SlideShare uma empresa Scribd logo
AS CIDADES INVISÍVEISItalo Calvino Essencial
“O homem que cavalga longamente por terrenos selváticos sente o desejo de uma cidade.”
“Existe um momento na vida dos imperadores que se segue ao orgulho... À melancolia e ao alívio de saber que em breve desistiremos... Uma sensação de vazio que surge no calar da noite... É o desesperado momento em que se descobre que... O triunfo sobre os soberanos adversários nos fez herdeiros de suas prolongadas ruínas.”
DIOMIRA	 De um terraço chega-se a ouvie-se a voz de uma mulher que grita “Uh!” Onde se é levado a invejar aqueles que imaginam ter vivido uma noite igual a esta e que na ocasião se sentiram felizes.
ISIDORA   O homem que cavalga longamente por terrenos selváticos sente o desejo de uma cidade. A cidade sonhada o possuíajovem. Em Isidora chega em idade avançada.
DOROTÉIA	 Aquela manhã em Dorotéia senti que não havia bem que não pudesse esperar da vida. Esta é apenas uma das muitas estradas que naquela manhã se abriam para mim em Dorotéia.
ZAÍRA 	 A cidade é feita das relações entre as medidas de seu espaço e os acontecimentos do passado. Ela se embebe como uma esponja  que reflui destas recordações e se dilata.  A cidade não conta o seu passado, ela o contém na linha da sua mão, escrito nos ângulos da rua, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas.
ANASTÁCIA  Onde nenhum desejo é desperdiçado. Você acha que está se divertindo em Anastácia, quando não passa de seu escravo.
TAMARA	 É impossível saber como realmente é a cidade, sob o invólucro de símbolos que a contém e que a esconde.
ZORA		  A cidade da qual não se pode esquecer – onde o olhar percorre as figuras que se sucedem, num ritmo musical.
DESPINA 	 Dois pontos de vista, conforme se chegue de navio ou de camelo.  Cada cidade recebe a forma do deserto a que se opõe.
ZIRMA A cidade é redundante: repete-se para fixar  alguma imagem na mente.  Repete os símbolos, para que a cidade comece a existir.
ISAURA Sob um lago, duas religiões. A surpresa daquilo que você deixou de ser revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos. Futuro que não teve, mas que poderia ser seu.
“Deve prosseguir até uma outra cidade em que outro passado aguardo por ele, ou algo que talvez fosse um possível futuro e que agora é o presente de outra pessoa.” “Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos.” “Os outros lugares são espelhos em negativo. O viajante reconhece o pouco que é seu descobrindo o muito que não teve e o que não terá.”
MAURÍLIA Cartões postais – de outra Maurília Deuses antigos partiram, trocados pelos novos. Foram embora sem avisar e em seu lugar acomodaram-se deuses estranhos.
FEDORA Na cidade bolas de cristal contém a cidade sonhada e outras. Uma reúne o que é considerado necessário, mas não o é; as outras o que se imagina possível e um minuto depois deixa de sê-lo.
ZOÉ Qualquer lugar se faz qualquer coisa, sem distinção entre as funções. Se a existência em todos os momentos é única, a cidade de Zoé é o lugar da existência indivisível... ...Então, qual é o motivo da cidade?
ZENÓBIA Palafitas e estandartes: padrão feliz para o que mora nela. Deve-se dividir as cidades em duas categorias: aquelas que continuam ao longo dos anos e das mutações a dar forma aos desejos e aquelas em que os desejos conseguem cancelar a cidade ou são por estas cancelados.
EUFÊMIA A cidade em que se troca de memória em todos os solstícios e equinócios.
“Cidades, como os sonhos, são constituídas por desejos e medos. Ainda que suas regras sejam absurdas, as suas perspectivas enganosas e que todas as coisas escondam uma outra coisa.” “De uma cidade não aproveitamos as suas maravilhas, mas as respostas que dá  às nossas perguntas.”
ZOBEIDE O sonho da mulher perseguida, nunca encontrada: um labirinto, uma armadilha. Fundada por homens de diversas nações que tiveram o mesmo sonho.
ISPÁSIA Compreendi que devia me liberar das imagens que até ali haviam anunciado as coisas que procurava: só então seria capaz de entender a linguagem de Ispásia. Linguagem trocada: musica nos túmulos, saída de navio no alto das torres.
ARMILA Os cursos de água canalizadas no encanamento de Armila permanecem sob o domínio de ninfas e náiades. Agora parecem contentes essas moças: cantam de manhã.
CLOÉ Vibração luxuriosa na mais casta das cidades. Se as pessoas vivessem seu sonhos efêmeros, todos os fantasmas se tornariam reais e começaria uma história de perseguições, de desentendimentos, e o carrossel das fantasias teria fim.
VALDRADA As duas Valdradas vivem uma para a outra, olhando-se nos olhos continuamente, mas sem se amar.
“Prescutando os vestígios de felicidade que ainda se antevêem, posso medir o grau da penúria.”
“Perdão, meu senhor: sem dúvida cedo ou tarde embarcarei nesse molhe, mas não voltarei para referi-lo...  ...A cidade existe é possui um segredo muito simples: só conhece partidas e não retornos.”
“Para descobrir quanta escuridão existe em torno é preciso se concentrar o olhar nas luzes fracas e distantes.”
“Eu recolho as cinzas das outras cidades possíveis que desaparecem para ceder-lhe lugar e que agora não poderão nem ser reconstruídas nem recordadas. “Somente conhecendo o resíduo da infelicidade  que nenhuma pedra poderá ressarcir é que se pode computar o número exato de quilates que o diamante final deve conter.”
OLÍVIA Cidades diferem do discurso sobre elas. A mentira não está no discurso, mas nas coisas.
SOFRÔNIA Duas metades: circo e pedra; a de pedra é desmontável
EUTRÓPIA No dia em que os habitantes se sentem acometidos pelo tédio, e ninguém suporta mais o próprio trabalho, os parentes, as ruas, os débitos e as pessoas que deve cumprimentar... ... Nesse momento todos os cidadãos decidem deslocar-se para a cidade vizinha que está ali à espera, vazia, onde cada um escolherá um novo trabalho, uma outra mulher, amizades e impropérios.
ZEMRUDE É o humor de quem a olha que dá forma à cidade.
AGLAURA Nada do que se diz é verdadeiro.  Tudo que se fala dela aprisiona as palavras e obriga a rir, ao invés de falar.
“Imaginei uma cidade feita só de exceções, impedimentos, contradições, incongruências, contra-sensos.” “Não posso conduzir minha operação além de um certo limite: obteria cidades verossímeis demais para sererm verdadeiras.”
LALAGE De modo que a lua em sua viagem possa pousar ora num pináculo, ora noutro. A lua concedeu à Lalage um privilégio raro: crescer com leveza.
OTÁVIA Suspensa sobre o abismo a vida em Otávia é menos incerta que a de outras cidades... ...Sabem que a rede não resistirá mais que isso.
ERCÍLIA Viajando-se no seu território depara-se com as ruínas de cidades abandonadas: teias de aranhas de relações intrincadas à procura de uma forma.
BAUCI Os habitantes raramente são vistos em terra: têm todo o necessário lá em cima e preferem não descer.
