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Mitologia
guia ilustrado zahar
PHILIP WILKINSON
& NEIL PHILIP
Tradução:
Áurea Akemi
Revisão técnica:
Miriam Sutter
Professora de Letras Clássicas, Depto. de Letras, PUC-Rio
2ª edição
“ENQUANTO PAN GU DORMIA,
SEU CORPO SE TRANSFORMOU EM
MONTANHAS E SEU SANGUE, EM RIOS.”
Mito chinês: a criação de Pan Gu e Nü Wa
“ELES REMARAM DE VOLTA
AO OCEANO PROFUNDO E
NUNCA MAIS FORAM VISTOS.”
Mito irlandês: a viagem de Brân
Editora-Executiva: Debra Wolter • Editora-Executiva
de Arte: Karen Self • Gerente de Produção: Inderjit
Bhullar • Composição eletrônica: John Goldsmid •
Diretor de Arte: Bryn Walls • Diretor Editorial:
Jonathan Metcalf
Produzido para DK por
Editores: Marek Walisiewicz, Kati Dye, Louise Abbott,
Jamie Dickson, Sarah Tomley • Editores de Arte:
Paul Reid, Lloyd Tilbury, Pia Ingham,
Claire Oldman,Annika Skoog
Título original:
Eyewitness Companions: Mythology
Copyright © 2007, Dorling Kindersley Limited
Copyright do texto © 2007, Philip Wilkinson e Neil Philip
Copyright da edição brasileira © 2009:
Jorge Zahar Editor Ltda.
rua México 31 sobreloja
20031-144 Rio de Janeiro, RJ
tel.: (21) 2108-0808 / fax: (21) 2108-0800
e-mail: jze@zahar.com.br
site: www.zahar.com.br
Edição anterior: 2009
Todos os direitos reservados.
A reprodução não-autorizada desta publicação,
no todo ou em parte, constitui violação de
direitos autorais. (Lei 9.610/98)
Copidesque: Mariana Arcuri e Clarice Zahar
Composição eletrônica: Susan Johnson
Reprodução em cores: GRB, Itália
Impresso e encadernado na China por
Leo Paper Products
Um livro Dorling Kindersley
www.dk.com
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
	 Wilkinson, Philip, 1955-
W676g		 Guia ilustrado Zahar: mitologia/Philip Wilkinson &
	 Neil Philip; tradução Áurea Akemi; revisão técnica Miriam	
	 Sutter. - 2ª ed - Rio de Janeiro:Jorge Zahar Ed., 2010.
		 il. color.
		 Tradução de: Eyewitness companions: mythology
		 ISBN 978-85-378-0135-2
		 1. Mitologia. I. Philip, Neil. II.Título. III.Título:
	 Mitologia.
09-0827.				 CDD: 292
				 CDU: 255
SUMÁRIO
32
O MUNDO
CLÁSSICO
96
EUROPA
136
ÁSIA
190
AMÉRICAS
222
ÁFRICA
Prefácio 10
12
INTRODUÇÃO
À MITOLOGIA
O que é o mito? 14
Mitos em contexto 16
No princípio 18
O cosmo 20
Os primeiros seres 22
Heróis e trapaceiros 24
O grande dilúvio 26
A morte e o além 28
O fim
do mundo 30
264
QUEM É QUEM
NA MITOLOGIA
Criadores e
altas divindades 268
Deusas-mães e
divindades da Terra 286
Deuses do mar, do céu
e do cosmo 292
Divindades dos animais
e da caça 300
Divindades da fertilidade
e da agricultura 306
Divindades do amor,
do nascimento
e do lar 312
Divindades do destino
e da sorte 318
Divindades trapaceiras 324
Deuses da guerra 330
Divindades do
Mundo Subterrâneo 338
Índice remissivo 344
Agradecimentos 351
244
OCEANIA
aos mitos clássicos greco-
romanos. Complemen-
tando este Quem é
quem na mitologia, há
uma série de breves
biografias de
deuses e deusas,
detalhando suas
origens, personali-
dades e feitos.
ORIGEM DAS
HISTÓRIAs
O relato dos mitos
neste livro origina-se
de duas fontes distintas. Em alguns
casos, os escritores antigos legaram
narrativas sobre os mitos de seus
povos, e esses textos fornecem
informações sobre culturas como a
da Grécia clássica e a da Índia.
Quando não há textos antigos,
confiamos no trabalho de folcloris-
tas e antropólogos que visitaram as
localidades e registraram e estuda-
ram as histórias de sua tradição
oral. A maioria dos mitos da África,
América do Norte e Oceania nos foi
passada dessa forma.
Nas culturas do mundo
parece haver incontáveis
mitos e inúmeros
deuses. Dizem que
apenas os mitos
hindus da Índia
envolvem milhares
de divindades. Essa
variedade é fascinan-
te, e deu origem a
histórias que entretêm
diversas gerações e
inspiram artistas e
escritores há séculos,
sendo relevantes até
hoje. Muitas pessoas lêem os mitos
pela luz que eles lançam sobre a vida,
os relacionamentos e a forma como o
mundo evolui. Acima de tudo, eles
fornecem uma visão singular sobre
idéias, religiões, valores e a cultura
dos povos que inicialmente os
criaram. Compreender sua mitologia
é compreender o seu mundo.
