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“A RENATURALIZAÇÃO COMO SOLUÇÃO ”
Informativo Mensal - Volume 34
JÁ VIU CENÁRIO MAIS FEIO QUE A CANALIZAÇÃO DE
UM CÓRREGO OU RIO?
Pode-se atribuir vários argumentos dizendo que a canalização só trará
benefícios, refutamos todos. Não existe nenhum benefício em se
canalizar. A canalização nada mais é do que uma forma rápida e fácil de
se livrar de um problema. Ilude-se a população com a falsa ideia de que
o rio é o problema e a solução está em corrigir o seu curso e cimentar
suas laterais. Em alguns casos tampa-se o “problema” e constrói-se uma
praça em cima. Até quando veremos um violento crime desse contra a
natureza e contra a qualidade de vida da população da cidade, que na
maioria das vezes assiste ao fato passiva e enganada?
Alguns países da Europa já perceberam o erro causado e estão
renaturalizando seus rios, voltando para a forma original dos mesmos.
Por que então devemos passar pelo mesmo processo? Primeiro
canalização e depois se volta tudo atrás com a renaturalização? Já não
seria hora de pegarmos as boas ideias de países muitos mais antigos e
que já sentiram na pele a bobeira que cometeram.
PRESERVAR, CONSERVAR, RENATURALIZAR
Especialista alemão mostra que é possível recuperar rios e córregos
impactados A ocupação das terras pelo homem sempre foi norteada
pela presença dos rios e córregos.
A VOZ DO TIETÊ
Desde 2005 o Instituto Navega
São Paulo tem o objetivo de
atrair a atenção da população
para o rio Tietê a partir do seu
trecho mais degradado que é a
região metropolitana de São
Paulo. Conseguimos atingir
nosso proposito por meio das
navegações monitoradas na
embarcação Almirante do Lago,
entre as pontes dos Remédios e
das Bandeiras. Agora nossa
proposta com este informativo
mensal é atrair sua atenção,
levando até você informações
sobre o nosso Tietê para que
juntos identifiquemos o que
fazer para revitalizar tão
precioso patrimônio ambiental.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
A água que eles forneceram foi indispensável neste processo, já que
oferecia transporte, energia, abastecimento e irrigação para a
organização dos agrupamentos humanos. No entanto, o crescimento
“desordenado ” fez com que, mais tarde, os rios se tornassem
entraves à constante necessidade de avanço territorial. Durante
muito tempo, a estratégia adotada pelas engenharias hidráulica e
fluvial consistia em regularizar o curso de rios e córregos para que seu
trajeto se tornasse o mais curto possível. Estas modificações eram
feitas para ganhar novas terras e diminuir os efeitos locais das cheias.
A realização destas obras causou impactos ambientais não
considerados no planejamento.
Imagem do Rio Tamanduateí no início da urbanização de São Paulo
Rompeu-se a interação natural entre rio e baixada e isso ocasionou grande empobrecimento do ecossistema. A
variedade de vida animal e vegetal foi reduzida e as cheias hoje causam prejuízos cada vez maiores A velocidade da
corrente aumenta, causando erosão e assoreamento, o que exige obras complexas para manter o rio retificado.
Além disso, os rios retificados e canalizados têm
seu processo de renovação natural muito
prejudicado. Atualmente, existe uma consciência
muito maior do homem na sua relação com o meio-
ambiente. Diante dos impactos causados por
séculos de ocupação “desordenada” e do risco de
esgotamento de alguns recursos naturais, surgem
novas alternativas para um desenvolvimento que
considere as alterações ambientais. É nesse
contexto que aparecem estratégias dirigidas à
renaturalização de rios e córregos. O consultor
alemão Walter Binder, do Departamento Estadual de Recursos Hídricos da Baviera, apresenta essas possibilidades
em seu estudo.
O desafio é recuperar os cursos d’agua que sofreram modificações profundas sem colocar em risco as zonas urbanas
e vias de transporte, e sem causar desvantagem para a população. Para isso, os engenheiros envolvidos devem
elaborar um plano que leve em conta as particularidades de cada caso, e que se articule aos demais planos
territoriais e programas regionais. Na Alemanha, por exemplo, o plano de renaturalização de rios foi implantado
considerando os planejamentos de urbanização e paisagismo, os programas de proteção do ecossistema e o plano
diretor de agricultura existente. Também deve ocorrer, desde o início, a participação efetiva das pessoas envolvidas.
