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A UA U L A
     L A

     3
  3
                                           Bola pra frente


                                             N     as aulas anteriores, descrevemos alguns
             aspectos da Física, bem como discutimos algumas unidades utilizadas nessa
             ciência, principalmente num de seus ramos: a Mecânica. É exatamente aqui que
             iniciaremos o estudo da Física propriamente dito. Vamos começar por uma das
             partes da Mecânica: a Cinemática.
                  A Cinemática é o estudo dos movimentos. Mas ela não vai muito a fundo. Se
             estivermos interessados em descrever apenas como um determinado objeto está
             se movendo, estaremos trabalhando dentro da Cinemática. É nesse campo que
             vamos estudar a velocidade dos objetos, sua aceleração, fazer previsões sobre
             onde poderá ser localizado um objeto que está se movendo com determinadas
             características e assim por diante. Porém, se quisermos conhecer as causas, ou
             seja, por que um objeto está se movendo de uma certa maneira, já estaremos em
             um outro campo da Mecânica: a Dinâmica.
                  Para saber como se movem os objetos e fazer previsões a respeito de seu
             movimento precisamos, inicialmente, localizá-los, isto é, saber onde eles estão.




                                                Figura 1

                 Localizando os objetos

                 Estádio cheio! O goleiro bate o tiro de meta, tentando jogar a bola fora de
             campo para ganhar tempo. A torcida vaia! Um torcedor tira uma foto do lance
             e, mais tarde, mostrando a foto, tenta explicar a situação para o filho: “A bola
             estava a 15 m da bandeirinha, do lado esquerdo do nosso goleiro, a 6 m de
             distância da lateral esquerda e a 3 m de altura”. Aparentemente, a bola estava
             localizada. A foto ajudou muito! Na realidade, ele deveria dizer que os 15 m
             foram medidos sobre a lateral esquerda e, não, entrando 15 m pelo campo e,
             assim por diante. Um fato importante é que, para localizarmos um objeto que se
             movimenta no espaço, como o caso da bola, precisamos fornecer três distâncias.
             Além disso, é necessário explicar como foram feitas as medidas, e a partir de que
             ponto. No exemplo, o ponto em questão era uma das bandeirinhas que limitam
             o campo.
Todavia, os objetos em seu movimento, às vezes podem ser localizados de             A U L A
maneira mais fácil. É o caso, por exemplo, das bolas de bilhar que, em geral,
andam apenas sobre uma superfície plana.
                                                                                        3


                                      Figura 2




                B ILHETE DE SHERLOCK HOLMES PARA SEU ASISTENTE

       Quando cheguei aqui, percebi que a bola branca tinha sido movida.
       Ontem eu tinha feito uma marca de giz num dos cantos da tabela,
    perto de uma das caçapas. Eu medi, então, 80 centímetros sobre a lateral
    maior da mesa. Depois, medi 67 centímetros até a bola.
       Eu tinha dado ordens expressas para que nada fosse tocado, pois a
    bola branca deveria estar com as impressões digitais do criminoso. Eu
    fechei tudo antes de sair!
       Hoje, quando cheguei aqui, a situação tinha mudado. As novas
    medidas eram, na mesma ordem, 68 cm e 79 cm. Alguém esteve aqui!
    A bola não pode ter se deslocado sozinha!
       Discutiremos depois.
                                Abraços, Sherlock


    Lendo o bilhete deixado pelo famoso detetive Sherlock Holmes para seu
assistente, que estava chegando ao local do crime, vemos que Holmes procura
localizar bem a bola branca. Para tanto, ele utiliza apenas duas distâncias, e, além
disso, um ponto a partir do qual efetuou as medidas das distâncias. No caso, o
ponto era a marca de giz feita perto da caçapa.



                                    Existem situações cuja localização do ponto
                                que desejamos estudar pode ser feita de maneira
                                ainda mais fácil.

                                    A Figura 3 mostra um pistão dentro de um
                                motor de automóvel. O pistão se move, dentro de
                                um cilindro, para cima e para baixo. Assim sendo,
                                para localizarmos o ponto P, marcado no cilin-
                                dro, bastará conhecer apenas uma distância: por
                                exemplo, sua distância até a base do pistão é 6 cm.

            Figura 3
A U L A       Os objetos mudam de posição - Referenciais


 3             Para localizar os objetos no espaço, no plano e ao longo de uma reta, a Física
          utiliza maneiras especiais. São os sistemas de referência (ou referenciais).
              (a)                        (b)                            (c)




                                               Figura 4

               No primeiro caso, no campo de futebol, a posição da bola poderia ser dada
          da seguinte maneira: escolhemos um ponto O - no caso, a base da bandeirinha
          e três eixos que podem ser entendidos como três réguas: OX, OY e OZ. Com o
          auxílio dessas três réguas, medimos as distâncias:
                                   x = 15 m, y = 6 m e z = 3 m.
              Com esses três valores podemos localizar a bola de futebol.
              No segundo caso, na mesa de bilhar, necessitamos da origem, ou seja, do
          canto marcado com giz e das duas distâncias. Aqui, houve uma mudança de
          posição. Então teremos duas posições da bola de bilhar:
                              A - primeira posição: x = 80 cm, y = 67 cm
                              B - segunda posição: x = 68 cm, y = 79 cm
              Finalmente, para o pistão, teremos de indicar que a origem é a base do pistão
          e que a posicão do ponto P é x = 6 cm.
              Esses sistemas de referência servem para localizar os objetos que estamos
          estudando e também para auxiliar na compreensão das mudanças de sua posição.
          Foi assim que Sherlock descobriu que a bola de bilhar tinha sido movimentada.


              Os objetos se movimentam

              Vimos anteriormente que os referenciais podem nos ajudar a saber quando
          a posição de um objeto varia. A bola de bilhar mudou da primeira posição: que
          podemos chamar de A (x = 80, y = 67), para a posição que poderíamos chamar de
          B (x = 68 cm, y = 79 cm). Falamos, nesse caso, em deslocamento.

                        Deslocamento é apenas uma mudança de posição.

