O documento discute um encontro realizado em 24 de março de 2009 no Colégio Farroupilha sobre planejamento educacional. Os pontos abordados incluíram organização pessoal, ensino de qualidade, relações harmoniosas, organização do espaço e formação profissional. O encontro também discutiu pautas de observação, tipos de aprendizagem significativa e competências necessárias para professores do futuro.
2. Encontro do dia 24 de março de 2009
Pontos que foram abordados no
planejamento:
1. Organização pessoal;
2. Ensino de qualidade;
3. Relações harmoniosas;
4. Organização do Espaço;
5. Formação Profissional.
E
3. Encontro do dia 24 de março de 2009:
- O curta - Camaleão e as pautas de
observação;
- O que é uma pauta de observação?;
- Por que adotar a pauta de orientação como
ferramenta de organização de aprendizagem?;
- Como fazer uma pauta de observação?;
- Tipos de pautas de orientação;
- Tipos de Aprendizagem Significativa –
Psicologia da Educação, Michael J. A.Howe;
- Professores do futuro - Veja algumas das
competências que precisarão ter os novos
docentes, Referenciais para Formação de
Professores.
E
5. Auto-conhecimento
O quanto você se conhece? Muito?
Pouco? A maior parte das pessoas
acredita que se conhece, mas na
verdade se conhece muito pouco.
•
•
É fundamental para desenvolver o
amor por si mesmo e fortalecer a autoestima.
É muito difícil alguém se conhecer
interiormente quando a busca está
sempre no externo.
Auto-estima
O que é Auto-estima?
É a capacidade de sentirmos a vida,
estando de bem com ela. É a confiança
em nosso modo de pensar e enfrentar
os problemas e o direito de ser feliz.
Precisamos ter a sensação de que
somos
merecedores
de
nossas
necessidades, desejos e desfrutar de
nossos esforços.
E
6. RELAÇÕES INTERPESSOAIS
X
RELAÇÕES HARMONIOSAS
“O
tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a
sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver
a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é
aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário,
e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra
muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de
cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra,
portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais
continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo.
Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro”.
E
7. RELAÇÕES INTERPESSOAIS
X
RELAÇÕES HARMONIOSAS
“O frescobol se parece muito com o
tênis: dois jogadores, duas
raquetes e uma bola. Só que,
para o jogo ser bom, é preciso
que nenhum dos dois perca. Se a
bola veio meio torta, a gente
sabe que não foi de propósito e
faz o maior esforço do mundo
para devolvê-la gostosa, no lugar
certo, para que o outro possa
pegá-la. Não existe adversário
porque não há ninguém a ser
derrotado. Aqui ou os dois
ganham ou ninguém ganha. E
ninguém fica feliz quando o
outro erra - pois o que se deseja
é que ninguém erre”.
(Rubem Alves - Tênis X Frescobol)
E
8. A contemporaneidade...
O avanço das tecnologias, os sistemas de globalização
garantem um poder nas mãos do homem:
- Ele conhece espaços, fatos
e tempos diferentes.
- Utiliza-se do conhecimento
das ciências para obter
domínio e poder.
- Desenvolvimento da
contracepção
E
Obra de Escher
9. E, como Consequências...
Ascensão do “EU”:
a subjetividade em
evidência
(autoconhecimento e
autoestima nunca foram
tão mencionados)
E
10. E, como
Consequências...
Os dogmas são
relativizados:
a fé torna-se uma
experiência
emocional
imediata.
Quando uma pessoa aceita um dogma,
não pode testar se ele é de fato
verdadeiro. Isso é se algemar a uma
verdade.
Como nasce um dogma? ...
E
12. O conhecimento das ciências é
utilizado a serviço de quem tem
o poder (Foucault, 1997):
– Na mídia, a exploração das
“individualidades: “Você é
importante”... “Tudo o que quiser
você consegue”.
– Conhecer-se significa tornar-se
público : perde-se o limite à
intimidade (Big Brother, chats, blogs...)
– O conhecimento da personalidade
é utilizado para alcançar objetivos.
