1. Dezembro 2014
Drenagem Urbana
na escala da Região Metropolitana de São Paulo
Aline Sayuri
Amanda Saito
Ana Antunes
Anne Wu
Denise Jankovic
Luiz Grecco
2. Breve Histórico da evolução da drenagem na RMSP
Políticas de Drenagens e sua função
Paranoma do atual sistema de drenagem
Estudos de casos
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO
3. - Em 1827 já haviam propostas de retificação do
Tamanduateí, executadas 21 anos depois (1848), após a
drenagem das várzeas do rio em 1830.
- Entre 1872 e 1914 ocorreu o aterramento da Várzea do
Carmo, onde foi feito um jardim público. Além disso a
seção do Tamanduateí entre o Ipiranga e a Ponte
Pequena sofreu canalização.
- Em 1875 foi formada a Companhia Cantareira de Águas
e Esgotos (empresa de capital privado), que em 1883
conclui as obras do Reservatório Cantareira.
- Em 1884 foi decretado o Primeiro Código Sanitário do
Estado de São Paulo e em 1892 foi criada a Comissão
Estadual de Saneamento.
EVOLUÇÃO DA DRENAGEM NA RMSP
Intervenções realizadas no Tamanduateí entre 1827 e 1914
10. Sistema de drenagem
Objetivos
Efeitos da urbanização na resposta hidrológica das bacias
Medidas estruturais e não estruturais
POLÍTICAS DE DRENAGEM
12. Vulnerabilidade a alagamentos
Chuva acumulada de 12 horas
Tempo de retorno: 2 anos
Elaborado por PALAZZI, 2013
PANORAMA DA ATUAL SITUAÇÃO
Indicador
13. Vulnerabilidade a alagamentos
Chuva acumulada de 12 horas
Tempo de retorno: 5 anos
Elaborado por PALAZZI, 2013
PANORAMA DA ATUAL
SITUAÇÃO
14. Vulnerabilidade a alagamentos
Chuva acumulada de 12 horas
Tempo de retorno: 10 anos
Elaborado por PALAZZI, 2013
PANORAMA DA ATUAL SITUAÇÃO
15. Ocorrências de alagamento e
o perímetro do rodízio de
carros em São Paulo
Elaborado por PALAZZI, 2013
PANORAMA DA ATUAL SITUAÇÃO
16. PANORAMA DA ATUAL SITUAÇÃO
Plano Diretor de
Macrodrenagem da Bacia
Hidrográfica do Alto Tietê
Localização da Bacia do Alto Tietê na RMSP
Retirado do Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto Tietê
17. PANORAMA DA ATUAL
SITUAÇÃO
Obras realizadas
Retirado do Plano Diretor de
Macrodrenagem do Alto Tietê
18. PANORAMA DA ATUAL SITUAÇÃO
Piscinões na RMSP
Retirado do Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto Tietê
19. PANORAMA DA ATUAL SITUAÇÃO
Plano Diretor de Drenagem e Manejo
de Águas Pluviais de São Paulo
Objetivos
Obras pra redução do impacto das inundações
Sub-bacias mais relevantes
20. PANORAMA DA ATUAL SITUAÇÃO
As políticas de drenagem sistematizam a drenagem em:
Macrodrenagem ( soluções mais globais que envolvem a cidade e a bacia hidrográfica na qual ela está
contida).
Microdrenagem ( captação da água desde o ponto de escoamento até o seu lançamento nos pontos de
drenagem).
Entende-se como uma boa gestão dos recursos hídricos uma abordagem de macrodrenagem urbana
baseada em detenções e retenções da água pluvial desde os loteamentos até as áreas públicas, antes
de atingir os cursos d'água.
Para assegurar que esse sistema funcione efetivamente, elaboram-se planos de drenagem que englobam
desde aspectos de políticas públicas até itens de ordem técnica como instruções para a construção e
implantação de equipamentos das águas pluviais.
