O documento descreve um momento entre uma mãe e seu filho Ilídio de 6 anos. A mãe entrega um livro a Ilídio e diz para ele "escutar". Mais tarde, ela diz "Nunca esqueças" antes de deixá-lo na fonte da vila enquanto ela se afasta carregando malas. Ilídio fica para trás sem entender o que está acontecendo.
Alice, uma professora aposentada que se mudou para Porto Alegre para cuidar do neto ainda não nascido de sua filha Norinha, começa a escrever em um caderno velho para colocar para fora seus sentimentos de solidão e raiva. Ela sai para as ruas atrás de Cícero Araújo, filho de uma antiga conhecida, como forma de escapar da realidade. Após alguns dias procurando e conversando com os moradores da cidade, Alice continua escrevendo no caderno sobre suas descobertas e recordações do passado.
Os 10 documentos resumem livros da literatura brasileira, incluindo Vidas Secas de Graciliano Ramos, que descreve a vida de uma família pobre no sertão nordestino, e Ópera dos Mortos de Autran Dourado, que conta a história trágica de uma mulher presa em um sobrado com lembranças do passado. O documento também resume Raul Pompeia o Ateneu, que critica instituições de ensino do século 19, e O ex-Mágico de Murilo Rubião, sobre um mágico que perde
1) Conceição Evaristo nasceu em uma família pobre em Belo Horizonte e teve uma infância difícil, tendo que trabalhar como empregada doméstica para ajudar a família. Sua escrita é inspirada nestas experiências de vida e aborda temas como discriminação racial, de gênero e de classe.
2) O livro "Olhos d'Água" contém vários contos que retratam a vida de mulheres negras e pobres no Brasil. As histórias exploram temas como violência
O documento resume a história de Cinzas do Norte de Milton Hatoum, contada principalmente pelo narrador Lavo. A narrativa acompanha a vida de Mundo, um jovem artista nascido em Manaus que sonha ser pintor, e sua amizade com Lavo desde a infância.
Negrinha é uma narrativa em terceira pessoa que conta a história de uma menina órfã e negra chamada Negrinha, que sofre maus-tratos constantes na casa onde vive. Após conhecer o mundo das brincadeiras ao pegar uma boneca de uma sobrinha da patroa, Negrinha cai em tristeza profunda e morre. O conto é uma crítica à crueldade e à falta de compaixão.
O documento resume a vida e obra de Monteiro Lobato, importante escritor brasileiro do século XX. Conta sobre sua infância, educação, carreira como promotor público e fazendeiro antes de se dedicar à literatura infantil e fundar sua própria editora. Também aborda brevemente sua defesa da exploração do petróleo no Brasil e seu falecimento em 1948.
Este documento descreve uma feira do livro realizada por alunos do 6o e 9o ano. Os alunos reescreveram a história do Menino Maluquinho e criaram poesias inspiradas na escritora Cora Coralina. O documento apresenta os trabalhos dos alunos em forma de texto e imagens.
O documento resume três livros lidos por Marcos. O primeiro livro, Os Sertões de Euclides da Cunha, é descrito como difícil de ler devido ao vocabulário rico, mas interessante quando descreve a personalidade de Antonio Conselheiro e a Guerra de Canudos. O segundo livro, O Pagador de Promessas de Dias Gomes, é elogiado por seu teatro bem desenvolvido, mas Marcos não gostou do final injusto com Zé do Burro. O terceiro livro, Crônica da Casa Assassinada de Cardoso, é desc
Alice, uma professora aposentada que se mudou para Porto Alegre para cuidar do neto ainda não nascido de sua filha Norinha, começa a escrever em um caderno velho para colocar para fora seus sentimentos de solidão e raiva. Ela sai para as ruas atrás de Cícero Araújo, filho de uma antiga conhecida, como forma de escapar da realidade. Após alguns dias procurando e conversando com os moradores da cidade, Alice continua escrevendo no caderno sobre suas descobertas e recordações do passado.
Os 10 documentos resumem livros da literatura brasileira, incluindo Vidas Secas de Graciliano Ramos, que descreve a vida de uma família pobre no sertão nordestino, e Ópera dos Mortos de Autran Dourado, que conta a história trágica de uma mulher presa em um sobrado com lembranças do passado. O documento também resume Raul Pompeia o Ateneu, que critica instituições de ensino do século 19, e O ex-Mágico de Murilo Rubião, sobre um mágico que perde
1) Conceição Evaristo nasceu em uma família pobre em Belo Horizonte e teve uma infância difícil, tendo que trabalhar como empregada doméstica para ajudar a família. Sua escrita é inspirada nestas experiências de vida e aborda temas como discriminação racial, de gênero e de classe.
2) O livro "Olhos d'Água" contém vários contos que retratam a vida de mulheres negras e pobres no Brasil. As histórias exploram temas como violência
O documento resume a história de Cinzas do Norte de Milton Hatoum, contada principalmente pelo narrador Lavo. A narrativa acompanha a vida de Mundo, um jovem artista nascido em Manaus que sonha ser pintor, e sua amizade com Lavo desde a infância.
Negrinha é uma narrativa em terceira pessoa que conta a história de uma menina órfã e negra chamada Negrinha, que sofre maus-tratos constantes na casa onde vive. Após conhecer o mundo das brincadeiras ao pegar uma boneca de uma sobrinha da patroa, Negrinha cai em tristeza profunda e morre. O conto é uma crítica à crueldade e à falta de compaixão.
O documento resume a vida e obra de Monteiro Lobato, importante escritor brasileiro do século XX. Conta sobre sua infância, educação, carreira como promotor público e fazendeiro antes de se dedicar à literatura infantil e fundar sua própria editora. Também aborda brevemente sua defesa da exploração do petróleo no Brasil e seu falecimento em 1948.
Este documento descreve uma feira do livro realizada por alunos do 6o e 9o ano. Os alunos reescreveram a história do Menino Maluquinho e criaram poesias inspiradas na escritora Cora Coralina. O documento apresenta os trabalhos dos alunos em forma de texto e imagens.
O documento resume três livros lidos por Marcos. O primeiro livro, Os Sertões de Euclides da Cunha, é descrito como difícil de ler devido ao vocabulário rico, mas interessante quando descreve a personalidade de Antonio Conselheiro e a Guerra de Canudos. O segundo livro, O Pagador de Promessas de Dias Gomes, é elogiado por seu teatro bem desenvolvido, mas Marcos não gostou do final injusto com Zé do Burro. O terceiro livro, Crônica da Casa Assassinada de Cardoso, é desc
Eva revela a Filipa que foi estuprada e teve uma vida difícil, o que a levou a abandonar Filipa no orfanato. Fernando termina o namoro com Heloísa, alegando que ela ainda não se encontrou. Júlia sai da mansão e se depara com Fernando, que quer resolver os sentimentos entre eles.