ABORDAGEM BINÁRIA
Este é um guia para vários dos mais
interessantes e influentes mitos do
mundo. O corpo principal do livro
explora os mitos geograficamente,
com capítulos sobre a mitologia da
Europa à Oceania, além de um
capítulo dedicado especialmente
TODAS AS SOCIEDADES TÊM A SUA MITOLOGIA,
UM CONJUNTO DE HISTÓRIAS SAGRADAS SOBRE
OS DEUSES QUE VERSAM SOBRE O SIGNIFICADO
CÓSMICO, DESDE A CRIAÇÃO ATÉ O QUE OCORRE
APÓS A MORTE. AS PESSOAS REPETEM ESSAS
HISTÓRIAS HÁ MILHARES DE ANOS PARA MELHOR
COMPREENDER O MUNDO E SUAS PRÓPRIAS VIDAS.
10 PREFÁCIO
As mitologias emergem no santuário de tumbas do
rei Antíoco I na Turquia, onde enormes figuras de
pedra representam divindades gregas e persas.
Objetos preciosos, como o disco de
Hefesto da Era do Bronze em Creta,
permi­tem um vislumbre de civiliza-
ções antigas.
11PREFÁCIO
Zeus, filho de Cronos e Réia, tornou-se o rei dos
deuses após liderá-los, destronando os Titãs.
“Zeus” significa “céu” e, como o deus do céu, ele
controlava o tempo e usava os raios como arma.
Hera, a deusa do casamento e do nascimento, era
ao mesmo tempo sua esposa e irmã. No entanto,
Zeus teve muitas outras conquistas amorosas e, por
esse motivo, deixava Hera muito enciumada. O
deus teve amantes humanas e divinas.
ZEUS E MÉTIS
A primeira paixão de Zeus foi
pela ninfa do mar Métis
(“pensamento”) e, embora a
esperta ninfa tenha trocado de
forma várias vezes tentando
escapar dele, Zeus conseguiu
fazer amor com ela. Quando Métis
engra­vidou, Gaia, a deusa da Terra,
profetizou que ela inicialmente daria à
luz uma menina e depois um menino,
que se tornaria o regente do céu.
Temendo isso, Zeus engoliu Métis ainda
grávida, adquirindo portanto a sua sabe-
doria. A criança, a deusa Atená, nasceu
da cabeça de Zeus.
CONQUISTAS E CASAMENTO
Além de Métis, Zeus teve muitas
amantes deusas que lhe deram
filhos. Témis, uma titânida, deu
à luz as Horas e as Parcas; Euríno-
me, uma ninfa do mar, gerou as
Graças; e Mnemósina, outra titâ-
nida, foi a mãe das nove Musas.
Essas uniões passageiras foram
eclipsadas pelo longo relacionamento de
Zeus e Hera, com quem teve três filhos:
Ares, o deus da guerra; Hebe, que servia
os copos de néctar aos deuses; e Ilítia,
deusa do nascimento. Um quarto filho,
Hefesto, o “ferreiro coxo dos deuses”, é
atribuído a Hera apenas, embora alguns
digam que Zeus o concebeu secretamen-
te, tomando a forma de um cuco.
BRIGAS CONJUGAIS
Como é apropriado a um deus com
freqüência denominado “juntador de
nuvens”, o casamento de Zeus era tem-
pestuoso. Hera chegou a abandoná-lo
certa vez, mas Zeus a reconquistou com
um truque: encomendou a estátua de
uma mulher e a cobriu com o véu nup-
cial, para que parecesse real, e apresen-
tou-a como sua nova esposa. Hera ficou
O templo de Hera em Pesto, Itália, era destino da
peregrinação de casais sem filhos e local de ritos
de sacrifício celebrando o casamento.
ENREDO
O MUNDO CLÁSSICO42
ZEUS
p	 Amores dos deuses
n	 Grécia Antiga
D	Monte Olimpo; Grécia
OS AMORES DE ZEUS
w	Hesíodo, Teogonia; Apolodoro,
Biblioteca de mitologia
PERSONAGENS-CHAVE
zeus • rei dos deuses
hera • deusa, esposa e
irmã de Zeus
AMANTES DE ZEUS • várias
deusas, ninfas e mulheres
furiosa e correu até o local para atacar a
rival, mas, ao descobrir o engodo, sua
raiva se transformou em risadas. Em ou-
tra ocasião, quando Hera o desafiou, Zeus
a amarrou com correntes e a suspendeu
com bigornas penduradas nos pés.
ESPOSA CIUMENTA
O apetite sexual de Zeus provocava
ciúme descomunal em Hera, e ela per-
seguia suas amantes incansavelmente.
Quando a deusa Leto engravidou de
Apolo e Ártemis, Hera proibiu todas as
terras de abrigarem-na, e ela teve de
percorrer o mundo inteiro até achar a
ilha flutuante de Delos. Hera transfor-
mou Calisto e Io, também amantes de
Zeus, em urso e vaca, respectivamente.