Associações de pescadores ou de agricultores das baixadas afetadas, por exemplo, precisam ser informadas e
consultadas antes que as modificações sejam realizadas. É indispensável obter a compreensão e a aceitação da
população ribeirinha. A elaboração de um plano como este exige profissionais que tenham conhecimento dos novos
conceitos de engenharia hidráulica e planejamento
territorial. Só assim é possível implantar
corretamente todas as etapas de renaturalização.
Em zonas urbanas, torna-se mais difícil a
recuperação dos rios. É nas cidades que eles
sofrem as alterações mais profundas, havendo
grande comprometimento das relações biológicas.
Nestes casos as possibilidades de uma
revalorização ecológica são limitadas, mas existem,
sim, formas de diminuir o impacto ambiental.
Muitas vezes, essas melhorias também favorecem
as condições de vida da população ribeirinha,
como no caso da criação de parques municipais
nas margens recuperadas. Outra vantagem da renaturalização é a economia. De acordo com Binder, os custos para
manter a evolução natural do rio são pequenos em comparação aos de obras hidráulicas tradicionais e de
manutenção.
Na Europa o interesse e a expectativa da população quanto à renaturalização de rios e córregos são imensos, mas a
descrença dos proprietários das terras afetadas ainda persiste. A conscientização de engenheiros hidráulicos foi um
processo bastante demorado, mas hoje a engenharia ambiental faz parte do currículo da formação de profissionais
ligados a recursos hídricos. Enquanto na Europa já começa a se estabelecer esta consciência quanto à remoção de
canais, os rios brasileiros passam por uma intensa canalização. No Brasil, ainda existe a crença de que rio canalizado
significa avanço, progresso. De acordo com pareceres de geólogos outro fator que caracteriza os rios europeus é que
eles chegaram a um ponto de poluição que programas como os de renaturalização tornaram-se urgentes.
“Infelizmente o Brasil tem o costume de copiar bons exemplos com 30 anos de atraso”, mas “acreditamos que estas
medidas de renaturalização podem ser adotadas, sim, em nosso país”.
Carta da Terra – Princípios
Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a
ampla aplicação do conhecimento adquirido.
Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a
sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em
desenvolvimento.

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Informativo insp 34

  • 1. “A RENATURALIZAÇÃO COMO SOLUÇÃO ” Informativo Mensal - Volume 34 JÁ VIU CENÁRIO MAIS FEIO QUE A CANALIZAÇÃO DE UM CÓRREGO OU RIO? Pode-se atribuir vários argumentos dizendo que a canalização só trará benefícios, refutamos todos. Não existe nenhum benefício em se canalizar. A canalização nada mais é do que uma forma rápida e fácil de se livrar de um problema. Ilude-se a população com a falsa ideia de que o rio é o problema e a solução está em corrigir o seu curso e cimentar suas laterais. Em alguns casos tampa-se o “problema” e constrói-se uma praça em cima. Até quando veremos um violento crime desse contra a natureza e contra a qualidade de vida da população da cidade, que na maioria das vezes assiste ao fato passiva e enganada? Alguns países da Europa já perceberam o erro causado e estão renaturalizando seus rios, voltando para a forma original dos mesmos. Por que então devemos passar pelo mesmo processo? Primeiro canalização e depois se volta tudo atrás com a renaturalização? Já não seria hora de pegarmos as boas ideias de países muitos mais antigos e que já sentiram na pele a bobeira que cometeram. PRESERVAR, CONSERVAR, RENATURALIZAR Especialista alemão mostra que é possível recuperar rios e córregos impactados A ocupação das terras pelo homem sempre foi norteada pela presença dos rios e córregos. A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê a partir do seu trecho mais degradado que é a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nosso proposito por meio das navegações monitoradas na embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. Agora nossa proposta com este informativo mensal é atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar tão precioso patrimônio ambiental. DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
