casa ( ) 
10.5.2 Qual modificação? 
Tamanho( ) alargamento de portas( ) colocação de barras( ) iluminação ( )  ventilação ( ) 
substituição por rampa ( ) substituição por elevador ( ) 
11. Já conversou com algum arquiteto sobre sua moradia? 
 Sim ( ) Não ( ) nunca ouvi falar deste profissional ( ) 
12. Você se sente sozinho em sua casa? Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) 
13. Se sim, atribui a que esta solidão: saudade da família distante ( ) a demora por visitas ( ) falta de contato com 
familiares ( ) nunca teve contato familiar ( ) falta de amigos ( ) falta do companheiro(a)( ). 
14. Se pudesse, faria algo diferente em sua vida? Sim( ) Não( ) Nunca pensei ( ) 
15. Sendo a resposta sim, o que modificaria: aproximaria mais da família ( ) 
faria mais amigos ( ) procuraria mais os vizinhos ( ) moraria sozinho ( ) 
moraria em asilo ( ) moraria com parentes ( ) não moraria com parentes ( ) 
não moraria sozinha ( ) Outros: ___________________________________ 
16. Em uma idade avançada você procuraria um asilo para morar? Sim( ) 
162
Não( ) Não sei( ) 
16.1 Se a resposta for sim, por que? 
 Terá companhia( ) Se sentirá seguro e protegido( ) 
Terá amigos para conversar( ) 
 Será bem cuidado por profissionais da saúde ( ) 
Terá um cantinho para viver ( ) 
16.2 Se a resposta for não, por que? 
Vai se sentir sozinho ( ) Vai se sentir desamparado ( ) 
Vai se considerar abandonado pela família( ) 
Ouvi falar coisas ruins sobre asilo( ) 
17. Considera a atividade física importante para a saúde? Sim ( ) 
Não ( ) Não sei ( ) 
18. Gosta de atividade física? Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) 
18.1. Se a resposta for sim, indique a atividade física preferida: caminhada ( ) corrida ( )  academia ( ) 
hidroginástica ( ) passeio ciclístico ( ) esporte radical ( ) defesa pessoal ( ) 
18.2. Se faz atividade física, informe a quanto tempo: alguns meses ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 a 5 anos ( ) mais 
de 5 anos ( ) nunca fiz ( ) 
19. Considera importante o lazer? Sim ( ) Não ( ) 
19.1 Se a resposta for sim, indique o lazer preferido: leitura( ) 
mexer com as plantas( ) televisão( ) cinema( ) viagem( ) 
conversar na calçada ( ) contar histórias ( ) teatro( ) 
Visitar amigos ( ) brincar com crianças ( ) 
uma boa conversa com amigos ( ) 
163
20. Se tivesse a oportunidade de recomeçar a vida, o que faria do mesmo 
jeito?_______________________________________________________________________________ 
_____________________________________ 
21. O que mudaria?_______________________________________________ 
22. Em uma só palavra como considera sua vida?_______________________ 
164
ANEXOS
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Novo Lar para Idosos - Moradia e Bem-Estar

  • 1. Novo Lar para idosos
  • 2. Novo Lar para idosos
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  • 7. RESUMO A habitação, tal como temos hoje, é fruto de modificações construtivas de importância inestimável. Os espaços, que foram se ajustando às necessidades de seus ocupantes, ofereceram aos que cederam a eles sua atenção, a oportunidade ímpar de transformação e acondicionamento à evolutiva forma de viver. Desde as cavernas, habitáculo rudimentar e natural do homem pré-histórico, as paredes sempre traduziram mais que apenas abrigo das intempéries ou dos perigos cotidianos: tornou-se o aconchego para o fim do dia cansativo de labor. Diacronicamente, esse trabalho se deu a expor como as moradias para idosos passaram pelo tempo e foram modificadas por ele. Ainda, se deu a aguçar a visão e exprimir o foco sobre a fase da vida em que o lar, nem sempre, significa estar entre parentes. A velhice, futuro daqueles que conseguirem “vencer a vida”, pode ser agradável ou desagradável mediante à atenção e cuidado com que parentes, sociedade e governantes tratem esse assunto tão ausente das pautas. A condição natural do ser é envelhecer, mas sob que condição isso pode acontecer é que nos faz conceber esse estudo. Se não existe alternativa à velhice, é preciso que se imagine os últimos dias envoltos em dignidade e bem estar. Aos que tanto contribuíram para que os nossos dias fossem melhores valeria o esforço de conceber espaços que atendessem à condição humana de dignidade, lazer, saúde e bem estar. É objetivo desse estudo propiciar a, pelo menos uma casa que abriga permanentemente idosos, a ressignificação dos espaços que a teoria indica como motivadora de um novo olhar daqueles que vivem a terceira idade. Os vários capítulos por que foi dividido esse trabalho apresentarão de forma clara e concisa a história do envelhecimento, os cenários das casas de abrigo a idosos no mundo, no Brasil e na Região Metropolitana do Vale do Aço. A conclusão validará as constatações das observações e oferecerá alternativa de reestabelecimento do conceito de Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), bem como o modo como as famílias, sociedade e governos veem essas instituições que oferecem esse serviço, seja pelo poder público, por filantropia ou por opção comercial. Palavras-chave: VELHICE; MORADIA; BEM ESTAR; DIGNIDADE; ABRIGO; IDOSOS; RESSIGNIFICAÇÃO.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 15.
  • 16. INTRODUÇÃO Este trabalho de conclusão de curso visa à discussão e concepção de uma proposta de espaço para acolhimento ao idoso, seja ela de longa ou temporária permanência, que possibilite um elo afetivo e de pertencimento entre as pessoas e o lugar. Isto significa que o indivíduo precisa se sentir como pertencente ao lugar e ao mesmo tempo sentir que esse lugar o pertence e assim, acreditar que pode e vale a pena interferir na rotina e nos rumos desse lugar como autor da ação. Serão confrontados os modelos de unidades de acolhimento ao idoso existentes na Região do Vale do Aço, como previsto na legislação brasileira por meio da lei de nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Art. 2º - O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. O artigo 3º define a priorização do atendimento aos idosos pela própria família, negando-se o atendimento asilar, exceto dos que não a possuem ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência, de forma a assegurar os direitos fundamentais para atendimento às suas principais necessidades. Art. 3º - É obrigação da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência. (ESTATUTO DO IDOSO, 2003, p.1 e 2). 23
  • 17. NOVO LAR PARA IDOSOS 24
  • 18. INTRODUÇÃO Também aqui, a casa é evidenciada como o refúgio do ser humano. É ela a âncora onde o indivíduo revigora suas forças e fortalece a sensação agradável do lar. Para Mincache (2010), no Caderno Temático Kairós Gerontologia, “(...) a casa é o nosso canto no 25 mundo”. A citação traz o entendimento da casa como o centro de referência do indivíduo, desde seu nascimento até sua morte, por meio de lembranças que ficam gravadas na memória e no inconsciente e que o acompanham ao longo de sua vida. Já o lar aparece como a vivência familiar dentro da casa, resultante do clima espiritual que ecoa nos ambientes concretos da moradia. “O lar é uma condição complexa que integra memórias, imagens, passado e presente, sendo um complexo de ritos pessoais e rotinas quotidianas que constitui o reflexo de seus habitantes, aí incluídos seus sonhos, esperanças e dramas”. (MIGUEL, 2002). Discutir e propor alternativas relacionadas à moradia para o idoso é então necessário e urgente, considerando-se que, o envelhecimento da população traz em seus princípios, a redução da mobilidade, da agilidade, da força óssea e dos reflexos. Cabe ao arquiteto, muito além de suprir as necessidades físicas, oferecer um acolhimento por meio de recursos arquitetônicos, que permitam a experimentação do espaço através dos sentidos, estimulando uma identificação e interação mais próxima com o ambiente e o convívio social interno e externo, estes podendo produzir no idoso o entendimento da instituição como seu lar.
  • 19. NOVO LAR PARA IDOSOS 26
  • 23.
  • 24.
  • 26. JUSTIFICATIVA A necessidade de repensar o desenho urbano e os espaços arquitetônicos é iminente e de fundamental importância para o profissional da Arquitetura e do Urbanismo. Em nível mundial, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais cresce de forma mais rápida que a população de outras faixas etárias. Segundo dados do IBGE (2010), estima-se que em 2050 haverá dois bilhões de idosos, 80% deles nos países em desenvolvimento. A população de 80 anos ou mais é a que mais cresce e poderá passar dos atuais 11% para 19% em 2050. Trazendo este cenário para a Região Metropolitana do Vale do Aço, o que se constata é que a população, a exemplo do que vem ocorrendo no Brasil, ficou mais madura nos últimos 10 anos e em 2030 poderá haver carência de mão de obra jovem para suprir a demanda do mercado. Segundo o último Censo do IBGE, no ano 2000 as cidades de Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga e Santana do Paraíso tinham 8,91% de pessoas com idade entre 0 a 4 anos; em 2010, o número caiu para 6,67%. Na mesma estatística, as pessoas com idade entre 50 e 59 anos representavam 6,80% da população total no ano de 2000 e em 2010 o número subiu para 10,90%. Um aumento de 4,10% (IBGE, 2010). 37
  • 27.
  • 28.