21. Referências de Políticas de Drenagem:
Curitiba, PR
Belo Horizonte ,MG
Região Rhônes-Alpes, França
Referências Projetuais:
Belo Horizonte, Brasil
Vitrolles, França
Portland, EUA
ESTUDOS DE CASO
23. Estudo de caso - POLÍTICAS DE DRENAGEM
DRENURBS, BH
Tem por objetivo a a despoluição dos cursos d'água, a redução dos riscos de inundação, o controle da produção
de sedimentos e a integração dos recursos hídricos naturais ao cenário urbano.
Premissa de preservação e recuperação dos córregos/rios que ainda estão em leitos naturais, incluindo-os na
paisagem urbana. mudança significativa na política de drenagem, ao deixar para trás um paradigma ultrapassado
– o da canalização de rios.
Propõe-se realizar ações de interferência no espaço físico, e também, na realidade sócio ambiental das
comunidades situadas nos locais de abrangência do Programa.
Um dos princípios do Drenurbs é a inclusão e participação das comunidades nos processos de decisão relativos
à recuperação e conservação dos espaços urbanos revitalizados.
24. Curitiba
-1,5 mi de habitantes
- 3ª cidade mais verde do
mundo
Estudo de caso - POLÍTICAS DE DRENAGEM
25. Estudo de caso - POLÍTICAS DE DRENAGEM
Proposição de crescimento linear
da cidade com cinturões verdes
barrando a expansão indesejada
da cidade
26. 1972: ( gestão Jaime lerner)
Pq São Lourenço ( proteção de nascentes)
Pq Barreirinha
Pq Barigui
*1993: parques como ambientes de construção de uma identidade cultural e social para Curitiba
-Jaime Lerner : intervenções
- Corredor da biodiversidade ( 100 km de extensões) – grande eixo de lazer, recreação e cultura da RMC;
além de constituir um canal de integração regional.
1972
- Parque Barigui
- Parque Iguaçu ( foz do rio) – impedimento do conurbação entre Curitiba e São José dos Pinhais
- Os parques e áreas de proteção impedem que construções ( indústrias ou residências) ocupem áreas
próximas aos mananciais e áreas de várzea.
Estudo de caso - POLÍTICAS DE DRENAGEM
27. Parques – Áreas de Contenção
Parque Iguaçu
Estudo de caso - POLÍTICAS DE DRENAGEM
Conjunto de parques em
áreas de fundo de vale (Barigui,
Tingui, Tanguá, São Lourenço,
Barreirinha e o Iguaçu)
Ao todo, a capital tem 25 parques
com lagos que ajudam a represar
a água da chuva.
28. Parques como projetos de marketing verde
Estudo de caso - POLÍTICEASST UDDEO DSR DEEN ACGAESMO
O problema é mais amplo do que o simples limite do munícipio já que cerca de 70% da RMC é
composta por áreas de mananciais e por áreas de preservação permanente ( APP), cuja principal
ameaça é a expansão da mancha urbana sobre as bacias de abastecimento.
29. França – projeto nacional
Projeto nacional que desenvolveu-se
em duas grandes direções :
identificação e mapeamento das
zonas inundáveis e sua
compilação num atlas, divulgado
pela internet, a fim de permitir a
ampla divulgação desse material;
prevenção regulamentada através
de legislações e instrumentos do
estado.
1 em cada 4 habitantes exposto ao
risco de inundação
Estudo de caso - POLÍTICAS DE DRENAGEM
31. Soluções Projetuais
Para a cidade:
- criação de bacias de acumulação ( piscinões,
reservatórios subterrâneos, lagos)
- pavimentação de áreas de baixo fluxo com
pavimento permeável.
- diminuição da área impermeável
- estruturas de bio retenção nos espaços livres da
cidade ( bio valetas, etc).
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Para o lote
- captação das águas das chuvas
( cisternas, tetos de estocagem)
- pavimento permeável
- diminuição da área impermeável
-estruturas de bio retenção ( jardins de
chuva, etc)
33. Bacias de acumulação
A bacia de acumulação pode ser um equipamento que
acessível ao público: parque urbano, equipamento
esportivo, etc...
Fica delegado ao poder público a tarefa de assegurara a
manutenção para manter as boas condições desses
espaços , permitindo que estes continuem a responder às
demandas dos usuários.