              Porém, o deslocamento poderia ter sido feito em 1 segundo, em 1 hora ou
          num tempo qualquer.
              Mais ainda: a bola poderia ter ido diretamente de A para B ou, então, ter
          passado por caminhos os mais variados, com maior ou menor velocidade etc.
              Quando estivermos interessados em conhecer não somente o deslocamento
          da bola, mas também o percurso que ela fez, como se deslocou ao longo desse
          percurso, se foi mais ou menos rapidamente, assim por diante, estaremos
          estudando o movimento da bola.
              No movimento de um objeto, estudamos, portanto, como ocorreram seus
          deslocamentos ao longo do tempo e a trajetória (o caminho, o percurso) que ele
          seguiu.
A U L A


                                                                                             3

                                          Figura 5



         Na mesma marcha

                            Vamos iniciar nosso estudo dos movimentos por uma
                       situação bastante simples. A Figura 6 representa um tubo de
                       vidro contendo óleo de cozinha. O tubo é tapado com uma
                       rolha de borracha. Se, com auxílio de uma seringa e de uma
                       agulha de injeção, colocarmos uma gota de água dentro do
                       óleo, a gota vai descer lentamente, sempre na mesma marcha.
                            Podemos estudar também gotas que subam! É claro que,
                       nesse caso, água não serve! Mas, se usarmos álcool, podere-
                       mos colocar uma gota espetando a agulha da seringa na rolha
                       de borracha. Ela vai subir, também, sempre na mesma marcha,
                       isto é, sempre com a mesma velocidade.
                            É esse movimento que iremos estudar: o de uma gota de
                       álcool subindo num tubo contendo óleo.
                            Já vimos que, para o estudo de um movimento, necessita-
                       mos de um referencial. O movimento da gota é, de certo modo,
                       parecido com o do pistão. A gota vai andar apenas numa
                       direção. Assim, bastará apenas uma régua para ser usada
                       como referencial. Precisamos também saber quando a gota
                       estava em determinada posição. Então, será necessário um
         Figura 6      relógio ou, melhor ainda, um cronômetro.


         Bola pra cima!
                                             Vamos supor que a gota de álcool já esteja
x (cm)
                                       subindo através do óleo. Se fotografássemos o
                                       tubo e o relógio, de 4 em 4 segundos, ficaríamos
                                       com um conjunto de fotos semelhante ao repre-
                                       sentado na Figura 7. Os números que aparecem
                                       perto dos relógios representam os instantes em
                                       que foram tiradas as fotos.
                                             A primeira foto é aquela em que o cronôme-
                                       tro estava marcando zero. Depois, temos fotos
                                       nos instantes 4, 8 até 32 s. Nós acrescentamos,
                                       nesse conjunto de fotos, um eixo que substitui a
                                       régua, e outro no qual são indicados os instantes.
                                             Vamos supor que, lendo a posição na régua em
             Figura 7
                         cada foto, obtivéssemos a Tabela 1. Ou seja: na primeira foto,
    a gota estaria na posição x = 18 cm, da régua. Na segunda foto ela estaria na posição
    x = 22 cm etc. No instante 32 s, a gota se encontraria na posição x = 50 cm.
A U L A        Analisando a Tabela 1 podemos ver, por exemplo, que entre os instantes
          t1= 4 s e t2 = 20 s, a gota passou da posição x1 = 22 cm para a posição x2 = 38 cm.

 3               TABELA
               t (s)
                         1
                        x (cm)
                                              Portanto ela se deslocou
                                              38 - 22 = 16 cm
                  0       18
                  4       22
                                              Porém, entre 4 s e 20 s, decorreram:
                  8       26
                12        30                  20 - 4 = 16 s
                16        34
                20        38               Dessa maneira, a gota percorreu 16 cm em 16 s.
                24        42           Como a gota percorreu o trecho sempre com a mesma
                28        46           marcha, sua velocidade foi de 1 cm/s. Essa foi sua
                32        50           velocidade média.


              Definimos velocidade média como sendo:

                                             deslocamento            x 2 - x1
                                  vmédia =                     =
                                                tempo                t 2 - t1

               As duas diferenças x2- x1 e t2 - t1 , costumam ser representadas por Dx e Dt
          (D é uma letra grega, delta, assim, lemos “delta x” e “delta t”).
               Não é necessário usar obrigatoriamente os instantes t1 = 4 s e t2 = 20 s.
          Poderíamos usar t1 = 12 s (nesse caso a posição x1 seria 30 cm - veja na Tabela 1),
          e t2 = 32 s (nesse caso, a tabela diz que a posição x2 é 50 cm). Então:

                                             50 - 30          20 cm
                                 vmédia =               =              = 1 cm / s
                                             32 - 12          20 s

              Nesse movimento, como se vê, a velocidade da gota não varia. Ela anda
          sempre em linha reta e na mesma marcha! Em todos os instantes, a velocidade
          da gota é igual à sua velocidade média. É por isso que esse movimento é chamado
          Movimento Retilíneo Uniforme Não necessitamos então escrever vmédia bastará
                                   Uniforme.
          escrevermos v (de velocidade).

                  Uma característica do Movimento Retilíneo Uniforme é esta:
                 a velocidade em qualquer instante, é igual à velocidade média.


              Outras gotas, outras velocidades
                   TABELA  2
                                           Se introduzíssemos outras gotas dentro do óleo,
                t (s)   x (cm)
                                       por exemplo uma gota maior, poderíamos constatar
                 0        12
                                       que a velocidade seria diferente. Se a gota fosse maior,
                 4        20
                                       ela subiria com velocidade maior. Poderíamos ter,
                 8        28
                                       por exemplo, uma situação igual àquela representada
                12        36
                                       pelo gráfico da Figura 8 e pela Tabela 2.
                16        44
                20        52
x (cm)                                                                                    A U L A


                                                                                             3

                                                       Tanto nesse caso, como na situa-
                                                  ção anterior, todos os pontos do gráfi-
                                      t (s)       co ficam numa reta. Essa é outra carac-
                                                  terística do Movimento Retilíneo Uni-
                Figura 8                          forme.


                No Movimento Retilíneo Uniforme, o gráfico da
                 posição em função do tempo é uma linha reta.

    Vamos calcular a velocidade da gota neste caso. Se escolhermos:
                          t 1 = 4 s ® então x1 = 20 cm
                          t 2 = 12 s ® então x2 = 36 cm

    A velocidade será:

                          Dx       x 2 - x1         36 - 20        16
           v = vmédia =        =              =                =        = 2 cm / s
                          Dt       t 2 - t1         12 - 4          8


     Se compararmos os gráficos dos dois movimentos, como está na Figura 8,
podemos ver que a reta que representa o movimento da gota mais rápida, é mais
inclinada do que a primeira. Pode-se dizer que:

     Quanto maior for a velocidade de um objeto, mais inclinada, com
    relação ao eixo dos tempos, é a reta que representa esse movimento.



