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Instituto de Ensino Superior de Rondônia –IESUR
Faculdades Associadas de Ariquemes - FAAr
• Curso Bacharel em Direito
• Disc.:Filosofia Geral
• Prof. Me. Claudinei Frutuoso
Do Mito a Razão
• O que é mito?
• O mito consiste numa narrativa sobre a origem de alguma coisa
(origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais,
do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da
doença, da morte, das guerras, do poder, etc.).
A palavra mito vem do grego, mythos (contar, narrar, falar alguma
coisa para os outros) e do verbo mytheyo (conversar, contar,
anunciar, nomear, designar). Para os gregos, mito é um discurso
pronunciado ou proferido para ouvintes que confiam naquele que
narra; é uma narrativa feita em público, baseada, portanto, na
autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador. E essa
autoridade vem do fato de que ele ou testemunhou diretamente o
que está narrando ou recebeu a narrativa de quem testemunhou os
acontecimentos narrados
Principais características
deste período
• As novas condições de vida das colônias e a
nova mentalidade delas decorrente encontram
sua primeira expressão através das epopéias.
• Resultantes da fusão de lendas eólias e jônicas,
as epopéias incorporaram relatos mais ou
menos fabulosos sobre expedições marítimas e
elementos provenientes do contato do mundo
helênico, em sua fase de formação, com
culturas orientais
• Nesse tempo surgem os poemas gregos aos
quais se destacam os de Homero.
Principais características
deste período
• Chegou-se mesmo a duvidar de sua existência e de que a
Ilíada e a Odisséia fossem obra de uma só pessoa. Poderiam
ser coletâneas de cantos populares de antigos aedos e, ainda
que tenha existido um poeta chamado Homero que realizou a
ordenação desse material e enriqueceu com contribuições
próprias, o certo é que essas obras contêm passagens
procedentes de épocas diversas.
• Além de informar sobre a organização da polis arcaica, as
epopéias homéricas são a primeira expressão documentada
da visão mito-poética dos gregos. A intervenção, benéfica ou
maléfica, dos deuses está no âmago da psicologia dos heróis
de Homero e comanda suas ações.
Principais características
deste período
• Mesmo quando representam forças da natureza os
deuses homéricos revestem-se de forma humana;
esse antropomorfismo atribui-lhes aspecto familiar e
até certo ponto inteligível, afastando os terrores
relativos a forças obscuras e incontroláveis.
• A humanização do divino aproxima-o da compreensão
dos homens, mas, por outro lado, deixa o universo —
em cujo desenvolvimento os deuses podem intervir —
suspenso a comportamentos passionais e a arbítrios
capazes de alterar seu curso normal.
A mitologia em Homero
• noção de virtude (areté), ainda não atenuada por seu
posterior uso puramente moral, significava o mais alto ideal
cavalheiresco aliado a uma conduta cortesã e ao heroísmo
guerreiro. Identificada a atributos da nobreza, a areté, em seu
mais amplo sentido, designava não apenas a excelência
humana, como também a superioridade de seres não-
humanos, como a força dos deuses ou a rapidez dos cavalos
nobres.
• A virtude em Homero é, portanto, atributo dos nobres, os
aristoi. Estreitamente associada às noções de honra e de
dever, representa um atributo que o indivíduo possui desde
seu nascimento, a manifestar que descende de ilustres
antepassados.
A mitologia em Homero
• Homero parece participar da crença, comum a várias
culturas primitivas, de que o homem vivo abriga em si
um "duplo", um outro eu. A existência desse "duplo"
seria atestada pelos sonhos, quando o outro eu parece
sair e realizar peripécias, inclusive envolvendo outros
"duplos". A essa concepção de uma dupla existência do
homem — como corporeidade perceptível e como
imagem a se manifestar nos sonhos — está ligada a
interpretação homérica da morte e da alma (psyché).
Um outro poeta Hesíodo
• O drama teogônico tem início, em Hesíodo, com a
apresentação das entidades primordiais: adotando
implicitamente o postulado de que tudo tem origem,
Hesíodo mostra que primeiro teve origem o Caos —
abismo sem fundo — e, em seguida, a Terra e o Amor
(Eros), "criador de toda vida".
• A Teogonia de Hesíodo enumera três gerações de
deuses: a de Céu, a de Cronos e a de Zeus. A
interpolação dos episódios de Prometeu e de Pandora
na sequência da Teogonia.
Visão de Hesíodo sobre os
homens
• Pandora — a mulher — leva em suas mãos uma jarra
que, destampada, deixa escapar e espalhar-se entre os
mortais todos os males. Na jarra, prisioneira, fica apenas
a esperança. As duras condições de trabalho de sua
gente sugerem assim a Hesíodo uma visão pessimista
da humanidade, perseguida pela animosidade dos
deuses
.