Informar o usuário através de sinalização sobre a dupla
função dessas áreas.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
34. Bacias de retenção com função no
espaço urbano
Efetiva integração do projeto ao desenho
do espaço – um projeto harmonioso com
dupla função
Como conservar esses espaços de dupla
natureza?
Incentivo à participação popular
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
36. Vitrolles, França
Realização de 14 bacias de retenção – volume total de 420 000 m³
Bacia du Liourat: implantação num
bairro misto (residência e comércio) –
Associação de uma pista de
velódromo de extensão de 333m ,
homologada à nível internacional e um
pequeno campinho ao centro.
Redução da velocidade de escoamento de 40m³/s à 21m³/s para chuvas de frequência cinquetenária.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
37. Exemplo de nfiltração de água em terreno de futebol
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Devolução da água
ao lençol freático
38. Belo Horizonte – MG
O Parque Primeiro de Maio é
resultado da transformação de um
terreno baldio e com esgoto a céu
aberto em uma área de
preservação e lazer.
( criação a partir do DRENURBS).
Participação comunitária no
desenho do parque
e na manutenção Herbanário
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
39. Parque 1º de Maio: Rua Joana D'arc, Nº 190 - bairro Minaslândia
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Após o saneamento, o entorno das
nascentes foram transformados em
parques ecológicos oferecendo
áreas de lazer e descontração para
a população moradora da região.
40. Pavimento permeável
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
O pavimento permeável exige manutenção
periódica para a retirada do sedimento fino retido na
superfície (espaços entre os blocos), o qual pode
dificultar ou prejudicar a infiltração.
42. Asfalto permeável – tecnologia USP
“O diferencial dos pavimentos
porosos desenvolvidos pela Poli em
relação aos já existentes deve-se ao
fato de possuir uma base de pedras
de 35 centímetros, a qual é
responsável por reter a água por
algumas horas. ”. - prof. José
Rodolfo Scarati Martins
47. A drenagem efetiva só é possível através de ações conjuntas ( políticas públicas, planejamento
urbano e participação social).
Conscientização da população da importância do tema.
Incorporação do tema nas diretrizes urbanísticas.
Necessidade de um bom desenho urbano para a efetiva incorporação dos espaços de drenagem à
cidade.
Incentivo da participação popular para a concepção e a ocupação/ uso dessas áreas.
CONSTATAÇÕES
48. Caderno de gestão de águas pluviais da cidade de Vitrolles , França - “bassin de
rétention mixte: pour une vraie intégration urbaine 3 junho 2014
Caderno do Programa DRENURBS - Uma concepção inovadora dos recursos hídricos
no meio urbano, Belo Horizonte – MG
Cahier Les risques inondations en Rhône-Alpes : de la connaissance à la prévention
Bilan 2004 et Perspectives
Cahier Pour la gestion des eaux pluviales - Stratégie et solutions techniques
Cahier Première évaluation nationale des risques d’inondation
Principaux résultats - EPRI 2011
Aménagement et eaux pluviales Sur le territoire du grand Lyon
BIBLIOGRAFIA
Notas do Editor
Breve Histórico da evolução da drenagem na RMSP ( Sayuri)
Políticas de Drenagens e sua função ( anne)
Paranoma do atual sistema de drenagem ( Ana)
Estudos de casos ( Denise e Luiz)
Os ambientes fluviais urbanos no Brasil foram adequados seguindo a concepção higienista européia do século XIX (FJP, 1997). Nesta concepção ordenadora, os canais de concreto se disseminaram nas áreas urbanas e passaram a receber os efluentes in natura das fábricas e residências. Neste sentido, a maioria das cidades se desenvolveu desconsiderando o ambiente físico, a topografia, a cobertura vegetal e os cursos d'água, que além de canalizados, foram cobertos pelo sistema viário (COSTA; MONTE-MÓR, 2002).
Em 1921, José Antonio da Fonseca Rodrigues apresenta um projeto de Retificação do Rio Tietê (IMAGEM XX), neste projeto o rio se tornava navegável no trecho urbano e era usado para o afastamento dos efluentes de esgoto. A intenção era um criar um canal retilíneo para aumentar a velocidade das águas, além de dois diques laterais de 4,5 metros de altura. Haveriam ainda dois lagos artificiais para remo e natação e as margens teriam duas avenidas de 20 metros de largura. Contudo o projeto não foi aprovado.
