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Escola Bíblica Dominical

          2º Trimestre de 2012




LIÇÃO 4 Esmirna a Igreja confessante e mártir
  TEMA: As Sete Cartas do Apocalipse.
   A mensagem final de Cristo a Igreja.
INTRODUÇÃO
As cartas ás sete Igrejas da Ásia nos mostra os três
perigos que ameaçam as Igrejas de todas as épocas, o
esfriamento do amor a Deus, a perseguição, os falsos
profetas e heresias que conduzem a Igreja ao
mundanismo.
Esses perigos nos mostram a imperfeição da Igreja, e
que apesar de imperfeita Jesus a ama e não desiste
dela, e também, se faz necessário que se conheça a
história para entender os perigos que nos ameaçam,
olhar o presente fazer uma análise de nossa situação e
confiar que Jesus levará essa Igreja em triunfo.
Hoje vamos estudar a segunda das sete cartas às Igrejas
da Ásia, a Igreja da cidade de Esmirna (desejado). Jesus
manda João escrever ao anjo, isto é ao mensageiro, ao
Pastor da Igreja para que ele transmita a mensagem.
Esmirna era considerada a cidade mais bela na província
romana da Ásia. Sua beleza natural era fascinante.
Seu esplendor habitava entre o mar e as montanhas. Sua
estrutura urbana era modelo para as demais cidades de
sua época. O comércio internacional favorecia
economicamente a cidade, que era grande exportadora
de mirra. Sua população era aproximadamente de
250.000 habitantes.
Na condição de centro religioso, em Esmirna eram
adorados os deuses Cibele, Apolo, Asclépio,
Afrodite e Zeus. O culto ao imperador, que incluía a
queima de incenso a imagem de César, foi lá
bastante difundido e praticado. [1] Conforme
Kistemaker:
Em 26 d.C., ela dedicou um templo ao imperador
Tibério e se gabava de ser a principal no culto ao
imperador. Essa jactância agradou aos
administradores romanos, os quais fomentavam a
paz e a unidade que caracterizavam o espírito de
Roma por todo o império.
William Barclay escreve que, para tornar o espírito
de Roma tangível, os romanos apresentaram o
imperador como sendo sua incorporação, e assim
surgiu o culto ao imperador. Ainda que alguns dos
primeiros imperadores discordassem de tal culto,
a população o ativou ao ponto de tornar os
imperadores divinos.[2]
A Igreja em Esmirna
É bem provável que a Igreja começou através da
pregação do evangelho em Éfeso, veja em Atos
19.10.
Como na grande maioria dos casos, na medida em
que foi estabelecida pela pregação do Evangelho,
a igreja em Esmirna começou a provocar e a
vivenciar algumas tensões, inquietações e
desconfortos, que aos poucos se transformou
numa violenta e cruel perseguição.
Jesus deixou claro a tensão entre os seus
díscipulos e o mundo João 17.14.
A Perseguição à Igreja em Esmirna
Os historiadores sugerem que o bispo da igreja em
Esmirna por ocasião desta carta era Policarpo (69
d.C.-155 d.C.).
Policarpo fora discipulado por João. Ao se tornar
pastor da igreja em Esmirna manteve-se fiel à
Palavra, mesmo sendo sabedor da possibilidade do
martírio.
No ano de 155 ainda estava vigente a política de
Trajano sugerida ao governador Plínio, onde os
cristãos não eram perseguidos, mas se delatados
por alguém, e se negavam a adoração aos deuses
ou ao imperador, eram submetidos aos tribunais
romanos, condenados, castigados e martirizados.