LEANDRA Deuses de duas espécies protegem a cidade.  São tão pequenos que não se consegue vê-los e tão numerosos que é impossível contá-los. Penates e Lares: zombam e discutem a verdadeira essência da cidade.
MELÂNIA Diálogos que nunca morrem. Quem comparece à praça em momentos consecutivos nota que o diálogo muda de ato em ato, ainda que a vida dos habitantes de Melânia seja breve demais para que possam percebê-lo.
“A ponte não é sustentada por esta ou aquela pedra, mas pela curva do arco que estas formam.” “Sem pedras o arco não existe.”
“Todas as vezes que descrevo uma cidade digo algo a respeito de Veneza.” “Pode ser que eu tenha medo de repentinamente perder Veneza, se falar a respeito dela. Ou pode ser que, falando de outras cidades, já a tenha perdido pouco a pouco.”
ESMERALDINA O caminho mais curto entre 2 pontos é o zigue zague.  Mesmo a mais rotineira das vidas ocorre sem se repetir. É difícil fixar no papel os caminhos das andorinhas, que cortam o ar acima dos telhados.
FÍLIDE Se entre dois pórticos um continua a parecer mais alegre  é porque trinta anos atrás ali passava uma moça de largas mangas bordadas. Muitas cidades são como essa, que evita o olhar, exceto quando pega de surpresa.
PIRRA O nome de Pirra evoca essa vista, essa luz, esse zumbido, esse ar no qual paira uma poeira amarelada.
ADELMA Lugar onde cada um chega morrendo e reencontra as pessoas que conheceu.  Cada face lembra alguém falecido. Sinal de que estou morto. E de que o além, não é feliz.
EUDÓXIA Cidade que se reflete num tapete, inclusive as soluções para as angústias de cada um. O que você contrabandeia: estados de ânimos, estados de graças, elegias. O cheiro queimado das vidas queimadas.
MORIANA Inteiramente de vidro, como um aquário onde dançam sombras.  O viajante sabe que cidades como essa tem um avesso. Como uma folha de papel, com uma figura aqui e outra ali, que não podem se separar nem se encarar.
CLARISSE Cidade “cenográfica”, do outro lado do semicírculo há o lado feio. Faces de um papel que não podem se separar e nem se encarar. A Clarisse imprestável toma a forma da Clarisse da sobrevivência. Nova suntuosidade: a Clarisse borboleta saía da Clarisse crisálida. Ruínas em potes de vidro. Que existiu uma primeira Clarisse é uma crença muito difundida, mas não há provas para demonstrá-lo.
EUSÁPIA Cadáveres dessecados, amarelos, conservam-se cumprindo momentos de despreocupações. Uma necrópole. Só a confraria dos encapuzados faz o contato entre a cidade dos vivos e a dos mortos – com a ajuda destes. Na cidade dos mortos ocorre lenta evolução, que a cidade de cima tenta copiar. Dizem que na verdade, foram os mortos que criaram a cidade de cima.  É impossível saber quem são os vivos e quem são os mortos.
BERSABÉIA Uma cidade fecal de extremidades tortuosas.  Não sabe que seus únicos momentos de abandono generosos são aqueles em que se desprende, deixa cair, se expande. Só quando caga não é avara calculadora interesseira.
LEÔNIA Cidade que se refaz todos os dias.  Talvez seu maior prazer não seja o de comprar coisas novas, mas se livrar das velhas – expurgar uma impureza recorrente.  Montanha de refugos circunda a cidade ameaçando-a de um cataclismo.
“Por mais longe que nossa atribulada função de comandantes e de mercador nos levem,  ambos tutelamos dentro de nós esta sombra silenciosa, essa conversação pausada, esta tarde sempre idêntica.”
“Klubai refletia sobre a ordem invisível que governa as cidades. Conclui, jogando xadrez, que suas conquistas de cidades resultam num mero quadrado sob o rei derrotado: branco ou preto: nada.”
IRENE Às vezes o vento traz uma música. A cidade de quem passa sem entrar é uma; é outra para quem é aprisionado e não sai mais dali; é uma cidade à qual se chega pela primeira vez, outra é a que se abandona para nunca mais retornar; cada uma merece um nome diferente; talvez eu já tenha falado de Irene sob outros nomes; talvez eu só tenha falado de Irene.
ARGIA No lugar de ar, existe terra.  Convém permanecerem parados, de tão escuro. Às vezes se ouve uma porta que bate.
TECLA Interminável construir – sob o medo de desmoronamento se pararem.  Ao por-do-sol o trabalho se interrompe e, sob o céu estrelado, dizem: este é o projeto.
TRUDE O mundo é recoberto por uma única Trude que não tem começo nem fim; só muda o nome no aeroporto.
OLINDA Cresce em círculos concêntricos, o novo centro expulsa o antigo para a periferia, ininterruptamente.
“Eu falo, falo, mas quem me ouve retém somente as palavras que deseja. Quem comanda a narração não é a voz, mas o ouvido.”
“As razões invisíveis pelas quais existiam as cidades e talvez pelas quais, após a morte, voltarão a existir.” “O grande Kahn possui um Atlas com todas as cidades do mundo, mesmo as que ainda vão existir.”
LAUDÔMIA Tem ao lado um cemitério e um outro: os dos não nascidos. Os viventes de Laudômia freqüentam a casa dos não nascidos, interrogando-os.  Os nascituros de Laudômia aparecem perfilados como grãos de poeira, entre o antes e o depois. A passagem entre a vida e a morte é  o gargalo de uma ampulheta.
PERÍNZIA O pior não se vê: gritos guturais irrompem nos porões e nos celeiros, onde as famílias escondem os filhos com três cabeças  ou seis pernas. O dilêma dos  astrônomos que projetaram a cidade: admitir que estavam errados ou que talvez a ordem dos deuses seja o que se espelha na cidade dos monstros.
PROCÓPIA Todos os anos abria a cortina e contava algumas caras a mais. No meu quarto somos 26 pessoas. Todas gentis, felizmente.
RAÍSSA Em Raíssa, cidade triste, também corre um fio invisível que, por um instante, liga um ser vivo ao outro... ... Desenhando rapidamente novas figuras de modo que a cada segundo a cidade infeliz contém uma cidade feliz que nem mesmo sabe que existe.
ÂNDRIA Cada alteração vai afetar o movimento do céu.  A inteira cidade reflete a ordem celeste.
CECÍLIA Os espaços se misturam.  Cecília está em todos os lugares.
MARÓSIA Basta que alguém faça alguma coisa pelo simples prazer de fazê-las para que isto se torne um prazer para outros. Cidade dos ratos e cidade das andorinhas: a segunda está para libertar-se da primeira.
PENTESILÉIA É apenas uma periferia de si mesma.  Fora de Pentesiléia existe um lado de fora?
TEODORA Eliminaram todas as pragas e animais.  A outra fauna retornava à luz da biblioteca: grifos, dragões harpias e quimeras.
BERENICE A cidade justa e a cidade injusta: dentro da justa há um embrião de injustiça. Como semente dentro de uma camada que a recobre.
Há duas maneiras de não sofrer no inferno:
Tornar-se parte dele até não percebe-lo.
A segunda é descobrir quem e o que dentro do inferno, não é inferno,
...e preservá-lo, e abrir espaço.
AS CIDADES INVISÍVEISItalo Calvino Essencial
Le città invisibile -1972 Tradução:  Diogo Mainardi Biblioteca Folha Resumo livre  Carlos Elson Cunha - fev/2011 criarefazer@hotmail.com

