1. CienTIC9 – Teste de Ciências Naturais 1 – página 1
Escola/Agrupamento de Escolas | Teste de avaliação 1 – CienTIC9 Versão 1
Ciências Naturais
9.º ano de Escolaridade
Duração do Teste: 90 minutos |
Grupo I
A malária é provocada por um parasita, o Plasmodium. Esse parasita é transmitido através da picada do
mosquito fêmea. O mosquito, antes de sugar o sangue, injeta a sua saliva que contém a forma infetante,
que se chama esporozoíto. Estes esporozoítos desaparecem rapidamente da corrente sanguínea e vão para
as células do fígado. Os esporozoítos dividem-se em merozoítos que acabam por romper e lesar as células
do fígado. Alguns destes merozoítos vão para a corrente sanguínea e parasitam os glóbulos vermelhos,
originando trofozoítos. Alguns dos trofozoítos não entram para os glóbulos vermelhos e sofrem
diferenciação em gametócitos. O mosquito, quando pica alguém infetado com malária, aspira sangue
contendo gametócitos. Inicia-se o ciclo sexual do parasita no interior do mosquito, ou seja, o mosquito é o
hospedeiro definitivo e o humano é apenas um hospedeiro intermediário. As alterações climáticas são um
dos fatores implicados no aumento da transmissão de doenças infeciosas, estando relacionadas com a
possibilidade de reemergência de malária em algumas áreas do hemisfério norte. O risco de malária é mais
elevado nas crianças que ainda não desenvolveram imunidade contra as formas graves de doença.
Baseado em Rodrigues, A. G. Malária e Babesiose. [Em linha]. Porto: Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto, 9 de março de 2007 [Consult. em outubro de 2017]. Disponível em http://cc04-
10.med.up.pt/Microdesgravadas/29_Plasmodium_Babesia.pdf.
Figura 1. Número de mortes por malária por faixa etária.
Baseado em http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/
PIIS0140-6736(12)60034-8/fulltext [consultado em outubro de 2017)
< 5 anos
5-14 anos
15-49 anos
50-69 anos
> 70 anos
2. CienTIC9 – Teste de Ciências Naturais 1 – página 2
Figura 2. Ciclo de vida simplificado do Plasmodium.
Baseado em Cowman, A. (2012). The cellular and molecular basis for malaria
parasite invasion of the human red blood cell. J Cell Biol. 198 (6): 961-971.
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde
(A) determina-se com base na ausência de doenças ou enfermidades.
(B) depende das características de cada pessoa e não do seu modo de vida.
(C) corresponde a um completo bem-estar físico, mental e social.
(D) não é influenciada pela poluição nem pela contaminação do ambiente.
2. A medicina do século XXI
(A) já tem resposta para todos os problemas de saúde.
(B) continua a confrontar-se com o desafio de compreender os fenómenos relacionados com a causa,
transmissão e combate de algumas doenças.
(C) apenas vai servir para tratar as pessoas doentes, melhorando a sua qualidade de vida
e a sua longevidade, pois é pouco provável que apareçam novas doenças ou epidemias.
(D) já não necessita de se apoiar na Ciência, uma vez que já se conhece a cura para todos os problemas
de saúde.
Esporozoíto
Merozoíto
Trofozoíto
Gametócito
Sangue
Fígado
Glândula
salivar
Gâmetas
Zigoto
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3. Quando um organismo vive à custa de outro, estabelece uma relação que __________ o hospedeiro. A
ligação pode tornar-se tão profunda que os dois organismos passam a evoluir como um só, fenómeno
chamado __________.
(A) beneficia ... coevolução
(B) beneficia ... codispersão
(C) prejudica ... codispersão
(D) prejudica ... coevolução
4. A malária é uma doença
(A) transmissível, e o agente infecioso é o mosquito.
(B) não transmissível, e o agente infecioso é o mosquito.
