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                               Cais de Barangaroo de Sidney
                              Quinta-feira, 17 de Julho de 2008

Queridos jovens,

Que grande alegria é para mim poder saudar-vos aqui em Barangaroo, nas margens desta
magnífica baía de Sidney, com a sua famosa ponte e a Opera House! Muitos de vós são deste
país, do seu interior ou das dinâmicas comunidades multiculturais das cidades australianas.
Outros chegaram das ilhas disseminadas pela Oceânia, outros ainda vieram da Ásia, do
Médio Oriente, da África e das Américas. Entretanto um certo número chegou de tão longe
como eu, ou seja, da Europa! Seja qual for o país donde vindes, finalmente estamos aqui, em
Sidney! E juntos estamos presentes neste nosso mundo como família de Deus, como
discípulos de Cristo, confirmados pelo seu Espírito para sermos testemunhas do seu amor e
da sua verdade diante de todos.

Desejo em primeiro lugar agradecer aos Anciãos dos Aborígenes que me deram as boas-
vindas antes de eu subir para o barco na Rose Bay. Sinto-me profundamente emocionado por
me encontrar na vossa terra, sabendo dos sofrimentos e injustiças que esta suportou, mas
ciente também da beneficiação e esperança agora em acto, de que justamente todos os
cidadãos australianos podem ser orgulhosos. Aos jovens indígenas – aborígenes e habitantes
das Ilhas do Estreito de Torres – e Tokelauanos, exprimo o meu obrigado pela tocantes boas-
vindas. E, através de vós, envio cordiais saudações aos vossos povos.

Senhor Cardeal Pell e Senhor Arcebispo D. Wilson: agradeço as vossas calorosas expressões
de boas-vindas. Sei que os vossos sentimentos são o eco de quanto vai no coração dos jovens
reunidos aqui nesta tarde e, por isso, a todos vos agradeço. Vejo diante de mim uma imagem
vibrante da Igreja universal. A variedade de nações e culturas donde provindes demonstra
que a Boa Nova de Cristo é verdadeiramente para todos e cada um; ela chegou aos confins da
terra. E, no entanto, sei também que um bom número de vós ainda anda à procura duma
pátria espiritual. Alguns dentre vós, sem dúvida alguma bem-vindos entre nós, não são
católicos nem cristãos. Talvez outros de vós se movam na periferia da vida da paróquia e da
Igreja. A vós desejo oferecer o meu encorajamento: aproximai-vos do abraço amoroso de
Cristo; reconhecei a Igreja como vossa casa. Ninguém é obrigado a ficar de fora, porque
desde o dia do Pentecostes a Igreja é una e universal.

Nesta tarde, desejo abarcar também quantos não estão aqui presentes entre nós. Penso de
modo especial nos doentes ou nos deficientes psíquicos, nos jovens encarcerados, em
quantos penam à margem das nossas sociedades e naqueles que por qualquer razão se sentem
alienados da Igreja. A eles digo: Jesus está perto de ti! Experimenta o seu abraço que cura, a
sua compaixão, a sua misericórdia!

Há quase dois mil anos, os Apóstolos, reunidos na sala superior da casa juntamente com
Maria (cf.Act 1, 14) e algumas mulheres fiéis, ficaram cheios de Espírito Santo (cf. Act 2, 4).
Naquele momento extraordinário que marcou o nascimento da Igreja, a confusão e o medo,
que se tinham apoderado dos discípulos de Cristo, transformaram-se numa convicção
vigorosa e na certeza de um objectivo. Sentiram-se impelidos a falar do seu encontro com
Jesus ressuscitado, que afectuosamente já tratavam por Senhor. Na sua diversidade, os
Apóstolos eram pessoas comuns. Nenhum podia afirmar que fosse o discípulo perfeito. Não
tinham conseguido reconhecer Cristo (cf. Lc 24, 13-32), deveriam envergonhar-se da sua
ambição (cf. Lc 22, 24-27), tinham-No até negado (cf. Lc 22, 54-62). E todavia, quando
ficaram cheios de Espírito Santo, sentiram-se trespassados pela verdade do Evangelho de
Cristo e inspirados a proclamá-lo sem medo. Revigorados, gritaram: Arrependei-vos, fazei-
vos baptizar, recebei o Espírito Santo (cf. Act 2, 37-38)! Fundada sobre o ensino dos
Apóstolos, a união fraterna, a fracção do pão e a oração (cf. Act2, 42), a jovem comunidade
cristã saiu a terreiro para se opor à perversidade da cultura que a rodeava (cf. Act 2, 40), para
cuidar dos seus próprios membros (cf. Act 2, 44-47), para defender a sua fé em Jesus que era
hostilizada (cf. Act 4, 33) e para curar os doentes (cf. Act 5, 12-16). E, dando cumprimento
ao mandato recebido do próprio Cristo, partiram testemunhando a maior história de todos os
tempos: que Deus Se fez um de nós, que o divino entrou na história humana para poder
transformá-la e que somos chamados a mergulhar no amor salvífico de Cristo que triunfa do
mal e da morte. No famoso discurso feito no areópago, São Paulo introduziu a mensagem
assim: Deus a todos dá a vida, a respiração e tudo o mais, para que todas as Nações procurem
a Deus e se esforcem por encontrá-Lo, mesmo tacteando, embora não Se encontre longe de
cada um de nós, porque é n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos (cf. Act 17, 25-28).