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...Josi Motta
O documento resume a biografia e obra do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu. Aborda seus principais contos, temas, influências literárias, contexto histórico e estilo de prosa introspectiva e baseada em imagens. Caio Fernando Abreu se destacou no conto e abordou temas como solidão, morte, sexualidade e angústia existencial.
1) A autora descreve seu dia a dia catando papel e conversando com pessoas na favela onde mora.
2) Ela fala sobre seu sonho de infância de se tornar homem para defender o Brasil e sobre a distância entre políticos e o povo.
3) A autora relata as dificuldades de acesso a água potável e saneamento básico na favela.
O texto descreve a avaliação de língua portuguesa de um estudante do 8o ano. O estudante deve responder perguntas sobre três textos diferentes: uma fábula sobre duas empregadas, uma piada sobre um menino que vai à mercearia, e um poema de Vinícius de Moraes sobre o amor.
1) Antonio Callado foi um romancista, dramaturgo e jornalista brasileiro nascido em 1917 que publicou diversos romances e peças de teatro durante sua carreira.
2) Darcy Ribeiro foi um antropólogo, educador e político brasileiro fundador da Universidade de Brasília nascido em 1922, que escreveu obras etnográficas e romances durante sua vida.
3) Castro Alves foi um poeta e pintor brasileiro nascido em 1847 conhecido como um dos maiores nomes da literatura brasile
O excerto apresenta as personagens principais, o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. O Gato Malhado é descrito como solitário e malvisto pelos outros animais, enquanto a Andorinha Sinhá é curiosa e tenta entender o Gato. Apesar das aparências, a Andorinha começa a sentir atração pelo Gato.
O texto conta a história de uma menina ruiva entediada que encontra um cão basset ruivo na rua. Os dois se identificam imediatamente por serem os únicos ruivos na vizinhança e sentirem a solidão dessa condição. Apesar do forte impulso de ficarem juntos, eles são obrigados a seguir caminhos separados por terem naturezas e compromissos diferentes.
O documento resume 5 livros clássicos da literatura brasileira: 1) "Poema Sujo" de Ferreira Gullar, que questiona as normas da época durante a ditadura militar; 2) A série "O Sítio do Picapau Amarelo" de Monteiro Lobato, conhecida por suas histórias infantis mágicas; 3) "A Vida Como Ela É" de Nelson Rodrigues, que aborda o adultério na cidade do Rio de Janeiro dos anos 1950; 4) "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, que
O documento resume o enredo do romance "As Meninas" de Lígia Fagundes Teles, que gira em torno das vidas de três jovens universitárias - Lia, Ana Clara e Lorena - que vivem em um pensionato no Rio de Janeiro durante a ditadura militar brasileira. Lia é ativista política e namora um preso político. Ana Clara é viciada em drogas e se prostitui. Lorena vem de família rica e apoia as amigas financeira e emocionalmente. O romance explora os dramas pessoais e polí
O documento resume o romance Mayombe, escrito por Pepetela em 1970-1971. Narra a história de guerrilheiros do MPLA na floresta do Mayombe em Cabinda, Angola durante a guerra pela independência. É considerado um documento social importante que captura a realidade histórica angolana da época através de múltiplas vozes e perspectivas.
O documento descreve o primeiro romance do autor Pepetela, intitulado "As Aventuras de Ngunga", publicado em 1972. O livro tem como tema a luta pela independência de Angola e descreve o percurso de Ngunga, um rapaz órfão que segue guerrilheiros do MPLA através do interior de Angola. A história de Ngunga é usada para retratar os ideais políticos do MPLA e denunciar problemas sociais como a corrupção e exploração dentro de Angola na época do colonialismo português.
1. O romance "São Bernardo" retrata a ascensão social de Paulo Honório, que passa de trabalhador braçal a proprietário rural através da desumanização e coisificação de sua humanidade, exercendo domínio sobre os outros de forma violenta.
2. A narrativa é dividida em dois planos: o Paulo Honório narrador no presente e o personagem no passado.
3. Além de Paulo Honório, personagens importantes incluem sua esposa Madalena, uma professora independente que desafia a visão de mundo do mar
❖ O documento descreve a vida e obra da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra e pobre que viveu na favela de Canindé em São Paulo. Ela escreveu diários sobre sua vida cotidiana lutando pela sobrevivência, que foram publicados em livro e se tornaram um sucesso internacional.
O romance acompanha Érica, uma jovem pintora que está lidando com a perda do pai alcoólatra. No início, ela procura o pai nos bares, sem saber que ele morreu. Posteriormente, se envolve com Vinícius, um amigo de longa data. Entretanto, ele decide se mudar, deixando-a para lidar com a perda antiga do pai e a nova perda de Vinícius. Ao longo da narrativa, Érica precisa aceitar ambas as perdas e seguir em frente com sua vida e carreira artística.
Entrevista com Carlos Augusto de Figueiredo MonteiroLuana de Oliveira
O documento apresenta uma entrevista com o professor Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, geógrafo brasileiro. Ele descreve sua trajetória de vida, desde a infância em Teresina até chegar ao Rio de Janeiro para estudar Geografia na década de 1940. Também fala sobre como a Geografia brasileira evoluiu nesse período, com a influência de geógrafos franceses, e sobre suas experiências como estudante e professor.
Este documento resume um livro digital criado por alunos do 6o e 9o ano sobre a XVIII Feira do Livro. Os alunos reescreveram a história do Menino Maluquinho e criaram poesias inspiradas na escritora Cora Coralina. O trabalho foi realizado sob a orientação de duas professoras e inclui resumos e releituras da história original feitas pelos estudantes.
Este livro contém uma antologia de poemas brasileiros de diferentes épocas. Apresenta obras de poetas modernos como Sidónio Muralha e Cecília Meireles, além de clássicos como Casimiro de Abreu e Olavo Bilac. Também inclui poemas de compositores populares como Braguinha, Alberto Ribeiro, Cartola e Carlos Cachaça.
Este documento fornece informações biográficas e sobre algumas obras de vários autores portugueses de literatura infantil e juvenil, incluindo datas de nascimento, lugares de nascimento e algumas citações dos próprios autores sobre seus processos criativos e trajetórias como escritores.
Este documento resume narrativas orais e escritas de estudantes angolanos no Brasil. As memórias descrevem experiências com avós tradicionais e a importância de preservar saberes culturais do passado. Alguns sentem falta de seu país natal e buscam "encarnar o espírito patriótico" de Angola.
O documento apresenta um resumo da obra "Capitães da Areia" de Jorge Amado. A narrativa acompanha as histórias e aventuras de meninos pobres que vivem nas ruas da cidade de Salvador na década de 1930. A obra aborda temas como a exclusão social, a luta de classes, o sincretismo religioso e a influência do cangaço na região nordeste do Brasil na época.
