Este documento discute como o pensamento positivista e católico no Brasil do século XIX estabeleceu o lugar da mulher na esfera privada e ajudou a consolidar a herança patriarcal. O positivismo via a mulher como tendo uma "identidade positiva" baseada em sua habilidade emocional e superioridade moral, justificando sua submissão aos homens. O catolicismo também promovia uma visão tradicional dos papéis de gênero. Ambos influenciaram a sociedade brasileira a ver a mulher como pertenc
O documento discute o livro "Raízes do Brasil" e a revolução brasileira. Ele explica que o livro analisa como a sociedade brasileira evoluiu de uma estrutura rural e arcaica para uma estrutura urbana e moderna com o desenvolvimento do capitalismo no século XIX. No entanto, características como o personalismo e falta de associação dificultaram a implantação de instituições democráticas no Brasil.
Muq - simionatto. as expressões ideoculturais da crise capitalista na atualid...maisumaquestao
1. O documento discute as expressões ideoculturais da crise do capitalismo na atualidade e sua influência teórico-política.
2. Analisa o advento do pós-modernismo a partir da década de 1970, questionando grandes teorias sociais e promovendo abordagens fragmentadas.
3. Argumenta que o pós-modernismo serve como ideologia da contra-reforma neoliberal ao enfraquecer a compreensão das relações sociais totais.
Este documento apresenta um conjunto de questões sobre sociologia clássica, abordando os principais conceitos e autores desta corrente, como Marx, Durkheim e Weber. As questões tratam de tópicos como o surgimento da sociologia, os objetos de estudo dos principais sociólogos e suas teorias sobre fatos sociais, ação social e ideologia.
O documento descreve a evolução da sociologia no Brasil em três períodos: 1) A herança histórico-cultural da sociologia entre 1888-1930, quando era praticada por intelectuais não especializados; 2) O período da sociologia científica entre 1934-1957, quando se institucionalizou o ensino e pesquisa em sociologia; 3) O período de crise e diversificação a partir de 1957, marcado pela emergência do marxismo e estudos sobre dependência.
O documento discute a formação de tribos na pós-modernidade como palco para relacionamentos sociais. A pós-modernidade é caracterizada por valores arcaicos e tecnológicos combinados e grupos se formam com base na partilha de signos e valores comuns. As tribos fornecem sentido de pertencimento e identidade aos indivíduos em um contexto de mudanças constantes e fragmentação das instituições tradicionais.
[1] O documento discute como os rituais e performances de torcedores de futebol, como acenar com lenços brancos, podem ser analisados como um ritual político que ajuda os torcedores a reconstruir sua identidade e sentido de controle.
[2] O autor observou diversos tipos de torcedores em um estádio, incluindo grupos que viajam para todos os jogos e famílias que realizam rituais como comer antes das partidas.
[3] O autor argumenta que os rituais dentro do estádio ajudam os tor
[1] Guerreiro Ramos criticou a importação acrítica de ideias estrangeiras na sociologia brasileira e o elitismo dos intelectuais, defendendo uma sociologia comprometida com a realidade nacional e o desenvolvimento da autonomia do Brasil. [2] Ele propôs a "redução sociológica", um método crítico de assimilar criticamente contribuições teóricas externas considerando o contexto social brasileiro. [3] Sua obra teve como objetivo promover a autoconsciência da sociedade brasileira e uma sociologia en
Este documento fornece um resumo de um informativo maçônico contendo:
1) Uma seção de almanaque histórico com datas importantes;
2) Um artigo sobre o significado de igualdade na maçonaria;
3) Um texto sobre como a tecnologia está influenciando a maçonaria no que diz respeito a qualidade e controle de qualidade.
O documento discute o livro "Raízes do Brasil" e a revolução brasileira. Ele explica que o livro analisa como a sociedade brasileira evoluiu de uma estrutura rural e arcaica para uma estrutura urbana e moderna com o desenvolvimento do capitalismo no século XIX. No entanto, características como o personalismo e falta de associação dificultaram a implantação de instituições democráticas no Brasil.
Muq - simionatto. as expressões ideoculturais da crise capitalista na atualid...maisumaquestao
1. O documento discute as expressões ideoculturais da crise do capitalismo na atualidade e sua influência teórico-política.
2. Analisa o advento do pós-modernismo a partir da década de 1970, questionando grandes teorias sociais e promovendo abordagens fragmentadas.
3. Argumenta que o pós-modernismo serve como ideologia da contra-reforma neoliberal ao enfraquecer a compreensão das relações sociais totais.
Este documento apresenta um conjunto de questões sobre sociologia clássica, abordando os principais conceitos e autores desta corrente, como Marx, Durkheim e Weber. As questões tratam de tópicos como o surgimento da sociologia, os objetos de estudo dos principais sociólogos e suas teorias sobre fatos sociais, ação social e ideologia.
O documento descreve a evolução da sociologia no Brasil em três períodos: 1) A herança histórico-cultural da sociologia entre 1888-1930, quando era praticada por intelectuais não especializados; 2) O período da sociologia científica entre 1934-1957, quando se institucionalizou o ensino e pesquisa em sociologia; 3) O período de crise e diversificação a partir de 1957, marcado pela emergência do marxismo e estudos sobre dependência.
O documento discute a formação de tribos na pós-modernidade como palco para relacionamentos sociais. A pós-modernidade é caracterizada por valores arcaicos e tecnológicos combinados e grupos se formam com base na partilha de signos e valores comuns. As tribos fornecem sentido de pertencimento e identidade aos indivíduos em um contexto de mudanças constantes e fragmentação das instituições tradicionais.
[1] O documento discute como os rituais e performances de torcedores de futebol, como acenar com lenços brancos, podem ser analisados como um ritual político que ajuda os torcedores a reconstruir sua identidade e sentido de controle.
[2] O autor observou diversos tipos de torcedores em um estádio, incluindo grupos que viajam para todos os jogos e famílias que realizam rituais como comer antes das partidas.
[3] O autor argumenta que os rituais dentro do estádio ajudam os tor
[1] Guerreiro Ramos criticou a importação acrítica de ideias estrangeiras na sociologia brasileira e o elitismo dos intelectuais, defendendo uma sociologia comprometida com a realidade nacional e o desenvolvimento da autonomia do Brasil. [2] Ele propôs a "redução sociológica", um método crítico de assimilar criticamente contribuições teóricas externas considerando o contexto social brasileiro. [3] Sua obra teve como objetivo promover a autoconsciência da sociedade brasileira e uma sociologia en
Este documento fornece um resumo de um informativo maçônico contendo:
1) Uma seção de almanaque histórico com datas importantes;
2) Um artigo sobre o significado de igualdade na maçonaria;
3) Um texto sobre como a tecnologia está influenciando a maçonaria no que diz respeito a qualidade e controle de qualidade.
