2. Tensor de tensões
– Tensões normais
– Tensões cisalhantes (tangenciais)
– Planos principais: aqueles que tem
t = 0 (perpendiculares entre si)
– Tensões principais: são as tensões
normais que atuam nos planos
principais
• s1 = tensão principal maior
• s2 = tensão principal intermediária
• s3 = tensão principal menor
Aula 6
|tyz|=|tzy|
|txy|=|tyx|
3. Estado Plano de Deformações
• ey = 0 (deformação normal y)
• Requisitos:
– Ly >> Lx, Lz
– Seções transversais idênticas em dimensões e solicitações
• Exemplos: barragens, sapatas corridas, muros de arrimo, etc
• Importância do Estado Plano de Deformação: pode-se realizar
análises 2D, pois o plano de ruptura do material será
perpendicular ao plano y.
• Convenção de sinais:
– s ⊕: compressão
– t ⊕: provoca giro anti-horário
– Ângulos: positivos ↺ a partir da
direção de s1
Aula 6
4. Círculo de Mohr
• Representa o estado de tensões atuante em um elemento infinitesimal dentro de
uma massa de solo.
V = Estado de tensões no plano vertical
H = Estado de tensões no plano horizontal
= Diâmetro do círculo (válido para qualquer reta que ligue os pontos referentes
a dois planos perpendiculares)
VH
Aula 6
5. Pólo do Círculo de Mohr
Determinação do pólo:
Se traçarmos sobre o ponto “H” uma reta paralela ao plano que ele
representa, esta reta encontrará o círculo no pólo “P”.
Determinação das tensões em um plano:
Se traçarmos uma reta que passa por “P” com incinação aQ, obteremos o
ponto “Q” que representa o estado de tensões (sQ,tQ) do plano “Q”.
QplanoaoparalelataRePQ
Aula 6
6. Exemplo
Determine o estado de tensões do plano inclinado 60° com a horizontal, os
valores de s1 e s3 e suas direções dado o estado de tensões do elemento
infinitesimal abaixo.
Aula 6
7. Círculo de Mohr em tensões efetivas
• Como , então RT = RE
• A variação das poro-pressões não afeta as tensões cisalhantes
• = estado de tensões totais de um plano “Q”
• = estado de tensões efetivas de um plano “Q”
QQ ts ,
QQ ts ,'
uss'
Aula 6
8. Resistência dos solos
• À tração:
Baixa ou nula
• À compressão simples:
Baixa ou nula
• À compressão confinada:
É função da resistência ao
cisalhamento
Aula 6
9. • O ensaio é feito impondo-se
deformações de compressão à
amostra e medindo-se as tensões
resultantes
O que é ruptura?
• O solo rompe quando os
acréscimos de deformação não
provocam mais acréscimos de
tensão
0H
H
e1
Aula 6
10. Resistência ao cisalhamento
• Resistência ao cisalhamento (tff): tensão cisalhante que atua no plano de
ruptura, no momento da ruptura.
Perspectiva Seção longitudinal
Plano de
ruptura
Aula 6
11. • Parcelas da resistência ao cisalhamento:
– Atrito: parcela da resistência ao cisalhamento que depende do atrito entre as
partículas. É análoga ao atrito de um bloco sobre um plano inclinado.
T = N . m
Sendo: T = força cisalhante que provoca o deslizamento do bloco
N = força normal que o bloco aplica no plano
m = coeficiente de atrito bloco/plano
Inclinando-se o plano, até que o bloco deslize:
No caso dos solos, f é denominado ângulo de atrito do solo (é uma
propriedade do solo)
A parcela de resistência devida ao atrito depende da tensão normal s
f
f
f
m tan
cos
sen
mff cosWsenW
μNT
Aula 6
12. – Coesão: parcela da resistência dos solos que não depende de s.
