2. O que é?
O diário de campo é um instrumento de
investigação composto por registros e anotações
que são feitas no momento da observação de
algum objeto, lugar, comunidade, acontecimento
ou fenômeno social, descrevendo rigorosamente
tudo que está sendo observado e ao seu redor.
Além disso, estas anotações contem os
sentimentos, comentários, reflexões e
experiências do autor do diário de campo.
3. Como o construímos?
Coletamos as informações que vão construir
o diário de campo através do nosso sistema
sensorial- mais precisamente o “ver e ouvir”.
4. Para que serve um diário de
campo?
As informações que são colhidas servem
para ao fim das saídas de campo se ter um
panorama do que está sendo estudado, a fim
de compreender, descobrir e/ou explicar o
problema pesquisado. As anotações devem
ser realizadas sempre que possível e quando
fluírem ideias, pois se deixar para depois o
relato poderá não ser tão exato quanto no
momento da observação.
5. No diário de campo registra-se:
A data e local especifico da saída de campo.
Sobre os sujeitos: aparência, alguma
particularidade, expressões faciais, gestos, modo
de falar, modo de agir, etc.
Sobre o que é ouvido: palavras, pronuncias e
sons em geral.
Sobre o que é visto no espaço físico: descrever o
espaço (amplo, pequeno, antigo, novo), a
qualidade (limpo, sujo, depredado, descuidado,
bem conservado, etc), se tem ou não construções
ou mobília (descreve-las), etc.
6. No diário de campo registra-se:
Comentários, reflexões, opiniões e sentimentos
surgidos no momento da observação.
Detalhamento da atividade (o que está sendo
feito).
Relato dos acontecimentos (como ocorreu).
Não é necessário colocar o(s) nome(s) dos
entrevistados, neste caso pode-se referir a
pessoa como, por exemplo: Entrevistado nº 1 ou
Professor 1
8. Exemplo 1
Trecho de diário de campo do dia 23/03/2013
Olhei ao redor: a fonte, a prefeitura, o mercado e busquei me
transportar para aquelas antigas imagens, tentando reconstituir
em minha mente aquele espaço: caminhei de um canto ao outro,
encontrei em meus pensamentos, a doca das frutas e o caminho
do bonde. [...] Voltei a caminhar seguindo em direção ao cais,
pela a Av. Mauá. O movimento e o barulho de automóveis era
intenso. Cheguei a Praça da Alfândega ou antiga Praça da
Quitanda (onde, outrora comerciantes e quitandeiros se reuniam
para vender seus produtos) e observei a arquitetura daqueles
diversos prédios antigos que mais parecem “bolos de noiva”
imensos. Novamente volto às minhas coleções de fotos, busco
nas imagens os antigos prédios. [...] Percebo que mais pessoas
também possuem câmeras em suas mãos buscando enquadrar
aquelas belas e antigas arquiteturas, pois este espaço há algum
tempo é considerado o centro histórico da cidade e, por
conseguinte, um importante espaço turístico da capital. Indago-
me: De que forma a revitalização do Cais atingirá este espaço
intrinsecamente ligado ao Porto?
(Autora: Renata Ribeiro/Fonte: Internet)
9. Exemplo 2
Trecho de diário de campo do dia 20/06/2013
Um primeiro bloco de casas, muitas de madeira e pobres, foi
visitado. Passamos para o outro lado da vila, onde tinha um
campo e ao final dele uma construção com uma espécie de
piscina, que estava cheia de água suja, penso na dengue e me
questiono sobre o tempo que aquilo está assim e ninguém faz
nada para mudar, seria ali um foco de doença? [...] O lugar
estava repleto de objetos metálicos, madeira e sujeira. De
repente escuto o som característico de um porco, quando me viro
encontro uma espécie de chiqueiro improvisado com madeiras e
uma poça. Foi algo que me surpreendeu imensamente, creio
mais pelo fato de perceber que ele esta sendo criado para o
consumo. Como podem comer uma carne que possivelmente
esta contaminada? A necessidade de alimento não os faz pensar
na saúde, o que é muito triste.
(Autora: Aline Dobke)