Este artigo discute o modelo decolonial e a importância de dar voz aos outros e ouvir suas perspectivas. Ele argumenta que os pensadores decoloniais questionam o sistema massificador que suprimiu os modos de ser e pensar das populações tradicionais na América Latina. Além disso, defende que o desenvolvimento deve ser baseado na promoção das comunidades locais e em seu protagonismo, diminuindo interferências externas. Por fim, a interculturalidade é importante para ouvir os calados e torná-los visíveis e protagonistas de seu pró
Marx karl.-contribuição-à-crítica-da-economia-políticaMayara Dos Santos
Este documento é a segunda edição da tradução para o português da obra "Contribuição à Crítica da Economia Política", de Karl Marx, feita por Florestan Fernandes. Apresenta o prefácio e o capítulo 1, que discute o conceito de mercadoria, além de anexos com textos introdutórios sobre a obra de Marx.
Neste capítulo apresentamos uma visão panorâmica das interpretações do Brasil do final do século XIX e começo do século XX. Vamos analisar o conjunto de intérpretes mais significativos do Brasil dos anos 1930 e sua importância no processo de consolidação da sociologia brasileira; a questão racial, entendida a partir do legado da escravidão; o debate em torno das questões do subdesenvolvimento e da dependência econômica; e, por fim, uma exposição das teses que resgatam contemporaneamente a questão da desigualdade social, especialmente a precarização do trabalho e o trabalho informal.
O documento descreve a evolução do pensamento sociológico no Brasil, dividindo-o em três fases: 1) autores do século XIX preocupados em estudar a sociedade brasileira de forma literária; 2) ensaístas da década de 1930 como Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior que analisaram a formação da sociedade brasileira; 3) a partir de 1930, sociólogos universitários como Florestan Fernandes estabeleceram a Sociologia como ciência no Brasil realizando análises críticas e investig
O documento descreve a história da sociologia no Brasil desde o século XIX, quando surgiu juntamente com o capitalismo moderno. Aponta os principais pensadores e correntes teóricas que influenciaram o desenvolvimento da disciplina no país, como o positivismo de Comte, o marxismo e os estudos de pensadores como Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre e Florestan Fernandes. Também aborda a institucionalização da sociologia brasileira a partir da década de 1930.
Este documento resume a trajetória acadêmica e profissional de Sedi Hirano, sociólogo brasileiro formado pela USP. Ele também analisa o livro "Castas, Estamentos e Classes Sociais", escrito por Hirano, que compara os conceitos de casta, estamento e classe social em Marx e Weber. Por fim, apresenta trechos de obras de Marx, como Manuscritos Econômico-Filosóficos, Ideologia Alemã e O Capital, que discutem essas categorias sociais.
1) As relações sociais de produção são determinadas pelas forças produtivas de cada época;
2) Essas relações de produção formam a estrutura econômica da sociedade, não a consciência humana;
3) Quando as forças produtivas entram em conflito com as relações de produção, uma revolução social é aberta.
O documento discute a análise de Florestan Fernandes sobre a "Revolução Burguesa no Brasil". Ele argumenta que o Brasil experimentou uma revolução burguesa limitada que resultou em um capitalismo dependente, com estruturas sociais e mentais persistentes do período pré-capitalista. A análise de Fernandes oferece uma perspectiva crítica do desenvolvimento do Brasil, distanciando-se de abordagens evolucionistas do marxismo.
Inúteis para o mundo por vera da silva telles trabalhando o textoCarmem Rocha
(1) Parcelas crescentes de trabalhadores encontram-se à margem do trabalho e da integração social, como desempregados, jovens e trabalhadores precários. (2) O autor analisa como a condição salarial vem sendo desestabilizada. (3) Ele parte de uma definição de trabalho como forma de inserção social, não apenas relação técnica.
O documento discute como o marxismo destruiu a masculinidade e a família ao: 1) tornar o trabalho da esposa fora de casa uma necessidade em vez de uma opção; 2) usar propaganda para atrair votos femininos com promessas de assistencialismo estatal; e 3) promover a educação mista para feminilizar os homens.
O documento discute a estrutura social e estratificação em diferentes sociedades ao longo da história, especificamente sistemas de castas, estamentos e classes. Ele explora como esses sistemas organizam a produção econômica e o poder político, levando à desigualdade social.
Inúteis para o mundo por vera da silva tellesCarmem Rocha
Este documento discute o livro de Robert Castel sobre a "nova questão social" no contexto da globalização e flexibilização do trabalho. Castel argumenta que a desfiliação de indivíduos e grupos das redes de sociabilidade em torno do trabalho leva à vulnerabilidade social de massa. O documento analisa como o Estado social emergiu para equilibrar mercado e trabalho, e como sua erosão coloca em questão a capacidade das sociedades de existirem como um conjunto ligado.
O documento discute a origem da Sociologia, mencionando que embora filósofos da Antiguidade tenham discutido temas sociais, a Sociologia surgiu propriamente no século 19. A Idade Média não foi propícia devido à primazia da Igreja. O surgimento da Sociologia foi impulsionado pela Revolução Industrial e pelo Iluminismo. Auguste Comte cunhou o termo e estabeleceu os fundamentos da Sociologia como ciência.
1) O autor presenciou uma atividade da "praxe" na Universidade de Coimbra onde caloiros estavam tomando banho de água fria enquanto eram molhados pelos "doutores".
2) Como sociólogo, o autor afirma que o contexto da observação revela mais do que as palavras dos estudantes, que afirmam estar lá voluntariamente.
3) O autor compara a "praxe" a comportamentos tribais que ocorrem em situações de ritual e multidão, onde a racionalidade individual é reduzida em favor da ir
O artigo discute a formação humana no livro Emílio, de Rousseau. Rousseau questiona se Emílio será formado para ser um homem ou um cidadão. O autor argumenta que o projeto educacional de Rousseau busca desenvolver a dimensão humana acima de qualquer objetivo político ou social, valorizando os talentos naturais do homem.
O documento discute a estrutura social e as desigualdades em três frases: (1) As desigualdades aparecem em elementos materiais como moradia e educação e se evidenciam no contraste entre riqueza e pobreza. (2) A estrutura social define cada sociedade e inclui estratificação em camadas sociais com mobilidade limitada. (3) Sistemas de castas como na Índia e estamentos como na França feudal estratificaram sociedades de forma rígida com pouca mobilidade social.
O documento discute as classes sociais na sociedade capitalista, mencionando as perspectivas de Marx, Weber e sociólogos estadunidenses. Apresenta critérios de classificação como posição no processo de produção e capacidade de consumo, e reconhece desigualdades econômicas, políticas e culturais entre classes.
1) O autor critica a "razão indolente" que subjaz ao conhecimento hegemônico ocidental e propõe uma "razão cosmopolita" como alternativa.
2) A "razão metonímica" é criticada por ver a totalidade como absoluta, ignorando a diversidade e as partes que a compõem.
3) Uma "sociologia das ausências" e uma "sociologia das emergências" são propostas para expandir o presente e valorizar experiências sociais alternativas.
