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O Paradigma Cartesiano
Universidade de São Paulo
Escola de Comunicações e Artes
Teoria e Método de Pesquisa em Comunicação
Prof. Dra. Lucilene Cury
Luiz Roberto de Almeida (pesquisador)
Introdução
Seminário baseado no
Discurso do Método,
de René Descartes
Introdução
"Os que procuram dar preceitos devem
julgar-se mais hábeis do que aqueles a quem
o dão; e se falham na menor das coisas são
por isso passíveis de censura" (pág. 29).
Objetivo de Descartes
"Empregar toda a minha vida a cultivar a
minha razão e em progredir, tanto quanto
pudesse, no conhecimento da verdade, segundo o
método que me havia prescrito" (pág. 46).
O Método de Descartes
O método de Descartes
No decorrer dos capítulos, o autor defende
alguns pensamentos que, no fundo, se analisados
com cautela, fundamentam o método que vai
apresentar no decorrer do texto.
A seguir, destacamos alguns desses pensamentos.
O método de Descartes
Considerar tudo que vira até então como falso
até que encontrasse as verdades pelo método
proposto.
 "Julguei que era necessário que (...) rejeitasse como
absolutamente falso tudo aquilo e, que eu pudesse
imaginar a menor dúvida, (...) considerar, fingir, que todas
as coisas que haviam penetrado no meu espírito não eram
mais verdadeiras que as ilusões dos meus sonhos" (pág. 50).
O método de Descartes
Utilizar o bom senso, pois ele tem o poder de
julgar o verdadeiro do falso.
 "O bom senso é a coisa mais bem repartida deste mundo
(...). Não é verossímil que todos se enganem; ao contrário,
isto mostra que o poder de bem julgar e de distinguir o
verdadeiro do falso, que é propriamente o que se chama o
bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os
homens" (pág. 27).
O método de Descartes
Estar pautado pela razão, que para ele era o
único meio de chegar à verdade.
 "O que mais me contentava neste método era que, por
meio dele, estava seguro de usar em tudo da minha
razão, senão perfeitamente, ao menos da melhor
maneira" (pág. 42).
 "Procurando descobrir a falsidade e a incerteza das
proposições que examinava - não por meio de fracas
conjecturas, mas com raciocínios claros e seguros - não
encontrava nenhumas tão duvidosas das quais não tirasse
sempre alguma conclusão bastante certa" (pág. 48).
O método de Descartes
Seguir preceitos lógicos que organizam o
pensamento e o raciocínio lógico sobre o tema
em questão.
 "Em lugar de um grande número de preceitos de que a
Lógica é composta, acreditei que já me seriam bastante
quatro, contanto que tomasse a firme e constante
resolução de não deixar uma vez só de observá-los" (pág.
39).
1o Preceito:
 “Nunca aceitar, por
verdade, coisa nenhuma que
não conhecesse como
evidente; (...) nada incluir em
meus juízos que não se
apresentasse tão clara e tão
distintamente ao meu
espírito" (pág. 40);
 "As coisas que concebemos
muito clara e muito
distintamente são todas
verdadeiras, havendo apenas
dificuldade em bem
distinguir quais são aquelas
que concebemos
distintamente" (pág. 51).
Evidência, clareza,
distinção da ideia
2o Preceito:
 "dividir cada uma das
dificuldades que
examinasse em tantas
parcelas quantas pudessem
ser e fossem exigidas para
melhor compreendê-las"
(pág. 40).
Divisão ou análise
3o Preceito:  "conduzir por ordem os
meus pensamentos,
começando pelos objetos
mais simples e mais fáceis
de serem conhecidos, para
subir, pouco a pouco,
como por degraus, até o
conhecimento dos mais
compostos" (pág. 40).
Ordem ou dedução
4o Preceito:
 "fazer sempre
enumerações tão
completas e revisões tão
gerais, que ficasse certo de
nada omitir" (pág. 40).
Enumeração
O método de Descartes
Não ficar preso às ciências dos livros e ir a campo
para conhecer e raciocinar sobre as questões.
 "A filosofia propicia meio de falar com verossimilhança sobre
todas as coisas, e de se fazer admirar por aqueles que são menos
sábios" (pág. 30);
 "Parecia-me que poderia encontrar muito mais verdades nos
raciocínios que cada um forma sobre os assuntos que para si
são importantes (...) que nas especulações que um letrado faz
no seu gabinete, (...) quanto mais afastadas estiverem essas
especulações do senso comum, em virtude do muito espírito e
do artifício que emprega em torná-las verossímeis" (pág. 33).
