O documento fornece informações biográficas e estilísticas sobre o poeta português Cesário Verde. Em três frases:
1) Cesário Verde nasceu em 1855 em Lisboa e foi considerado um precursor da poesia modernista portuguesa do século XX, retratando a cidade e o campo com influência impressionista.
2) Sua poesia fugiu do lirismo tradicional, expressando-se de forma mais naturalista através do uso de linguagem coloquial e detalhes concretos sobre a vida urbana
Este documento fornece informações sobre o poeta português Fernando Pessoa e seus heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Apresenta detalhes biográficos sobre cada um deles e descreve suas principais características temáticas e estilísticas, incluindo trechos de poemas representativos de cada heterônimo.
O poema descreve uma ceifeira que canta enquanto trabalha, alegremente mas também com tristeza. O poeta ouve sua canção e sente-se atraído por sua inocência, mas também entristecido por sua condição de pobreza. Ele pede à ceifeira que continue cantando e que o leve com sua voz suave.
Este documento resume as principais temáticas e características formais associadas aos heterónimos e ao ortónimo de Fernando Pessoa, incluindo a recusa do pensamento metafísico por Caeiro, o estoicismo de Reis e o sensacionismo de Campos na sua fase inicial.
- Fernando Pessoa mergulhou em tédio e angústia existencial devido à sua constante autoanálise e dúvidas sobre sua identidade.
- A morte de seu amigo Sá-Carneiro o deprimiu ainda mais e o impediu de alcançar a felicidade.
- Insatisfeito com o presente, Pessoa ansiava por sonhos e viagens que permitissem "coisas impossíveis", refletindo sua insatisfação permanente.
Álvaro de Campos foi um heterónimo de Fernando Pessoa. Passou a infância e adolescência na África do Sul e estudou engenharia. Teve três fases poéticas marcadas pelo decadentismo, sensacionismo e pessimismo. Alberto Caeiro focou-se na natureza enquanto Álvaro tentou viver intensamente mas nunca alcançou a felicidade completa.
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...FilipaFonseca
O documento fornece uma introdução sobre um poema de Ricardo Reis intitulado "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio". Apresenta brevemente Ricardo Reis e as características da sua poesia, como o horacianismo, epicurismo e estoicismo. Resume em seguida o conteúdo do poema, dividindo-o em quatro partes que abordam a efemeridade da vida, a inutilidade dos compromissos, a busca da tranquilidade e a ausência de perturbação face à morte
Este documento fornece um resumo sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos. Apresenta brevemente Pessoa ortónimo e seus temas como fragmentação, angústia existencial e nostalgia. Também descreve sumariamente os principais heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos e suas respectivas visões do mundo.
Este documento fornece informações sobre o poeta português Fernando Pessoa e seus heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Apresenta detalhes biográficos sobre cada um deles e descreve suas principais características temáticas e estilísticas, incluindo trechos de poemas representativos de cada heterônimo.
O poema descreve uma ceifeira que canta enquanto trabalha, alegremente mas também com tristeza. O poeta ouve sua canção e sente-se atraído por sua inocência, mas também entristecido por sua condição de pobreza. Ele pede à ceifeira que continue cantando e que o leve com sua voz suave.
Este documento resume as principais temáticas e características formais associadas aos heterónimos e ao ortónimo de Fernando Pessoa, incluindo a recusa do pensamento metafísico por Caeiro, o estoicismo de Reis e o sensacionismo de Campos na sua fase inicial.
- Fernando Pessoa mergulhou em tédio e angústia existencial devido à sua constante autoanálise e dúvidas sobre sua identidade.
- A morte de seu amigo Sá-Carneiro o deprimiu ainda mais e o impediu de alcançar a felicidade.
- Insatisfeito com o presente, Pessoa ansiava por sonhos e viagens que permitissem "coisas impossíveis", refletindo sua insatisfação permanente.
Álvaro de Campos foi um heterónimo de Fernando Pessoa. Passou a infância e adolescência na África do Sul e estudou engenharia. Teve três fases poéticas marcadas pelo decadentismo, sensacionismo e pessimismo. Alberto Caeiro focou-se na natureza enquanto Álvaro tentou viver intensamente mas nunca alcançou a felicidade completa.