Pode ser causada por cimentação ou ligações eletroquímicas entre
as partículas
Costuma ser baixa ou nula em solos sedimentares ou coluvionares
e pode ser “elevada” (algumas dezenas de kPa) em solos residuais
ou lateríticos
Aula 6
13. Critérios de ruptura
• Coulomb:
A ruptura em um plano só ocorre quando a tensão cisalhante for
igual a:
Sendo:
t ff = tensão cisalhante no plano de ruptura, no momento da ruptura
(resistência ao cisalhamento)
sff = tensão normal ao plano de ruptura, no momento da ruptura
c = coesão [kPa]
f = ângulo de atrito do solo (°)
• Mohr
A ruptura só ocorre quando o círculo que define o estado de tensões
em um elemento tangenciar a envoltória de ruptura (ou envoltória
de resistência). Esta envoltória é uma curva definida
experimentalmente.
fst tanc ffff
Parâmetros de resistência
Aula 6
14. • Critério de Mohr-Coulomb
A envoltória é definida pela equação da reta de Coulomb
Segundo o critério de Mohr-Coulomb, o círculo A representa um estado
de tensões inferior à ruptura. O círculo B representa ruptura e o círculo C
é impossível.
No exemplo acima, o ponto de coordenadas (sff, tff) representa o estado
de tensões no plano de ruptura, no momento da ruptura. Se o polo
coincidir com s3, a inclinação da reta tracejada será igual à inclinação do
plano de ruptura.
Aula 6
15. • Critério de Mohr-Coulomb em tensões efetivas
Segundo o princípio das tensões efetivas (Terzaghi), a
resistência ao cisalhamento depende da tensão efetiva.
Nos casos em que a poro-pressão não é nula, s ≠ s’
Adota-se, então, a seguinte notação:
Sendo:
tff = tensão cisalhante no plano de ruptura, no momento da ruptura
(resistência ao cisalhamento)
s’ff = tensão efetiva (normal) ao plano de ruptura, no momento da
ruptura
c’ = coesão [kPa]
f’ = ângulo de atrito efetivo do solo (°)
'tan'c' ffff fst
Aula 6
16. Ensaios para determinação dos parâmetros de
resistência
• Cisalhamento Direto
– O corpo de prova é confinado em uma caixa metálica bipartida e adensado
sob s = N/A, sendo A = B x B.
– Após o final do adensamento, aplica-se velocidade constante à metade
inferior da caixa, provocando o cisalhamento do solo ao longo do plano de
separação.
– Medem-se T, dh e dv durante o ensaio
Aula 7
18. – A seguir repete-se o ensaio com outras tensões e traça-se o gráfico
abaixo
– Obs.:
1. “c” e “f” são obtidos por regressão linear.
2. Para cada ensaio usa-se um CP diferente.
3. Os CP são esculpidos a partir de amostras
indeformadas. Entretanto, para areias, são usados CP’s
remoldados para ecampo, devido à dificuldade de obter
amostras indeformadas.
Aula 7
19. – Características do Cisalhamento Direto
1. É o ensaio mais simples e barato para
determinação dos parâmetros de resistência.
2. Os estados de tensões e deformações na
amostra não são uniformes.
3. Não se conhecem as deformações, portanto é
impossível determinar o módulo de rigidez
(análogo ao módulo de elasticidade).
4. O plano de ruptura é imposto (dificuldade para
obter o f mínimo com solos anisotrópicos ou
com estratificação / foliação).
5. Não há controle nem medida de poro-pressão
(necessidade de usar velocidades baixíssimas
para evitar gerar ue em solos argilosos)
Aula 7
20. • Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
– É um ensaio de
compressão confinada
no qual se utiliza um CP
cilíndrico envolvido por
uma membrana de látex
– O CP é inserido em uma
câmara de acrílico
transparente
– O espaço entre a
membrana e a parede
da câmara é preenchido
com água pressurizada
(Tensão confinante: sc)
Aula 7
21. • Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
– A prensa comprime o
CP contra o pistão (ou
êmbolo) com
velocidade constante,
até a ruptura por
cisalhamento
– Medidores associados
ao pistão permitem
medir:
• variação de altura da
amostra (H)
• força axial atuante no
pistão (N)
Aula 7
22. • Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
– A válvula “a” permite
medir a poro-pressão
que atua no solo (u)
– As válvulas “b” e d”
permitem:
• ABERTAS: Aplicar poro-
pressão e medir a
variação de volume do
solo (V)
• FECHADAS: Impor V=0
– A válvula “c” permite:
• Aplicar uma tensão
confinante de valor
conhecido (sc)
Aula 7
23. • Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
σ d
σc
Aula 7
24. – Resumo das fases de ensaio:
A) Moldagem
1. Moldar CP cilíndrico a partir de amostra indeformada; medir V0 e H0
2. Envolver CP com membrana de látex, instalar na câmara e encher a
câmara com água.
