A carta descreve a igreja de Tiatira como tolerante ao pecado, permitindo a atuação de uma falsa profetisa chamada Jezabel. Apesar disso, o pastor era trabalhador e fiel. Jesus adverte sobre o juízo a Jezabel e seus seguidores, mas reconhece os fiéis que se mantinham afastados da doutrina falsa.
A Igreja tolerante de Tiatira e a falsa profetisa Jezabel
1. Escola Bíblica Dominical
2º Trimestre de 2012
LIÇÃO 6 Tiatira a Igreja tolerante
TEMA: As Sete Cartas do Apocalipse.
A mensagem final de Cristo a Igreja.
2. INTRODUÇÃO
As cartas ás sete Igrejas da Ásia nos mostra três
perigos que ameaçam as Igrejas de todas as épocas, o
esfriamento do amor a Deus, a perseguição, os falsos
profetas e heresias que conduzem a Igreja ao
mundanismo.
Esses perigos nos mostram a imperfeição da Igreja, e
que apesar de imperfeita Jesus a ama e não desiste
dela, e também, que é necessário conheçer a história
para entender os perigos que nos ameaçam, olhar o
presente fazer uma análise de nossa situação e confiar
que Jesus levará sua Igreja em triunfo.
3. Hoje vamos estudar a quarta das sete cartas às
Igrejas da Ásia, a Igreja da cidade de Tiatira
(sacrifício de trabalho). Jesus manda João
escrever ao anjo, isto é ao mensageiro, ao Pastor
da Igreja para que ele transmita a mensagem.
Situada a sudeste de Pérgamo, num vale
espaçoso, Tiatira foi marcada por uma indústria
artesanal e um comércio bastante diversificado e
próspero, onde estavam presentes padeiros,
pintores, curtidores, oleiros, metalúrgicos e
trabalhadores têxteis.
4. Estes profissionais se organizavam em associações
fraternais, semelhantes aos atuais sindicados. Cada
associação tinha seu próprio deus, e seus membros
participavam de festivais idólatras, que incluíam
banquetes oferecidos aos ídolos e orgias sexuais. Não
havia em Tiatira grandes templos pagãos, nem a adoração
ao imperador constituía grande ameaça.
Quanto a sua fundação e organização, a igreja em Tiatira
pode ter sido resultado do testemunho de Lídia (At 16.14),
ou alcançada pelo trabalho missionário de Paulo (At
19.10).
5. A Condição da Igreja em Tiatira
O pastor da igreja de Tiatira era um pastor amoroso,
trabalhador e fiel, que também sabia suportar o sofrimento,
sendo que seu trabalho havia se intensificado, a ponto de o
Senhor Jesus dizer que as suas últimas obras eram mais do
que as primeiras. Tratava-se de um obreiro ativo,
incansável, que se dedicava, em extremo, nas atividades
em prol do reino de Deus. No entanto, era um pastor que
tolerava o pecado, que não tomava qualquer providência
com uma mulher daquela igreja, chamada Jezabel, que se
dizia profetisa e enganava a todos quantos estavam na
igreja.
6. A exemplo de seu colega de Pérgamo, vemos que este
pastor era negligente com relação aos desvios
doutrinários, sendo condescendente com o pecado que se
infiltrava no meio do rebanho sob seus cuidados.
Nos dias difíceis em que vivemos, não tem sido diferente.
Há muitos “pastores de Tiatira” em nosso meio,
infelizmente. São operosos, fiéis a Deus, que demonstram
ter o amor de Deus em seus corações, mas cujo ativismo
está infectado pela complacência com o pecado, com uma
tolerância com os erros que ocorrem no seu interior, sendo
absolutamente negligentes no trato deste assunto, algo
que, como vemos nesta carta à igreja de Tiatira, desagrada
o Senhor Jesus.
7. O Senhor Jesus Se identifica para a igreja de
Tiatira como “o Filho de Deus”
Esta identificação é a única que destoa da visão
do Cristo Glorificado que João teve na ilha de
Patmos. Naquela visão, o apóstolo diz que viu “um
semelhante ao Filho do homem”, enquanto aqui o
Senhor Jesus Se identifica não como Filho do
homem, mas como “Filho de Deus”.