O documento é uma aula de sociologia sobre vários temas, incluindo cidadão livre, estratificação social, desigualdade social e socialismo. Contém charges e perguntas para treinar os alunos para uma prova. As charges ilustram esses conceitos sociológicos de acordo com pensadores como Marx, Weber e Durkheim.
O documento discute os conceitos de modo de produção, relações de produção e classes sociais ao longo da história humana. Apresenta os principais modos de produção como comunismo primitivo, escravista, feudal, capitalista e socialista, explicando suas características centrais. Também define classes sociais como grupos definidos pela propriedade dos meios de produção e papel na organização do trabalho.
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdfElisaCaetano12
O artigo discute como as proposições de Foucault transformaram as concepções de história, levando os historiadores a focar nas bases epistemológicas dos discursos em vez dos fatos. Isso porque Foucault via o passado como discursos que constituíam campos de poder, não uma verdade documental. Embora provocando reações, seu trabalho influenciou a historiografia brasileira a considerar novos temas e abordagens como a genealogia e o simbólico.
Representação da mulher no livro didático da 3ª série de histíoria da década ...UNEB
Este documento analisa a representação da mulher nos livros didáticos de história da década de 1980 no Brasil. Discute como as mulheres eram retratadas e quais valores eram transmitidos por meio dessas imagens. Também aborda a evolução dos conceitos de "mulher", "mulheres" e a categoria "gênero" no contexto dos movimentos feministas da época. O objetivo é mostrar como as mulheres eram ocultadas nos principais recursos didáticos e como isso contribuía para a discriminação.
Este artigo discute o modelo decolonial e a importância de dar voz aos outros e ouvir suas perspectivas. Ele argumenta que os pensadores decoloniais questionam o sistema massificador que suprimiu os modos de ser e pensar das populações tradicionais na América Latina. Além disso, defende que o desenvolvimento deve ser baseado na promoção das comunidades locais e em seu protagonismo, diminuindo interferências externas. Por fim, a interculturalidade é importante para ouvir os calados e torná-los visíveis e protagonistas de seu pró
Marx karl.-contribuição-à-crítica-da-economia-políticaMayara Dos Santos
Este documento é a segunda edição da tradução para o português da obra "Contribuição à Crítica da Economia Política", de Karl Marx, feita por Florestan Fernandes. Apresenta o prefácio e o capítulo 1, que discute o conceito de mercadoria, além de anexos com textos introdutórios sobre a obra de Marx.
Neste capítulo apresentamos uma visão panorâmica das interpretações do Brasil do final do século XIX e começo do século XX. Vamos analisar o conjunto de intérpretes mais significativos do Brasil dos anos 1930 e sua importância no processo de consolidação da sociologia brasileira; a questão racial, entendida a partir do legado da escravidão; o debate em torno das questões do subdesenvolvimento e da dependência econômica; e, por fim, uma exposição das teses que resgatam contemporaneamente a questão da desigualdade social, especialmente a precarização do trabalho e o trabalho informal.
O documento descreve a evolução do pensamento sociológico no Brasil, dividindo-o em três fases: 1) autores do século XIX preocupados em estudar a sociedade brasileira de forma literária; 2) ensaístas da década de 1930 como Gilberto Freyre e Caio Prado Júnior que analisaram a formação da sociedade brasileira; 3) a partir de 1930, sociólogos universitários como Florestan Fernandes estabeleceram a Sociologia como ciência no Brasil realizando análises críticas e investig
O documento descreve a história da sociologia no Brasil desde o século XIX, quando surgiu juntamente com o capitalismo moderno. Aponta os principais pensadores e correntes teóricas que influenciaram o desenvolvimento da disciplina no país, como o positivismo de Comte, o marxismo e os estudos de pensadores como Caio Prado Júnior, Gilberto Freyre e Florestan Fernandes. Também aborda a institucionalização da sociologia brasileira a partir da década de 1930.
Este documento resume a trajetória acadêmica e profissional de Sedi Hirano, sociólogo brasileiro formado pela USP. Ele também analisa o livro "Castas, Estamentos e Classes Sociais", escrito por Hirano, que compara os conceitos de casta, estamento e classe social em Marx e Weber. Por fim, apresenta trechos de obras de Marx, como Manuscritos Econômico-Filosóficos, Ideologia Alemã e O Capital, que discutem essas categorias sociais.
1) As relações sociais de produção são determinadas pelas forças produtivas de cada época;
2) Essas relações de produção formam a estrutura econômica da sociedade, não a consciência humana;
3) Quando as forças produtivas entram em conflito com as relações de produção, uma revolução social é aberta.
O documento discute a análise de Florestan Fernandes sobre a "Revolução Burguesa no Brasil". Ele argumenta que o Brasil experimentou uma revolução burguesa limitada que resultou em um capitalismo dependente, com estruturas sociais e mentais persistentes do período pré-capitalista. A análise de Fernandes oferece uma perspectiva crítica do desenvolvimento do Brasil, distanciando-se de abordagens evolucionistas do marxismo.
Inúteis para o mundo por vera da silva telles trabalhando o textoCarmem Rocha
(1) Parcelas crescentes de trabalhadores encontram-se à margem do trabalho e da integração social, como desempregados, jovens e trabalhadores precários. (2) O autor analisa como a condição salarial vem sendo desestabilizada. (3) Ele parte de uma definição de trabalho como forma de inserção social, não apenas relação técnica.
O documento discute como o marxismo destruiu a masculinidade e a família ao: 1) tornar o trabalho da esposa fora de casa uma necessidade em vez de uma opção; 2) usar propaganda para atrair votos femininos com promessas de assistencialismo estatal; e 3) promover a educação mista para feminilizar os homens.
O documento discute a estrutura social e estratificação em diferentes sociedades ao longo da história, especificamente sistemas de castas, estamentos e classes. Ele explora como esses sistemas organizam a produção econômica e o poder político, levando à desigualdade social.
Inúteis para o mundo por vera da silva tellesCarmem Rocha
Este documento discute o livro de Robert Castel sobre a "nova questão social" no contexto da globalização e flexibilização do trabalho. Castel argumenta que a desfiliação de indivíduos e grupos das redes de sociabilidade em torno do trabalho leva à vulnerabilidade social de massa. O documento analisa como o Estado social emergiu para equilibrar mercado e trabalho, e como sua erosão coloca em questão a capacidade das sociedades de existirem como um conjunto ligado.
O documento discute a origem da Sociologia, mencionando que embora filósofos da Antiguidade tenham discutido temas sociais, a Sociologia surgiu propriamente no século 19. A Idade Média não foi propícia devido à primazia da Igreja. O surgimento da Sociologia foi impulsionado pela Revolução Industrial e pelo Iluminismo. Auguste Comte cunhou o termo e estabeleceu os fundamentos da Sociologia como ciência.
1) O autor presenciou uma atividade da "praxe" na Universidade de Coimbra onde caloiros estavam tomando banho de água fria enquanto eram molhados pelos "doutores".