A partir de então, homens e mulheres partiram para contar a mesma história, testemunhando
o amor e a verdade de Cristo e contribuindo para a missão da Igreja. Ao nosso pensamento
vêm hoje os pioneiros – sacerdotes, freiras e frades – que chegaram a estas praias e a outras
partes do Pacífico, vindos da Irlanda, da França, da Grã Bretanha e doutros lados da Europa.
A maior parte deles eram jovens – alguns não tinham sequer vinte anos – e, quando se
despediram para sempre dos pais, dos irmãos, das irmãs, dos amigos, bem sabiam que seria
improvável o seu regresso a casa. As suas vidas foram um testemunho cristão livre de
interesses egoístas. Tornaram-se construtores humildes mas tenazes duma herança social e
espiritual tão grande que ainda hoje proporciona bondade, compaixão e orientação a estas
nações. E foram capazes de inspirar uma geração nova. Vem à mente imediatamente a fé que
sustentou a Beata Mary MacKillop na sua resoluta determinação de educar especialmente os
pobres, e o Beato Peter To Rot na sua firme convicção de que o chefe duma comunidade
deve pautar-se sempre pelo Evangelho. Pensai ainda nos vossos avós e nos vossos pais, os
vossos primeiros mestres na fé. Também eles sacrificaram muito do seu tempo e das suas
forças, movidos pelo amor que vos têm. Com o apoio dos sacerdotes e catequistas da vossa
paróquia, eles têm o dever, nem sempre fácil mas altamente gratificante, de vos guiar para
tudo o que é bom e verdadeiro, através do seu exemplo pessoal, do seu modo de ensinar e
viver a fé cristã.

Hoje é a minha vez. A alguns de nós, pode parecer que chegamos ao fim do mundo! Para as
pessoas da vossa idade, qualquer voo reveste-se sempre de uma perspectiva excitante. Mas,
para mim, este voo foi em certa medida causa de apreensão. E todavia a vista do alto sobre o
nosso planeta foi verdadeiramente magnífica. As águas tremeluzentes do Mediterrâneo, a
magnificência do deserto norte-africano, a floresta luxuriante da Ásia, a vastidão do Oceano
Pacífico, o horizonte onde o sol se levanta e desce, o majestoso esplendor da beleza natural
da Austrália de que pude gozar nos últimos dias; tudo isto gera um profundo sentido de
reverente temor. É como se se captassem rápidas imagens da história da criação narrada
no Génesis: a luz e as trevas, o sol e a lua, as águas, a terra e as criaturas vivas. Tudo isto é
«bom» aos olhos de Deus (cf. Gen 1, 1 – 2, 4). Imersos em tal beleza, era impossível não dar
voz às palavras do Salmista que assim louva o Criador: «Como é grande o vosso nome em
toda a terra!» (Sal 8, 2).

Mas há mais; algo cuja percepção é difícil quando visto do alto dos céus: homens e mulheres
criados nada menos que à imagem e semelhança de Deus (cf. Gen 1, 26). No coração desta
criação maravilhosa, estamos nós: vós e eu, a família humana «coroada de glória e honra»
(cf. Sal8, 6). Que maravilha! Com o Salmista, sussurramos para Deus: «Que é o homem para
Vos lembrardes dele?» (cf. Sal 8, 5). Imersos no silêncio, num espírito de gratidão, na força
da santidade, pomo-nos a reflectir.