UM MESTRE DO DISFARCE
Zeus mudava de forma para seduzir a
mulher que desejava. Com Alcmena
dormiu sob a forma de seu marido,
Anfitrião, gerando o herói
Héracles. Com Europa,
transformou-se num touro.
Quando Dânae foi
trancada numa câmara
de bronze, Zeus apareceu-
lhe como uma chuva de
ouro. Mas para seduzir
Sêmele ele simplesmente
se disfarçou de mortal.
LEDA E O CISNE
Leda era a bela esposa de Tíndaro, rei
de Esparta. Um dia, enquanto ela estava
deitada na beira de um rio, Zeus apare-
ceu-lhe sob a forma de um indefeso
cisne, que tentava escapar de uma águia
(ave-símbolo de Zeus). Leda apiedou-se
do cisne, abraçou-o, e Zeus então a to-
mou de surpresa. Assim, Leda tornou-se
a única mulher a pôr um ovo, do qual
nasceram a bela Helena (mais tarde acu-
sada de ser responsável pela queda de
Tróia) e os irmãos gêmeos Castor e
Pólux (p.89). No fim, as vidas trágicas de
seus filhos levaram Leda ao suicídio.
Os gregos acreditavam que três tríades,
filhas de Zeus, tinham grande impacto na
vida dos homens: as Queres controla-
vam o destino humano, ao fiar e
medir a linha da vida de cada
um e ao cortá-la na hora da
morte; as Graças inspiravam
a alegria da vida; e as Musas
comandavam a arte e a
criatividade humanas.
OS FILHOS DE ZEUS
Zeus engravidou a princesa grega Dânae sob a
forma de uma chuva de ouro. Dessa união nasceu
o herói grego Perseu.
As três Graças personificavam a
beleza, a graça e a generosidade.
O MUNDO CLÁSSICO78
OS DEUSES GREGOS E ROMANOS
especial, no caso
da Grécia.
JÚPITER, O DEUS
DO CÉU
Antes de Roma se tornar
poderosa, os etruscos
eram um dos mais
importantes povos itáli-
cos. Quando Roma os
conquistou, assimilou
alguns deuses (p.90-1),
atribuindo-lhes, por
vezes, qualidades dos
deuses gregos. Um bom
exemplo é o deus etrusco Tinia, o
deus do céu ou “do trovão”, renomea-
do como Diospiter, ou Júpiter (pai do
céu), pelos romanos e adorado como
o deus dos trovões. Após conquistar a
Grécia, os romanos deram-lhe atribu-
tos do deus grego do céu,
Zeus, e Júpiter tornou-
se o deus romano
supremo.
DEUSES COMPOSTOS
Ao conquistar novos ter-
ritórios, era do interesse
de Roma permitir que os
povos subjugados conti-
nuassem a adorar seus
próprios deuses, mas
criava uma versão roma-
na para eles – para enfa-
tizar que a raça conquis-
tada agora fazia parte do
Império Romano. Se
uma divindade local
tinha algo em comum
com um deus romano ou
itálico, os dois poderiam ser amalga-
mados sob o nome do deus romano.
Assim, as divindades romanas não só
tinham características dos primitivos
deuses itálicos, mas também podiam
adquirir atributos dos deuses de
povos conquistados, como o foi, em
Segundo a lenda, a cidade de Roma foi fundada em 753 a.C. e em
500 anos já controlava toda a Itália. Roma então voltou-se para além
de suas fronteiras, e no séc.II a.C. os romanos tinham conquistado
a maior parte da Europa, o leste do Mediterrâneo e o norte da
África. Conforme anexavam os estados, assimilavam parte das novas
culturas, inclusive histórias de várias mitologias.
Cupido ordena a Mercúrio,
o mensageiro, que anuncie
seu poder ao universo.
A Fontana de Trevi, em Roma,
inspirada no mítico palácio de
Netuno, deus romano do mar
(o grego Posídon).
O MUNDO CLÁSSICO 79
O TRIUNVIRATO GOVERNANTE
Por muitos anos, Roma foi governa-
da por um triunvirato (três mandan-
tes), e os romanos viam os deuses da
mesma forma. Depois de Júpiter,
havia duas deusas na hierarquia divi-
na, Juno e Minerva. Juno, irmã e
esposa de Júpiter, era a equivalente
romana da grega Hera. Ela era a
protetora das mulheres, a deusa do
casamento e do nascimento.
Minerva, originalmente a deusa
etrusca das artes, foi assimilada à
deusa grega Atená, tornando-se a
deusa da sabedoria, além de patrona
dos artistas e artesãos
OUTRAS ASSIMILAÇÕES
Os romanos assimilaram outras
divindades itálicas e gregas. Mercúrio,
um velho deus itálico, a divindade do
comércio e das finanças (seu nome
relaciona-se à palavra mercator,
mercador), foi identificado com o
grego Hermes. Diana, a deusa itálica
da caça, foi assimilada à grega
Ártemis, tornando-se uma das
divindades mais populares do
império. Alguns deuses romanos vêm
diretamente dos gregos, como Apolo,
que não tinha nenhum equivalente
itálico, mas conquistou inúmeros
seguidores entre os romanos.