  • 30. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 43 4.1 O ENVELHECIMENTO 4.1.1 NO MUNDO O envelhecimento da população mundial é um fenômeno novo que vem ocorrendo em vários países de forma e ritmo diferenciados, progredindo mais rapidamente nos países em desenvolvimento. Em todo o mundo, o que era privilégio de poucos, no Século XXI passou a ser experiência de um número cada vez maior de pessoas viver mais. Vive-se mais devido a melhorias substanciais nas condições de vida e nos avanços da medicina. Um mundo cada vez mais velho é fato que não pode ser ignorado, conforme dados constantes no relatório “Envelhecimento no Século XXI”, publicado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA 2012): “(...) no mundo todo, a cada segundo 2 pessoas celebram seu sexagésimo aniversário – em um total anual de quase 58 milhões de aniversários de 60 anos. Uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos de idade ou mais, e estima-se um crescimento para 1 em cada 5 por volta de 2050”. Se o número de idosos cresce mais rápido do que outra faixa etária e os países em desenvolvimento assumem esta liderança, fica então o desafio para governantes de estabelecerem políticas públicas de amparo mais eficientes e adequadas para acompanhar as mudanças demandas por esse novo segmento. A reportagem publicada no Globo (2011), mostra a preocupação com o acelerado envelhecimento da população, que representa conquista da humanidade, mas que precisa ser tratado de forma diferente pela sociedade em geral: “Para alguns pesquisadores, a questão da idade já ultrapassa a preocupação com os problemas ambientais e de sustentabilidade como principal desafio para a demografia global”. “... Muitos se preocupam com o excesso de população no mundo atual, mas está na hora de começarmos a nos preocupar com a escassez de pessoas”. (REDE GLOBO, 2011)
  • 31. NOVO LAR PARA IDOSOS A grande preocupação com o envelhecimento acelerado é decorrente de números que apontam atualmente 800 milhões de pessoas com mais de 60 anos no mundo, o que representa 11% da população. Em 2050, as projeções apontam para um contingente de mais de 2 bilhões de idosos, o que constituirá 22% da população. Para assegurar a esta população o bem-estar no presente e no futuro é urgente que governantes adotem estratégias próprias, em geral na área da saúde, já que hoje 47% dos idosos e 23,8% das idosas participam da força de trabalho. Figura 1 - Distribuição da população mundial por idade e sexo - 2011 e 2050* Homens Mulheres Homens - 2050 Homens - 2011 Mulheres - 2011 Mulheres - 2050 Fonte: Nações Unidas (UNITED NATIONS, 2013) O gráfico mostra a distribuição da população mundial por idade e sexo em 2011 e 2050, sinalizando que em 40 anos haverá um estreitamento da base e um alargamento do topo, mais intenso entre as mulheres. 44
  • 32. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Preocupada então com a proteção e atenção aos idosos, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu duas conferências mundiais sobre o tema, sendo uma em Viena em 1982 e a outra em Madri em 2002. Na conferência é dado destaque ao fato de que antes existia uma grande preocupação com a explosão demográfica no mundo. Falava-se que a população chegaria rapidamente a 15 bilhões de pessoas, mas hoje os números mostram que não passará de 10 bilhões. Segundo relatório da ONU (2011), a principal tendência da demografia global é que na maior parte dos países do mundo a população não cresce mais, ou cresce menos do que no passado, resultado da tendência global de menor fecundidade. Mesmo no terceiro mundo, o crescimento da população está diminuindo. Países considerados “jovens”, hoje convivem com uma população que cresce bem mais lentamente, como ocorre no Brasil. Dados ainda mostram que na China a taxa de nascimento já é preocupante, e na Índia, que ainda cresce mais, também está diminuindo. Porém a estabilidade da população nesses dois países deve ser atingida em poucas décadas. Somente na África há um crescimento populacional ainda grande, com média acima de 3 filhos por mulher. Na Europa a taxa de natalidade é de 1,53 e 2,03 na América do Norte e na Ásia. (REDE GLOBO, 2011). O rápido crescimento da população mundial é fenômeno recente. Há cerca de 2.000 anos, a população mundial era de cerca de 300 milhões. Foram necessários mais de 1.600 anos para que ela duplicasse para 600 milhões. Este crescimento teve início em 1950, com reduções de mortalidade nas regiões menos desenvolvidas, o que resultou numa população estimada em 6,1 bilhões no ano de 2000, quase duas vezes e meia a população de 1950. Com o declínio da fecundidade na maior parte do mundo, a taxa de crescimento global da população tem decrescido desde seu pico de 2,0%, observado no quinquênio 1965-1970. (NAÇÕES UNIDAS, 2011). 45
  • 33. Figura 2 - Aumento da população mundial Fonte: Reportagem Globo, G1, 2011. NOVO LAR PARA IDOSOS 46
  • 34. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Figura 3 - População idosa no mundo de 1960 a 2020 0 100 200 300 400 500 Fonte: Ministério da Saúde – Programa Saúde do Idoso, 2002. 47 1960 1980 2000 2020 Países desenvolvidos Países em desenvolvimento População em milhões
  • 35. NOVO LAR PARA IDOSOS Em relação à longevidade no mundo, outro importante ponto para entender o envelhecimento da população, tem-se que a Península Macau, situada na China, ocupa o 1º lugar, apresentando uma expectativa de vida de 84,36 anos. O Brasil ocupa o 123º com 71,99 anos e o último colocado na pesquisa ficou para Angola, na África que ocupa o 224º lugar com 38,20 anos. É importante observar que os últimos lugares na classificação da expectativa de vida ficaram no continente Africano (Libéria, Moçambique, Lesoto, Zâmbia e Angola), países mais pobres, onde altas taxas de fecundidade dificultam o desenvolvimento e perpetuam a pobreza, conforme apontado em estudo da ONU e mostrado no gráfico abaixo. (NAÇÕES UNIDAS, 2011). Não há como negar que o envelhecimento no mundo traz grandes preocupações por ser um fenômeno ao qual os países estão tentando se adaptar. De um modo geral a área da saúde é a mais afetada pela crescente demanda de serviços. Sendo assim, Figura 4 - Expectativa de vida no mundo Fonte: ISTOÉ Independente, ed. 2105, 2010. 48
  • 36. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA pode-se afirmar que se existe aumento da necessidade de cuidados com esta população, existe também o aumento de demandas por opções de moradias especiais, principalmente para os idosos de baixa renda, já que são retirados do mercado de trabalho, passando a sobreviver com o valor recebido na aposentadoria ou no benefício da LOAS (Benefício de Assistência Social ao Idoso e ao Deficiente). Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2014), apontam que pelo menos 48% das pessoas em todo o mundo, com idade para se aposentar, não recebem nenhum tipo de benefício, enquanto os 52% que têm acesso a algum provento não recebem o valor adequado. 4.1.2 NO BRASIL Brasil, país com uma população estimada de 201.032.714 habitantes, que de acordo com os dados mais recentes do IBGE (2010), vem passando por transformações significativas a partir do crescente envelhecimento da população. Fenômeno este que, como já descrito no capítulo anterior, ocorreu inicialmente nos países desenvolvidos atingindo rapidamente os países em desenvolvimento, tornando a longevidade uma característica do mundo atual. (PRADO e DUTRA, 2004). No Brasil, este processo ganhou maior espaço ao longo da segunda metade do século XX e tomou maior impulso a partir de sua última década. Em 1950, o Brasil era o 16º país em número de idosos, em 2025 será o 6º. O Brasil hoje é um “jovem país de cabelos brancos”. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. O Brasil passou de um cenário de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro de enfermidades complexas e onerosas, típica dos países longevos, caracterizado por doenças crônicas e múltiplas que perduram por anos, com exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. (REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 2009). Pode-se dizer que o aumento da expectativa de vida no cenário nacional ocorreu nos últimos 60 anos, impulsionado pelos avanços tecnológicos relacionados à área da saúde, que possibilitaram maior acesso às vacinas, antibióticos, quimioterápicos, 49
  • 37. NOVO LAR PARA IDOSOS dentre outros medicamentos, tornando possível a prevenção e a cura de muitas doenças. Fato que aliado à queda da fecundidade, permitiu a explosão demográfica de pessoas com mais de sessenta anos. “ O B r a s i l p a r e c e t e r definitivamente “descoberto” a velhice. Depois do Ano Nacional do Idoso, em 1999, ganhou destaque o mais recente congresso da Sociedade B r a s i l e i r a d e G e r i a t r i a e Gerontologia (SBGG), realizado na capital do país, em junho de 2000”. (DIRETÓRIO DOS GRUPOS DE PESQUISA NO BRASIL DO CNPq,2000). Neste contexto, é a partir de 2000 que estudos sobre a velhice ganham espaço no país, já que idade avançada era coisa de países da Europa ou do Japão. Embora projeções estatísticas já indicavam esta faixa etária como a mais crescente na maioria dos países em desenvolvimento. No intuito de apurar e acompanhar os índices de envelhecimento no país, dados estatísticos passaram a ser levantados e divulgados por órgãos oficiais do Brasil. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010), tem-se que no período de 1999 a 2009, o índice relativo dos idosos (60 anos ou mais de idade) no conjunto da população passou de 9,3% para 11,3%, percentual ainda maior no período de 2009 a 2011 onde houve aumento de 7,6%., ou seja, mais de 1,8 milhão de pessoas. Em 2050 estima-se que haverá 64 milhões de pessoas idosas, o que corresponde a 30% da população brasileira. Quanto à estratificação dos índices por sexo, em documento da Presidência da República (2011), Coordenação Geral dos Direitos do Idoso, a estatística aponta para uma feminilização da velhice em 2020, em que 14,0% da população feminina contra 11,1% da população masculina serão de pessoas idosas. Segundo dados do IBGE (2010), as mulheres continuarão vivendo mais que os homens e em 2060 a expectativa de vida delas será de 84,4 anos contra 78,03 dos homens. Esta predominância do sexo feminino entre os idosos mostra que serão elas as 50
  • 38. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA maiores dependentes dos cuidados disponibilizados nas políticas públicas. Ainda no mesmo relatório, a partir de 2043 o país sofrerá um declínio da população, que terá prováveis implicações na economia com menos pessoas para produzir e gerar renda. A redução da população será acompanhada de um acelerado envelhecimento. O grupo de mais de 65 anos será mais de um quarto (26,7%) dos brasileiros em 2060, sendo que hoje representa 7,4%. Os gráficos abaixo mostram que na década de 40 a pirâmide brasileira começa a tomar forma invertida, resultado do aumento da terceira idade e diminuição da porcentagem de jovens, reafirmando a permanência do maior número de idosos do sexo feminino. 2013 2040 2060 Pessoas com mais de 65 anos serão mais de um quarto dos brasileiros em 2060, segundo projeção do IBGE. O percentual desse grupo representa 7,4% do total de pessoas que vivem no país em 2013. Fonte: Costa, 2010 Figura 5 - Pirâmides etárias absolutas 51 Milhões de pessoas Idade Homens - 2011 Mulheres - 2011
  • 39. NOVO LAR PARA IDOSOS Comparando a pirâmide etária relativa da França em 2005 com a do Brasil em 2050, tem-se que, no máximo em 40 anos, a brasileira será semelhante à da França atual. O país terá taxa de natalidade mais baixa e, com isso, média de idade maior, como pode ser observado no gráfico abaixo (IBGE, 2010). Figura 6 - Pirâmide etária relativa - França 2005 e Brasil 2050 (%) Confrontando agora o Brasil com a África, observa-se que há 50 anos, nosso país tinha o mesmo perfil etário do continente africano hoje: muitos jovens e crianças. Desde então, a população cresce em ritmo cada vez mais lento e apresenta um crescimento da faixa juvenil muito inferior aos apresentados em países da África, conforme demonstrado no gráfico. (IBGE, 2010). Figura 7 - Pirâmide etária relativa - África 2005 e Brasil 1960 (%) Fonte: Costa, 2010 Fonte: Costa, 2010 Em análise dos dados referentes à condição econômica da população geral de idosos, os registros apresentam que 57,9% são aposentados e a renda familiar per capita se distribui da seguinte maneira: 43,2% até 1 salário mínimo, 29,0% de 1 a 2 salários mínimos e 22,9% mais de 2 salários mínimos. O que aponta uma grande massa com baixo poder aquisitivo e ainda, em alguns casos, como sendo a principal fonte de renda da família. (IBGE, 2010). 52
  • 40. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Já em relação à saúde apresentada por essa população de idosos, dados confirmam que envelhecer sem doença crônica é uma exceção, tendo em vista que 48,9% dos idosos sofrem de mais de uma doença crônica e no subgrupo de 75 anos ou mais de idade, a proporção atinge 54,0%. Além das doenças crônicas, esta população passa por mudanças físicas, psicológicas e sociais que ocorrem de diferentes formas, embora a expectativa de vida ao nascer está ascendente saindo de 69,8 anos em 2000 para 81,2 anos em 2060 (IBGE, 2010). Com o avanço da idade, maiores são as chances do surgimento de doenças crônicas e degenerativas que não possuem cura e cerceiam os idosos da liberdade e da autonomia. Uma das formas mais conhecidas são as demências, sendo a mais comum o Mal de Alzheimer. Para enfrentar o quadro de envelhecimento da população, a partir da década de 90, o governo brasileiro passou a dedicar legislações e programas sociais à população idosa. Políticas públicas foram repensadas pelos governantes. Como primeiro impulso, destaca-se a Constituição de 1988. Em seguida surge então a Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994 e regulamentada pelo Decreto nº 1948, de 03 de junho de 1996. Política que assegura os direitos sociais à pessoa idosa, ao criar condições para promover sua autonomia, sua integração e sua participação efetiva na sociedade, já que a velhice é inevitável e exige políticas próprias. “A velhice é a mais inesperada de todas as coisas que acontecem a um homem”. (TROTSKY, DIÁRIO DO EXÍLIO, 1935). Esse envelhecimento desencadeia profundas mudanças na sociedade de um modo geral, atingindo principalmente as áreas da saúde, da filosofia e da política. Tom Kirkwood (2001, p.71), em seu livro “Os Melhores Anos de Nossas Vidas”, levanta uma discussão sobre o que se pensa da velhice enquanto um processo necessário e inevitável: ”(...) Duas das ideias mais comuns sobre a velhice, no entanto, são falsas. A primeira diz que a velhice é inevitável porque simplesmente temos que sofrer desgaste. A segunda, que é necessária e que somos programados para morrer porque, de outra maneira, o mundo ficaria intoleravelmente congestionado de gente. O envelhecimento, contudo, nem é inevitável nem necessário, pelo menos não da maneira como supõem tantas pessoas. É uma boa notícia essa, se temos esperança de, eventualmente, melhorar a condição e a qualidade de vida na velhice”. 53