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...FilipaFonseca
O documento fornece uma introdução sobre um poema de Ricardo Reis intitulado "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio". Apresenta brevemente Ricardo Reis e as características da sua poesia, como o horacianismo, epicurismo e estoicismo. Resume em seguida o conteúdo do poema, dividindo-o em quatro partes que abordam a efemeridade da vida, a inutilidade dos compromissos, a busca da tranquilidade e a ausência de perturbação face à morte
Este documento fornece um resumo sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos. Apresenta brevemente Pessoa ortónimo e seus temas como fragmentação, angústia existencial e nostalgia. Também descreve sumariamente os principais heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos e suas respectivas visões do mundo.
Este documento fornece informações biográficas e literárias sobre o poeta português Cesário Verde. Apresenta detalhes sobre sua vida, contexto histórico e literário, características poéticas, temas e evolução estilística. Cesário Verde retratou a realidade da cidade de Lisboa do século XIX de forma realista através de descrições detalhadas do cotidiano. Sua poesia evoluiu de um estilo mais romântico para um estilo naturalista e impressionista.
Trabalho com análise completa do poema "O que há em mim é sobretudo cansaço" de Álvaro de Campos, contendo também informações sobre as três fases do heterónimo.
Álvaro de Campos foi um engenheiro português e heterônimo de Fernando Pessoa. Passou por diferentes fases poéticas marcadas pelo decadentismo, futurismo e pessimismo, exaltando temas como a modernidade, sensações e cansaço. Sua obra mais conhecida é a "Ode Triunfal".
O poema descreve a deambulação do sujeito poético por um bairro moderno de Cesário Verde, onde observa diferentes personagens e cenas do cotidiano. Seu olhar metamorfoseante transforma os vegetais carregados por uma regateira em partes do corpo humano. A oposição entre a cidade e o campo é evidenciada através do tratamento dado às personagens.
Análise da terceira parte do poema O Sentimento dum Ocidental - Ao Gás, de Cesário Verde, feita pelos alunos do 11ºF, da Escola Básica 2,3/S de Vale de Cambra, no âmbito da disciplina de Português
- O documento analisa a poética de Cesário Verde, poeta português do século XIX considerado precursor de movimentos literários modernos.
- A poesia de Cesário Verde cruza várias tendências como o realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo e impressionismo, renovando as práticas poéticas da época.
- Ele é apontado como precursor do modernismo, surrealismo e neorrealismo pela aliança entre literatura e artes, mecanismos de associação de ideias e retrato do povo.
O documento discute a obra do poeta português Fernando Pessoa. Apresenta alguns dos principais temas em sua poesia como o fingimento artístico, a dor de pensar, a nostalgia da infância e a fragmentação do eu. Explora também dicotomias como consciência/inconsciência e realidade/sonho que estão presentes em sua obra. Resume brevemente o conteúdo de alguns de seus poemas mais conhecidos.
O poema descreve um encontro entre Ricardo Reis e Lídia à beira de um rio. Reis reflete sobre a fugacidade da vida e do amor diante da certeza da morte, levando-o a uma atitude de indiferença estoica. No final, antevê a própria morte e a de Lídia, encontrando na lembrança pacífica dela após a morte um consolo para o sofrimento causado pela brevidade da vida.
O documento descreve o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. A obra retrata o imaginário urbano de Lisboa no início do século XX através da fixação de instantâneos do dia a dia e da deambulação física e onírica pelo espaço urbano. O observador transfigura poeticamente a realidade quotidiana através da percepção, imaginação e divagações subjetivas sobre objetos e pessoas. A linguagem é fragmentária, refletindo a natureza inacabada da obra.
Este poema descreve o trabalho diário dos calceteiros em Lisboa através de três estações do ano - primavera, verão e outono. Através de comparações e detalhes vívidos, o poema capta a dureza física do seu trabalho e a pobreza das suas vidas.
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando PessoaFilipaFonseca
O documento descreve os passos de uma análise literária de um poema, incluindo: 1) atividade pré-leitura; 2) leitura do poema; 3) análise da temática e estilo; 4) conclusão; 5) respostas a perguntas.