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Teste Fernando Pessoa
Teste Fernando PessoaTeste Fernando Pessoa
Teste Fernando Pessoa
anadinis
 
Cesarioverde2
Cesarioverde2Cesarioverde2
Cesarioverde2
Cristina Lourenço
 
Ao gas
Ao gasAo gas
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
FilipaFonseca
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
ameliapadrao
 
Noite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário VerdeNoite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário Verde
Dina Baptista
 
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana SofiaCesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
Joana Azevedo
 
Modernismo e os –Ismos da Vanguarda
Modernismo e os –Ismos da VanguardaModernismo e os –Ismos da Vanguarda
Modernismo e os –Ismos da Vanguarda
Dina Baptista
 
O primo basilio
O primo basilioO primo basilio
O primo basilio
Guilherme Calixto Vicente
 
Teste frei luís de sousa 11º ano profissional gond
Teste frei luís de sousa 11º ano profissional gondTeste frei luís de sousa 11º ano profissional gond
Teste frei luís de sousa 11º ano profissional gond
fatimamendonca64
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
Ualas Magalhães
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
guest155834
 
Livro do desassossego power point
Livro do desassossego power pointLivro do desassossego power point
Livro do desassossego power point
Fátima Teixeira Kika
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Samuel Neves
 
Bernardo soares
Bernardo soaresBernardo soares
Bernardo soares
Lucas Queiroz
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
becresforte
 
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoAnálise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Ricardo Santos
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões
Lurdes Augusto
 
Cesário Verde
Cesário Verde Cesário Verde
Cesário Verde
Becre Celorico de Basto
 
Analise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosaAnalise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosa
cnlx
 

Mais procurados (20)

Teste Fernando Pessoa
Teste Fernando PessoaTeste Fernando Pessoa
Teste Fernando Pessoa
 
Cesarioverde2
Cesarioverde2Cesarioverde2
Cesarioverde2
 
Ao gas
Ao gasAo gas
Ao gas
 
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Noite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário VerdeNoite Fechada, de Cesário Verde
Noite Fechada, de Cesário Verde
 
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana SofiaCesario Verde   Ave Marias   Ana Catarina E Ana Sofia
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana Sofia
 
Modernismo e os –Ismos da Vanguarda
Modernismo e os –Ismos da VanguardaModernismo e os –Ismos da Vanguarda
Modernismo e os –Ismos da Vanguarda
 
O primo basilio
O primo basilioO primo basilio
O primo basilio
 
Teste frei luís de sousa 11º ano profissional gond
Teste frei luís de sousa 11º ano profissional gondTeste frei luís de sousa 11º ano profissional gond
Teste frei luís de sousa 11º ano profissional gond
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
 
Livro do desassossego power point
Livro do desassossego power pointLivro do desassossego power point
Livro do desassossego power point
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
 
Bernardo soares
Bernardo soaresBernardo soares
Bernardo soares
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenhoAnálise do poema Nao sei quantas almas tenho
Análise do poema Nao sei quantas almas tenho
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões
 
Cesário Verde
Cesário Verde Cesário Verde
Cesário Verde
 
Analise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosaAnalise leda serenidade deleitosa
Analise leda serenidade deleitosa
 