    Desce!

                     Vamos voltar e supor, agora, que a gota seja de água. Ela vai ser
                       introduzida pela parte superior e descer ao longo do tubo. Se
                         não mexermos na régua as posições da gota, em seu
                                               régua,
                            movimento, vão diminuir, ou seja, os valores da posição
                             vão decrescer. Poderíamos
                                                                       TABELA 3
                               ter uma tabela como a 3 e
                                                                    t (s) x (cm)
                                 um gráfico como o da
                                                                     0        55
                                    Figura 9.
   30                                                                    5       45
                                                                        10       35
                                                                        15       25
                                                                        20       15
                                                                        25        5
                                      t (s)
               Figura 9
A U L A       Vamos calcular a velocidade da gota nesse caso. Se escolhermos:


 3
                                t 1 = 5 s ® então x1 = 45 cm
                                t 2 =20 s ® então x2 = 15 cm

              A velocidade será:

                                Dx        x 2 - x1       15 - 45       30
                 v = vmédia =         =              =             =        = - 2 cm / s
                                Dt        t 2 - t1       20 - 5        15


              Qual o significado dessa velocidade negativa? Ela indica que a gota está se
          deslocando no sentido oposto à orientação da régua. Trocando em miúdos: a
          gota está indo de posições que são representadas por números maiores para
          posições representadas por números menores. Porém, se tivéssemos invertido a
          régua antes de colocar a gota, a velocidade seria positiva! Isso porque a gota iria
          das posições menores para as posições maiores. Esse é um fato bastante impor-
          tante: o sinal da velocidade depende de como colocamos a régua!

                                  A velocidade depende do referencial.



              Como localizar a gota em qualquer instante

                   TABELA  4                   Vamos supor que tivéssemos uma tabela que
                 t (s)   x (cm)           descrevesse um movimento uniforme, como os an-
                  8       20              teriores, mas que os valores estivessem embaralhados
                 10       24              (Tabela 4). Mais ainda: no meio deles, colocamos um
                  t         x             par de valores desconhecidos: t e x . Vamos ver que,
                  6       16              se utilizarmos a definição de velocidade média duas
                  4       12              vezes, poderemos obter uma função muito impor-
                 12       28              tante.
                  2         8
                                              Vamos calcular a velocidade média escolhendo:
                                               t1 = 8 s ® então x1 = 20 cm
                                               t2 = 10 s ® então x2 = 24 cm
              A velocidade será:

                                     Dx       x 2 - x1   24 - 20   4
                     v = vmédia =         =            =         =   = 2 cm/s
                                     Dt       t 2 - t1    10 - 8   2

              Vamos agora escolher:
                       s® entãox
                t1 = 6 s então x1 = 16 cm
                t2 = t s ® então x2 = x cm
                           entãox

              A velocidade média será:
                                              Dx    x 2 - x1 x - 16
                                     vmédia = D t = t - t = t - 6
                                                     2    1


              Porém, sabemos que vmédia= 2 cm/s, como foi visto um pouco atrás.
Então, ficaremos com:                                                               A U L A

                  x - 16
                  t - 6
                           =2           ou seja,
                                                        x - 16 = 2 (t - 6)
                                                        x - 16 = 2 t - 12                  3
então:           x=2·t+4


    Esta é a chamada função horária da posição Ela serve para determinarmos
                                        posição.
a posição do objeto que está se movendo em linha reta com velocidade constante,
em qualquer instante. Por exemplo: se fizermos t = 6 s, teremos:

                 x = 2 · 6 + 4 = 16 cm, que é o valor dado na Tabela 4.

    Podemos fazer o inverso, calcular em que instante o objeto passou, ou vai
passar, por determinada posição. Por exemplo: saber, em que instante o objeto
vai estar na posição x = 40 cm.
    Assim, teremos:
                                    40 = 2 · t + 4
                                40 - 4 = 2 · t
                                    36 = 2 · t
                                  2 · t = 36
                                      t = 18 s

    Por outro lado, para o instante t = 0, teríamos x = 4 cm. Esse valor é
exatamente o 4 que aparece na função horária.
    De maneira geral, podemos escrever a função horária como:

                                      x = x0 + v · t

onde: x é a posição no instante t; v é a velocidade; x0 é a posição no instante t = 0.


     Um outro gráfico

    Na Figura 6, tínhamos uma gota que descia pelo                       TABELA       5
tubo com óleo numa velocidade constante de 2 cm/s.                    t (s)    v (cm/s)
Qualquer que fosse o instante, a velocidade era a mes-                 0              2
ma: 2 cm/s. Assim, uma tabela para a velocidade em                     4              2
função do tempo e o gráfico correspondente seriam:                     8              2
v (cm/s)                                     v (cm/s)                 12              2
                                                                      16              2
                                                                      20              2




                           t (s)                                              t (s)

           Figura 10                                      Figura 11
A U L A       Aparentemente, o gráfico da Figura 10 não nos dá muitas informações.
          Todavia, com ele podemos saber quanto a gota se deslocou entre dois instantes.

 3        Vamos calcular qual a área do retângulo que foi desenhado no gráfico da
          velocidade, que está na Figura 11. A altura do retângulo vale 2 cm/s, e sua base
          (12 s - 4 s), ou seja, 8 s.

                  Como a área do retângulo é o produto da base pela altura, teremos:
                                                 Área = 2 cm/s · 8 s = 16 cm.
              Por outro lado, consultando a Tabela 2 (Figura 8), veremos que entre os
          instantes 4 s e 12 s, a gota foi da posição 20 cm para a posição 36 cm e, dessa
          maneira, andou 16 cm, que foi o valor encontrado para a área do retângulo.
          Poderíamos pensar que isso foi uma coincidência. Porém, você poderá calcular
          a área de outros retângulos na mesma figura e verificar que a área vai ser igual
          ao deslocamento!