[3]
Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica,
narra alguns detalhes do martírio de Policarpo,
registrados numa correspondência enviada pela
igreja em Esmirna às igrejas de Ponto. Antes de
relatar os fatos relacionados ao martírio de
Policarpo, na referida correspondência se
encontras    detalhes    sobre    os     métodos
empregados pelos martirizadores dos crentes em
Esmirna:
Os que postavam à volta ficavam tomados de
assombro ao vê-los lacerados por chicotadas,
expondo o próprio sangue e artérias, de modo que
a carne encerrada nas partes mais internas do
corpo e as próprias entranhas ficavam à vista. Eles
eram deitados sobre conchas do mar e sobre
pontas afiadas de lanças sobre o chão. E depois de
passar por todo tipo de punição e tormento, eram
por fim lançados às feras. [4]
Persuadido por muitos e de várias maneiras para
que negasse a sua fé em Cristo, e que prestasse
culto ao imperador, Policarpo caminhou firme em
direção ao estádio onde seria martirizado. Quando
o governador lhe pediu para que negasse a Cristo,
Policarpo lhe respondeu:
Oitenta e seis anos tenho-lhe servido, e ele nunca
me fez mal; e como posso agora blasfemar meu Rei
que me salvou? [... ] Ameaça-me com fogo que
queima por um momento e logo se extingue, pois
nada sabes do julgamento que virá e do fogo da
punição eterna reservada para os perversos. Mas,
por que te demoras? Faze o que desejas. [5]
As palavras de Policarpo enfureciam cada vez mais
os seus algozes. Como de costume, o arauto se
dirigiu ao centro do estádio e proclamou:
“Policarpo confessa que é cristão”. Amarrado a
uma estaca e sem roupas, antes de seus
executores acenderem o fogo, Policarpo fez a
seguinte oração:
Ó Pai de teu amado e bendito Filho Jesus Cristo, por
meio de quem recebemos o conhecimento a teu
respeito.
O Deus dos anjos e poderes, e de toda a criação, e
de toda a família dos justos, que vive diante do pai,
bendigo-te por teres me considerado digno deste
dia e hora, de fazer parte do número de mártires e
do cálice de Cristo, até a ressurreição da vida
eterna, tanto da alma como do corpo, na felicidade
incorruptível do Santo Espírito. Que eu possa ser
recebido entre eles em sua presença neste dia,
como um sacrifício rico e aceitável conforme
preparou, revelou e cumpriu o fiel e verdadeiro
Deus.
Assim, por essa causa e por todas as coisas louvo-
te, bendigo-te por intermédio do sumo sacerdote
eterno, Jesus Cristo, teu Filho amado. Por meio de
quem seja a glória para ti no Santo Espírito, agora e
para sempre. Amém. [6]
Quando nos deparamos com as narrativas acima,
passamos a entender a necessidade da ênfase
dada no início da carta à igreja em Esmirna à morte
e ressurreição de Jesus, que certamente
contribuiu para ajudar aqueles crentes fiéis a
superarem o medo natural da morte e do martírio.
A situação da Igreja em Esmirna
Conheço a tua tribulação, a tua pobreza Sl.40:17a (mas tu és
rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram
judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. (Ap
2.9)
“…por muitas tribulações nos importa entrar no reino de
Deus” (At.14:22).
Jesus declara conhecer a real condição daquela igreja, que
implicava em constante e grande aflição (gr. thlipsin), e em
extrema pobreza (gr. ptocheian), mas que era
espiritualmente e essencialmente rica.
A condição da igreja em Esmirna promove a desconstrução
dos fundamentos da Teologia da Prosperidade e da Vitória
Financeira, fortemente difundidos nas Assembleias de
Deus no Brasil.
Os crentes de Esmirna eram fiéis, mas tal fidelidade
provocou a tribulação e pobreza material deles, visto que
na prospera cidade de Esmirna muitos foram obrigados a
deixar os seus empregos, tendo também os seus bens
confiscados. [7] Como bem adverte Kistemaker:
Isso não significa que os crentes devam atrair perseguição
e dificuldades a fim de ficarem ricos de possessões
espirituais; antes, Jesus quer que sejam fiéis, a ele e à sua
palavra, mesmo quando passam por dificuldades e abuso,
porque então serão espiritualmente bem-aventurados
(Mt 5.11, 12; Tg 2.5).