  • 41. NOVO LAR PARA IDOSOS A discussão proposta pelo autor mostra que o grande desafio consiste na descoberta do envelhecer como simplesmente passar para uma nova etapa da vida. Uma nova fase que deve ser vivida de maneira positiva, saudável e feliz e que é preciso investir na velhice como se investe na infância e na juventude. Portanto, sendo o envelhecimento um fato que caminha a passos largos no mundo e no Brasil, cabe então à sociedade buscar novas soluções para assistir adequadamente a este grupo. No que se refere à longevidade, de acordo com o Ministério da Saúde (2009), o Brasil tem se organizado na tentativa de responder às crescentes demandas desta população, preparando-se para enfrentar as questões da saúde e do bem estar do idoso. Como providência ainda em 1º de outubro de 2003 foi sancionada a lei 10.741, que dispõe sobre o estatuto do idoso e dá outras providências. Dentre todas as medidas nele previstas, trata também da questão da moradia, no capítulo IX, artigo 37 onde consta: “O idoso tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou ainda, em instituição pública ou privada”. Considerando o preconizado nesse artigo e pensando nos crescentes índices de doenças crônicas e degenerativas que acometem o indivíduo, principalmente em idade mais avançada, fica a certeza de que haverá um aumento de demandas por lares que ofereçam soluções ou adaptações nos ambientes, a fim de torná-los mais agradável, seguro e confortável. Fica então para o arquiteto o papel de reinventar novos conceitos de Arquitetura e Urbanismo, em atendimento aos cuidados requeridos por esta faixa etária. 4.1.3 NA REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO AÇO Estreitando a análise do envelhecimento, para melhor entendimento e identificação da área de atuação, cuidará este capítulo dos dados relativos à população idosa residente nos municípios que integram a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), tanto do ponto de vista da distribuição por faixa etária e sexo, como de políticas públicas municipais. 54
  • 42. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Para constatação se há na região aumento dos idosos, como vem ocorrendo no mundo e no Brasil, dados serão analisados e confrontados com outras cidades do país, bem como com cidades de outros países, para verificação e entendimento do comportamento da velhice no Vale do Aço. Para confiabilidade estatística, serão utilizados dados disponibilizados por órgãos oficiais do governo. A seguir, ainda como forma de verificação da tendência apresentada nos quatro municípios, dados serão confrontados com os registrados para o Estado de Minas Gerais, Brasil e Mundo. As análises contribuirão ainda para a definição do projeto a ser proposto, no que se refere ao tipo de modalidade de longa ou temporária permanência, município de atuação e seleção da instituição para intervenção. A discussão iniciará a partir da reportagem do caderno de notícias do dia 25/12/2011, onde consta: “Cidades da região estão ficando mais maduras”. Ainda em destaque informa que “A população idosa aumentou 4,10% nas cidades-polo do Vale do Aço nos últimos 10 anos, e em 2030 pode haver carência de mão-de-obra jovem para suprir a demanda”. A preocupação relatada acima é decorrente do fato de que o envelhecimento retira o indivíduo do meio produtivo, diminuindo a mão-de-obra disponível. Ainda o cenário é agravado pela diminuição da fecundidade apresentada na região, conforme mostra os índices apontados em pesquisa do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE 2010): “(...) na década de 80 havia em média 5,8 pessoas por domicílio no Vale do Aço. Em 2010, esse número passou para 2,9. Seguindo essa tendência nacional, num período de uma década o índice de nascimentos na região do Vale do Aço caiu bastante”. Dados que confirmam a Região Metropolitana do Vale do Aço com o mesmo comportamento identificado no Brasil e no Mundo, tanto do ponto de vista do crescimento do número de idosos como pela redução da taxa de fecundidade. Segundo o Coordenador Regional do IBGE, João Braga (2010): “(...) a população do Vale do Aço está envelhecendo numa proporção quase que geométrica e, infelizmente, os gestores governamentais não estão investindo em políticas públicas para atender a demanda na mesma proporção. Essa é uma realidade que foi constatada em todo o país no último Censo”. 55
  • 43. NOVO LAR PARA IDOSOS Pode-se afirmar que os problemas oriundos do envelhecimento na população no Vale do Aço, não diferem das demais regiões do país: “novo” segmento que cresce assustadoramente, exigindo maior atenção e cuidado pela sociedade. O que agrava ainda mais é que poucas são as políticas públicas de amparo ao idoso e mesmo assim apresentam baixo índice de cumprimento. Atores que alavancaram o desenvolvimento da região siderúrgica são hoje personagens esquecidos, ficando normalmente desprovidos de cuidados e atenção. Ainda analisando os dados estatísticos do último Censo do IBGE, tem-se que em dez anos o índice de crianças nos quatro municípios do Vale do Aço caiu, mas em contrapartida subiu 4,10% o número de pessoas entre 50 a 59 anos de idade, conforme dados abaixo: “(...) em 2000 Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga e Santana do Paraíso tinha 8,91% de pessoas com idade entre 0 a 4 anos; em 2010, o número caiu para 6,67%. Na mesma estatística, as pessoas com idade entre 50 e 59 anos representavam 6,80% da população total no ano de 2000 e, em 2010, o número subiu para 10,90%. Um aumento de 4,10%”. As fotos abaixo mostram cenas de uma reportagem em comemoração ao dia do idoso, realizada no município de Coronel Fabriciano em 1º de outubro de 2011. Nesta atividade organizada pelo CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) são destacados os números de 37.000 idosos registrados na Região Metropolitana do Vale do Aço, bem como o aumento de 32% desta população. Figura 8 - Comemoração ao dia do idoso em Coronel Fabriciano 2011 Reportagem do CRAS – Comemoração Dia do Idoso, 1º Outubro de 2011. 56
  • 44. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Como o envelhecimento é um fenômeno da atualidade, faz-se necessário o comparativo entre os números registrados no ano de 2000 e 2010, nos municípios estudados, para verificação do comportamento dessa população frente às faixas etárias. As análises serão realizadas para cada município, separadamente, no intuito de levantar um diagnóstico que possibilite a escolha da instituição a ser beneficiada pela proposta “Novo Lar para Idosos”.  Município de Coronel Fabriciano: Segundo o Censo de 2010, foi registrado um total 103.694 habitantes residentes no município, sendo seu Produto Interno Bruto (PIB) com destaque na área de prestação de serviços. No que se refere ao Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) se classifica como Alto, com um índice de 0,744. Em relação ao IDH-M de Longevidade na faixa de muito alto com 0,852 e no IDH-M de Renda alto com 0,793. Para verificação da evolução do envelhecimento no município, comparando as pirâmides de distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade, tem-se no ano de 2000 o registro de 7.559 idosos, sendo 3.332 do sexo masculino, o que corresponde a 3 , 5 % e 4 . 2 2 7 d o s e x o f e m i n i n o , correspondendo a 4,3% desta população. Figura 9 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Coronel Fabriciano (MG) - 2000 Fonte: Censo IBGE, 2000 57
  • 45. NOVO LAR PARA IDOSOS 58 Já em 2010 este número passa para 11.248, distribuídos em 4.862 do sexo masculino, com um percentual de 4,7% e 7.559 do sexo feminino, correspondendo a 6,1%, conforme verificado ao lado: Comparando os dados da pirâmide de 2000 com os de 2010, tem-se em 10 anos um aumento de 67% da população de idosos no município e ainda o número de mulheres sendo superior ao dos homens. Mesmo com este percentual de envelhecimento bastante expressivo, Coronel Fabriciano não possui política pública específica de amparo ao idoso, Figura 10 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Coronel Fabriciano (MG) - 2010 Fonte: Censo IBGE, 2010 estão atualmente se organizando para constituição da mesma. Outro dado importante é a existência somente de uma Instituição de Longa Permanência para atender a demanda de moradia especial para esta faixa etária, subsidiada pela Prefeitura Municipal. · Município de Ipatinga: Para este município, o Censo de 2010 registrou uma população de 239.468 habitantes, sendo seu PIB o maior da microrregião onde está inserido, se destacando na área indústria. Apresenta IDH-Municipal alto com índice de 0,771, índice de Longevidade muito alto com 0,864 e índice de Renda alto com 0,752. Cidade apontada em 2013 como a que apresentou o melhor IDH do Vale do Aço, ocupando a 220ª posição na classificação de melhor região para se viver. (G1, 2013).
  • 46. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 59 A pirâmide de distribuição populacional, ao lado, mostra a faixa etária acima de 60 anos de idade, em 2000, com um total de 12.975 pessoas, sendo 5.895 do sexo masculino, correspondendo a 2,8% e 7.080 do sexo feminino, representando 3,3%. No ano de 2010, conforme demonstrado na pirâmide, a população de idosos aumentou em 57%, totalizando 22.854 pessoas, ficando distribuídas entre 10.366 masculinos, representando 4,3% e 12.488 femininos, correspondendo a 5,2%. Figura 11 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Ipatinga (MG) - 2000 Fonte: Censo IBGE, 2000 Figura 12 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Ipatinga (MG) - 2010 Fonte: Censo IBGE, 2010
  • 47. NOVO LAR PARA IDOSOS Ipatinga também apresenta elevado percentual de envelhecimento da população, porém o município possui, desde de 08 de agosto de 2012, a Lei nº 3.091, que dispõe sobre a Política Municipal do Idoso e sobre o Conselho Municipal do Idoso, visando assegurar a esta faixa etária os direitos sociais, promover sua integração e efetiva participação na sociedade. Em seu Artigo 4º esta política tem como instrumento de deliberação, de ações e de captação de recursos, respectivamente: I - o Conselho Municipal do Idoso de Ipatinga - CMII; II - o Fundo Municipal do Idoso de Ipatinga - FMII; III - a Conferência Municipal do Idoso. Para atendimento ao público de idosos que necessitam do acolhimento em moradias especiais existem três Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e uma Residência Inclusiva, que cumprem os requisitos previstos na política pública municipal.  Município de Santana do Paraíso: Com 27.265 habitantes registrado no censo de 2010, tem seu PIB com destaque para serviços e agropecuária. Em seu IDH Municipal apresentou, em 2010, um índice de 0,685, estando na faixa média, IDH-M de Longevidade muito alto com índice de 0,878 e IDH-M de Renda médio para um índice de 0,663. Quanto à evolução do envelhecimento no municipio, segundo dados coletados no censo do IBGE e demonstrado no gráfico, tem-se no ano de 2000 o registro de 1.224 idosos, sendo 596 pessoas do sexo masculino representando 3,2% e 628 do sexo feminino representando 3,3%. 60
  • 48. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Figura 13 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Santana do Paraíso (MG) - 2000 Fonte: Censo IBGE, 2000 Figura 14 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Santana do Paraíso (MG) - 2010 Fonte: Censo IBGE, 2010 No gráfico de 2010 esta faixa etária apresentou um aumento de 53%, passando para 2.288 pessoas com idade acima de 60 anos, distribuída entre 1.099 do sexo masculino sendo 3,9% e 1.189 do sexo feminino sendo 4,5%. A e l e v a ç ã o d o p e r c e n t u a l d e envelhecimento da população no período de 10 anos, confirma a tendência do município para o aumento de idosos, bem como a feminilização da velhice. Esta faixa etária enfrentará maiores desafios, considerando a classificação mediana nos índices de desenvolvimento humano municipal e de renda, ag ravados pela inexistência de política pública específica para amparo a este segmento. Há carência também na disponibilidade de moradia especial para assistir os velhos, já que o município possui somente uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), subsidiada pela Prefeitura Municipal. 61
  • 49. NOVO LAR PARA IDOSOS  Município de Timóteo: Com uma população de 81.243 habitantes registrados pelo censo de 2010, o muncípo tem o segundo maior PIB de sua microrregião, perdendo apenas para Ipatinga, destaca-se na área industrial. Também em 2010 apresentou IDH Municipal na classificação alto, de Longevidade muito alto e de Renda alto. Em relação à pirâmide de distribuição da população por sexo, em 2000 foi registrado um total de 5.434 pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, sendo 2.508 do sexo masculino, representando 4,8% e 2.926 do sexo feminino, com 4%. Figura 15 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Timóteo (MG) - 2000 62 Fonte: Censo IBGE, 2010 Em 2010, o gráfico aponta para um acréscimo de 63% do segmento da terceira idade, ficando com um total de 8.599 pessoas, distribuidas entre 3.789 do sexo masculino, com 4,8% e 4.810 do sexo feminino representando 5,8%.