Visão de Hesíodo sobre os
homens
• Do mesmo modo que o mito de Prometeu ilustra a idéia
de trabalho, o mito das idades ilustra a idéia de justiça:
nenhum homem pode furtar-se à lei do trabalho, assim
como nenhuma raça pode evitar a justiça. Na verdade,
esses dois temas são complementares, segundo
Hesíodo: o homem da idade de ferro está movido pelo
instinto de luta (eris); se a luta se transforma em
trabalho, torna-se emulsão fecunda e feliz; se, ao
contrário, manifesta-se por meio de violência, acaba
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Episteme do mito a razão

  • 1. Instituto de Ensino Superior de Rondônia –IESUR Faculdades Associadas de Ariquemes - FAAr • Curso Bacharel em Direito • Disc.:Filosofia Geral • Prof. Me. Claudinei Frutuoso
  • 2. Do Mito a Razão • O que é mito? • O mito consiste numa narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, das guerras, do poder, etc.). A palavra mito vem do grego, mythos (contar, narrar, falar alguma coisa para os outros) e do verbo mytheyo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Para os gregos, mito é um discurso pronunciado ou proferido para ouvintes que confiam naquele que narra; é uma narrativa feita em público, baseada, portanto, na autoridade e confiabilidade da pessoa do narrador. E essa autoridade vem do fato de que ele ou testemunhou diretamente o que está narrando ou recebeu a narrativa de quem testemunhou os acontecimentos narrados
  • 3. Principais características deste período • As novas condições de vida das colônias e a nova mentalidade delas decorrente encontram sua primeira expressão através das epopéias. • Resultantes da fusão de lendas eólias e jônicas, as epopéias incorporaram relatos mais ou menos fabulosos sobre expedições marítimas e elementos provenientes do contato do mundo helênico, em sua fase de formação, com culturas orientais • Nesse tempo surgem os poemas gregos aos quais se destacam os de Homero.
  • 4. Principais características deste período • Chegou-se mesmo a duvidar de sua existência e de que a Ilíada e a Odisséia fossem obra de uma só pessoa. Poderiam ser coletâneas de cantos populares de antigos aedos e, ainda que tenha existido um poeta chamado Homero que realizou a ordenação desse material e enriqueceu com contribuições próprias, o certo é que essas obras contêm passagens procedentes de épocas diversas. • Além de informar sobre a organização da polis arcaica, as epopéias homéricas são a primeira expressão documentada da visão mito-poética dos gregos. A intervenção, benéfica ou maléfica, dos deuses está no âmago da psicologia dos heróis de Homero e comanda suas ações.
  • 5. Principais características deste período • Mesmo quando representam forças da natureza os deuses homéricos revestem-se de forma humana; esse antropomorfismo atribui-lhes aspecto familiar e até certo ponto inteligível, afastando os terrores relativos a forças obscuras e incontroláveis. • A humanização do divino aproxima-o da compreensão dos homens, mas, por outro lado, deixa o universo — em cujo desenvolvimento os deuses podem intervir — suspenso a comportamentos passionais e a arbítrios capazes de alterar seu curso normal.
  • 6. A mitologia em Homero • noção de virtude (areté), ainda não atenuada por seu posterior uso puramente moral, significava o mais alto ideal cavalheiresco aliado a uma conduta cortesã e ao heroísmo guerreiro. Identificada a atributos da nobreza, a areté, em seu mais amplo sentido, designava não apenas a excelência humana, como também a superioridade de seres não- humanos, como a força dos deuses ou a rapidez dos cavalos nobres. • A virtude em Homero é, portanto, atributo dos nobres, os aristoi. Estreitamente associada às noções de honra e de dever, representa um atributo que o indivíduo possui desde seu nascimento, a manifestar que descende de ilustres antepassados.
  • 7. A mitologia em Homero • Homero parece participar da crença, comum a várias culturas primitivas, de que o homem vivo abriga em si um "duplo", um outro eu. A existência desse "duplo" seria atestada pelos sonhos, quando o outro eu parece sair e realizar peripécias, inclusive envolvendo outros "duplos". A essa concepção de uma dupla existência do homem — como corporeidade perceptível e como imagem a se manifestar nos sonhos — está ligada a interpretação homérica da morte e da alma (psyché).
  • 8. Um outro poeta Hesíodo • O drama teogônico tem início, em Hesíodo, com a apresentação das entidades primordiais: adotando implicitamente o postulado de que tudo tem origem, Hesíodo mostra que primeiro teve origem o Caos — abismo sem fundo — e, em seguida, a Terra e o Amor (Eros), "criador de toda vida". • A Teogonia de Hesíodo enumera três gerações de deuses: a de Céu, a de Cronos e a de Zeus. A interpolação dos episódios de Prometeu e de Pandora na sequência da Teogonia.
  • 9. Visão de Hesíodo sobre os homens • Pandora — a mulher — leva em suas mãos uma jarra que, destampada, deixa escapar e espalhar-se entre os mortais todos os males. Na jarra, prisioneira, fica apenas a esperança. As duras condições de trabalho de sua gente sugerem assim a Hesíodo uma visão pessimista da humanidade, perseguida pela animosidade dos deuses .
  • 10. Visão de Hesíodo sobre os homens • Do mesmo modo que o mito de Prometeu ilustra a idéia de trabalho, o mito das idades ilustra a idéia de justiça: nenhum homem pode furtar-se à lei do trabalho, assim como nenhuma raça pode evitar a justiça. Na verdade, esses dois temas são complementares, segundo Hesíodo: o homem da idade de ferro está movido pelo instinto de luta (eris); se a luta se transforma em trabalho, torna-se emulsão fecunda e feliz; se, ao contrário, manifesta-se por meio de violência, acaba sendo a perdição do próprio homem