Destaque

Italo calvino as cidades invisíveis
Italo calvino   as cidades invisíveisItalo calvino   as cidades invisíveis
Italo calvino as cidades invisíveis
Filipe Carvalho
 
Guião apresentação oral de livro
Guião apresentação oral de livroGuião apresentação oral de livro
Guião apresentação oral de livro
Biblioteca Escolar Sobreira
 
Powerpoint apresentação de livro
Powerpoint apresentação de livroPowerpoint apresentação de livro
Powerpoint apresentação de livro
Cristina Marcelino
 
Italo calvino-as-cidades-invisiveis-rev
Italo calvino-as-cidades-invisiveis-revItalo calvino-as-cidades-invisiveis-rev
Italo calvino-as-cidades-invisiveis-revArtetudo
 
As Cidades Invisíveis - Design e Fotografia
As Cidades Invisíveis -  Design e FotografiaAs Cidades Invisíveis -  Design e Fotografia
As Cidades Invisíveis - Design e Fotografia
Escola de Design Unisinos
 
Italo calvino as cidades invisíveis
Italo calvino   as cidades invisíveisItalo calvino   as cidades invisíveis
Italo calvino as cidades invisíveismorrosemcensura
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Vanda Sousa
 
Apresentação do livro de portugues
Apresentação do livro de portuguesApresentação do livro de portugues
Apresentação do livro de portugues
12anogolega
 
Cidades invisiveis cicc 2011
Cidades invisiveis   cicc 2011Cidades invisiveis   cicc 2011
Cidades invisiveis cicc 2011
André Lemos
 
Sofronia
SofroniaSofronia
A Fuga de Wang-Fô
A Fuga de Wang-FôA Fuga de Wang-Fô
A Fuga de Wang-Fô
Paula Morgado
 
Trabalho Portugues
Trabalho PortuguesTrabalho Portugues
Trabalho Portugues
Carolinamsb
 
Fichamento - Carla Ladeira Pimentel Águas
Fichamento - Carla Ladeira Pimentel ÁguasFichamento - Carla Ladeira Pimentel Águas
Fichamento - Carla Ladeira Pimentel Águas
Luiz Guilherme Leite Amaral
 
Metadesign e city hacking
Metadesign e city hackingMetadesign e city hacking
Metadesign e city hacking
caiovassao
 
The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...
The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...
The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...
Roberto Rocco
 
Ficha informativa_ Recursos Expressivos
Ficha informativa_ Recursos ExpressivosFicha informativa_ Recursos Expressivos
Ficha informativa_ Recursos Expressivos
Raquel Antunes
 
maiaseducao
maiaseducao maiaseducao
maiaseducao
Zita Dias
 
Trabalho portugues
Trabalho portuguesTrabalho portugues
Trabalho portugues
manoel de oliveira
 
maiaspasseiofinal
maiaspasseiofinal maiaspasseiofinal
maiaspasseiofinal
Zita Dias
 
URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"
URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"
URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"
Max Nolan Shen
 

Destaque (20)

Italo calvino as cidades invisíveis
Italo calvino   as cidades invisíveisItalo calvino   as cidades invisíveis
Italo calvino as cidades invisíveis
 
Guião apresentação oral de livro
Guião apresentação oral de livroGuião apresentação oral de livro
Guião apresentação oral de livro
 
Powerpoint apresentação de livro
Powerpoint apresentação de livroPowerpoint apresentação de livro
Powerpoint apresentação de livro
 
Italo calvino-as-cidades-invisiveis-rev
Italo calvino-as-cidades-invisiveis-revItalo calvino-as-cidades-invisiveis-rev
Italo calvino-as-cidades-invisiveis-rev
 
As Cidades Invisíveis - Design e Fotografia
As Cidades Invisíveis -  Design e FotografiaAs Cidades Invisíveis -  Design e Fotografia
As Cidades Invisíveis - Design e Fotografia
 
Italo calvino as cidades invisíveis
Italo calvino   as cidades invisíveisItalo calvino   as cidades invisíveis
Italo calvino as cidades invisíveis
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
 
Apresentação do livro de portugues
Apresentação do livro de portuguesApresentação do livro de portugues
Apresentação do livro de portugues
 
Cidades invisiveis cicc 2011
Cidades invisiveis   cicc 2011Cidades invisiveis   cicc 2011
Cidades invisiveis cicc 2011
 
Sofronia
SofroniaSofronia
Sofronia
 
A Fuga de Wang-Fô
A Fuga de Wang-FôA Fuga de Wang-Fô
A Fuga de Wang-Fô
 
Trabalho Portugues
Trabalho PortuguesTrabalho Portugues
Trabalho Portugues
 
Fichamento - Carla Ladeira Pimentel Águas
Fichamento - Carla Ladeira Pimentel ÁguasFichamento - Carla Ladeira Pimentel Águas
Fichamento - Carla Ladeira Pimentel Águas
 
Metadesign e city hacking
Metadesign e city hackingMetadesign e city hacking
Metadesign e city hacking
 
The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...
The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...
The Myth of Participation, or how participation will deliver the Right to the...
 
Ficha informativa_ Recursos Expressivos
Ficha informativa_ Recursos ExpressivosFicha informativa_ Recursos Expressivos
Ficha informativa_ Recursos Expressivos
 
maiaseducao
maiaseducao maiaseducao
maiaseducao
 
Trabalho portugues
Trabalho portuguesTrabalho portugues
Trabalho portugues
 
maiaspasseiofinal
maiaspasseiofinal maiaspasseiofinal
maiaspasseiofinal
 
URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"
URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"
URBAN WEEKEND Dervish Cultural Hacking + Colab.re "Cidades Compartilhadas"
 

Semelhante a Cidades Invisíveis Essencial

Pegadas invisiveis
Pegadas invisiveisPegadas invisiveis
EMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRASEMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRAS
senadecarlosfreitas
 
EMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRASEMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRAS
senadecarlosfreitas
 
EMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRASEMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRAS
senadecarlosfreitas
 
Livro ebook
Livro ebookLivro ebook
Livro ebook
senadecarlosfreitas
 
Fragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistasFragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistas
Karin Cristine
 