Estes, porém, sempre
enfatizavam a superioridade
moral de seus próprios deuses
em relação aos pares gregos.
NOME ROMANO	 ATRIBUTO	 EQUIVALENTE GREGO
Esculápio	 deus da cura	 Asclépio
Apolo	 deus do Sol e das artes	 Apolo
Baco	 deus do vinho	 Dioniso
Ceres	 deusa da colheita	 Deméter
Cupido	 deus do amor	 Éros
Diana	 deusa da caça	 Ártemis
Juno 	 esposa de Júpiter	 Hera
Júpiter	 deus do céu; deus supremo	 Zeus
Marte	 deus da guerra	 Ares
Mercúrio	 deus das finanças; mensageiro	 Hermes
Minerva	 deusa da sabedoria	 Atená
Netuno	 deus do mar	 Posídon
Vênus	 deusa do amor	 Afrodite
Vesta 	 deusa da lareira	 Héstia
Vulcano	 deus do fogo	 Hefesto
OS CORREPONDENTES ROMANOS E GREGOS
árias culturas tinham
especial interesse na morte
e na passagem da alma
para o outro mundo. Seus mitos,
p.ex. os do Egito Antigo, apresen-
tam muitos deuses que presidem
os ritos funerários, interrogam a
alma sobre a vida na Terra e
admitem-na no reino dos mortos.
Os egípcios viam suas vidas
inteiras como preparação para este
processo; os chineses antigos
consideravam o outro mundo até
mesmo mais real que a nossa vida
mortal e passageira na Terra.
FIGURAS SOMBRIAS
O deus do Mundo Subterrâneo
geralmente era uma figura sombria
temida pelos homens. Hades, ao
contrário de outras
divindades gregas, nunca
era representado pelos
artistas: ele era invisível, o que
aumentava o terror e o mistério que
inspirava. Os romanos viam seu
equivalente Plutão como um rei
V
A idéia de Mundo Subterrâneo surgiu para explicar uma das
questões essenciais da existência: o que acontece quando
morremos? Na maioria das mitologias há um outro mundo,
como morada das almas dos mortos, com suas próprias
divindades – figuras sombrias que supervisionam nossa
passagem da vida para a morte e regem os que já partiram.
assistido em seu reino por
deidades como as Fúrias. Essa
tríade de deusas infligia os
tormentos a que eram
submetidos os que em vida
haviam cometido atos terríveis.
COMPANHEIROS
DESAGRADÁVEIS
Muitos mitos mencionam os desa-
gradáveis assistentes do soberano
do Mundo Subterrâneo. A en-
trada do Mundo Subterrâneo
clássico era guardada por Cérbero,
um cão de três cabeças. O rei celta
do mundo dos mortos, Arawn, era
seguido por um séquito de demô-
nios; e um bando de crianças
pavorosas, doenças e monstros
acompanhava Tuoni, soberano do
mundo do além finlandês.
As regiões dos mortos nos
mitos das civilizações
orientais também eram habitadas por
demônios. Embora esses mitos ajudem a
explicar o que pode acontecer após a vida
terrena, não fornecem muito consolo.
QUEM É QUEM NA MITOLOGIA338
DIVINDADES
DO MUNDO
SUBTERRÂNEO
Um gato mumificado do Egito
Antigo, envolto em bandagens
totalmente decoradas.
DIVINDADES DO MUNDO SUBTERRÂNEO 339
Hades
n	Grécia 	 v	 O outro Zeus, o Deus de Baixo, Plutão
O sinistro Hades, sombrio irmão de Zeus e Posídon, era o soberano do
Mundo Subterrâneo grego, reino das trevas e destino das almas segundo a
crença dos mortais. Muito temido, Hades celebrizou-se por raptar a jovem
que tomou por esposa, Perséfone (p.54).
A invisibilidade de Hades deve-se seja à
escuridão de seu reino, seja a seu
capacete, que tornava invisível quem o
usasse. Hades inspirava tal terror que
muitos nem ousavam pronunciar seu
nome: chamavam-no de “o outro Zeus”
ou simplesmente de “Senhor”. Diziam-
no indiferente a preces, mas seu caráter
Quando Hades raptou Perséfone, ele conduzia uma
carruagem dourada puxada por cavalos negros,
segundo Ovídio, poeta romano.
também tinha um lado positivo,
expresso em nomes alternativos, como
Plutão (“rico”) e Políxeno (“anfitrião de
muitos”). Sob essas formas, ele era
objeto de culto junto com Perséfone.
Hel
n	Nórdicos
Rainha do Mundo Subterrâneo, uma região (também conhecida como Hel)
que se encontrava perto da raiz da árvore do mundo Yggdrasil, na região
cósmica de Niflheim. A parte superior do corpo de Hel era viva e de cor normal,
mas a inferior era sombria e difícil de ser vista na escuridão em que ela vivia.