8. Temos aqui mais uma demonstração da dupla
natureza de Cristo nas Escrituras Sagradas. A
mesma personagem que se identificou como
“Filho do homem” em Sua aparição glorificada
para João(Ap.1:13), agora, ao mandar redigir a
carta à igreja de Tiatira, apresenta-Se como “Filho
de Deus”, a fim de que não haja qualquer dúvida
de que é o Deus que Se fez homem, o homem que
nunca deixou de ser Deus.
9. O Senhor Jesus apresenta-Se para a igreja de
Tiatira como Aquele que vê todas as coisas e que é
o supremo juiz. De nada adianta um ativismo, ainda
que motivado por um sincero amor aos perdidos e
à própria obra, se não houver separação do
pecado. Tiago ensina-nos que “…a religião pura e
imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-
se da corrupção do mundo” (Tg.1:27).
10. É essencial, fundamental que os servos de Cristo
Jesus ajudem os necessitados, demonstrem seu
amor a Deus com obras efetivas e concretas, mas
isto de nada vale se não houver separação do
pecado, se não houver intolerância com o pecado.
Qual tem sido, amados irmãos, o nosso
comportamento com relação ao pecado? Temos
sido condescendentes com a sua prática?
Cuidado, pois Jesus Cristo é o mesmo (Hb.13:8) e,
deste modo, também nos chamará à prestação de
contas, pois continua sendo Aquele cujos pés são
semelhantes ao latão reluzente!
11. O Senhor Jesus enaltece na conduta do pastor de
Tiatira era o seu “serviço”, que era consequência
deste amor de Deus que nele habitava, pois o
verdadeiro amor não se dá em palavras, mas, sim,
em obras (I Jo.3:18). A igreja de Tiatira, a começar
de seu pastor, servia a todos, tinha consciência de
que, neste mundo, somos chamados para servir e
não para ser servidos, seguindo, assim, os passos
de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo
(Mt.20:28).
12. A presença de um efetivo serviço por parte da
igreja local é algo que agrada ao Senhor Jesus. Nos
dias em que vivemos, porém, pelo que temos
observado, compreendemos que muito pouco se
faz pelo que poderia ser feito em nossas igrejas
locais. O mundo, como nunca antes, tem
apresentado necessidades de toda ordem e é à
igreja que se reserva esta tarefa de serviço, que, no
entanto, tem sido negligenciada por muitos.
13. A igreja de Tiatira notabilizava-se,
também, pela sua fé. Aqui vemos, uma vez
mais, que a fé não é apenas algo intelectual, afeto
à mente, mas, bem ao contrário, é algo concreto e
que se traduz por boas obras. O pastor da igreja de
Tiatira era ativo precisamente porque tinha uma
fé genuína, pois, como nos ensina Tiago, “…a fé, se
não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg.2:17).
14. A perseverança da igreja de Tiatira está no fato de
que o Senhor Jesus reconhece que, em Tiatira, “as
últimas obras são mais do que as primeiras”
(Ap.2:19). Vemos, claramente, que há um contraste
entre a igreja de Éfeso e a igreja de Tiatira.
Enquanto aquela se caracterizava pela diminuição
do serviço, decorrente do abandono do primeiro
amor, esta tem aumento do serviço, este se
intensifica, precisamente porque há a manutenção
do amor e da fé. Não há segredo para o
crescimento da obra de Deus.
15. Esta crescerá se houver aumento do amor e da fé.
Se os crentes não abandonam o primeiro amor, se
mantém o fervor espiritual do encontro pessoal
com Cristo, se aumentam a sua fé em Jesus,
certamente o serviço aumentará. O crescimento da
obra de Deus está vinculado ao amor de Deus que
exista entre os crentes.
A igreja de Tiatira tinha obras maiores do que as
primeiras, porque havia crescido em amor, serviço
e fé e, para tanto, precisava ter uma vida dedicada
a uma maior comunhão com o Senhor.