Ex.: dinâmicas de grupo;
emocionômetros
– Nos governos: “A subjetividade se
tornou um recurso na
administração dos problemas da
nação” (Rose, 1998, p.35)
E
13. Com medo dos alunos
Provocado pela indisciplina na sala de
aula, um distúrbio psicológico se alastra
entre os professores: a fobia escolar
A geração é outra.
A roupa é a mesma
Olhe a foto e compare as roupas.
A mãe é a que aparece à esquerda
E, como Consequências...
Nilde Maria Negrini, 49 anos,
professora de português
Geração vaidade
A maioria dos jovens brasileiros acha
que "pessoas bonitas têm mais
chances
na vida". Um bom pretexto para gastar
cada vez mais com roupas, acessórios
e tratamentos de beleza
E
14. E, como Consequências...
Limites. Ainda dá tempo?
Os erros de educação cometidos na
infância
produzem efeitos danosos na
adolescência
Os pais de adolescentes convivem com um eterno
desafio, que é impor limites aos filhos. "É um fenômeno
da alternância de gerações", teoriza o psiquiatra paulista
Içami Tiba. "Os pais dos jovens de hoje foram educados
de forma autoritária e, com medo de repetir o erro com
os próprios filhos, acabaram caindo no extremo oposto,
que é a permissividade."
Rubiana Peixoto
E
15. • Da rigidez ao vale-tudo
• Como mudaram os critérios na educação
dos adolescentes
Até meados dos ano 60
ERA DA REPRESSÃO
Até meados dos ano 60 até o fim dos 70
ERA DA LIBERALIZAÇÃO
Dos anos 80 até hoje
A ERA DOS EXCESSOS
E
16. Impelidos, por um lado, para o trabalho em função
da queda progressiva dos salários e, por outros
massacrados pelos meios de comunicação, os pais
acabam caindo no círculo vicioso:
desejo de consumo
busca de recurso
mais trabalho
menos tempo de convivência
com os filhos
culpa
liberação para consumo
recursos...
menos limites
mais necessidade de
E, como Consequências...
E
18. Enquanto isso...Na escola...
• O aluno e seu desinteresse, decorrente da
tecnologia a que tem acesso fora da
escola;
• O distanciamento dos campos de estudo
– conteúdos disciplinares;
• - Os meios de comunicação - influência
negativa;
• A família, não cumprindo seu papel;
• A escola, que muitas vezes não apóia o
professor;
E
• A sociedade, sua ( des) organização
19. Existe, certamente, uma instituição chamada escola que
está implicada neste mundo no sentido mais profundo, no
sentido mais íntimo, no sentido até de estabelecer o que é
este mundo”.
(Veiga-Neto, 2003, p. 113)
E
20. Há um processo de “desinstitucionalização” da
escola (Dubet, 1997, p.27)
Numa instituição: o indivíduo se identifica primeiro
com os outros, os adultos, depois com os valores nos
quais os outros acreditam e têm regras e proibições
que as impedem de agir contrariamente à ordem
estabelecida.
A escola, por um bom tempo correspondeu a essa
demanda. Mas não o faz mais e entra em crise...
E
22. Há um “movimento de modernidade” : obriga os
sujeitos “a serem livres e construírem os sentidos
de suas experiências” (Dubet, 1997).
Entrevistados, 77% dos professores declararam
ser o desinteresse do aluno a razão de sua
repetência. Apenas 5% identificam a má
qualidade do ensino como causa do fracasso.
(INEP, 2007)
E
24. A “escola da crise”
Geisy Arruda, 20, posa
com vestido que provocou
polêmica que a expulsou
da Uniban.
Inscrição foi vista na manhã desta
segunda em São Bernardo do Campo.
Aluna que causou alvoroço com vestido
curto foi expulsa da universidade.
