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FICHAMENTO
BEZERRA, B. G. Equívocos no discurso sobre gêneros. In: DIONÍSIO, Angela Paiva;
CAVALCANTI, Larissa de Pinho. Gêneros na linguística e na literatura: Charles
Bazerman, 10 anos de incentivo à pesquisa no Brasil. Recife: Editora Universitária
UFPE/Pipa Comunicação, 2015. p. 63-79.
“Os professores e por vezes, aparentemente, a própria academia ainda não teriam tido o
tempo necessário para amadurecer o conceito [de gênero] e todas as suas implicações”
(p. 64).
“Herdeiros que somos de uma tradição de estudo e ensino do texto como categoria
abstrata e difusa, centrada no conceito de tipos ou sequências textuais, depois de quase
duas décadas de discussões mais intensas sobre gêneros, ainda nos deparamos com certas
confusões em sua conceituação” (p. 64-65).
“(...) destaco a confusão entre gênero e texto, gênero e suporte, gênero e domínio
discursivo, gênero e forma/estrutura e gênero e tipo textual. A discussão desses equívocos
se apoiará em exemplos retirados de diversos trabalhos sobre gêneros, de variada
procedência teórica, a maioria deles disponível na Internet” (p. 65).
Gênero e texto
“(...) o gênero não deveria ser confundido com o texto que o “materializa”. Na realidade,
esse modo de descrever o fenômeno, bastante comum na literatura especializada, pode se
revelar extremamente enganoso. Em que sentido o gênero “se materializa” no texto?
Penso, antes, que do gênero jamais se pode dizer que “se materializa”. Apenas o texto
pode ser descrito como tendo um aspecto material ou uma materialidade linguística” (p.
67).
“O gênero é [...] uma questão de acordo social. O texto tende a ser um material
determinado, ou um modo de materialização de um enunciado ou de um trecho de
discurso verbal. São designações de dois domínios conceituais muito diferentes. Eu de
modo algum os usaria um pelo outro” (MILLER; BAZERMAN, 2011, p. 21) apud
(BEZERRA, 2015, p. 67).
Gênero e suporte
“Um ponto de vista dessa natureza implicaria novamente a diluição das fronteiras entre
gênero e texto, além de criar a inusitada e talvez impossível situação em que um gênero
não abrangeria “uma classe de eventos comunicativos”, como define Swales (1990)” (p.
70).
“Considero pertinente e necessária a distinção, nesse caso, porque mais uma vez contribui
para evitar uma visão materialista ou materializadora do gênero. Noutras palavras,
confundir o suporte com o gênero provavelmente revelaria outro aspecto da já referida
confusão entre gênero e texto” (p. 71).
Gênero e domínio discursivo
“(...) o jornalismo, como atividade profissional, caracteriza- se pela construção e
circulação de gêneros peculiares a essa atividade, de modo que o jornalismo “alberga”
diversos gêneros “jornalísticos”, mas o jornalismo em si não é um gênero” (p. 72).
“À semelhança do domínio jornalístico, o jurídico também se refere a uma instância
discursiva caracterizada pela circulação de gêneros peculiares à atividade jurídica, de
modo que é possível falar de inúmeros gêneros (que são) jurídicos, isto é, vinculam-se ao
meio jurídico, mas não existe algo como o gênero jurídico” (p. 73).
Gênero e forma/estrutura
“Numa concepção de gênero como forma de ação social, a forma do texto é um critério
claramente insuficiente para a definição do gênero” (p. 75).
Gênero e tipo textual
“(...) os tipos textuais são aspectos da composição de textos pertencentes a diferentes
gêneros, não constituindo, eles mesmos, gêneros como tais nem participando das
convenções sócio-históricas que definem os gêneros” (p. 75).
“(...) os tipos textuais são “muito mais modalidades discursivas ou então sequências
textuais do que um texto em sua materialidade”. Ainda conforme o autor, os tipos
“abrangem um número limitado de categorias conhecidas como: narração,
argumentação, exposição, descrição, injunção” e “constituem modos discursivos
organizados no formato de sequências estruturais sistemáticas que entram na composição
de um gênero textual” Marcuschi (2003, p. 17) apud Bezerra (2015, p. 76).
“O discurso, por um processo de esquematização, conduziria a uma dada disposição
textual, cuja manifestação visível, o texto como objeto empírico, se configuraria na forma
de um gênero” (BEZERRA, 2006, p. 61) apud Bezerra (2015, p. 77).