2) Como sociólogo, o autor afirma que o contexto da observação revela mais do que as palavras dos estudantes, que afirmam estar lá voluntariamente.
3) O autor compara a "praxe" a comportamentos tribais que ocorrem em situações de ritual e multidão, onde a racionalidade individual é reduzida em favor da ir
O artigo discute a formação humana no livro Emílio, de Rousseau. Rousseau questiona se Emílio será formado para ser um homem ou um cidadão. O autor argumenta que o projeto educacional de Rousseau busca desenvolver a dimensão humana acima de qualquer objetivo político ou social, valorizando os talentos naturais do homem.
O documento discute a estrutura social e as desigualdades em três frases: (1) As desigualdades aparecem em elementos materiais como moradia e educação e se evidenciam no contraste entre riqueza e pobreza. (2) A estrutura social define cada sociedade e inclui estratificação em camadas sociais com mobilidade limitada. (3) Sistemas de castas como na Índia e estamentos como na França feudal estratificaram sociedades de forma rígida com pouca mobilidade social.
O documento discute as classes sociais na sociedade capitalista, mencionando as perspectivas de Marx, Weber e sociólogos estadunidenses. Apresenta critérios de classificação como posição no processo de produção e capacidade de consumo, e reconhece desigualdades econômicas, políticas e culturais entre classes.
1) O autor critica a "razão indolente" que subjaz ao conhecimento hegemônico ocidental e propõe uma "razão cosmopolita" como alternativa.
2) A "razão metonímica" é criticada por ver a totalidade como absoluta, ignorando a diversidade e as partes que a compõem.
3) Uma "sociologia das ausências" e uma "sociologia das emergências" são propostas para expandir o presente e valorizar experiências sociais alternativas.
O documento é uma aula de sociologia sobre vários temas, incluindo cidadão livre, estratificação social, desigualdade social e socialismo. Contém charges e perguntas para treinar os alunos para uma prova. As charges ilustram esses conceitos sociológicos de acordo com pensadores como Marx, Weber e Durkheim.
O documento discute os conceitos de modo de produção, relações de produção e classes sociais ao longo da história humana. Apresenta os principais modos de produção como comunismo primitivo, escravista, feudal, capitalista e socialista, explicando suas características centrais. Também define classes sociais como grupos definidos pela propriedade dos meios de produção e papel na organização do trabalho.
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdfElisaCaetano12
O artigo discute como as proposições de Foucault transformaram as concepções de história, levando os historiadores a focar nas bases epistemológicas dos discursos em vez dos fatos. Isso porque Foucault via o passado como discursos que constituíam campos de poder, não uma verdade documental. Embora provocando reações, seu trabalho influenciou a historiografia brasileira a considerar novos temas e abordagens como a genealogia e o simbólico.
Representação da mulher no livro didático da 3ª série de histíoria da década ...UNEB
Este documento analisa a representação da mulher nos livros didáticos de história da década de 1980 no Brasil. Discute como as mulheres eram retratadas e quais valores eram transmitidos por meio dessas imagens. Também aborda a evolução dos conceitos de "mulher", "mulheres" e a categoria "gênero" no contexto dos movimentos feministas da época. O objetivo é mostrar como as mulheres eram ocultadas nos principais recursos didáticos e como isso contribuía para a discriminação.
GÊNERO NA TEORIA SOCIAL Papéis, interações e instituições.Juliana Anacleto
Este artigo discute três teorias sobre gênero na teoria social: 1) A teoria dos papéis sociais, que vê as diferenças biológicas entre homens e mulheres como justificativa para desigualdades sociais; 2) As teorias baseadas em interações sociais, que enfatizam como as interações diárias constroem diferenças de gênero; 3) As teorias baseadas em instituições, que analisam como instituições como família e trabalho contribuem para desigualdades. O artigo argumenta que
1) O documento resume o livro "Aparelhos Ideológicos de Estado" de Louis Althusser, que argumenta que as sociedades são mantidas através da submissão às ideologias da classe dominante, disseminadas por aparelhos estatais como escolas e igrejas.
2) Críticas apontam que a teoria de Althusser simplifica demais as sociedades e margina outros fatores além da classe, como gênero e etnia.
3) Althusser contribui para a teoria da linguagem e ideologia ao
Há uma concepção utópica no pensamento marxista (revisado maio 2012)GabrielaMansur
Este documento discute se há uma concepção utópica no pensamento marxista. Apresenta diferentes tipos de mentalidade utópica e como Marx e Engels criticaram os socialistas utópicos do século XIX por não levarem em conta as condições reais e a participação das massas. No entanto, argumenta-se que a idealização de uma sociedade socialista após o fim do capitalismo contém um elemento utópico essencial no pensamento marxista, ainda que Marx tenha sido tímido em descrever a nova sociedade.
O documento discute o conceito de ideologia, sua origem e evolução do significado. Inicialmente, ideologia se referia a uma ciência das ideias, mas Napoleão passou a usar o termo de forma pejorativa para denunciar doutrinas subversivas. Marx diferenciou ideologia da verdade, associando esta última ao ponto de vista da classe operária. Posteriormente, passou-se a analisar as forças por trás das ideias, não apenas o seu significado manifesto. A ideologia oculta a realidade social e político-econômica para manter
O documento discute os conceitos de ideologia e ideologias. Apresenta brevemente as origens do termo ideologia no início do século XIX na França e como ele assumiu um significado pejorativo. Também explora como Marx diferenciou ideologia da verdade ao associar esta última com a classe operária e seu papel progressista na história.
O documento discute a evolução da sociologia brasileira desde as primeiras reflexões sobre a sociedade brasileira nas décadas de 1930 até a consolidação da sociologia como ciência a partir da década de 1940. Destaca autores fundamentais como Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Caio Prado Junior e Florestan Fernandes e como eles analisaram temas como raça, estrutura social e classe no Brasil.
O documento discute a definição, escopo e história da sociologia. A sociologia estuda o comportamento humano em grupos e como os indivíduos se relacionam na sociedade. Surgiu no século XIX para entender a desintegração social em um mundo mais integrado. Utiliza métodos quantitativos e qualitativos para analisar estruturas sociais e processos a nível macro e micro. Existem três principais correntes: funcionalismo, compreensão e dialética. A sociologia pode ser uma ciência da ordem ou da emancipação.
Entre praticas e_representacoes_os_folhetins_nos_anos_sessentaSilvana Oliveira
Este documento apresenta um resumo de uma dissertação de mestrado sobre as representações sociais na década de 1960 através dos folhetins publicados pela revista Capricho no Brasil. O objetivo é analisar como esses folhetins refletiam a mentalidade feminina da época e as formas de leitura e cultura popular, sem colocá-los de modo simplista como "cultura de massa".
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO etnico racial.pdfLilianeBA
1. O documento discute a questão étnico-racial na educação brasileira, desde suas origens históricas até expressões atuais.
2. No século 19, ideias racistas se espalharam com o darwinismo social, que usava a ciência para justificar a desigualdade entre raças.