E
25. Quarta-feira – dia 10 de novembro de 2009
estadao.com.br Reitor da Uniban revoga expulsão de Geisy Arruda
Decisão do reitor derruba determinação do Conselho Universitário
de desligar a estudante
SÃO PAULO - O reitor da Universidade Bandeirante, Heitor Pinto,
determinou a revogação da expulsão da estudante de Turismo Geisy
Arruda, 20. O desligamento de Geisy da Uniban havia sido publicado
em anúncio em jornais paulistas neste domingo, 8, e definido como
ato do Conselho Universitário. O assessor jurídico da reitoria da
instituição, Décio Lencioni Machado, informou que a decisão de
invalidar a expulsão foi tomada pelo "reitor, como pessoa física".
Na nota, além de anunciar a expulsão, a instituição responsabilizava
exclusivamente a aluna pelo episódio ocorrido no último dia 22,
quando estudantes formaram uma multidão que a ameaçou de
linchamento por causa da roupa que ela usava. "Foi constatada
E
atitude provocativa da aluna, que buscou chamar a atenção para si
por conta de gestos e modos de se expressar", diz a nota da Uniban.
A instituição considerou ainda que a atitude dos outros alunos foi
uma "reação coletiva de defesa do ambiente escolar".
26. Para Refletir – em grupos:
Quando a Uniban revogou a expulsão
da aluna, o reitor disse que a medida
havia deixado de ser disciplinar para
se transformar numa ação educativa.
A expressão “ educativa” teria a
capacidade de redimir arbitrariedades?
E
27. Fala-se tanto em formar para a autonomia...
Algumas escolas: mais e mais regras do que “não pode ser
feito” . Outras: para seguirem o curso da modernidade “dar
sentido à vida” é preciso não haver proibições (Tognetta & Vinha,
2006).
... mas elas o fazem na “contra-mão da autonomia”: (Ex. as
suspensões pelos palavrões).
...mas não se tem a menor idéia de como proceder. (Ex. Uniban)
“Deve-se haver cursos sobre a violência porque a gente deveria
aprender a responder a isto como se aprende a ensinar as
matemáticas” (Dubet, 1997) mas não há nos cursos de formação
esse “conteúdo”, embora seja esse o problema mais acentuado na
sala de aula...
Fante (2005) em pesquisa realizada em escolas públicas e
particulares: 47% dos professores dedicam entre 21% e 40% do
E
seu dia escolar aos problemas de indisciplina e de conflitos
entre os alunos.
28. A “escola da crise”
Como fazer para que os alunos construam
esse sentido, se interessem?
A escola não sabe por que não enxerga o
aluno como criança...e assim reproduz a
crise...
E
29. A “escola da crise”
Quanto à formação especializada do
professor:
1. No Brasil: 47% dos professores até 4ª
série não têm diploma universitário - 658
mil professores de creches (destinadas à
faixa etária de zero a 3 anos), pré-escolas (4
e 5 anos) ou dos primeiros anos do ensino
fundamental (6 a 10 anos) continuam dando
aula apenas com a formação média.
(Unesco – relatório anual – 10/2006)
E
30. A “escola da crise”
2- O professor não acredita que ele ainda é
autoridade: ele não pode ser “amigo” das
crianças; ele precisa ser “objeto de
identificação das crianças”...
3- ... Mas cobra a obediência à autoridade
e não a um princípio.
Pesquisa (professores de um ambiente
coercitivo: “o que você considera que seja o
melhor que a criança responda?” (ser
solidário ou seguir a ordem de uma
E
autoridade?).
31. De fato, como homens
heterônomos podem educar
crianças que deverão se tornar
autônomas? Como educadores
encravados em seu cotidiano
podem levar as crianças a
vislumbrar um mundo diferente?
Formar homens iguais àqueles
que já existem é mais fácil que
formar homens diferentes, de
certa forma ‘superiores’ ”
(La Taille,E
2006).
32. A “escola da crise”
A escola reforça a exposição do “Eu” individual e não
trabalha, portanto, uma “ética da intersubjetividade” (Cortina,
2003): reforço ao individualismo.
A orientação do currículo – trabalhar com o tema “afetividade
na escola” para garantir a subjetividade:
Há uma confusão - sem dados empíricos e fundamentação
teórica: afetividade é entendida como carinho, cuidado, ou
ainda, ser “afetuoso” (como sinônimo de permissividade).