16. O nome “Jezabel” significa “casta”, havendo estudiosos que
também identificam como significado deste nome “montão
de lixo”. “Casta” tem, entre outros significados, “grupo de
cidadãos que se destaca dos demais por seus privilégios,
ocupações, costumes e/ou preconceitos”. A Jezabel do
Antigo Testamento criou, em Israel, um grupo de
privilegiados, ou seja, os profetas de Baal e de Asera, que
viviam às custas do tesouro real e que “estavam acima do
bem e do mal”. Este privilégio dado a tais profetas fez com
que a grande e esmagadora maioria do povo fosse servir a
Baal para ter prestígio na sociedade e ser bem visto pelo
poder.
17. divinos”, como se ainda vivêssemos no tempo do Antigo
Testamento, onde o Espírito Santo atuava sob medida, de
modo parcial, habitando apenas em profetas, através dos
quais o povo tinha acesso às palavras do Senhor.
Na igreja de Tiatira, em virtude do ativismo intenso do
pastor, o povo estava carente de palavra, carente de ouvir a
voz de Deus e, ante a omissão do ministro, a quem incumbia
prioritariamente o ministério da palavra (At.6:4), surgiu no
meio do povo esta “espertalhona”, que “se dizia profetisa” e
que estava a dar “os ensinos” em lugar do ministro, daquele
que havia sido posto pelo Senhor para este mister.
É importante observar que o Senhor Jesus nega este
suposto “ministério” de Jezabel. Afirma que aquele mulher
“se dizia profetisa”, a indicar, pois, que não o era, visto que
quem constitui profetas para a Igreja é o próprio Cristo
(Ef.4:11), como também quem dá o dom espiritual de
18. A Jezabel do Novo Testamento era uma mulher
(provavelmente a própria mulher do pastor) que se dizia
profetisa, ou seja, alguém que tinha o “monopólio da
revelação”, alguém que se queria distinguir dos demais
crentes, entendendo-se a “depositária dos oráculos
divinos”, como se ainda vivêssemos no tempo do Antigo
Testamento, onde o Espírito Santo atuava sob medida, de
modo parcial, habitando apenas em profetas, através dos
quais o povo tinha acesso às palavras do Senhor.
19. Na igreja de Tiatira, em virtude do ativismo intenso do
pastor, o povo estava carente de palavra, carente de ouvir a
voz de Deus e, ante a omissão do ministro, a quem incumbia
prioritariamente o ministério da palavra (At.6:4), surgiu no
meio do povo esta “espertalhona”, que “se dizia profetisa” e
que estava a dar “os ensinos” em lugar do ministro, daquele
que havia sido posto pelo Senhor para este mister.
É importante observar que o Senhor Jesus nega este
suposto “ministério” de Jezabel. Afirma que aquele mulher
“se dizia profetisa”, a indicar, pois, que não o era, visto que
quem constitui profetas para a Igreja é o próprio Cristo
(Ef.4:11), como também quem dá o dom espiritual de
profecia à Igreja é o Espírito Santo (I Co.12:10,11).
20. Jesus, amados irmãos, é misericordioso, não tem
prazer na morte do ímpio, mas, antes, que o ímpio
se converta e viva (Ez.18:23; 33:11). Por isso, o
Senhor Jesus, apesar de toda a impiedade de
Jezabel, deu-lhe oportunidade para que se
arrependesse. Todos os homens têm uma real
oportunidade de arrependimento, pois Deus não
faz acepção de pessoas (Dt.10:17; At.10:34).
- Diante da dureza de cerviz de Jezabel, que não
quis se arrepender, o Senhor disse que a poria
numa cama (Ap.2:22a).
21. Além do juízo sobre Jezabel, o Senhor Jesus
também advertiu os seguidores dos ensinos dela.
Para eles, disse o Senhor, viria “grande tribulação,
se não se arrependerem de suas obras” (Ap.2:22b).