3. Essas ideias influenciaram o pensamento brasileiro e continuaram afetando a educação, concentrando negros em níveis socioeconômicos mais baixos.
A intenção deste artigo foi traçar uma possível crítica epistemológica e perceptual dos conceitos e sentimentos, observada entre o devir artístico e a atualidade do mundo pós-moderno no Brasil. Estas reflexões em filosofia contemporânea transpareceram a partir da leitura das Antinomias da Razão Pura, na ‘CRÍTICA DA RAZÃO PURA’ de Immanuel Kant1, e possíveis causalidades imanentes presentes no trajeto que Dante Alighieri faz sob os cuidados de seu mestre Virgílio pelos caminhos do Inferno na ‘DIVINA COMÉDIA’2, até a sua chegada no Canto XVII [Gerión3 - Espíritos de famílias da alta nobreza].
O documento discute a transição da sociedade feudal para a sociedade capitalista moderna na Europa entre os séculos XI e XIV. Neste período, o feudalismo passou por uma crise e novas relações econômicas e sociais emergiram, marcando o início da construção da sociedade moderna e do sistema capitalista. A agricultura declinou e novas classes sociais surgiram, alterando a estrutura estamental da sociedade feudal e abrindo caminho para o desenvolvimento do capitalismo.
O documento apresenta um resumo sobre a transição do feudalismo para o capitalismo na Europa entre os séculos XI e XIV. [1] A sociedade feudal era dividida em três grupos: clero, nobreza e plebe. [2] O feudalismo entrou em crise nesse período devido a fatores econômicos e sociais. [3] Isso abriu caminho para o surgimento do capitalismo.
O documento discute o conceito de gênero nas ciências sociais, definindo-o como a construção social do sexo anatômico. Explica que as diferenças de gênero são socialmente construídas e não naturais, e que homens e mulheres são produtos da realidade social, não da anatomia. Também aborda a apropriação cultural da diferença sexual e a desigualdade de gênero na distribuição de tarefas e posições no mercado de trabalho.
1) Bourdieu analisa a dominação masculina utilizando conceitos desenvolvidos em estudos sobre a sociedade Cabila, porém aplica esses conceitos de forma universal às sociedades capitalistas ocidentais.
2) Isso gera um paradoxo, uma vez que conceitos culturais particulares são tratados como universais. Além disso, Bourdieu ignora as críticas feministas a essa abordagem.
3) Há também questionamentos sobre transpor pares de oposição culturais específicos da sociedade Cabila para analisar dom
O documento discute a estratificação social e as desigualdades sociais no contexto do capitalismo. Aborda conceitos como classe social, mobilidade social, alienação e reificação de acordo com pensadores como Marx, Durkheim e Weber. Destaca também os principais precursores e fundadores da sociologia como ciência.
1) O documento discute a percepção que crianças negras têm de si mesmas no ambiente escolar e como fatores históricos e sociais influenciam essa percepção.
2) Analisa como a escravidão e o racismo estrutural ao longo da história brasileira contribuíram para a formação de estereótipos e imagens negativas sobre negros que ainda refletem na sociedade atual.
3) Tem como objetivo identificar como a escola projeta a imagem do negro e analisar a percepção que
Rousseau contribuiu para que as desigualdades não fossem vistas como naturais ao diferenciar desigualdade natural e desigualdade social. Marx mostrou que a desigualdade é estrutural no capitalismo devido à exploração do proletariado pelo burguês através da expropriação e apropriação do trabalho alheio. A desigualdade é multidimensional e não se resume às classes sociais.
Este documento discute os conceitos de sexo, gênero e orientação sexual. Explica sexo como uma categoria biológica, gênero como uma construção social e identidade de gênero como uma percepção subjetiva. Também resume a história dos estudos de gênero, desde os movimentos sociais dos anos 1960 até a consolidação do campo nos anos 1990.
Semelhante a Entre o publico e o privado relacoes de genero no pensamento positivista e catolico 1870 1889 (20)
Entre o publico e o privado relacoes de genero no pensamento positivista e catolico 1870 1889
1. Fazendo Gênero 9
Diásporas, Diversidades, Deslocamentos
23 a 26 de agosto de 2010
ENTRE O PÚBLICO E PRIVADO: AS RELAÇÕES DE GÊNERO NO
PENSAMENTO POSITIVISTA E CATÓLICO (1870-1889)
Ana Carolina Freitas Lima Ogando
Introdução
Durante o período em que diversas tradições do pensamento brasileiro disputavam para se
consolidar como pensamento político central, que inclui a crise da monarquia até a fundação da
República, não é de se estranhar que a questão da mulher não se encontrava no cerne das idéias ou
das discussões. No entanto, nessas tradições, particularmente no positivismo e catolicismo,
identificamos as bases e as representações da natureza da mulher suficientes para entendermos o
que Simone de Beauvoir (1989) já afirmava na sua introdução ao Segundo Sexo: “a humanidade é
masculina e o homem define a mulher não em si mas em relação a ele; ela não é considerada um ser
autônomo” (DE BEAUVOIR, 1989, p. xxii). No período que culmina na proclamação da primeira
República (1889), o reflexo dessa lógica já pode ser encontrado nas diversas visões, crenças e
símbolos em relação ao papel da mulher na sociedade. O pensamento positivista e católico do
século XIX no Brasil inegavelmente estabeleceram o lugar da mulher brasileira na esfera privada e
ajudou consolidar, por sua vez, a herança patriarcal.
As preocupações feministas acerca das variadas manifestações de dominação e subordinação
de gênero apontam a necessidade de se desvendar como tais práticas e valores se enraizaram e
encontraram legitimidade na sociedade. As contribuições feministas se estendem desde críticas e
analises das transformações do patriarcado até tentativas de desconstruir os sistemas binários
fundamentados pela teoria política ocidental. Esses contribuições, em grande medida, buscaram
revelar como as hierarquias de gênero não foram desafiadas, em razão da forma como as estruturas
de dominação naturalizam e naturalizaram essa construção social. Como Bourdieu (2002) nos
alerta, tal lógica é capaz de penetrar o imaginário, passando a configurar não somente os esquemas
cognitivos, mas também os próprios esquemas de ação e prática, como algo “natural” e “inevitável”
que dispensa qualquer necessidade de justificação.
Dadas essas tendências sutis (ou não) que a dominação tem incorporado, uma reflexão
histórica e crítica é capaz de desvelar as bases e as mudanças na construção social das relações de
gênero, bem como identificar suas influências na produção de conhecimento acerca das diferenças e
das desigualdades de gênero (SCOTT, 1988). Concentrando nessas preocupações, o texto será
dividido em três seções. Na seção seguinte, tentarei ilustrar que a assimilação das ideais positivistas
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e católicos, no período de 1870 até a fundação da República, está mais ligado às próprias estruturas
desiguais de gênero no pensamento ocidental, do que um reflexo das “ideais fora do lugar no
Brasil”. Na segunda seção, pretendo analisar o papel específico atribuído às mulheres pelo
positivismo e pelo catolicismo, com um enfoque particular na separação entre público e privado.
