2. A África: O Mundo
A África é o segundo continente mais
populoso da Terra (atrás da Ásia) e
o segundo continente mais extenso
(atrás da Ásia).
Tem cerca de 30 milhões de km²,
cobrindo 20,3 % da área total da
terra firme do planeta e mais de 800
milhões de habitantes em 54
países, representando cerca de um
sétimo da população do mundo.
Cinco dos países de África foram
colónias portuguesas e usam o
português como língua oficial:
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e São Tomé e
Príncipe; em Cabo Verde, Guiné-
Bissau e São Tomé e Príncipe são
ainda falados crioulos de base
portuguesa.
3. ASPECTOS FÍSICOS
RELEVO
• A África é o mais tropical dos
continentes
• As terras africanas são
normalmente quentes
• As formas de relevo que
predominam são os planaltos –
com altitudes médias de 700
metros
• As planícies, em geral, são
litorânea ou fluviais (em torno dos
rios)
4. HIDROGRAFIA
• Formada por uma quantidade
pequena de rios e lagos
• O rio africano mais importante é o Nilo
– segundo maior do mundo em
extensão
• Depois vem o rio Congo – segundo
maior do mundo em volume de água
• Outro rio de destaque é o Níger
5. VEGETAÇÃO
Na África encontramos diversos tipos de
vegetação, adaptadas às variações climáticas: a
floresta do Congo
As raras plantas desérticas, as estepes e a
vegetação mediterrânea
Mas o tipo de vegetação – e de paisagem natural
– mais característico desse continente são as
savanas
6. AS SAVANAS • Semelhantes ao
Cerrado
brasileiro, as
savanas são uma
vegetação de
clima tropical
Se caracterizam por
apresentar uma
mistura de plantas
herbáceas com
arbóreas e ocupam
cerca de metade do
continente
Uma rica fauna composta de
leões, elefantes, girafas, zebras,
rinocerontes, etc.
7. DESERTOS
Há dois imensos desertos
nesse continente
SAARA
Kalahari
8. ASPECTOS GERAIS DO
CONTINENTE AFRICANO
•A África tem um total de 54 países, e algumas ilhas
•Tem cerca de 30,1 milhões de quilômetros quadrados de
extensão
•O continente africano tem 1 bilhão de habitantes em 2011
e a maior taxa de crescimento demográfico continental:
2,3% ao ano, no período entre 2005 e 2010
9. COLONIZAÇÃO E OCUPAÇÃO
O grande problema africano é a pesada herança
colonial. O subdesenvolvimento atual desse
continente, os conflitos entre seus povos e as
enormes desigualdades sociais internas só podem
ser entendidos pelas grandes modificações aí
introduzidas pelos colonizadores.
A dominação européia na África teve início no século
XV como conseqüência da expansão marítimo-comercial
O continente já era conhecido da Europa ( o Velho
Mundo). Mas foi a partir do século XV que os
europeus foram dominando a África e se apropriando
de seus territórios.
O Velho
Mundo
10.
11. Depois, com a colonização do continente
americano, levaram os africanos para o Novo
Mundo na condição de escravos.
Estima-se que quase 12,5 milhões de
africanos tenham desembarcado à força nas
Américas
Só no Brasil, o número de escravos ficou em
torno de 4 a 5 milhões
A partir dessa época, desenvolveram
extraordinariamente o comércio de escravos,
atividade que já existia na África.
A origem desse comércio está na própria
estrutura social predominante na África, onde
eram constantes as rivalidades e disputas
entre os diferentes grupos étnicos
12. Os europeus forneciam bens manufaturados e especiarias
vindas da Índia, como pimenta-do-reino, noz-moscada,
canela, cravo, etc., e recebiam de volta escravos e
produtos como o marfim, peles, madeiras nobres, etc.
Esse tipo de comércio (escambo) era realizado com
diversos grupos sociais africanos
14. A Europa começou a colonizar a África em meados do século XIX
As nações européias importantes tomaram posse das terras africanas
em vez de somente comercializar
Dividiram entre si esse continente, uma verdadeira partilha –
Conferência de Berlim
Tudo isso ocorreu sem que fossem levados em consideração os
interesses africanos
Por exemplo, uma área pertencente à Bélgica poderia passar a
pertencer ao Reino Unido ou à Alemanha simplesmente porque os
belgas haviam se enfraquecido militarmente
Os africanos tinham apenas que se adaptar aos novos colonizadores
15. Diferenças entre o colonialismo do século
XVI e o imperialismo do século XIX
16. Revolução IndustRIal
• A maior parte da Europa, os EUA e o
Japão participaram da Revolução
Industrial.
17. • A Primeira Revolução Industrial,
iniciada em 1750, restringiu-se à
Inglaterra e caracterizou-se pela
utilização do carvão e do ferro.
• Na Segunda Revolução Industrial,
outros países se igualaram a seu
potencial industrial, ao explorar o
aço, a eletricidade e o petróleo.