B) Confinamento isotrópico / Adensamento (ou consolidação)
isotrópico
3.A Opcional: Mantendo a drenagem do CP fechada, aplicar sc (tensão
confinante).
3.B Opcional: Mantendo a drenagem do CP aberta, aplicar sc e aguardar o
fim do adensamento do CP, medindo V.
Obs.: i) quando a drenagem do CP está aberta, é possível
aplicar poro-pressão u no CP
ii) estado de tensões
s1 = s3 = sc
s’1 = s’3 = sc - u u
Aula 7
25. C) Cisalhamento:
σc é mantido constante
Comprime-se o CP aplicando velocidade constante no pistão
Mede-se a variação da altura do CP (H)
4.A Opcional:
A drenagem do CP é mantida aberta e mede-se V
Obs.: É preciso usar velocidade reduzida no caso de solos
argilosos, para manter ue ≌ 0
4.B Opcional:
A drenagem do CP é mantida fechada e mede-se ue
Obs.: se o solo estiver saturado, V = 0
Obs.: Estado de Tensão
sd = N / A
s1 = sc + sd
s3 = sc
s’1 = s1 – (u+ue)
s’3 = sc – (u+ue)
u + ue
Aula 7
26. D) Resultados
5. São produzidos os seguintes gráficos, dependendo do tipo de ensaio
realizado:
a) Tensão desviadora x deformação axial:
Sendo: ea = H/H0
b) Deformação volumétrica x deformação axial (para cisalhamento com
drenagem aberta):
Sendo: evol = V/V0
Aula 7
27. c) Excesso de poro-pressão x deformação axial (para ensaios sem drenagem
durante o cisalhamento):
6. Traçam-se os círculos de Mohr de ruptura em tensões efetivas ou totais,
dependendo do tipo de ensaio.
7. Repete-se o procedimento
para outras tensões, com outros
CP’s e determina-se os parâmetros
de resistência por regressão linear:
Ensaio A
Ensaio B
Ensaio C
Aula 7
28. E50
1
8. O módulo de rigidez E (análogo ao módulo de elasticidade) é obtido
da curva tensão desviadora x deformação axial:
___
2
Aula 7
29. Resistência das areias
• Solos classificados como areia podem ter porcentagens de finos relativamente
significativas. Sob certas condições, estes finos (especialmente as argilas) podem
alterar o comportamento da “areia”, tornando-o semelhante ao comportamento
de uma argila
• A seguir estudaremos o comportamento das areias limpas, que tem fração fina
desprezível
• Segundo o princípio das tensões efetivas, a resistência dos solos depende da
tensão efetiva.
• Apesar de frequentemente provocar variações de volume, ou seja, fluxo de água,
o cisalhamento das areias não costuma gerar excessos de poro-pressão, em
virtude do elevado kareia (em relação às velocidades habituais das obras de
engenharia)
• Desta forma, para uma certa tensão efetiva, a resistência das areias secas é
aproximadamente igual a das areias saturadas
Aula 8
30. • Estudaremos 4 CP’s da mesma areia
(limpa), com diferentes índices de
vazios, submetidos à ensaios de
cisalhamento direto:
– A: areia fofa (e1); s’VA
– B: areia fofa (e1); s’VB = 2.s’VA
– C: areia muito compacta (e2 < e1);
s’VC = s’VA
– D: areia muito compacta (e2);
s’VD = s’VB = 2.s’VC
Aula 8
31. • Utilizando-se os valores de tff e s’ff podemos obter as envoltórias de resistência e
seus parâmetros:
Sendo:
= ângulo de atrito de pico da areia compacta
= ângulo de atrito a volume constante da areia compacta
Aula 8
compacta
C.V.
'f
compacta
'f
compacta
C.V.
