Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
IAC chega à sua milésima variedade
1. CURIOSIDADES
31 mil
90%
O IAC foi fundado em Campinas
em 1887 pelo Imperador D. Pedro
II. Desde então, suas pesquisas
atraíram não só o interesse dos
produtores, mas também de
ilustres personalidades. Entre os
visitantes, destacam-se a rainha
Elizabeth II, em 1968, e o
astronauta soviético Yuri Gagarin.
Na história, além de
incrementar a produção de
alimentos essenciais, as soluções
tecnológicas do instituto
colaboraram para transformar o
perfil econômico das cidades.
Pouca gente sabe disso, mas o
Circuito das Frutas só existe
porque o IAC desenvolveu
variedades de plantas que antes só
eram cultivadas no clima frio. A
“tropicalização” da fruticultura
tornou viável o cultivo de pêssego,
nectarina, abacaxi e uva em várias
épocas do ano.
A importância do Agronômico
extrapola o campo. O serviço
meteorológico, fundado em 1890
para orientar agricultores sobre os
momentos adequados para manejo
das lavoras, acabou se tornando
uma ferramenta estratégica para
que a Defesa Civil, por exemplo,
tenha informações preciosas sobre
chuvas e secas. Assim, podem ser
evitadas enchentes e incêndios em
cidades do Estado todo.
O IAC já desenvolveu 19
variedades de cana-de-açúcar, que
revolucionaram a produção do
campo paulista. Hoje, as
tecnologias já chegam aos
canaviais de Goiás, Minas Gerais,
Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e
Paraná. E chegam até às roças de
México e Angola, o que contribui
para fazer da cana uma
commoditie.
42
Lançamento de novo cultivar de feijão, o Milênio, marca os 126 anos do Instituto Agronômico
Rogério Verzignasse
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
rogerio@rac.com.br
Uma celebração especial,
com direito a homenagens a
produtores rurais, pesquisa-
dores e servidores de apoio,
marcou ontem as festivida-
des pelos 126 anos do Institu-
to Agronômico (IAC) em
Campinas. A instituição, tra-
dicionalíssima, sempre con-
tribuiu para a modernização
do campo, gerando soluções
técnicas para o aumento da
produção de alimentos pelo
Brasil. Mas ontem havia um
motivo especial para festa: o
lançamento do milésimo cul-
tivar da história do instituto.
A IAC Milênio é uma nova
variedade de feijão. No pro-
grama de melhoramento do
feijoeiro, esse cultivar é o me-
lhor já desenvolvido, conside-
rando-se produtividade, esta-
bilidade de produção, quali-
dade de grãos, teor de proteí-
nas, tempo de cozimento.
Mas a principal característica
da variedade é a resistência a
doenças como a antracnose e
à murcha de Fusarium, as
duas causadas por fungos e
responsáveis atualmente por
nada menos que 30% dos re-
cursos gastos pelo produtor
com a aplicação de agrotóxi-
cos.
A nova variedade entusias-
ma. De acordo com o diretor-
geral do IAC, Sérgio Augusto
Morais Carbonell, a moderni-
zação contribui para que o
feijão deixe de ser uma cultu-
ra de subsistência e se torne
cada vez mais um artigo de
agronegócio. Estima-se que,
por tantas qualidades, o IAC
Milênio se torne rapidamen-
te um dos cultivares mais
plantados no Brasil.
“A partir do melhoramen-
to genético, podemos colocar
no mercado grãos de qualida-
de em qualquer época do
ano”, afirma. Atrativos, ava-
lia, que incentivam o produ-
tor a investir em maquinário,
aprimorar a produção, fechar
negócios, gerar posto de tra-
balho, lucrar. Carbonell traba-
lha desde 1994 no instituto e,
coincidentemente, sempre es-
teve envolvido no melhora-
mento do feijoeiro.
As pesquisas com o IAC
Milênio começaram em 2007
e foram financiadas por re-
cursos do governo paulista,
da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp) e do Conse-
lho Nacional de Desenvolvi-
mento Científico e Tecnológi-
co (CNPq). As sementes, esti-
ma-se, estarão disponíveis pa-
ra as empresas multiplicado-
ras a partir do final deste
ano.
Carioca
A tecnologia desenvolvida no
IAC ao longo das décadas es-
tá muito presente nas mesas
brasileiras. Saiu do instituto
ainda nos anos 70, por exem-
plo, o cultivar do feijão cario-
ca, ou carioquinha, até hoje o
mais consumido pelos brasi-
leiros.
De lá para cá, 42 cultivares
de feijoeiro foram desenvolvi-
dos, um melhor que o outro.
“O Agronômico produz ciên-
cia agrícola com elevada com-
petência, com resultados que
atravessam décadas”, diz o di-
retor. “Hoje, focamos as pes-
quisas na qualidade nutricio-
nal do grão”, diz o diretor.
IAC chega à sua milésima variedade
Pesquisas beneficiam tanto
grandes como os pequenos
Diretor-geral do IAC
O
IAC contribui
efetivamente, ao
logo de seus 126
anos, com soluções
tecnológicas que
beneficiaram o pequeno, o
médio e o grande
produtor. A pesquisa
modernizou a produção de
grãos, hortaliças, frutas,
café, cana-de-açúcar, látex
e flores. Em espaços
menores, o agricultor
produz mais e melhor.
O instituto também
desenvolve tecnologia nas
áreas de fitossanidade,
recursos genéticos,
engenharia e automação,
climatologia e solos.
Sustentabilidade
ambiental e viabilidade
econômica sempre
nortearam a prestação de
serviços. O agricultor
aprende a aplicar
corretamente os
agrotóxicos, a evitar
desperdícios e
contaminação. O
treinamento de lavradores
é feito na própria roça. As
pessoas interessadas em
saber detalhes sobre a
história e a estrutura atual
do instituo podem acessar
o site www.iac.sp.gov.br.
(RV/AAN)
TRABALHADORES
DOS CAFEZAIS
Divulgação Érica Dezonne/AAN
Érica Dezonne/AAN
Dominique Torquato/13mai2013/AAN
Érica Dezonne/AAN
SÉRGIO AUGUSTO MORAIS
CARBONELL
Do campo já foram treinados
pelo IAC em 20 estados
brasileiros
Brasileiros do tipo arábica
usam cultivares desenvolvidos
no IAC
“Podemos
colocar no
mercado grãos
de qualidade,
em qualquer
época do ano.”
De feijão já foram
desenvolvidos pelo IAC, o que
coloca a leguminosa na lista de
culturas com maior número de
cultivares lançados pelo
instituto
CAMPO ||| PESQUISA
O pesquisador Alisson Roberto Chiorato em meio a plantação do IAC Milênio, mais resistente a doenças
Grãos do novo feijão, o cultivar número mil do Agronômico
Exposição de produtos desenvolvidos no instituto no evento de ontem
Edifício Conselheiro Antônio Prado, na sede do IAC, na Avenida Barão de Itapura, em Campinas
Sementes estarão
no mercado a partir
do final deste ano
A12 CORREIO POPULAR CIDADES
Campinas, sábado, 29 de junho de 2013
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