  • 50. Timóteo, como os demais municípios da RMVA, confir ma a tendência ao envelhecimento da população e à feminilização da velhice. Para enfrentar os desafios advindos deste cenário, está se organizando para aprovação de uma política pública de amparo ao idoso. Como moradia especial para acolhimento a este público da terceira idade possui uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que mantem convênio com a Prefeitura Municipal. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Figura 16 - Distribuição da população por sexo, segundos os grupos de idade Timóteo (MG) - 2010 Fonte: Censo IBGE, 2010 Diante dos dados registrados, constata-se no Vale do Aço a mesma tendência levantada pelos censos demográficos realizados no mundo e no país, onde a população envelhece e apresenta um número maior de longevos do sexo feminino. Neste sentido, se o cenário aponta para o futuro tendo os idosos como maioria é preciso então que haja construção de novos paradigmas, novas leis de atenção e superação de preconceitos, possibilitando aos mais velhos o convívio na sociedade como indivíduos que possuem direitos como as crianças e os adolescentes. Embora Ipatinga com um aumento de 57% de pessoas idosas, se comparada aos demais municípios da RMVA, não apresente o maior índice de envelhecimento da região, perdendo em classificação para Coronel Fabriciano (67%) e Timóteo (63%), possui um número expressivo de pessoas nesta faixa etária num total de 22.854, correspondendo a 9,5% dos habitantes em 2010. Quatro anos se passaram e pela tendência ao crescimento, este número não mais representa a realidade do município. Influenciaram também na escolha o crescimento de 12,72% na taxa de Desenvolvimento Humano, comparando os 63
  • 51. NOVO LAR PARA IDOSOS números de 2000 e 2010, em que pessoas tem melhor qualidade de vida e consequentemente longevidade, maior acesso à educação e renda; e a existência de Lei Municipal de Amparo ao Idoso, que permite além dos cuidados necessários a esta população a possibilidade de captação de recursos sociais para melhorias do espaço. Considerando ainda, a tarefa de uma proposta de ressignificação do espaço e seu caráter em uma instituição asilar, que na atualidade recebe nomenclatura de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), mas em sua trajetória histórica mostra poucas mudanças na contextualização da sociedade, do ponto de vista de sentimento e de tipologia arquitetônica, faz-se necessária intervenção que possibilite ao lugar o estabelecimento de vínculos e de pertencimento. Fica então definida a cidade de Ipatinga para aplicação do projeto “Novo Lar para Idosos”, por oferecer três moradias especiais de longa permanência, que contribuirão com dados e informações significativas no estudo de casos, instrumento a ser utilizado para definição da instituição a receber a intervenção. 64
  • 52. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 4.1.4 O IDOSO NA FAMÍLIA E NA SOCIEDADE Analisar as relações do idoso com a família e a sociedade é importante para o entendimento das especificidades advindas com o processo do envelhecimento. A longevidade é uma questão da atualidade como pode ser verificado na reportagem “Como Viver Mais e Melhor”, publicada na Revista Veja, edição 2121, de 15 de julho de 2009: “(...) envelhecer já foi um milagre, um sonho e também uma sentença cruel. Nossos poetas românticos, por exemplo, almejavam a vida curta, cravejada de muita tosse e olhos fundos, aureolados de acentuadas olheiras. E, quando a vida se estendia, sentiam-se traídos pelo destino, envergonhados diante da posteridade (...)” O trecho da reportagem evidencia o “retrato antigo” de uma velhice indesejável e desrespeitosa, diferentemente do que ocorre em países orientais, onde a velhice é objeto de adoração pela idade acumulada e pela sabedoria adquirida ao longo dos anos. Tamanho respeito e atenção que desde 1947, no Japão comemora-se o “Dia do Respeito aos Idosos” (Keiro no Hi), motivo de orgulho para os mais jovens que procuram os mais velhos em busca de conhecimento e experiência. Para a atualidade, longevos modificam este conceito, pois buscam maior qualidade de vida e alegria de viver, como evidenciado em trecho da mesma reportagem “(...) mas isso são histórias do Século XIX, quando viver não estava na moda. Hoje, mais do que viver simplesmente, está na moda a alegria de viver”. Época marcada por uma população crescente que busca novas oportunidades e novas concepções de vida. Neste sentido, a velhice no Século XXI não pode ser visualizada somente pelo viés do aumento crescente de pessoas que envelhecem, mas também pelo modo como estas pessoas se organizam em busca de novas oportunidades e de novas concepções de vida. Porém, embora esteja na moda a alegria de viver, a longevidade traz em seu contexto relações que se modificam, o idoso perde seu lugar de comando na família e há uma inversão dos papéis onde os filhos passam a se responsabilizar pelos pais, consequentemente as pessoas idosas se tornam cada vez mais dependentes. 65
  • 53. NOVO LAR PARA IDOSOS Para melhor discorrer sobre as relações que envolvem o idoso na família, faz-se necessário buscar o significado deste termo. Instituição que vem sofrendo modificações ao longo dos séculos e que afetam a crescente população da “Melhor Idade”, que além de buscar viver mais e melhor, carece de uma relação duradoura e estreita com sua família. De acordo com Holanda (1986, p.755, 2 ed.), “Família são pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos. Pessoas do mesmo sangue. Ascendência, linhagem, estirpe”. O conceito de família constituída por pai, mãe, filhos, na mesma casa, pessoas do mesmo sangue, nos dias atuais tem sido modificado e não há como negar que os comportamentos têm alterado esses padrões. A formação do núcleo familiar é afetada, dentre outros fatores, pela diminuição do número de membros da família, pelos elevados índices de divórcio, pela falta de pessoas em casa para cuidar do idoso. Além deste cenário, ainda há o envelhecimento dos membros da família, que requerem maior cuidado pela dependência gerada, como constatado na matéria “Como Construir o Futuro” (Revista Veja on-line), em que a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do IPEA (Instituo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) afirma: 66 “A sociedade não está preparada para cuidar do parente que envelhece”. “Muitos lares não têm sequer espaço físico, muito menos estrutura emocional e financeira para lidar com esse tipo de situação”. “Por isso é tão frequente haver brigas de família para saber quem vai cuidar do v o v ô e m u i t o s i d o s o s simplesmente perdem o direito a um endereço fixo, morando ora com um filho, ora com outro, sentindo-se um peso para todos”. (CAMARANO citado por VEJA ONLINE, 2006).
  • 54. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Neste sentido, a falta de gente em casa com tempo para se dedicar ao idoso também impacta sobre as estratégias familiares nos cuidados necessários a esta faixa etária. Funções que antes eram concentradas no ambiente familiar são transferidas para outras instituições. Além da família é preciso pensar o idoso no convívio social, de forma a possibilitar a troca de experiência e afeto sem segregá-lo da sociedade. Isto requer a criação de uma estrutura que estimule novos caminhos para o idoso que possa refletir em reversão dos sentimentos de tristeza, inutilidade e abandono. Em face de tal situação, e como o envelhecimento da população é um fenômeno mundial, o Brasil que já foi considerado um país de jovens, está agora, segundo estatísticas do IBGE (2010), caminhando a passos largos para seu envelhecimento, é urgente que conceitos sejam modificados a partir do novo olhar do espaço arquitetônico disponibilizado ao idoso. Isto é, enxergar a velhice não como problema, mas sim como oportunidade para proposição de uma arquitetura mais funcional e inclusiva, que possibilite ao indivíduo a moradia segura e confortável, que quebre o paradigma do abandono e desamparo familiar e crie possibilidades para o estabelecimento de um novo conceito de vida plena, onde o idoso passa a ser o sujeito da ação e possa ser reconhecido como um cidadão de direitos. “Se existe alguma certeza quanto ao futuro, é a de que ele será mais velho. Aos poucos, o mundo ao nosso redor terá cada vez mais idosos, resultado de um movimento demográfico no qual a taxa de fecundidade continuará caindo e a expectativa de vida, subindo”. (ISTOÉ, 2009). Conclui-se então que como o envelhecer é um processo natural e crescente que caracteriza uma fase do indivíduo, que a longevidade traz em seu conceito o acúmulo de idade, com diversidade da condição de saúde, e que no âmbito familiar a velhice assiste às alterações dos papéis de cada membro, é preciso repensar nossas moradias destinadas a esta população de forma diferente e que criem condições para que a velhice não só acrescente anos à vida, mas também acrescente vida aos anos. 67
  • 55. NOVO LAR PARA IDOSOS 68 4.2 O ASILO 4.2.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO ASILAR A Instituição Asilar não é uma prerrogativa da vida moderna e pode ser considerada a mais antiga modalidade de amparo e cuidado ao idoso fora de sua família. De origem assistencialista, o asilo foi criado a séculos para abrigar e atender pessoas pobres e doentes em situação de exclusão social. Historicamente, foi o cristianismo o pioneiro no amparo a estas pessoas que ficavam subjugadas à própria sorte, como missão social da igreja baseada no ministério cristão. No artigo “Trajetória das Instituições de Longa Permanência para Idosos no Brasil” de Oliveira Araújo, Souza, Mancussi e Faro (S.D.), as autoras mencionam: “Há registro de que o primeiro asilo foi fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa em um hospital para velhos”. (ALCÂNTARA; 2004, P.149). A institucionalização do asilo, portanto se dá pelo cristianismo, que acolhe e protege uma classe
  • 57. NOVO LAR PARA IDOSOS 70
  • 59. NOVO LAR PARA IDOSOS 4.2.2 SIMBOLOGIAS PRESENTES NAS INSTITUIÇÕES ASILARES 72
  • 61.
  • 63.