Hel, filha de Loki e da gigante
Angrboda, era uma deusa assustadora
e também triste, condenada por Odin
ao sombrio domínio que lhe coube
reger. Os nomes que designam sua
morada e seus pertences denotam seu
infeliz caráter: o nome de seu pavilhão
era Eliudnir (“Úmido”); o de sua
entrada, Fallanda Forad (“Pedra do
tropeço”); o do prato em sua mesa,
Hungr (“Fome”); o da faca, Sultr
(“Inanição”); e o de sua cama, Kör
(“Leito-do-doente”). Todos que
morressem de doença e velhice tinham
de cruzar um dos portais fortificados e
chegar a seu reino escuro e gelado. Lá
deviam permanecer junto à deusa até
Loki convocá-los para a batalha final,
Ragnarok – a que marcará o fim
do mundo.

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  • 1. Mitologia guia ilustrado zahar PHILIP WILKINSON & NEIL PHILIP Tradução: Áurea Akemi Revisão técnica: Miriam Sutter Professora de Letras Clássicas, Depto. de Letras, PUC-Rio 2ª edição
  • 2. “ENQUANTO PAN GU DORMIA, SEU CORPO SE TRANSFORMOU EM MONTANHAS E SEU SANGUE, EM RIOS.” Mito chinês: a criação de Pan Gu e Nü Wa
  • 3.
  • 4.
  • 5. “ELES REMARAM DE VOLTA AO OCEANO PROFUNDO E NUNCA MAIS FORAM VISTOS.” Mito irlandês: a viagem de Brân
  • 6.
  • 7.
  • 8. Editora-Executiva: Debra Wolter • Editora-Executiva de Arte: Karen Self • Gerente de Produção: Inderjit Bhullar • Composição eletrônica: John Goldsmid • Diretor de Arte: Bryn Walls • Diretor Editorial: Jonathan Metcalf Produzido para DK por Editores: Marek Walisiewicz, Kati Dye, Louise Abbott, Jamie Dickson, Sarah Tomley • Editores de Arte: Paul Reid, Lloyd Tilbury, Pia Ingham, Claire Oldman,Annika Skoog Título original: Eyewitness Companions: Mythology Copyright © 2007, Dorling Kindersley Limited Copyright do texto © 2007, Philip Wilkinson e Neil Philip Copyright da edição brasileira © 2009: Jorge Zahar Editor Ltda. rua México 31 sobreloja 20031-144 Rio de Janeiro, RJ tel.: (21) 2108-0808 / fax: (21) 2108-0800 e-mail: jze@zahar.com.br site: www.zahar.com.br Edição anterior: 2009 Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98) Copidesque: Mariana Arcuri e Clarice Zahar Composição eletrônica: Susan Johnson Reprodução em cores: GRB, Itália Impresso e encadernado na China por Leo Paper Products Um livro Dorling Kindersley www.dk.com CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Wilkinson, Philip, 1955- W676g Guia ilustrado Zahar: mitologia/Philip Wilkinson & Neil Philip; tradução Áurea Akemi; revisão técnica Miriam Sutter. - 2ª ed - Rio de Janeiro:Jorge Zahar Ed., 2010. il. color. Tradução de: Eyewitness companions: mythology ISBN 978-85-378-0135-2 1. Mitologia. I. Philip, Neil. II.Título. III.Título: Mitologia. 09-0827. CDD: 292 CDU: 255
  • 9. SUMÁRIO 32 O MUNDO CLÁSSICO 96 EUROPA 136 ÁSIA 190 AMÉRICAS 222 ÁFRICA Prefácio 10 12 INTRODUÇÃO À MITOLOGIA O que é o mito? 14 Mitos em contexto 16 No princípio 18 O cosmo 20 Os primeiros seres 22 Heróis e trapaceiros 24 O grande dilúvio 26 A morte e o além 28 O fim do mundo 30 264 QUEM É QUEM NA MITOLOGIA Criadores e altas divindades 268 Deusas-mães e divindades da Terra 286 Deuses do mar, do céu e do cosmo 292 Divindades dos animais e da caça 300 Divindades da fertilidade e da agricultura 306 Divindades do amor, do nascimento e do lar 312 Divindades do destino e da sorte 318 Divindades trapaceiras 324 Deuses da guerra 330 Divindades do Mundo Subterrâneo 338 Índice remissivo 344 Agradecimentos 351 244 OCEANIA
