SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Império Português do Oriente
Cascais, Outubro de 2011
Índice
Introdução…………………………………………………………………………..........1
I- Antecedentes dos Descobrimentos….….……………………………..………………2
I.I– Condições para o inicio dos Descobrimentos Portugueses…….……...…….….2
I.II- Os Interesses dos Grupos Sociais…………….…………………..………….....3
II -Descobrimentos…….…………………………………………………………...…....4
II.I- Fase Inicial………………………………...…………………………....….…..4
II.II- O desejo do Oriente…………...…………………………………...……….…6
III- Oriente………….……………………………………………………………………7
III.I- Índia…………………………………………………………………………...7
III.II- Comércio com o Oriente ……..……..…………………………...……….......9
III.III- Terras portuguesas no Oriente……….……………………………………..11
IV- Decadência do Oriente………………………………………………………….….18
V- Biografias e curiosidades……………………………………………………………20
Conclusão………………………………………………………………………………23
Netografia………………………………………………………………………………24
Bibliografia……………………………………………………………………………..24
1
Introdução
O nosso trabalho é sobre o Império Português do Oriente no séc. XVI e XVII,
tema escolhido pela professora com o objectivo de serem estudados os principais
assuntos da História de Portugal nos séculos referidos.
O trabalho foi feito através de pesquisas na internet e em livros, com base nas
anotações e sugestões dados pela professora.
Está dividido em 5 capítulos. O primeiro é sobre os antecedentes dos
Descobrimentos, tendo como subtítulos as condições de Portugal para investir na
exploração de outros territórios, bem como os interesses dos grupos sociais. O segundo
é sobre os próprios descobrimentos, falando nas datas das descobertas, reis responsáveis
e os interesses de Portugal no Oriente. O terceiro refere-se aos territórios no Oriente,
falando na descoberta e organização da Índia, as terras conquistadas no Oriente e o
comércio com os novos territórios. O quarto é sobre a crise e decadência do Império
Oriental. Por último, o quinto capítulo fala de recentes curiosidades e de nobres
personalidades que contribuíram nas conquistas e formação do Império no Oriente, bem
como na sua governação e missionação.
2
I- Antecedentes dos Descobrimentos
I.I- Condições para o inicio dos Descobrimentos Portugueses
Fig. 1- Imagem de uma Caravela Portuguesa (http://pt.wikipedia.org/wiki/Caravela)
 Condições geográficas: Portugal situa-se no extremo ocidente da Europa,
relativamente perto do Norte de África e, na sua extensa costa marítima, existem
excelentes portos naturais. Uma das principais rotas do comércio entre o
Mediterrâneo e a Europa do Norte passava pela costa portuguesa obrigando os
barcos a fazer escala na cidade de Lisboa;
 Condições históricas: Após a Revolução de 1385/85, o país entrou num período de
relativa paz o que possibilitou estabilizar as novas estruturas sociais e os novos
quadros dirigentes saídos do apoio ao Mestre de Avis. Por outro lado, desde o
reinado de D. Dinis que os monarcas portugueses apoiavam a construção naval e as
actividades marítimas piscatórias e comerciais;
 Condições técnicas, científicas e tradição marítima: Durante vários séculos
cruzaram-se, em Portugal, diferentes culturas e povos (sábios muçulmanos, judeus e
experientes marinheiros das cidades italianas e da Catalunha), que foram deixando a
sua contribuição em conhecimentos e técnicas de navegação, como a bússola, o
astrolábio, o quadrante e os portulanos. Um dos principais investimentos realizados
pela Coroa foi a caravela de vela triangular (Fig.1), que permitia bolinar, ou seja,
navegar contra ventos contrários. Por essa razão, no século XIV, já eram
conhecidos, no país, diversos instrumentos. As naus utilizadas, transportavam cargas
com cerca de 500 toneladas (o que viriam a dar jeito no transporte de especiarias).
3
I.II- Os Interesses dos Grupos Sociais
Depois de assinar a paz com Castela em 1411, Portugal pôde finalmente virar-se para os
problemas sociais e económicos. O país desejava superar a crise do século anterior, mas
faltavam metais preciosos, cereais, matérias-primas e mão-de-obra. Perante as dificuldades,
cada grupo social encarava a expansão territorial como uma solução para os seus problemas, de
tal modo que ninguém ficou indiferente a estes planos:
 A Burguesia e parte da Nobreza pretendiam ter acesso às regiões produtoras de cereais, aos
locais de origem do ouro africano, das especiarias, do açúcar, das plantas tintureiras e às
fontes de abastecimento de escravos. A comunicação directa com os locais de procedência
das mercadorias mais rentáveis do comércio europeu contribuiria para o alargamento dos
mercados, para a comercialização dos novos produtos e para um aumento considerável dos
lucros
 À Nobreza, desocupada e ambiciosa, interessava a participação em novas acções e
conquistas que lhe permitisse obter honras, cargos e aumentos e rendas e senhorios
 A Igreja considerava um dever contribuir para a difusão da fé cristã, quer fosse pelo
enfraquecimento dos Muçulmanos, ou pela Evangelização de outros povos.
 O Povo via na expansão do território a esperança e oportunidade para melhorar as condições
de vida, mais ou menos miseráveis, a que estava sujeito.
 Para a Coroa portuguesa, aumentar o território era uma forma de obter informação e
prestígio internacional para a nova dinastia de Avis. Simultaneamente, permitia-lhe resolver
alguns problemas do país, provocados pela baixa demográfica e pelo período de guerra com
Castela.
Fig. 2- Tapeçaria Indiana do século XV (http://www.areliquia.com.br/143tapete.html)
4
II- Descobrimentos
II.I- Fase inicial
Vários acontecimentos antecederam a chegada dos Portugueses à Índia,
principalmente no século XV. Com a conquista de Ceuta, abriram-se as portas para o
Atlântico e a partir daí sucederam-se várias conquistas e muitas regiões foram
dominadas pelo nosso país. Seguidamente apresentamos algumas datas de
acontecimentos e respectivo monarca responsável, até à passagem do Cabo da Boa
Esperança, antes chamado Cabo das Tormentas, devido ao imenso trabalho que nos deu
a ultrapassar aquela área. Uma das principais figuras dos Descobrimentos foi o Infante
D. Henrique (Fig.3) que coordenou as viagens até 1460.
Fig.3- Imagem do Infante D. Henrique
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Henry_the_Navigator1.jpg)
D. João I: Rei que começou as viagens no Norte de África. Responsável pela
descoberta e conquista de Ceuta em 1415.
D. Duarte: Governou entre 1433 e 1438 e inicia as descobertas na costa ocidental de
África. Foi responsável pela descoberta de Porto Santo e Madeira (1419/20), passagem
do Cabo Bojador e início da exploração na Costa africana (1434) e pela conquista de
Tânger (1437).
5
D. Afonso V: Governou entre 1438 e 1481. Era conhecido como “O Africano” e
manteve as descobertas no Norte de África e na Costa africana. Foi responsável pelas
primeiras explorações ao golfo da Guiné (1446), a colonização das ilhas de Cabo Verde
(1456) e o arrendamento da exploração da costa da Guiné pelo Infante D. Henrique a
Fernão Gomes de 350 milhas por ano (1469).
D. João II: Governou entre 1481 e 1495 e foi responsável pela assinatura do Tratado
de Tordesilhas em 1494, que decretava a divisão do mundo por meridianos. Portugal
ficaria com o controlo dos territórios em África e na Ásia e os Castelhanos possuíam a
América e a Oceânia- ainda não descoberta). Fez o projecto da viagem marítima à Índia,
mas morreu antes de ver o seu sonho realizado. Foi responsável pela exploração do Rio
Zaire (1483) e pela passagem do Cabo da Boa Esperança, antes conhecido por Cabo das
Tormentas (1488).
D. Manuel I:subiu inesperadamente ao trono em 1495 e governou até 1521 e é
conhecido por “O Venturoso”. Prosseguiu as explorações portuguesas iniciadas pelos
seus antecessores, o que levou à descoberta do caminho marítimo para a Índia, do Brasil
e das ambicionadas "ilhas das especiarias", as Molucas.
D. João III: governou entre 1521 e 1557 e era conhecido como ``O Piedoso´´.
Adquiriu territórios como Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau. Fez importantes
trocas comerciais com o Japão (descoberto pelos portugueses em 1543, o que permitiu
uma boa relação com Nagasaki).
6
II.II- O desejo do Oriente
Portugal estava bastante interessado no Oriente porque nomeadamente a Índia era
conhecida como o maior mercado das rotas das especiarias, que através das rotas
levantinas, chegavam aos ricos portos muçulmanos do Mediterrâneo.
Porém, eram necessários inúmeros intermediários, por exemplo as caravanas, para
transportarem as especiarias (em pequeno numero) do seu local de produção para as
rotas marítimas no mar mediterrâneo (Ex: uma caravana transportava especiarias da
Índia à Síria, onde as naus as transportariam para a Europa, através do Mediterrâneo).
Por isso, havia também o grande desejo de uma nova travessia marítima que ligasse o
Oriente com a Europa (Fig.4).
Fig.4- Imagem das Rotas das Especiarias- a vermelho as terrestres e a azul as marítimas
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Rota_das_especiarias)
7
III- Oriente
III.I- Índia
Uma armada comandada por Vasco da Gama parte do porto de Lisboa a 8 de Julho
de 1497 com destino à Índia.
Segundo diários de bordo, depararam-se com variadas tribos do continente africano
(perto da baia de Santa Helena) que se defendiam apenas com paus. Das muitas doenças
que acompanhavam estas viagens, a primeira a aparecer em grande número foi o
escorbuto quando passavam perto de Moçambique.
A 20 de Maio de 1498, a frota chega a Calecute (Índia), ficando aberto o caminho
comercial com o Oriente (Fig.5). Assim é realizado o sonho do rei D. João II. Foi uma
viagem bastante perigosa de 10 meses, em que os ventos mudavam de 6 em 6 meses.
Fig.5– imagem do caminho marítimo para a Índia
(http://upload.wikimedia.org/wikipedia/comons/Caminho_maritimo_para_a_India.png)
Para governar tão vasta área entregaram o seu domínio a vice-reis:
 D. Francisco de Almeida foi o primeiro vice-rei da Índia (1505-1509). O
objectivo de alargar o comércio português foi alcançado pelo estabelecimento de
feitorias em Angediva, Cananor e Cochim. Os portugueses estabeleceram-se em
Ceilão (“ilha da Canela”) a partir de qual se controlava a navegação para o golfo
de Bengala e Malaca. D. Manuel tinha por hábito dizer “ enquanto no mar fordes
poderoso tereis a Índia por vossa”.
8
 Afonso de Albuquerque foi o segundo vice-rei da Índia (1509-1515) e alargou a
presença portuguesa a todo o continente. Ficando conhecido como “o
construtor” dos pilares portugueses na Índia. Pôs em prática uma política que
ponderava a destruição do poderio muçulmano e para isso fortaleceu a presença
portuguesa na Ásia, começando por conquistar os centros comerciais de maior
importância estratégica. É neste contexto que se justificam as conquistas de Goa
(1510), Malaca (1511) e a submissão de Ormuz (1515) sob o regime de
protectorado, obrigando o rei local a reconhecer a soberania de Portugal e a
pagar um tributo. Em 1530 Goa torna-se no centro administrativo e político do