  • 64. 4.2.3 O CORPO NO ESPAÇO CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Este capítulo tratará da análise fenomenológica da instituição asilar, em seu conceito de espaço social fechado, onde regras são estabelecidas e impostas ao idoso no sentido de limitar e homogeneizar as atividades diárias dos internos, para melhor entendimento das relações e dos vínculos ali presentes. O texto “O Fenômeno do Lugar” de Christian Norberg Schulz (1976), será utilizado como fundamentação teórica, uma vez que é preciso verificar o valor do lugar como algo perceptível, carregado de significância e caráter utilitário, em seu equilíbrio entre espacialidade e expressão construtiva. Sua abordagem, utilizando-se da linguística numa ótica estruturadora do pensamento e da Gestalt sobre o entendimento da percepção e simbologia atribuída às coisas e lugares, complementará o entendimento do valor simbólico do asilo e suas funções enquanto moradia de idosos, com seus projetos que alteram o desenho urbano e traz significância ao espaço. Buscou no conceito de Fenomenologia definido por Edmund Husserl (1859-1938), “como sendo uma investigação sistemática da consciência e seus objetos”, fundamentos para sua teoria da fenomenologia como sendo um “método” que exige um “retorno às coisas, em oposição às abstrações e construções mentais”. Por outro lado, é preciso também ver o idoso, enquanto ator social, que vai reduzindo o seu “eu” na medida em que a instituição é menos aberta para o mundo exterior, como ocorre nos manicômios, prisões e conventos. Foi, portanto, a partir do pensamento das relações que se dão entre construir e habitar e da missão da arquitetura em possibilitar experiências e sensações que um espaço pode causar que Norberg-Schulz baseou sua teoria. Método que vêm para contestar pensamentos prevalecentes no modernismo, em que predominou o excesso de funcionalismo, sistemas estruturais e reprodução dos modelos. Fato que provocou na arquitetura o afastamento do ser humano. Era preciso então retomar os conceitos e buscar uma arquitetura mais humanizada, pensada para seu usuário de forma única, possibilitando vivências e sensações de acordo com o uso e o espaço. Neste contexto e influenciadas pelas ideias preconizadas pelo modernismo, estilo que tomou vulto principalmente a partir 77
  • 65. NOVO LAR PARA IDOSOS da primeira metade do século XX, surgem as edificações asilares, com sua construção fechada, para recolhimento de indivíduos esquecidos em sua valorização enquanto seres humanos. O desejo de afastar indivíduos velhos, doentes e indesejáveis do convívio com a sociedade, fomentou a criação de uma tipologia construtiva que muito se assemelha ao sistema prisional, onde se vê quartos dispostos ao longo de corredores, um pátio central para o banho de sol e cercada por muro, impedindo o contato entre o interior e o exterior. Lugar que não inspira e nem possibilita pessoalidade e sentimento de pertencimento. Para Norberg-Schulz,1976, a fenomenologia da arquitetura criaria e impulsionaria a capacidade da ressignificação do ambiente com a criação de lugares específicos, já que a mente, segundo princípio da Gestalt, configura os registros que chegam a ela mediante a percepção ou a memória e permite que o mundo seja visto como um todo e não em partes, tornando assim mais explícito o que está implícito. Neste sentido a arquitetura passa a ser vista não só pelos métodos construtivos, ou estruturais, mas também no sentido da necessidade de haver interação e intenção em causar sensações. Ainda no intuito de explicitar as ideias da interação entre lugar e identidade, utiliza-se da antiga noção romana do “Genius loci” (espirito do lugar), para mostrar a significância e a ligação do espaço com o sagrado. É baseado então no “Genius loci”, que Norberg-Schulz “interpreta o conceito de habitar, como estar em paz num lugar protegido”. Em sua teoria, o lugar tem grande importância por ser a totalidade criada entre as coisas concretas e a qualidade ambiental. Elege o lugar e a cidade como possuidores de um espirito próprio e inconfundível, que dialogam com as necessidades do homem contemporâneo. Com base então no conceito de habitar, “como estar em paz num lugar protegido”, cabe aqui uma indagação de qual é o caráter dado à instituição asilar, uma vez que pessoas são retiradas do lar, involuntariamente, e instaladas em um lugar sem vínculo e sem valor simbólico, estabelecendo uma ruptura em sua história de vida. Ainda para Norberg-Schulz o “cercamento” é colocado em seu texto, como um importante fator para delimitar ou diferenciar um lugar no espaço e ainda possibilita a materialização mental da construção, objeto da 78
  • 66. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA arquitetura. Traz neste conceito a ideia de que o arquiteto deve agir sobre a cultura e mudar as coisas, de forma a tornar clara a localização da existência humana, que está entre o céu e a terra. O cercamento como limite ou diferenciador de um lugar no espaço nos asilos são os muros construídos ao redor da edificação, com a intenção de impossibilitar o contato dos internos com o mundo exterior. Isso porque as pessoas ali colocadas não possuem mais contribuições para o crescimento da sociedade, nem tampouco necessitam experimentar sensações com a materialização mental da construção. Neste contexto, o cercamento da instituição asilar, baseado na teoria de Norberg-Schulz, deveria proporcionar a continuidade da existência humana cercada por fenômenos concretos como natureza, cidades, casas, pessoas, dentre outros e por fenômenos menos tangíveis como os sentimentos. Sendo assim, “um lugar é um fenômeno qualitativo “total” que não pode ser reduzido a nenhuma de suas propriedades, como as relações espaciais, sem que se perca de vista sua natureza concreta”. A qualidade ambiental dos lugares seria, portanto, definidora das atividades humanas, já que funções similares exercidas em lugares diferentes tendem a ser realizadas de formas diferentes, pois, os lugares são diferentes. Já o espaço pode ser considerado como uma dimensão existencial. Segundo Norberg-Schulz, 1976, “espaço indica a organização tridimensional dos elementos que formam um lugar, o “caráter” denota a “atmosfera” geral que é a propriedade mais abrangente de um lugar”. Sendo então, o lugar algo perceptível, carregado de significância e caráter utilitário. Já o seu reconhecimento se dá por meio da sua experimentação e interação e apenas é possível por meio das relações entre sujeito e ambiente. Sem o espaço não há lugar-ambiente, ambos se complementam e se relacionam. Para Heidegger (SD), filósofo alemão, “a fronteira não é aquilo em que uma coisa termina, mas, como já sabiam os gregos, a fronteira é aquilo em que algo começa a se fazer presente”. “Os lugares são literalmente “interiores” o que significa dizer que “reúnem” o que é conhecido. Discutindo então o conceito acima, tem-se que o limite, a fronteira ou qualquer outra demarcação estabelece o vínculo com o espaço, criando a referência do lugar e seu valor simbólico. 79
  • 67. NOVO LAR PARA IDOSOS Paolo Portoghesi e Heidegger (SD), também discutem o espaço como um “sistema de lugares” que estabelecem a relação interior-exterior e possuem graus variados de extensão e cercamento carregados de significância. Com base então nas ideias de Norberg-Schulz, (1976), cabe aqui uma reflexão sobre a tipologia adotada nas instituições asilares, lugares que mostram uma relação corrompida pela falta de vínculos existentes entre o lugar e o indivíduo ali assistido, pelo cercamento como fronteira e tipologia reproduzida. A identidade do espaço asilar necessita ser priorizada na contemporaneidade, seja por meio da fenomenologia do lugar ou por meio de outros conceitos. “Quando a união entre o natural e o produzido se completar, nossas constr uções aprenderão e se adaptarão, curarão a si mesmas e evoluirão. Contudo, este é um poder com o qual ainda não chegamos a sonhar.” Comentário do americano Kevin Kelly, escritor e conhecedor da tecnologia, (RICHARD ROGERS, 1997). Embora se tenha tantos conceitos que preconizam uma arquitetura pensada e projetada para possibilitar a experimentação do indivíduo em seu espaço, na atualidade ainda se concebe um grande volume de construções de asilos que carecem de uma caracterização para formação de uma identidade entre espaço, lugar e arquitetura. Em contrapartida, a nova população de idosos buscando qualidade de vida, vivendo mais e com maior autonomia e independência, a criação de leis específicas de atenção e este segmento, o desejo de não se ter ruptura de vida entre a residência e a instituição, exigirão neste século o planejamento de lugares que se aproximem mais da concepção de lar. A valorização do corpo no espaço, atualmente é pensada em modelos alternativos de creches e condomínios para idosos, lugares ainda restritos a uma pequena parcela desta faixa etária, o desafio é estender esta concepção para os lugares públicos. 80
  • 68. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 4.2.4 PROMOÇÃO DO CONTATO COM OS TEMAS VELHICE E ASILO No intuito de fomentar uma reflexão sobre os temas que envolvem o idoso, para verificar possíveis percepções sobre o processo de envelhecimento, uma vez que a velhice e suas consequências são deixadas de lado, não fazendo parte do cotidiano das pessoas, foram realizadas duas intervenções que buscaram suscitar na população envolvida o contato com o assunto. Como constatação, após aplicação das atividades, a velhice precisa ser encarada de forma mais responsável e melhor debatida pelos segmentos da sociedade, já que o envelhecimento é uma realidade do mundo e não somente daqueles “asilados” e seus familiares. Isto se não quisermos permitir que o modelo público institucionalizado atualmente perpetue e permaneça nas mesmas condições e com a mesma tipologia arquitetônica, fria, sombria e impessoal. 4.2.4.1 24ª SEMANA INTEGRADA DO CAU/UNILESTE – 2º SEMESTRE/2014 No dia 22/09/2014, na sala E 107, foi preparado um espaço caracterizando o aconchego do lar, com esteiras pelo chão, um cantinho da vovó com compoteiras de balas dispostas sobre a mesinha de canto, pipoca, refrigerante e a projeção de um bom filme de nome “E Se Vivêssemos Todos Juntos”, em que alunos do 9º e demais períodos puderam entrar em contato com algumas questões advindas do envelhecimento. Filme lançado em 12 de outubro de 2012, do gênero comédia, foi dirigido por Stépahane Robelin e contou com a participação de Jane Fonda, Pierre Richard, Geraldine Chaplin, todos já em suas fases maduras de vida, tornando o enredo mais real. 81
  • 69. Embalagens personalizadas “Novo Lar para Idosos”: Embalagens para pipoca e copo para refrigerante foram adesivados com o logotipo do TCC1 no intuito de tornar público o tema escolhido para o Trabalho. As caixinhas de pipocas ainda receberam adesivos contendo trechos de um pensamento sobre o idoso, como forma de resgatar e tratar explicitamente a velhice numa perspectiva mais desafiadora, pois: “(...) a sensação corporal de prazer possibilita experimentar a alegria ou a felicidade, sendo missão da arquitetura criar espaços sensíveis e estimulantes que favoreçam o desenvolvimento da existência humana”. (OKAMOTO – p. 253, 2002). Figura 17 - Alunos assistindo o filme E Se Vivêssemos Todos Juntos Fonte: Própria, 2014 NOVO LAR PARA IDOSOS 82
  • 70. Figura 18 - Espaço Cantinho da Vovó Fonte: Própria, 2014 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Figura 19 - Embalagens produzidas Fonte: Própria, 2014 83
  • 71. O Filme: NOVO LAR PARA IDOSOS Conta a história de cinco amigos de longa data que acabam morando na mesma casa, decisão tomada após um deles passar alguns dias em um asilo sob recomendações médicas e pressão do filho. Diante da internação, um se revolta com a condição do amigo e, com o auxílio dos outros, o leva para casa onde todos passarão a conviver e a ajudarem-se mutuamente nas dificuldades de cada um. Figura 20 – Cena do filme citado Fonte: Própria, 2014 Figura 21 – Cena do filme citado Fonte: Própria, 2014 Em meio a desavenças e individualidades, somadas aos problemas de saúde que enfrentam, os amigos tentam se ajeitar dividindo as tarefas de casa. 84
  • 72. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Figura 22 - Cena do filme citado Fonte: Própria, 2014 Figura 23 - Cena do filme citado Fonte: Própria, 2014 Figura 24 - Cena do filme citado Fonte: Própria, 2014 A vida inteira é planejada, exceto a velhice, não se pensa nos últimos anos e nem no que fazer nesse tempo. A tarefa não é fácil, já que, junto a idade, vem a dependência e a necessidade de auxilio de terceiros. Mesmo causando estranheza, os personagens se apropriam dos espaços conforme seus desejos, necessidades e limitações. 85
  • 73. 4.2.3 LEVANTAMENTO DE CAMPO Público Alvo: Externo NOVO LAR PARA IDOSOS Embora seja evidente o aumento do número de idosos no Brasil, ainda se conhece muito pouco sobre a pessoa idosa. Percebendo a necessidade de conhecer como as pessoas, de faixas etárias variadas, lidam com o tema envelhecimento, utilizou-se de uma pesquisa escrita com questões sobre moradia, sentimentos e relacionamentos, quesitos de grande importância principalmente quando se está em fase avançada da idade, que foi distribuída a 100 pessoas. Não representou estranheza quando um indivíduo, ainda jovem, perguntou se o questionário era mesmo para ser respondido por ele e não somente por quem já estivesse em idade mais avançada. Momento em que foi levado a refletir sobre uma fase da vida que chega para nós, para nossos familiares e para quem mais tiver sorte. Numa perspectiva de ressaltar a velhice como sendo uma fase que deve ser aproveitada em sua plenitude. Compilação das respostas: Para apuração dos dados foram retornadas 40% das pesquisas distribuídas, o que pode ser interpretado como consequência do baixo interesse no tema envelhecimento por parte da população. O percentual de participação provavelmente seria maior se o assunto abordado fosse referente à infância, já que as crianças são tidas como futuro e a velhice como o fim da vida. Visão distorcida que necessita ser modificada, haja vista que a velhice é o futuro de todos nós, inclusive dessas crianças. 86
  • 74. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA Foi observado com a pesquisa maior interesse das mulheres na discussão do tema, refletindo nos resultados, conforme gráfico abaixo, onde o percentual de participação feminina ficou superior ao masculino. Quanto a indagação sobre morar em asilo, apenas quatro pessoas responderam sim, o que reforça o estigma negativo atrelado às instituições asilares. Visto que as respostas positivas foram dadas pelo público feminino, interpreta-se que os homens apresentam maior resistência a receber cuidados. Figura 25 - Relação Percentual dos Entrevistados Divididos por Sexo e Faixa etária Fonte: Própria, 2014. Fonte: Própria, 2014. 87 Figura 26: Moraria em asilo? Indecisos Não Sim 10 3 8 15 4 0 Mulheres - 2011 Homens - 2011
  • 75. Figura 27 - Condicionantes para respostas positivas Ouviu coisas ruins sobre asilos Sentir-se desamparado Sentir-se abandonado Sentir-se sozinho 5 2 15 3 2 2 3 0 0 Ter um cantinho para viver Cuidado profissional da saúde Ter amigos para conversar Ter segurança e proteção Ter companhia Fonte: Própria, 2014. Figura 28 - Condicionantes para respostas negativas Fonte: Própria, 2014. NOVO LAR PARA IDOSOS N a s r e s p o s t a s p o s i t i v a s, a s p r i n c i p a i s condicionantes estão relacionadas aos cuidados por profissionais da saúde, segurança e convívio com outras pessoas. Para esta questão foi permitido a escolha de mais de uma opção. Já o gráfico que apresenta as condicionantes que levaram os pesquisados a responderem que não procurariam um asilo para morar, aponta o abandono como o item de maior relevância, aparecendo ainda como motivos coisas ruins que são ouvidas, desamparo e estar sozinho, fatores que foram discutidos a longo deste trabalho. 88
  • 76.