'f
32. Resumo do comportamento das areias
• Fofas
– Contraem durante o cisalhamento (ef < ei).
– τff é proporcional a s’ff.
– Não apresentam pico no gráfico t x dh.
• Compactas
– Durante o cisalhamento, apresentam pequena contração inicial seguida de dilatação (ef > ei).
– τff é aproximadamente proporcional a s’ff (o ganho de resistência por dilatação não é
proporcional a s’ff )
– Apresentam pico e queda seguida de estabilização de resistência no gráfico t x dh.
• Para a mesma tensão efetiva, a resistência da areia compacta( ) é maior
que a da fofa.
• Entretanto, após o pico, as resistências se igualam, independentemente da
compacidade inicial
•
Aula 8
''''
fofacomp
c.v.
fofacomp
pico
ffff e
t
comp
ff
33. Índice de vazios crítico
• Se cisalharmos a mesma areia
usando CP’s com diferentes ei ,
observaremos que as amostras
inicialmente fofas contraem e
que as amostras inicialmente
compactas dilatam.
• Todas as amostras aproximam-
se de um certo índice de vazios
crítico (ecrit) ao final do
processo.
• Para CP’s com ei = ecrit, ao final
do cisalhamento temos V≌0.
Aula 8
34. Fatores que afetam a resistência das areias
• Índice de vazios: quanto mais fofa for a areia, menor será f’
• Formato dos grãos: quanto mais arredondados forem os grãos, menor f’
Aula 8
35. Fatores que afetam a resistência das areias
• Distribuição granulométrica: quanto mais uniforme for a areia, menor será f’.
• Tipo de mineral:
– mica
Aula 8
36. Aula 8
Distribuição
granulométrica
Forma dos grãos Fofa Compacta
Bem
graduada
angulosos 37° 47°
arredondados 30° 40°
Mal
graduada
angulosos 35° 43°
arredondados 28° 35°
Valores típicos de f’ para areias
37. Areias parcialmente saturadas
• No caso das areias parcialmente saturadas, a água se acumula nos pontos de contato
ente os grãos, formando meniscos capilares
• A pressão da água nos meniscos é menor que a pressão atmosférica (pw < pa, ou seja,
u < 0 - sucção)
• Por isto s’ > s
• Ou seja, quando s = 0 s’ > 0
Aula 8
38. • A resistência ao cisalhamento dos
solos é função da tensão efetiva
• Por isto, a areia úmida tem
resistência ao cisalhamento mesmo
quando s = 0 (é o caso do castelo de
areia)
• As faces vertical e horizontal do
elemento B são planos principais:
s3 = sH = 0
s1 = sV = g . z
• A análise em tensões totais levaria a
crer que existe uma “coesão” que
mantém a estabilidade de B
• Esta “coesão aparente” é, na
verdade, um ganho de resistência
provocado pela poro-pressão
negativa
Aula 8
g
z
39. Resistência das argilas
• Estudaremos inicialmente o comportamento das argilas saturadas, sem
cimentação nem estrutura.
• Observações sobre cimentação/estrutura:
– Solos residuais jovens costumam apresentar cimentação remanescente das ligações
químicas entre os minerais da rocha-mãe.
– Solos lateríticos tem cimentação por efeito da deposição de óxidos e hidróxidos de
Fe/Al nos contatos entre os grãos.
– Alguns solos argilosos sedimentares ditos “evoluídos” podem apresentar ligações
entre partículas por deposição de sais nos contatos, após ciclos de secagem/
umedecimento.
• Entretanto, a maioria das argilas sedimentares, especialmente as recentes,
apresentam pouca ou nenhuma estrutura/cimentação coesão
verdadeira ≌ 0.
Aula 9
40. • Comparação do efeito de s’v no
índice de vazios de areias/argilas
• O índice de vazios de uma areia
depende principalmente de seu modo
de deposição, sendo pouco afetado
pela história de tensões
• No caso da argila, entretanto, o índice
de vazios é muito afetado pela
história de tensões, sendo possível
que a argila apresente grandes
variações de “e”, em função da RSA
Aula 9
• Como a resistência depende do atrito entre as partículas, e tendo em vista que
quanto menor “e”, mais atrito haverá, é imprescindível considerar a influência da
RSA ao estudar a resistência das argilas
41. Resistência das argilas submetidas a ensaios CID
• Suponha CP’s de argila saturada remoldada em laboratório, submetidos a
ensaios triaxiais tipo CID.