O documento conta a história de António Mota, um escritor português de literatura infantil e juvenil. Cresceu numa aldeia rural e teve que tirar um curso rápido de magistério primário para poder trabalhar como professor. Escreveu o seu primeiro livro em 1979 e desde então publicou dezenas de obras, algumas traduzidas para espanhol e alemão. Continua a viver na sua terra natal e escreve sobre a vida rural portuguesa.
D. Venância tinha dois sobrinhos, Emílio e Marcos. Ela queria casar Eugênia, sua sobrinha, com Emílio. No entanto, Emílio não se sentia preparado para o casamento e recusou o pedido de D. Venância após os oito dias que ela lhe havia dado para pensar. Apesar de desapontada, D. Venância entendeu que não podia forçar os sentimentos de Emílio.
Eva revela a Filipa que foi estuprada e teve uma vida difícil, o que a levou a abandonar Filipa no orfanato. Fernando termina o namoro com Heloísa, alegando que ela ainda não se encontrou. Júlia sai da mansão e se depara com Fernando, que quer resolver os sentimentos entre eles.
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...Josi Motta
O documento resume a biografia e obra do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu. Aborda seus principais contos, temas, influências literárias, contexto histórico e estilo de prosa introspectiva e baseada em imagens. Caio Fernando Abreu se destacou no conto e abordou temas como solidão, morte, sexualidade e angústia existencial.
1) A autora descreve seu dia a dia catando papel e conversando com pessoas na favela onde mora.
2) Ela fala sobre seu sonho de infância de se tornar homem para defender o Brasil e sobre a distância entre políticos e o povo.
3) A autora relata as dificuldades de acesso a água potável e saneamento básico na favela.
O texto descreve a avaliação de língua portuguesa de um estudante do 8o ano. O estudante deve responder perguntas sobre três textos diferentes: uma fábula sobre duas empregadas, uma piada sobre um menino que vai à mercearia, e um poema de Vinícius de Moraes sobre o amor.
1) Antonio Callado foi um romancista, dramaturgo e jornalista brasileiro nascido em 1917 que publicou diversos romances e peças de teatro durante sua carreira.
2) Darcy Ribeiro foi um antropólogo, educador e político brasileiro fundador da Universidade de Brasília nascido em 1922, que escreveu obras etnográficas e romances durante sua vida.
3) Castro Alves foi um poeta e pintor brasileiro nascido em 1847 conhecido como um dos maiores nomes da literatura brasile
O excerto apresenta as personagens principais, o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. O Gato Malhado é descrito como solitário e malvisto pelos outros animais, enquanto a Andorinha Sinhá é curiosa e tenta entender o Gato. Apesar das aparências, a Andorinha começa a sentir atração pelo Gato.
O texto conta a história de uma menina ruiva entediada que encontra um cão basset ruivo na rua. Os dois se identificam imediatamente por serem os únicos ruivos na vizinhança e sentirem a solidão dessa condição. Apesar do forte impulso de ficarem juntos, eles são obrigados a seguir caminhos separados por terem naturezas e compromissos diferentes.
O documento resume 5 livros clássicos da literatura brasileira: 1) "Poema Sujo" de Ferreira Gullar, que questiona as normas da época durante a ditadura militar; 2) A série "O Sítio do Picapau Amarelo" de Monteiro Lobato, conhecida por suas histórias infantis mágicas; 3) "A Vida Como Ela É" de Nelson Rodrigues, que aborda o adultério na cidade do Rio de Janeiro dos anos 1950; 4) "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, que
O documento resume o enredo do romance "As Meninas" de Lígia Fagundes Teles, que gira em torno das vidas de três jovens universitárias - Lia, Ana Clara e Lorena - que vivem em um pensionato no Rio de Janeiro durante a ditadura militar brasileira. Lia é ativista política e namora um preso político. Ana Clara é viciada em drogas e se prostitui. Lorena vem de família rica e apoia as amigas financeira e emocionalmente. O romance explora os dramas pessoais e polí
O documento resume o romance Mayombe, escrito por Pepetela em 1970-1971. Narra a história de guerrilheiros do MPLA na floresta do Mayombe em Cabinda, Angola durante a guerra pela independência. É considerado um documento social importante que captura a realidade histórica angolana da época através de múltiplas vozes e perspectivas.
O documento descreve o primeiro romance do autor Pepetela, intitulado "As Aventuras de Ngunga", publicado em 1972. O livro tem como tema a luta pela independência de Angola e descreve o percurso de Ngunga, um rapaz órfão que segue guerrilheiros do MPLA através do interior de Angola. A história de Ngunga é usada para retratar os ideais políticos do MPLA e denunciar problemas sociais como a corrupção e exploração dentro de Angola na época do colonialismo português.
1. O romance "São Bernardo" retrata a ascensão social de Paulo Honório, que passa de trabalhador braçal a proprietário rural através da desumanização e coisificação de sua humanidade, exercendo domínio sobre os outros de forma violenta.
2. A narrativa é dividida em dois planos: o Paulo Honório narrador no presente e o personagem no passado.
3. Além de Paulo Honório, personagens importantes incluem sua esposa Madalena, uma professora independente que desafia a visão de mundo do mar
❖ O documento descreve a vida e obra da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra e pobre que viveu na favela de Canindé em São Paulo. Ela escreveu diários sobre sua vida cotidiana lutando pela sobrevivência, que foram publicados em livro e se tornaram um sucesso internacional.
O romance acompanha Érica, uma jovem pintora que está lidando com a perda do pai alcoólatra. No início, ela procura o pai nos bares, sem saber que ele morreu. Posteriormente, se envolve com Vinícius, um amigo de longa data. Entretanto, ele decide se mudar, deixando-a para lidar com a perda antiga do pai e a nova perda de Vinícius. Ao longo da narrativa, Érica precisa aceitar ambas as perdas e seguir em frente com sua vida e carreira artística.
Entrevista com Carlos Augusto de Figueiredo MonteiroLuana de Oliveira
O documento apresenta uma entrevista com o professor Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, geógrafo brasileiro. Ele descreve sua trajetória de vida, desde a infância em Teresina até chegar ao Rio de Janeiro para estudar Geografia na década de 1940. Também fala sobre como a Geografia brasileira evoluiu nesse período, com a influência de geógrafos franceses, e sobre suas experiências como estudante e professor.
Este documento resume um livro digital criado por alunos do 6o e 9o ano sobre a XVIII Feira do Livro. Os alunos reescreveram a história do Menino Maluquinho e criaram poesias inspiradas na escritora Cora Coralina. O trabalho foi realizado sob a orientação de duas professoras e inclui resumos e releituras da história original feitas pelos estudantes.
Este livro contém uma antologia de poemas brasileiros de diferentes épocas. Apresenta obras de poetas modernos como Sidónio Muralha e Cecília Meireles, além de clássicos como Casimiro de Abreu e Olavo Bilac. Também inclui poemas de compositores populares como Braguinha, Alberto Ribeiro, Cartola e Carlos Cachaça.