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Ana Fonseca
 
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...
AMEOPOEMA Editora
 
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um FigurinoFrancisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
wilson-alencar
 
Ameopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimirAmeopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimir
Outrasdi
 
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdfAmeopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Carolisb
 
Alguma poesia
Alguma poesia Alguma poesia
Alguma poesia
Dante Napoli
 
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Dante Napoli
 
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Dante Napoli
 
MODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].ppt
MODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].pptMODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].ppt
MODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].ppt
RildeniceSantos
 
Versos e Obras
Versos e ObrasVersos e Obras
Versos e Obras
tchriscoutinho
 
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de AndradeA Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
vestibular
 
Carlos drumond de andrade
Carlos drumond de andradeCarlos drumond de andrade
Carlos drumond de andrade
Rita Santana
 
Suplemento Acre edição 008
Suplemento Acre edição 008Suplemento Acre edição 008
Suplemento Acre edição 008
AMEOPOEMA Editora
 
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]
mafia888
 

Semelhante a Cidades Invisíveis Essencial (20)

Pegadas invisiveis
Pegadas invisiveisPegadas invisiveis
Pegadas invisiveis
 
EMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRASEMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRAS
 
EMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRASEMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRAS
 
EMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRASEMBRULHO DE LETRAS
EMBRULHO DE LETRAS
 
Livro ebook
Livro ebookLivro ebook
Livro ebook
 
Fragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistasFragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistas
 
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
Acre004ago set-outde2014e-book-140924131458-phpapp01(1)
 
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...Acre 004 (ago set-out de 2014)  e-book revista de arte e poesia em geral circ...
Acre 004 (ago set-out de 2014) e-book revista de arte e poesia em geral circ...
 
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um FigurinoFrancisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
Francisco Gil Castelo Branco - Conto Romantico Um Figurino
 
Ameopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimirAmeopoema outubro 2013 especial imprimir
Ameopoema outubro 2013 especial imprimir
 
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdfAmeopoema outubro 2013 especial a3 pdf
Ameopoema outubro 2013 especial a3 pdf
 
Alguma poesia
Alguma poesia Alguma poesia
Alguma poesia
 
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
 
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_Alguma poesia   carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
Alguma poesia carlos drummond de andrade --ww-w.livrosgratis.net--_
 
MODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].ppt
MODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].pptMODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].ppt
MODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].ppt
 
Versos e Obras
Versos e ObrasVersos e Obras
Versos e Obras
 
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de AndradeA Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
 
Carlos drumond de andrade
Carlos drumond de andradeCarlos drumond de andrade
Carlos drumond de andrade
 
Suplemento Acre edição 008
Suplemento Acre edição 008Suplemento Acre edição 008
Suplemento Acre edição 008
 
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]
 

Mais de Carlos Elson Cunha

Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Carlos Elson Cunha
 
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...
Carlos Elson Cunha
 
Alexandria sem muros monografia 2016
Alexandria sem muros   monografia 2016Alexandria sem muros   monografia 2016
Alexandria sem muros monografia 2016
Carlos Elson Cunha
 
Shopping das artes
Shopping das artesShopping das artes
Shopping das artes
Carlos Elson Cunha
 
Atitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em públicoAtitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em público
Carlos Elson Cunha
 
Introduções para falar em público
Introduções para falar em públicoIntroduções para falar em público
Introduções para falar em público
Carlos Elson Cunha
 
O temor de falar em público
O temor de falar em públicoO temor de falar em público
O temor de falar em público
Carlos Elson Cunha
 
Mec solo ms
Mec solo msMec solo ms
Mec solo ms
Carlos Elson Cunha
 
Xadrez é fácil com o aluno eterno
Xadrez é fácil   com o aluno eternoXadrez é fácil   com o aluno eterno
Xadrez é fácil com o aluno eterno
Carlos Elson Cunha
 
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Carlos Elson Cunha
 
B n
B nB n
Guindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picoléGuindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picolé
Carlos Elson Cunha
 
Atribuições arquiteto
Atribuições arquitetoAtribuições arquiteto
Atribuições arquiteto
Carlos Elson Cunha
 
Todas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdiaTodas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdia
Carlos Elson Cunha
 
R caetano pinto
R caetano pintoR caetano pinto
R caetano pinto
Carlos Elson Cunha
 
Levantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr brasLevantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr bras
Carlos Elson Cunha
 
Lançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparqLançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparq
Carlos Elson Cunha
 
Drenagem urbana.2007
Drenagem urbana.2007Drenagem urbana.2007
Drenagem urbana.2007
Carlos Elson Cunha
 
Domótica em bibliotecas
Domótica em bibliotecasDomótica em bibliotecas
Domótica em bibliotecas
Carlos Elson Cunha
 
Cdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologiasCdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologias
Carlos Elson Cunha
 

Mais de Carlos Elson Cunha (20)

Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)
 
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology   mead and the reality of t...
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...
 
Alexandria sem muros monografia 2016
Alexandria sem muros   monografia 2016Alexandria sem muros   monografia 2016
Alexandria sem muros monografia 2016
 
Shopping das artes
Shopping das artesShopping das artes
Shopping das artes
 
Atitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em públicoAtitude mental correta para falar em público
Atitude mental correta para falar em público
 
Introduções para falar em público
Introduções para falar em públicoIntroduções para falar em público
Introduções para falar em público
 
O temor de falar em público
O temor de falar em públicoO temor de falar em público
O temor de falar em público
 
Mec solo ms
Mec solo msMec solo ms
Mec solo ms
 
Xadrez é fácil com o aluno eterno
Xadrez é fácil   com o aluno eternoXadrez é fácil   com o aluno eterno
Xadrez é fácil com o aluno eterno
 
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
Canvas do Carlão - Exemplo do modelo Canvas
 
B n
B nB n
B n
 
Guindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picoléGuindaste de palitos de picolé
Guindaste de palitos de picolé
 
Atribuições arquiteto
Atribuições arquitetoAtribuições arquiteto
Atribuições arquiteto
 