Consolidado Drenado
Isotropicamente
• Este ensaio simula a situação de uma argila que foi adensada lentamente
pelas tensões geostáticas e depois submetida a um carregamento lento
devido a uma obra. Se o carregamento for rápido, mas não provocar a ruptura,
este ensaio simula a condição de longo prazo, após dissipação de ue.
FASE DE ADENSAMENTO
• Após aplicar sc e u espera-se o fim do adensamento,
quando:
s’1 = s’3 = sc – u
Aula 9
u
42. FASE DE CISALHAMENTO
• sc e u são mantidos constantes
• Através do pistão aplica-se uma compressão vertical com velocidade
constante, provocando um aumento gradual de sd
s3 = sc
s’3 = sc – u
s1 = sc + sd
s’1 = (sc + sd) – u
• OBS: a velocidade de compressão deve ser suficientemente lenta para evitar a formação
de excessos de poro-pressão
Aula 9
u
43. Avaliação do efeito da variação de s’3 na resistência
Suponha 3 CP’s REMOLDADOS idênticos aos anteriores submetidos à
adensamento isotrópico da seguinte forma:
Aula 9
• Fase de adensamento: • Fase de cisalhamento
• Ao final do adensamento:
D) s’3 = 100
RSA = 100 / 100 = 1
E) s’3 = 200
RSA = 200 / 200 = 1
F) s’3 = 400
RSA = 400 / 400 = 1
44. • Para uma mesma RSA, quanto maior s’3, maior será sd,f
• Esta relação é proporcional
• Durante o cisalhamento todos os CP’s contraem
Aula 9
45. • Fase de adensamento:
Três CP’s idênticos, REMOLDADOS
adensados de maneira diferente:
Aula 9
• Ao final do adensamento:
A) s’3 = 100
RSA = 100 / 100 = 1
B) s’3 = 100
RSA = 200 / 100 =2
C) s’3 = 100
RSA = 400 / 100 = 4
Avaliação do efeito da variação de RSA na resistência
• Fase de cisalhamento:
46. • Para um mesmo s’3, os CP’s com maiores RSA
apresentam maiores tensões desviadoras de ruptura
(sd,f), pois a resistência depende do índice de vazios
• Entretanto, esta relação não é proporcional!
• Durante o cisalhamento, os CP’s normalmente
adensados ou levemente sobreadensados contraem
• Durante o cisalhamento os CP’s fortemente
sobreadensados (RSA≥4) apresentam rápida contração
seguida de dilatação
Aula 9
47. Exemplo de aplicação: amostra INDEFORMADA
• Consideremos, agora, o caso de uma argila sedimentar normalmente
adensada (em campo):
Como temos RSA = 1:
s’Vm = s’V0 = 20 . 5 = 100 kPa
• A partir desta amostra podem ser moldados 3 CP’s que serão submetidos a
ensaios de compressão triaxial CID, como segue:
Aula 9
48. Aula 9
– Fase de adensamento:
Ao final do adensamento:
– Fase de cisalhamento:
CP s’3 s’1 s’Vm RSA
G 100 kPa 100 100 1,0
H 200 200 200 1,0
I 25 25 100 4,0
sd,f
sd,f
sd,f
H
G
I
49. • Percebe-se que as curvas sd x ea dos CP’s normalmente adensados são
normalizáveis por s’3 e a do CP sobreadensado não é:
• Isto significa que, para tensões superiores a s’Vm de campo (ou seja, CP’s
normalmente adensados), a envoltória é uma reta que passa pela origem.
• Entretanto, para amostras sobreadensadas, a envoltória apresenta uma curvatura:
Aula 9
50. Aula 9
f’NA
t
s’
s’1,f s’1,f s’1,fs’3
s’3 s’3
CP s’3 s’1 s’Vm RSA
G 100 kPa 100 100 1,0
H 200 200 200 1,0
I 25 25 100 4,0
51. • Ao ajustar uma reta ao trecho
curvo, podemos obter c’ > coesão
real. Este valor é chamado de
intercepto coesivo.