Este documento fornece informações biográficas e sobre algumas obras de vários autores portugueses de literatura infantil e juvenil, incluindo datas de nascimento, lugares de nascimento e algumas citações dos próprios autores sobre seus processos criativos e trajetórias como escritores.
Este documento resume narrativas orais e escritas de estudantes angolanos no Brasil. As memórias descrevem experiências com avós tradicionais e a importância de preservar saberes culturais do passado. Alguns sentem falta de seu país natal e buscam "encarnar o espírito patriótico" de Angola.
O documento apresenta um resumo da obra "Capitães da Areia" de Jorge Amado. A narrativa acompanha as histórias e aventuras de meninos pobres que vivem nas ruas da cidade de Salvador na década de 1930. A obra aborda temas como a exclusão social, a luta de classes, o sincretismo religioso e a influência do cangaço na região nordeste do Brasil na época.
O documento conta a história de António Mota, um escritor português de literatura infantil e juvenil. Cresceu numa aldeia rural e teve que tirar um curso rápido de magistério primário para poder trabalhar como professor. Escreveu o seu primeiro livro em 1979 e desde então publicou dezenas de obras, algumas traduzidas para espanhol e alemão. Continua a viver na sua terra natal e escreve sobre a vida rural portuguesa.
D. Venância tinha dois sobrinhos, Emílio e Marcos. Ela queria casar Eugênia, sua sobrinha, com Emílio. No entanto, Emílio não se sentia preparado para o casamento e recusou o pedido de D. Venância após os oito dias que ela lhe havia dado para pensar. Apesar de desapontada, D. Venância entendeu que não podia forçar os sentimentos de Emílio.
Em três frases ou menos:
1) O documento descreve cenas da infância da autora, Shirley Vilhalva, que é surda parcial, incluindo quando descobriu que seu pai ia embora e quando cortou o dedo brincando. 2) Também fala sobre imagens que permaneceram na memória da autora, como quando foi a uma casa com pessoas de roupas brancas e quando cortou o dedo brincando na casa de sua avó. 3) O texto fornece detalhes sobre a vida da autora na infância para ajudar o leitor a ent
O documento descreve a história de uma pequena cidade chamada Felicidade, onde um velho morre após anos acumulando propriedades. Quando uma árvore misteriosa começa a dar dinheiro no meio da praça, os moradores correm para colher as notas, mas problemas surgem quando o dinheiro fácil gera ganância e inveja.
1) Fabrício pede a Augusto que o ajude a forjar uma cruel cilada contra uma jovem de dezessete anos. No entanto, Augusto se recusa a fazer isso.
2) No jantar, Fabrício conta mentiras sobre Augusto, que se defende dizendo que acha injusto amar apenas uma garota.
3) Carolina insiste para que Augusto participe de um brinde, falando o alfabeto inteiro para mostrar que não ama apenas uma garota.
O documento resume as características gerais da obra de Adonias Filho, incluindo a linguagem lírica e o uso de símbolos. Também descreve os personagens e enredos de alguns contos, como "A moça dos pãezinhos de queijo", "Um avô muito velho" e "Um corpo sem nome", que se passam no Largo da Palma em Salvador e abordam temas como amor, morte e mistério.
Este documento conta a história de Tobias, um menino pobre que viveu várias aventuras fantásticas num único dia - o dia das bruxas. Tobias sonhou que se transformou num fantasma e praticou más ações, aprendendo uma lição. Durante o dia, Tobias vendeu perucas em Neptuno e descobriu que era um lobisomem como seu pai. Suas aventuras incluíram encontros com James Bond e Pinóquio.
O documento contém trechos de obras do escritor brasileiro Orígenes Lessa. Ele aborda temas como o ato de escrever, a definição do título de escritor e a importância da independência e repulsa à injustiça na literatura. Há também informações biográficas sobre a vida e carreira de Lessa.
O texto descreve a boneca Guilhermina, que faz xixi e cocô como uma boneca de verdade. A dona da boneca cuida dela como se fosse uma criança, dando comida, água e colocando-a para dormir. A boneca é descrita como muito bonita e obediente.
Este documento contém vários textos curtos sobre bibliotecas e a importância da leitura. Um conto breve descreve como uma menina chamada Memória inventou a escrita para ajudar as pessoas de seu país a se lembrarem do que aconteceu durante o dia. Outro texto reflete sobre como a biblioteca permite que as pessoas descubram surpresas sobre si mesmas e sua história. Um poema usa metáforas para descrever a experiência de encontrar um livro especial na biblioteca.
A família de Zé Pedro trabalha preparando corpos para velórios. Zé Pedro coleciona itens estranhos em caixas, especialmente olhos de mortos. Quando um novo corpo chega, Zé Pedro se apaixona pelos olhos da menina e os rouba, acordando-a. Ele oferece seus próprios olhos para ela, ganhando seu amor.
A família de Zé Pedro trabalha preparando corpos para velórios. Zé Pedro coleciona itens estranhos em caixas, especialmente olhos de mortos. Quando um novo corpo chega, Zé Pedro se apaixona pelos olhos da menina e os rouba, acordando-a. Ele oferece seus próprios olhos para ela, ganhando seu amor.
A família de Zé Pedro trabalha preparando corpos para velórios. Zé Pedro coleciona itens estranhos em caixas, especialmente olhos de mortos. Quando um novo corpo chega, Zé Pedro se apaixona pelos olhos da menina e os rouba, acordando-a. Ele oferece seus próprios olhos para ela, ganhando seu amor.
O documento resume seis contos do livro "Maria Flor etc." de Arriete Vilela. O primeiro conto descreve a história de Berenice, uma jovem que usava uma criança para pedir esmolas. O segundo fala sobre uma mulher que sofre por amor. O terceiro apresenta a busca de Maria Flor por uma mãe. O quarto trata de uma artesã apaixonada por bonecos chamados calungas. O quinto descreve a fixação erótica de um filho pela mãe. E o sexto apresenta o sofrimento de
Este documento apresenta o portfólio de Edison Morais, contendo exemplos de seus trabalhos em publicidade, poesia e prosa. Inclui anúncios publicitários, poemas sobre temas como trabalho, ironia e insônia, além de um excerto de prosa descrevendo uma mulher em frente à geladeira.
Este boletim informativo virtual fornece notícias, opiniões e mensagens de forma humorada. É editado por Luiz Ferreira da Silva e Jefferson Dias e publica a edição número 380 do ano de 2012, contendo artigos sobre valorizar o que se tem, fatores destrutivos do homem segundo Gandhi, e curiosidades literárias.
O documento descreve as primeiras memórias da autora Shirley Vilhalva de sua infância surda. Ela se lembra de viver com sua mãe e pai perto de um aeroporto e observava o mundo ao seu redor sem compreender totalmente o que acontecia. Posteriormente, ela passou algum tempo vivendo com sua avó materna e tio, onde continuou aprendendo através da observação.