Finalmente, na terceira seção, tratarei de ilustrar brevemente como essa narrativa, que legitimou e
concedeu um status subordinado à mulher brasileira, pode nos ajudar a entender possíveis elos entre
as ideias, as crenças e o falso reconhecimento (FRASER & HONNETH, 2003).
Parte I: As Ideais e Seus Lugares no Século XIX no Brasil
A minha reflexão aqui não pretende dar conta das inúmeras discussões acerca da gênese e da
singularidade da sociedade brasileira, tampouco elaborar uma nova interpretação para a sua
formação. Para entendermos a singularidade da cultura brasileira, é necessário assumir de antemão
que as próprias raízes da desigualdade refletem um panorama de tensões e contradições, cuja
dinâmica dialética se intensifica com o advento das ideias e dos modelos. Deixe-me explicar. Em
primeiro lugar, o problema de abordar a questão da dominação ou da hierarquia de gênero, a partir
de uma concepção de que as ideias estavam ‘fora do lugar’, oferece-nos uma perspective torcida, ou
no mínimo incompleta. Com isso eu quero dizer que a adoção de ideias não foi algo
necessariamente particular à republica brasileira. Segundo Carvalho (1998), tanto os founding
fathers americanos quantos os franceses buscaram inspiração em diversas ideias e instituições,
mostrando, então, que o fenômeno de adoção de tais modelos é universal. De acordo ainda com o
autor, muitas vezes o que perdemos de vista é que as ideias adotadas e a maneira como elas são
recebidas e adaptadas não somente revela as particularidades da sociedade e da cultura política, mas
dos próprios valores na sociedade importadora. Afinal, os valores referentes aos papéis assimétricos
de gênero já encontravam suas bases na filosofia clássica de Aristóteles e de Platão.
Isso nos remete a um segundo problema quanto à ênfase usualmente dada uma suposta
‘deficiência’, ‘atraso’ou ‘dilema’ brasileiro no que tange à incorporação de ideais mais igualitários e
democráticos. Quando refletimos sobre essa questão por esse ponto de vista, perdemos uma leitura
mais qualificada das origens da exclusão, particularmente no que tange à construção das relações de
gênero. Nesse caso particular, é interessante pensar na construção simbólica da diferença entre
homens e mulheres nas sociedades importadoras. A hipótese que fundamenta essa breve reflexão é
de que essa diferença, baseada em concepções valorativas e simbólicas que contrapõem homens e
mulheres, também foi central para a organização das “sociedades importadoras”. Se olharmos para
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o contexto em que as primeiras reivindicações pelos direitos das mulheres nasceram na França, na
Inglaterra e até mesmo nos Estados Unidos, no século XIX, não seremos surpreendidos com
algumas características similares que percorrem todas essas experiências, por serem sedimentadas
em padrões de subordinação.
Como as ‘sociedades importadoras,’ ou as culturas européias, particularmente da França e a
Inglaterra, o Brasil também não foi diferente no que tange a fundação do público e do privado que
serviu para relegar a mulher no espaço doméstico. Segundo Costa (2000, p. 249), diversas mulheres
desafiaram as práticas patriarcais ao não casarem-se com os maridos escolhidos pelos pais, ao
escolherem estudar e ter uma profissão apesar das pressões dos pais, ao participarem e criarem
sociedades abolicionistas e literárias e ao criticarem o próprio sistema patriarcal ao demandarem
reformas no sistema educacional e nos direitos políticos.1 Porém, o legado histórico remeteria às
mulheres um status subordinado na sociedade; no máximo eram vistas “como um detalhe colorido e
pitoresco em um ambiente exótico ou um carater secundário em um romance” (COSTA, 2000, p.
249). Certamente, os traços das primeiras feministas tiveram um impacto no século XX, mas o
desafio de lidar com tais estruturas já foi posto no século XIX.
Parte II: Anjos e Demônios, Marias e Evas: O Impacto do Pensamento Positivista e
Católico no século XIX
A complexidade das estruturas de subordinação, oriundo da estratificação de classe e das
hierarquias de status, influencia tanto as nossas crenças quanto nossas práticas. Sabe-se, contudo,
que a divisão das duas esferas (pública e privada) não pode ser entendida como algo desconexo,
pois as dinâmicas das relações sociais, particularmente as relações assimétricas de gênero, estão
estruturadas pelo poder e, conseqüentemente, pela exclusão. Argumentaria ainda que há uma tensão
contínua para as mulheres até hoje: as dúvidas e contradições que as mulheres sentem quando
decidem sobre seu papel na família e sociedade (COSTA, 2000). Nem sempre levamos em conta
como pensamentos são capazes de fixarem interpretações acerca dos papéis de gênero, produzindo
registros conscientes e inconscientes acerca da liberdade e autonomia da mulher. É a partir desse
ponto que inicio o estudo sobre o pensamento positivista e católico do século XIX.
O positivismo surgiu como corrente de pensamento no início do século XIX na França. Seu
criador, Augusto Comte buscou empregar um método cientifico para compreender a sociedade
através de observações em fatos concretos. Essa nova ciência também seria capaz de centralizar o
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Cabe ressaltar que essas experiências se restringiam às mulheres de classes médias e altas no Brazil.
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foco na humanidade e em seus princípios intelectuais e morais. Podemos entender o lugar da
mulher em relação à questão do desenvolvimento da sociedade. Segundo Pickering (2002)2, uma
das suas biógrafas mais famosas, Comte certamente nunca apoiou uma igualdade entre os sexos. O
que ele concedeu às mulheres foi uma “identidade positiva” e, com isso, designou que as mulheres
seriam capazes de regenerar a sociedade por conta da sua habilidade emocional e sua superioridade
moral. Na visão angelical atribuída às mulheres, sua submissão aos homens era justificada, pois era
uma essência fundamental para se contrapor à rigidez, à racionalidade e à agressividade dos
homens. Além disso, as mulheres, através da sua natureza altruísta e sua superioridade moral,
tornariam os homens mais completos e sociáveis. Essa “identidade positiva” cumpriu “o objetivo de
Comte de colocar o cuidado e a empatia no centro da vida pública para criar uma sociedade mais
condolente e harmoniosa.” (PICKERING, 2002, p. 37).
O positivismo encontrou um terreno fértil para se enraizar no Brasil, sendo abraçado por
diversos pensadores que conheceram o pensamento enquanto estudavam na Europa. Segundo Azzi
(1980), Comte oferecia uma “linha lógica e racional dos princípios” e poderia “superar o
anacronismo da monarquia sustentada pela aristocracia latifundiária escravocrata, sem levar a nação
para o caminho da anarquia e do caos, cujos germens estavam nas idéias liberais e democráticas”
(AZZI 1980, p. 11).