Este documento é um resumo do poema "O Nevoeiro" de Fernando Pessoa, que faz parte da obra Mensagem. No poema, Pessoa descreve a situação de crise política, social e identitária de Portugal na época através da metáfora de um nevoeiro. Ele exorta o país a acordar e mudar para um futuro melhor na última estrofe, dizendo "É a Hora!".
O documento apresenta informações biográficas sobre o poeta Fernando Pessoa e sobre seus heterónimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Resume também os principais temas e características estilísticas de cada um destes heterónimos, mostrando as diferentes visões de mundo que cada um representa.
O documento analisa um poema que descreve o sujeito poético a vaguear por Lisboa ao entardecer, observando os elementos físicos e as pessoas enquanto reflete sobre os seus estados de alma, inspirando-se e incomodando-se com o fim da tarde.
Este documento fornece um resumo biográfico e contextual da vida e obra dos poetas portugueses Eça de Queirós e Cesário Verde. Detalha os principais eventos na vida de Cesário Verde e descreve a Lisboa do final do século XIX, época em que ambos viveram e escreveram. Explica como a poesia de Cesário Verde retratava a vida quotidiana e contrastes sociais da cidade, renovando a linguagem poética portuguesa.
O poema discute a natureza do processo criativo do poeta. Afirma que o poeta é um "fingidor" que transforma a dor real sentida em uma dor imaginária por meio da poesia. Destaca também que os leitores não sentem a dor do poeta em si, mas sim uma nova dor criada a partir da interpretação do poema.
O documento apresenta um poema de Fernando Pessoa através do heterónimo Alberto Caeiro. O poema questiona a atribuição de beleza às coisas da natureza, afirmando que estas têm apenas cor e forma, não beleza. O sujeito poético reflete sobre porque chama então às coisas de belas, concluindo que a beleza não existe e é apenas um nome que dá às coisas.
Este poema de Miguel Torga personifica uma árvore, o Negrilho, como o único poeta da sua terra natal. O Negrilho é descrito como fonte de inspiração para os versos do sujeito poético e mestre da harmonia natural. Através da personificação, Torga celebra a relação íntima entre a poesia, a natureza e o poeta.
- O documento descreve as principais correntes literárias do Romantismo ao Modernismo e como Cesário Verde se insere nelas, abordando temas como a cidade, o campo e a questão social.
- Cesário Verde retrata Lisboa através da poesia realista, contrastando a vida dos ricos e pobres e usando a deambulação para descrever os contrastes da cidade.
- Sua obra explora o binômio cidade/campo e a imagética feminina associada a esses espaços.
Cesário Verde retratou a cidade de Lisboa no século XIX através de vários movimentos literários como o Romantismo, Realismo e Simbolismo. Sua poesia contrasta a vida na cidade e no campo, criticando as condições difíceis dos trabalhadores urbanos enquanto celebra a vitalidade do meio rural. Ele também explorou temas como a dicotomia entre mulheres citadinas e camponesas.
Este documento fornece informações biográficas e literárias sobre o poeta português Cesário Verde. Apresenta detalhes sobre sua vida, contexto histórico e literário, características poéticas, temas e evolução estilística. Cesário Verde retratou a realidade da cidade de Lisboa do século XIX de forma realista através de descrições detalhadas do cotidiano. Sua poesia evoluiu de um estilo mais romântico para um estilo naturalista e impressionista.
Trabalho com análise completa do poema "O que há em mim é sobretudo cansaço" de Álvaro de Campos, contendo também informações sobre as três fases do heterónimo.
Álvaro de Campos foi um engenheiro português e heterônimo de Fernando Pessoa. Passou por diferentes fases poéticas marcadas pelo decadentismo, futurismo e pessimismo, exaltando temas como a modernidade, sensações e cansaço. Sua obra mais conhecida é a "Ode Triunfal".
O poema descreve a deambulação do sujeito poético por um bairro moderno de Cesário Verde, onde observa diferentes personagens e cenas do cotidiano. Seu olhar metamorfoseante transforma os vegetais carregados por uma regateira em partes do corpo humano. A oposição entre a cidade e o campo é evidenciada através do tratamento dado às personagens.
Análise da terceira parte do poema O Sentimento dum Ocidental - Ao Gás, de Cesário Verde, feita pelos alunos do 11ºF, da Escola Básica 2,3/S de Vale de Cambra, no âmbito da disciplina de Português
- O documento analisa a poética de Cesário Verde, poeta português do século XIX considerado precursor de movimentos literários modernos.