(C) transmissível, e o agente infecioso é o parasita.
(D) não transmissível, e o agente infecioso é o parasita.
5. De acordo com a figura 1, a morbilidade é maior
(A) nas crianças com mais de 5 anos.
(B) em idosos com mais de 70 anos.
(C) nas crianças com menos de 5 anos.
(D) em idosos com menos de 70 anos.
6. O ser humano é o hospedeiro
(A) intermediário do parasita e a forma infetante é o esperozoíto.
(B) intermediário do parasita e a forma infetante é o gametócito.
(C) definitivo do parasita e a forma infetante é o esperozoíto.
(D) definitivo do parasita e a forma infetante é o gametócito.
7. Ordena as letras de A a F, de modo a reconstituíres a sequência cronológica dos acontecimentos do ciclo
de vida do Plasmodium no interior do ser humano.
A. Entrada dos esporozoítos para as células do fígado.
B. Infeção dos glóbulos vermelhos do sangue.
C. Formação dos gametócitos.
D. Injeção da saliva com a forma infetante.
E. Passagem dos merozoítos para a corrente sanguínea.
8. Explica de que modo o aumento da temperatura no planeta pode provocar um aumento do número
de casos de malária no hemisfério norte.
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Grupo II
Vacina portuguesa contra a malária começa a ser testada em humanos
A vacina, criada por uma equipa do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, incorpora o parasita que
causa a malária em roedores e que é “mascarado” com o parasita que infeta as pessoas, para que o sistema
imunitário humano possa reconhecê-lo e combatê-lo numa fase em que os sintomas da doença não se
manifestam. Um dos parasitas da malária mais agressivos e que causam a infeção nos humanos é o
“Plasmodium falciparum”. Em alguns roedores, a infeção é provocada pelo “Plasmodium berghei”, que é
inofensivo para as pessoas.
O que a equipa de Miguel Prudêncio fez foi usar o parasita da malária que infeta roedores e modificá-lo
geneticamente para expressar uma proteína do parasita que contagia os humanos.
O cientista esclareceu que os parasitas espoletam a resposta do sistema imunitário quando ainda estão no
fígado. A doença só surge quando os parasitas saem do fígado e entram na corrente sanguínea. Apesar dos
avanços na luta contra a malária, da pulverização e do uso de redes mosquiteiras, quase 430 000 pessoas
morreram de malária em 2015, especialmente em África, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Baseado em https://www.dn.pt/sociedade/interior/vacina-portuguesa-contra-a-malaria-vai-
comecar-a-ser-testada-em-humanos-8518871.html (consultado em outubro de 2017).
Figura 3. Desenvolvimento de imunidade induzida pelo processo de vacinação.
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A vacinação tem como princípio
(A) a aplicação de anticorpos contra a doença numa pessoa saudável, garantindo a sua imunização.
(B) aplicação de anticorpos contra a doença numa pessoa doente para garantir a sua cura.
(C) a aplicação de antigénios causadores da doença numa pessoa saudável, garantindo a sua imunização.
(D) a aplicação de antigénios causadores da doença numa pessoa doente para garantir a sua cura.
As vacinas são feitas com
versões inativadas ou
atenuadas, ou porções de
células, dos microrganismos
que causam a doença.
Quando a vacina é injetada no corpo
humano, os glóbulos brancos atacam
o produto injetado, como se fosse
o próprio microrganismo nocivo.
Os glóbulos brancos produzem anticorpos para
atacar as proteínas de superfície das células
incluídas na vacina, chamadas antigénios.
Os anticorpos ficam no sangue. Deste
modo, o corpo mantém uma memória
da doença, tornando-nos imunes.
Anticorpos
Antigénios
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2. Uma vacina é uma preparação que, quando inoculada, num indivíduo
(A) mata todos os agentes infeciosos que o organismo tem.
(B) permite o desenvolvimento de bactérias que eliminam os parasitas.