          Passo a passo

                       TABELA 6
                                                      Uma pessoa anotou as posições e os tempos para
                    t (s) x (cm)                 um objeto movendo-se em linha reta e obteve a
                    0        56                  Tabela 6. Construa o gráfico da posição em função do
                    1        48                  tempo e o da velocidade em função do tempo. Admi-
                    2        40                  tindo-se que esse objeto se mova sempre dessa ma-
                    3        32                  neira, determine o instante em que passa pela posi-
                    4        24                  ção x = 20 cm e qual a posição nos instantes t = 7,0 s
                    5        16                  e t = 3,5 s. Usando o gráfico da velocidade, determine
                    6         8                  o deslocamento entre 2 s e 6 s.
          x (cm)
              6

                                                     Os pontos da tabela que dão a posição, em fun-
                                                 ção do tempo, quando colocados num gráfico, ficam
             30
                                                 como o que está na Figura 12.
             16



                                         t (s)
                        Figura 12



               Se escolhermos dois instantes, e suas respectivas posições, podemos calcu-
          lar a velocidade média do objeto. Vamos usar, por exemplo, os valores:

                                         t1 = 2 s ® x1 = 40 cm
                                         t2 = 5 s ® x2 = 16 cm

                  A velocidade média será:

                                    Dx           x 2 - x1       16 - 40         - 24
                    v = vmédia =          =                 =              =           = - 8 cm / s
                                    Dt           t 2 - t1        5 - 2           3
Como a velocidade é constante, e igual à            A U L A
                                                        - 8 cm/s o gráfico da velocidade é uma reta
                                                        paralela ao eixo t como mostra a Figura 13.
                                                            A posição no instante t = 0 vale 56 cm, a            3
                                                        função horária da posição vai ser portanto:
                                                                            x = 56 - 8 · t
                   Figura 13
                                                            Com auxílio dessa função, calculamos o ins-
                                                        tante que o objeto passa pela posição x = 20 cm:

                                              20         = 56 - 8 · t
                                          20 - 56        =-8·t
                                             - 36        =-8·t
                                                 t       = 4,5 s

      Podemos calcular também a posição, x no instante t = 3,5 s

                                                     x = 56 - 8 · 3,5
                                                     x = 56 - 28
                                                     x = 28 cm
           t
v (cm/s)
                                                               Calculando-se a área do retângulo no gráfi-
       0
                                                          co da velocidade entre os instantes t = 2 s e t = 6
                                                 t




     -2
               1   2   3     4    5   6     7   t (s)
                                                          s (Figura 14), vemos facilmente que esse valor
     -4                    - 32
                                                          é: -32 cm. Isso pode ser verificado observan-
     -6
                                                          do que, entre esses dois instantes, o objeto foi
     -8
                                                          da posição 40 cm para a posição 8 cm. Isto é,
                                                          voltou 32 cm.
                       Figura 14



Passo a passo

     Pedro mora em São Pedro da Aldeia que fica a 200 km de São João das Almas
onde mora João. Exatamente entre as duas cidades, está Meiópolis, outra cidade
da região. Um carro está a 40 km de São Pedro e vai para São João por uma estrada
reta, com velocidade constante de 80 km/h. Depois de quanto tempo vai passar
por Meiópolis e quando vai chegar em São João?
     Em geral, os problemas sobre movimento retilíneo uniforme têm um aspecto
semelhante ao descrito acima. Para resolvê-lo, necessitamos definir um
referencial Como dissemos anteriormente, qualquer pessoa pode definir o seu
referencial.
sistema de referência. Suponhamos que Pedro tivesse definido um e João, um
outro. Veremos que as respostas às questões vão ser as mesmas.




                                                                                                   Figura 15
A U L A         Pedro pensou assim:                        João pensou assim:


 3
                Vou medir as distâncias a partir de        Vou medir as distâncias a partir de
           São Pedro. O carro partiu de uma posi-     São João. O carro partiu de uma posi-
           ção situada a 40 km daqui, então, sua      ção situada a 160 km daqui, então sua
           posição inicial x0 será 40. À medida       posição inicial x0 será 160. A medida
           que o tempo passa, os valores da posi-     que o tempo passa, os valores da posi-
           ção vão aumentando. Então sua veloci-      ção vão diminuindo. Então sua veloci-
           dade v é positiva, e vale 80 km/h. Logo,   dade v é negativa, e vale 80 km/h. Logo,
           a função horária da posição vai ser:       a função horária da posição vai ser:
               x Pedro = 40 + 80 · t                      x João = 160 - 80 · t
                 Com essa função, eu posso calcular         Com essa função eu posso calcular
           em que instante o carro vai passar         em que instante o carro vai passar
           por Meiópolis. Basta que eu faça           por Meiópolis. Basta que eu faça
           x Pedro = 100 km, pois Meiópolis está a    xJoão = 100 km, pois Meiópolis está a
           100 km daqui. Então:                       100 km daqui. Então:
                    100 = 40 + 80 · t                          100 = 160 - 80 · t
               100 - 40 = 80 t                           100 - 160 = - 80 t
                     60 = 80 t                                - 60 = - 80 t
                  3                                          3
              t = h = 45 min                             t = h = 45 min
                  4                                          4
                 E vai chegar em São João quando             E, vai chegar em São João quando
           x Pedro = 200 km                           x João = 0 km pois eu conto as distâncias
                   200 = 40 + 80 · t                  à partir daqui. Então:
              200 - 40 = 80 t                                    0 = 160 - 80 · t
                   160 = 80 t                                - 160 = - 80 t
                      t=2h                                        t=2h

              Como podemos ver, os resultados obtidos foram idênticos apesar das
          funções horárias serem diferentes. As funções horárias dependem do referencial
          que cada pessoa constrói. Porém, desde que o raciocínio seja coerente, os
          resultados para as questões vão ser os mesmos.


          Exercício 1
             Um carro anda 160 km em 2 horas. Qual sua velocidade média? Qual a
             distância que ele percorre em 4 horas? Se essa velocidade for mantida,
             quanto tempo gastará para percorrer 400 km?