- A poesia de Cesário Verde cruza várias tendências como o realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo e impressionismo, renovando as práticas poéticas da época.
- Ele é apontado como precursor do modernismo, surrealismo e neorrealismo pela aliança entre literatura e artes, mecanismos de associação de ideias e retrato do povo.
O documento discute a obra do poeta português Fernando Pessoa. Apresenta alguns dos principais temas em sua poesia como o fingimento artístico, a dor de pensar, a nostalgia da infância e a fragmentação do eu. Explora também dicotomias como consciência/inconsciência e realidade/sonho que estão presentes em sua obra. Resume brevemente o conteúdo de alguns de seus poemas mais conhecidos.
O poema descreve um encontro entre Ricardo Reis e Lídia à beira de um rio. Reis reflete sobre a fugacidade da vida e do amor diante da certeza da morte, levando-o a uma atitude de indiferença estoica. No final, antevê a própria morte e a de Lídia, encontrando na lembrança pacífica dela após a morte um consolo para o sofrimento causado pela brevidade da vida.
O documento descreve o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. A obra retrata o imaginário urbano de Lisboa no início do século XX através da fixação de instantâneos do dia a dia e da deambulação física e onírica pelo espaço urbano. O observador transfigura poeticamente a realidade quotidiana através da percepção, imaginação e divagações subjetivas sobre objetos e pessoas. A linguagem é fragmentária, refletindo a natureza inacabada da obra.
Este poema descreve o trabalho diário dos calceteiros em Lisboa através de três estações do ano - primavera, verão e outono. Através de comparações e detalhes vívidos, o poema capta a dureza física do seu trabalho e a pobreza das suas vidas.
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando PessoaFilipaFonseca
O documento descreve os passos de uma análise literária de um poema, incluindo: 1) atividade pré-leitura; 2) leitura do poema; 3) análise da temática e estilo; 4) conclusão; 5) respostas a perguntas.
Este documento é um resumo do poema "O Nevoeiro" de Fernando Pessoa, que faz parte da obra Mensagem. No poema, Pessoa descreve a situação de crise política, social e identitária de Portugal na época através da metáfora de um nevoeiro. Ele exorta o país a acordar e mudar para um futuro melhor na última estrofe, dizendo "É a Hora!".
O documento apresenta informações biográficas sobre o poeta Fernando Pessoa e sobre seus heterónimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Resume também os principais temas e características estilísticas de cada um destes heterónimos, mostrando as diferentes visões de mundo que cada um representa.
O documento analisa um poema que descreve o sujeito poético a vaguear por Lisboa ao entardecer, observando os elementos físicos e as pessoas enquanto reflete sobre os seus estados de alma, inspirando-se e incomodando-se com o fim da tarde.
Este documento fornece um resumo biográfico e contextual da vida e obra dos poetas portugueses Eça de Queirós e Cesário Verde. Detalha os principais eventos na vida de Cesário Verde e descreve a Lisboa do final do século XIX, época em que ambos viveram e escreveram. Explica como a poesia de Cesário Verde retratava a vida quotidiana e contrastes sociais da cidade, renovando a linguagem poética portuguesa.
O poema discute a natureza do processo criativo do poeta. Afirma que o poeta é um "fingidor" que transforma a dor real sentida em uma dor imaginária por meio da poesia. Destaca também que os leitores não sentem a dor do poeta em si, mas sim uma nova dor criada a partir da interpretação do poema.
O documento apresenta um poema de Fernando Pessoa através do heterónimo Alberto Caeiro. O poema questiona a atribuição de beleza às coisas da natureza, afirmando que estas têm apenas cor e forma, não beleza. O sujeito poético reflete sobre porque chama então às coisas de belas, concluindo que a beleza não existe e é apenas um nome que dá às coisas.
Este poema de Miguel Torga personifica uma árvore, o Negrilho, como o único poeta da sua terra natal. O Negrilho é descrito como fonte de inspiração para os versos do sujeito poético e mestre da harmonia natural. Através da personificação, Torga celebra a relação íntima entre a poesia, a natureza e o poeta.
- O documento descreve as principais correntes literárias do Romantismo ao Modernismo e como Cesário Verde se insere nelas, abordando temas como a cidade, o campo e a questão social.
