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                                                 Ficha Informativa N.º2

TEMA I – Um pouco de história sobre a idade da Terra…


 A ideia de que a Terra poderia ser extremamente antiga só emergiu nesses últimos dois séculos,
como consequência dos dois grandes movimentos da cultura ocidental que consolidariam a
Geologia como uma ciência:
� Durante o Iluminismo o ser humano substituiu as explicações sobrenaturais para fenómenos da
Natureza por leis naturais, fruto de descobertas da observação, pesquisa científica e emprego do
senso comum.
� Com a Revolução Industrial, incrementou-se a demanda por matérias-primas e recursos
energéticos oriundos da Terra.

                         Antes disso, nem se cogitava que o mundo pudesse ser "imperfeito" ou
                       muito antigo por causa da forte influência religiosa no pensamento
                       intelectual da época.
                         O judaísmo pré-cristão, por exemplo, concebia a Terra como tendo
                       apenas poucos milhares de anos. Ideia semelhante continuou a ser
                       difundida ao longo da Idade Média e Renascença por sábios na Europa,
que geralmente afirmavam que a criação do mundo, em coerência com a Bíblia, se deu há cerca de
6.000 anos.

                      Em 1650, tal concepção transformou-se
                    definitivamente em dogma quando o
                    religioso Arcebispo Ussher (1581-1656)
                    publicou volumoso tratado sobre a
                    cronologia       bíblica,   cuidadosamente
                    pesquisada nas escrituras sagradas e em
                    outros documentos históricos.
                      Levando em conta todas as mudanças
cronológicas impostas pela troca do calendário juliano pelo
calendário gregoriano em 1582, Ussher declarou que a Criação
deu-se na noi te anterior ao dia 23 de Outubro, um domingo, do
ano 4004 antes de Cristo. Tal foi a influência de Ussher que
essa data permaneceu até o início do século XX como nota de
rodapé nas Bíblias publicadas pelas editoras das prestigiosas
universidades inglesas de Oxford e Cambridge.
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Charles Darwin (1809 — 1882),no período em que redigiu ―A Origem
das Espécies‖, Darwin começara por pedir a um geólogo uma estimativa
da espessura total das rochas sedimentares em Inglaterra, desde a Era
Primária ou Paleozóica, o que deu uma soma de cerca de 21 km. Tentou
então calcular quanto tempo decorrera durante a erosão pelo mar de um
vale chamado Weald, perto da sua casa de Down, o que lhe deu um valor
de 300 milhões de anos só para a Era Terciária. Foi esse valor que
publicou no seu livro.


                             Nos primeiros meses, os críticos estiveram demasiado ocupados
                             com as implicações da evolução para se concentrarem na estimativa
                             de Darwin, mas quando o fizeram demonstraram que ele
                             sobrestimara gravemente a taxa de erosão. A partir da terceira
                             edição do seu livro, Darwin eliminou qualquer referência ao Weald.


Um dos críticos, o geólogo John Phillips, então presidente da Geological
Society, tentou utilizar a taxa de deposição de sedimento (em vez de erosão)
para calcular a idade da Terra. Baseando-se em estimativas da quantidade de
sedimento depositada pelo Ganges, e na espessura total de sedimentos
acumulados (21 Km) calculada por Darwin, obteve um valor de "apenas" 96
milhões de anos. Era pouco para Darwin, mas em 1860 era aceitável por
praticamente toda a gente.


                   Outro cientista que tentou calcular a idade da Terra especificamente para
                   refutar a teoria evolutiva de Darwin foi o físico escocês William Thomson
                   (1824-1907), passou a ser conhecido como Lord Kelvin.

                   Kelvin utilizou vários métodos para calcular a idade da Terra.
                   O primeiro, em 1862, foi a partir de uma estimativa da idade do Sol,
                   assumindo que este se formara devido à colisão de meteoritos atraídos pela
                   força gravitacional mútua até gerar calor e atingir o ponto de fusão da rocha.

Desde então o calor do sol era devido à lenta contracção gravitacional da sua enorme massa, o que
levava à conclusão de que «o sol provavelmente não iluminou a Terra por mais de 100 milhões de
anos, e certamente não o fez durante 500 milhões de anos».

O segundo método de Kelvin, publicado em 1864, foi baseado no arrefecimento da Terra a partir
de um estado inicial de fusão - tal como fizera Buffon (naturalista francês), mas com maior
conhecimento do modo como o calor se difunde em materiais sólidos. Concluiu que «a
consolidação não pode ter tido lugar há menos de 20 milhões de anos, ou teríamos mais calor
subterrâneo do que temos, nem há mais de 400 milhões de anos».