18. • A concorrência tornou-se
também cada vez mais
acirrada, levando
empresas a formarem
grandes monopólios, que
passaram a dominar os
mercados.
19. • Como a América Latina já
possuía Estados nacionais
praticamente consolidados e a
Inglaterra e os EUA exerciam
influência sobre ela, as
potências europeias dirigiram
seu imperialismo para a África
e a Ásia.
20. Darwinismo Social
• Para dar legitimação ideológica a
essa expansão imperialista, foi
desenvolvido o chamado
darwinismo social, que
concebeu o mito da
superioridade racial do homem
branco.
“Assumi o fardo do homem branco enviai
os melhores dos vossos filhos condenai
vossos filhos ao exílio para que sejam os
servidores de seus cativos.”
Rudyard Kipling, prêmio Nobel de
Literatura em 1907
21. • Portanto, a civilização europeia tinha como “missão
sagrada” o pesado “fardo do homem branco” de levar a
civilização aos “bárbaros e selvagens”. Estes povos
“inferiores” tinham necessidade de uma orientação que a
“raça superior tão bondosamente” se dispunha a oferecer
aos cativos.
• Imbuídos de tais sentimentos que camuflavam as
verdadeiras razões imperialistas, as empresas, a burguesia
e os países passaram a disputar acirradamente áreas de
influência e de exploração econômica na África e na Ásia.
23. • A dominação imperialista do século XIX
recebeu o nome de neocolonialista
devido à formação de novos impérios
coloniais.
Duas potências
praticamente
dominaram o
continente africano:
a França e a
Inglaterra.
24. A África francesa
A França foi o primeiro país a possuir
domínios naquele continente. A partir de
1830, ela dominou a África Ocidental, a
Argélia, a Tunísia, o Marrocos, o
Madagascar e a Somália.
A África inglesa
A Inglaterra realizou o domínio vertical,
controlando o continente desde o mar
Mediterrâneo até o cabo da Boa
Esperança. Os ingleses estabeleceram-se
no Egito, na Costa do Ouro, na Nigéria, na
Rodésia, em Serra Leoa, na África Oriental
e na África do Sul.
25. A Conferência de Berlim
Entre 1884 e 1885, catorze países
europeus e os EUA se reuniram para
organizar o espaço africano para as
grandes potências, estabelecendo normas
para a sua ocupação.
26. Mapa de África Colonial em 1913.
Mapa de África Colonial
em 1913.
██ Bélgica
██ França
██ Alemanha
██ Grã-Bretanha
██ Itália
██ Portugal
██ Espanha
██ Estados
independentes
29. Causas:
– O declínio de potências europeias:
• Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial
– A ascensão do nacionalismo asiático e africano
• Influência da Carta da ONU – direito a
autodeterminação dos povos.
– Guerra Fria – desejo dos EUA e URSS de ampliar sua
influência.
30.
31.
32.
33. IDADE CONTEPORÂNEA
DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA
A DESCOLONIZAÇÃO
AFRICANA:
• 1956: três estados
independentes (Libéria,
Etiópia e África do Sul -
minoria branca no poder).
• 1957 a 1962: 29 novos
estados independentes
• Namíbia - 1990 e
• Eritréia - 1993: últimos
países independentes.
34. • Casos destacados :
A) ARGÉLIA:
• Conflito violento (1 milhão de mortos).
• FLN (Frente de Libertação Nacional ) + massa
de mulçumanos locais* X FRA + colonos
franceses (Pieds-noirs ou “pés pretos”)
• Batalha do Argel -1957: maior confronto.
• 1962 - Armistício de Evian: França reconhece
a independência da Argélia sob o comando da
FLN (Ben Bella – líder).
35. B) CONGO:
• Colônia belga.
• Rica em diamantes, ouro, cobre e outros
minerais
• 1960: Bélgica concede a independência
(pressões populares)
• Presidente: Joseph Kasavubu;
• Primeiro Ministro: Patrice Lumunba
(Movimento Nacional Congolês).
36. C) ÁFRICA PORTUGUESA
• 1974: Revolução dos Cravos (POR) –
movimento militar que derrubou a ditadura
salazarista e implantou a democracia em
POR.
• Fim da ditadura desarticula império
colonial.
37. • Angola (1975):
– 1975: Independência (Tratado de Alvor).
– 1975 – 1992: Guerra civil:
Infra-estrutura do país é completamente
arrasada pela guerra.
Condições de saneamento e higiene
precárias.
Expectativa de vida: 46 anos.
Brasil manteve tropas de apoio a ações da ONU
durante os anos 90.
38. Moçambique (1975):
– 1975: Independência (Acordo de Lusaka)
– 1975 – 1992: Guerra civil
• FRELIMO (socialista)* X RENAMO
(capitalista)
– Guerra civil devasta o país.
– Saída de mão de obra qualificada.
– Esgotamento da economia.
– Epidemias de fome, tifo e cólera.