  • 77. 5 - ESTUDO DE CASOS
  • 78.
  • 79. ESTUDO DE CASOS No planejamento inicial foi proposta a aplicação de um questionário para levantamento de alguns fatos relevantes associados à vida externa e como se deu a passagem do lar para a instituição, no intuito de entender as relações entre internos, familiares e sociedade. O questionário foi elaborado, porém na primeira visita esta ideia foi dissipada pelo elevado número de internos com incapacidade, uns em seus leitos e outros alienados em uma cadeira, ora disposta no pátio central, ora no interior dos quartos destinados a eles. Nas visitas percebeu-se o quanto estas instituições estão à margem da sociedade, sobrevivendo por meio de convênios com a Prefeitura Municipal e por obras de caridade, sendo as três Instituições de Longa Permanência para Idosos, em Ipatinga, fundadas e administradas por igrejas locais. Fatos que comprovam a concepção do asilo, até os dias atuais, no campo da caridade pelo cristianismo. Os convênios junto à Prefeitura Municipal, da Saúde (R$50.000,00/ano) e da Assistência (R$300.000,00/ano) são destinados ao pagamento de pessoal da equipe multidisciplinar, cuidadores e serviços gerais. Demais despesas são acobertadas pelas igrejas, aposentadoria e Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), já que todos os internos recebem algum tipo de benefício. Não sendo percebida, portanto, maiores preocupações do governo no investimento da qualidade de vida do idoso interno. 93
  • 80. 5.1 INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS EM IPATINGA 5.1.1 INSTITUIÇÃO: LAR DOS VELHOS PAULO DE TARSO Situada à Rua Lourenço da Veiga, 96 – Bairro Bom Retiro – Ipatinga, MG. Telefone de contato (31) 3823-2811. Foi visitada em 04/11/2014. Lar fundado em 1967 pela Casa Espirita que se situa em edificação vizinha. Possui atualmente 42 internos, contrariando a resolução 109 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) – Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, publicada em 11 de novembro de 2009, que define o máximo de 20 pessoas por instituição. Acolhe um público misto, sendo que dentre os 42 assistidos somente um procurou o Lar voluntariamente, os demais são provenientes de decisões familiares. Um dado que constata o abandono do idoso é que somente três deles recebem o acompanhamento de familiares, os outros foram ali deixados e esquecidos. Fonte: Própria, 2014 NOVO LAR PARA IDOSOS 94
  • 81. ESTUDO DE CASOS A edificação é constituída por duas alas, não sendo divididas por sexo, os quartos femininos e masculinos se misturam pela extensão dos corredores. As condições de saúde variam muito, existindo idosos em leitos definitivos, cadeirantes, Portadores de mal de Alzheimer e outras, poucos acompanham o dia-a-dia na instituição. Todos os internos recebem um benefício da Previdência Social, aposentadoria, pensão ou Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), valor que é retido pela instituição para cobrir suas despesas. De acordo com a legislação 70% fica para a instituição e 30% devem ser mantidos com o beneficiário. Porém existe o descumprimento da lei, sendo em alguns casos por necessidade do próprio asilo e em outros por falta de condição do próprio idoso administrar a quantia ou até mesmo por não ter como gastar. Os quartos são compartilhados por 3 pessoas e o banheiro que antes era coletivo, agora é de uso individual compartilhado por dois quartos. Não possuem armários para guarda de seus pertences, que são armazenados em um único cômodo. É um lar onde pessoas são agrupadas pelas condições de saúde que apresentam. Que perdem os vínculos externos e a identidade enquanto indivíduo criador de uma história de vida, abandonados pela família por ser um peso. Abandono que faz diferença para um interno que se mantem todos os dias assentado na porta de entrada aberta, observando o movimento na rua como forma de manter vivas as lembranças de ações corriqueiras e cotidianas presentes na vida de um cidadão comum. A equipe multidisciplinar se utiliza de atividades de terapias, trabalhos manuais, danças, pequenas caminhadas, passeios à feirinha do bairro, para tornar mais produtiva a vida daqueles que podem se deslocar. No pátio central uma oficina improvisada de marcenaria, com um voluntário fabricando pequenos objetos de madeira para uso na instituição. A visita se tornou mais rica a partir do instante que a Sra. Antônia, professora e única interna voluntária, se juntou ao grupo e foi apontando melhorias necessárias que visualiza na instituição. Esta senhorinha está na instituição há 1 ano, porém nos finais de semana e feriados fica com a filha e netas. Foi inserida no lar porque estava sendo maltratada pelo filho. Ela mantem seus pertences guardados em uma trouxa de pano. 95
  • 82. Necessidades apontadas: NOVO LAR PARA IDOSOS 1 - Assistentes Sociais: Mudança no desenho da cozinha, criando espaço para que alguns deles possam preparar alimentos, por mais simples que sejam, como forma de tornar aquele lugar mais próximo de suas casas. 2 - Dona Antônia: Sugere troca do piso da área externa onde permanecem em grande tempo. No pátio central mais verde e flores nas áreas destinadas ao jardim. Fechamento por tijolo de uma porta atualmente isolada, que fica na sala de TV e permite a passagem do som para seu quarto. Uma cozinha mais alegre e com o mobiliário mais bem disposto. 3 - Carpinteiro voluntário: Disfarce de dois pilares no centro da cozinha. Colocação de armários nos quartos, tornando possível a guarda e os cuidados com as roupas e pertences por cada um. Embora a instituição tenha sua tipologia construtiva definida, percebe-se a possibilidade de modificações que permitam ao local maior comunicação do espaço com os internos e deste com seu entorno, já que possui em seu entorno equipamentos urbanos como escola estadual, praça, clube, igrejas e hospital. Mostrou-se bastante aberta a intervenções de melhorias no espaço e integração com o ambiente externo, contrariamente ao que indica sua edificação, concebida de forma fechada e voltada para o seu interior, reproduzindo a tipologia existente para esse tipo de moradia. 96
  • 83. ESTUDO DE CASOS 5.1.2 INSTITUIÇÃO: LAR DIVINA PROVIDÊNCIA DA SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO Esta se situa à Rua Tupiniquins, 95 – Bairro Iguaçu – Ipatinga, MG. Telefone de contato (31)3821-3838. Foi visitada em 06/11/2014. Fonte: Própria, 2014 Lar fundado em 30/12/1989 pelo Padre Efrain Solano e entregue aos vicentinos para dirigir e administrar. Possui atualmente 50 internos, contrariando a legislação que estabelece o número limite de pessoas, sendo 20 do sexo feminino e 30 do sexo masculino. Para correção do número excedente, foi estabelecido o prazo de julho/2015 para que se chegue aos 40 internos. Uma curiosidade é que dentre os internos está uma senhora de 107 anos, abrigada antes mesmo da inauguração da casa e 97
  • 84. NOVO LAR PARA IDOSOS ali permanece até os dias atuais, embora não apresente conexões com o mundo. Em sua história abrigou muitos idosos vindo de outros municípios, fato que pode ter contribuído para o afastamento do convívio entre internos e familiares, embora pessoas do próprio município estejam ali sem o acompanhamento familiar. Neste ano, foi estabelecida a regra de só permitir o acesso daqueles residentes em Ipatinga. No intuito de minimizar o abandono do idoso, a casa mantem um sistema de apadrinhamento pelos vicentinos, onde cada interno possui um padrinho responsável pelas datas comemorativas, como aniversário, natal, etc. Foi relatado pela Assistente Social que alguns fazem questão de comparecer e participar da organização da festividade, já outros pedem para que eles organizem e informem o valor para envio. Construção de dois pavimentos que tem sua frente fechada por grade alta possibilitando o contato do idoso com o mundo externo, porém o portão de entrada é mantido sempre trancado. Possui separação das alas feminina e masculina e uma tipologia construtiva muito semelhante a hospitalar. Os quartos são compartilhados por quatro pessoas e são dispostos ao longo de corredores, possuindo ainda um pátio central pequeno, localizados no primeiro pavimento. Já o segundo pavimento é dividido em salas e são utilizadas pelos vicentinos. Possui na área externa um enorme pátio que era utilizado para armazenamento das doações destinadas ao lar, está sendo fechado por falta de quantidade de doações suficientes que justifique a manutenção daquele espaço. É uma instituição bastante visitada por escolas municipais, onde crianças cantam, leem histórias, trazem doações e passam algum tempo visando momentos mais vivos e alegres para àqueles que vivem o abandono. Um destaque para o lar é a escola de alfabetização em funcionamento, onde alguns idosos participam e estabelecem vínculos com a educadora. A arquitetura existente dificulta adaptações e modificações que possam promover melhorias nos espaços, para tornar os ambientes mais acolhedores e com mais esperança de vida. O formato maçudo da construção, as aberturas insuficientes, as cores utilizadas na pintura das paredes e a pouca incidência de luz somam para uma sensação de peso e de confinamento, tornando o lugar ainda mais triste e frio. 98
  • 85. ESTUDO DE CASOS 5.1.3 INSTITUIÇÃO: AÇÃO EVANGÉLICA DE AMPARO AOS NECESSITADOS DE IPATINGA Situada à Rua Blumenau, 105 – Bairro Veneza II – Ipatinga, MG. Telefone para contato (31)3825-0655. Foi visitada em 06/11/2014. Instituição fundada em 26/03/1971 pela Igreja Assembleia de Deus iniciou os trabalhos com creche, passando a receber idosas a partir de 2005. Alvo de denúncias foram obrigados a realizar correções e adaptações exigidas na Resolução – RDC Nº 283, de 26 de setembro de 2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, motivo pelo qual possuem projeto arquitetônico e pelas melhorias realizadas é a instituição que mais se assemelha a uma tipologia de “casa lar”. Fonte: Própria, 2014 99