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Fichamento do artigo: Equívocos no discurso sobre gêneros (bezerra 2015)

  • 1. FICHAMENTO BEZERRA, B. G. Equívocos no discurso sobre gêneros. In: DIONÍSIO, Angela Paiva; CAVALCANTI, Larissa de Pinho. Gêneros na linguística e na literatura: Charles Bazerman, 10 anos de incentivo à pesquisa no Brasil. Recife: Editora Universitária UFPE/Pipa Comunicação, 2015. p. 63-79. “Os professores e por vezes, aparentemente, a própria academia ainda não teriam tido o tempo necessário para amadurecer o conceito [de gênero] e todas as suas implicações” (p. 64). “Herdeiros que somos de uma tradição de estudo e ensino do texto como categoria abstrata e difusa, centrada no conceito de tipos ou sequências textuais, depois de quase duas décadas de discussões mais intensas sobre gêneros, ainda nos deparamos com certas confusões em sua conceituação” (p. 64-65). “(...) destaco a confusão entre gênero e texto, gênero e suporte, gênero e domínio discursivo, gênero e forma/estrutura e gênero e tipo textual. A discussão desses equívocos se apoiará em exemplos retirados de diversos trabalhos sobre gêneros, de variada procedência teórica, a maioria deles disponível na Internet” (p. 65). Gênero e texto “(...) o gênero não deveria ser confundido com o texto que o “materializa”. Na realidade, esse modo de descrever o fenômeno, bastante comum na literatura especializada, pode se revelar extremamente enganoso. Em que sentido o gênero “se materializa” no texto? Penso, antes, que do gênero jamais se pode dizer que “se materializa”. Apenas o texto pode ser descrito como tendo um aspecto material ou uma materialidade linguística” (p. 67). “O gênero é [...] uma questão de acordo social. O texto tende a ser um material determinado, ou um modo de materialização de um enunciado ou de um trecho de discurso verbal. São designações de dois domínios conceituais muito diferentes. Eu de modo algum os usaria um pelo outro” (MILLER; BAZERMAN, 2011, p. 21) apud (BEZERRA, 2015, p. 67). Gênero e suporte “Um ponto de vista dessa natureza implicaria novamente a diluição das fronteiras entre gênero e texto, além de criar a inusitada e talvez impossível situação em que um gênero não abrangeria “uma classe de eventos comunicativos”, como define Swales (1990)” (p. 70). “Considero pertinente e necessária a distinção, nesse caso, porque mais uma vez contribui para evitar uma visão materialista ou materializadora do gênero. Noutras palavras, confundir o suporte com o gênero provavelmente revelaria outro aspecto da já referida confusão entre gênero e texto” (p. 71).
  • 2. Gênero e domínio discursivo “(...) o jornalismo, como atividade profissional, caracteriza- se pela construção e circulação de gêneros peculiares a essa atividade, de modo que o jornalismo “alberga” diversos gêneros “jornalísticos”, mas o jornalismo em si não é um gênero” (p. 72). “À semelhança do domínio jornalístico, o jurídico também se refere a uma instância discursiva caracterizada pela circulação de gêneros peculiares à atividade jurídica, de modo que é possível falar de inúmeros gêneros (que são) jurídicos, isto é, vinculam-se ao meio jurídico, mas não existe algo como o gênero jurídico” (p. 73). Gênero e forma/estrutura “Numa concepção de gênero como forma de ação social, a forma do texto é um critério claramente insuficiente para a definição do gênero” (p. 75). Gênero e tipo textual “(...) os tipos textuais são aspectos da composição de textos pertencentes a diferentes gêneros, não constituindo, eles mesmos, gêneros como tais nem participando das convenções sócio-históricas que definem os gêneros” (p. 75). “(...) os tipos textuais são “muito mais modalidades discursivas ou então sequências textuais do que um texto em sua materialidade”. Ainda conforme o autor, os tipos “abrangem um número limitado de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção” e “constituem modos discursivos organizados no formato de sequências estruturais sistemáticas que entram na composição de um gênero textual” Marcuschi (2003, p. 17) apud Bezerra (2015, p. 76). “O discurso, por um processo de esquematização, conduziria a uma dada disposição textual, cuja manifestação visível, o texto como objeto empírico, se configuraria na forma de um gênero” (BEZERRA, 2006, p. 61) apud Bezerra (2015, p. 77).