          Exercício 2
             Um objeto está se movendo numa trajetória retilínea e suas posições com
             relação ao tempo estão dadas no gráfico da figura abaixo. Determine:

                                                           x (m)



              a)   Sua posição no instante t = 0 (x0).
                                                  x          120
              b)   Sua velocidade média.                     100
              c)   Sua função horária.                        80
              d)   Sua posição no instante t = 10 s.          60

              e)   Quando passa pela posição x = 180 m.       40
                                                              20

                                                               0   1   2   3   4   5   6   7   t (s)
Exercício 3                                                                               A U L A
   Um objeto move-se em uma trajetória retilínea. O gráfico de sua velocidade
   está na figura abaixo.
                                                 v (cm/s)                                  3
                                                      15


    a) Qual o valor de sua velocidade?                10

    b) Qual seu deslocamento
       entre os instantes t = 4 s e t = 20 s?          5



                                                       0    4    8   12 16 20     t (s)




Exercício 4
   Um objeto se move sobre uma trajetória retilínea. As posições ocupadas por
   esse objeto, com relação ao tempo, estão dadas na tabela. Determine:
                                                                TABELA   7
                                                                T (S)    X (M )
                                                                1            10
                                                                2            15
    a) A função horária da posição.
                                                                3            20
    b) A posição no instante t = 12 s.
                                                                4            25
    c) O instante no qual a posição vale 80 m.
                                                                5            30


Exercício 5
   Considere um problema semelhante ao do exemplo descrito no texto. Nesse
   caso, o carro está indo de São João para São Pedro, com uma velocidade de
   50 km/h. Em que instante vai passar por Meiópolis e quando vai chegar em
   São Pedro?
                                   v = 50 km/h




    Nesta aula você aprendeu:

·   que para localizar um ponto precisamos saber uma, duas ou três distâncias
    do mesmo até um ponto fixo (referencial);
·   que um corpo em movimento, pode ser localizado por meio de uma relação
    chamada função horária;
·   como obter a função horária para um corpo movendo-se com velocidade
    constante;
·   como descrever esse movimento por meio de gráficos e tabelas.

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Física Telecurso 2000 Aula 3