E que descobrimos? Com relutância talvez, mas chegamos a admitir que existem também
feridas que desfiguram a superfície da terra: a erosão, o desflorestamento, o esbanjamento
dos recursos minerais e marítimos para alimentar um consumismo insaciável. Alguns de vós
chegam das ilhas-Estado, que se vêem ameaçadas na sua própria existência pelo aumento do
nível das águas; outros de nações que sofrem os efeitos de secas devastadoras. Às vezes a
criação maravilhosa de Deus é sentida quase como uma realidade hostil aos seus guardiões,
senão mesmo como algo perigoso. Como pode o que é «bom» aparecer assim tão
ameaçador?

E mais… Que dizer do homem, do vértice da criação de Deus? Todos os dias deparamos
com o génio das conquistas humanas. Devido aos avanços nas ciências médicas e à sábia
aplicação da tecnologia até à criatividade que se espelha nas artes, cresce de muitos modos e
constantemente a qualidade de vida para satisfação das pessoas. Em vós mesmos, há uma
pronta disponibilidade para acolher as abundantes oportunidades que vos são oferecidas.
Alguns sobressaem nos estudos, no desporto, na música, ou na dança e no teatro; outros têm
um sentido agudo da justiça social e da ética, sendo muitos os que assumem compromissos
de serviço e de voluntariado. Todos nós, jovens e idosos, temos momentos em que a bondade
inata da pessoa humana – perceptível talvez no gesto de uma criança ou na disponibilidade
de um adulto a perdoar – nos enche de profunda alegria e gratidão.

Mas tais momentos não duram muito. Por isso, levando por diante a nossa reflexão,
descobrimos que não é só o ambiente natural que tem as suas cicatrizes, mas também o
ambiente social, ohabitat que nós mesmos criamos; feridas essas que indicam que alguma
coisa não está certa. Também aqui, nas nossas vidas pessoais e nas nossas comunidades,
podemos encontrar inimizades por vezes perigosas; um veneno que ameaça corroer o que é
bom, plasmar de modo diferente o que somos e alterar a finalidade para a qual fomos criados.
Os exemplos não faltam, como bem sabeis. Entre os mais salientes, contam-se o abuso de
álcool e de drogas, a exaltação da violência e a degradação sexual, frequentemente
apresentados na televisão e na internet como divertimento. Pergunto-me como alguém,
colocado face a face com pessoas que estão realmente sofrendo violência e exploração
sexual, poderá explicar que tais tragédias, reproduzidas de forma virtual, devem considerar-
se simplesmente como «divertimento».

Além disso, há algo de sinistro que nasce do facto de liberdade e tolerância serem tantas
vezes separadas da verdade. Isto é alimentado pela ideia, hoje largamente espalhada, de que
não há uma verdade absoluta para guiar as nossas vidas. Na prática dando
indiscriminadamente valor a tudo, o relativismo fez da «experiência» a coisa mais
importante. Na realidade, as experiências, desligadas de qualquer consideração do que é bom
ou verdadeiro, podem conduzir, não a uma liberdade genuína, mas a uma confusão moral ou
intelectual, a uma atenuação dos princípios, à perda da auto-estima e mesmo ao desespero.

Queridos amigos, a vida não é governada pela sorte, nem é casual. A vossa existência pessoal
foi querida por Deus, abençoada por Ele, tendo-lhe dado uma finalidade (cf. Gen 1, 28). A
vida não é uma mera sucessão de factos e experiências, por mais úteis que muitos deles se
possam revelar. Mas é uma busca da verdade, do bem e da beleza. É precisamente para tal
fim que fazemos as nossas opções, exercemos a nossa liberdade e nisso mesmo, isto é, na
verdade, no bem e na beleza, encontramos felicidade e alegria. Não vos deixeis enganar por
quantos vos olham como meros consumidores num mercado de possibilidades
indiferenciadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabanda
como beleza, e a experiência subjectiva suplanta a verdade.

Cristo oferece mais… antes, oferece tudo! Só Ele, que é a Verdade, pode ser o Caminho e,
consequentemente, também a Vida. Assim, o «caminho» que os Apóstolos estenderam até
aos confins da terra é a vida em Cristo. É a vida da Igreja. E a entrada nesta vida, na vida
cristã, é o Baptismo.