• Por causa disto, é importante usar
valores de s’c compatíveis com as
tensões que o solo sofrerá na obra,
para minimizar os erros de ajuste.
Aula 9
• Valores típicos de f’ para argilas saturadas de origem sedimentar:
IP (%) f’NA (°)
10 30 a 38
20 26 a 34
40 20 a 29
60 18 a 25
Esta tabela é válida para tensões superiores a s’Vm de campo.
f’NA
f’ajustado
C’ajustado
C’real
52. Resistência das argilas submetidas a ensaios CIU
• No ensaio CIU, o confinamento é aplicado com drenagem aberta e
aguarda-se que o CP adense sob certo s’c
• Após o final do adensamento, cisalha-se com drenagem fechada
CI U
Fase de confinamento Fase de cisalhamento (não drenado)
Consolidado Undrained
Isotropicamente
• Este ensaio simula a situação de uma argila que foi adensada
lentamente pelas tensões geostáticas e depois submetida a um
carregamento rápido (não drenado) devido a uma obra.
• Esta simulação representa a condição de curto prazo (final de
construção)
• OBS: a longo prazo ocorre a dissipação dos excessos de poro-pressão e
a situação assemelha-se ao ensaio CID
Aula 10
53. FASE DE ADENSAMENTO
• Ao final do adensamento:
Aula 10
FASE DE CISALHAMENTO
• Suponha 4 CP’s REMOLDADOS idênticos submetidos a diferentes tensões de adensamento:
CP s’3=s’1 s’Vm RSA
J 200 200 1,0
K 400 400 1,0
L 200 400 2,0
M 200 800 4,0
800200 400
M
L
J
K
sd,f
sd,f
E (CID,
s’3=200kPa)
reta virgem
ue
54. • Durante o cisalhamento nenhum CP sofre variação de
volume, pois a drenagem está fechada e os CP’s estão
saturados
• A restrição às variações de volume provoca o surgimento
de excessos de poro-pressão
• Os CP’s normalmente adensados (que tem tendência a
contrair) desenvolvem excessos de poro-pressão positivos
• Os CP’s fortemente sobreadensados (que tem tendência a
dilatar) desenvolvem excessos de poro-pressão negativos
• Para os CP’s normalmente adensados, a tensão desviadora
de ruptura (sd,f) e o excesso de poro-pressão no momento
da ruptura (ue,f) são proporcionais a s’3
Aula 10
55. • A resistência é função das tensões efetivas. Portanto, a
resistência num ensaio CIU pode ser maior ou menor que
aquela exibida num ensaio CID com amostra idêntica,
dependendo do sinal do excesso de poro-pressão que surge
durante o cisalhamento
• CP’s com RSA=1 e adensados sob mesmo s’3 atingem uma
resistência no cisalhamento não drenado INFERIOR àquela
que seria obtida num cisalhamento drenado, pois ue > 0
• CP’s com RSA4 e adensados sob mesmo s’3 atingem uma
resistência no cisalhamento não drenado SUPERIOR àquela
que seria obtida num cisalhamento drenado, pois ue < 0
Aula 10
56. Comparação CID x CIU para argila saturada, para o mesmo sc:
Amostras normalmente adensadas Amostras fortemente sobreadensadas
Aula 10
57. s’1 = s’3 = sc – uc
• Se s’3 ≥ s’Vm(campo)
CP normalmente adensado
• Se s’3 < s’Vm(campo)
CP sobreadensado
s1 = sc + sd
s’1 = (sc + sd) – u
s3 = sc s’3 varia!
s’3 = sc – u = sc – uc – ue
Resumo do comportamento das argilas em ensaios CIU:
• Fase de adensamento isotrópico
– Ao final teremos:
• Fase de cisalhamento (sem drenagem)
Aula 10
uc
u = uc + ue
58. • No momento da ruptura:
• Se o solo exibir contração/ dilatação no ensaio CID, então haverá geração de ue >0/<0
no CIU.
