1) O documento define equações diferenciais ordinárias e explica seus conceitos de ordem e grau.
2) Exemplos mostram como determinar a ordem e grau de equações diferenciais.
3) Equações diferenciais de variáveis separáveis são definidas e exemplos são resolvidos.
2. Definição: Denomina-se equação diferencial
ordinária toda equação da forma
𝑓 𝑥, 𝑦, 𝑦′
, 𝑦′′
, … , 𝑦 𝑛
= 0 que envolve uma
função incógnita 𝑦 = 𝑦 𝑥 e suas derivadas. Onde
𝑥 é a variável independente e 𝑦 é a variável
dependente (ou variável procurada).
Equações Diferenciais Ordinárias
3. Definição: Denomina-se ordem de uma equação
diferencial a ordem da mais alta derivada da
função incógnita 𝑦 = 𝑦 𝑥 que ocorre na equação.
Ordem de uma equação diferencial
4. Definição: Denomina-se grau de uma equação
diferencial o valor do expoente para a derivada mais
alta da equação, quando a equação tem a forma de um
polinómio na função incógnita e em suas derivadas,
como, por exemplo,
𝐴1𝑦 3
+ 𝐴2𝑦 2
+ 𝐴3𝑦 1
+ 𝐴4𝑦 0
= 0.
Grau de uma equação diferencial
5. Diga qual a ordem e o grau das seguintes equações
diferenciais:
1. 𝑦′′
+ 3𝑦′
+ 6𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥
2. 𝑦′′ 3
+ 3𝑦′
+ 8𝑦 = 𝑡𝑔 𝑥
3. 𝑦′′ 2
+ 𝑦′ 3
+ 3𝑦 = 𝑥2
Exemplos:
6. 1) 𝑦′′
+ 3𝑦′
+ 6𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝑥, equação diferencial da
2a ordem e 1o grau.
2) 𝑦′′ 3
+ 3𝑦′
+ 8𝑦 = 𝑡𝑔𝑥, equação diferencial
da 2a ordem e 3o grau.
3) 𝑦′′ 2
+ 𝑦′ 3
+ 3𝑦 = 𝑥2
, equação diferencial
da 2a ordem e 2o grau.
Resolução:
7. Definição: Denomina-se equação diferencial de
variáveis separáveis a equação diferencial da
forma 𝑦′
= 𝑓 𝑥 ∙ 𝑔 𝑦 .
Equações diferenciais de variáveis
separáveis
17. Definição: Uma equação diferencial 𝑃 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥 +
𝑄 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦 = 0 1 é homogênea, se as funções
𝑃 𝑥, 𝑦 e 𝑄 𝑥, 𝑦 são homogêneas do mesmo grau.
Uma função 𝑓 𝑥, 𝑦 é homogênea de grau 𝑛 se
𝑓 𝛽𝑥, 𝛽𝑦 = 𝛽𝑛
∙ 𝑓 𝑥, 𝑦 .
Equações diferenciais homogêneas da
primeira ordem
18. Exemplo:
Verifique se a função 𝑓 𝑥, 𝑦 = 𝑥4 + 𝑦4 é
homogênea
Resolução:
Fazendo 𝑥 = 𝛽𝑥 e 𝑦 = 𝛽𝑦 e substituindo na função
dada, vem:
Equações diferenciais homogêneas da
primeira ordem
20. Portanto, a função 𝑓 𝑥, 𝑦 é homogênea do
segundo grau.
Equações diferenciais homogêneas da
primeira ordem
21. A equação 1 pode reduzir-se à forma 𝑦′
= 𝑓
𝑦
𝑥
por meio da substituição 𝑢 =
𝑦
𝑥
ou 𝑦 = 𝑥 ∙ 𝑢, onde
𝑢 é uma nova incógnita ou função incógnita, que
se transforma em equações diferenciais com
variáveis separadas.
Equações diferenciais homogêneas da
primeira ordem
29. Definição: Denomina-se Equação Diferencial
Linear da Primeira Ordem toda equação diferencial
que pode ser reduzida à forma canónica
𝑦′
+ 𝑃 𝑥 ∙ 𝑦 = 𝑄 𝑥 , onde 𝑃 𝑥 e 𝑄 𝑥 são
funções da variável 𝑥, podendo eventualmente ser
constantes.
Equações diferenciais lineares da
primeira ordem
30. Seja 𝑦′
+ 𝑃 𝑥 ∙ 𝑦 = 𝑄 𝑥 1 , equação diferencial
linear da primeira ordem. Considerando a sua
equação diferencial homogênea 𝑦′
+ 𝑃 𝑥 ∙ 𝑦 = 0
2 , equação diferencial de variável separável.
A solução geral da equação diferencial linear da
primeira ordem, isto é, 𝑦 = 𝐶 ∙ 𝑒− 𝑃 𝑥 𝑑𝑥
=
𝑒 𝑃 𝑥 𝑑𝑥
𝑄 𝑥 𝑑𝑥 + 𝐶1 𝑒− 𝑃 𝑥 𝑑𝑥
Equações diferenciais lineares da
primeira ordem
31. Exemplo:
Achar a solução geral da equação diferencial
𝑦′
− 𝑡𝑔 𝑥 ∙ 𝑦 =
1
𝑐𝑜𝑠 𝑥
Resolução:
Equações diferenciais lineares da
primeira ordem
32. A equação homogênea é da forma 𝑦′
− 𝑡𝑔 𝑥 𝑦 = 0
que é equação diferencial de variáveis separáveis.