A moral provisória
A moral provisória
Descartes se propõe a revisitar tudo que
conheceu até então para, por meio da razão,
encontrar a verdade.
 "Nunca a minha intenção foi além do meu desejo de
procurar reformar os meus próprios pensamentos e de
construir alguma coisa em terreno que é todo meu" (pág.
37).
A moral provisória
Contudo, enquanto não colhia os primeiros
resultados, precisou utilizar uma moral
provisória para pautar seu trabalho.
 "Formei, para meu uso, uma moral provisória, que
consistia apenas em três ou quatro máximas" (pág. 43).
A moral provisória
Leis, costumes e
religião
• "Obedecer às leis e aos
costumes de minha
terra, guardando com
constância a religião (...)
e de me governar, em
tudo mais, segundo as
opiniões mais
moderadas e mais
afastadas dos excessos
(...) pelas pessoas mais
sensatas com as quais
eu teria de viver" (pág.
43);
Firmeza nas
opiniões
• "Ser o mais firme e
resoluto que pudesse
em minhas ações e
seguir (...) as opiniões
mais duvidosas, uma
vez que me houvesse
determinado por elas
(...) porque a razão que
nos leva a considerá-las
não é menos certa e
verdadeira" (pág. 45);
Razão como único
método de sucesso
• "Somente os nossos
pensamentos estão
inteiramente em nosso
poder, de sorte que,
depois de havermos
procedido da melhor
maneira possível no
tocante as coisas que nos
são exteriores, se não
somos bem-sucedidos no
que nos diz respeito, é
porque isso é
absolutamente
impossível" (pág. 45).
Primeiro princípio
Primeiro princípio
Penso, logo existo = a certeza de nossa
existência, a verdade primeira.
 "Mas logo percebi que, quando pensava que tudo era
falso, necessário se tornava que eu - eu que pensava - era
alguma coisa, e notando essa verdade - penso, logo existo -
era tão firme e tão certa que todas as extravagantes
suposições dos céticos não eram capazes de a abalar,
julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como primeiro
princípio da filosofia que procurava" (pág. 50).
Primeiro princípio
Pensamento como essência e alma distinta do
corpo.
 "Se eu tivesse cessado de pensar, ainda que tudo o mais
que imaginara fosse verdade, nenhuma razão tinha de crer
que existia - por isso reconheci que eu era uma substância
cuja essência ou natureza não é outra coisa senão
pensamento, (...) isto é, a alma pela qual sou o que sou, é
inteiramente distinta do corpo e até mais fácil de conhecer
que este; e, embora não existisse o corpo, ela não deixaria
de ser o que é" (pág. 51).
Primeiro princípio
A razão e a alma são somente dos homens.
 "É coisa facilmente verificável o não existirem homens (...) que
não sejam capazes de combinar diversas palavras e de com elas
compor um discurso que lhes permita expressar os seus
pensamentos; e que, ao contrário, não há outro animal, por
mais bem-nascido e perfeito que seja, que possa fazer coisa
semelhante. (...) o que fazem melhor do que nós não prova que
possuam espírito. (...) isso é antes prova de que eles não
possuem razão e que é a natureza que neles age, de acordo com
a disposição de seus órgãos" (pág. 69).
Primeiro princípio
A existência de Deus.
 “A ideia de um ser mais perfeito que o meu, (...) aceitá-la
como vinda do nada era coisa manifestamente impossível.
(...) De maneira que só restava haver sido ela posta em
mim por uma natureza que fosse verdadeiramente mais
perfeita que eu. (...) Desde que conhecia algumas
perfeições que não possuía, eu não era o único ser que
existia" (pág. 52).
Primeiro princípio
A alma é racional.
 "A razão (...) nos diz que todas as nossas ideias ou noções
devem ter algum fundamento de verdade, porque não
seria possível que Deus, que é absolutamente perfeito e
verdadeiro, as tivesse posto em nós sem isso" (pág. 56).
 "A alma racional (...) não pode de maneira alguma
derivar do poder da matéria, (...) deve ter sido criada
expressamente" (pág. 70).
Primeiro princípio
A alma é imortal.