  • 10. aos mitos clássicos greco- romanos. Complemen- tando este Quem é quem na mitologia, há uma série de breves biografias de deuses e deusas, detalhando suas origens, personali- dades e feitos. ORIGEM DAS HISTÓRIAs O relato dos mitos neste livro origina-se de duas fontes distintas. Em alguns casos, os escritores antigos legaram narrativas sobre os mitos de seus povos, e esses textos fornecem informações sobre culturas como a da Grécia clássica e a da Índia. Quando não há textos antigos, confiamos no trabalho de folcloris- tas e antropólogos que visitaram as localidades e registraram e estuda- ram as histórias de sua tradição oral. A maioria dos mitos da África, América do Norte e Oceania nos foi passada dessa forma. Nas culturas do mundo parece haver incontáveis mitos e inúmeros deuses. Dizem que apenas os mitos hindus da Índia envolvem milhares de divindades. Essa variedade é fascinan- te, e deu origem a histórias que entretêm diversas gerações e inspiram artistas e escritores há séculos, sendo relevantes até hoje. Muitas pessoas lêem os mitos pela luz que eles lançam sobre a vida, os relacionamentos e a forma como o mundo evolui. Acima de tudo, eles fornecem uma visão singular sobre idéias, religiões, valores e a cultura dos povos que inicialmente os criaram. Compreender sua mitologia é compreender o seu mundo. ABORDAGEM BINÁRIA Este é um guia para vários dos mais interessantes e influentes mitos do mundo. O corpo principal do livro explora os mitos geograficamente, com capítulos sobre a mitologia da Europa à Oceania, além de um capítulo dedicado especialmente TODAS AS SOCIEDADES TÊM A SUA MITOLOGIA, UM CONJUNTO DE HISTÓRIAS SAGRADAS SOBRE OS DEUSES QUE VERSAM SOBRE O SIGNIFICADO CÓSMICO, DESDE A CRIAÇÃO ATÉ O QUE OCORRE APÓS A MORTE. AS PESSOAS REPETEM ESSAS HISTÓRIAS HÁ MILHARES DE ANOS PARA MELHOR COMPREENDER O MUNDO E SUAS PRÓPRIAS VIDAS. 10 PREFÁCIO As mitologias emergem no santuário de tumbas do rei Antíoco I na Turquia, onde enormes figuras de pedra representam divindades gregas e persas. Objetos preciosos, como o disco de Hefesto da Era do Bronze em Creta, permi­tem um vislumbre de civiliza- ções antigas.
  • 12. Zeus, filho de Cronos e Réia, tornou-se o rei dos deuses após liderá-los, destronando os Titãs. “Zeus” significa “céu” e, como o deus do céu, ele controlava o tempo e usava os raios como arma. Hera, a deusa do casamento e do nascimento, era ao mesmo tempo sua esposa e irmã. No entanto, Zeus teve muitas outras conquistas amorosas e, por esse motivo, deixava Hera muito enciumada. O deus teve amantes humanas e divinas. ZEUS E MÉTIS A primeira paixão de Zeus foi pela ninfa do mar Métis (“pensamento”) e, embora a esperta ninfa tenha trocado de forma várias vezes tentando escapar dele, Zeus conseguiu fazer amor com ela. Quando Métis engra­vidou, Gaia, a deusa da Terra, profetizou que ela inicialmente daria à luz uma menina e depois um menino, que se tornaria o regente do céu. Temendo isso, Zeus engoliu Métis ainda grávida, adquirindo portanto a sua sabe- doria. A criança, a deusa Atená, nasceu da cabeça de Zeus. CONQUISTAS E CASAMENTO Além de Métis, Zeus teve muitas amantes deusas que lhe deram filhos. Témis, uma titânida, deu à luz as Horas e as Parcas; Euríno- me, uma ninfa do mar, gerou as Graças; e Mnemósina, outra titâ- nida, foi a mãe das nove Musas. Essas uniões passageiras foram eclipsadas pelo longo relacionamento de Zeus e Hera, com quem teve três filhos: Ares, o deus da guerra; Hebe, que servia os copos de néctar aos deuses; e Ilítia, deusa do nascimento. Um quarto filho, Hefesto, o “ferreiro coxo dos deuses”, é atribuído a Hera apenas, embora alguns digam que Zeus o concebeu secretamen- te, tomando a forma de um cuco. BRIGAS CONJUGAIS Como é apropriado a um deus com freqüência denominado “juntador de nuvens”, o casamento de Zeus era tem- pestuoso. Hera chegou a abandoná-lo certa vez, mas Zeus a reconquistou com um truque: encomendou a estátua de uma mulher e a cobriu com o véu nup- cial, para que parecesse real, e apresen- tou-a como sua nova esposa. Hera ficou O templo de Hera em Pesto, Itália, era destino da peregrinação de casais sem filhos e local de ritos de sacrifício celebrando o casamento. ENREDO O MUNDO CLÁSSICO42 ZEUS p Amores dos deuses n Grécia Antiga D Monte Olimpo; Grécia OS AMORES DE ZEUS w Hesíodo, Teogonia; Apolodoro, Biblioteca de mitologia PERSONAGENS-CHAVE zeus • rei dos deuses hera • deusa, esposa e irmã de Zeus AMANTES DE ZEUS • várias deusas, ninfas e mulheres