Todas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdiaTodas as árvores do largo da concórdia
Todas as árvores do largo da concórdia
 
R caetano pinto
R caetano pintoR caetano pinto
R caetano pinto
 
Levantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr brasLevantamento fotográfico v oprr bras
Levantamento fotográfico v oprr bras
 
Lançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparqLançamento de livros enanparq
Lançamento de livros enanparq
 
Drenagem urbana.2007
Drenagem urbana.2007Drenagem urbana.2007
Drenagem urbana.2007
 
Domótica em bibliotecas
Domótica em bibliotecasDomótica em bibliotecas
Domótica em bibliotecas
 
Cdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologiasCdhu principais programas e tipologias
Cdhu principais programas e tipologias
 

Último

PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
LeticiaRochaCupaiol
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
AmiltonAparecido1
 
slides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentarslides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentar
JoeteCarvalho
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
AurelianoFerreirades2
 
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdfUFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
Manuais Formação
 
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptxReino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
CarinaSantos916505
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
LucianaCristina58
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
HisrelBlog
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
AntnioManuelAgdoma
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
fernandacosta37763
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Biblioteca UCS
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
TomasSousa7
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
joseanesouza36
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
MateusTavares54
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
wagnermorais28
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
TomasSousa7
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
mamaeieby
 

Último (20)

PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
1ª LEI DE OHN, CARACTERISTICAS IMPORTANTES.
 
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdfOS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
OS elementos de uma boa Redação para o ENEM.pdf
 
slides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentarslides de Didática 2.pdf para apresentar
slides de Didática 2.pdf para apresentar
 
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdfA QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA: O QUE SOMOS OU QUEM SOMOS.pdf
 
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdfUFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
UFCD_3546_Prevenção e primeiros socorros_geriatria.pdf
 
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptxReino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
 
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
- TEMPLATE DA PRATICA - Psicomotricidade.pptx
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
 
Atividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º anoAtividade de reforço de matemática 2º ano
Atividade de reforço de matemática 2º ano
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
 
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números RacionaisPotenciação e Radiciação de Números Racionais
Potenciação e Radiciação de Números Racionais
 
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões.          pptxRimas, Luís Vaz de Camões.          pptx
Rimas, Luís Vaz de Camões. pptx
 
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantilVogais Ilustrados para alfabetização infantil
Vogais Ilustrados para alfabetização infantil
 