• A resistência ao cisalhamento depende da tensão efetiva no plano de ruptura
. Por isto, a resistência de um solo N.A./F.S.A. no ensaio CIU será
menor/maior que no CID.
Aula 10
'fst tan'c' ffff
ensaio CID com uc = 0
59. Aula 10
• Os ensaios de compressão triaxial representam uma situação de
carregamento na qual ocorre aumento de s1, enquanto s3 se mantém
constante
• Esta situação é semelhante a casos práticos nos quais a ruptura pode ocorrer
em função dos acréscimos de s1 a que os elementos de solo são submetidos.
• Por exemplo, no caso da construção de um aterro com largura comparável à
espessura da camada argilosa, ocorre uma situação semelhante*
*: cabe ressaltar que, neste caso prático, também ocorre variação em s3
60. Aula 10
• A fase de adensamento dos ensaios CID e CIU é semelhante ao
processo de sedimentação e formação do solo argiloso, que é
lento o suficiente para não gerar excessos de poro-pressão.
• A fase de cisalhamento do ensaio CID é executada lentamente,
com drenagem aberta, sem gerar excessos de poro-pressão. Esta
fase representa o comportamento de uma argila submetida a
carregamento (Δs1) drenado e assemelha-se ao que ocorre com
uma camada sob um aterro de “pequena largura” construído
lentamente.
• A fase de cisalhamento do ensaio CIU é semelhante ao que
ocorre com uma camada de argila sob um aterro de “pequena
largura” construído de forma rápida, quando se analisa a
situação logo após a construção (também chamada situação de
curto prazo, ou situação “t=0”).
61. Aula 10
• Com o passar do tempo, o excesso de poro-pressão gerado pela
construção rápida é dissipado. Portanto, se não ocorrer ruptura
no curto prazo, a condição de longo prazo (t→∞) pode ser
representada pela fase de cisalhamento do ensaio CID.
• Cabe ressaltar que, em obras com acréscimo de s1, a resistência
do solo Normalmente Adensado aumenta com o passar do
tempo.
• Por isto, o momento crítico para a segurança destas obras é o
curto prazo.
• Obs.: em obras com alívio de s1 (ex: escavações), a situação se
inverte.
62. Análise de resistência em tensões totais
• Toda obra provoca acréscimos de tensões nos solos. Dependendo do
momento considerado, da velocidade do carregamento e do ksolo, pode
haver ue ≠ 0.
• Considere o projeto do seguinte aterro:
• Se construído, este aterro causará acréscimos de tensão em P e Q:
– No plano vertical: sx, txy
– No plano horizontal: sz, tzx
Aula 11
63. • Estes acréscimos dependem das condições de contorno e
podem ser determinados por análises tensão x deformação.
• Podemos determinar as tensões no plano da superfície
potencial de ruptura ao final da obra (sQ, tQ) através do círculo
de Mohr.
• Entretanto, para verificar se a obra é estável é preciso
determinar a poro-pressão, para verificar se tQ < c’ + s’Q . tanf’,
sendo s’Q = sQ – u.
• No ponto P, a variação das tensões provoca cisalhamento
acompanhado de imediata variação de volume (expulsão ou
admissão de água) com ue ≌ 0. Por isto, a poro-pressão é
hidrostática e fácil de calcular.
• No ponto Q, se a construção for rápida, para t = 0, tem-se V = 0
e ue ≠ 0. Por isto, a tensão efetiva dependerá de ue(x,z,t), cuja
determinação depende de modelos matemáticos sofisticados.
• Entretanto, é possível simplificar o problema...
Aula 11
64. • O acréscimo de tensões pode ser convertido em acréscimos
de tensões principais, através de uma rotação de eixos
• Os acréscimos de tensões principais podem ser
decompostos em duas componentes:
Aula 11
a) Acréscimo de
tensão hidrostático:
Não provoca cisalham.
b) Acréscimo de
tensão desviadora:
Provoca cisalhamento
65. • Supondo que os acréscimos a) e b) fossem aplicados
em seqüência:
– Em solos arenosos a) provocaria um imediato aumento em
s’3, pois ue = 0; s’3 = s3. Este aumento de s’3 se refletiria
em ganho de resistência quando da aplicação de b).