  • 13. furiosa e correu até o local para atacar a rival, mas, ao descobrir o engodo, sua raiva se transformou em risadas. Em ou- tra ocasião, quando Hera o desafiou, Zeus a amarrou com correntes e a suspendeu com bigornas penduradas nos pés. ESPOSA CIUMENTA O apetite sexual de Zeus provocava ciúme descomunal em Hera, e ela per- seguia suas amantes incansavelmente. Quando a deusa Leto engravidou de Apolo e Ártemis, Hera proibiu todas as terras de abrigarem-na, e ela teve de percorrer o mundo inteiro até achar a ilha flutuante de Delos. Hera transfor- mou Calisto e Io, também amantes de Zeus, em urso e vaca, respectivamente. UM MESTRE DO DISFARCE Zeus mudava de forma para seduzir a mulher que desejava. Com Alcmena dormiu sob a forma de seu marido, Anfitrião, gerando o herói Héracles. Com Europa, transformou-se num touro. Quando Dânae foi trancada numa câmara de bronze, Zeus apareceu- lhe como uma chuva de ouro. Mas para seduzir Sêmele ele simplesmente se disfarçou de mortal. LEDA E O CISNE Leda era a bela esposa de Tíndaro, rei de Esparta. Um dia, enquanto ela estava deitada na beira de um rio, Zeus apare- ceu-lhe sob a forma de um indefeso cisne, que tentava escapar de uma águia (ave-símbolo de Zeus). Leda apiedou-se do cisne, abraçou-o, e Zeus então a to- mou de surpresa. Assim, Leda tornou-se a única mulher a pôr um ovo, do qual nasceram a bela Helena (mais tarde acu- sada de ser responsável pela queda de Tróia) e os irmãos gêmeos Castor e Pólux (p.89). No fim, as vidas trágicas de seus filhos levaram Leda ao suicídio. Os gregos acreditavam que três tríades, filhas de Zeus, tinham grande impacto na vida dos homens: as Queres controla- vam o destino humano, ao fiar e medir a linha da vida de cada um e ao cortá-la na hora da morte; as Graças inspiravam a alegria da vida; e as Musas comandavam a arte e a criatividade humanas. OS FILHOS DE ZEUS Zeus engravidou a princesa grega Dânae sob a forma de uma chuva de ouro. Dessa união nasceu o herói grego Perseu. As três Graças personificavam a beleza, a graça e a generosidade.
  • 14. O MUNDO CLÁSSICO78 OS DEUSES GREGOS E ROMANOS especial, no caso da Grécia. JÚPITER, O DEUS DO CÉU Antes de Roma se tornar poderosa, os etruscos eram um dos mais importantes povos itáli- cos. Quando Roma os conquistou, assimilou alguns deuses (p.90-1), atribuindo-lhes, por vezes, qualidades dos deuses gregos. Um bom exemplo é o deus etrusco Tinia, o deus do céu ou “do trovão”, renomea- do como Diospiter, ou Júpiter (pai do céu), pelos romanos e adorado como o deus dos trovões. Após conquistar a Grécia, os romanos deram-lhe atribu- tos do deus grego do céu, Zeus, e Júpiter tornou- se o deus romano supremo. DEUSES COMPOSTOS Ao conquistar novos ter- ritórios, era do interesse de Roma permitir que os povos subjugados conti- nuassem a adorar seus próprios deuses, mas criava uma versão roma- na para eles – para enfa- tizar que a raça conquis- tada agora fazia parte do Império Romano. Se uma divindade local tinha algo em comum com um deus romano ou itálico, os dois poderiam ser amalga- mados sob o nome do deus romano. Assim, as divindades romanas não só tinham características dos primitivos deuses itálicos, mas também podiam adquirir atributos dos deuses de povos conquistados, como o foi, em Segundo a lenda, a cidade de Roma foi fundada em 753 a.C. e em 500 anos já controlava toda a Itália. Roma então voltou-se para além de suas fronteiras, e no séc.II a.C. os romanos tinham conquistado a maior parte da Europa, o leste do Mediterrâneo e o norte da África. Conforme anexavam os estados, assimilavam parte das novas culturas, inclusive histórias de várias mitologias. Cupido ordena a Mercúrio, o mensageiro, que anuncie seu poder ao universo. A Fontana de Trevi, em Roma, inspirada no mítico palácio de Netuno, deus romano do mar (o grego Posídon).