O documento descreve memórias da infância da autora, incluindo quando descobriu que seu pai iria embora, quando cortou o dedo brincando com seu tio, e quando fingiu ter cortado o dedo com uma lata para explicar um ferimento para sua avó sem delatar seu tio.
Este documento contém 10 pequenas histórias ou crônicas sobre experiências de vida e reflexões da autora. As histórias abordam temas como comunicação, vizinhos, mudanças, lembranças do passado e distração. O estilo é descritivo e introspectivo.
Uma vez chamados, uma vez escolhidos, não tenho como tomar outro rumo, tomar outro caminho, não temos como projetar aquilo que seria a nossa paz e felicidade. Uma vez que escolhido para esse trabalho exemplar na Terra, não de construção, nem de demonstração de coisas que se materializaram, de coisas que as vezes podemos manipular e construir, mas um coração voltado para a recuperação do caráter humano, da dignidade humana onde talvez a força da expressão não pudesse deixar nada, não
pudesse mostrar nada, porque estamos navegando no oceano em círculos e precisando encontrar a passagem secreta que nos põe em linha reta, trilhando aquilo que seria o caminho que levasse o homem a ter o desejo de Deus, sábio, arquiteto, construtor, desenvolveu todas essas galáxias, todos esses habitats de vida, criou seres para todos os espaços existentes no céu e na Terra.
Não sei quantas almas tenho - Fernando pessoaCarina Pereira
O poema explora a natureza mutável e complexa da identidade do eu lírico, que se sente constantemente estranho a si mesmo e incapaz de definir com precisão quem é, já que está em constante mudança e influenciado pelos sentimentos e desejos do momento.
E eu te encontrei, num alcantil agreste - Alexandre HerculanoCarina Pereira
O poema descreve uma cruz quebrada e solitária em um penhasco, que fala da sacrilégio e brutalidade contra a fé. O sino de uma igreja rural toca ao longe enquanto o poeta reflete sobre a cruz e a natureza.
O poema descreve como o eu lírico vê a beleza da natureza apenas através do seu amor, e como seus cinco sentidos - visão, audição, olfato, paladar e tato - estão focados apenas na pessoa amada. O eu lírico não vê beleza nas estrelas ou flores, não ouve o canto dos pássaros ou sente os aromas da natureza, tendo fome e sede apenas dos beijos do amado. Seus sentidos e vida estão completamente dedicados à pessoa amada.
- As cartas de Vieira são um valioso documento histórico, fornecendo informações detalhadas sobre sua vida e época. Elas iluminam sua longa carreira política e intervenções nos assuntos de Estado em Portugal e no Brasil.
- Suas cartas refletem seu apaixonado envolvimento com questões políticas no sentido amplo e sua visão que unia pragmatismo e utopia messiânica.
- Além do valor histórico, as cartas também possuem qualidades literárias, como a narrativa dos acontecimentos e o uso
Um homem não consegue viver sem ver seu amigo e pede para que ele fique, pois sua ausência causa grande sofrimento. Ele diz que nasceu para estar com seu amigo e que só este pode acabar com seu grande mal. Pede ao amigo que fique para poderem conversar e se ver.
Amor é um fogo que arde sem se ver - Luís Vaz de CamõesCarina Pereira
Este poema descreve o amor como uma paixão ardente mas invisível, uma dor prazerosa e um desejo de servir aquele que nos cativa, apesar de sermos por ele feridos. O amor é retratado como uma força contraditória que causa ao mesmo tempo alegria e sofrimento nos corações humanos.
Slides Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Centro Jacques Delors
Estrutura de apresentação:
- Apresentação do Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD);
- Documentação;
- Informação;
- Atividade editorial;
- Atividades pedagógicas, formativas e conteúdos;
- O CIEJD Digital;
- Contactos.
Para mais informações, consulte o portal Eurocid:
- https://eurocid.mne.gov.pt/quem-somos
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9267
Versão em inglês [EN] também disponível em:
https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9266
Data de conceção: setembro/2019.
Data de atualização: maio-junho 2024.
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em Cristo, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
3. (1948)
A mãe pousou o livro nas mãos do filho.
Que mistério. O rapaz não conseguia imaginar um
propósito para o objecto que suportava. Pensou em cheirá-lo, mas a porta do quintal estava aberta, entrava luz,
havia muita vida lá fora. O rapaz tinha seis anos, fugiu-lhe a atenção, distraiu-se, mas não se desinteressou pelo
livro, apenas deixou de o interrogar enquanto objecto em
si, começou a questioná-lo de maneira muito mais abstracta, enquanto intenção, enquanto sombra de um acto.
A mãe disse o nome do filho:
Ilídio.
O rapaz, Ilídio, estava nesse momento a tentar imaginar a vontade da mãe, o que pretendia ao entregar-lhe
aquele livro, que era grande de mais para as suas mãos,
mas que não era demasiado pesado. A mãe voltou a dizer
o nome do filho, Ilídio. E as cores da mãe voltaram a
definir-se diante dele.
Escuta.
Esta palavra simples, de sílabas simples, foi entendida
pelo Ilídio de modo completo, estava a ouvi-la antes de ser
dita e continuou a ouvi-la no silêncio que se lhe seguiu.
Aquela voz a dizer aquela palavra fazia parte do Ilídio. Podia ouvi-la na cabeça sempre que quisesse. Em certas noites,
4. 12
José Luís Peixoto
quando se agarrava à mãe, ao quente, sem ser capaz de
dormir, ouvia pedaços da voz da mãe, rasgados, a passarem-lhe pela cabeça como serpentinas. Numa dessas noites, ou em várias, é bem possível que tenha distinguido essa
maneira de paz com que a mãe sempre lhe dizia: escuta.
Havia tons de voz que a mãe só utilizava para certas palavras ou expressões, como quando se saturava e dizia: por
favor, a esculpir cada consoante, com um grande silêncio
entre por e favor, a soprar no fim; ou como quando dizia:
ora, é só lérias e mais lérias e dava uma gargalhada; ou
como quando dizia: tu queres é remolgaria e parodim,
e parecia que estava a cantar. Não faltariam exemplos de
palavras que conseguia lembrar na voz da mãe.
O Ilídio tinha fome. Chegava de longe o cacarejar de
uma galinha, chegava do quintal do vizinho, do outro
lado do muro. Era um cacarejar permanente, quase a
adormecer, quase a arrastar-se, mas a continuar sempre.
Era um cacarejar que, assente sobre aquela hora da tarde,
parecia distribuir uma misteriosa harmonia, como o milho moído que, muito às vezes, o vizinho lançava sobre a
terra do quintal. O Ilídio sabia que, normalmente, a galinha comia pedras e, em momentos assinalados, lutava
com minhocas, que vencia num duelo desigual. Do cimo
da pilha de lenha, já a tinha visto. Em ocasiões, colocou
a possibilidade de provar minhoca. Quando a galinha as
esticava com o bico, as rebentava e exibia o seu interior,
pareciam-lhe deliciosas.