É preciso ter cuidado para não incorrermos no erro da
Teologia da Prosperidade e da Teologia da Miserabilidade.
O tipo de fé vivenciada pela igreja em Esmirna deve
provocar em nós uma reflexão sobre o tipo de fé que
vivemos no século XXI.
Até que ponto não estamos praticando algum tipo de
idolatria pós-moderna? Podemos não estar cultuando o
“imperador”, mas será que não cultuamos o “poder” do
imperador?
Será que diferente da igreja em Esmirna, não fomos
seduzidos, embriagados, entorpecidos e enganados pela
glória e honra do presente século, oferecida por satanás ao
próprio Cristo (Mt 4.8-9)?
Qual é a real condição da igreja evangélica brasileira, e em
especial as Assembleias de Deus, diante de Jesus que não
apenas conhece todas as obras, mas que conhece também
os nossos desejos, vontades, motivações e interesses?
Que a igreja de Esmirna nos sirva de exemplo e referencial
de fidelidade a Deus, coragem e determinação.
[...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de
nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. (Ap 2.10c-11)
Conclusão
Que possamos ter a Igreja de Esmirna como um
exemplo de que, mesmo passando por grandes
sofrimentos, por amor a Cristo, devemos
permanecer firmes e inabaláveis, imitando a
perseverança do nosso Senhor, que pelo gozo que
lhe estava proposto tudo suportou (Hb 12.2).
Pesquisa Bibliográfica:
[1] LAWSON, Steven J. As Sete Igrejas do Apocalipse. 5. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004, p. 97
[2] KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p.
163-164
[3] GONZÁLES, Justo L. Uma história ilustrada do cristianismo: a era
dos mártires. São Paulo: Vida Nova, 1995, p. 70, v. 1
[4] CESARÉIA, Eusébio de. História Eclesiástica: os primeiros quatro
séculos da igreja cristã. 4. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 134
[5] Ibid. (na mesma obra do [4]), p. 137.
[6] Ibid., (na mesma obra do [4]), p. 138
[7] ANDRADE, Claudionor. Os sete Castiçais de Ouro: a mensagem final
de Cristo à Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 50.
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A Igreja de Esmirna: fiel até a morte

  • 1. Escola Bíblica Dominical 2º Trimestre de 2012 LIÇÃO 4 Esmirna a Igreja confessante e mártir TEMA: As Sete Cartas do Apocalipse. A mensagem final de Cristo a Igreja.
  • 2. INTRODUÇÃO As cartas ás sete Igrejas da Ásia nos mostra os três perigos que ameaçam as Igrejas de todas as épocas, o esfriamento do amor a Deus, a perseguição, os falsos profetas e heresias que conduzem a Igreja ao mundanismo. Esses perigos nos mostram a imperfeição da Igreja, e que apesar de imperfeita Jesus a ama e não desiste dela, e também, se faz necessário que se conheça a história para entender os perigos que nos ameaçam, olhar o presente fazer uma análise de nossa situação e confiar que Jesus levará essa Igreja em triunfo.
  • 3. Hoje vamos estudar a segunda das sete cartas às Igrejas da Ásia, a Igreja da cidade de Esmirna (desejado). Jesus manda João escrever ao anjo, isto é ao mensageiro, ao Pastor da Igreja para que ele transmita a mensagem. Esmirna era considerada a cidade mais bela na província romana da Ásia. Sua beleza natural era fascinante. Seu esplendor habitava entre o mar e as montanhas. Sua estrutura urbana era modelo para as demais cidades de sua época. O comércio internacional favorecia economicamente a cidade, que era grande exportadora de mirra. Sua população era aproximadamente de 250.000 habitantes.
  • 4. Na condição de centro religioso, em Esmirna eram adorados os deuses Cibele, Apolo, Asclépio, Afrodite e Zeus. O culto ao imperador, que incluía a queima de incenso a imagem de César, foi lá bastante difundido e praticado. [1] Conforme Kistemaker: Em 26 d.C., ela dedicou um templo ao imperador Tibério e se gabava de ser a principal no culto ao imperador. Essa jactância agradou aos administradores romanos, os quais fomentavam a paz e a unidade que caracterizavam o espírito de Roma por todo o império.