Estado da Índia. Apesar de inúmeras oposições que sofreu devido à sua política
autoritária, à data da sua morte em 1515 o Estado da Índia apresentava em
termos gerais uma configuração que se viria a manter até 1622 (data em que se
perdeu Ormuz). Os sucessores de Afonso de Albuquerque limitaram-se a
acrescentar o número de fortalezas sem alterações estratégicas.
 Lopo Soares de Albergaria foi terceiro vice-rei da Índia foi nomeado por
cedência de D. Manuel às pressões da Corte. Partidário da aula liberal e pouco
interessado no projecto do monarca desenvolveu uma política oposta à de
Afonso de Albuquerque. O seu governo permitiu a liberdade aos homens
instalando a anarquia e a deserção dos soldados.
 Diogo Lopes Sequeira foi o quarto vice-rei da Índia (1518-1521). Cumpriu as
ordens do monarca e partiu em 1520 para o Mar Vermelho entrando em contacto
com as autoridades etíopes. A alegria de D. Manuel foi tão grande que mandou
escrever “A Carta d’el Rei Nosso Senhor do Presto João” tratando-se do
primeiro documento referente à expansão portuguesa no Oriente.
9
III.II- Comércio com o Oriente
As alianças comerciais e o estabelecimento dos portugueses na Índia foram
muito difíceis por oposição dos hindus e muçulmanos e os conquistadores portugueses
pensavam que a população era pouco desenvolvida como os africanos, enganando-se.
As populações orientais eram difíceis de dominar, desenvolvidas e já utilizavam a
Pirâmide de Hierarquia. Só após vencidas essas resistências é que foi possível o
controlo das terras e do comércio oriental.
Para o comércio com o Oriente, os portugueses criaram 3 tipos de
estabelecimentos comerciais:
 Colónias de domínio directo dos portugueses, governadas por capitães-
donatários dependentes do vice-rei. Estas colonias eram fortificadas e povoadas
por colonos provenientes da Metrópole, territórios como Goa, Diu e Malaca. As
mercadorias produzidas e transaccionadas pagavam direitos de alfândega ao rei
de Portugal;
 Protectorados governados por príncipes indígenas, aliados ou tributários do rei
de Portugal, que possuía fortalezas, feitorias ou núcleos de população
portuguesa, como em Cochim, Cananor e Ceilão. Os preços das mercadorias
envolvidas no comércio eram fixados por contrato celebrado entre os produtores
locais e os portugueses e os direitos de alfândega eram pagos aos soberanos
locais;
 Feitorias em territórios de países estrangeiros e destinadas a trocas comerciais,
sendo o tipo de comércio mais simples e onde não se usava a violência (ao
contrário dos outros dois).
O sistema de exploração do Oriente foi de monopólio – régio/estatal.
Todos os produtos do Oriente eram escoados para a Casa da Índia em Lisboa (criada
em 1503 para administrar o comércio oriental), onde depois seriam vendidos para o
resto do mundo. Funcionava como feitoria e esteve localizada no Paço da Ribeira ate
1755.
Como a Coroa controlava o comércio do Oriente, possuía assim o poder politico e
económico.
10
Foram instituídos casamentos mistos nas colónias orientais para que a população
portuguesa se implantasse.
Para transportar as especiarias do Oriente para a Europa, foram criadas duas rotas:
 Rota do Cabo: fazia a ligação entre a Europa e a Ásia por mar e os navios
transportavam especiarias (Fig.6) e mercadorias de luxo;
 Rotas do Extremo – Oriente: faziam o contacto com o extremo oriente
(Índia, China e Japão)
A Europa exportava para a Ásia: prata, ouro, cobre e chumbo
A Europa importava da Ásia: especiarias (pimenta, noz-moscada, mirra, incenso,
gengibre, cubebas, cravo, cânfora, canela, benjoim, aloés e açafrão), móveis, sedas,
perfumes, tapetes, pedras preciosas, chá, porcelanas e madeira.
Fig.6- Quadro com Especiarias - http://outrascomidas.blogspot.especiarias.html
11
III.III- Terras portuguesas no Oriente
Amboina
Ilha situada no Arquipélago das Molucas Foi descoberta em 1512 pelos
portugueses António Abreu e Francisco Abreu.
Em 1605 passou para o domínio dos neerlandeses aproveitando a decadência das
forças portuguesas no Oriente a conquistaram sob o comando de Steven Van Der
Hagen.
Tidore
Ilha situada no Arquipélago das Molucas. Fez parte do império português entre
1578 e 1605.
Cochim
É a maior cidade no estado de Kerala na Índia. Fez parte do Estado Português da
Índia entre 1503 e 1663. O corpo de Vasco da Gama esteve enterrado nesta cidade
durante muitos anos, na Igreja de São Francisco, até ser levado novamente para
Portugal.
Chaul
Antigo território português entre 1521 e 1740. É cedida em 1740 aos indianos
Marathas, mas acabou por ser abandonada.
Calecute
Cidade do estado de Kerala, na costa ocidental da Índia. O seu porto era o mais
importante em toda a costa do Malabar. Lá aportaram os navegadores portugueses
Vasco da Gama (1498) e Pedro Álvares Cabral (1500).
12
Após a tentativa falhada da criação de uma feitoria para o comércio por este
último navegador, o Capitão Fernão Coutinho tentou conquistar a cidade em 1510, mas
acabou novamente numa tentativa falhada. Só em 1513 Afonso de Albuquerque
conseguiu estabelecer uma feitoria na cidade, onde mais tarde ergue a Fortaleza de
Calecute que foi abandonada em 1525 graças a um deslocamento do eixo de comércio
de especiarias para outros locais (ex: Diu).
Baçaim
Antigo porto no extremo sul de uma ilha, a cerca de 50Km de Bombaim, no
estado de Maharashtra, no noroeste da Índia. Foi parte do Estado Português da Índia
entre 1533 e 1739, quando foi reconquistada pelo Império Maratha. Constituiu-se numa
das mais importantes praças-fortes portuguesas na região, chegando a rivalizar com
Goa.
Ceilão (actual Sri Lanka)
Foi território de Portugal durante 153 anos. Foi o único caso em que os
portugueses tentaram uma conquista territorial efectiva. Primeiramente os Portugueses
assinaram um tratado com o reino de Cota. Entretanto a introdução do Cristianismo
pelos Portugueses gerou atritos com o povo Cingalês.
Ormuz
Foi uma antiga cidade na ilha e estreito do mesmo nome, à entrada do Golfo
Pérsico. Na sequência da expansão portuguesa na Índia, em Outubro de 1507, Afonso
de Albuquerque atacou esta cidade, dominando-a, e quase conseguindo concluir a
construção do Forte de Nossa Senhora da Vitória, se três capitães portugueses não
tivessem saído da região. Em Janeiro de 1508 é forçado a abandonar a cidade.
Malaca
Em Abril de 1511, Afonso de Albuquerque ataca Malaca com uma força de
cerca de 1 200 homens e 18 navios. Malaca tornou-se uma base estratégica para a
expansão portuguesa nas Índias Orientais, subordinada ao Estado Português da Índia.
13
Para defender a cidade, os portugueses ergueram um forte (cuja porta, chamada
"A Famosa", ainda existe). Em 1521 o Capitão Duarte Coelho Pereira construiu a igreja
de Nossa Senhora do Monte.
Malaca foi cedida aos britânicos pelo tratado Anglo-Neerlandês de 1824, em
troca de Bencolen, em Sumatra.
Cananor
É uma cidade em Kerala que esteve na posse dos portugueses entre 1505 e 1663.
Era um porto importante que tratava do comércio com a Pérsia e a Arábia e por isso, é
construída uma fortaleza em 1505 situada a cerca de 3km da cidade. Cananor é
conquistada em 1663 pelos holandeses.
Ilha de Andegiva
Esta ilha, de pequenas dimensões, na costa do Malabar, constituía-se num reduto
de piratas muçulmanos. Quando as forças portuguesas ocuparam esta ilha a 13 de
Setembro de 1505, os piratas dirigiram-se para regiões mais a sul.
A ilha foi escolhida por D. Manuel I como local de construção de mais uma
fortaleza.
Em Setembro de 1506 esta fortaleza é desmontada, devido a um poderoso ataque
de sessenta embarcações do senhor de Goa.
Sião
O reino do Sião era, à chegada dos primeiros portugueses ao sudeste-asiático,
em 1511, a mais sólida entidade política e territorial da região.
A capital do Sião (Ayuthaia), era em inícios do século XVI, uma das maiores
cidades do mundo.
14
Diu
Diu é uma cidade que fez parte do antigo Estado Português da Índia.
Este território possui uma área de 40 km² e situa-se na península indiana de
Guzerate e é composto pela ilha de Diu (separada da península pelo estreito rio
Chassis).
Diu era uma cidade de grande movimento comercial quando os portugueses
chegaram à Índia. Em 1513, os portugueses tentaram estabelecer ali uma feitoria, mas as
negociações não tiveram êxito. Em 1531 a tentativa de conquista levada a cabo por D.
Nuno da Cunha também não foi bem-sucedida.
No entanto, Diu veio a ser oferecida aos portugueses em 1535 como recompensa
pela ajuda militar que estes deram durante vários anos ao Sultão.
Arrependido da sua generosidade, Bahadur Xá pretendeu reaver Diu, mas foi
vencido e morto pelos portugueses, seguindo-se um período de guerra entre estes e o
povo do Guzerate que, em 1538, cercou esta cidade, no entanto os portugueses
prevaleceram e o cerco foi levantado. Um segundo cerco será depois imposto a Diu, em
1546, saindo também vencedores os portugueses, comandados em terra por D. João de
Mascarenhas e, no mar, por D. João de Castro. No entanto, nesta luta a vida de D.
Fernando de Castro (filho do vice-rei português) foi retirada.
Depois deste segundo cerco, Diu foi de tal modo fortificada que pôde resistir,
mais tarde, aos ataques dos árabes de Mascate e dos holandeses (nos finais do século
XVII). A partir do século XVIII, declinou a importância estratégica de Diu, que veio a
ficar reduzida a museu ou marco histórico da sua grandeza comercial e estratégica de
antigo palco das lutas entre as forças islâmicas do Oriente e as cristãs do Ocidente.
No ano de 1961, Diu foi anexado à Índia, juntando-se assim a Damão que foi também
anexado neste ano.
Goa
Goa foi uma região portuguesa na Índia. Esta cidade foi cobiçada por ser o
melhor porto comercial daquela zona. A primeira investida portuguesa deu-se de 4 a 20
de Março de 1510. Nesse mesmo ano, numa segunda expedição, a 25 de Novembro,
Afonso de Albuquerque, auxiliado por corsários provenientes daquele local, tomou Goa
15
aos árabes, que se renderam sem combate. Os governadores portugueses da cidade
pretendiam que fosse uma extensão de Lisboa no Oriente. Para tal, criaram algumas
instituições e foram construídas várias Igrejas para expandir o cristianismo e
fortificações para a defender eventuais ataques externos.
Apesar da chegada da Inquisição em 1560, muitos dos residentes locais terem
sido violentamente convertidos ao Cristianismo e ameaçados com castigos ou confisco
de terra, títulos ou propriedades, a maior parte das conversões foram voluntárias tendo
muitos dos missionários que aí pregaram alcançado fama. Entre estes encontra-se São
Francisco Xavier, que ficou conhecido como o "Apóstolo das Índias" por ter exercido a
sua missionação não só em Goa (Fig.7), mas também noutros pontos da Índia, como
também noutras regiões que não se encontravam sob o domínio português, tal como
Uvari (outra região perto de Goa, também ela situada na Índia.
A decadência do porto de Goa no século XVII foi consequência das derrotas
militares sofridas pelos portugueses contra a Companhia Neerlandesa das Índias