  • 86. NOVO LAR PARA IDOSOS Abriga 20 idosas e mantém o desejo de ingresso de internos do sexo masculino, porém é necessária ampliação da construção, o que demanda investimentos. Os quartos são espaçosos, com portas largas e acomodam quatro internos. Um ponto forte observado em seus espaços é a presença de espelho na parede, o que permite a idosa se ver. Possuem um espaço de convivência situado à frente dos quartos, além de um espaço aberto na área externa da construção para o banho de sol, onde também acontecem oficinas de atividades manuais. A lavanderia industrial é dividida, conforme exigência da ANVISA em área suja e área limpa e possui um grande armário onde as roupas das internas ficam separadas e guardadas. Uma única idosa que foi voluntariamente para a instituição possui em seu espaço dentro do quarto compartilhado, um guarda-roupa, rádio e uma cômoda, como forma de manter sua autonomia na guarda de seus pertences, vínculos que trouxe da vida externa. Mesmo com as reformas exigidas pela ANVISA ainda é necessária alguma melhoria, porém a instituição está em situação de privilégio se comparada com as outras duas visitadas, embora a Assistente Social tenha expressado grande interesse em parcerias. 100
  • 87. ESTUDO DE CASOS Concluindo o estudo de caso, tem-se que as três instituições estão ligadas às religiões Espirita, Católica e Assembleia de Deus, duas abrigam idosos do sexo masculino e feminino e uma somente do sexo feminino. A impessoalidade e a falta de vínculo são presentes nas três, fazendo dos lugares algo que não faria parte de uma escolha se assim pudesse ser. Os Lares Paulo de Tarso e da Sociedade São Vicente de Paulo são os que apresentam maiores necessidades de adaptações, embora as construções atuais dificultem reformas. Para atendimento as exigências de convênio junto à Prefeitura Municipal, estão em processo de elaboração do projeto arquitetônico da edificação. Para este Trabalho de Conclusão de Curso 1, somente uma instituição será estudada para proposição de um projeto de ressignificação, adequação e reposicionamento do usuário na relação com o espaço habitado. Visto as necessidades imediatas, e a latente demanda por outros espaços que possibilitem a reinserção do idoso ao convívio social, foi escolhido o Lar dos Velhos Paulo de Tarso. Não posso deixar de mencionar que a Sra. Antônia, única moradora voluntária, muito influenciou nesta escolha, sugeriu melhorias e solicitou ajuda para tornar aquele lugar mais integrador. Interlocução que ofereceu maior clareza aos levantamentos, possibilitando uma ótica diferente entre espaço vivenciado esporadicamente e espaço habitado. 101
  • 88. 6 - OBRAS ANÁLOGAS
  • 90. OBRAS ANÁLOGAS Serão aqui referenciadas obras análogas no intuito de apresentar resultados satisfatórios de projetos para atendimento ao idoso, dentro da concepção arquitetônica e soluções espaciais, numa perspectiva diferente do que foi levantado e registrado nas visitas técnicas às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) na cidade de Ipatinga. As analogias contribuirão para a proposição de modificações e melhorias que favoreçam o corpo no espaço, as relações entre o público e o privado, bem como o conhecimento de modalidades alternativas buscando novos significados e novos usos do ambiente. 6.1 CENTRO GERIÁTRICO HABITAÇÃO COLETIVA - AIRES MATEUS PORTUGAL Obra selecionada para inclusão no trabalho, por se tratar de uma edificação contemporânea, ousada na configuração dos ambientes, considerou as limitações do seu público, promovendo novas experimentações do corpo no espaço. Ficha da edificação:  Localização: Alcácer do Sal, Portugal;  Arquiteto Responsável: Francisco Aires Mateus & Manuel Aires Mateus;  Equipe De Projeto: Giacomo Brenna, Paola Marini, Anna Bacchetta, Miguel Pereira;  Área: 1,560 m2;  Ano: 2010. “O projeto nasceu de uma leitura atenta da vida de uma comunidade em particular, uma espécie de micro sociedade com as suas próprias regras. O programa pode definir-se entre um hotel e um hospital, procurando compreender e reinterpretar a combinação público/privado, respondendo às necessidades de uma vida social, e ao mesmo tempo de isolamento. As unidades independentes agregam-se a um único corpo com um desenho claro e expressivo.” (ARCHDAILY.COM.BR, 2010). 105
  • 91. Da mesma forma que o arquiteto utilizou-se da leitura de vida de uma comunidade para definir seu projeto, este trabalho, na instituição a ser escolhida, considerará as práticas diárias, necessidades e anseios dos assistidos por ela. Outro ponto de relevância na obra análoga, é a valorização do espaço destinado a circulação, mesmo considerando a redução da mobilidade apresentada em idade avançada, item que será abordado no presente trabalho por meio de intervenções nos acessos comuns e nas áreas de vivência, tornando-os ambientes mais integradores. “A mobilidade reduzida daqueles que habitarão o edifício sugeriu que qualquer desvio deveria ser uma experiência variada e emotiva. A distância entre as unidades independentes é medida e desenhada para que a ideia de percurso se transforme em vida, e o tempo em forma. O edifício, percurso desenhado, é um muro que naturalmente se ergue da topografia: limita e define o espaço exterior, organizada todo o lote.” (ARCHDAILY.COM.BR, 2010). Fonte: archdaily.com.br, 2010 NOVO LAR PARA IDOSOS 106
  • 92. Fonte: archdaily.com.br, 2010 OBRAS ANÁLOGAS Figura 34 - Cortes 107
  • 93. Fonte: archdaily.com.br, 2010 NOVO LAR PARA IDOSOS Figura 35 - Planta primeiro pavimento 108
  • 94. Fonte: archdaily.com.br, 2010 OBRAS ANÁLOGAS Figura 36 - Planta segundo pavimento 109
  • 95.
  • 96. 6.2 MEMÓRIA VIVA OBRAS ANÁLOGAS Instituição referenciada neste trabalho em virtude de ser uma nova modalidade de assistência ao idoso inaugurada no município de Ipatinga, ampliando o horizonte da população quanto às possibilidades de cuidados na velhice, até então limitada aos asilos públicos convencionais. É um centro dia situado no Bairro Cidade Nobre, em Ipatinga, MG, para permanência temporária do idoso. O nome Memória Viva foi escolhido para não intimidar o longevo e seus parentes. Oferece um espaço onde a pessoa se sente em casa, mas com um atendimento mais completo e direcionado para a melhoria de sua qualidade de vida. Tem como objetivo o prolongamento do período ativo na velhice por meio de atividades direcionadas e convivência social. Fonte: Própria Figura 37 - Centro Memória Viva, Ipatinga, MG 111
  • 97. Ficha da edificação:  Localização: Rua Dom Pedro II, Nº161- Bairro Cidade Nobre, Ipatinga, MG. Fundado em agosto de 2014, ainda não tem seu o quadro de assistidos preenchidos. A aceitação do público ainda é lenta, devido à resistência da sociedade com este tipo de empreendimento. Possui capacidade para atendimento a cinco internos em período integral ou 10 meios períodos. Atualmente tem apenas um interno de período integral e alguns outros que participam das oficinas terapêuticas. O horário de funcionamento é de 7h as 18h, de segunda a sexta e os idosos podem ou não fazer as refeições na instituição, ficando a critério do cliente. O serviço oferecido depende da necessidade do paciente cujo custo pode variar de R$1.300, meio período, até R$ 4.500, período integral, com todas as atividades e refeições. Fonte: Própria, 2014 Aos internos são oferecidas d i ve r s a s o fi c i n a s d i á r i a s c o m o acompanhamento de profissionais da saúde. Além da assistência ao idoso disponibilizam consultoria arquitetônica, para realizar adaptações necessárias na casa dos pacientes, no intuito de adequar os espaços de acordo com a necessidade, oferecendo maior conforto. NOVO LAR PARA IDOSOS 112 Figura 38 - Vista externa
  • 98. Fonte: Memória Viva, 2014 OBRAS ANÁLOGAS Figura 39 - Planta baixa/layout 113
  • 99. NOVO LAR PARA IDOSOS 114
  • 100. Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 OBRAS ANÁLOGAS 115 Figura 40 - interior da Instituição
  • 101. NOVO LAR PARA IDOSOS Figura 41 - vista da cozinha da instituição Figura 42 - sala de Televisão da instituição Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 116
  • 102. OBRAS ANÁLOGAS Figura 43 - sala de estar da instituição Figura 44 - área de convívio social da instituição Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 Fonte: Jeitodeviver.com.br, 2014 A instituição possui um espaço acolhedor mais próxima do conceito de lar, o que minimiza o sofrimento gerado pelo rompimento da história vivida no lar e a mudança para o local. Ambientes destinados para o convívio social entre internos e com visitantes integram a edificação, tornando a moradia aconchegante e pessoal. Espaços que foram projetados tirando p r o v e i t o d a s v i s a d a s e x t e r n a s , q u e proporcionam maior contato com o entorno e a natureza. 117
  • 104.
  • 106. Figura 45 - Diagrama de localização Ipatinga Belo Horizonte Cel. Fabriciano Santana do Paraíso IPATINGA Novo Lar para idosos Fonte: Própria, 2014. NOVO LAR PARA IDOSOS 122
  • 108. NOVO LAR PARA IDOSOS 124
  • 109. Fonte: Própria, 2014. Fonte: Própria, 2014.
  • 110. NOVO LAR PARA IDOSOS Fonte: Própria, 2014. Fonte: Própria, 2014. 126
  • 112. Fonte: Própria, 2014. NOVO LAR PARA IDOSOS 128
  • 114. NOVO LAR PARA IDOSOS Fonte: Própria, 2014. 130
  • 115. PROPOSTA Fonte: Própria, 2014. Fonte: Própria, 2014. 131
  • 116. NOVO LAR PARA IDOSOS Fonte: Própria, 2014. Fonte: Própria, 2014. 132
  • 117. Fonte: Própria, 2014. PROPOSTA 133
  • 118. NOVO LAR PARA IDOSOS Fonte: Própria, 2014. 134
  • 119. Fonte: Própria, 2014. PROPOSTA 135
  • 120. 8 - NORMAS E LEGISLAÇÕES CONSTRUTIVAS
  • 121.