Tanto para Raymundo Teixeira Mendes quanto para Miguel Lemos (AZZI, 1980), o
positivismo significava mais do que uma filosofia, pois era de fato uma missão religiosa.
Consequentemente, Lemos e Mendes fundaram o Apostolado Positivista do Brasil em 1881,
buscando estabelecer um guia para a nova ordem social baseada nos pressupostos comtianos. Entre
esses pressupostos, o autor Azzi (1980) aponta vários temas que foram enfatizados pelos dois.
Dentre esses, gostaria de enfatizar quatro deles que exemplifica o posicionamento do positivismo
em relação a diversas hierarquias societárias, para além da esfera privada. Em primeiro lugar, o
positivismo enfatizou a importância da ciência no que tange ao estudo e à compreensão do mundo e
da natureza humana. Em segundo lugar, o positivismo surge como uma forma de superar a
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No texto Angels and Demons in the Moral Vision of Comte, Pickering (1996) ressalta que as contemplações do Comte
sobre as mulheres pode ser divida em três fases. A primeira fase, antes do seu casamento, pode ser caracterizada por
traços mais feministas já que Comte teria sido influenciado por feministas francesas e inglesas do século XVIII. Na
segunda fase, após o término do seu casamento com Caroline Massin, Comte incorpora um discurso mais essencialista.
Ele passa a afirmar que a mulher ideal seria uma esposa e uma mãe doce, dedicada e angelical. A última e terceira fase
seria uma combinação dessas duas anteriores, produzindo um pensamento ambivalente. Comte justifica a submissão da
mulher dado sua natureza, particularmente sua tendência altruísta que floresce muito mais nas mulheres do que nos
homens. Interessante perceber como a evolução do pensamento de Comte sobre as mulheres teve influência a partir das
relações com mulheres na sua vida, seja primeiro com Caroline Massin, ou com seu amor platônico, Clotilde de Vaux,
que passa ser o modelo da figura angelical, por excelência, do positivismo.
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degeneração da sociedade e dos valores morais. A Religião da Humanidade serviria como a fonte de
unidade religiosa na sociedade que preencheria a lacuna deixada pelo enfraquecimento da Igreja
Católica. Em terceiro lugar, o idealismo democrático era visto como uma forma de perpetuar o
anarquismo, dado a sua valorização na igualdade. Os valores democráticos, na visão positivista,
apenas serviriam para criar obstáculos ao próprio progresso humano. Dessa forma, o positivismo se
alinhava a um projeto político que implementaria um sistema autoritário capaz de estabelecer
ordem, de cima para baixo. Em último lugar, mas não menos importante, os positivistas contaram
com a sua própria representação do tipo ideal da mulher como a última peça do quebra-cabeça.
Com isso, eu quero dizer que os positivistas acreditavam que as mulheres seriam as figuras centrais
para o desenvolvimento do projeto, visando a ordem e a integridade moral.
Essencialmente, enquanto valorizavam as mulheres, na sua função de mães e esposas, o
pensamento positivista o fez em detrimento de qualquer ideia que encaminhasse no sentido de uma
igualdade dos sexos. Como Mendes (1908) já afirmava:
O dogma revolucionário de igualdade de todos os homens é a negação sistemática de semelhantes
diferenças....A verdade positiva é que todos os animais, inclusive o homem, possuem os mesmos órgãos: todos
eles sentem, todos eles movem-se, todos eles pensam; mas a aptidão sensitiva, motriz ou intelectual varia de
um para o outro... (apud AZZI, 1980, p. 97).
Dado nosso objetivo de compreender a influência que o pensamento positivista teve na
disseminação de papéis específicos para as mulheres e os homens, será valioso concentrar
particularmente nos escritos e pensamentos de Teixeira Mendes (1908), um dos representantes e das
autoridades da tradição no Brasil, que mais se manifestou sobre o tema. Em 1908, Mendes deu uma
conferência chamada A Preeminência Social e Moral da Mulher, cujo objetivo era não somente
buscar responder questões sobre a mulher no sistema hierárquico visionado pelos positivistas, mas
também estabelecer qual seria a função desse sistema. Sobretudo, o texto chama atenção pela
operacionalização de diversos conceitos binários.
Mendes (1908) claramente rejeita a questão da inferioridade feminina, mas o seu argumento
parece, no entanto, conflituoso para uma visão feminista. Para o autor, a diferença entre homens e
mulheres não pode ser compreendida através de uma oposição entre superioridade e inferioridade,
mas, através da compreensão das diferentes aptidões. Com isso, na sua visão os homens
representam a “aptidão maior de modificar o meio em proveito da espécie” e as mulheres têm mais
aptidão para “modificar a espécie” (1908, p. 38). Através dessa simples descrição, Mendes reforça a
básica representação do homem enquanto provedor, não por conta de sua força ou superioridade,
mas simplesmente porque não tem os mesmos instintos de cuidado e bondade que a mulher. De
fato, é a eminência do altruísmo nas mulheres que faz com que elas fossem as mais capazes para a
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função de mãe, esposa e filha, já que não representam o egoísmo, a vaidade e orgulho dos homens.
A mulher se configura nesse contexto como o sujeito dependente por conta da sua própria natureza;
é meramente um reflexo de algo orgânico. Em outras palavras, o altruísmo é precisamente
representado por “orgãos da submissão, que induz o animal a fazer consistir o bem-estar, a
felicidade, em subordinar sua existência a do outro e por isto o tipo de tal sentimento é o amor
materno” (1908, p. 47). Sendo a sua missão ligada a uma questão maior, uma missão moral,
Mendes enfatizou que, de fato, as mulheres têm uma função mais “complexa,” “difícil,” e “nobre,”
justamente por ter a função de formar homens. Essencialmente, a mulher “precisa ser o Anjo tutelar
de seus pais, de seus irmãos, de seu esposo, de seus filhos...” (1908, p. 132).
Podemos inferir pelo menos uma coisa dessas afirmações. Mesmo que o positivismo não
incorporarou as noções acerca da inferioridade da mulher em relação ao homem, eu argumento que
produziram os primeiros traços, no plano das ideias, de um falso reconhecimento. Retomarei esse
argumento mais a frente mas significa que há uma distorção nas crenças associadas às mulheres. A
primeira vista, as características nobres das mulheres não aparentam ser negativas ou reprodutoras
de qualquer forma de subordinação. Porém, uma visão mais crítica e feminista ilustra a contradição
de tais pensamentos justamente porque elas acabam por essencializar a natureza das mulheres e dos
homens, permitindo pouco espaço para romper com os papéis de gênero. Além disso, relegam a
mulher à esfera da domesticidade através do argumento moralista.
Quando olhamos para o pensamento católico, percebemos várias ideais e crenças que vão de
encontro com o pensamento positivista, sobretudo, a enfase dada a natureza humana dos homens e
mulheres e a separação entre o público e o privado. Interessante perceber que o papel social
feminino da mulher para a Igreja Católica passou por fases distinas, mas que todas fundamentavam-
se em uma caracterizaçao do papel da mulher como algo natural e incondicional.