39. E) NIGÉRIA
• Ex-colônia inglesa.
• 1960: independência concedida.
– Crescimento do nacionalismo.
• 1967 – 1970: Guerra de BIAFRA.
– Movimento separatista.
– Província rica (petróleo).
– Rivalidades étnicas:
• IBOS (Biafra) X HAUSSAS (etnia
majoritária nigeriana)*.
• Aproximadamente 2 milhões de
mortos.
• Unidade política precária prejudicada por
rivalidades étnicas.
40. E) ÁFRICA DO SUL – A exceção
• 1910 – União Sul Africana: ingleses +
africânderes (descendentes de
holandeses, alemães e franceses).
• Leis segregacionistas (hegemonia
dos brancos).
• 1948 – oficialização do APARTHEID
(separação)
• Criação dos Bantustões (divisão
tribal e confinamento dos negros em
13% do território).
44. CONSEQUÊNCIAS DA
COLONIZAÇÃO
Os colonizadores europeus impuseram
aos africanos um modelo de economia e
de sociedade típico dos povos europeus,
destruindo a organização social original
desses povos.
Uma das conseqüências da dominação
colonial é a economia dependente,
subordinada ao mercado internacional
capitalista
Antes, a economia desses povos era
autosuficiente
Os colonizadores destruíram essas
economias e no seu lugar implantaram
uma economia comercial, voltada para o
mercado externo, para atender as
necessidades dos países desenvolvidos
45. FRONTEIRAS ARBITRÁRIAS – Com a
colonização e, posteriormente a
descolonização, um dos grandes problemas
vividos pelos africanos foi o da formação
dos países independentes.
Antes da colonização não existiam Estados-
Nações na África, e sim, povos
diversificados, constituídos por diferentes
grupos étnicos, cada um vivendo num
território sem fronteiras definidas ou
migrando de uma terra para outra
Nenhum deles constituía um país
46. África: Condições de
Existência
• África recebe cerca de um terço do total de ajuda
dada por governos em todo o mundo, de acordo com
a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE). Boa parte da
ajuda vem com condições, ou seja, os governos que
a recebem têm que implementar determinadas
políticas para recebê-la ou gastar os recursos
comprando bens e serviços do país doador.
O Banco Mundial alega que a ajuda é muito mais
eficaz e menos vulnerável à corrupção quando
atrelada à melhoria da governança. Houve uma
redução drástica nos gastos dos países ricos em
ajuda no final da década de 90.
47. África: Condições de
Existência
• Dificuldade em canalizar investimentos externos e
a diminuição das ajudas internacionais. Com o fim
da Guerra Fria, as nações desenvolvidas perderam
o interesse em aliciar os países africanos. Os
programas de ajuda diminuíram, em parte sob o
pretexto de que os fundos eram desviados para a
compra de armas e para contas particulares de
governantes corruptos.
48. África: HIV/SIDA
• Os órfãos da Sida em África já ultrapassaram os dez
milhões. São crianças sem futuro, privadas de tudo,
vulneráveis, sem esperança ou qualquer oportunidade,
a quem os pais mortos muitas vezes deixam uma única
herança: a doença mortal que lhes corre nas veias.
• É esta a geração perdida de África, um continente em
que vive dez por cento da população mundial e ao qual
pertence a gorda fatia de 70 por cento dos casos
mundiais de sida, isto é, 24 dos 34 milhões de casos
declarados em todo o mundo. Só no Quénia a
esperança média de vida baixou de 59 anos para 30
nos últimos dez anos. Segundo as Nações Unidas,
todos os dias morrem 5500 africanos de sida.
49. África: Os conflitos tribais.
• O Genocídio do Ruanda foi um genocídio
perpetrado no Ruanda em 1994 por facções
de hutus, atacando tutsis e hutus moderados.
50. A colonização européia não respeitou as diferenças e particularidades desses
povos.
Uniram pela força povos diferenciados e desuniram outros
Famílias que pertenciam a um mesmo grupo acabaram sendo separadas pelas
fronteiras coloniais
Pais e mães foram separados dos filhos, e parentes não podiam mais se visitar
Além disso, povos que tradicionalmente eram inimigos, com idiomas e costumes
diferentes, foram obrigados a conviver no interior das mesmas fronteiras e
subordinados à um único governo, que também não tinham escolhido.
O único elemento que unia essas colônias era a cultura européia: a língua do
colonizador, as instituições estatais, escolas, forças armadas, etc.
51. Os problemas atuais no continente
africano são consequências do
processo de colonização europeia, que
dividiu o continente de acordo com
seus interesses, destruindo as culturas
locais, juntando tribos inimigas,
desestruturando as formas de produção
vigentes e impondo sistemas de
produção com base no latifúndio
monocultor exportador. Portanto, a
colonização europeia contribuiu para
que a instabilidade política, as
divergências tribais e a fome
constantemente ligadas à história atual
dessas “várias Áfricas”.