Cidades Invisíveis Essencial

  • 1. AS CIDADES INVISÍVEISItalo Calvino Essencial
  • 2. “O homem que cavalga longamente por terrenos selváticos sente o desejo de uma cidade.”
  • 3. “Existe um momento na vida dos imperadores que se segue ao orgulho... À melancolia e ao alívio de saber que em breve desistiremos... Uma sensação de vazio que surge no calar da noite... É o desesperado momento em que se descobre que... O triunfo sobre os soberanos adversários nos fez herdeiros de suas prolongadas ruínas.”
  • 4. DIOMIRA De um terraço chega-se a ouvie-se a voz de uma mulher que grita “Uh!” Onde se é levado a invejar aqueles que imaginam ter vivido uma noite igual a esta e que na ocasião se sentiram felizes.
  • 5. ISIDORA O homem que cavalga longamente por terrenos selváticos sente o desejo de uma cidade. A cidade sonhada o possuíajovem. Em Isidora chega em idade avançada.
  • 6. DOROTÉIA Aquela manhã em Dorotéia senti que não havia bem que não pudesse esperar da vida. Esta é apenas uma das muitas estradas que naquela manhã se abriam para mim em Dorotéia.
  • 7. ZAÍRA A cidade é feita das relações entre as medidas de seu espaço e os acontecimentos do passado. Ela se embebe como uma esponja que reflui destas recordações e se dilata. A cidade não conta o seu passado, ela o contém na linha da sua mão, escrito nos ângulos da rua, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas.
  • 8. ANASTÁCIA Onde nenhum desejo é desperdiçado. Você acha que está se divertindo em Anastácia, quando não passa de seu escravo.
  • 9. TAMARA É impossível saber como realmente é a cidade, sob o invólucro de símbolos que a contém e que a esconde.
  • 10. ZORA A cidade da qual não se pode esquecer – onde o olhar percorre as figuras que se sucedem, num ritmo musical.
  • 11. DESPINA Dois pontos de vista, conforme se chegue de navio ou de camelo. Cada cidade recebe a forma do deserto a que se opõe.
  • 12. ZIRMA A cidade é redundante: repete-se para fixar alguma imagem na mente. Repete os símbolos, para que a cidade comece a existir.
  • 13. ISAURA Sob um lago, duas religiões. A surpresa daquilo que você deixou de ser revela-se nos lugares estranhos, não nos conhecidos. Futuro que não teve, mas que poderia ser seu.
  • 14. “Deve prosseguir até uma outra cidade em que outro passado aguardo por ele, ou algo que talvez fosse um possível futuro e que agora é o presente de outra pessoa.” “Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos.” “Os outros lugares são espelhos em negativo. O viajante reconhece o pouco que é seu descobrindo o muito que não teve e o que não terá.”
  • 15. MAURÍLIA Cartões postais – de outra Maurília Deuses antigos partiram, trocados pelos novos. Foram embora sem avisar e em seu lugar acomodaram-se deuses estranhos.
  • 16. FEDORA Na cidade bolas de cristal contém a cidade sonhada e outras. Uma reúne o que é considerado necessário, mas não o é; as outras o que se imagina possível e um minuto depois deixa de sê-lo.
  • 17. ZOÉ Qualquer lugar se faz qualquer coisa, sem distinção entre as funções. Se a existência em todos os momentos é única, a cidade de Zoé é o lugar da existência indivisível... ...Então, qual é o motivo da cidade?
  • 18. ZENÓBIA Palafitas e estandartes: padrão feliz para o que mora nela. Deve-se dividir as cidades em duas categorias: aquelas que continuam ao longo dos anos e das mutações a dar forma aos desejos e aquelas em que os desejos conseguem cancelar a cidade ou são por estas cancelados.
  • 19. EUFÊMIA A cidade em que se troca de memória em todos os solstícios e equinócios.
  • 20. “Cidades, como os sonhos, são constituídas por desejos e medos. Ainda que suas regras sejam absurdas, as suas perspectivas enganosas e que todas as coisas escondam uma outra coisa.” “De uma cidade não aproveitamos as suas maravilhas, mas as respostas que dá às nossas perguntas.”
  • 21. ZOBEIDE O sonho da mulher perseguida, nunca encontrada: um labirinto, uma armadilha. Fundada por homens de diversas nações que tiveram o mesmo sonho.
  • 22. ISPÁSIA Compreendi que devia me liberar das imagens que até ali haviam anunciado as coisas que procurava: só então seria capaz de entender a linguagem de Ispásia. Linguagem trocada: musica nos túmulos, saída de navio no alto das torres.
  • 23. ARMILA Os cursos de água canalizadas no encanamento de Armila permanecem sob o domínio de ninfas e náiades. Agora parecem contentes essas moças: cantam de manhã.
  • 24. CLOÉ Vibração luxuriosa na mais casta das cidades. Se as pessoas vivessem seu sonhos efêmeros, todos os fantasmas se tornariam reais e começaria uma história de perseguições, de desentendimentos, e o carrossel das fantasias teria fim.
  • 25. VALDRADA As duas Valdradas vivem uma para a outra, olhando-se nos olhos continuamente, mas sem se amar.
  • 26. “Prescutando os vestígios de felicidade que ainda se antevêem, posso medir o grau da penúria.”
  • 27. “Perdão, meu senhor: sem dúvida cedo ou tarde embarcarei nesse molhe, mas não voltarei para referi-lo... ...A cidade existe é possui um segredo muito simples: só conhece partidas e não retornos.”
  • 28. “Para descobrir quanta escuridão existe em torno é preciso se concentrar o olhar nas luzes fracas e distantes.”
  • 29. “Eu recolho as cinzas das outras cidades possíveis que desaparecem para ceder-lhe lugar e que agora não poderão nem ser reconstruídas nem recordadas. “Somente conhecendo o resíduo da infelicidade que nenhuma pedra poderá ressarcir é que se pode computar o número exato de quilates que o diamante final deve conter.”
  • 30. OLÍVIA Cidades diferem do discurso sobre elas. A mentira não está no discurso, mas nas coisas.
  • 31. SOFRÔNIA Duas metades: circo e pedra; a de pedra é desmontável
  • 32. EUTRÓPIA No dia em que os habitantes se sentem acometidos pelo tédio, e ninguém suporta mais o próprio trabalho, os parentes, as ruas, os débitos e as pessoas que deve cumprimentar... ... Nesse momento todos os cidadãos decidem deslocar-se para a cidade vizinha que está ali à espera, vazia, onde cada um escolherá um novo trabalho, uma outra mulher, amizades e impropérios.
  • 33. ZEMRUDE É o humor de quem a olha que dá forma à cidade.
  • 34. AGLAURA Nada do que se diz é verdadeiro. Tudo que se fala dela aprisiona as palavras e obriga a rir, ao invés de falar.
  • 35. “Imaginei uma cidade feita só de exceções, impedimentos, contradições, incongruências, contra-sensos.” “Não posso conduzir minha operação além de um certo limite: obteria cidades verossímeis demais para sererm verdadeiras.”
  • 36. LALAGE De modo que a lua em sua viagem possa pousar ora num pináculo, ora noutro. A lua concedeu à Lalage um privilégio raro: crescer com leveza.
  • 37. OTÁVIA Suspensa sobre o abismo a vida em Otávia é menos incerta que a de outras cidades... ...Sabem que a rede não resistirá mais que isso.
  • 38. ERCÍLIA Viajando-se no seu território depara-se com as ruínas de cidades abandonadas: teias de aranhas de relações intrincadas à procura de uma forma.
  • 39. BAUCI Os habitantes raramente são vistos em terra: têm todo o necessário lá em cima e preferem não descer.