Para Lima e Teixeira (2008), o discursco católico passou por fases que não somente
serviram para consagrar a hierarquia sexual a partir do mito da criação, mas também refletiram as
mudanças nas sociedades. Em um primeiro momento, o discurso religioso vinculava a mulher às
imagens da impureza e da inferioridade. O traço misógino da Igreja Católico sustentou-se com a
disseminação da ideia que as mulheres eram desobedientes, inferiores e más. Essa simbologia
começou a mudar a partir da idade medieval quando a Igreja introduziu uma nova figura para
representar as mulheres, uma nova ‘Eva’, a ‘anti-Eva’ (Lima & Teixeiram 2008). Eva representava
o que as mulheres eram por natureza e, portanto, as mulheres deveriam lutar contra o que isso
simbolizava. Aí entra a figura da Maria. No entanto, como o ideal de ‘Maria’ representava algo
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inalcançável, a Igreja utilizou de mais uma outra imagem, Maria Madalena. Lima e Teixeira (2008)
enfatizam que esse terceiro momento representa a tentativa de oferecer um modelo mais alcançavel,
sendo que Maria Madalena representou o pecado mas também a conversão. Essas últimas duas
imagens e os discursos ocorreram durante um período em que a Igreja se viu fragilizada por conta
da emergente questão do laicismo. Além disso, nos séculos XVIII e XIX, a Igreja sentiu um
afastamento dos homens e buscou concentrar sua agenda na feminização da Igreja.
Devido a essas mudanças, o discurso da Igreja passou a ressaltar as virtudes morais das
mulheres. A sensibilidade, a pureza e a fragilidade, reflexos do amor materno, eram características
desejáveis e positivas para que as mulheres exercessem a função primordial no lar. Em outras
palavras, “o progresso do sentimentalismo religioso esteve em estreita relação com o sentimento
familiar: o modelo feminino católico era exclusivamente o da esposa-mãe” (Lima & Teixeira, 2008,
p. 121). Em última instância, a felicidade e a autonomia das mulheres estavam restritas à esfera
doméstica.
Certamente, esses discursos foram transportados para o Brasil, apesar do catolicismo não ser
uma tradução efetivamente consolidada no período em questão. Mesmo assim, o catolicismo
assumiu uma posição conservadora em relação à organização social e o papel da mulher. De acordo
com Mainwaring (1989, p. 41-42), o período em que a Igreja Católica sentiu-se mais fragilizada foi
no século XIX. Segundo o autor, havia pelo menos quatro elementos que contribuíram para essa
falta de coesão e maior centralidade do catolicismo, no que tange a sua capacidade de articular suas
crenças em pensamento político. Em primeiro lugar, os padres não se dedicavam suficientemente às
atividades eclesiásticas. Em segundo lugar, o chefe titular da Igreja era o imperador brasileiro Dom
Pedro II, um católico pouco fervoroso. Em terceiro lugar, os vínculos com o Vaticano eram fracos.
E, por final, o número de padres e freiras diminiuiu devido à proibição de novas admissões às
ordens religiosas pelo Estado. Tanto a falta de recursos e de organização quanto o embate com os
positivistas e os liberais ameaçaram a Igreja Católica (Alves, 1979; Moura, 1978).
Talvez o traço mais marcante do pensamento católico dessa época, em paralelo com o
positivismo, seja de fato a ênfase da função da mulher na vida privada. A sua submissão e a sua
fidelidade estavam ligados exclusivamente ao papel de cuidar do lar, do marido e dos filhos. Na
carta pastoral do bispo, Dom Macedo Costa em 1875 expôs as obrigações da mulher jovem, da
mulher casada e da víuva. Os temas centrais vão de encontro com o que já afirmei acima: o lugar da
mulher é especificamente restrita ao espaço privado. Aqui volto a perceber algumas nuanças do
mito da criação, ou seja, da oposição entre Eva (que aventurou para além dos seus limites) e Maria
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(que representou o ideal da obediência e da pureza ao exercer seu papel no lar). Sendo assim, o
espaço público torna-se um caminho para o pecado ou para eventual desmoralização da sociedade.
Nessa carta e em outros discursos católicos, fica claro que a mulher não deve desafiar as regras e a
hierarquia social. Como Azzi (1987) aponta, a insistência em preservar a família e restringir a ação
da mulher foi algo incorporado e aceito não só pelos homens mas pelas mulheres também. O
pensamento católico veio apenas consolidar as crenças e as práticas que fixavam o papel e lugar da
mulher.
Parte III: Breves considerações finais
Gostaria de retomar o conceito de Pickering (2002) acerca da “identidade positiva”
concedida às mulheres. É precisamente essa identidade, baseada em uma natureza essencialista e
em afirmações que se alinham com a ética do cuidado, que argumento ter servido para ofuscar as
dimensões de poder e de status subordinado embutidas nos papeis de gênero. Eu gostaria de ir mais
além. Acredito que essa “identidade positiva” é, de fato, uma forma de falso reconhecimento
(FRASER & HONNETH, 2003). Certamente esse processo se diferencia das formas de desrespeito,
ou da ausência de reconhecimento, que acabam por prejudicar a capacidade de um sujeito
desenvolver e entender sua subjetividade (HONNETH, 1995). Todavia ele apresenta uma
perspectiva limitada acerca das capacidades das mulheres e/ou atribui uma valoração apenas para
aqueles papéis exercidos na esfera privada.
Com isso quero dizer que, enquanto as mulheres experimentam reconhecimento em relação
a sua natureza e, consequentemente suas habilidades, essas se limitam exclusivamente a identidade
da mulher na esfera privada. Esse falso reconhecimento que estou atribuindo à “identidade positiva”
designada às mulheres certamente influenciou a forma como as próprias mulheres internalizaram
seus papéis na sociedade. Nesse sentido, as mulheres que desafiaram esses papéis no mínimo
encontraram outras maneiras de exercerem suas subjetividades ou lidaram com tensões assim que
deixaram o privado e se arriscaram no mundo público. Nos casos em que analisei, esse risco acabou
criando estereótipos das mulheres como “demônios” ou “evas.” Interessante ressaltar que o
positivismo deu continuidade as ideias católicas e vice versa, particularmente no que tange à
manutenção de uma hierarquia das relações de gênero pautadas, sobretudo, nas diferenças de
natureza humana entre homens e mulheres. Ao entender que práticas e valores cotidianos estão
embutidos de significâncias que depreciam ou desvalorizam o papel da mulher na sociedade, o
reconhecimento, ou falso reconhecimento, passa a ser a chave para efetivamente romper com estes
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padrões de sociabilidade que, por sua vez, são oriundos das práticas na esfera privada. Em outras
palavras, é reconhecer que a força das formas de dominação desencandeia diversos padrões
institucionalizados e assimétricos de interação que tanto atribuem um status particular e
diferenciado para homens e mulheres quanto ofuscam as dimensões de poder neles embutidos.
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