Por isso, nesta tarde, desejo recordar-vos brevemente algo da nossa noção do Baptismo,
antes de considerar amanhã o Espírito Santo. No dia do Baptismo, Deus introduziu-vos na
sua santidade (cf. 2 Ped 1, 4). Adoptados como filhos e filhas do Pai, fostes incorporados em
Cristo. Tornastes-vos morada do seu Espírito (cf. 1 Cor 6, 19). Por isso, na parte final do rito
do Baptismo, o sacerdote, dirigindo-se aos vossos pais e demais participantes e chamando-
vos pelo nome, disse: «És nova criatura» (Rito do Baptismo, 99).

Queridos amigos, em casa, na escola, na universidade, nos lugares de trabalho e de diversão,
recordai-vos que sois criaturas novas. Como cristãos, encontrais-vos neste mundo sabendo
que Deus tem um rosto humano: Jesus Cristo, o «caminho» que satisfaz todo o anseio
humano e a «vida» da qual somos chamados a dar testemunho, caminhando sempre na sua
luz (cf. ibid., 100). A tarefa de testemunha não é fácil. Hoje, há muitos que pretendem que
Deus deva ficar de fora e que a religião e a fé, embora aceitáveis no plano individual, devam
ser excluídas da vida pública ou então utilizadas somente para alcançar determinados
objectivos pragmáticos. Esta perspectiva secularizada procura explicar a vida humana e
plasmar a sociedade com pouco ou nenhum referimento ao Criador. Apresenta-se como uma
força neutral, imparcial e respeitadora de todos e cada um. Na realidade, porém, como
qualquer ideologia, o secularismo impõe um visão global. Se Deus é irrelevante na vida
pública, então a sociedade poderá ser plasmada segundo uma imagem alheada de Deus. Mas
quando Deus fica eclipsado, começa a esmorecer a nossa capacidade de reconhecer a ordem
natural, o fim e o «bem». Aquilo que fora pomposamente exaltado como engenho humano,
bem depressa se manifestou como loucura, avidez e exploração egoísta. E assim fomo-nos
consciencializando cada vez mais da necessidade de humildade perante a delicada
complexidade do mundo de Deus.

E que dizer do nosso ambiente social? Permanecemos igualmente alerta quanto aos sinais do
nosso voltar as costas à estrutura moral de que Deus dotou a humanidade (cf. Mensagem
para o Dia Mundial da Paz 2007, 8)? Sabemos reconhecer que a dignidade inata de cada
indivíduo assenta na sua dignidade mais profunda de imagem do Criador e que, por isso
mesmo, os direitos humanos são universais, baseados sobre a lei natural, e não algo
dependente de negociações ou de condescendência, e menos ainda de compromissos? Deste
modo somos levados a reflectir sobre o lugar que têm nas nossas sociedades os pobres, os
idosos, os imigrantes, os sem voz. Como é possível que a violência doméstica atormente
tantas mães e crianças? Como é possível que o espaço humano mais admirável e sagrado, o
ventre materno, se tenha tornado lugar de violência indizível?

Queridos amigos, a criação de Deus é única e é boa. As preocupações com a não violência, o
progresso sustentável, a justiça e paz, o cuidado do nosso ambiente são de importância vital
para a humanidade. Tudo isto, porém, não pode ser compreendido prescindindo duma
reflexão profunda sobre a dignidade congénita de cada vida humana desde a sua concepção
até à morte natural, uma dignidade que lhe é conferida pelo próprio Deus e, por conseguinte,
inviolável. O nosso mundo está cansado da ambição, da exploração e da divisão, do tédio de
falsos ídolos e de respostas parciais, e da mágoa de falsas promessas. O nosso coração e a
nossa mente anelam por uma visão da vida onde reine o amor, onde os dons sejam
partilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu próprio significado
na verdade, e onde a identidade seja encontrada numa comunhão respeitosa. Esta é obra do
Espírito Santo. Esta é a esperança oferecida pelo Evangelho de Jesus Cristo. Foi para dar
testemunho desta realidade que fostes regenerados no Baptismo e fortalecidos com os dons
do Espírito no Crisma. Seja esta a mensagem que de Sidney levareis pelo mundo!