Frente ao projeto de Fonseca Rodrigues (IMAGEM XX), foi feito em 1922 um contra projeto por Ulhôa Cintra com um leito mais sinuoso e com diques mais baixos. Neste projeto a faixa de intervenção era de 400 metros e haviam vias arborizadas e uma faixa de parques.
Francisco Saturnino Rodrigues de Brito, também fez um projeto para a retificação do Rio Tietê. Porém, nele não constavam vias marginais e em seu lugar existia um parque linear com 25 quilômetros de extensão por quilômetro de largura (IMAGEM XX)
Contudo, o projeto de Saturnino foi descartado e seguiram-se mais estudos de Cintra, dentre eles o Plano de Avenidas, feito com parceria com o engenheiro Prestes Maia. (IMAGEM XX)
Durante 1924 e 1925 o assunto ganha mais destaque devido a estiagem que a região passou na época. Neste contexto foi apresentada a proposta da Light para o Rio Tietê: o Projeto Serra (IMAGEM XX) . Este projeto previa a geração de energia a baixo custo ao utilizar a queda d’água entre São Paulo e Cubatão.
Com a eleição de Prestes Maia a prefeitura de São Paulo entre 1926 e 1930 o Plano de Avenidas começa a ser executado e ao mesmo tempo o Projeto Serra. Este porque havia uma demanda por energia elétrica. Além disso, na época a Light já era um ator politico econômico relevante, ou seja, haviam ainda interesses capitalista por detrás do projeto.
O projeto Serra previa a ainda a Retitificação do Rio Pinheiros e a construção da Barragem da Pedreira para o represamento de água na Represa Billings. Assim seria possivel a produção de energia elétrica pelo sistema (FIGURA XX).
A partir dos anos 60 e 70, como as obras dos Tietê e Pinheiros já haviam acabado, o estado passou a investir na canalização extensiva de todos os corpos d’água que se encontravam em áreas urbanizadas. Esse tipo de obra visava não só melhorias no saneamento básico, mas também se ligavam diretamente com obras de implantação de sistema viário. Como evidência dessa posição, o PUB (Plano Urbanístico Básico) de 1968 prevê o aproveitamento das várzeas para execução de vias de fundo de vale.
Em 1968 é finalizado o Plano Hibrace, resultado de uma consultoria especializada em drenagem de recursos hídricos. Este plano foi o primeiro mais abrangente para a área e considera que o controle de enchentes deveria ser feito apenas por reservatórios na cabeceiras do Rio Tietê. Ou seja, para este plano não haveria a necessidade de manter espaços naturais de contenção de cheias. Outro ponto importante sobre esse plano é que para o cálculo, os ganhos referentes às canalizações eram relativos ao potencial construtivo e ao lucro proveniente da venda dos terrenos aterrados nas várzeas.
Uma década depois em 1976 é criada a EMPLASA (Empresa Metropolitana de Planejamento Sanitário), que passa a analisar os sistemas de drenagem, abastecimento de água e esgotamento sanitário, etc. Se até então o conceito de drenagem era baseado na ideia de se escoar rapidamente as cheias, o conceito passa por mudanças tendendo para o caminho oposto. Ou seja, diminuir a velocidade de escoamento.
Em 1978 a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) apresentou uma proposta de zoneamento de áreas sujeitas a enchentes e é de certa forma uma continuação dos conceitos propostos pelas diretrizes da EMPLASA.
Por exemplo o plano de sp tem 3 volumes: o 1 é de políticas publicas e o 2 e 3 com instruções técnicas
A Prefeitura de Belo Horizonte, ao criar o Programa DRENURBS, trouxe como inovação a proposta de inclusão dos cursos d’água na paisagem urbana, evitando-se as tradicionais canalizações. Esse processo já ocorre em países desenvolvidos desde 1970.
São as políticas de drenagem que regulamentam toda essa lógica de macro e micro drenagem