  • 5. William Barclay escreve que, para tornar o espírito de Roma tangível, os romanos apresentaram o imperador como sendo sua incorporação, e assim surgiu o culto ao imperador. Ainda que alguns dos primeiros imperadores discordassem de tal culto, a população o ativou ao ponto de tornar os imperadores divinos.[2]
  • 6. A Igreja em Esmirna É bem provável que a Igreja começou através da pregação do evangelho em Éfeso, veja em Atos 19.10. Como na grande maioria dos casos, na medida em que foi estabelecida pela pregação do Evangelho, a igreja em Esmirna começou a provocar e a vivenciar algumas tensões, inquietações e desconfortos, que aos poucos se transformou numa violenta e cruel perseguição. Jesus deixou claro a tensão entre os seus díscipulos e o mundo João 17.14.
  • 7. A Perseguição à Igreja em Esmirna Os historiadores sugerem que o bispo da igreja em Esmirna por ocasião desta carta era Policarpo (69 d.C.-155 d.C.). Policarpo fora discipulado por João. Ao se tornar pastor da igreja em Esmirna manteve-se fiel à Palavra, mesmo sendo sabedor da possibilidade do martírio.
  • 8. No ano de 155 ainda estava vigente a política de Trajano sugerida ao governador Plínio, onde os cristãos não eram perseguidos, mas se delatados por alguém, e se negavam a adoração aos deuses ou ao imperador, eram submetidos aos tribunais romanos, condenados, castigados e martirizados. [3]
  • 9. Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica, narra alguns detalhes do martírio de Policarpo, registrados numa correspondência enviada pela igreja em Esmirna às igrejas de Ponto. Antes de relatar os fatos relacionados ao martírio de Policarpo, na referida correspondência se encontras detalhes sobre os métodos empregados pelos martirizadores dos crentes em Esmirna:
  • 10. Os que postavam à volta ficavam tomados de assombro ao vê-los lacerados por chicotadas, expondo o próprio sangue e artérias, de modo que a carne encerrada nas partes mais internas do corpo e as próprias entranhas ficavam à vista. Eles eram deitados sobre conchas do mar e sobre pontas afiadas de lanças sobre o chão. E depois de passar por todo tipo de punição e tormento, eram por fim lançados às feras. [4]
  • 11. Persuadido por muitos e de várias maneiras para que negasse a sua fé em Cristo, e que prestasse culto ao imperador, Policarpo caminhou firme em direção ao estádio onde seria martirizado. Quando o governador lhe pediu para que negasse a Cristo, Policarpo lhe respondeu: Oitenta e seis anos tenho-lhe servido, e ele nunca me fez mal; e como posso agora blasfemar meu Rei que me salvou? [... ] Ameaça-me com fogo que queima por um momento e logo se extingue, pois nada sabes do julgamento que virá e do fogo da punição eterna reservada para os perversos. Mas, por que te demoras? Faze o que desejas. [5]
  • 12. As palavras de Policarpo enfureciam cada vez mais os seus algozes. Como de costume, o arauto se dirigiu ao centro do estádio e proclamou: “Policarpo confessa que é cristão”. Amarrado a uma estaca e sem roupas, antes de seus executores acenderem o fogo, Policarpo fez a seguinte oração: Ó Pai de teu amado e bendito Filho Jesus Cristo, por meio de quem recebemos o conhecimento a teu respeito.
  • 13. O Deus dos anjos e poderes, e de toda a criação, e de toda a família dos justos, que vive diante do pai, bendigo-te por teres me considerado digno deste dia e hora, de fazer parte do número de mártires e do cálice de Cristo, até a ressurreição da vida eterna, tanto da alma como do corpo, na felicidade incorruptível do Santo Espírito. Que eu possa ser recebido entre eles em sua presença neste dia, como um sacrifício rico e aceitável conforme preparou, revelou e cumpriu o fiel e verdadeiro Deus.