“(...) o afeto pedagógico está solto por aí. Você pode
encontrá-lo em todo canto, desde as secretarias de
educação até as salas de aula, passando pelas livrarias. É
o desgoverno da auto-ajuda pedagógica”.
(Aquino, 2007) E
34. A escola tem futuro se...
A escola é por excelência, a maior instância de
relações:
Com os pares
Com a autoridade
(e deveria ser) consigo mesmo.
E
35. A escola tem futuro se...
Tornar-se “ um laboratório onde se aprenda a analisar o
mundo, e essa capacidade é a que deveriam alcançar
os alunos no maior grau possível ao término de seus
estudos”. (Delval, 2002)
Aproveitar-se das pesquisas nas diferentes ciências
para aprender a“como” ajudar meninos e meninas a
darem sentido à vida.
E
36. A escola tem futuro se...
... Levar em conta o sentido de Ética :
“É a busca por uma vida boa com e para o
outro em instituições justas”
(Ricoeur, 1993)
E
37. Enfim...
POR QUE INSISTIR “NA ESCOLA” ?
Pensemos nesses dois adolescentes americanos que, em
1999, metralharam colegas e professores. Eles queriam, por
algum motivo, matar, matar e matar. Mas, por que não
escolheram um supermercado, a rua, um bar, onde há até
mais gente? Eles escolheram a escola. Por quê? Talvez
porque ela não esteja mais dando a seus alunos algo que
eles querem, mas que não sabem formular. Ora, o papel
dos adultos é ajudar as novas gerações a
formularem seus desejos e projetos. E para isso
não basta dizer-lhes “falem”, como se fosse a coisa mais
simples do mundo, como se as idéias brotassem, sem
maiores esforços,no íntimo de cada um. É preciso ensiná-los
a pensar, a refletir, dar-lhes conhecimentos variados para
E
assim, poderem aprender a falar”.
(La Taille, 1999)
38. O que fazer...
Importância do exemplo, da coerência, do que contempla o
“olhar” do adulto...
Um equívoco: o adulto não é “amigo” e sim “autoridade”.
Pela ação de pessoas significativas (Millello, 2003):
- Que lhes permitam escolhas
- Que reconheçam seus sentimentos
- Que lhes permitam tomar decisões
- Que lhes permitam enxergar a necessidade de uma regra
- Que lhes possibilitem momentos para falar de si e assim se
sentirem valorizados...
- Que se indignem pela ausência do valor da justiça, da
generosidade...
- Que admirem o valor da justiça, do perdão...
- Que lhes possibilitem perceber que a ética é conteúdo
imprescindível da escola (se não garantimos espaços,
E
como queremos que os alunos a vejam como
importante?)
39. Num ambiente sócio-moral
cooperativo...
Há regras, mas essas partem da necessidade.
Há sanções mas que encorajem a reparação e a
tomada de consciência.
Há trabalhos em grupo pois a coordenação de
perspectivas só se desenvolve no contato com o
outro.
Há um olhar diferenciado sobre como os
conhecimentos são produzidos – a partir da
interação e da ação sobre os objetos.
Há uma autoridade cuja relação é de confiança.
E
40. Como fazer...
3. Os temas transversais e os projetos interdisciplinares
As questões relativas a valores humanos permeiam
todos os conteúdos curriculares (ex. aulas de Filosofia)
Valores selecionados que são trabalhados e articulados
nas diversas disciplinas
Projetos
“Direitos humanos em sala de aula”
“Ética, consumo e ambiente”
São importantes, mas não SUFICIENTES.
E
41. Como fazer...
4. Momentos sistematizados para o trabalho com:
os procedimentos da educação moral
os jogos e atividades para falar de si ou seja, oferecer
oportunidades para que haja: a reflexão sobre os
valores, o autoconhecimento e o conhecimento do
outro, a identificação e expressão dos sentimentos, a
aprendizagem de formas mais justas e eficazes de
resolver conflitos...