Orientais tornando o Brasil e, mais tarde, no século XIX, as colónias africanas, o
sustento económico de Portugal. Houve dois curtos períodos de dominação britânica
(1797 a 1798 e 1802 a 1813) e poucas outras ameaças externas após este período.
No entanto, os Portugueses só perderam Goa em 1974, resultado do 25 de Abril.
Fig. 7- Mapa de Goa - http://pt.wikipedia.org/wiki/Punjab_(%C3%8Dndia)
Damão
Esta cidade tem apenas 72 km² e foi a sede do Estado Português da Índia.
Fica situado no Golfo da Cambaia e o primeiro contacto com os Portugueses
deu-se em 1523, quando os navios de Diogo Melo chegaram à região. Em 1534, o vice-
16
Rei D. Nuno da Cunha enviou António Silveira arrasar os estaleiros e as demais
instalações necessárias ao apetrechamento das frotas islâmicas que vinham dar combate
às armadas portuguesas.
No entanto, só em 1559 viria a ser definitivamente tomada a cidade de Damão,
pelo Vice-rei D. Constantino de Bragança.
A 18 de Dezembro de 1961 Damão (Fig.8) foi invadido e ocupado pelas tropas
da União Indiana e incorporado no actual território da Índia.
Fig.8- Mapa de Damão e Diu - http://pt.wikipedia.org/wiki/Dam%C3%A3o
Macau
Só em 1557 é que a autorização para o estabelecimento dos portugueses em
Macau foi autorizada, pois Portugal tinha-se instalado ilegal e provisoriamente entre
1553 1554 com a desculpa de secar a sua carga. Ora esta autorização onde era
concedido a Portugal um certo grau de autogovernacão tinha também certos “contras”
entre eles o pagamento do aluguer anual e certos impostos, pois havia certas autoridades
que defendiam que Macau ainda fazia parte do território do Império Chinês. Até meados
do século XIX as autoridades chinesas tiveram um supervisionamento dos portugueses,
exercendo uma grande influência na administração deste entreposto comercial, pois
estas tinham medo e desprezo pelos estrangeiros.
Desde então desenvolveu-se como intermediário no comércio triangular (China,
Japão, Europa), numa época em que as autoridades chinesas tinham proibido o comércio
com o Japão por mais de 100 anos. Isto fez com que Macau se tornasse numa grande
cidade comercial e ajudando-a a atingir o seu auge nos finais do século XVI e no inicio
do século XVII.
17
Para além de ser um entreposto comercial, esta desempenhou papeis activos e
fulcrais na disseminação do Catolicismo.
Foi em 1583 criado o Leal Senado, sede e símbolo do poder e do governo local,
pelos moradores portugueses, mais precisamente pelos comerciantes de Macau. Este
organismo político também considerado como primeira municipal de Macau, foi criada
com o objectivo de proteger o comércio controlado por Macau, de estabelecer ordem e
segurança na cidade e resolver alguns problemas quotidianos. Já com o governo
português implantado desde 1623, o Leal Senado manteve uma grande autonomia e
exerceu um papel fundamental na administração da cidade até metade do XIX.
Devido á sua prosperidade, Macau foi várias vezes atacada pelos Holandeses ao
longo da primeira metade do século XVII, na tentativa de conquista.
Em 1638-1639 a economia de Macau entrou rapidamente em declínio pois o
comércio português com o Japão foi interrompido devido às politicas japonesas.
Curiosidades de Macau:
O ataque mais importante teve início em 22 de Junho de 1622, quando cerca de
800 soldados holandeses desembarcaram, numa tentativa de conquistar a cidade. Após
dois dias de combate, em 24 de Junho,[2] os invasores foram derrotados, sofrendo
elevadas baixas (cerca de 350 mortes) e conseguindo abater apenas algumas dezenas de
portugueses. Para Macau, desprevenida, esta vitória foi considerada um milagre.
18
IV- Decadência do Oriente
Nos meados do século XVI, o Império Português no Oriente começou a entrar em
crise, esta reflectia-se na redução da quantidade de navios que saiam para a Índia e do
volume das especiarias vindas pela rota do Cabo. Graças a esta crise, D. João III
mandou encerrar a feitoria de Antuérpia.
Em 1570 a crise agravou-se, devido a:
 Reanimação das rotas do Levante pelos Turcos e Árabes, que tinham decaído
com a criação da rota do Cabo que era apenas controlada por Portugal;
 Prática de monopólio régio do comércio das especiarias mais lucrativas,
impedindo os particulares de participarem nesse comércio;
 Elevadas despesas da coroa com a manutenção do Império, que muitas vezes
ultrapassava as receitas;
 Desvio dos lucros obtidos no comércio para despesas de luxo e compra de terras
e casas, deixando de se investir no desenvolvimento da agricultura e da
indústria;
 Aumento do número de naufrágios graças ao excesso de carga, fracos
conhecimentos náuticos dos comandantes e frequentes ataques de piratas e
corsários;
 Concorrência com os Holandeses, Ingleses e Franceses, que disputavam entre si
o domínio ultramarino e o controlo do comércio.
Fig.9- Gráfico da Chegada de pimenta a Lisboa (http://historiaoitavo.blogs.sapo.pt/17655.html)
19
O reinado de D. João III ficou marcado pela ``viragem atlântica´´ dos
descobrimentos. O primeiro momento do seu governo foi a disputa do domínio das
Molucas entre Portugal e Espanha, que só terminou nas negociações de Elvas-Badajoz
(1524) onde se definiu as áreas de intervenção de cada uma das coroas, o que ficou
definido em 1529, quando D. João III comprou a Carlos V a exclusividade.
As ameaças surgem quando reagiram a presença portuguesa procurando expulsa-la
dos portos do Norte da Índia, Ceilão, Bengala, Pegu e Samatra.
É também a partir deste momento que se realizam os primeiros cercos às fortalezas
portuguesas em 1538 e 1546 e em Malaca em 1537, 1568, 1573 e 1575.
No momento em que o império do Oriente começa a exibir fragilidades, a
exploração do Brasil começa a dar frutos, assim começando a ‘’viragem atlântica’’.
20
V- Biografias e curiosidades
Vasco da Gama (Sines, 1468- Cochim, 25/12/1524)
Foi capitão da frota saída de Lisboa a 8 de Julho de 1497 e descobriu o caminho
marítimo para a Índia a 20 de Maio de 1498, aportando em Calecute, alterando por
completo a forma como eram feitas as trocas comerciais até então e o modo como se
relacionavam com as outras culturas. No seu regresso, foi agraciado por palmas e
títulos, voltando duas vezes à Índia, a ultima como vice-rei.
Fig.10- Imagem de Vasco da Gama
http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/196824.html
D. Francisco de Almeida (Lisboa, 1450- Aguada de Saldanha, 1510)
Foi o primeiro vice-rei da Índia enviado para exercer o seu titulo em 1505 e
fidalgo da corte. Na viagem a Goa conquistou Mombaça e Quíloa.
Enfrentou poderosamente a armada do rei de Calecut, mas a presença turca só
foi eliminada quando vinga a morte de seu filho na esmagadora vitória em Diu (1509).
Fig.11- Imagem de D. Francisco de Almeida
http://www.pedroalmeidavieira.com/?p/785/3087/3833/D/3833/1723/
21
Para instaurar a religião católica foram feitas missões de missionação para
evangelizar a população das colonias conquistadas, no qual foram enviados
missionários como:
São Francisco de Xavier (Navarra, 7/4/1506- Sanchoão, 1552)
Foi um dos primeiros jesuítas enviados para o Oriente e ficou conhecido como
“O Apóstolo das Índias”. Cria a primeira diocese em 1533 quando chega a Goa e no
mesmo ano em Cochim, Etiópia e Malaca, em 1555 em Macau, em 1575 em Funai
(Japão) e em 1559 em Cangranor.
Morreu quando se preparava para o seu grande sonho, a evangelização da China.
Fig.13- Retrato de São Francisco de Xavier
http://diadossantoscatolicos.blogspot.com/2009/12/sao-francisco-xavier.html
Curiosidades
Moedas e artefactos portugueses com quase 500 anos vendidos em
Malaca:
Moedas, balas e artefactos religiosos portugueses com quase 500 anos estão a ser
desenterrados e vendidos em Malaca por negociantes de sucata a comerciantes de
Singapura, noticia hoje jornal The Star.
De acordo com a edição on-line do jornal, o achado foi posto a descoberto
durante um deslizamento de terras nas margens do Rio Malaca, em Maio, e entre os
artefactos mais valiosos conta-se uma bala de canhão, avaliada em 500 riggits malaios
(cerca de 120 euros).
22
Um negociante de sucata citado pelo jornal adiantou que o achado incluía peças
de porcelana chinesa e artefactos religiosos do Sultanato de Malaca, nomeadamente dos
períodos coloniais português, holandês e britânico.
«Também havia balas e canhões. Nos últimos dias, juntei-me a seis outros
negociantes para rastrear o rio à procura do tesouro», disse Rafi, 38 anos, acrescentando
que há muitos artefactos para recolher e que tem ganhado cerca de 1.000 riggits malaios
por dia (cerca de 220 euros) com a venda a comerciantes de Singapura.
O achado poderá ser resultado do naufrágio de navios de vários países, que
durante o período colonial português e holandês aportaram no Sultanato.
«A maioria dos objectos são da era portuguesa e, apesar de terem quase 500
anos, as moedas estão bem conservadas, com o cunho ainda visível», disse o
negociante.
De acordo com Rafi, as autoridades têm conhecimento do achado, mas ninguém
tentou impedir os negociantes de sucata de desenterrar os objectos.
«Sei que não devíamos vender os objectos, mas a oferta é demasiado tentadora»,
disse.
O presidente da Associação Euro-asiática Portuguesa, Michael Singho, lamentou
a ausência de esforços e mostrou-se disponível para comparar os artefactos e expô-los
na sede da associação em Ujong Pasir.
«Promoveremos uma angariação de fundos para conseguir recuperar os
objectos», adiantou.
O deputado do Turismo, Cultura e Património, Chua Kheng Hwa, disse, por seu
lado, que irá informar da descoberta o ministro chefe Datuk Mohd Ali Rustam.
«Os objectos devem ser entregues à autoridade dos museus, mas estas pessoas só
estão interessadas em fazer dinheiro rápido», lamentou.
(Documento- entrevista retirado de:
http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=28999)
23
Conclusão
Este trabalho correu bem. Tivemos acesso a muita informação tendo também
problemas com a selecção da mesma (visto que parte dela estava incorrecta) e com a
organização do projecto.
Tivemos ainda alguma dificuldade porque foi o primeiro trabalho feito no curso
de Ciências Socioeconómicas, mas pensamos adaptar-nos rapidamente pois temos
vários trabalhos de pesquisa pela frente.
24
Netografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoberta_do_caminho_mar%C3%ADtimo_para_
a_%C3%8Dndia
http://historiaoitavo.blogs.sapo.pt/17655.html
http://www.prof2000.pt/users/ruis/8%C2%BA_ano/crise_do_imperio_oriente.ht
m
http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=28999
http://hgpemppt.blogspot.com/2010/07/os-territorios-portugueses-em-africa-
na.html
Bibliografia
PINTO, Ana Fernandes - Grande História Universal, A Época dos
Descobrimentos. Alfragide: Ediclube
Diário de Notícias – Atlas Histórico. Lisboa: Promoway
NEVES, Pedro Almiro; PINTO, Ana Lídia e CARVALHO, Maria Manuela –
Cadernos de História B1. Porto: Porto Editora, 2008
CIRNE, Joana e HENRIQUES, Marília – Cadernos de História 8 – parte 1.
Porto: Areal Editores, 2008