Finalmente, o terceiro método foi baseado na forma e na velocidade de rotação da Terra. Sabia-se
que a velocidade de rotação está a diminuir lentamente devido à fricção causada pelas marés, e
que a Terra não é esférica, mas achatada nos pólos. Calculando a taxa de diminuição da
velocidade, e utilizando o grau de achatamento para inferir a velocidade de rotação inicial, quando
a Terra solidificara, Kelvin calculou uma idade de cerca de 100 milhões de anos.
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Após a morte de Darwin, alguns físicos e o próprio Kelvin reduziram ainda mais a idade da Terra,
para cerca de 20 milhões de anos apenas.

Nesta altura os geólogos revoltaram-se



                    Em 1896 Henri Becquerel descobriu a radioactividade, quando verificou
                    que sais de urânio emitiam uma radiação invisível (para o olho humano) que
                    afectava placas fotográficas. Isto possibilitou a abertura de novos caminhos
                    para a ciência em geral e para a geocronologia
                    em particular.

No ano seguinte, 1897, Wilhelm Roentgen, físico alemão, apelidou
estes misteriosos de Raios X.




                            Em 1902 Pierre e Marie Curie isolaram o rádio, um milhão de
                            vezes mais activo do que o urânio, e chamaram às radiações que
                            produzia radioactividade.




Ernest Rutherford (1871 – 1937) mostrou que os materiais radioactivos
eram radioactivos porque os seus átomos se desintegravam
espontaneamente, emitindo radiações e calor. Foi o primeiro cientista a usar
radioactividade para datar rochas ígneas. Em 1905 mostrou que um
determinado mineral cujos elementos radioactivos tinha estudado tinha uma
idade de cerca de 497 M.a.

               Era a primeira vez que se admitia uma idade tão antiga para a Terra.



Após a demonstração de que havia materiais radioactivos em todo o tipo de substâncias da Terra,
Rutherford anunciou numa conferência que «A descoberta dos elementos radioactivos... aumenta
o limite possível para a duração da vida neste planeta, e permite o tempo reclamado por
geólogos e biólogos para o processo da evolução».


Seguiram-se inúmeros estudos de vários cientistas, tendo sido datadas rochas de diferentes áreas
do nosso planeta e inclusivamente rochas da Lua e meteoritos. Assim, foi graças à descoberta da
radioactividade e dos métodos de datação radiométrica que foi possível atribuir ao nosso
planeta a idade que aceitamos hoje – 4600 M.a.