  • 2. A água que eles forneceram foi indispensável neste processo, já que oferecia transporte, energia, abastecimento e irrigação para a organização dos agrupamentos humanos. No entanto, o crescimento “desordenado ” fez com que, mais tarde, os rios se tornassem entraves à constante necessidade de avanço territorial. Durante muito tempo, a estratégia adotada pelas engenharias hidráulica e fluvial consistia em regularizar o curso de rios e córregos para que seu trajeto se tornasse o mais curto possível. Estas modificações eram feitas para ganhar novas terras e diminuir os efeitos locais das cheias. A realização destas obras causou impactos ambientais não considerados no planejamento. Imagem do Rio Tamanduateí no início da urbanização de São Paulo Rompeu-se a interação natural entre rio e baixada e isso ocasionou grande empobrecimento do ecossistema. A variedade de vida animal e vegetal foi reduzida e as cheias hoje causam prejuízos cada vez maiores A velocidade da corrente aumenta, causando erosão e assoreamento, o que exige obras complexas para manter o rio retificado. Além disso, os rios retificados e canalizados têm seu processo de renovação natural muito prejudicado. Atualmente, existe uma consciência muito maior do homem na sua relação com o meio- ambiente. Diante dos impactos causados por séculos de ocupação “desordenada” e do risco de esgotamento de alguns recursos naturais, surgem novas alternativas para um desenvolvimento que considere as alterações ambientais. É nesse contexto que aparecem estratégias dirigidas à renaturalização de rios e córregos. O consultor alemão Walter Binder, do Departamento Estadual de Recursos Hídricos da Baviera, apresenta essas possibilidades em seu estudo. O desafio é recuperar os cursos d’agua que sofreram modificações profundas sem colocar em risco as zonas urbanas e vias de transporte, e sem causar desvantagem para a população. Para isso, os engenheiros envolvidos devem elaborar um plano que leve em conta as particularidades de cada caso, e que se articule aos demais planos territoriais e programas regionais. Na Alemanha, por exemplo, o plano de renaturalização de rios foi implantado considerando os planejamentos de urbanização e paisagismo, os programas de proteção do ecossistema e o plano diretor de agricultura existente. Também deve ocorrer, desde o início, a participação efetiva das pessoas envolvidas. Associações de pescadores ou de agricultores das baixadas afetadas, por exemplo, precisam ser informadas e consultadas antes que as modificações sejam realizadas. É indispensável obter a compreensão e a aceitação da população ribeirinha. A elaboração de um plano como este exige profissionais que tenham conhecimento dos novos conceitos de engenharia hidráulica e planejamento territorial. Só assim é possível implantar corretamente todas as etapas de renaturalização. Em zonas urbanas, torna-se mais difícil a recuperação dos rios. É nas cidades que eles sofrem as alterações mais profundas, havendo grande comprometimento das relações biológicas. Nestes casos as possibilidades de uma revalorização ecológica são limitadas, mas existem, sim, formas de diminuir o impacto ambiental. Muitas vezes, essas melhorias também favorecem as condições de vida da população ribeirinha, como no caso da criação de parques municipais
  • 3. nas margens recuperadas. Outra vantagem da renaturalização é a economia. De acordo com Binder, os custos para manter a evolução natural do rio são pequenos em comparação aos de obras hidráulicas tradicionais e de manutenção. Na Europa o interesse e a expectativa da população quanto à renaturalização de rios e córregos são imensos, mas a descrença dos proprietários das terras afetadas ainda persiste. A conscientização de engenheiros hidráulicos foi um processo bastante demorado, mas hoje a engenharia ambiental faz parte do currículo da formação de profissionais ligados a recursos hídricos. Enquanto na Europa já começa a se estabelecer esta consciência quanto à remoção de canais, os rios brasileiros passam por uma intensa canalização. No Brasil, ainda existe a crença de que rio canalizado significa avanço, progresso. De acordo com pareceres de geólogos outro fator que caracteriza os rios europeus é que eles chegaram a um ponto de poluição que programas como os de renaturalização tornaram-se urgentes. “Infelizmente o Brasil tem o costume de copiar bons exemplos com 30 anos de atraso”, mas “acreditamos que estas medidas de renaturalização podem ser adotadas, sim, em nosso país”. Carta da Terra – Princípios Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.