É preciso viver a moral e discutir as ações
E
42. Que momentos podem auxiliar na
construção do auto-respeito e do
respeito ao outro?
E
43. A. Momentos para a apropriação
racional dos valores
O conhecimento cultural (respeito implica
em querer conhecer)
Análise crítica de documentos como: a
Constituição, o Estatuto da Criança e do
Adolescente e a Declaração Universal dos
Direitos da Pessoa Humana e regimento
escolar
Devem ser lidos, analisados por todos os
professores.
E
44. B. Momentos para a hierarquização de valores
A discussão de dilemas morais.
Propostas para desenvolver a
sensibilidade moral: situações cotidianas
(dilemas reais)
Emprego de filmes, clips, músicas,
dramatizações, gibis, literatura (inclusive
a infantil), etc.
Reflexão sobre os valores morais e não
morais dos personagens, e identificação
com esses valores.
E
45. C- Momentos para se sentir
“ pertencente” e de fato,
“pensar”
As assembléias;
A resolução de conflitos entre
pares somente com os
envolvidos;
As avaliações do dia.
E
46. D- Momentos para “falar de si”
As narrativas morais
Jogos para expressão
dos sentimentos
E
47. Em todos esses momentos...
Há a necessidade de
sistematizar um tipo de
intervenção/linguagem por
parte do educador que
“construa pontes” e não
“muros”.
E
48. Assembléia
Toda sexta-feira, os alunos tem um momento
para levantamento e discussão de algumas
situações-problema vividas. Os próprios alunos
organizam a assembléia ocupando as funções
de presidente, assistente ou secretário.
O presidente dirige a reunião: calcula o tempo
de cada tópico discutido, faz suas interferências,
“cobra” postura adequada dos participantes, faz
acontecer a votação aberta (caso necessário) e
encerra a assembléia.
Fragmentos do registro da Profª Hélida
Felgueiras
E
49. Assembléia
O assistente tem como função listar as pessoas
que querem se colocar oralmente e avisar ao
presidente em que ordem elas irão expor suas
idéias.
O secretário tem a função de registrar em Ata, os
tópicos discutidos e as decisões tomadas a partir
do debate de cada tema.
Fragmentos de registro da Profª Hélida Felgueiras
E
52. Quatro Pilares da Educação
1. Aprender a conhecer.
2. Aprender a fazer.
3. Aprender a conviver.
4. Aprender a ser.
(Relatório Jacques Delors).
E
53. Quatro Pilares da Educação
1. Aprender a conhecer. A democratização do livro, a
disseminação de jornais com informações cada vez
mais abrangentes, os meios eletrônicos de
armazenagem e o acesso às informações e à rede
mundial de computadores - a internet - estão permitindo
que se tenha possibilidade de obter a informação de
que se precisa no momento em que se quer. Uma
tarefa importante da escola, hoje, é ensinar aos alunos
como chegar à informação e ao conhecimento. É
impossível estudar tudo na escola, por mais que se
amplie o tempo das aulas e a duração dos cursos. O
conhecimento não cessa de progredir e de
acumular-se. O importante é saber onde encontrálo, como chegar a ele.
E
54. Quatro Pilares da Educação
2. Aprender a fazer. É o segundo princípio para a
educação no século 21. Ciência e tecnologia se unem
para a mesma finalidade: melhorar as condições de
vida, elevar o padrão de vida das pessoas, trazer
mais bem-estar a todos. Até recentemente se discutia
o dilema da educação geral e da formação para o
trabalho como se fossem dois caminhos separados.
Daqui para a frente, a educação não pode aceitar que se
lhe imponha optar entre o conhecimento e a técnica, o
saber e o fazer. A educação para o ano 2000 tem a
obrigação de ensinar a fazer e, no mesmo processo,
ensinar a conhecer.