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Ficha informativa nº2

  • 1. Página 1 de 3 EB 2,3/S CARRAZEDA DE ANSIAES Ano Lectivo – 2010/2011 Biologia/Geologia – 10ºAno Ficha Informativa N.º2 TEMA I – Um pouco de história sobre a idade da Terra… A ideia de que a Terra poderia ser extremamente antiga só emergiu nesses últimos dois séculos, como consequência dos dois grandes movimentos da cultura ocidental que consolidariam a Geologia como uma ciência: � Durante o Iluminismo o ser humano substituiu as explicações sobrenaturais para fenómenos da Natureza por leis naturais, fruto de descobertas da observação, pesquisa científica e emprego do senso comum. � Com a Revolução Industrial, incrementou-se a demanda por matérias-primas e recursos energéticos oriundos da Terra. Antes disso, nem se cogitava que o mundo pudesse ser "imperfeito" ou muito antigo por causa da forte influência religiosa no pensamento intelectual da época. O judaísmo pré-cristão, por exemplo, concebia a Terra como tendo apenas poucos milhares de anos. Ideia semelhante continuou a ser difundida ao longo da Idade Média e Renascença por sábios na Europa, que geralmente afirmavam que a criação do mundo, em coerência com a Bíblia, se deu há cerca de 6.000 anos. Em 1650, tal concepção transformou-se definitivamente em dogma quando o religioso Arcebispo Ussher (1581-1656) publicou volumoso tratado sobre a cronologia bíblica, cuidadosamente pesquisada nas escrituras sagradas e em outros documentos históricos. Levando em conta todas as mudanças cronológicas impostas pela troca do calendário juliano pelo calendário gregoriano em 1582, Ussher declarou que a Criação deu-se na noi te anterior ao dia 23 de Outubro, um domingo, do ano 4004 antes de Cristo. Tal foi a influência de Ussher que essa data permaneceu até o início do século XX como nota de rodapé nas Bíblias publicadas pelas editoras das prestigiosas universidades inglesas de Oxford e Cambridge.
  • 2. Página 2 de 3 Charles Darwin (1809 — 1882),no período em que redigiu ―A Origem das Espécies‖, Darwin começara por pedir a um geólogo uma estimativa da espessura total das rochas sedimentares em Inglaterra, desde a Era Primária ou Paleozóica, o que deu uma soma de cerca de 21 km. Tentou então calcular quanto tempo decorrera durante a erosão pelo mar de um vale chamado Weald, perto da sua casa de Down, o que lhe deu um valor de 300 milhões de anos só para a Era Terciária. Foi esse valor que publicou no seu livro. Nos primeiros meses, os críticos estiveram demasiado ocupados com as implicações da evolução para se concentrarem na estimativa de Darwin, mas quando o fizeram demonstraram que ele sobrestimara gravemente a taxa de erosão. A partir da terceira edição do seu livro, Darwin eliminou qualquer referência ao Weald. Um dos críticos, o geólogo John Phillips, então presidente da Geological Society, tentou utilizar a taxa de deposição de sedimento (em vez de erosão) para calcular a idade da Terra. Baseando-se em estimativas da quantidade de sedimento depositada pelo Ganges, e na espessura total de sedimentos acumulados (21 Km) calculada por Darwin, obteve um valor de "apenas" 96 milhões de anos. Era pouco para Darwin, mas em 1860 era aceitável por praticamente toda a gente. Outro cientista que tentou calcular a idade da Terra especificamente para refutar a teoria evolutiva de Darwin foi o físico escocês William Thomson (1824-1907), passou a ser conhecido como Lord Kelvin. Kelvin utilizou vários métodos para calcular a idade da Terra. O primeiro, em 1862, foi a partir de uma estimativa da idade do Sol, assumindo que este se formara devido à colisão de meteoritos atraídos pela força gravitacional mútua até gerar calor e atingir o ponto de fusão da rocha. Desde então o calor do sol era devido à lenta contracção gravitacional da sua enorme massa, o que levava à conclusão de que «o sol provavelmente não iluminou a Terra por mais de 100 milhões de anos, e certamente não o fez durante 500 milhões de anos». O segundo método de Kelvin, publicado em 1864, foi baseado no arrefecimento da Terra a partir de um estado inicial de fusão - tal como fizera Buffon (naturalista francês), mas com maior conhecimento do modo como o calor se difunde em materiais sólidos. Concluiu que «a consolidação não pode ter tido lugar há menos de 20 milhões de anos, ou teríamos mais calor subterrâneo do que temos, nem há mais de 400 milhões de anos». Finalmente, o terceiro método foi baseado na forma e na velocidade de rotação da Terra. Sabia-se que a velocidade de rotação está a diminuir lentamente devido à fricção causada pelas marés, e que a Terra não é esférica, mas achatada nos pólos. Calculando a taxa de diminuição da velocidade, e utilizando o grau de achatamento para inferir a velocidade de rotação inicial, quando a Terra solidificara, Kelvin calculou uma idade de cerca de 100 milhões de anos.
  • 3. Página 3 de 3 Após a morte de Darwin, alguns físicos e o próprio Kelvin reduziram ainda mais a idade da Terra, para cerca de 20 milhões de anos apenas. Nesta altura os geólogos revoltaram-se Em 1896 Henri Becquerel descobriu a radioactividade, quando verificou que sais de urânio emitiam uma radiação invisível (para o olho humano) que afectava placas fotográficas. Isto possibilitou a abertura de novos caminhos para a ciência em geral e para a geocronologia em particular. No ano seguinte, 1897, Wilhelm Roentgen, físico alemão, apelidou estes misteriosos de Raios X. Em 1902 Pierre e Marie Curie isolaram o rádio, um milhão de vezes mais activo do que o urânio, e chamaram às radiações que produzia radioactividade. Ernest Rutherford (1871 – 1937) mostrou que os materiais radioactivos eram radioactivos porque os seus átomos se desintegravam espontaneamente, emitindo radiações e calor. Foi o primeiro cientista a usar radioactividade para datar rochas ígneas. Em 1905 mostrou que um determinado mineral cujos elementos radioactivos tinha estudado tinha uma idade de cerca de 497 M.a. Era a primeira vez que se admitia uma idade tão antiga para a Terra. Após a demonstração de que havia materiais radioactivos em todo o tipo de substâncias da Terra, Rutherford anunciou numa conferência que «A descoberta dos elementos radioactivos... aumenta o limite possível para a duração da vida neste planeta, e permite o tempo reclamado por geólogos e biólogos para o processo da evolução». Seguiram-se inúmeros estudos de vários cientistas, tendo sido datadas rochas de diferentes áreas do nosso planeta e inclusivamente rochas da Lua e meteoritos. Assim, foi graças à descoberta da radioactividade e dos métodos de datação radiométrica que foi possível atribuir ao nosso planeta a idade que aceitamos hoje – 4600 M.a.