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Resumo sobre a expansão marítima portuguesa
Resumo sobre a expansão marítima portuguesaResumo sobre a expansão marítima portuguesa
Resumo sobre a expansão marítima portuguesarosivaldo_f_moreira
 
Infante d henrique[1]
Infante d henrique[1]Infante d henrique[1]
Infante d henrique[1]Teresa
 
trabalho de história
trabalho de históriatrabalho de história
trabalho de históriaPauloNeto
 
O império português do Oriente
O império português do OrienteO império português do Oriente
O império português do OrienteSusana Simões
 
F1 o império português e a concorrência internacional
F1 o império português e a concorrência internacionalF1 o império português e a concorrência internacional
F1 o império português e a concorrência internacionalVítor Santos
 
23 os descobrimentos
23  os descobrimentos23  os descobrimentos
23 os descobrimentosCarla Freitas
 
Ascensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVII
Ascensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVIIAscensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVII
Ascensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVIIRainha Maga
 
Descobrimentos Portugueses
Descobrimentos PortuguesesDescobrimentos Portugueses
Descobrimentos PortuguesesJoão Fernandes
 
Portugal no século XV - Descobrimentos
Portugal no século XV - DescobrimentosPortugal no século XV - Descobrimentos
Portugal no século XV - Descobrimentos131121
 
A Crise Do Império Português
A Crise Do Império PortuguêsA Crise Do Império Português
A Crise Do Império PortuguêsCarlos Vieira
 
A Restauração Da Independência
A Restauração Da IndependênciaA Restauração Da Independência
A Restauração Da IndependênciaRui Neto
 
Expansão a partir de D. João II
Expansão a partir de D. João IIExpansão a partir de D. João II
Expansão a partir de D. João IILucilia Fonseca
 
29 crise, união ibérica, restauração
29   crise, união ibérica, restauração29   crise, união ibérica, restauração
29 crise, união ibérica, restauraçãoCarla Freitas
 
Descoberta e exploração da costa ocidental africana
Descoberta e exploração da costa ocidental africanaDescoberta e exploração da costa ocidental africana
Descoberta e exploração da costa ocidental africanaSusana Simões
 
As descobertas na costa africana
As descobertas na costa africanaAs descobertas na costa africana
As descobertas na costa africanaAna Batista
 
Séc. xii a xiv
Séc. xii a xivSéc. xii a xiv
Séc. xii a xivcattonia
 
Reconquista Cristã
Reconquista CristãReconquista Cristã
Reconquista Cristãcattonia
 
Os Descobrimentos Portugueses
Os Descobrimentos PortuguesesOs Descobrimentos Portugueses
Os Descobrimentos Portuguesesceliaricardo234
 

Mais procurados (20)

Resumo sobre a expansão marítima portuguesa
Resumo sobre a expansão marítima portuguesaResumo sobre a expansão marítima portuguesa
Resumo sobre a expansão marítima portuguesa
 
Infante d henrique[1]
Infante d henrique[1]Infante d henrique[1]
Infante d henrique[1]
 
trabalho de história
trabalho de históriatrabalho de história
trabalho de história
 
11 ha m4 u2 2
11 ha m4 u2 211 ha m4 u2 2
11 ha m4 u2 2
 
O império português do Oriente
O império português do OrienteO império português do Oriente
O império português do Oriente
 
F1 o império português e a concorrência internacional
F1 o império português e a concorrência internacionalF1 o império português e a concorrência internacional
F1 o império português e a concorrência internacional
 
23 os descobrimentos
23  os descobrimentos23  os descobrimentos
23 os descobrimentos
 
Ascensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVII
Ascensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVIIAscensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVII
Ascensão da europa de noroeste: os Países Baixos e a Inglaterra no século XVII
 
Descobrimentos Portugueses
Descobrimentos PortuguesesDescobrimentos Portugueses
Descobrimentos Portugueses
 
Portugal no século XV - Descobrimentos
Portugal no século XV - DescobrimentosPortugal no século XV - Descobrimentos
Portugal no século XV - Descobrimentos
 
A Crise Do Império Português
A Crise Do Império PortuguêsA Crise Do Império Português
A Crise Do Império Português
 
A Restauração Da Independência
A Restauração Da IndependênciaA Restauração Da Independência
A Restauração Da Independência
 