(C) induz uma resposta imunitária protetora contra agentes infeciosos.
(D) impede a entrada no nosso organismo de agentes infeciosos.
3. A vacina desenvolvida pelo Instituto Molecular de Lisboa usa uma versão de
(A) P. berghei modificado geneticamente para expressar um antigénio de P. falciparum.
(B) P. berghei modificado geneticamente para expressar um anticorpo de P. falciparum.
(C) P. falciparum modificado geneticamente para expressar um antigénio de P. berghei.
(D) P. falciparum modificado geneticamente para expressar um anticorpo de P. berghei.
4. Os sintomas da doença manifestam-se quando
(A) o mosquito pica a pessoa.
(B) a forma infetante está no fígado.
(C) o sistema imunitário destrói as células infetadas.
(D) o parasita passa do fígado para a corrente sanguínea.
5. A esperança de saúde corresponde ao número de anos
(A) que um ser humano pode esperar viver.
(B) que um ser humano pode esperar viver com saúde.
(C) não vividos devido a uma morte prematura.
(D) que um ser humano vive sem internamento hospitalar.
6. A homeostasia é a
(A) propriedade de os seres vivos estabelecerem trocas com o meio envolvente.
(B) capacidade de o organismo controlar o meio externo.
(C) propriedade de os seres humanos controlarem o meio interno.
(D) capacidade de os seres vivos manterem em equilíbrio o meio interno, face às variações do meio externo.
7. Coloca por ordem os seguintes acontecimentos, que traduzem o modo de atuação das vacinas.
A. Alguns glóbulos brancos produzem anticorpos para combaterem o agente infecioso atenuado
e formam células de memória de longa duração.
B. A criança não desenvolve a doença e o agente infecioso é destruído ou neutralizado.
C. O organismo produz, de forma mais rápida e eficaz, anticorpos para combater o agente infecioso ativo
que invadiu o organismo.
D. A criança contacta com outras crianças que estão infetadas, manifestando a doença.
E. A criança é inoculada com um agente infecioso atenuado.
8. Explica porque é que o desenvolvimento de uma vacina é importante para a diminuição do número
de mortes em crianças com menos de 5 anos.
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Grupo III
Estudos reiteram benefícios da dieta mediterrânica
Demóstenes Panagiotakos, professor da universidade ateniense Harokopio e coordenador do estudo,
salientou, citado pela agência Efe, que a comunidade médica detetou que a síndroma metabólica “está a
aumentar rapidamente em todo o mundo, ao mesmo tempo que a incidência crescente da diabetes e da
obesidade”. Por síndroma metabólica designa-se o conjunto de doenças ou fatores de risco que aumentam
a possibilidade de se vir a sofrer doenças cardiovasculares. O excesso de peso é um desses fatores. Segundo
os dados analisados por Panagiotakos e Christina-Maria Kastorini, a dieta mediterrânica tem um dos
padrões mais conhecidos e bem estudados e demonstrou estar associada à diminuição da mortalidade
devido a doenças coronárias, diabetes tipo 2 e alguns tipos de cancro.
Os peritos definem a dieta mediterrânica como correspondendo a um padrão alimentar que inclui uma
dose diária de fruta, verdura, cereais integrais e laticínios com pouca gordura, além de um consumo
semanal de peixe, aves, frutos secos e legumes, com um consumo relativamente baixo de carne vermelha e
moderado de álcool, normalmente às refeições. Também está incluído no padrão alimentar o consumo
elevado de azeitonas e azeite.
Baseado em https://www.dn.pt/ciencia/saude/interior/estudos-reiteram-beneficios
-da-dieta-mediterranica-1800932.html (consultado em outubro de 2017).
Tabela I. Lista exemplificativa das propriedades nutritivas e benefícios de alguns alimentos mediterrânicos
Propriedades Nutritivas Benefícios
Azeite
Rico em vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K.