  • 1. A UA U L A L A 3 3 Bola pra frente N as aulas anteriores, descrevemos alguns aspectos da Física, bem como discutimos algumas unidades utilizadas nessa ciência, principalmente num de seus ramos: a Mecânica. É exatamente aqui que iniciaremos o estudo da Física propriamente dito. Vamos começar por uma das partes da Mecânica: a Cinemática. A Cinemática é o estudo dos movimentos. Mas ela não vai muito a fundo. Se estivermos interessados em descrever apenas como um determinado objeto está se movendo, estaremos trabalhando dentro da Cinemática. É nesse campo que vamos estudar a velocidade dos objetos, sua aceleração, fazer previsões sobre onde poderá ser localizado um objeto que está se movendo com determinadas características e assim por diante. Porém, se quisermos conhecer as causas, ou seja, por que um objeto está se movendo de uma certa maneira, já estaremos em um outro campo da Mecânica: a Dinâmica. Para saber como se movem os objetos e fazer previsões a respeito de seu movimento precisamos, inicialmente, localizá-los, isto é, saber onde eles estão. Figura 1 Localizando os objetos Estádio cheio! O goleiro bate o tiro de meta, tentando jogar a bola fora de campo para ganhar tempo. A torcida vaia! Um torcedor tira uma foto do lance e, mais tarde, mostrando a foto, tenta explicar a situação para o filho: “A bola estava a 15 m da bandeirinha, do lado esquerdo do nosso goleiro, a 6 m de distância da lateral esquerda e a 3 m de altura”. Aparentemente, a bola estava localizada. A foto ajudou muito! Na realidade, ele deveria dizer que os 15 m foram medidos sobre a lateral esquerda e, não, entrando 15 m pelo campo e, assim por diante. Um fato importante é que, para localizarmos um objeto que se movimenta no espaço, como o caso da bola, precisamos fornecer três distâncias. Além disso, é necessário explicar como foram feitas as medidas, e a partir de que ponto. No exemplo, o ponto em questão era uma das bandeirinhas que limitam o campo.
  • 2. Todavia, os objetos em seu movimento, às vezes podem ser localizados de A U L A maneira mais fácil. É o caso, por exemplo, das bolas de bilhar que, em geral, andam apenas sobre uma superfície plana. 3 Figura 2 B ILHETE DE SHERLOCK HOLMES PARA SEU ASISTENTE Quando cheguei aqui, percebi que a bola branca tinha sido movida. Ontem eu tinha feito uma marca de giz num dos cantos da tabela, perto de uma das caçapas. Eu medi, então, 80 centímetros sobre a lateral maior da mesa. Depois, medi 67 centímetros até a bola. Eu tinha dado ordens expressas para que nada fosse tocado, pois a bola branca deveria estar com as impressões digitais do criminoso. Eu fechei tudo antes de sair! Hoje, quando cheguei aqui, a situação tinha mudado. As novas medidas eram, na mesma ordem, 68 cm e 79 cm. Alguém esteve aqui! A bola não pode ter se deslocado sozinha! Discutiremos depois. Abraços, Sherlock Lendo o bilhete deixado pelo famoso detetive Sherlock Holmes para seu assistente, que estava chegando ao local do crime, vemos que Holmes procura localizar bem a bola branca. Para tanto, ele utiliza apenas duas distâncias, e, além disso, um ponto a partir do qual efetuou as medidas das distâncias. No caso, o ponto era a marca de giz feita perto da caçapa. Existem situações cuja localização do ponto que desejamos estudar pode ser feita de maneira ainda mais fácil. A Figura 3 mostra um pistão dentro de um motor de automóvel. O pistão se move, dentro de um cilindro, para cima e para baixo. Assim sendo, para localizarmos o ponto P, marcado no cilin- dro, bastará conhecer apenas uma distância: por exemplo, sua distância até a base do pistão é 6 cm. Figura 3
  • 3. A U L A Os objetos mudam de posição - Referenciais 3 Para localizar os objetos no espaço, no plano e ao longo de uma reta, a Física utiliza maneiras especiais. São os sistemas de referência (ou referenciais). (a) (b) (c) Figura 4 No primeiro caso, no campo de futebol, a posição da bola poderia ser dada da seguinte maneira: escolhemos um ponto O - no caso, a base da bandeirinha e três eixos que podem ser entendidos como três réguas: OX, OY e OZ. Com o auxílio dessas três réguas, medimos as distâncias: x = 15 m, y = 6 m e z = 3 m. Com esses três valores podemos localizar a bola de futebol. No segundo caso, na mesa de bilhar, necessitamos da origem, ou seja, do canto marcado com giz e das duas distâncias. Aqui, houve uma mudança de posição. Então teremos duas posições da bola de bilhar: A - primeira posição: x = 80 cm, y = 67 cm B - segunda posição: x = 68 cm, y = 79 cm Finalmente, para o pistão, teremos de indicar que a origem é a base do pistão e que a posicão do ponto P é x = 6 cm. Esses sistemas de referência servem para localizar os objetos que estamos estudando e também para auxiliar na compreensão das mudanças de sua posição. Foi assim que Sherlock descobriu que a bola de bilhar tinha sido movimentada. Os objetos se movimentam Vimos anteriormente que os referenciais podem nos ajudar a saber quando a posição de um objeto varia. A bola de bilhar mudou da primeira posição: que podemos chamar de A (x = 80, y = 67), para a posição que poderíamos chamar de B (x = 68 cm, y = 79 cm). Falamos, nesse caso, em deslocamento. Deslocamento é apenas uma mudança de posição. Porém, o deslocamento poderia ter sido feito em 1 segundo, em 1 hora ou num tempo qualquer. Mais ainda: a bola poderia ter ido diretamente de A para B ou, então, ter passado por caminhos os mais variados, com maior ou menor velocidade etc. Quando estivermos interessados em conhecer não somente o deslocamento da bola, mas também o percurso que ela fez, como se deslocou ao longo desse percurso, se foi mais ou menos rapidamente, assim por diante, estaremos estudando o movimento da bola. No movimento de um objeto, estudamos, portanto, como ocorreram seus deslocamentos ao longo do tempo e a trajetória (o caminho, o percurso) que ele seguiu.
  • 4. A U L A 3 Figura 5 Na mesma marcha Vamos iniciar nosso estudo dos movimentos por uma situação bastante simples. A Figura 6 representa um tubo de vidro contendo óleo de cozinha. O tubo é tapado com uma rolha de borracha. Se, com auxílio de uma seringa e de uma agulha de injeção, colocarmos uma gota de água dentro do óleo, a gota vai descer lentamente, sempre na mesma marcha. Podemos estudar também gotas que subam! É claro que, nesse caso, água não serve! Mas, se usarmos álcool, podere- mos colocar uma gota espetando a agulha da seringa na rolha de borracha. Ela vai subir, também, sempre na mesma marcha, isto é, sempre com a mesma velocidade. É esse movimento que iremos estudar: o de uma gota de álcool subindo num tubo contendo óleo. Já vimos que, para o estudo de um movimento, necessita- mos de um referencial. O movimento da gota é, de certo modo, parecido com o do pistão. A gota vai andar apenas numa direção. Assim, bastará apenas uma régua para ser usada como referencial. Precisamos também saber quando a gota estava em determinada posição. Então, será necessário um Figura 6 relógio ou, melhor ainda, um cronômetro. Bola pra cima! Vamos supor que a gota de álcool já esteja x (cm) subindo através do óleo. Se fotografássemos o tubo e o relógio, de 4 em 4 segundos, ficaríamos com um conjunto de fotos semelhante ao repre- sentado na Figura 7. Os números que aparecem perto dos relógios representam os instantes em que foram tiradas as fotos. A primeira foto é aquela em que o cronôme- tro estava marcando zero. Depois, temos fotos nos instantes 4, 8 até 32 s. Nós acrescentamos, nesse conjunto de fotos, um eixo que substitui a régua, e outro no qual são indicados os instantes. Vamos supor que, lendo a posição na régua em Figura 7 cada foto, obtivéssemos a Tabela 1. Ou seja: na primeira foto, a gota estaria na posição x = 18 cm, da régua. Na segunda foto ela estaria na posição x = 22 cm etc. No instante 32 s, a gota se encontraria na posição x = 50 cm.