Expansão a partir de D. João II
Expansão a partir de D. João IIExpansão a partir de D. João II
Expansão a partir de D. João II
 
29 crise, união ibérica, restauração
29   crise, união ibérica, restauração29   crise, união ibérica, restauração
29 crise, união ibérica, restauração
 
Descoberta e exploração da costa ocidental africana
Descoberta e exploração da costa ocidental africanaDescoberta e exploração da costa ocidental africana
Descoberta e exploração da costa ocidental africana
 
11 ha m4 u3 1
11 ha m4 u3 111 ha m4 u3 1
11 ha m4 u3 1
 
As descobertas na costa africana
As descobertas na costa africanaAs descobertas na costa africana
As descobertas na costa africana
 
Séc. xii a xiv
Séc. xii a xivSéc. xii a xiv
Séc. xii a xiv
 
Reconquista Cristã
Reconquista CristãReconquista Cristã
Reconquista Cristã
 
Os Descobrimentos Portugueses
Os Descobrimentos PortuguesesOs Descobrimentos Portugueses
Os Descobrimentos Portugueses
 

Semelhante a Império Português do Oriente

286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdf
286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdf286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdf
286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdfDanielaPereira423586
 
O Expansionismo Europeu
O Expansionismo EuropeuO Expansionismo Europeu
O Expansionismo Europeupdalvares
 
13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeu
13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeu13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeu
13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeumantorrinhas
 
Unidade 1 o expansionismo europeu
Unidade 1 o expansionismo europeuUnidade 1 o expansionismo europeu
Unidade 1 o expansionismo europeuVítor Santos
 
E1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeuE1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeuVítor Santos
 
E1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeuE1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeuVítor Santos
 
Apresentação grandes navegações tmp
Apresentação grandes navegações tmpApresentação grandes navegações tmp
Apresentação grandes navegações tmpPéricles Penuel
 
Expansionismo europeu i
Expansionismo europeu iExpansionismo europeu i
Expansionismo europeu iTeresa Maia
 
expansionismo europeu
expansionismo europeuexpansionismo europeu
expansionismo europeuBeatriz Silva
 
O expansionismo europeu.pptx
O expansionismo europeu.pptxO expansionismo europeu.pptx
O expansionismo europeu.pptxssusera01edc
 
1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmos1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmoscattonia
 
Expansão marítima
Expansão marítimaExpansão marítima
Expansão marítimaNilton Sá
 
Expansaoportuguesa
ExpansaoportuguesaExpansaoportuguesa
ExpansaoportuguesaAna Matias
 
Plano grandes navegações tmp
Plano grandes navegações tmpPlano grandes navegações tmp
Plano grandes navegações tmpPéricles Penuel
 
Expansão marítima européia
Expansão marítima européiaExpansão marítima européia
Expansão marítima européiaedna2
 
Século XIV até século XVI
Século XIV até século XVISéculo XIV até século XVI
Século XIV até século XVICatarina Sequeira
 

Semelhante a Império Português do Oriente (20)

286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdf
286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdf286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdf
286811943-A-Expansao-Maritima-Portuguesa.pdf
 
O Expansionismo Europeu
O Expansionismo EuropeuO Expansionismo Europeu
O Expansionismo Europeu
 
13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeu
13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeu13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeu
13384 13376 HistóRia O Expansionismo Europeu
 
Unidade 1 o expansionismo europeu
Unidade 1 o expansionismo europeuUnidade 1 o expansionismo europeu
Unidade 1 o expansionismo europeu
 
E1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeuE1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeu
 
E1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeuE1 o expansionismo europeu
E1 o expansionismo europeu
 
Expansão Marítima Europeia
Expansão Marítima EuropeiaExpansão Marítima Europeia
Expansão Marítima Europeia
 
As Grandes Navegações
As Grandes NavegaçõesAs Grandes Navegações
As Grandes Navegações
 
Apresentação grandes navegações tmp
Apresentação grandes navegações tmpApresentação grandes navegações tmp
Apresentação grandes navegações tmp
 
As grandes navegações
As grandes navegaçõesAs grandes navegações
As grandes navegações
 
2 navegacoes
2 navegacoes2 navegacoes
2 navegacoes
 
Expansionismo europeu i
Expansionismo europeu iExpansionismo europeu i
Expansionismo europeu i
 
expansionismo europeu
expansionismo europeuexpansionismo europeu
expansionismo europeu
 
O expansionismo europeu.pptx
O expansionismo europeu.pptxO expansionismo europeu.pptx
O expansionismo europeu.pptx
 
1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmos1. uma europa a dois ritmos
1. uma europa a dois ritmos
 
Expansão marítima
Expansão marítimaExpansão marítima
Expansão marítima
 
Expansaoportuguesa
ExpansaoportuguesaExpansaoportuguesa
Expansaoportuguesa
 
Plano grandes navegações tmp
Plano grandes navegações tmpPlano grandes navegações tmp
Plano grandes navegações tmp
 
Expansão marítima européia
Expansão marítima européiaExpansão marítima européia
Expansão marítima européia
 
Século XIV até século XVI
Século XIV até século XVISéculo XIV até século XVI
Século XIV até século XVI
 