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Discurso do Papa Bento XVI na Festa de Acolhimento dos Jovens na Jornada Mundial da Juventude em Sidney

  • 1. VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA BENTO XVI A SIDNEY (AUSTRÁLIA) POR OCASIÃO DA XXIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE (13 - 21 DE JULHO DE 2008) FESTA DE ACOLHIMENTO DOS JOVENS DISCURSO DO SANTO PADRE BENTO XVI Cais de Barangaroo de Sidney Quinta-feira, 17 de Julho de 2008 Queridos jovens, Que grande alegria é para mim poder saudar-vos aqui em Barangaroo, nas margens desta magnífica baía de Sidney, com a sua famosa ponte e a Opera House! Muitos de vós são deste país, do seu interior ou das dinâmicas comunidades multiculturais das cidades australianas. Outros chegaram das ilhas disseminadas pela Oceânia, outros ainda vieram da Ásia, do Médio Oriente, da África e das Américas. Entretanto um certo número chegou de tão longe como eu, ou seja, da Europa! Seja qual for o país donde vindes, finalmente estamos aqui, em Sidney! E juntos estamos presentes neste nosso mundo como família de Deus, como discípulos de Cristo, confirmados pelo seu Espírito para sermos testemunhas do seu amor e da sua verdade diante de todos. Desejo em primeiro lugar agradecer aos Anciãos dos Aborígenes que me deram as boas- vindas antes de eu subir para o barco na Rose Bay. Sinto-me profundamente emocionado por me encontrar na vossa terra, sabendo dos sofrimentos e injustiças que esta suportou, mas ciente também da beneficiação e esperança agora em acto, de que justamente todos os cidadãos australianos podem ser orgulhosos. Aos jovens indígenas – aborígenes e habitantes das Ilhas do Estreito de Torres – e Tokelauanos, exprimo o meu obrigado pela tocantes boas- vindas. E, através de vós, envio cordiais saudações aos vossos povos. Senhor Cardeal Pell e Senhor Arcebispo D. Wilson: agradeço as vossas calorosas expressões de boas-vindas. Sei que os vossos sentimentos são o eco de quanto vai no coração dos jovens reunidos aqui nesta tarde e, por isso, a todos vos agradeço. Vejo diante de mim uma imagem vibrante da Igreja universal. A variedade de nações e culturas donde provindes demonstra que a Boa Nova de Cristo é verdadeiramente para todos e cada um; ela chegou aos confins da terra. E, no entanto, sei também que um bom número de vós ainda anda à procura duma pátria espiritual. Alguns dentre vós, sem dúvida alguma bem-vindos entre nós, não são católicos nem cristãos. Talvez outros de vós se movam na periferia da vida da paróquia e da Igreja. A vós desejo oferecer o meu encorajamento: aproximai-vos do abraço amoroso de Cristo; reconhecei a Igreja como vossa casa. Ninguém é obrigado a ficar de fora, porque desde o dia do Pentecostes a Igreja é una e universal. Nesta tarde, desejo abarcar também quantos não estão aqui presentes entre nós. Penso de modo especial nos doentes ou nos deficientes psíquicos, nos jovens encarcerados, em quantos penam à margem das nossas sociedades e naqueles que por qualquer razão se sentem alienados da Igreja. A eles digo: Jesus está perto de ti! Experimenta o seu abraço que cura, a
  • 2. sua compaixão, a sua misericórdia! Há quase dois mil anos, os Apóstolos, reunidos na sala superior da casa juntamente com Maria (cf.Act 1, 14) e algumas mulheres fiéis, ficaram cheios de Espírito Santo (cf. Act 2, 4). Naquele momento extraordinário que marcou o nascimento da Igreja, a confusão e o medo, que se tinham apoderado dos discípulos de Cristo, transformaram-se numa convicção vigorosa e na certeza de um objectivo. Sentiram-se impelidos a falar do seu encontro com Jesus ressuscitado, que afectuosamente já tratavam por Senhor. Na sua diversidade, os Apóstolos eram pessoas comuns. Nenhum podia afirmar que fosse o discípulo perfeito. Não tinham conseguido reconhecer Cristo (cf. Lc 24, 13-32), deveriam envergonhar-se da sua ambição (cf. Lc 22, 24-27), tinham-No até negado (cf. Lc 22, 54-62). E todavia, quando ficaram cheios de Espírito Santo, sentiram-se trespassados pela verdade do Evangelho de Cristo e inspirados a proclamá-lo sem