  • 122. NORMAS E LEGISLAÇÕES CONSTRUTIVAS Para atendimento às propostas apresentadas neste trabalho, deverão ser consideradas normas e legislações, que estabelecem padrões mínimos como requisitos para elaboração e avaliação de projetos arquitetônicos em estabelecimentos assistenciais, com o objetivo de torná-los adequados às necessidades de seus usuários, de forma responsável. Embora a instituição, objeto deste trabalho, não seja do setor da saúde, cuida e responsabiliza-se por pessoas com os mais variados problemas de saúde decorrente da idade avançada, fato que a coloca sob a fiscalização dos padrões requeridos pela Vigilância Sanitária. Assim sendo, a RESOLUÇÃO - RDC Nº. 50, publicada em 21 de fevereiro de 2002, deve ser seguida como requisito norteador no programa de intervenções proposto para o Lar dos Velhos Paulo de Tarso, como complemento ao projeto arquitetônico da instituição. Art. 1º.–“Estabelece regras para aprovar o Regulamento Técnico d e s t i n a d o a o p l a n e j a m e n t o , programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, em todo território nacional, na área publica e privada.” (RDC Nº. 50) Segundo a RDC Nº 50, é por meio da aprovação do projeto arquitetônico pela Vigilância Sanitária, que a instituição regulariza seu processo de adequação, motivo pelo qual as três instituições visitadas disseram estar preparando seus projetos para apresentação. Estabelece em seu texto requisitos básicos e abrangentes a toda edificação, tais como dimensionamento de espaços, limpeza, circulações verticais, acabamentos de paredes, pisos e bancadas, condições de segurança contra incêndios, dentre outros. Portanto esta norma define padrões a fim de assegurar qualidade aos espaços modificados. 139
  • 123. NOVO LAR PARA IDOSOS No que se refere a requisitos de acessibilidade, será considerada a Norma ABNT NBR 9050, já que: “ E s t a b e l e c e c r i t é r i o s e p a r â m e t r o s t é c n i c o s a s e r e m observados quando do projeto da construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.” (ABNT NBR 9050) Requisitos estes estabelecidos para permitir às pessoas portadoras de necessidades especiais e mobilidade reduzida o acesso a produtos, serviços, atividades, informações, etc.. Portanto, nas modificações propostas para a Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) Lar dos Velhos Paulo de Tarso, esta norma muito contribuirá para proporcionar aos idosos, com todas as suas limitações, acessos aos espaços de forma digna, segura e autônoma. Ainda neste contexto, vãos e circulações, rampas, parâmetros antropométricos, sinalização tátil, área de manobra, barras, também serão aqui avaliados e considerados. Também o Estatuto da Cidade deve ser referenciado neste capitulo, por ser ele instrumento de definição de importantes diretrizes, dentre elas o Plano Diretor, que define parâmetros para ordenar a função social da cidade e da propriedade urbana. A análise do Plano Diretor de Ipatinga, aprovado em 12 de junho de 2014, contribuirá para o entendimento da política territorial adotada e identificação da melhor forma de usar o território do município. A classificação das áreas em zoneamentos visa, por exemplo, o controle da densidade, preservação de áreas ambientalmente frágeis e Zonas Especiais de Interesse Social, para abrigar moradia popular. Este capítulo finaliza-se com um mapa delimitando a função social de cada área e outro identificando o Lar dos Velhos Paulo de Tarso, onde será desenvolvido o trabalho de TCC 2, localizado, conforme art. 72 da lei Nº 3.350 e mapa de zoneamento, na zona de centralidade II: 140
  • 124.
  • 125.
  • 126. – Zona de Alto Nível de Adensamento – NORMAS E LEGISLAÇÕES CONSTRUTIVAS “ZC II visa ao uso e à ocupação com o objetivo de adensar e incentivar as centralidades, promovendo o fortalecimento das centralidades e, ao mesmo tempo, o controle da densidade, priorizando a multiplicidade de usos, incentivando as atividades econômicas e permitindo habitações.” A mesma lei aborda ainda, que deverá ser analisada a legislação vigente sobre o adensamento proposto na área que se encontra na lei de uso e ocupação do solo do município, LPOUS: Parágrafo único. “A implantação das instalações a que se refere o caput deverá observar as taxas de ocupação e coeficientes de aproveitamento máximo especificados na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo – LPOUS.” Fonte: LPOUS nº83/2014 anexo II 143
  • 128.
  • 129. NORMAS E LEGISLAÇÕES CONSTRUTIVAS Chego ao final deste trabalho com a convicção de que algo precisa ser feito para melhoria das condições oferecidas nas instituições de longa permanência para Idosos (ILPI's), localizadas na cidade de Ipatinga. O formato das mesmas migrou das instituições asilares e pouco representou de avanço para os assistidos. Arrastam-se, ao longo do tempo, por insuficiência de recursos financeiros para suprir as demandas existentes, vivendo de convênios públicos e obras de caridade, bem como pelo distanciamento do tema junto à população, posicionando estas instituições à margem da sociedade. Com suas tipologias arquitetônicas impessoais, mais se assemelham a um hospital do que propriamente a uma casa e não favorecem oportunidade de apropriação dos espaços para criação de vínculos de pertencimento. As pessoas ali assistidas estão desprovidas do amparo familiar e da sociedade. “A família vai à busca do melhor local para o idoso morar em termos de estrutura física, cuidados e convívio social com iguais e outras pessoas, pois entendem que por meio de visitas podem manter vínculos familiares e afetivos. Contudo, em alguns casos, depois da adaptação do idoso à instituição, esse vínculo familiar muitas vezes é rompido, ficando, o idoso, sem visitas de filhos ou parentes por tempo significativo. Esse desligamento, que causa muito sofrimento, pode ser um fator desencadeador de deterioração da saúde do idoso, que se vê sozinho, isolado, sem receber visitas e, portanto, sem ninguém no mundo” (PERLINI, LEITE, FURINI, 2007). As moradias de amparo à terceira idade continuam sendo um assunto delicado e pouco discutido pela sociedade. A aceitação dessas instituições como alternativa de suporte social à população que envelhece, não apresenta consenso, embora seja indiscutível o aumento da demanda por este serviço nos próximos anos. Confesso que como cliente em potencial, como todos são, não se escolheria nenhuma das três instituições para morar em idade avançada, pelas condições atuais apresentadas. Mas também não se pode deixar de referenciá-las pelo valor que possuem para os assistidos, já que abandonados pelas famílias são os únicos lugares que restam a eles. Nesta linha de raciocínio, cabe uma analogia em que o asilo está para o velho na mesma importância que está o manicômio para o louco: melhor ali do que nos maus tratos familiares ou perambulando pelas ruas. 147
  • 130. NOVO LAR PARA IDOSOS “No dia a dia de várias instituições para idosos residentes, a sensação que se tem é de um lugar onde o tempo estagnou. As horas não passam e existe uma situação de “mesmice” nas diferentes horas do dia: idosos sentados estáticos, muitas vezes um ao lado do outro, sem conversas, ou, quando se ouve alguma voz na maioria das vezes é solitária. Idosos conversam, mas não se ouvem. Uns gritam sem motivo aparente, outros vagam. A sensação é de desistência da vida. Permanece um tempo vazio de “espera” da morte nas instituições” (LIMA, 2000). Acredito ser possível retirar a simbologia negativa que soa quando se refere a asilos, casas de repousos ou abrigos, se as políticas públicas e privadas forem mais eficazes e os segmentos da sociedade passarem a enxergar o idoso como um ser dotado de muitas experiências, valores, princípios, dignidade e bagagem social. Nesse momento, moradias de idosos poderão ser vistas como lugares adequados para os cuidados especiais, que promovem a qualidade de vida, mantendo o longevo em contato com o mundo. Enquanto profissionais responsáveis pela concepção da moradia, temos muito o que fazer tanto nos espaços já construídos quanto nos novos projetos. Compete também aos diversos mecanismos da sociedade como a mídia, sistema político, tecnologias, dentre outros, a contribuição para diminuir o estigma e a discriminação da terceira idade, tornando-a mais bem compreendida como uma fase final de vida que merece atenção pela grandiosidade de suas experiências e realizações no palco desta existência. 148
  • 131. 10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • 132. 153
  • 133. 154153
  • 134. 155
  • 135. 156
  • 136. 157
  • 138. LEVANTAMENTO DE CAMPO Público Alvo: Externo 1. Entrevistado: Nome completo_____________________________________ 2. Sexo: F ( ) M ( ) Idade: _______ Cidade:_________________________ 3. Estado Civil: Solteiro( ) Casado( ) Separado ( ) Viúvo(a)( ) 4. Residência: Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Asilo ( ) Favor ( ) 5. Há quanto tempo reside no mesmo endereço? meses ( ) 1 ano ( ) 2 a 3 anos ( ) 3 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) mais de 10 anos ( ) sempre morou neste endereço ( ) 6. Reside com: Esposo (a)( ) Filho(s) ( ) Pais( ) Irmãos( ) Parentes( ) Sozinho ( ) 7. Situação econômica: Trabalha( ) Desempregado( ) Aposentado( )Estudante( ) 8. Quantos na família trabalham: 1( ) 2( ) 3( ) 4 ou mais( ) 9. Renda Familiar: 1 SM( ) 1 a 2 SM( ) 2 a 3 SM( ) 3 a 5 SM ( ) Mais de 5 SM ( ) LOAS ( ) Sem Renda ( ) 10. Condições da Moradia: Casa de 1 Pavimento( ) Casa de 2 Pavimentos( ) Prédio( ) Bom estado de conservação( ) Necessitando de reformas( ) 10.1 Quarto: Ventilado( ) Úmido( ) Iluminado( ) Escuro( ) Individual( ) Coletivo( ) Bom Espaço( ) Apertado( ) 10.2 Banheiro: Bom tamanho( ) Pequeno( ) Possui adaptação( ) Não oferece segurança( ) 10.3 Acesso aos cômodos: Escada( ) Rampa( ) Elevador( ) 10.4 Considera que a construção possui obstáculos que dificultam a locomoção no dia-a-dia: Sim( ) Não( 161
  • 139. ) Não sei( ) 10.4.1. Se sim, quais são?_____________________________________ 10.4.2. Se pudesse modificaria alguma coisa nesta casa para facilitar o deslocamento dentro d e l a ? Sim ( ) Não ( ) 10.4.3. O que?_______________________________________________ _________________________________________________________ 10.5 Considera que a construção atual atende um morador com idade avançada? Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) 10.5.1 Sendo a resposta não, qual o cômodo deveria ser modificado: quarto ( ) banheiro ( ) sala ( ) toda a casa ( ) 10.5.2 Qual modificação? Tamanho( ) alargamento de portas( ) colocação de barras( ) iluminação ( ) ventilação ( ) substituição por rampa ( ) substituição por elevador ( ) 11. Já conversou com algum arquiteto sobre sua moradia? Sim ( ) Não ( ) nunca ouvi falar deste profissional ( ) 12. Você se sente sozinho em sua casa? Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) 13. Se sim, atribui a que esta solidão: saudade da família distante ( ) a demora por visitas ( ) falta de contato com familiares ( ) nunca teve contato familiar ( ) falta de amigos ( ) falta do companheiro(a)( ). 14. Se pudesse, faria algo diferente em sua vida? Sim( ) Não( ) Nunca pensei ( ) 15. Sendo a resposta sim, o que modificaria: aproximaria mais da família ( ) faria mais amigos ( ) procuraria mais os vizinhos ( ) moraria sozinho ( ) moraria em asilo ( ) moraria com parentes ( ) não moraria com parentes ( ) não moraria sozinha ( ) Outros: ___________________________________ 16. Em uma idade avançada você procuraria um asilo para morar? Sim( ) 162
  • 140. Não( ) Não sei( ) 16.1 Se a resposta for sim, por que? Terá companhia( ) Se sentirá seguro e protegido( ) Terá amigos para conversar( ) Será bem cuidado por profissionais da saúde ( ) Terá um cantinho para viver ( ) 16.2 Se a resposta for não, por que? Vai se sentir sozinho ( ) Vai se sentir desamparado ( ) Vai se considerar abandonado pela família( ) Ouvi falar coisas ruins sobre asilo( ) 17. Considera a atividade física importante para a saúde? Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) 18. Gosta de atividade física? Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) 18.1. Se a resposta for sim, indique a atividade física preferida: caminhada ( ) corrida ( ) academia ( ) hidroginástica ( ) passeio ciclístico ( ) esporte radical ( ) defesa pessoal ( ) 18.2. Se faz atividade física, informe a quanto tempo: alguns meses ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 a 5 anos ( ) mais de 5 anos ( ) nunca fiz ( ) 19. Considera importante o lazer? Sim ( ) Não ( ) 19.1 Se a resposta for sim, indique o lazer preferido: leitura( ) mexer com as plantas( ) televisão( ) cinema( ) viagem( ) conversar na calçada ( ) contar histórias ( ) teatro( ) Visitar amigos ( ) brincar com crianças ( ) uma boa conversa com amigos ( ) 163
  • 141. 20. Se tivesse a oportunidade de recomeçar a vida, o que faria do mesmo jeito?_______________________________________________________________________________ _____________________________________ 21. O que mudaria?_______________________________________________ 22. Em uma só palavra como considera sua vida?_______________________ 164
  • 142. ANEXOS