Império Português do Oriente

  • 1. Império Português do Oriente Cascais, Outubro de 2011
  • 2. Índice Introdução…………………………………………………………………………..........1 I- Antecedentes dos Descobrimentos….….……………………………..………………2 I.I– Condições para o inicio dos Descobrimentos Portugueses…….……...…….….2 I.II- Os Interesses dos Grupos Sociais…………….…………………..………….....3 II -Descobrimentos…….…………………………………………………………...…....4 II.I- Fase Inicial………………………………...…………………………....….…..4 II.II- O desejo do Oriente…………...…………………………………...……….…6 III- Oriente………….……………………………………………………………………7 III.I- Índia…………………………………………………………………………...7 III.II- Comércio com o Oriente ……..……..…………………………...……….......9 III.III- Terras portuguesas no Oriente……….……………………………………..11 IV- Decadência do Oriente………………………………………………………….….18 V- Biografias e curiosidades……………………………………………………………20 Conclusão………………………………………………………………………………23 Netografia………………………………………………………………………………24 Bibliografia……………………………………………………………………………..24
  • 3. 1 Introdução O nosso trabalho é sobre o Império Português do Oriente no séc. XVI e XVII, tema escolhido pela professora com o objectivo de serem estudados os principais assuntos da História de Portugal nos séculos referidos. O trabalho foi feito através de pesquisas na internet e em livros, com base nas anotações e sugestões dados pela professora. Está dividido em 5 capítulos. O primeiro é sobre os antecedentes dos Descobrimentos, tendo como subtítulos as condições de Portugal para investir na exploração de outros territórios, bem como os interesses dos grupos sociais. O segundo é sobre os próprios descobrimentos, falando nas datas das descobertas, reis responsáveis e os interesses de Portugal no Oriente. O terceiro refere-se aos territórios no Oriente, falando na descoberta e organização da Índia, as terras conquistadas no Oriente e o comércio com os novos territórios. O quarto é sobre a crise e decadência do Império Oriental. Por último, o quinto capítulo fala de recentes curiosidades e de nobres personalidades que contribuíram nas conquistas e formação do Império no Oriente, bem como na sua governação e missionação.
  • 4. 2 I- Antecedentes dos Descobrimentos I.I- Condições para o inicio dos Descobrimentos Portugueses Fig. 1- Imagem de uma Caravela Portuguesa (http://pt.wikipedia.org/wiki/Caravela)  Condições geográficas: Portugal situa-se no extremo ocidente da Europa, relativamente perto do Norte de África e, na sua extensa costa marítima, existem excelentes portos naturais. Uma das principais rotas do comércio entre o Mediterrâneo e a Europa do Norte passava pela costa portuguesa obrigando os barcos a fazer escala na cidade de Lisboa;  Condições históricas: Após a Revolução de 1385/85, o país entrou num período de relativa paz o que possibilitou estabilizar as novas estruturas sociais e os novos quadros dirigentes saídos do apoio ao Mestre de Avis. Por outro lado, desde o reinado de D. Dinis que os monarcas portugueses apoiavam a construção naval e as actividades marítimas piscatórias e comerciais;  Condições técnicas, científicas e tradição marítima: Durante vários séculos cruzaram-se, em Portugal, diferentes culturas e povos (sábios muçulmanos, judeus e experientes marinheiros das cidades italianas e da Catalunha), que foram deixando a sua contribuição em conhecimentos e técnicas de navegação, como a bússola, o astrolábio, o quadrante e os portulanos. Um dos principais investimentos realizados pela Coroa foi a caravela de vela triangular (Fig.1), que permitia bolinar, ou seja, navegar contra ventos contrários. Por essa razão, no século XIV, já eram conhecidos, no país, diversos instrumentos. As naus utilizadas, transportavam cargas com cerca de 500 toneladas (o que viriam a dar jeito no transporte de especiarias).
  • 5. 3 I.II- Os Interesses dos Grupos Sociais Depois de assinar a paz com Castela em 1411, Portugal pôde finalmente virar-se para os problemas sociais e económicos. O país desejava superar a crise do século anterior, mas faltavam metais preciosos, cereais, matérias-primas e mão-de-obra. Perante as dificuldades, cada grupo social encarava a expansão territorial como uma solução para os seus problemas, de tal modo que ninguém ficou indiferente a estes planos:  A Burguesia e parte da Nobreza pretendiam ter acesso às regiões produtoras de cereais, aos locais de origem do ouro africano, das especiarias, do açúcar, das plantas tintureiras e às fontes de abastecimento de escravos. A comunicação directa com os locais de procedência das mercadorias mais rentáveis do comércio europeu contribuiria para o alargamento dos mercados, para a comercialização dos novos produtos e para um aumento considerável dos lucros  À Nobreza, desocupada e ambiciosa, interessava a participação em novas acções e conquistas que lhe permitisse obter honras, cargos e aumentos e rendas e senhorios  A Igreja considerava um dever contribuir para a difusão da fé cristã, quer fosse pelo enfraquecimento dos Muçulmanos, ou pela Evangelização de outros povos.  O Povo via na expansão do território a esperança e oportunidade para melhorar as condições de vida, mais ou menos miseráveis, a que estava sujeito.  Para a Coroa portuguesa, aumentar o território era uma forma de obter informação e prestígio internacional para a nova dinastia de Avis. Simultaneamente, permitia-lhe resolver alguns problemas do país, provocados pela baixa demográfica e pelo período de guerra com Castela. Fig. 2- Tapeçaria Indiana do século XV (http://www.areliquia.com.br/143tapete.html)
  • 6. 4 II- Descobrimentos II.I- Fase inicial Vários acontecimentos antecederam a chegada dos Portugueses à Índia, principalmente no século XV. Com a conquista de Ceuta, abriram-se as portas para o Atlântico e a partir daí sucederam-se várias conquistas e muitas regiões foram dominadas pelo nosso país. Seguidamente apresentamos algumas datas de acontecimentos e respectivo monarca responsável, até à passagem do Cabo da Boa Esperança, antes chamado Cabo das Tormentas, devido ao imenso trabalho que nos deu a ultrapassar aquela área. Uma das principais figuras dos Descobrimentos foi o Infante D. Henrique (Fig.3) que coordenou as viagens até 1460. Fig.3- Imagem do Infante D. Henrique (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Henry_the_Navigator1.jpg) D. João I: Rei que começou as viagens no Norte de África. Responsável pela descoberta e conquista de Ceuta em 1415. D. Duarte: Governou entre 1433 e 1438 e inicia as descobertas na costa ocidental de África. Foi responsável pela descoberta de Porto Santo e Madeira (1419/20), passagem do Cabo Bojador e início da exploração na Costa africana (1434) e pela conquista de Tânger (1437).
  • 7. 5 D. Afonso V: Governou entre 1438 e 1481. Era conhecido como “O Africano” e manteve as descobertas no Norte de África e na Costa africana. Foi responsável pelas primeiras explorações ao golfo da Guiné (1446), a colonização das ilhas de Cabo Verde (1456) e o arrendamento da exploração da costa da Guiné pelo Infante D. Henrique a Fernão Gomes de 350 milhas por ano (1469). D. João II: Governou entre 1481 e 1495 e foi responsável pela assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1494, que decretava a divisão do mundo por meridianos. Portugal ficaria com o controlo dos territórios em África e na Ásia e os Castelhanos possuíam a América e a Oceânia- ainda não descoberta). Fez o projecto da viagem marítima à Índia, mas morreu antes de ver o seu sonho realizado. Foi responsável pela exploração do Rio Zaire (1483) e pela passagem do Cabo da Boa Esperança, antes conhecido por Cabo das Tormentas (1488). D. Manuel I:subiu inesperadamente ao trono em 1495 e governou até 1521 e é conhecido por “O Venturoso”. Prosseguiu as explorações portuguesas iniciadas pelos seus antecessores, o que levou à descoberta do caminho marítimo para a Índia, do Brasil e das ambicionadas "ilhas das especiarias", as Molucas. D. João III: governou entre 1521 e 1557 e era conhecido como ``O Piedoso´´. Adquiriu territórios como Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau. Fez importantes trocas comerciais com o Japão (descoberto pelos portugueses em 1543, o que permitiu uma boa relação com Nagasaki).
  • 8. 6 II.II- O desejo do Oriente Portugal estava bastante interessado no Oriente porque nomeadamente a Índia era conhecida como o maior mercado das rotas das especiarias, que através das rotas levantinas, chegavam aos ricos portos muçulmanos do Mediterrâneo. Porém, eram necessários inúmeros intermediários, por exemplo as caravanas, para transportarem as especiarias (em pequeno numero) do seu local de produção para as rotas marítimas no mar mediterrâneo (Ex: uma caravana transportava especiarias da Índia à Síria, onde as naus as transportariam para a Europa, através do Mediterrâneo). Por isso, havia também o grande desejo de uma nova travessia marítima que ligasse o Oriente com a Europa (Fig.4). Fig.4- Imagem das Rotas das Especiarias- a vermelho as terrestres e a azul as marítimas (http://pt.wikipedia.org/wiki/Rota_das_especiarias)
  • 9. 7 III- Oriente III.I- Índia Uma armada comandada por Vasco da Gama parte do porto de Lisboa a 8 de Julho de 1497 com destino à Índia. Segundo diários de bordo, depararam-se com variadas tribos do continente africano (perto da baia de Santa Helena) que se defendiam apenas com paus. Das muitas doenças que acompanhavam estas viagens, a primeira a aparecer em grande número foi o escorbuto quando passavam perto de Moçambique. A 20 de Maio de 1498, a frota chega a Calecute (Índia), ficando aberto o caminho comercial com o Oriente (Fig.5). Assim é realizado o sonho do rei D. João II. Foi uma viagem bastante perigosa de 10 meses, em que os ventos mudavam de 6 em 6 meses. Fig.5– imagem do caminho marítimo para a Índia (http://upload.wikimedia.org/wikipedia/comons/Caminho_maritimo_para_a_India.png) Para governar tão vasta área entregaram o seu domínio a vice-reis:  D. Francisco de Almeida foi o primeiro vice-rei da Índia (1505-1509). O objectivo de alargar o comércio português foi alcançado pelo estabelecimento de feitorias em Angediva, Cananor e Cochim. Os portugueses estabeleceram-se em Ceilão (“ilha da Canela”) a partir de qual se controlava a navegação para o golfo de Bengala e Malaca. D. Manuel tinha por hábito dizer “ enquanto no mar fordes poderoso tereis a Índia por vossa”.