E
55. Quatro Pilares da Educação
3. Aprender a conviver. O terceiro princípio traz a idéia da
interdependência do mundo moderno. Todos dependemos de
todos. Um conflito étnico, uma guerra nacional afeta toda a
humanidade e todos se sentem atingidos. A destruição de
uma floresta interfere nas condições de habitacionalidade
de todo o planeta. Nenhuma empresa, nenhum governo pode
jogar lixo tóxico no mar ou nos rios sem prejudicar seus
vizinhos. Por estarmos todos em comunicação, entendemo-nos
como mais ligados, mais dependentes uns dos outros e,
portanto, responsáveis uns pelos outros. Segundo o Relatório
de Jacques Delors, o que o mundo mais precisa é de
compreensão mútua, de intercâmbios pacíficos e de
harmonia. Daí a necessidade de a educação trabalhar a
aprendizagem da convivência.
E
56. Quatro Pilares da Educação
4. Aprender a ser. Velho e novo desafio, aprender a ser é
uma tarefa permanente da educação, que a escola assume
como sua. O mundo atual exige de cada pessoa uma
grande capacidade de autonomia e de julgamento que
passa do crescimento da responsabilidade pessoal à
realização do destino coletivo. Nessa missão de
desenvolver integralmente a personalidade do educando,
conforme definido pela LDB, a escola tem como desafio
“não deixar inexplorado nenhum dos talentos que são como
tesouros incrustados no fundo de cada ser humano: a
memória, o raciocínio, a imaginação, a capacidade física, o
sentido de estética, a facilidade de comunicar-se com os
outros, o carisma natural de animador... O que confirma a
necessidade de melhor compreender a si mesmo"
(Relatório Jacques Delors).
E
58. Quem sou eu?
Formação Profissional
Organização pessoal;
Ensino de qualidade;
Relações harmoniosas;
Organização do Espaço;
Formação Profissional.
59. Referências Bibliográficas
AQUINO, J.; SAYÃO, R. Família: modos de usar. Campinas: Papirus, 2007.
CORTINA, A. O fazer ético. Guia para a Educação Moral. São Paulo: Moderna,
2003.
DELVAL, J. Como hacer una reforma educativa. Madri, Esp., Editorial Ariel,
2002.
DUBET, F. “A formação dos indivíduos: a desinstitucionalização”. Revista
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FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying. Como prevenir a violência nas escolas e
educar para a paz. Campinas: Editora Verus, 2005.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: o nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes,
1987.
PIAGET, J. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus Editorial,
1932/1994. 302 p.
LA TAILLE, Y. Autoridade na escola. IN: AQUINO, Julio G. (org). Autoridade e
autonomia na escola – Alternativas Teóricas e Práticas. São Paulo: Summus
Editorial, 1999 p. 9-29.
LA TAILLE, Y. Moral e ética: dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
E
LEITE, S. A construção da escola pública democrática: Algumas reflexões
sobre a política educacional. souza, Beatriz De Paula (Org.) Orientação à
queixa escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007.
60. Referências Bibliográficas
ROSE, N. “Governando a alma: a formação do eu privado”. IN: SILVA, T.
T. (org.). Liberdades reguladas. Petrópolis: Vozes, 1998, p.30-45.
ROSE, N. “Pensar a escola como uma instituição que pelo menos garanta a
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M.V. (org.) A escola tem futuro? Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p.103-126.
TOGNETTA, L.;VINHA, T. Considerações sobre as regras existentes nas
classes democráticas e autocráticas. Revista Educação Unisinos. São
Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, volume 10, número 1, pp.
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TOGNETTA, L.; POLIDORO JOÃO, T. A construção da solidariedade – o
julgamento dos professores. (texto não publicado) 2008.
TOGNETTA, L. VINHA, T. Valores em crise: o que nos causa indignação? LA
TAILLE, Y.(org.) Crise de valores ou valores em crise? Porto Alegre: Artmed,
2008 (no prelo)
VEIGA NETO, A. “Pensar a escola como uma instituição que pelo menos
garanta a manutenção das conquistas fundamentais da modernidade”. IN:
COSTA, M.V. (org.) A escola tem futuro? Rio de Janeiro: DP&A, 2003,
E
p.103-126