 "Fácil é compreender muito melhor as razões que
prova, que a nossa (alma) é de natureza inteiramente
independente do corpo e, por conseguinte, que não está
sujeita a morrer com ele, pois que, não se vendo outras
causas que sejam capazes de destruí-la, somos
naturalmente levados a concluir por isso que ela é
imortal" (pág. 71).
Referências Bibliográficas
DESCARTES, René. Discurso do Método. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2011.

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  • 1. Epstemologia Científica: O Paradigma Cartesiano Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Teoria e Método de Pesquisa em Comunicação Prof. Dra. Lucilene Cury Luiz Roberto de Almeida (pesquisador)
  • 2. Introdução Seminário baseado no Discurso do Método, de René Descartes
  • 3. Introdução "Os que procuram dar preceitos devem julgar-se mais hábeis do que aqueles a quem o dão; e se falham na menor das coisas são por isso passíveis de censura" (pág. 29).
  • 4. Objetivo de Descartes "Empregar toda a minha vida a cultivar a minha razão e em progredir, tanto quanto pudesse, no conhecimento da verdade, segundo o método que me havia prescrito" (pág. 46).
  • 5. O Método de Descartes
  • 6. O método de Descartes No decorrer dos capítulos, o autor defende alguns pensamentos que, no fundo, se analisados com cautela, fundamentam o método que vai apresentar no decorrer do texto. A seguir, destacamos alguns desses pensamentos.
  • 7. O método de Descartes Considerar tudo que vira até então como falso até que encontrasse as verdades pelo método proposto.  "Julguei que era necessário que (...) rejeitasse como absolutamente falso tudo aquilo e, que eu pudesse imaginar a menor dúvida, (...) considerar, fingir, que todas as coisas que haviam penetrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões dos meus sonhos" (pág. 50).
  • 8. O método de Descartes Utilizar o bom senso, pois ele tem o poder de julgar o verdadeiro do falso.  "O bom senso é a coisa mais bem repartida deste mundo (...). Não é verossímil que todos se enganem; ao contrário, isto mostra que o poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se chama o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens" (pág. 27).
  • 9. O método de Descartes Estar pautado pela razão, que para ele era o único meio de chegar à verdade.  "O que mais me contentava neste método era que, por meio dele, estava seguro de usar em tudo da minha razão, senão perfeitamente, ao menos da melhor maneira" (pág. 42).  "Procurando descobrir a falsidade e a incerteza das proposições que examinava - não por meio de fracas conjecturas, mas com raciocínios claros e seguros - não encontrava nenhumas tão duvidosas das quais não tirasse sempre alguma conclusão bastante certa" (pág. 48).
  • 10. O método de Descartes Seguir preceitos lógicos que organizam o pensamento e o raciocínio lógico sobre o tema em questão.  "Em lugar de um grande número de preceitos de que a Lógica é composta, acreditei que já me seriam bastante quatro, contanto que tomasse a firme e constante resolução de não deixar uma vez só de observá-los" (pág. 39).
  • 11. 1o Preceito:  “Nunca aceitar, por verdade, coisa nenhuma que não conhecesse como evidente; (...) nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente ao meu espírito" (pág. 40);  "As coisas que concebemos muito clara e muito distintamente são todas verdadeiras, havendo apenas dificuldade em bem distinguir quais são aquelas que concebemos distintamente" (pág. 51). Evidência, clareza, distinção da ideia
  • 12. 2o Preceito:  "dividir cada uma das dificuldades que examinasse em tantas parcelas quantas pudessem ser e fossem exigidas para melhor compreendê-las" (pág. 40). Divisão ou análise
  • 13. 3o Preceito:  "conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos" (pág. 40). Ordem ou dedução
  • 14. 4o Preceito:  "fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais, que ficasse certo de nada omitir" (pág. 40). Enumeração
  • 15. O método de Descartes Não ficar preso às ciências dos livros e ir a campo para conhecer e raciocinar sobre as questões.  "A filosofia propicia meio de falar com verossimilhança sobre todas as coisas, e de se fazer admirar por aqueles que são menos sábios" (pág. 30);  "Parecia-me que poderia encontrar muito mais verdades nos raciocínios que cada um forma sobre os assuntos que para si são importantes (...) que nas especulações que um letrado faz no seu gabinete, (...) quanto mais afastadas estiverem essas especulações do senso comum, em virtude do muito espírito e do artifício que emprega em torná-las verossímeis" (pág. 33).