  • 10. 8  Afonso de Albuquerque foi o segundo vice-rei da Índia (1509-1515) e alargou a presença portuguesa a todo o continente. Ficando conhecido como “o construtor” dos pilares portugueses na Índia. Pôs em prática uma política que ponderava a destruição do poderio muçulmano e para isso fortaleceu a presença portuguesa na Ásia, começando por conquistar os centros comerciais de maior importância estratégica. É neste contexto que se justificam as conquistas de Goa (1510), Malaca (1511) e a submissão de Ormuz (1515) sob o regime de protectorado, obrigando o rei local a reconhecer a soberania de Portugal e a pagar um tributo. Em 1530 Goa torna-se no centro administrativo e político do Estado da Índia. Apesar de inúmeras oposições que sofreu devido à sua política autoritária, à data da sua morte em 1515 o Estado da Índia apresentava em termos gerais uma configuração que se viria a manter até 1622 (data em que se perdeu Ormuz). Os sucessores de Afonso de Albuquerque limitaram-se a acrescentar o número de fortalezas sem alterações estratégicas.  Lopo Soares de Albergaria foi terceiro vice-rei da Índia foi nomeado por cedência de D. Manuel às pressões da Corte. Partidário da aula liberal e pouco interessado no projecto do monarca desenvolveu uma política oposta à de Afonso de Albuquerque. O seu governo permitiu a liberdade aos homens instalando a anarquia e a deserção dos soldados.  Diogo Lopes Sequeira foi o quarto vice-rei da Índia (1518-1521). Cumpriu as ordens do monarca e partiu em 1520 para o Mar Vermelho entrando em contacto com as autoridades etíopes. A alegria de D. Manuel foi tão grande que mandou escrever “A Carta d’el Rei Nosso Senhor do Presto João” tratando-se do primeiro documento referente à expansão portuguesa no Oriente.
  • 11. 9 III.II- Comércio com o Oriente As alianças comerciais e o estabelecimento dos portugueses na Índia foram muito difíceis por oposição dos hindus e muçulmanos e os conquistadores portugueses pensavam que a população era pouco desenvolvida como os africanos, enganando-se. As populações orientais eram difíceis de dominar, desenvolvidas e já utilizavam a Pirâmide de Hierarquia. Só após vencidas essas resistências é que foi possível o controlo das terras e do comércio oriental. Para o comércio com o Oriente, os portugueses criaram 3 tipos de estabelecimentos comerciais:  Colónias de domínio directo dos portugueses, governadas por capitães- donatários dependentes do vice-rei. Estas colonias eram fortificadas e povoadas por colonos provenientes da Metrópole, territórios como Goa, Diu e Malaca. As mercadorias produzidas e transaccionadas pagavam direitos de alfândega ao rei de Portugal;  Protectorados governados por príncipes indígenas, aliados ou tributários do rei de Portugal, que possuía fortalezas, feitorias ou núcleos de população portuguesa, como em Cochim, Cananor e Ceilão. Os preços das mercadorias envolvidas no comércio eram fixados por contrato celebrado entre os produtores locais e os portugueses e os direitos de alfândega eram pagos aos soberanos locais;  Feitorias em territórios de países estrangeiros e destinadas a trocas comerciais, sendo o tipo de comércio mais simples e onde não se usava a violência (ao contrário dos outros dois). O sistema de exploração do Oriente foi de monopólio – régio/estatal. Todos os produtos do Oriente eram escoados para a Casa da Índia em Lisboa (criada em 1503 para administrar o comércio oriental), onde depois seriam vendidos para o resto do mundo. Funcionava como feitoria e esteve localizada no Paço da Ribeira ate 1755. Como a Coroa controlava o comércio do Oriente, possuía assim o poder politico e económico.
  • 12. 10 Foram instituídos casamentos mistos nas colónias orientais para que a população portuguesa se implantasse. Para transportar as especiarias do Oriente para a Europa, foram criadas duas rotas:  Rota do Cabo: fazia a ligação entre a Europa e a Ásia por mar e os navios transportavam especiarias (Fig.6) e mercadorias de luxo;  Rotas do Extremo – Oriente: faziam o contacto com o extremo oriente (Índia, China e Japão) A Europa exportava para a Ásia: prata, ouro, cobre e chumbo A Europa importava da Ásia: especiarias (pimenta, noz-moscada, mirra, incenso, gengibre, cubebas, cravo, cânfora, canela, benjoim, aloés e açafrão), móveis, sedas, perfumes, tapetes, pedras preciosas, chá, porcelanas e madeira. Fig.6- Quadro com Especiarias - http://outrascomidas.blogspot.especiarias.html
  • 13. 11 III.III- Terras portuguesas no Oriente Amboina Ilha situada no Arquipélago das Molucas Foi descoberta em 1512 pelos portugueses António Abreu e Francisco Abreu. Em 1605 passou para o domínio dos neerlandeses aproveitando a decadência das forças portuguesas no Oriente a conquistaram sob o comando de Steven Van Der Hagen. Tidore Ilha situada no Arquipélago das Molucas. Fez parte do império português entre 1578 e 1605. Cochim É a maior cidade no estado de Kerala na Índia. Fez parte do Estado Português da Índia entre 1503 e 1663. O corpo de Vasco da Gama esteve enterrado nesta cidade durante muitos anos, na Igreja de São Francisco, até ser levado novamente para Portugal. Chaul Antigo território português entre 1521 e 1740. É cedida em 1740 aos indianos Marathas, mas acabou por ser abandonada. Calecute Cidade do estado de Kerala, na costa ocidental da Índia. O seu porto era o mais importante em toda a costa do Malabar. Lá aportaram os navegadores portugueses Vasco da Gama (1498) e Pedro Álvares Cabral (1500).
  • 14. 12 Após a tentativa falhada da criação de uma feitoria para o comércio por este último navegador, o Capitão Fernão Coutinho tentou conquistar a cidade em 1510, mas acabou novamente numa tentativa falhada. Só em 1513 Afonso de Albuquerque conseguiu estabelecer uma feitoria na cidade, onde mais tarde ergue a Fortaleza de Calecute que foi abandonada em 1525 graças a um deslocamento do eixo de comércio de especiarias para outros locais (ex: Diu). Baçaim Antigo porto no extremo sul de uma ilha, a cerca de 50Km de Bombaim, no estado de Maharashtra, no noroeste da Índia. Foi parte do Estado Português da Índia entre 1533 e 1739, quando foi reconquistada pelo Império Maratha. Constituiu-se numa das mais importantes praças-fortes portuguesas na região, chegando a rivalizar com Goa. Ceilão (actual Sri Lanka) Foi território de Portugal durante 153 anos. Foi o único caso em que os portugueses tentaram uma conquista territorial efectiva. Primeiramente os Portugueses assinaram um tratado com o reino de Cota. Entretanto a introdução do Cristianismo pelos Portugueses gerou atritos com o povo Cingalês. Ormuz Foi uma antiga cidade na ilha e estreito do mesmo nome, à entrada do Golfo Pérsico. Na sequência da expansão portuguesa na Índia, em Outubro de 1507, Afonso de Albuquerque atacou esta cidade, dominando-a, e quase conseguindo concluir a construção do Forte de Nossa Senhora da Vitória, se três capitães portugueses não tivessem saído da região. Em Janeiro de 1508 é forçado a abandonar a cidade. Malaca Em Abril de 1511, Afonso de Albuquerque ataca Malaca com uma força de cerca de 1 200 homens e 18 navios. Malaca tornou-se uma base estratégica para a expansão portuguesa nas Índias Orientais, subordinada ao Estado Português da Índia.
  • 15. 13 Para defender a cidade, os portugueses ergueram um forte (cuja porta, chamada "A Famosa", ainda existe). Em 1521 o Capitão Duarte Coelho Pereira construiu a igreja de Nossa Senhora do Monte. Malaca foi cedida aos britânicos pelo tratado Anglo-Neerlandês de 1824, em troca de Bencolen, em Sumatra. Cananor É uma cidade em Kerala que esteve na posse dos portugueses entre 1505 e 1663. Era um porto importante que tratava do comércio com a Pérsia e a Arábia e por isso, é construída uma fortaleza em 1505 situada a cerca de 3km da cidade. Cananor é conquistada em 1663 pelos holandeses. Ilha de Andegiva Esta ilha, de pequenas dimensões, na costa do Malabar, constituía-se num reduto de piratas muçulmanos. Quando as forças portuguesas ocuparam esta ilha a 13 de Setembro de 1505, os piratas dirigiram-se para regiões mais a sul. A ilha foi escolhida por D. Manuel I como local de construção de mais uma fortaleza. Em Setembro de 1506 esta fortaleza é desmontada, devido a um poderoso ataque de sessenta embarcações do senhor de Goa. Sião O reino do Sião era, à chegada dos primeiros portugueses ao sudeste-asiático, em 1511, a mais sólida entidade política e territorial da região. A capital do Sião (Ayuthaia), era em inícios do século XVI, uma das maiores cidades do mundo.
  • 16. 14 Diu Diu é uma cidade que fez parte do antigo Estado Português da Índia. Este território possui uma área de 40 km² e situa-se na península indiana de Guzerate e é composto pela ilha de Diu (separada da península pelo estreito rio Chassis). Diu era uma cidade de grande movimento comercial quando os portugueses chegaram à Índia. Em 1513, os portugueses tentaram estabelecer ali uma feitoria, mas as negociações não tiveram êxito. Em 1531 a tentativa de conquista levada a cabo por D. Nuno da Cunha também não foi bem-sucedida. No entanto, Diu veio a ser oferecida aos portugueses em 1535 como recompensa pela ajuda militar que estes deram durante vários anos ao Sultão. Arrependido da sua generosidade, Bahadur Xá pretendeu reaver Diu, mas foi vencido e morto pelos portugueses, seguindo-se um período de guerra entre estes e o povo do Guzerate que, em 1538, cercou esta cidade, no entanto os portugueses prevaleceram e o cerco foi levantado. Um segundo cerco será depois imposto a Diu, em 1546, saindo também vencedores os portugueses, comandados em terra por D. João de Mascarenhas e, no mar, por D. João de Castro. No entanto, nesta luta a vida de D. Fernando de Castro (filho do vice-rei português) foi retirada. Depois deste segundo cerco, Diu foi de tal modo fortificada que pôde resistir, mais tarde, aos ataques dos árabes de Mascate e dos holandeses (nos finais do século XVII). A partir do século XVIII, declinou a importância estratégica de Diu, que veio a ficar reduzida a museu ou marco histórico da sua grandeza comercial e estratégica de antigo palco das lutas entre as forças islâmicas do Oriente e as cristãs do Ocidente. No ano de 1961, Diu foi anexado à Índia, juntando-se assim a Damão que foi também anexado neste ano. Goa Goa foi uma região portuguesa na Índia. Esta cidade foi cobiçada por ser o melhor porto comercial daquela zona. A primeira investida portuguesa deu-se de 4 a 20 de Março de 1510. Nesse mesmo ano, numa segunda expedição, a 25 de Novembro, Afonso de Albuquerque, auxiliado por corsários provenientes daquele local, tomou Goa
  • 17. 15 aos árabes, que se renderam sem combate. Os governadores portugueses da cidade pretendiam que fosse uma extensão de Lisboa no Oriente. Para tal, criaram algumas instituições e foram construídas várias Igrejas para expandir o cristianismo e fortificações para a defender eventuais ataques externos. Apesar da chegada da Inquisição em 1560, muitos dos residentes locais terem sido violentamente convertidos ao Cristianismo e ameaçados com castigos ou confisco de terra, títulos ou propriedades, a maior parte das conversões foram voluntárias tendo muitos dos missionários que aí pregaram alcançado fama. Entre estes encontra-se São Francisco Xavier, que ficou conhecido como o "Apóstolo das Índias" por ter exercido a sua missionação não só em Goa (Fig.7), mas também noutros pontos da Índia, como também noutras regiões que não se encontravam sob o domínio português, tal como Uvari (outra região perto de Goa, também ela situada na Índia. A decadência do porto de Goa no século XVII foi consequência das derrotas militares sofridas pelos portugueses contra a Companhia Neerlandesa das Índias Orientais tornando o Brasil e, mais tarde, no século XIX, as colónias africanas, o sustento económico de Portugal. Houve dois curtos períodos de dominação britânica (1797 a 1798 e 1802 a 1813) e poucas outras ameaças externas após este período. No entanto, os Portugueses só perderam Goa em 1974, resultado do 25 de Abril. Fig. 7- Mapa de Goa - http://pt.wikipedia.org/wiki/Punjab_(%C3%8Dndia) Damão Esta cidade tem apenas 72 km² e foi a sede do Estado Português da Índia. Fica situado no Golfo da Cambaia e o primeiro contacto com os Portugueses deu-se em 1523, quando os navios de Diogo Melo chegaram à região. Em 1534, o vice-