  • 15. O MUNDO CLÁSSICO 79 O TRIUNVIRATO GOVERNANTE Por muitos anos, Roma foi governa- da por um triunvirato (três mandan- tes), e os romanos viam os deuses da mesma forma. Depois de Júpiter, havia duas deusas na hierarquia divi- na, Juno e Minerva. Juno, irmã e esposa de Júpiter, era a equivalente romana da grega Hera. Ela era a protetora das mulheres, a deusa do casamento e do nascimento. Minerva, originalmente a deusa etrusca das artes, foi assimilada à deusa grega Atená, tornando-se a deusa da sabedoria, além de patrona dos artistas e artesãos OUTRAS ASSIMILAÇÕES Os romanos assimilaram outras divindades itálicas e gregas. Mercúrio, um velho deus itálico, a divindade do comércio e das finanças (seu nome relaciona-se à palavra mercator, mercador), foi identificado com o grego Hermes. Diana, a deusa itálica da caça, foi assimilada à grega Ártemis, tornando-se uma das divindades mais populares do império. Alguns deuses romanos vêm diretamente dos gregos, como Apolo, que não tinha nenhum equivalente itálico, mas conquistou inúmeros seguidores entre os romanos. Estes, porém, sempre enfatizavam a superioridade moral de seus próprios deuses em relação aos pares gregos. NOME ROMANO ATRIBUTO EQUIVALENTE GREGO Esculápio deus da cura Asclépio Apolo deus do Sol e das artes Apolo Baco deus do vinho Dioniso Ceres deusa da colheita Deméter Cupido deus do amor Éros Diana deusa da caça Ártemis Juno esposa de Júpiter Hera Júpiter deus do céu; deus supremo Zeus Marte deus da guerra Ares Mercúrio deus das finanças; mensageiro Hermes Minerva deusa da sabedoria Atená Netuno deus do mar Posídon Vênus deusa do amor Afrodite Vesta deusa da lareira Héstia Vulcano deus do fogo Hefesto OS CORREPONDENTES ROMANOS E GREGOS
  • 16. árias culturas tinham especial interesse na morte e na passagem da alma para o outro mundo. Seus mitos, p.ex. os do Egito Antigo, apresen- tam muitos deuses que presidem os ritos funerários, interrogam a alma sobre a vida na Terra e admitem-na no reino dos mortos. Os egípcios viam suas vidas inteiras como preparação para este processo; os chineses antigos consideravam o outro mundo até mesmo mais real que a nossa vida mortal e passageira na Terra. FIGURAS SOMBRIAS O deus do Mundo Subterrâneo geralmente era uma figura sombria temida pelos homens. Hades, ao contrário de outras divindades gregas, nunca era representado pelos artistas: ele era invisível, o que aumentava o terror e o mistério que inspirava. Os romanos viam seu equivalente Plutão como um rei V A idéia de Mundo Subterrâneo surgiu para explicar uma das questões essenciais da existência: o que acontece quando morremos? Na maioria das mitologias há um outro mundo, como morada das almas dos mortos, com suas próprias divindades – figuras sombrias que supervisionam nossa passagem da vida para a morte e regem os que já partiram. assistido em seu reino por deidades como as Fúrias. Essa tríade de deusas infligia os tormentos a que eram submetidos os que em vida haviam cometido atos terríveis. COMPANHEIROS DESAGRADÁVEIS Muitos mitos mencionam os desa- gradáveis assistentes do soberano do Mundo Subterrâneo. A en- trada do Mundo Subterrâneo clássico era guardada por Cérbero, um cão de três cabeças. O rei celta do mundo dos mortos, Arawn, era seguido por um séquito de demô- nios; e um bando de crianças pavorosas, doenças e monstros acompanhava Tuoni, soberano do mundo do além finlandês. As regiões dos mortos nos mitos das civilizações orientais também eram habitadas por demônios. Embora esses mitos ajudem a explicar o que pode acontecer após a vida terrena, não fornecem muito consolo. QUEM É QUEM NA MITOLOGIA338 DIVINDADES DO MUNDO SUBTERRÂNEO Um gato mumificado do Egito Antigo, envolto em bandagens totalmente decoradas.
  • 17. DIVINDADES DO MUNDO SUBTERRÂNEO 339 Hades n Grécia v O outro Zeus, o Deus de Baixo, Plutão O sinistro Hades, sombrio irmão de Zeus e Posídon, era o soberano do Mundo Subterrâneo grego, reino das trevas e destino das almas segundo a crença dos mortais. Muito temido, Hades celebrizou-se por raptar a jovem que tomou por esposa, Perséfone (p.54). A invisibilidade de Hades deve-se seja à escuridão de seu reino, seja a seu capacete, que tornava invisível quem o usasse. Hades inspirava tal terror que muitos nem ousavam pronunciar seu nome: chamavam-no de “o outro Zeus” ou simplesmente de “Senhor”. Diziam- no indiferente a preces, mas seu caráter Quando Hades raptou Perséfone, ele conduzia uma carruagem dourada puxada por cavalos negros, segundo Ovídio, poeta romano. também tinha um lado positivo, expresso em nomes alternativos, como Plutão (“rico”) e Políxeno (“anfitrião de muitos”). Sob essas formas, ele era objeto de culto junto com Perséfone. Hel n Nórdicos Rainha do Mundo Subterrâneo, uma região (também conhecida como Hel) que se encontrava perto da raiz da árvore do mundo Yggdrasil, na região cósmica de Niflheim. A parte superior do corpo de Hel era viva e de cor normal, mas a inferior era sombria e difícil de ser vista na escuridão em que ela vivia. Hel, filha de Loki e da gigante Angrboda, era uma deusa assustadora e também triste, condenada por Odin ao sombrio domínio que lhe coube reger. Os nomes que designam sua morada e seus pertences denotam seu infeliz caráter: o nome de seu pavilhão era Eliudnir (“Úmido”); o de sua entrada, Fallanda Forad (“Pedra do tropeço”); o do prato em sua mesa, Hungr (“Fome”); o da faca, Sultr (“Inanição”); e o de sua cama, Kör (“Leito-do-doente”). Todos que morressem de doença e velhice tinham de cruzar um dos portais fortificados e chegar a seu reino escuro e gelado. Lá deviam permanecer junto à deusa até Loki convocá-los para a batalha final, Ragnarok – a que marcará o fim do mundo.