  • 5. A U L A Analisando a Tabela 1 podemos ver, por exemplo, que entre os instantes t1= 4 s e t2 = 20 s, a gota passou da posição x1 = 22 cm para a posição x2 = 38 cm. 3 TABELA t (s) 1 x (cm) Portanto ela se deslocou 38 - 22 = 16 cm 0 18 4 22 Porém, entre 4 s e 20 s, decorreram: 8 26 12 30 20 - 4 = 16 s 16 34 20 38 Dessa maneira, a gota percorreu 16 cm em 16 s. 24 42 Como a gota percorreu o trecho sempre com a mesma 28 46 marcha, sua velocidade foi de 1 cm/s. Essa foi sua 32 50 velocidade média. Definimos velocidade média como sendo: deslocamento x 2 - x1 vmédia = = tempo t 2 - t1 As duas diferenças x2- x1 e t2 - t1 , costumam ser representadas por Dx e Dt (D é uma letra grega, delta, assim, lemos “delta x” e “delta t”). Não é necessário usar obrigatoriamente os instantes t1 = 4 s e t2 = 20 s. Poderíamos usar t1 = 12 s (nesse caso a posição x1 seria 30 cm - veja na Tabela 1), e t2 = 32 s (nesse caso, a tabela diz que a posição x2 é 50 cm). Então: 50 - 30 20 cm vmédia = = = 1 cm / s 32 - 12 20 s Nesse movimento, como se vê, a velocidade da gota não varia. Ela anda sempre em linha reta e na mesma marcha! Em todos os instantes, a velocidade da gota é igual à sua velocidade média. É por isso que esse movimento é chamado Movimento Retilíneo Uniforme Não necessitamos então escrever vmédia bastará Uniforme. escrevermos v (de velocidade). Uma característica do Movimento Retilíneo Uniforme é esta: a velocidade em qualquer instante, é igual à velocidade média. Outras gotas, outras velocidades TABELA 2 Se introduzíssemos outras gotas dentro do óleo, t (s) x (cm) por exemplo uma gota maior, poderíamos constatar 0 12 que a velocidade seria diferente. Se a gota fosse maior, 4 20 ela subiria com velocidade maior. Poderíamos ter, 8 28 por exemplo, uma situação igual àquela representada 12 36 pelo gráfico da Figura 8 e pela Tabela 2. 16 44 20 52
  • 6. x (cm) A U L A 3 Tanto nesse caso, como na situa- ção anterior, todos os pontos do gráfi- t (s) co ficam numa reta. Essa é outra carac- terística do Movimento Retilíneo Uni- Figura 8 forme. No Movimento Retilíneo Uniforme, o gráfico da posição em função do tempo é uma linha reta. Vamos calcular a velocidade da gota neste caso. Se escolhermos: t 1 = 4 s ® então x1 = 20 cm t 2 = 12 s ® então x2 = 36 cm A velocidade será: Dx x 2 - x1 36 - 20 16 v = vmédia = = = = = 2 cm / s Dt t 2 - t1 12 - 4 8 Se compararmos os gráficos dos dois movimentos, como está na Figura 8, podemos ver que a reta que representa o movimento da gota mais rápida, é mais inclinada do que a primeira. Pode-se dizer que: Quanto maior for a velocidade de um objeto, mais inclinada, com relação ao eixo dos tempos, é a reta que representa esse movimento. Desce! Vamos voltar e supor, agora, que a gota seja de água. Ela vai ser introduzida pela parte superior e descer ao longo do tubo. Se não mexermos na régua as posições da gota, em seu régua, movimento, vão diminuir, ou seja, os valores da posição vão decrescer. Poderíamos TABELA 3 ter uma tabela como a 3 e t (s) x (cm) um gráfico como o da 0 55 Figura 9. 30 5 45 10 35 15 25 20 15 25 5 t (s) Figura 9
  • 7. A U L A Vamos calcular a velocidade da gota nesse caso. Se escolhermos: 3 t 1 = 5 s ® então x1 = 45 cm t 2 =20 s ® então x2 = 15 cm A velocidade será: Dx x 2 - x1 15 - 45 30 v = vmédia = = = = = - 2 cm / s Dt t 2 - t1 20 - 5 15 Qual o significado dessa velocidade negativa? Ela indica que a gota está se deslocando no sentido oposto à orientação da régua. Trocando em miúdos: a gota está indo de posições que são representadas por números maiores para posições representadas por números menores. Porém, se tivéssemos invertido a régua antes de colocar a gota, a velocidade seria positiva! Isso porque a gota iria das posições menores para as posições maiores. Esse é um fato bastante impor- tante: o sinal da velocidade depende de como colocamos a régua! A velocidade depende do referencial. Como localizar a gota em qualquer instante TABELA 4 Vamos supor que tivéssemos uma tabela que t (s) x (cm) descrevesse um movimento uniforme, como os an- 8 20 teriores, mas que os valores estivessem embaralhados 10 24 (Tabela 4). Mais ainda: no meio deles, colocamos um t x par de valores desconhecidos: t e x . Vamos ver que, 6 16 se utilizarmos a definição de velocidade média duas 4 12 vezes, poderemos obter uma função muito impor- 12 28 tante. 2 8 Vamos calcular a velocidade média escolhendo: t1 = 8 s ® então x1 = 20 cm t2 = 10 s ® então x2 = 24 cm A velocidade será: Dx x 2 - x1 24 - 20 4 v = vmédia = = = = = 2 cm/s Dt t 2 - t1 10 - 8 2 Vamos agora escolher: s® entãox t1 = 6 s então x1 = 16 cm t2 = t s ® então x2 = x cm entãox A velocidade média será: Dx x 2 - x1 x - 16 vmédia = D t = t - t = t - 6 2 1 Porém, sabemos que vmédia= 2 cm/s, como foi visto um pouco atrás.
  • 8. Então, ficaremos com: A U L A x - 16 t - 6 =2 ou seja, x - 16 = 2 (t - 6) x - 16 = 2 t - 12 3 então: x=2·t+4 Esta é a chamada função horária da posição Ela serve para determinarmos posição. a posição do objeto que está se movendo em linha reta com velocidade constante, em qualquer instante. Por exemplo: se fizermos t = 6 s, teremos: x = 2 · 6 + 4 = 16 cm, que é o valor dado na Tabela 4. Podemos fazer o inverso, calcular em que instante o objeto passou, ou vai passar, por determinada posição. Por exemplo: saber, em que instante o objeto vai estar na posição x = 40 cm. Assim, teremos: 40 = 2 · t + 4 40 - 4 = 2 · t 36 = 2 · t 2 · t = 36 t = 18 s Por outro lado, para o instante t = 0, teríamos x = 4 cm. Esse valor é exatamente o 4 que aparece na função horária. De maneira geral, podemos escrever a função horária como: x = x0 + v · t onde: x é a posição no instante t; v é a velocidade; x0 é a posição no instante t = 0. Um outro gráfico Na Figura 6, tínhamos uma gota que descia pelo TABELA 5 tubo com óleo numa velocidade constante de 2 cm/s. t (s) v (cm/s) Qualquer que fosse o instante, a velocidade era a mes- 0 2 ma: 2 cm/s. Assim, uma tabela para a velocidade em 4 2 função do tempo e o gráfico correspondente seriam: 8 2 v (cm/s) v (cm/s) 12 2 16 2 20 2 t (s) t (s) Figura 10 Figura 11