  • 18. 16 Rei D. Nuno da Cunha enviou António Silveira arrasar os estaleiros e as demais instalações necessárias ao apetrechamento das frotas islâmicas que vinham dar combate às armadas portuguesas. No entanto, só em 1559 viria a ser definitivamente tomada a cidade de Damão, pelo Vice-rei D. Constantino de Bragança. A 18 de Dezembro de 1961 Damão (Fig.8) foi invadido e ocupado pelas tropas da União Indiana e incorporado no actual território da Índia. Fig.8- Mapa de Damão e Diu - http://pt.wikipedia.org/wiki/Dam%C3%A3o Macau Só em 1557 é que a autorização para o estabelecimento dos portugueses em Macau foi autorizada, pois Portugal tinha-se instalado ilegal e provisoriamente entre 1553 1554 com a desculpa de secar a sua carga. Ora esta autorização onde era concedido a Portugal um certo grau de autogovernacão tinha também certos “contras” entre eles o pagamento do aluguer anual e certos impostos, pois havia certas autoridades que defendiam que Macau ainda fazia parte do território do Império Chinês. Até meados do século XIX as autoridades chinesas tiveram um supervisionamento dos portugueses, exercendo uma grande influência na administração deste entreposto comercial, pois estas tinham medo e desprezo pelos estrangeiros. Desde então desenvolveu-se como intermediário no comércio triangular (China, Japão, Europa), numa época em que as autoridades chinesas tinham proibido o comércio com o Japão por mais de 100 anos. Isto fez com que Macau se tornasse numa grande cidade comercial e ajudando-a a atingir o seu auge nos finais do século XVI e no inicio do século XVII.
  • 19. 17 Para além de ser um entreposto comercial, esta desempenhou papeis activos e fulcrais na disseminação do Catolicismo. Foi em 1583 criado o Leal Senado, sede e símbolo do poder e do governo local, pelos moradores portugueses, mais precisamente pelos comerciantes de Macau. Este organismo político também considerado como primeira municipal de Macau, foi criada com o objectivo de proteger o comércio controlado por Macau, de estabelecer ordem e segurança na cidade e resolver alguns problemas quotidianos. Já com o governo português implantado desde 1623, o Leal Senado manteve uma grande autonomia e exerceu um papel fundamental na administração da cidade até metade do XIX. Devido á sua prosperidade, Macau foi várias vezes atacada pelos Holandeses ao longo da primeira metade do século XVII, na tentativa de conquista. Em 1638-1639 a economia de Macau entrou rapidamente em declínio pois o comércio português com o Japão foi interrompido devido às politicas japonesas. Curiosidades de Macau: O ataque mais importante teve início em 22 de Junho de 1622, quando cerca de 800 soldados holandeses desembarcaram, numa tentativa de conquistar a cidade. Após dois dias de combate, em 24 de Junho,[2] os invasores foram derrotados, sofrendo elevadas baixas (cerca de 350 mortes) e conseguindo abater apenas algumas dezenas de portugueses. Para Macau, desprevenida, esta vitória foi considerada um milagre.
  • 20. 18 IV- Decadência do Oriente Nos meados do século XVI, o Império Português no Oriente começou a entrar em crise, esta reflectia-se na redução da quantidade de navios que saiam para a Índia e do volume das especiarias vindas pela rota do Cabo. Graças a esta crise, D. João III mandou encerrar a feitoria de Antuérpia. Em 1570 a crise agravou-se, devido a:  Reanimação das rotas do Levante pelos Turcos e Árabes, que tinham decaído com a criação da rota do Cabo que era apenas controlada por Portugal;  Prática de monopólio régio do comércio das especiarias mais lucrativas, impedindo os particulares de participarem nesse comércio;  Elevadas despesas da coroa com a manutenção do Império, que muitas vezes ultrapassava as receitas;  Desvio dos lucros obtidos no comércio para despesas de luxo e compra de terras e casas, deixando de se investir no desenvolvimento da agricultura e da indústria;  Aumento do número de naufrágios graças ao excesso de carga, fracos conhecimentos náuticos dos comandantes e frequentes ataques de piratas e corsários;  Concorrência com os Holandeses, Ingleses e Franceses, que disputavam entre si o domínio ultramarino e o controlo do comércio. Fig.9- Gráfico da Chegada de pimenta a Lisboa (http://historiaoitavo.blogs.sapo.pt/17655.html)
  • 21. 19 O reinado de D. João III ficou marcado pela ``viragem atlântica´´ dos descobrimentos. O primeiro momento do seu governo foi a disputa do domínio das Molucas entre Portugal e Espanha, que só terminou nas negociações de Elvas-Badajoz (1524) onde se definiu as áreas de intervenção de cada uma das coroas, o que ficou definido em 1529, quando D. João III comprou a Carlos V a exclusividade. As ameaças surgem quando reagiram a presença portuguesa procurando expulsa-la dos portos do Norte da Índia, Ceilão, Bengala, Pegu e Samatra. É também a partir deste momento que se realizam os primeiros cercos às fortalezas portuguesas em 1538 e 1546 e em Malaca em 1537, 1568, 1573 e 1575. No momento em que o império do Oriente começa a exibir fragilidades, a exploração do Brasil começa a dar frutos, assim começando a ‘’viragem atlântica’’.
  • 22. 20 V- Biografias e curiosidades Vasco da Gama (Sines, 1468- Cochim, 25/12/1524) Foi capitão da frota saída de Lisboa a 8 de Julho de 1497 e descobriu o caminho marítimo para a Índia a 20 de Maio de 1498, aportando em Calecute, alterando por completo a forma como eram feitas as trocas comerciais até então e o modo como se relacionavam com as outras culturas. No seu regresso, foi agraciado por palmas e títulos, voltando duas vezes à Índia, a ultima como vice-rei. Fig.10- Imagem de Vasco da Gama http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/196824.html D. Francisco de Almeida (Lisboa, 1450- Aguada de Saldanha, 1510) Foi o primeiro vice-rei da Índia enviado para exercer o seu titulo em 1505 e fidalgo da corte. Na viagem a Goa conquistou Mombaça e Quíloa. Enfrentou poderosamente a armada do rei de Calecut, mas a presença turca só foi eliminada quando vinga a morte de seu filho na esmagadora vitória em Diu (1509). Fig.11- Imagem de D. Francisco de Almeida http://www.pedroalmeidavieira.com/?p/785/3087/3833/D/3833/1723/
  • 23. 21 Para instaurar a religião católica foram feitas missões de missionação para evangelizar a população das colonias conquistadas, no qual foram enviados missionários como: São Francisco de Xavier (Navarra, 7/4/1506- Sanchoão, 1552) Foi um dos primeiros jesuítas enviados para o Oriente e ficou conhecido como “O Apóstolo das Índias”. Cria a primeira diocese em 1533 quando chega a Goa e no mesmo ano em Cochim, Etiópia e Malaca, em 1555 em Macau, em 1575 em Funai (Japão) e em 1559 em Cangranor. Morreu quando se preparava para o seu grande sonho, a evangelização da China. Fig.13- Retrato de São Francisco de Xavier http://diadossantoscatolicos.blogspot.com/2009/12/sao-francisco-xavier.html Curiosidades Moedas e artefactos portugueses com quase 500 anos vendidos em Malaca: Moedas, balas e artefactos religiosos portugueses com quase 500 anos estão a ser desenterrados e vendidos em Malaca por negociantes de sucata a comerciantes de Singapura, noticia hoje jornal The Star. De acordo com a edição on-line do jornal, o achado foi posto a descoberto durante um deslizamento de terras nas margens do Rio Malaca, em Maio, e entre os artefactos mais valiosos conta-se uma bala de canhão, avaliada em 500 riggits malaios (cerca de 120 euros).
  • 24. 22 Um negociante de sucata citado pelo jornal adiantou que o achado incluía peças de porcelana chinesa e artefactos religiosos do Sultanato de Malaca, nomeadamente dos períodos coloniais português, holandês e britânico. «Também havia balas e canhões. Nos últimos dias, juntei-me a seis outros negociantes para rastrear o rio à procura do tesouro», disse Rafi, 38 anos, acrescentando que há muitos artefactos para recolher e que tem ganhado cerca de 1.000 riggits malaios por dia (cerca de 220 euros) com a venda a comerciantes de Singapura. O achado poderá ser resultado do naufrágio de navios de vários países, que durante o período colonial português e holandês aportaram no Sultanato. «A maioria dos objectos são da era portuguesa e, apesar de terem quase 500 anos, as moedas estão bem conservadas, com o cunho ainda visível», disse o negociante. De acordo com Rafi, as autoridades têm conhecimento do achado, mas ninguém tentou impedir os negociantes de sucata de desenterrar os objectos. «Sei que não devíamos vender os objectos, mas a oferta é demasiado tentadora», disse. O presidente da Associação Euro-asiática Portuguesa, Michael Singho, lamentou a ausência de esforços e mostrou-se disponível para comparar os artefactos e expô-los na sede da associação em Ujong Pasir. «Promoveremos uma angariação de fundos para conseguir recuperar os objectos», adiantou. O deputado do Turismo, Cultura e Património, Chua Kheng Hwa, disse, por seu lado, que irá informar da descoberta o ministro chefe Datuk Mohd Ali Rustam. «Os objectos devem ser entregues à autoridade dos museus, mas estas pessoas só estão interessadas em fazer dinheiro rápido», lamentou. (Documento- entrevista retirado de: http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=28999)
  • 25. 23 Conclusão Este trabalho correu bem. Tivemos acesso a muita informação tendo também problemas com a selecção da mesma (visto que parte dela estava incorrecta) e com a organização do projecto. Tivemos ainda alguma dificuldade porque foi o primeiro trabalho feito no curso de Ciências Socioeconómicas, mas pensamos adaptar-nos rapidamente pois temos vários trabalhos de pesquisa pela frente.
  • 26. 24 Netografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoberta_do_caminho_mar%C3%ADtimo_para_ a_%C3%8Dndia http://historiaoitavo.blogs.sapo.pt/17655.html http://www.prof2000.pt/users/ruis/8%C2%BA_ano/crise_do_imperio_oriente.ht m http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=28999 http://hgpemppt.blogspot.com/2010/07/os-territorios-portugueses-em-africa- na.html Bibliografia PINTO, Ana Fernandes - Grande História Universal, A Época dos Descobrimentos. Alfragide: Ediclube Diário de Notícias – Atlas Histórico. Lisboa: Promoway NEVES, Pedro Almiro; PINTO, Ana Lídia e CARVALHO, Maria Manuela – Cadernos de História B1. Porto: Porto Editora, 2008 CIRNE, Joana e HENRIQUES, Marília – Cadernos de História 8 – parte 1. Porto: Areal Editores, 2008