  • 40. LEANDRA Deuses de duas espécies protegem a cidade. São tão pequenos que não se consegue vê-los e tão numerosos que é impossível contá-los. Penates e Lares: zombam e discutem a verdadeira essência da cidade.
  • 41. MELÂNIA Diálogos que nunca morrem. Quem comparece à praça em momentos consecutivos nota que o diálogo muda de ato em ato, ainda que a vida dos habitantes de Melânia seja breve demais para que possam percebê-lo.
  • 42. “A ponte não é sustentada por esta ou aquela pedra, mas pela curva do arco que estas formam.” “Sem pedras o arco não existe.”
  • 43. “Todas as vezes que descrevo uma cidade digo algo a respeito de Veneza.” “Pode ser que eu tenha medo de repentinamente perder Veneza, se falar a respeito dela. Ou pode ser que, falando de outras cidades, já a tenha perdido pouco a pouco.”
  • 44. ESMERALDINA O caminho mais curto entre 2 pontos é o zigue zague. Mesmo a mais rotineira das vidas ocorre sem se repetir. É difícil fixar no papel os caminhos das andorinhas, que cortam o ar acima dos telhados.
  • 45. FÍLIDE Se entre dois pórticos um continua a parecer mais alegre é porque trinta anos atrás ali passava uma moça de largas mangas bordadas. Muitas cidades são como essa, que evita o olhar, exceto quando pega de surpresa.
  • 46. PIRRA O nome de Pirra evoca essa vista, essa luz, esse zumbido, esse ar no qual paira uma poeira amarelada.
  • 47. ADELMA Lugar onde cada um chega morrendo e reencontra as pessoas que conheceu. Cada face lembra alguém falecido. Sinal de que estou morto. E de que o além, não é feliz.
  • 48. EUDÓXIA Cidade que se reflete num tapete, inclusive as soluções para as angústias de cada um. O que você contrabandeia: estados de ânimos, estados de graças, elegias. O cheiro queimado das vidas queimadas.
  • 49. MORIANA Inteiramente de vidro, como um aquário onde dançam sombras. O viajante sabe que cidades como essa tem um avesso. Como uma folha de papel, com uma figura aqui e outra ali, que não podem se separar nem se encarar.
  • 50. CLARISSE Cidade “cenográfica”, do outro lado do semicírculo há o lado feio. Faces de um papel que não podem se separar e nem se encarar. A Clarisse imprestável toma a forma da Clarisse da sobrevivência. Nova suntuosidade: a Clarisse borboleta saía da Clarisse crisálida. Ruínas em potes de vidro. Que existiu uma primeira Clarisse é uma crença muito difundida, mas não há provas para demonstrá-lo.
  • 51. EUSÁPIA Cadáveres dessecados, amarelos, conservam-se cumprindo momentos de despreocupações. Uma necrópole. Só a confraria dos encapuzados faz o contato entre a cidade dos vivos e a dos mortos – com a ajuda destes. Na cidade dos mortos ocorre lenta evolução, que a cidade de cima tenta copiar. Dizem que na verdade, foram os mortos que criaram a cidade de cima. É impossível saber quem são os vivos e quem são os mortos.
  • 52. BERSABÉIA Uma cidade fecal de extremidades tortuosas. Não sabe que seus únicos momentos de abandono generosos são aqueles em que se desprende, deixa cair, se expande. Só quando caga não é avara calculadora interesseira.
  • 53. LEÔNIA Cidade que se refaz todos os dias. Talvez seu maior prazer não seja o de comprar coisas novas, mas se livrar das velhas – expurgar uma impureza recorrente. Montanha de refugos circunda a cidade ameaçando-a de um cataclismo.
  • 54. “Por mais longe que nossa atribulada função de comandantes e de mercador nos levem, ambos tutelamos dentro de nós esta sombra silenciosa, essa conversação pausada, esta tarde sempre idêntica.”
  • 55. “Klubai refletia sobre a ordem invisível que governa as cidades. Conclui, jogando xadrez, que suas conquistas de cidades resultam num mero quadrado sob o rei derrotado: branco ou preto: nada.”
  • 56. IRENE Às vezes o vento traz uma música. A cidade de quem passa sem entrar é uma; é outra para quem é aprisionado e não sai mais dali; é uma cidade à qual se chega pela primeira vez, outra é a que se abandona para nunca mais retornar; cada uma merece um nome diferente; talvez eu já tenha falado de Irene sob outros nomes; talvez eu só tenha falado de Irene.
  • 57. ARGIA No lugar de ar, existe terra. Convém permanecerem parados, de tão escuro. Às vezes se ouve uma porta que bate.
  • 58. TECLA Interminável construir – sob o medo de desmoronamento se pararem. Ao por-do-sol o trabalho se interrompe e, sob o céu estrelado, dizem: este é o projeto.
  • 59. TRUDE O mundo é recoberto por uma única Trude que não tem começo nem fim; só muda o nome no aeroporto.
  • 60. OLINDA Cresce em círculos concêntricos, o novo centro expulsa o antigo para a periferia, ininterruptamente.
  • 61. “Eu falo, falo, mas quem me ouve retém somente as palavras que deseja. Quem comanda a narração não é a voz, mas o ouvido.”
  • 62. “As razões invisíveis pelas quais existiam as cidades e talvez pelas quais, após a morte, voltarão a existir.” “O grande Kahn possui um Atlas com todas as cidades do mundo, mesmo as que ainda vão existir.”
  • 63. LAUDÔMIA Tem ao lado um cemitério e um outro: os dos não nascidos. Os viventes de Laudômia freqüentam a casa dos não nascidos, interrogando-os. Os nascituros de Laudômia aparecem perfilados como grãos de poeira, entre o antes e o depois. A passagem entre a vida e a morte é o gargalo de uma ampulheta.
  • 64. PERÍNZIA O pior não se vê: gritos guturais irrompem nos porões e nos celeiros, onde as famílias escondem os filhos com três cabeças ou seis pernas. O dilêma dos astrônomos que projetaram a cidade: admitir que estavam errados ou que talvez a ordem dos deuses seja o que se espelha na cidade dos monstros.
  • 65. PROCÓPIA Todos os anos abria a cortina e contava algumas caras a mais. No meu quarto somos 26 pessoas. Todas gentis, felizmente.
  • 66. RAÍSSA Em Raíssa, cidade triste, também corre um fio invisível que, por um instante, liga um ser vivo ao outro... ... Desenhando rapidamente novas figuras de modo que a cada segundo a cidade infeliz contém uma cidade feliz que nem mesmo sabe que existe.
  • 67. ÂNDRIA Cada alteração vai afetar o movimento do céu. A inteira cidade reflete a ordem celeste.
  • 68. CECÍLIA Os espaços se misturam. Cecília está em todos os lugares.
  • 69. MARÓSIA Basta que alguém faça alguma coisa pelo simples prazer de fazê-las para que isto se torne um prazer para outros. Cidade dos ratos e cidade das andorinhas: a segunda está para libertar-se da primeira.
  • 70. PENTESILÉIA É apenas uma periferia de si mesma. Fora de Pentesiléia existe um lado de fora?
  • 71. TEODORA Eliminaram todas as pragas e animais. A outra fauna retornava à luz da biblioteca: grifos, dragões harpias e quimeras.
  • 72. BERENICE A cidade justa e a cidade injusta: dentro da justa há um embrião de injustiça. Como semente dentro de uma camada que a recobre.
  • 73. Há duas maneiras de não sofrer no inferno:
  • 74. Tornar-se parte dele até não percebe-lo.
  • 75. A segunda é descobrir quem e o que dentro do inferno, não é inferno,
  • 76. ...e preservá-lo, e abrir espaço.
  • 77. AS CIDADES INVISÍVEISItalo Calvino Essencial
  • 78. Le città invisibile -1972 Tradução: Diogo Mainardi Biblioteca Folha Resumo livre Carlos Elson Cunha - fev/2011 criarefazer@hotmail.com