Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
IAC mantém 160 estações climáticas para monitorar variações e ajudar agricultores
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção IIII – São Paulo, 124 (238) quarta-feira, 17 de dezembro de 2014quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Texto publicado em 14-6-2014, pág. IV, e adaptado para esta edição.
uando o produtor rural inicia o
plantio é bom conhecer o clima no
momento de depositar a semente
ou a muda na terra, bem como a
previsão para os próximos meses.
Para ajudar o agricultor nessa oca-
sião, o Centro Integrado de Infor-
mações Agrometeorológicas (Ciia-
gro), do Instituto Agronômico de
Campinas (IAC), mantém uma rede
de 160 estações climatológicas no
Estado para monitorar diferentes
variações do clima – chuva, vento,
temperatura e umidade do ar e da
terra, fenômenos físicos importan-
tes para o agronegócio.
ciais, perigo de enchentes e outros fenôme-
nos resultantes do clima. Brunini explica
que os dados atualizados a cada 20 minutos
atendem a entidades governamentais (defe-
sa civil, bombeiros) que precisam de rapi-
dez na tomada de decisão. Para o agricultor,
as atualizações diárias bastam.
As anomalias climáticas que mais afe-
tam o Estado são chuvas em excesso, que
causam enchentes, ou a falta delas. Este
ano, provam os gráficos do IAC, é o mais
seco desde o início dos registros, em 1890.
Plantio ameaçado – Estiagem,
também chamada de veranico, explica o
agrônomo, são períodos curtos, de 10 a 15
dias sem chuva em uma época com alta
precipitação. A seca é mais grave, por ser
mais intensa, com período maior de baixa
umidade, e acarreta graves problemas no
agronegócio, no abastecimento e em toda
a sociedade.
Este ano, diz Brunini, o plantio está
ameaçado no Estado, embora as culturas
irrigadas possam sobreviver. As plantações
chamadas perenes (cana, citros, café) terão
impacto na hora da colheita. A cana plan-
tada entre janeiro e março terá problemas
no corte no ano que vem. O café da Alta
Mogiana poderá apresentar queda de pro-
dutividade. Assim como o milho safrinha,
plantado no início do ano para ser colhido
em agosto.
Brunini explica que há três tipos de
seca: a meteorológica, quando há redução
da chuva em período de alta precipitação;
a hidrológica, que atinge os mananciais
de água potável; e a agrícola, que provoca
baixa umidade do solo, prejudicando as
plantas. “A seca pode ocorrer em qualquer
tipo de clima. Já a aridez é um tipo de clima
quase desértico”, exemplifica Brunini.
As atividades agrícolas que o Ciiagro
procura dar suporte são: calendário agríco-
la, preparo do solo, aplicação de produtos
químicos-agrícolas, monitoramento de irri-
gação, datas de maturação e colheita, con-
trole e manejo de pragas e doenças vegetais,
transporte de produtos agrícolas, operações
florestais, como incêndios, geadas e outros
fenômenos adversos, manejo agrícola e ati-
vidades correlatas.
Expansão da rede – Cada uma
das estações climáticas e meteorológicas
da rede do IAC é composta por torre metá-
lica de 10m de altura e braços com sen-
sores de temperatura, umidade e sentido
do vento. No chão, ao lado da torre, estão
instalados sensores de umidade da terra e
painel solar com capacidade para 12 volts,
que irão alimentar a transmissão automá-
tica dos dados da estação local até Campi-
nas. As unidades funcionam sem operador,
monitorando dados num raio de 30 quilô-
metros.
O IAC produz uma cartilha trimes-
tral em formato eletrônico ou impresso
com informações das estações paulistas.
O material é enviado a entidades gover-
namentais e da área privada (defesa civil,
polícias, prefeituras, cooperativas, etc.). A
última edição abrange condições meteoroló-
gicas e o impacto da seca no período hidro-
lógico de outubro de 2013 a março de 2014.
Na última edição, em relação à umidade da
terra, a cidade de Atibaia apresentava condi-
ções severas (ruins) de plantio para culturas
com raiz de 25cm de profundidade (batata,
cebola, alho, arroz, hortaliças, feijão), des-
favoráveis para as de 50cm (amendoim,
alguns feijões, milho e sorgo), razoáveis para
as de 75cm (soja, citros, café, cana e algodão)
e prejudiciais para as de 100cm (alguns tipos
de café, citros e cana).
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Para saber quando o
clima está mais propício
Centro integrado do IAC
mantém 160 estações
meteorológicas; elas
monitoram variações
climáticas e passam
informações importantes
para quem trabalha no
agronegócio
Q
O sistema do IAC, centraliza-
do em Campinas, foi iniciado em
1954, mas os dados disponíveis
vêm desde 1890. O engenheiro
agrônomo do instituto, Orivaldo
Brunini, responsável pela centra-
lização dos dados, informa que
o produtor rural, seja qual for o
porte ou o ramo de negócios, tem
acesso aos dados do centro do IAC
por computador, celular ou tablet
nos sites www.ciiagro.org.br/
ema e www.ciiagro.sp.gov.br. O
primeiro mostra dados atualizados
de 20 em 20 minutos e o outro traz
novas informações diariamente.
“O agricultor sem acesso à tec-
nologia digital ou que não sabe
interpretar gráficos e tabelas pode
procurar a Casa de Agricultura de
sua cidade, onde técnicos irão aju-
dá-lo. Além dos dados úteis ao pro-
dutor rural, há gráficos do Estado,
tabelas por cidades ou regiões, etc.
com informações para os comi-
tês de bacias hidrográficas, auto-
ridades municipais, defesa civil,
empresas de saneamento e quem
mais se utilizar de informações
sobre chuvas, volumes de manan-
A sede do IAC localiza-se em
Capinas. Agrega 161 pesquisado-
res científicos e 319 funcionários de
apoio.
A atuação do famoso instituto
garante a oferta de alimentos à popu-
lação e matéria-prima à indústria,
cooperando para a segurança alimen-
tar e a competitividade dos produtos
nos mercados interno e externo. Sua
área física de 1.279 hectares de terras
comporta sede, centro experimental
central e 11 centros de pesquisa dis-
tribuídos entre Campinas, Cordeiró-
polis, Jundiaí e Ribeirão Preto, ocu-
pados com casas de vegetação, laborató-
rios e demais infraestruturas adequadas
aos seus trabalhos.
Desde 1994, o instituto concede
prêmios com o seu nome. Os ganhado-
res podem ser do âmbito interno do IAC
e também de instituições, bem como
pesquisadores de fora, do Estado de São
Paulo e de todo o Brasil. No ano passa-
do, entre os vencedores, constavam Ins-
tituto de Tecnologia de Alimentos (Ital),
Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-
pecuária (Embrapa) e Feira Interna-
cional de Tecnologia Agrícola em Ação
(Agrishow).
IAC, seu nome é pesquisa
Aspectos analisados
pelo Ciiagro
• Balanço hídrico
• Monitoramento agrometeorológico
e climático
• Índice de estresse hídrico da cultura
• Desenvolvimento da cultura em função
da umidade
• Estiagem e seca
• Prognósticos
• Defesa Civil – risco de incêndio
• Manejo de irrigação
• Zoneamento
No IAC, em Campinas, o engenheiro Brunini centraliza dados que chegam de cada uma das 160 estações climáticas e meteorológicas
Atuação do IAC garante a oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria
DIVULGAÇÃO/CATI
FOTOS:FERNANDESDIASPEREIRA
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014 às 04:11:26.