A mãe ia dizer alguma coisa importante. A mãe era
uma mulher que falava muito e ria muito. O Ilídio chamava-a quando queria que ela visse alguma coisa, ela olhava,
mas não parava de rir ou de falar. Ali, naquela hora, a mãe
dizia as palavras uma a uma, como se só pudesse usar
poucas e tivesse de escolhê-las muito bem. Havia demasiado silêncio. O Ilídio sentia isto, mas não era capaz de
Livro
13
saber as palavras para dizê-lo a si próprio. Isto era qualquer coisa que sentia como a mudança da hora no verão,
no inverno, como os dias de semana, o sábado, a quarta-feira e muitas outras coisas que sentia sem conhecer. O Ilídio esperava, tinha seis anos, estava tranquilo. A mãe disse:
Nunca esqueças.
O Ilídio pensou nos comboios. O motivo para estar
a pensar nos comboios não era evidente. Na verdade, era
uma incógnita completa. Pensou nos comboios, no brilho
dos comboios, mas aquilo que realmente sentiu foi falta
de compreensão. Tinha a forma de neblina, era falta de
compreensão fresca, como pontos de água a dissolverem-se na pele do rosto.
Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos
assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu.
Mas uma mosca fez um ângulo recto no ar, depois outro,
além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas
pela primeira vez, mais do que uma por dia e, por isso,
logo depois, arribou. Os assuntos que não compreendia
eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte.
Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar da cabra. O Ilídio não gostava que a mãe
o mandasse tratar da cabra. Se estava ocupado a contar
uma história a um guarda-chuva, não queria ser interrompido. Às vezes, a mãe escolhia os piores momentos para
chamá-lo, ele podia estar a contemplar um segredo, por
isso, assustava-se e, depois, irritava-se. Às vezes, fazia birras no meio da rua. A mãe envergonhava-se e, mais tarde,
em casa, dizia que as pessoas da vila nunca tinham visto
um menino tão velhaco. O Ilídio ficava enxofrado, mas
lembrava-se dos homens que lhe chamavam reguila, diziam
ah, reguila de má raça. Com essa memória, recuperava o
orgulho. Era reguila, não era velhaco. Essa certeza dava-lhe
forças para protestar mais, para gritar até, se lhe apetecesse.
5. 14
José Luís Peixoto
Se calhar estava a falar dos deveres de casa: nunca esqueças os deveres de casa. O Ilídio não gostava de fazê-los e não gostava que a mãe lhe falasse disso assim que
chegava da escola, irritava-se. A primeira classe era cheia
de obrigações. Queria comer, queria brincar, contraía a
cara. A mãe explicava-lhe que se fizesse logo os deveres,
ficava com o resto do tempo livre. Nesse momento, o Ilídio arreliava-se. Então, a mãe podia levantar a voz para
falar-lhe dos outros meninos que tinham de trabalhar, de
ajudar no campo. O Ilídio conhecia esses meninos, mas
não queria ouvir falar neles, e ficava ofendido. Então,
a mãe podia continuar essa conversa, sem resultados, ou
podia deixá-lo ir. Nesse caso, as tardes passavam lentamente, eram enormes, ou passavam depressa, ainda mal
tinham começado e já estavam a acabar, já tinham acabado. Nas manhãs seguintes, o Ilídio chegava à escola
sem os deveres feitos. A freira podia apanhá-lo ou não. Se
o apanhasse, podia castigá-lo ou não. Enquanto levava
reguadas, não chorava. Era conhecido por isso. Estendia
a mão direita e aguardava. Enquanto lhe dava reguadas,
a freira ameaçava-o, insultava-o, alterava a contagem
quando lhe apetecia, a régua cortava o ar, fazia um som
limpo e seco, acertava-lhe nos ossos da mão com toda a
força, mas não chorava. Ficava todo vermelho, abria
muito as narinas para respirar, mas mordia os lábios e
não chorava.
Não, não havia razão para a mãe estar a falar nos
deveres de casa. Se calhar estava a falar de lavar as mãos:
nunca esqueças de lavar as mãos. Ou se calhar estava a
falar do sal: nunca esqueças o sal. Mas não havia razão
para a mãe estar a falar no sal. O Ilídio sabia que a mãe
podia estar a falar de tudo: nunca esqueças tudo. Mas o
Ilídio tinha seis anos e não queria considerar essa possibilidade porque tudo era tanta coisa.
Livro
15
Maio. Afinal, era maio. O tempo distendia-se por
fim. Uma breve teoria: há certos movimentos que apenas
são possíveis depois do início da primavera. Durante a invernia, o corpo esquece-os, mingua, endurece como as árvores. Em maio, o corpo recorda esses movimentos, julga
reaprendê-los e, ao fazê-lo, redescobre a sua verdadeira
natureza. É por isso que se fala de renascer na primavera,
é por isso que as pessoas se apaixonam e é por isso que
crescem as plantas. Esses movimentos são simples, todas
as pessoas os sabem fazer. Ao serem empreendidos, dão
lugar a multidões desgovernadas de sequências que, no
fim da sua acção, acendem o sol.
A mãe sabia o que havia a fazer. Tinha sido convencida pela voz com que conversava quando estava sozinha.
E pela vida, claro. A mãe também conversava com a vida.
Fechou a porta do quintal, pousou a chave sobre a mesa
vazia, entrou no quarto, o som de abrir e fechar a gaveta
vazia da banquinha, saiu do quarto, segurou na mala, deu
três passos, toc, toc, toc, e abriu a porta.
Vamos.
Ilídio levantou-se do banco, arrumou-o ao lume apagado, enfiou o livro debaixo do braço, segurou na mala e
foram.
Desciam devagar, a firmar cada pé nas pedras da ladeira. A mãe e o filho, carregados de malas, vestidos com
as roupas mais novas, equilibravam-se. Do cimo da ladeira, podia ver-se a distância da vila e, lá ao fundo, os campos estendidos. Talvez houvesse pássaros que, naquele
mesmo lugar, apenas abriam as asas e, planície após planície, deixavam-se deslizar até ao horizonte. A mãe e o
filho não podiam, estavam presos por sapatos apertados.
A vila descansava, à sombra. Faltava pouco para as
pessoas chegarem do campo, as ruas seriam atravessadas
por homens e mulheres com os rostos cobertos de terra.
6. 16
José Luís Peixoto
Havia horas antes e depois em que a vila estivera em movimento mas, enquanto o Ilídio e a mãe desciam a ladeira,
a vila descansava e apenas se ouvia, lá ao longe, com um
ritmo certo, o som do maço a bater no escopro. Ali, espetado no ar sobre a vila, esse som era triste como a morte
repetida de um pardal.
O pedreiro estava na varanda da casa da Dona Milú.