Cada um tem responsabilidade pessoal diante de
Deus (Ez.18). Desta forma, tanto Jezabel quanto
aqueles que seguiram os seus ensinos falsos
tinham de responder por seus pecados diante do
Senhor. Ninguém paga pelo pecado de outrem.
Cada um deve sofrer o dano do seu próprio pecado.
22. O Senhor indica que havia entre aqueles crentes
“os restantes”, que eram “todos quantos não têm
esta doutrina e não conheceram, como dizem, as
profundezas de Satanás” (Ap.2:24).
Sempre, amados irmãos, há um remanescente fiel
no meio do povo de Deus. Assim como, nos dias de
Jezabel, havia sete mil que não havia dobrado seus
joelhos a Baal nem tampouco suas bocas o tinham
beijado (I Rs.19:18), também em Tiatira havia
aqueles que não haviam seguido os ensinos de
Jezabel e continuavam vivendo em santidade, sem
comer dos sacrifícios da idolatria, sem se
prostituírem, ou seja, mantendo-se fiéis ao Senhor.
23. O Senhor indica que havia entre aqueles
crentes “os restantes”, que eram “todos
quantos não têm esta doutrina e não
conheceram, como dizem, as
profundezas de Satanás” (Ap.2:24).
Sempre, amados irmãos, há um
remanescente fiel no meio do povo de
Deus.
24. Assim como, nos dias de Jezabel, havia sete mil que
não havia dobrado seus joelhos a Baal nem
tampouco suas bocas o tinham beijado (I Rs.19:18),
também em Tiatira havia aqueles que não haviam
seguido os ensinos de Jezabel e continuavam
vivendo em santidade, sem comer dos sacrifícios
da idolatria, sem se prostituírem, ou seja,
mantendo-se fiéis ao Senhor.
25. (Ap.2:26,27) Para vencer, o Senhor Jesus diz que é
preciso “guardar até o fim as Minhas obras”.
É interessante observar que não se trata aqui de
fazer as nossas obras, mas de “guardar as obras de
Cristo”. Vemos, claramente, que a salvação não
vem pelas obras que venhamos a fazer, mas, bem
ao contrário, que a salvação é decorrência de
passarmos a fazer a vontade de Cristo e, por isso,
fazermos as obras d’Ele, sermos Seus imitadores (I
Co.11:1).
26. O Senhor Jesus diz que daria aos
“restantes” de Tiatira a “estrela da
manhã”. Esta estrela é o próprio Jesus
Cristo (Ap.22:16).
Receber a “estrela da manhã”, portanto, é
receber, já aqui e no arrebatamento, a
presença gloriosa de Cristo. É esta a
promessa que Jesus nos deixou, de vermos a Sua
face gloriosa antes dos demais homens. “…Antes
que o dia amanheça e brilhe o Sol da Justiça
(Ml.4:2), aparecerá, nos ares, a Estrela da Manhã e
somente os que estiverem acordados
espiritualmente a verão e serão arrebatados para
27. O Senhor Jesus diz que daria aos
“restantes” de Tiatira a “estrela da
manhã”. Esta estrela é o próprio Jesus
Cristo (Ap.22:16).
Receber a “estrela da manhã”, portanto, é
receber, já aqui e no arrebatamento, a
presença gloriosa de Cristo. É esta a
promessa que Jesus nos deixou, de vermos a Sua
face gloriosa antes dos demais homens. “…Antes
que o dia amanheça e brilhe o Sol da Justiça
(Ml.4:2), aparecerá, nos ares, a Estrela da Manhã e
somente os que estiverem acordados
espiritualmente a verão e serão arrebatados para
28. Conclusão
A carta encerra-se com a extensão do seu
destino a todos os crentes de todos os
lugares e de todas as épocas: “Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas” (Ap.2:29). Temos prestado
atenção a esta mensagem que o Senhor
nos deixou? Temos nos apartado dos
ensinos de Jezabel? Que Deus nos guarde
e que, o quanto antes, nos arrependamos
de nossas condutas desagradáveis ao
Senhor. Amém!
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