O documento discute as causas e consequências do estresse no ambiente corporativo, incluindo metas excessivas, cobranças e falta de apoio aos funcionários, levando a problemas de saúde mental. Grandes empresas têm adotado práticas para melhorar o bem-estar dos funcionários, como áreas de apoio psicológico e lazer no trabalho. Isso aumenta a produtividade e rentabilidade das organizações. Práticas de gestão humana baseadas na teoria das relações humanas são sugeridas para lidar melhor com o estresse no local de trabalho.
Trab. a caminho da qualidade de vida no trabalho (geral) defint
Estresse corporativo e saúde mental
1. Estresse no ambiente corporativo
Eleutério Gustavo Correia Alecrim
Introdução
No mundo contemporâneo, a capacidade de inovação e trabalho mental multiplica-
se a necessidade das organizações de buscarem dentro do mercado suas
diferenciações e consequentemente, aumento da receita, fidelização do cliente e
descoberta/criação de novos nichos de mercado. Assim, fica inevitável, o estresse
ocupacional, onde o indivíduo se vê com um grande volume de cobranças sobre
suas entregas mentais, que serão insumos para o processo de inovação e criação
da empresa.
Estudos recentes mostram que a patologia mental é uma das mais preocupantes no
mundo atual, onde altos índices de mortalidade associam-se a suicídios na Europa
(The Lancet, Vol. 379 No. 9820 pp 1005-1012).
Causas e consequências do estresse
“A insegurança nas relações de trabalho, as metas super dimensionadas, o nível de
cobrança excessiva, o quadro de funcionários aquém das necessidades da
instituição e dificuldades nas relações pessoais, bem como algumas das principais
causas de tensão excessiva no ambiente de trabalho, são situações capazes de
explicar níveis importantes de estresse para esta categoria funcional.” (Revista de
Ciências da Administração • v. 10, n. 21, p. 175-196, mai./ago. 2008)
Tais níveis de estresse cominam de um cenário complexo e altamente exigente,
onde níveis de qualidade são necessários, curto espaço de tempo e competição
entre setores e empresas, faz com que o indivíduo, principalmente executivos,
desperte condições mentais turbulentas e associadas a um agravo sistêmico à
saúde mental. Os estudos já apontam que tais associações são causas de
aposentadorias forçadas e invalidez temporária? Levando a perda de produtividade
do indivíduo e consequentemente a falha dos níveis empresariais esperados.
As novas escolas de administração estão focadas no desenvolvimento de gestão de
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2. pessoas e nos fatores psicológicos dos colaboradores, teorias das relações
humanas, estudos comportamentalista e sobre tudo a teoria geral de sistemas onde
segundo Chiavenato, as organizações são vistas como um sistema aberto
compostos de subsistemas e em constante interação com seu meio ambiente.
Influências na qualidade de vida dos profissionais e na dinâmica
organizacional
Grandes corporações, já adotam modelos administrativos mais inovadores, onde
buscam trazer para os seus colaborados, condições psicológicas melhores, como:
Melhores ambientes de trabalho, áreas do RH voltadas para um suporte pessoal ao
colaborador, como: Psicólogos, Nutricionistas, Dep. Jurídico, áreas de lazer que
possibilitam a interação e participação dos grupos sociais existentes na
organização, e etc...
Tais modelos, bem sucedidos, como é o caso do Facebok, Google e Microsoft,
mostram que a capacitação, juntamente com tais condições, produzem um negócio
altamente produtivo e rentável. Pois, levemos em consideração que assim como a
política da Apple em sua reestruturação da Apple em 1997, onde passou a adotar
um modelo de negócio mais inovador e agressivo. A empresa demitiu grande parte
de seus colaboradores e adotou uma nova política de perfil para contratação para
as equipes de criação (Linzmayer, 2004). Onde o perfil científico empreendedor era
o alvo para a descoberta de talentos. Assim, com novos talentos, qualidade de vida
e fatores ambientais higiênicos e motivacionais remodelados, a empresa se tornou
a mais rentável na história da tecnologia.
Sugestão de práticas institucionais para solução do problema
Os modelos institucionais, voltados para as novas escolas de administração, que se
desenvolveram com base na teoria das relações humanas, é sem dúvida o mais
adequado para as situações no mundo contemporâneo.
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3. Pois, conforme Chiavenato, destaca, sobre o que diz respeito à teoria das
contingências, não existe uma melhor maneira de organizar; se uma forma eficiente
de organizar foi eficiente em uma situação, isso não significa que ela será eficiente
em todas as situações. Assim, podemos observar, que desde toda a história da
administração, desde a teoria clássica de Fayol até as conclusões e hipóteses de
hoje, que, sempre o ser humano é tema extremamente importante no tema.
Conclusão
O estresse hoje faz parte da vida do ser humano. Porém, tal condição, deve ser
administrada e gerenciada para ser extinguida no menor período possível. Fazendo
com que as condições extremas não prejudiquem o indivíduo. Algumas
organizações já desenvolveram a cultura organizacional e a consciência corporativa
a respeito dos níveis de estresse aceitos dentro das empresas. Os próprios
funcionários se monitoram e auxiliam na resolução de problemas, seja profissionais
ou pessoais. A cada dia a sociedade dá maior importância ao tema.
A retenção de talentos e profissionais chave no plano de negócios da empresa
dependem, e muito do gerenciamento do estresse dentro da organização.
Condições financeiras deixaram de ser o principal interesse dos executivos, visto o
mundo de oportunidades de mercado, onde as condições de trabalho e a carga de
cobranças e metas passou a ser parte importante da balança.
Acredito que em alguns anos a mais voltemos a olhar para o Homem, seja de forma
cultural, racional ou intelectual. Passaremos ao período “neoiluminista”.
Referências bibliográficas
The Lancet, Vol. 379 No. 9820 pp 1005-1012
Revista de Ciências da Administração • v. 10, n. 21, p. 175-196, mai./ago. 2008
LINZMAYER, Owen W.: Apple Confidential 2.0:
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4. The Definitive History of the World’s Most Colorful Company, San Francisco,
California: No Starch Press, 2004.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. São Paulo: Markron
Brooks, 1999.
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