Pelas suas contas, mais meio dia e terminava as pequenas
obras para as quais tinha sido chamado e que, sozinho, lhe
levaram quase duas semanas. O pedreiro abria um buraco
na parede da varanda da casa da Dona Milú e chamava-se Josué. Era novo, tinha trinta e oito anos. O pedreiro
entalou um dedo entre o maço e o escopro, deixou cair
o escopro ao lado dos pés e enrodilhou o rosto. Soprou o
dedo, pfff; depois, para esquecer, cuspiu com força. O vento parou nesse instante.
Um arco longo e demorado.
Em baixo, o cuspo estalou no centro de uma pedra do
passeio. Aí ficou, a secar ou a ser esquecido. Josué entrou
na casa e, por isso, após um instante, no fundo da rua,
nesse mesmo passeio, não viu surgirem os vultos da mãe e
do filho. Vinham carregados de malas, isso conseguia distinguir-se até à distância. Não se conseguia distinguir a cor
das roupas que usavam, a saia da mãe talvez fosse cinzenta
ou preta, o casaco castanho do filho podia ser de qualquer
cor escura. A mãe tinha um lenço a cobrir-lhe a cabeça.
Noutros dias, empurrava o cabelo com uma mão rente à
testa e puxava o lenço com a outra mão. O Ilídio conhecia esse gesto.
O tempo era quase certo. Longe, no adro, os sinos
iriam tocar. O tempo era limpo como a aragem que começava. A mãe e o filho não caminhavam depressa, mas aproximavam-se. Passaram à porta da casa da Dona Milú, por
baixo da varanda deserta. A mãe segurava duas malas que
Livro
17
não lhe perturbavam a postura. Caminhava direita e séria. Os olhos da mãe, os olhos do filho. As imagens embaciavam-se talvez por causa do silêncio.
Chegaram ao ponto onde o muro da casa da Dona
Milú se arredondava numa esquina que dava para a descida da fonte, continuaram. A mãe pousou a mala e baixou-se até ficar diante do Ilídio. Era elegante o seu corpo
dobrado dentro das roupas. A mãe tinha as sobrancelhas
finas. Acertou o colarinho da camisa do filho. Como se as
mãos fossem escovas, passou-as pelo casaco do filho, a
limpá-lo de nada. Tirou-lhe a pequena mala e pousou-a
num banco de pedra que existia ao lado da fonte. Tirou-lhe o livro que trazia debaixo do braço e pousou-o sobre
a mala. Segurando-lhe os ombros, mais uma vez, olhou-o
em silêncio. O silêncio passou. A mãe tinha uma voz:
Fica aqui, não saias daqui.
O Ilídio era capaz de entender e obedecer às ordens
simples da mãe.
Espera aqui.
Não respondeu. Queria ver o que ia acontecer. Durante a última semana, a mãe séria, sem palavras, o Ilídio
não compreendia. Ao seu lado, a água da fonte.
Os olhos da mãe ficaram parados nos do filho até ao
instante em que o seu corpo se virou e se afastou, regressando por onde tinha acabado de chegar. O Ilídio estava
a pensar em qualquer coisa, talvez nos pássaros que vinham enfiar-se nas folhas de hera que cobriam o topo do
muro da Dona Milú, à sua frente, pássaros da primavera.
Asas ou folhas. E não se esforçou por ouvir os passos da
mãe a afastarem-se até serem apenas um resto de som. Só
o instinto. Quando lhe pareceu que já tinha passado muito tempo, sem mexer os pés, com as mãos atrás das costas, inclinou o tronco para a frente para ver a mãe lá ao
fundo, lá ao fundo, a afastar-se, era a sua mãe e, depois,
7. 18
José Luís Peixoto
ui, a desaparecer, a dobrar a esquina. O Ilídio voltou com
o corpo à sua posição. Longe, no adro, os sinos da igreja
deram as sete da tarde. Essa hora espalhou-se por toda a
vila. Com seis anos, o Ilídio sabia bem que, no adro, o toque dos sinos interrompia as conversas e os pensamentos.
Uma lagartixa a subir pelo muro. À sua frente, metros, estava o muro da Dona Milú, entornava um manto
de hera, folhas verde-escuras, quase pretas. À sua direita
estava a fonte nova, um chafariz de três bicas a escorrerem água farta para um pequeno tanque, com um bordo
de mármore, que chegava acima dos joelhos das mulheres, até à cintura do Ilídio, e que tinha marcas arredondadas diante das bicas, onde se podia ajeitar as vasilhas.
Essas bicas, à sua direita, estavam espetadas num muro
caiado que, do outro lado, tinha o tanque onde se podia levar as bestas a beber e, depois ainda, sob um telheiro, estavam os tanques de lavar a roupa. À sua esquerda, estava
o caminho de terra que levava à rua da casa da Dona Milú
e a toda a vila. Atrás de si, estava um muro, pelo qual subia uma lagartixa e, por detrás desse muro, estavam as
hortas. Tudo isto, água, hortas, cal, misturava-se com o fim
da tarde e transformava-se numa aragem que cheirava a
céu limpo. Quando inspirava, o Ilídio sentia uma espécie
de felicidade. Sentia que alguma coisa ia mudar. Entretanto, ali, o canto distante das cigarras, as palmas das
mãos pousadas sobre a cal ainda morna do sol da tarde,
a água água água.
O Ilídio tinha fome. Passou um grupo de mulheres
com cabazes de roupa suja. Olharam para ele e não disseram nada. Pouco depois, ouvia-se a água a ser atirada ao
ar, o eco estridente das suas gargalhadas. Aquilo que diziam era como uivos, queixas ou súplicas e, depois, gargalhadas. Eram barulhentas. A água levava murros. Passou
também um homem, trôpego, curvo, de pernas arcadas.
Livro
19
Tinha o cabelo velho, puxava uma burra de olhos cansados. Eram dois grandes olhos castanhos. Esse cansaço
continha tristeza. O cansaço do Ilídio era diferente. A tarde escurecia e, a essa velocidade, o Ilídio impacientava-se e zangava-se. O homem não se demorou. Já depois de
a burra ter bebido, quando ainda estavam a preparar-se
para subir, depois de passar um lenço enrodilhado pela
cara, perguntou:
De quem é que tu és filho?
O Ilídio disse o nome da mãe.
De quem?
Repetiu o nome da mãe. O homem ficou parado, a fazer contas de cabeça, a tentar perceber e, depois, de repente, compreendeu. Como se o Ilídio tivesse deixado de
existir, subiu o caminho de terra, seguido pela burra, conformada.
No silêncio do espaço imediatamente à sua volta,
o Ilídio esperava ainda. A tarde desaparecia, as formas já
não tinham sombra e, aos poucos, mudavam de cor,
transformavam-se elas próprias em sombra. O Ilídio tinha
fome e, por isso, pensou em beber água, desconhecia a
história da fonte. Mas, por um instante, acreditou que
quando a mãe voltasse, havia de perceber que ele tinha
saído do lugar e havia de zangar-se. Ele não a temia mas,
ali, apeteceu-lhe evitar essa cena, até porque as mulheres
já tinham terminado de lavar a roupa, já a tinham torcido, e subiam caladas, carregadas, o cheiro do sabão azul,
as chinelas a escorregarem na terra seca.