– O mesmo valeria para solos argilosos saturados se houvesse
um intervalo de tempo t→∞ entre as aplicações de a) e b),
ou se o carregamento fosse muito lento.
– Entretanto, para carregamentos rápidos, a componente a)
seria aplicada sem drenagem e b) seria aplicado
imediatamente após.
– Neste caso, a aplicação de a) não alteraria o estado de
tensões efetivas, pois não haveria adensamento (devido à
falta de drenagem) nem deformações cisalhantes (pois s1 =
s2 = s3).
Aula 11
66. • Para exemplificar, suponha 3 CP’s idênticos adensados para o mesmo s’3,
com a mesma RSA:
• A seguir fecha-se a drenagem e aplicam-se acréscimos de tensão
confinante (sc ) aos CP’s B e C.
• sc é um acréscimo hidrostático, portanto não gera cisalhamento.
• sc foi aplicado sem drenagem, portanto não gera variação de volume.
• Conclusão: o acréscimo hidrostático de tensão sc não provoca alteração
nas tensões efetivas.
Aula 11
s’1 = s’2 = s’3 =100 kPa s’1 = s’2 = s’3 =100 kPa s’1 = s’2 = s’3 =100 kPa
ue = sc
67. • O estado de tensões dos CP’s ficará
assim:
• Ao final do processo, os 3 CP’s
possuirão o mesmo estado de tensões
efetivas (e a mesma RSA).
• Por causa disto, quando forem
submetidos a cisalhamento, os 3 CP’s
atingirão a mesma tensão desviadora
de ruptura :
Aula 11
s’1 = s’2 = s’3 =100 kPa s’1 = s’2 = s’3 = 150-50=100 kPa s’1 = s’2 = s’3 = 200-100=100 kPa
sc = 50 kPa sc = 100 kPa
68. • Círculos de Mohr de ruptura em tensões totais e efetivas:
Aula 11
t
(kPa) f’
s’3,f s’1,f
s1,fs1,f s1,f50 100 150 200
s,s’
(kPa)
uf
uf
uf
A=B=C A B C
c=Su=22 ENVOLT. DE RESIST. EM TENSÕES TOTAIS
69. • Percebe-se que a componente hidrostática dos incrementos
de tensão não afeta a resistência dos solos argilosos quando
não há drenagem, ou seja, para carregamentos rápidos, Su
independe de s3.
• Sendo assim, é possível analisar a resistência das argilas
saturadas submetidas a carregamento rápido, quando t = 0,
em tensões totais (sem precisar conhecer ue e s’).
• Para isto, basta determinar a envoltória de resistência em
tensões totais, cujos parâmetros são:
– f= 0
– c = Su = sd/2
• Se o estado de tensões totais de um elemento de solo após a
obra ficar abaixo da envoltória de ruptura em tensões totais,
ele não sofrerá ruptura.
Aula 11
70. • Fatores que afetam Su:
São os mesmo que definem sd,f num ensaio CIU, ou seja:
– f’ (propriedade do solo → varia com o tipo de solo)
– Estado de tensões efetivas antes do cisalhamento
– RSA antes do cisalhamento (para uma mesma s’)
• Perfis típicos de Su de argilas normalmente adensadas:
Aula 11
71. – Gráfico do ensaio:
m = coeficiente empírico que
compensa efeitos viscosos e
anisotropia
• Medição de Su:
– No campo: Prefere-se o
ensaio de Palheta (Vane Test)
Aula 11
)(²
2
3
D
f
u
HD
M
S
m
Cilindro de solo
submetido a
cisalhamento
não drenado
72. –No laboratório: CIU, CK0U
Usando o ensaio CIU:
1. Adensar para
2. Cisalhar sem drenagem e medir sd,f
3. Su = sd,f/2
Usando o ensaio CK0U:
1. Adensar anisotropicamente para
2. Cisalhar sem drenagem e medir sd,f
3. Su = sd,f/2
Recomenda-se não utilizar ensaios UU
Aula 11
3
)21('
'' 0v
3
K
campolab oct
s
ss
solos N.A.
)'1(
'
'
0 f
s
s
senK
V
H