𝑦′
− 𝑡𝑔 𝑥 𝑦 = 0 ⇒
𝑑𝑦
𝑑𝑥
− 𝑡𝑔 𝑥 ∙ 𝑦 = 0 multiplicando
ambos os membros por 𝑑𝑥 e dividindo por 𝑦, teremos:
𝑑𝑦
𝑦
− 𝑡𝑔 𝑥 𝑑𝑥 = 0, integrando a equação, obtemos:
Equações diferenciais lineares da
primeira ordem
36. A equação diferencial na forma canónica
𝑃 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥 + 𝑄 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦 = 0 1 , é equação
diferencial exacta se, e somente se 𝑃 𝑥, 𝑦 e
𝑄 𝑥, 𝑦 são funções continuas e
𝜕𝑃
𝜕𝑦
=
𝜕𝑄
𝜕𝑥
A integral da equação diferencial 1 é
𝑈 𝑥, 𝑦 = 𝐶, onde 𝑈 𝑥, 𝑦 = 𝑃 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥 + 𝜑 𝑦
Equações diferenciais exactas da
primeira ordem
37. Com
𝜕𝑈
𝜕𝑦
= 𝑄 𝑥, 𝑦 e
𝜕𝑈
𝜕𝑥
= 𝑃 𝑥, 𝑦 .
Exemplo: Resolver a equação diferencial
𝑥 + 𝑦 𝑑𝑥 + 𝑥 + 2𝑦 𝑑𝑦 = 0
Resolução:
𝑃 𝑥, 𝑦 = 𝑥 + 𝑦 e 𝑄 𝑥, 𝑦 = 𝑥 + 2𝑦, verificando
se as derivadas parciais são iguais, vem:
Equações diferenciais exactas da
primeira ordem
42. Equações homogêneas
A equação linear homogénea da 2a ordem com coeficientes
constantes 𝑝 e 𝑞 tem a forma 𝑦′′ + 𝑝𝑦′ + 𝑞 = 0 1
Se 𝑘1 e 𝑘2 são raízes da equação característica
𝑘2
+ 𝑝𝑘 + 𝑞 = 0, então a solução geral da equação 1
pode ser escrita numa das três formas seguintes:
Equações diferenciais lineares de 2a
ordem com coeficientes constantes
43. Equações homogêneas
𝑦 = 𝐶1𝑒𝑘1𝑥 + 𝐶2𝑒𝑘2𝑥, se 𝑘1, 𝑘2 ∈ ℝ e 𝑘1 ≠ 𝑘2;
𝑦 = 𝑒𝑘1𝑥
𝐶1 + 𝐶2𝑥 , se 𝑘1 = 𝑘2;
𝑦 = 𝑒𝛼𝑥 𝐶1𝑐𝑜𝑠 𝛽𝑥 + 𝐶2𝑠𝑒𝑛 𝛽𝑥 , se 𝑘1 = 𝛼 + 𝛽𝑖 e
𝑘2 = 𝛼 − 𝛽𝑖, com 𝛽 ≠ 0.
Exemplo1: Achar a solução geral da equação diferencial
𝑦′′ − 5𝑦′ + 6𝑦 = 0
Equações diferenciais lineares de 2a
ordem com coeficientes constantes
44. Resolução:
A equação característica da equação diferencial acima é:
𝑘2
− 5𝑘 + 6 = 0
𝑘2
− 5𝑘 + 6 = 0 ⇒ 𝑘 − 2 𝑘 − 3 = 0, pela aplicação
da lei do anulamento do produto, vem:
𝑘 − 2 𝑘 − 3 = 0 ⇔ 𝑘 − 2 = 0 ∪ 𝑘 − 3 = 0 ⇔
𝑘 = 2 ∪ 𝑘 = 3
Equações diferenciais lineares de 2a
ordem com coeficientes constantes
45. Como 𝑘1, 𝑘2 ∈ ℝ e 𝑘1 ≠ 𝑘2, então a solução geral da
equação diferencial dada é da forma 𝑦 = 𝐶1𝑒𝑘1𝑥
+
𝐶2𝑒𝑘2𝑥
Substituindo os valores de 𝑘1 e 𝑘2, obtemos:
𝑦 = 𝐶1𝑒2𝑥 + 𝐶2𝑒3𝑥
Exemplo2: Achar a solução geral da equação diferencial
𝑦′′
+ 2𝑦′
+ 𝑦 = 0
Equações diferenciais lineares de 2a
ordem com coeficientes constantes
46. Resolução:
A equação característica da equação diferencial acima é:
𝑘2 + 2𝑘 + 1 = 0
𝑘2 + 2𝑘 + 1 = 0 ⇒ 𝑘 + 1 𝑘 + 1 = 0, aplicando a lei
do anulamento do produto, vem:
𝑘2 + 2𝑘 + 1 = 0 ⇒ 𝑘 + 1 𝑘 + 1 = 0 ⇔ 𝑘 + 1 = 0 ∪
𝑘 + 1 = 0 ⇔ 𝑘 = −1 ∪ 𝑘 = −1
Equações diferenciais lineares de 2a
ordem com coeficientes constantes
47. Como 𝑘1, 𝑘2 ∈ ℝ e 𝑘1 = 𝑘2, então a solução geral da
equação diferencial dada é da forma
𝑦 = 𝑒𝑘1𝑥 𝐶1 + 𝐶2𝑥 . Substituindo os valores de 𝑘1 e 𝑘2,
obtemos: 𝑦 = 𝑒−𝑥
𝐶1 + 𝐶2𝑥 .
Equações diferenciais lineares de 2a
ordem com coeficientes constantes