E não era quase de noite, era mesmo de noite. Existia ainda a memória da tarde, mas já era de noite. O sino
não tinha deixado de dar todas as horas. O Ilídio enrolava perguntas para dentro de si. Bebeu água. Com o pescoço espetado, sentia água a escorrer-lhe pelos lados da
boca e pelo queixo. Era fresca e enchia-o. Onde estaria a
8. 20
José Luís Peixoto
sua mãe? Porque não o vinha buscar? O Ilídio irritava-se com estas perguntas. A mãe costumava ralhar-lhe por
muito menos. Quando chegasse, iria castigá-la.
Havia grilos em redor da fonte. O céu de estrelas parecia um campo inteiro de tocas de grilo. O Ilídio sabia
que essa era a hora entre comer e ir para a cama. Tinha
fome, mas lembrava-se de estar sentado no chão, a brincar
com carrinhos de linha e a ouvir a mãe contar qualquer
coisa, comentá-la e rir-se. Os carrinhos de linha contornavam os ângulos gastos das pedras do chão. A mãe não parava de coser, o dedal, o brilho na ponta da agulha, a linha
esticada, e podia estar o lume aceso, com uma panela de
água encostada às brasas, sempre quente, a ferver. Depois
desta lembrança, pensava que, se a mãe chegasse, talvez
não dissesse nada. Ia só correr para ela e abraçá-la. Mas,
logo depois, olhava em volta e pensava que não. Quando
a mãe chegasse, tinha palavras zangadas para lhe dizer.
A partir de certa altura, começou a suster a respiração. Lançou a si próprio o desafio de suster a respiração
até a mãe chegar. Teria sido um instante de grande efeito,
mas não tinha fôlego suficiente. Estava cansado de olhar
para onde ela poderia aparecer e ver apenas nada, nenhuma alteração, ninguém. A partir de certa altura, começou
a sentir uma pontada, que se espetou e prosseguiu. Doía.
E as roupas melhores, a mala feita, o livro, as perguntas
sem resposta. Pensou em voltar sozinho para casa. Talvez
a mãe estivesse lá a esperá-lo, preocupada. Mas pensou
também na porta fechada da casa, à noite, e foi como a
imagem de um pesadelo. Fica aqui, não saias daqui, espera
aqui. Ele conhecia a voz da mãe.
Enquanto estava a fazer chichi, começou a chorar.
Era um menino de seis anos, à noite, numa estrada de terra, a fazer chichi e a chorar. Comoveu-se com o chichi a
escorrer, sentiu falta de ouvir a mãe a perguntar-lhe: então,
Livro
21
já está?, como quando estavam acabados de acordar e o
acompanhava ao quintal. A cabra ficava a olhá-lo. Era
nova e interessava-se por tudo, queria aprender a marrar
nas coisas. Onde estava a cabra? Não a tinha visto no
quintal antes de sair. Um mistério insignificante.
A vila inteira estava a dormir. Nada perturbava a
noite. Pensou em chamar a mãe. A voz saiu-lhe desconsolada, infantil, e teve de chorar outra vez. Pensou em muitas coisas e, com o tempo, sentiu-se diminuir até ser menos
do que uma pedra, um grão de pó. O medo gelava-lhe as
orelhas, a ponta do nariz, as mãos, os joelhos e os pés.
Não conseguia sair de dentro do tempo. Fechava os olhos,
mas sentia um choque de medo e voltava a abri-los muito
de repente.
Ainda de madrugada, quando o Josué desceu o caminho da fonte a correr, tropeçando nas botas desapertadas e espalhando pedras, o Ilídio não reagiu ao vê-lo. Da
mesma maneira, não reagiu às suas palavras:
Atrasei-me, desculpa. Estava descansado, a pensar que
era só hoje. Estava bem descansado. Há bocado, quando
percebi que tinha sido ontem, até dei um salto na cama.
Ofegante, o pedreiro segurou na mala e no livro. Foi
para agarrar no braço do Ilídio, mas segurou-lhe apenas
na manga e deu o primeiro passo, o segundo, o terceiro.
O Ilídio acompanhou-o, teria seguido qualquer pessoa
para qualquer lado. A manhã era líquida, as cores eram
feitas de vapor e o Josué não se calava:
Eu sabia que era ontem, mas na quarta começou a parecer-me que ainda era terça-feira, andei todo o dia assim,
fui deitar-me assim e, sem querer, atrasei um dia, andei para
trás. Se tivesse passado uma sexta, eu tinha-me apercebido
logo. Na casa da Dona Milú, à sexta, fazem pato. Cheira.
O Ilídio assistia às ruas vazias. A terra ainda coberta
pela cacimba, as pedras polidas. Lutava com o impulso de
9. 22
José Luís Peixoto
acreditar que estava a ser levado à mãe porque tinha passado a noite inteira a esperá-la, a imaginar a sua chegada
e a decepcionar-se repetidamente. O Ilídio conhecia mal
aquela ponta da vila. Chamavam-lhe o São João, tinha a
Rua de São João, que acabava no campo, e a Capela de
São João. À porta de uma casa de paredes a escamar cal
velha, o pedreiro começou a baralhar um molho de chaves.
Olhou para uma, como se fosse diferente de todas as outras e, com essa, abriu a porta. O Ilídio entrou, sentiu um
cheiro frio e estranho, salgado, em todos os lados, todos os
cantos. À procura, olhou até para as vigas do tecto, entrou
no quarto maior e saiu a correr, entrou depois no quarto
mais pequeno, única divisão que restava, e saiu morto.
Acreditou que nunca mais voltaria a ver a mãe. Tentando
animá-lo, o Josué perguntou:
Já foste ao quintal?
De novo, a esperança. O Ilídio saltou, o chão não existiu naqueles passos, atravessou a porta do quintal e, na
claridade do dia, num instante, ficou parado, sem acção.
Naquele quintal desconhecido, a cabra, atada ao
tronco de uma laranjeira, olhava para ele.
O Ilídio avançou devagar, mas houve algo em si que
permaneceu suspenso e se afundou. Quando abraçou a cabra, sentiu conforto e mágoa ao mesmo tempo. A mãe tinha estado ali a deixá-la. A mãe tinha estado ali naquele
quintal desconhecido, e também essa ideia lhe deu conforto e mágoa, sobretudo mágoa. O rapaz reguila, que fazia
birras, que levava reguadas, que se irritava, ficou ali, deitado no chão, abraçado à cabra, a chorar. Era um menino
que tinha perdido a mãe. Ignorante do momento, com a
língua de fora, a cabra berrava. O Josué assomou-se à porta do quintal e não soube o que fazer ou dizer. Passado um
ano, haveriam de estar os dois a comer as melhores partes
dessa cabra, num ensopado.