  • 17. A moral provisória Descartes se propõe a revisitar tudo que conheceu até então para, por meio da razão, encontrar a verdade.  "Nunca a minha intenção foi além do meu desejo de procurar reformar os meus próprios pensamentos e de construir alguma coisa em terreno que é todo meu" (pág. 37).
  • 18. A moral provisória Contudo, enquanto não colhia os primeiros resultados, precisou utilizar uma moral provisória para pautar seu trabalho.  "Formei, para meu uso, uma moral provisória, que consistia apenas em três ou quatro máximas" (pág. 43).
  • 19. A moral provisória Leis, costumes e religião • "Obedecer às leis e aos costumes de minha terra, guardando com constância a religião (...) e de me governar, em tudo mais, segundo as opiniões mais moderadas e mais afastadas dos excessos (...) pelas pessoas mais sensatas com as quais eu teria de viver" (pág. 43); Firmeza nas opiniões • "Ser o mais firme e resoluto que pudesse em minhas ações e seguir (...) as opiniões mais duvidosas, uma vez que me houvesse determinado por elas (...) porque a razão que nos leva a considerá-las não é menos certa e verdadeira" (pág. 45); Razão como único método de sucesso • "Somente os nossos pensamentos estão inteiramente em nosso poder, de sorte que, depois de havermos procedido da melhor maneira possível no tocante as coisas que nos são exteriores, se não somos bem-sucedidos no que nos diz respeito, é porque isso é absolutamente impossível" (pág. 45).
  • 21. Primeiro princípio Penso, logo existo = a certeza de nossa existência, a verdade primeira.  "Mas logo percebi que, quando pensava que tudo era falso, necessário se tornava que eu - eu que pensava - era alguma coisa, e notando essa verdade - penso, logo existo - era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos céticos não eram capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como primeiro princípio da filosofia que procurava" (pág. 50).
  • 22. Primeiro princípio Pensamento como essência e alma distinta do corpo.  "Se eu tivesse cessado de pensar, ainda que tudo o mais que imaginara fosse verdade, nenhuma razão tinha de crer que existia - por isso reconheci que eu era uma substância cuja essência ou natureza não é outra coisa senão pensamento, (...) isto é, a alma pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo e até mais fácil de conhecer que este; e, embora não existisse o corpo, ela não deixaria de ser o que é" (pág. 51).
  • 23. Primeiro princípio A razão e a alma são somente dos homens.  "É coisa facilmente verificável o não existirem homens (...) que não sejam capazes de combinar diversas palavras e de com elas compor um discurso que lhes permita expressar os seus pensamentos; e que, ao contrário, não há outro animal, por mais bem-nascido e perfeito que seja, que possa fazer coisa semelhante. (...) o que fazem melhor do que nós não prova que possuam espírito. (...) isso é antes prova de que eles não possuem razão e que é a natureza que neles age, de acordo com a disposição de seus órgãos" (pág. 69).
  • 24. Primeiro princípio A existência de Deus.  “A ideia de um ser mais perfeito que o meu, (...) aceitá-la como vinda do nada era coisa manifestamente impossível. (...) De maneira que só restava haver sido ela posta em mim por uma natureza que fosse verdadeiramente mais perfeita que eu. (...) Desde que conhecia algumas perfeições que não possuía, eu não era o único ser que existia" (pág. 52).
  • 25. Primeiro princípio A alma é racional.  "A razão (...) nos diz que todas as nossas ideias ou noções devem ter algum fundamento de verdade, porque não seria possível que Deus, que é absolutamente perfeito e verdadeiro, as tivesse posto em nós sem isso" (pág. 56).  "A alma racional (...) não pode de maneira alguma derivar do poder da matéria, (...) deve ter sido criada expressamente" (pág. 70).
  • 26. Primeiro princípio A alma é imortal.  "Fácil é compreender muito melhor as razões que prova, que a nossa (alma) é de natureza inteiramente independente do corpo e, por conseguinte, que não está sujeita a morrer com ele, pois que, não se vendo outras causas que sejam capazes de destruí-la, somos naturalmente levados a concluir por isso que ela é imortal" (pág. 71).
  • 27. Referências Bibliográficas DESCARTES, René. Discurso do Método. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.