Rico em ácidos gordos monoinsaturados – ácido
oleico (ómega 9).
Protege a epiderme, estimula o crescimento
e favorece a absorção de cálcio, previne
a arteriosclerose, é uma gordura facilmente
digerível.
Cereais
integrais
Ricos em fotoquímicos e antioxidantes.
Elevado teor de vitaminas do complexo B e E.
Boa fonte de minerais e fibra.
Redução do risco cardiovascular devido à
diminuição dos níveis de colesterol, pressão
arterial e coagulação sanguínea.
Tomate
Rico em vitaminas A, B9, C e K. Boa fonte de ácido
cítrico, málico, tartárico e flavonoides. Excelente
fonte de antioxidante (licopeno). Elevado teor de
sais minerais e oligoelementos.
Previne o cancro, uma vez que o licopeno
interfere na multiplicação de células cancerígenas.
Noz
Rica em proteínas, em ácidos gordos essenciais
que o organismo não consegue produzir e boa
fonte de minerais.
Estimulante cerebral e cardioprotetor.
Reduz a pressão arterial.
Peixe
Boa fonte de proteínas de alto valor biológico.
Contém alto teor de ácidos gordos polinsaturados
(ómega 3).
O ómega 3 reduz os níveis sanguíneos de
triglicerídeos, a pressão arterial e a probabilidade
de formação de placas de ateroma.
Baseado em Bayer CropScience, ES Research - Research Sectorial (consultado em outubro de 2017]
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 6., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A alimentação é considerada um
(A) indicador de saúde, uma vez que influencia o estado de saúde do indivíduo.
(B) indicador de saúde, uma vez que permite analisar quão saudável é a população.
(C) determinante de saúde, uma vez que permite analisar quão saudável é a população.
(D) determinante de saúde, uma vez que influencia o estado de saúde do indivíduo.
2. Alimentos como o azeite e os frutos oleaginosos são ricos em
(A) vitaminas. (C) proteínas.
(B) lípidos. (D) hidratos de carbono.
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3. O peixe, além do ómega 3, fornece ao organismo, principalmente
(A) hidratos de carbono. (C) proteínas.
(B) lípidos. (D) açúcares.
4. O azoto faz parte da constituição
(A) das proteínas e do ADN. (C) de todos os nutrientes.
(B) de todas as moléculas orgânicas. (D) da água.
5. Os distúrbios alimentares afetam o equilíbrio do organismo humano. A compulsão alimentar provoca
_____, enquanto a _____ afeta os dentes e os rins.
(A) obesidade ... anorexia nervosa (C) anemia ... anorexia nervosa
(B) obesidade ... bulimia nervosa (D) anemia ... bulimia nervosa
6. Indica a substância que existe no tomate que contribui para a diminuição da incidência de cancro.
7. Numa pirâmide alimentar, as diferentes áreas correspondentes a cada nível são proporcionais às
quantidades de alimentos que devem ser consumidas.
Coloca os seguintes grupos de alimentos por ordem decrescente de quantidades necessárias numa dieta
mediterrânica.
A. Carnes vermelhas.
B. Peixe, ovos e aves.
C. Fruta, hortícolas, azeite e cereais integrais.
D. Azeitonas, frutos secos gordos e sementes.
E. Leite, queijos e iogurtes.
8. A Roda dos Alimentos é uma imagem ou representação gráfica que ajuda a escolher e a combinar os
alimentos que deverão fazer parte da alimentação diária. A Balança Alimentar Portuguesa resulta de um
estudo elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística, de cinco em cinco anos. Os valores, referentes ao
período 2008-2012, mostram as disponibilidades de alimentos no mercado, que dependem da procura de
alimentos pela população.
Figura 4.
Refere, tendo em conta os padrões da dieta mediterrânica, os principais erros alimentares cometidos pelos
portugueses.
Roda dos Alimentos Balança Alimentar