  • 14. Assim, por essa causa e por todas as coisas louvo- te, bendigo-te por intermédio do sumo sacerdote eterno, Jesus Cristo, teu Filho amado. Por meio de quem seja a glória para ti no Santo Espírito, agora e para sempre. Amém. [6] Quando nos deparamos com as narrativas acima, passamos a entender a necessidade da ênfase dada no início da carta à igreja em Esmirna à morte e ressurreição de Jesus, que certamente contribuiu para ajudar aqueles crentes fiéis a superarem o medo natural da morte e do martírio.
  • 15. A situação da Igreja em Esmirna Conheço a tua tribulação, a tua pobreza Sl.40:17a (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. (Ap 2.9) “…por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (At.14:22). Jesus declara conhecer a real condição daquela igreja, que implicava em constante e grande aflição (gr. thlipsin), e em extrema pobreza (gr. ptocheian), mas que era espiritualmente e essencialmente rica. A condição da igreja em Esmirna promove a desconstrução dos fundamentos da Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira, fortemente difundidos nas Assembleias de Deus no Brasil.
  • 16. Os crentes de Esmirna eram fiéis, mas tal fidelidade provocou a tribulação e pobreza material deles, visto que na prospera cidade de Esmirna muitos foram obrigados a deixar os seus empregos, tendo também os seus bens confiscados. [7] Como bem adverte Kistemaker: Isso não significa que os crentes devam atrair perseguição e dificuldades a fim de ficarem ricos de possessões espirituais; antes, Jesus quer que sejam fiéis, a ele e à sua palavra, mesmo quando passam por dificuldades e abuso, porque então serão espiritualmente bem-aventurados (Mt 5.11, 12; Tg 2.5).
  • 17. É preciso ter cuidado para não incorrermos no erro da Teologia da Prosperidade e da Teologia da Miserabilidade. O tipo de fé vivenciada pela igreja em Esmirna deve provocar em nós uma reflexão sobre o tipo de fé que vivemos no século XXI. Até que ponto não estamos praticando algum tipo de idolatria pós-moderna? Podemos não estar cultuando o “imperador”, mas será que não cultuamos o “poder” do imperador?
  • 18. Será que diferente da igreja em Esmirna, não fomos seduzidos, embriagados, entorpecidos e enganados pela glória e honra do presente século, oferecida por satanás ao próprio Cristo (Mt 4.8-9)? Qual é a real condição da igreja evangélica brasileira, e em especial as Assembleias de Deus, diante de Jesus que não apenas conhece todas as obras, mas que conhece também os nossos desejos, vontades, motivações e interesses? Que a igreja de Esmirna nos sirva de exemplo e referencial de fidelidade a Deus, coragem e determinação. [...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. (Ap 2.10c-11)
  • 19. Conclusão Que possamos ter a Igreja de Esmirna como um exemplo de que, mesmo passando por grandes sofrimentos, por amor a Cristo, devemos permanecer firmes e inabaláveis, imitando a perseverança do nosso Senhor, que pelo gozo que lhe estava proposto tudo suportou (Hb 12.2).
  • 20. Pesquisa Bibliográfica: [1] LAWSON, Steven J. As Sete Igrejas do Apocalipse. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 97 [2] KISTEMAKER, Simon. Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 163-164 [3] GONZÁLES, Justo L. Uma história ilustrada do cristianismo: a era dos mártires. São Paulo: Vida Nova, 1995, p. 70, v. 1 [4] CESARÉIA, Eusébio de. História Eclesiástica: os primeiros quatro séculos da igreja cristã. 4. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 134 [5] Ibid. (na mesma obra do [4]), p. 137. [6] Ibid., (na mesma obra do [4]), p. 138 [7] ANDRADE, Claudionor. Os sete Castiçais de Ouro: a mensagem final de Cristo à Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 50. Slide preparado pelo Prof. Ev. Ventura.