  • 9. A U L A Aparentemente, o gráfico da Figura 10 não nos dá muitas informações. Todavia, com ele podemos saber quanto a gota se deslocou entre dois instantes. 3 Vamos calcular qual a área do retângulo que foi desenhado no gráfico da velocidade, que está na Figura 11. A altura do retângulo vale 2 cm/s, e sua base (12 s - 4 s), ou seja, 8 s. Como a área do retângulo é o produto da base pela altura, teremos: Área = 2 cm/s · 8 s = 16 cm. Por outro lado, consultando a Tabela 2 (Figura 8), veremos que entre os instantes 4 s e 12 s, a gota foi da posição 20 cm para a posição 36 cm e, dessa maneira, andou 16 cm, que foi o valor encontrado para a área do retângulo. Poderíamos pensar que isso foi uma coincidência. Porém, você poderá calcular a área de outros retângulos na mesma figura e verificar que a área vai ser igual ao deslocamento! Passo a passo TABELA 6 Uma pessoa anotou as posições e os tempos para t (s) x (cm) um objeto movendo-se em linha reta e obteve a 0 56 Tabela 6. Construa o gráfico da posição em função do 1 48 tempo e o da velocidade em função do tempo. Admi- 2 40 tindo-se que esse objeto se mova sempre dessa ma- 3 32 neira, determine o instante em que passa pela posi- 4 24 ção x = 20 cm e qual a posição nos instantes t = 7,0 s 5 16 e t = 3,5 s. Usando o gráfico da velocidade, determine 6 8 o deslocamento entre 2 s e 6 s. x (cm) 6 Os pontos da tabela que dão a posição, em fun- ção do tempo, quando colocados num gráfico, ficam 30 como o que está na Figura 12. 16 t (s) Figura 12 Se escolhermos dois instantes, e suas respectivas posições, podemos calcu- lar a velocidade média do objeto. Vamos usar, por exemplo, os valores: t1 = 2 s ® x1 = 40 cm t2 = 5 s ® x2 = 16 cm A velocidade média será: Dx x 2 - x1 16 - 40 - 24 v = vmédia = = = = = - 8 cm / s Dt t 2 - t1 5 - 2 3
  • 10. Como a velocidade é constante, e igual à A U L A - 8 cm/s o gráfico da velocidade é uma reta paralela ao eixo t como mostra a Figura 13. A posição no instante t = 0 vale 56 cm, a 3 função horária da posição vai ser portanto: x = 56 - 8 · t Figura 13 Com auxílio dessa função, calculamos o ins- tante que o objeto passa pela posição x = 20 cm: 20 = 56 - 8 · t 20 - 56 =-8·t - 36 =-8·t t = 4,5 s Podemos calcular também a posição, x no instante t = 3,5 s x = 56 - 8 · 3,5 x = 56 - 28 x = 28 cm t v (cm/s) Calculando-se a área do retângulo no gráfi- 0 co da velocidade entre os instantes t = 2 s e t = 6 t -2 1 2 3 4 5 6 7 t (s) s (Figura 14), vemos facilmente que esse valor -4 - 32 é: -32 cm. Isso pode ser verificado observan- -6 do que, entre esses dois instantes, o objeto foi -8 da posição 40 cm para a posição 8 cm. Isto é, voltou 32 cm. Figura 14 Passo a passo Pedro mora em São Pedro da Aldeia que fica a 200 km de São João das Almas onde mora João. Exatamente entre as duas cidades, está Meiópolis, outra cidade da região. Um carro está a 40 km de São Pedro e vai para São João por uma estrada reta, com velocidade constante de 80 km/h. Depois de quanto tempo vai passar por Meiópolis e quando vai chegar em São João? Em geral, os problemas sobre movimento retilíneo uniforme têm um aspecto semelhante ao descrito acima. Para resolvê-lo, necessitamos definir um referencial Como dissemos anteriormente, qualquer pessoa pode definir o seu referencial. sistema de referência. Suponhamos que Pedro tivesse definido um e João, um outro. Veremos que as respostas às questões vão ser as mesmas. Figura 15
  • 11. A U L A Pedro pensou assim: João pensou assim: 3 Vou medir as distâncias a partir de Vou medir as distâncias a partir de São Pedro. O carro partiu de uma posi- São João. O carro partiu de uma posi- ção situada a 40 km daqui, então, sua ção situada a 160 km daqui, então sua posição inicial x0 será 40. À medida posição inicial x0 será 160. A medida que o tempo passa, os valores da posi- que o tempo passa, os valores da posi- ção vão aumentando. Então sua veloci- ção vão diminuindo. Então sua veloci- dade v é positiva, e vale 80 km/h. Logo, dade v é negativa, e vale 80 km/h. Logo, a função horária da posição vai ser: a função horária da posição vai ser: x Pedro = 40 + 80 · t x João = 160 - 80 · t Com essa função, eu posso calcular Com essa função eu posso calcular em que instante o carro vai passar em que instante o carro vai passar por Meiópolis. Basta que eu faça por Meiópolis. Basta que eu faça x Pedro = 100 km, pois Meiópolis está a xJoão = 100 km, pois Meiópolis está a 100 km daqui. Então: 100 km daqui. Então: 100 = 40 + 80 · t 100 = 160 - 80 · t 100 - 40 = 80 t 100 - 160 = - 80 t 60 = 80 t - 60 = - 80 t 3 3 t = h = 45 min t = h = 45 min 4 4 E vai chegar em São João quando E, vai chegar em São João quando x Pedro = 200 km x João = 0 km pois eu conto as distâncias 200 = 40 + 80 · t à partir daqui. Então: 200 - 40 = 80 t 0 = 160 - 80 · t 160 = 80 t - 160 = - 80 t t=2h t=2h Como podemos ver, os resultados obtidos foram idênticos apesar das funções horárias serem diferentes. As funções horárias dependem do referencial que cada pessoa constrói. Porém, desde que o raciocínio seja coerente, os resultados para as questões vão ser os mesmos. Exercício 1 Um carro anda 160 km em 2 horas. Qual sua velocidade média? Qual a distância que ele percorre em 4 horas? Se essa velocidade for mantida, quanto tempo gastará para percorrer 400 km? Exercício 2 Um objeto está se movendo numa trajetória retilínea e suas posições com relação ao tempo estão dadas no gráfico da figura abaixo. Determine: x (m) a) Sua posição no instante t = 0 (x0). x 120 b) Sua velocidade média. 100 c) Sua função horária. 80 d) Sua posição no instante t = 10 s. 60 e) Quando passa pela posição x = 180 m. 40 20 0 1 2 3 4 5 6 7 t (s)
  • 12. Exercício 3 A U L A Um objeto move-se em uma trajetória retilínea. O gráfico de sua velocidade está na figura abaixo. v (cm/s) 3 15 a) Qual o valor de sua velocidade? 10 b) Qual seu deslocamento entre os instantes t = 4 s e t = 20 s? 5 0 4 8 12 16 20 t (s) Exercício 4 Um objeto se move sobre uma trajetória retilínea. As posições ocupadas por esse objeto, com relação ao tempo, estão dadas na tabela. Determine: TABELA 7 T (S) X (M ) 1 10 2 15 a) A função horária da posição. 3 20 b) A posição no instante t = 12 s. 4 25 c) O instante no qual a posição vale 80 m. 5 30 Exercício 5 Considere um problema semelhante ao do exemplo descrito no texto. Nesse caso, o carro está indo de São João para São Pedro, com uma velocidade de 50 km/h. Em que instante vai passar por Meiópolis e quando vai chegar em São Pedro? v = 50 km/h Nesta aula você aprendeu: · que para localizar um ponto precisamos saber uma, duas ou três distâncias do mesmo até um ponto fixo (referencial); · que um corpo em movimento, pode ser localizado por meio de uma relação chamada função horária; · como obter a função horária para um corpo movendo-se com velocidade constante; · como descrever esse movimento por meio de gráficos e tabelas.