medo. Revigorados, gritaram: Arrependei-vos, fazei- vos baptizar, recebei o Espírito Santo (cf. Act 2, 37-38)! Fundada sobre o ensino dos Apóstolos, a união fraterna, a fracção do pão e a oração (cf. Act2, 42), a jovem comunidade cristã saiu a terreiro para se opor à perversidade da cultura que a rodeava (cf. Act 2, 40), para cuidar dos seus próprios membros (cf. Act 2, 44-47), para defender a sua fé em Jesus que era hostilizada (cf. Act 4, 33) e para curar os doentes (cf. Act 5, 12-16). E, dando cumprimento ao mandato recebido do próprio Cristo, partiram testemunhando a maior história de todos os tempos: que Deus Se fez um de nós, que o divino entrou na história humana para poder transformá-la e que somos chamados a mergulhar no amor salvífico de Cristo que triunfa do mal e da morte. No famoso discurso feito no areópago, São Paulo introduziu a mensagem assim: Deus a todos dá a vida, a respiração e tudo o mais, para que todas as Nações procurem a Deus e se esforcem por encontrá-Lo, mesmo tacteando, embora não Se encontre longe de cada um de nós, porque é n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos (cf. Act 17, 25-28). A partir de então, homens e mulheres partiram para contar a mesma história, testemunhando o amor e a verdade de Cristo e contribuindo para a missão da Igreja. Ao nosso pensamento vêm hoje os pioneiros – sacerdotes, freiras e frades – que chegaram a estas praias e a outras partes do Pacífico, vindos da Irlanda, da França, da Grã Bretanha e doutros lados da Europa. A maior parte deles eram jovens – alguns não tinham sequer vinte anos – e, quando se despediram para sempre dos pais, dos irmãos, das irmãs, dos amigos, bem sabiam que seria improvável o seu regresso a casa. As suas vidas foram um testemunho cristão livre de interesses egoístas. Tornaram-se construtores humildes mas tenazes duma herança social e espiritual tão grande que ainda hoje proporciona bondade, compaixão e orientação a estas nações. E foram capazes de inspirar uma geração nova. Vem à mente imediatamente a fé que sustentou a Beata Mary MacKillop na sua resoluta determinação de educar especialmente os pobres, e o Beato Peter To Rot na sua firme convicção de que o chefe duma comunidade deve pautar-se sempre pelo Evangelho. Pensai ainda nos vossos avós e nos vossos pais, os vossos primeiros mestres na fé. Também eles sacrificaram muito do seu tempo e das suas forças, movidos pelo amor que vos têm. Com o apoio dos sacerdotes e catequistas da vossa paróquia, eles têm o dever, nem sempre fácil mas altamente gratificante, de vos guiar para tudo o que é bom e verdadeiro, através do seu exemplo pessoal, do seu modo de ensinar e viver a fé cristã. Hoje é a minha vez. A alguns de nós, pode parecer que chegamos ao fim do mundo! Para as pessoas da vossa idade, qualquer voo reveste-se sempre de uma perspectiva excitante. Mas, para mim, este voo foi em certa medida causa de apreensão. E todavia a vista do alto sobre o nosso planeta foi verdadeiramente magnífica. As águas tremeluzentes do Mediterrâneo, a magnificência do deserto norte-africano, a floresta luxuriante da Ásia, a vastidão do Oceano
  • 3. Pacífico, o horizonte onde o sol se levanta e desce, o majestoso esplendor da beleza natural da Austrália de que pude gozar nos últimos dias; tudo isto gera um profundo sentido de reverente temor. É como se se captassem rápidas imagens da história da criação narrada no Génesis: a luz e as trevas, o sol e a lua, as águas, a terra e as criaturas vivas. Tudo isto é «bom» aos olhos de Deus (cf. Gen 1, 1 – 2, 4). Imersos em tal beleza, era impossível não dar voz às palavras do Salmista que assim louva o Criador: «Como é grande o vosso nome em toda a terra!» (Sal 8, 2). Mas há mais; algo cuja percepção é difícil quando visto do alto dos céus: homens e mulheres criados nada menos que à imagem e semelhança de Deus (cf. Gen 1, 26). No coração desta criação maravilhosa, estamos nós: vós e eu, a família humana «coroada de glória e honra» (cf. Sal8, 6). Que maravilha! Com o Salmista, sussurramos para Deus: «Que é o homem para Vos lembrardes dele?» (cf. Sal 8, 5). Imersos no silêncio, num espírito de gratidão, na força da santidade, pomo-nos a reflectir. E que descobrimos? Com relutância talvez, mas chegamos a admitir que existem também feridas que desfiguram a superfície da terra: a erosão, o desflorestamento, o esbanjamento dos recursos minerais e marítimos para alimentar um consumismo insaciável. Alguns de vós chegam das ilhas-Estado, que se vêem ameaçadas na sua própria existência pelo aumento do nível das águas; outros de nações que sofrem os efeitos de secas devastadoras. Às vezes a criação maravilhosa de Deus é sentida quase como uma realidade hostil aos seus guardiões, senão mesmo como algo perigoso. Como pode o que é «bom» aparecer assim tão ameaçador? E mais… Que dizer do homem, do vértice da criação de Deus? Todos os dias deparamos com o génio das conquistas humanas. Devido aos avanços nas ciências médicas e à sábia aplicação da tecnologia até à criatividade que se espelha nas artes, cresce de muitos modos e constantemente a qualidade de vida para satisfação das pessoas. Em vós mesmos, há uma pronta disponibilidade para acolher as abundantes oportunidades que vos são oferecidas. Alguns sobressaem nos estudos, no desporto, na música, ou na dança e no teatro; outros têm um sentido agudo da justiça social e da ética, sendo muitos os que assumem compromissos de serviço e de voluntariado. Todos nós, jovens e idosos, temos momentos em que a bondade inata da pessoa humana – perceptível talvez no gesto de uma criança ou na disponibilidade de um adulto a perdoar – nos enche de profunda alegria e gratidão. Mas tais momentos não duram muito. Por isso, levando por diante a nossa reflexão, descobrimos que não é só o ambiente natural que tem as suas cicatrizes, mas também o ambiente social, ohabitat que nós mesmos criamos; feridas essas que indicam que alguma coisa não está certa. Também aqui, nas nossas vidas pessoais e nas nossas comunidades, podemos encontrar inimizades por vezes perigosas; um veneno que ameaça corroer o que é bom, plasmar de modo diferente o que somos e alterar a finalidade para a qual fomos criados. Os exemplos não faltam, como bem sabeis. Entre os mais salientes, contam-se o abuso de álcool e de drogas, a exaltação da violência e a degradação sexual, frequentemente apresentados na televisão e na internet como divertimento. Pergunto-me como alguém, colocado face a face com pessoas que estão realmente sofrendo violência e exploração sexual, poderá explicar que tais tragédias, reproduzidas de forma virtual, devem considerar- se simplesmente como «divertimento». Além disso, há algo de sinistro que nasce do facto de liberdade e tolerância serem tantas vezes separadas da verdade. Isto é alimentado pela ideia, hoje largamente espalhada, de que
  • 4. não há uma verdade absoluta para guiar as nossas vidas. Na prática dando indiscriminadamente valor a tudo, o relativismo fez da «experiência» a coisa mais importante. Na realidade, as experiências, desligadas de qualquer consideração do que é bom ou verdadeiro, podem conduzir, não a uma liberdade genuína, mas a uma confusão moral ou intelectual, a uma atenuação dos princípios, à perda da auto-estima e mesmo ao desespero. Queridos amigos, a vida não é governada pela sorte, nem é casual. A vossa existência pessoal foi querida por Deus, abençoada por Ele, tendo-lhe dado uma finalidade (cf. Gen 1, 28). A vida não é uma mera sucessão de factos e experiências, por mais úteis que muitos deles se possam revelar. Mas é uma busca da verdade, do bem e da beleza. É precisamente para tal fim que fazemos as nossas opções, exercemos a nossa liberdade e nisso mesmo, isto é, na verdade, no bem e na beleza, encontramos felicidade e alegria. Não vos deixeis enganar por quantos vos olham como meros consumidores num mercado de possibilidades indiferenciadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabanda como beleza, e a experiência subjectiva suplanta a verdade. Cristo oferece mais… antes, oferece tudo! Só Ele, que é a Verdade, pode ser o Caminho e, consequentemente, também a Vida. Assim, o «caminho» que os Apóstolos estenderam até aos confins da terra é a vida em Cristo. É a vida da Igreja. E a entrada nesta vida, na vida cristã, é o Baptismo. Por isso, nesta tarde, desejo recordar-vos brevemente algo da nossa noção do Baptismo, antes de considerar amanhã o Espírito Santo. No dia do Baptismo, Deus introduziu-vos na sua santidade (cf. 2 Ped 1, 4). Adoptados como filhos e filhas do Pai, fostes incorporados em Cristo. Tornastes-vos morada do seu Espírito (cf. 1 Cor 6, 19). Por isso, na parte final do rito do Baptismo, o sacerdote, dirigindo-se aos vossos pais e demais participantes e chamando- vos pelo nome, disse: «És nova criatura» (Rito do Baptismo, 99). Queridos amigos, em casa, na escola, na universidade, nos lugares de trabalho e de diversão, recordai-vos que sois criaturas novas. Como cristãos, encontrais-vos neste mundo sabendo que Deus tem um rosto humano: Jesus Cristo, o «caminho» que satisfaz todo o anseio humano e a «vida» da qual somos chamados a dar testemunho, caminhando sempre na sua luz (cf. ibid., 100). A tarefa de testemunha não é fácil. Hoje, há muitos que pretendem que Deus deva ficar de fora e que a religião e a fé, embora aceitáveis no plano individual, devam ser excluídas da vida pública ou então utilizadas somente para alcançar determinados objectivos pragmáticos. Esta perspectiva secularizada procura explicar a vida humana e plasmar a sociedade com pouco ou nenhum referimento ao Criador. Apresenta-se como uma força neutral, imparcial e respeitadora de todos e cada um. Na realidade, porém, como qualquer ideologia, o secularismo impõe um visão global. Se Deus é irrelevante na vida pública, então a sociedade poderá ser plasmada segundo uma imagem alheada de Deus. Mas quando Deus fica eclipsado, começa a esmorecer a nossa capacidade de reconhecer a ordem natural, o fim e o «bem». Aquilo que fora pomposamente exaltado como engenho humano, bem depressa se manifestou como loucura, avidez e exploração egoísta. E assim fomo-nos consciencializando cada vez mais da necessidade de humildade perante a delicada complexidade do mundo de Deus. E que dizer do nosso ambiente social? Permanecemos igualmente alerta quanto aos sinais do nosso voltar as costas à estrutura moral de que Deus dotou a humanidade (cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2007, 8)? Sabemos reconhecer que a dignidade inata de cada indivíduo assenta na sua dignidade mais profunda de imagem do Criador e que, por isso
  • 5. mesmo, os direitos humanos são universais, baseados sobre a lei natural, e não algo dependente de negociações ou de condescendência, e menos ainda de compromissos? Deste modo somos levados a reflectir sobre o lugar que têm nas nossas sociedades os pobres, os idosos, os imigrantes, os sem voz. Como é possível que a violência doméstica atormente tantas mães e crianças? Como é possível que o espaço humano mais admirável e sagrado, o ventre materno, se tenha tornado lugar de violência indizível? Queridos amigos, a criação de Deus é única e é boa. As preocupações com a não violência, o progresso sustentável, a justiça e paz, o cuidado do nosso ambiente são de importância vital para a humanidade. Tudo isto, porém, não pode ser compreendido prescindindo duma reflexão profunda sobre a dignidade congénita de cada vida humana desde a sua concepção até à morte natural, uma dignidade que lhe é conferida pelo próprio Deus e, por conseguinte, inviolável. O nosso mundo está cansado da ambição, da exploração e da divisão, do tédio de falsos ídolos e de respostas parciais, e da mágoa de falsas promessas. O nosso coração e a nossa mente anelam por uma visão da vida onde reine o amor, onde os dons sejam partilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu próprio significado na verdade, e onde a identidade seja encontrada numa comunhão respeitosa. Esta é obra do Espírito Santo. Esta é a esperança oferecida pelo Evangelho de Jesus Cristo. Foi para dar testemunho desta realidade que fostes regenerados no Baptismo e fortalecidos com os dons do Espírito no Crisma. Seja esta a mensagem que de Sidney levareis pelo mundo!