- Cesário Verde retrata Lisboa através da poesia realista, contrastando a vida dos ricos e pobres e usando a deambulação para descrever os contrastes da cidade.
- Sua obra explora o binômio cidade/campo e a imagética feminina associada a esses espaços.
Cesário Verde retratou a cidade de Lisboa no século XIX através de vários movimentos literários como o Romantismo, Realismo e Simbolismo. Sua poesia contrasta a vida na cidade e no campo, criticando as condições difíceis dos trabalhadores urbanos enquanto celebra a vitalidade do meio rural. Ele também explorou temas como a dicotomia entre mulheres citadinas e camponesas.
Este documento descreve a vida e obra do poeta português Cesário Verde. Apresenta detalhes biográficos como seu local e data de nascimento e morte, e discute suas influências literárias e temas recorrentes em sua poesia, como a descrição da cidade de Lisboa e a tensão entre a vida urbana e rural.
- O documento analisa a poética de Cesário Verde, poeta português do século XIX considerado precursor de movimentos modernistas.
- A poesia de Cesário Verde cruza várias tendências como o realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo e impressionismo, antecipando correntes do século XX como o modernismo e o surrealismo.
- O documento resume vários poemas de Cesário Verde, destacando os temas, imagens e crítica social presentes em sua obra.
Cesário Verde retrata a cidade e o campo de forma contrastante: a cidade é vista como um espaço de doença, opressão e morte, enquanto o campo simboliza a saúde, liberdade e vida. Outros temas centrais incluem a humilhação, especialmente no contexto das relações com a figura feminina, e a oposição entre passado e presente, onde o passado é visto como um tempo de harmonia com a natureza. A obra de Cesário Verde combina características realistas e modernistas, retratando detal
O documento descreve os principais autores e obras associadas ao movimento literário Realismo em Portugal no século XIX, incluindo Antero de Quental, Cesário Verde e Eça de Queirós. O Realismo surgiu como uma reação contra o Romantismo e suas idealizações, buscando retratar a realidade de forma objetiva. A poesia de Antero de Quental e Cesário Verde explorou temas sociais e a condição humana, enquanto os romances realistas de Eça de Queirós criticaram a sociedade portuguesa da ép
O documento discute a poesia de Cesário Verde no contexto do século XIX, descrevendo suas características impressionistas de captar impressões do mundo real e objetivo através de uma linguagem precisa. A poesia de Verde retrata a cidade de Lisboa e o campo de uma forma realista ao invés de idealizada, focando nos trabalhadores e aspectos menos glorificados. Sua linguagem mistura detalhes físicos e morais de uma forma vívida e pitoresca.
O documento descreve a vida e obra do poeta português Cesário Verde. Viveu entre 1855-1886, publicando seus primeiros poemas em 1873. Sua poesia inovadora foi mal compreendida por seus contemporâneos. Faleceu aos 31 anos de tuberculose, porém suas obras foram publicadas postumamente. O poema "O sentimento dum ocidental" é analisado, descrevendo sua estrutura e temas como a representação da cidade moderna.
Este documento resume a vida e obra de Cesário Verde. Nasceu em 1855 em Caneças e ajudou no negócio do pai, uma loja de ferragens. Publicou poemas em jornais entre 1873-1874 mas recebeu críticas desfavoráveis. Faleceu em 1886 de tuberculose. Sua obra só foi compilada em 1887 por Silva Pinto.
Cesário Verde foi um poeta português do século XIX que cultivou o parnasianismo e o impressionismo em sua poesia. Ele descreveu temas comuns e realidades do dia-a-dia de forma objetiva, focando na perfeição formal e evitando a subjetividade. Suas obras exploram as dicotomias entre cidade e campo, vida e morte, e retratam diferentes tipos de mulheres.
Cesário Verde foi um poeta português do século XIX que cultivou o parnasianismo e o impressionismo em sua poesia. Ele descreveu temas comuns e realidades do dia-a-dia com precisão e detalhe, focando nas impressões sensoriais ao invés de idealismos. Sua poesia contrasta a vida na cidade versus no campo, e retrata as mulheres citadinas como fatídicas versus as camponesas como angélicas.
O documento discute a literatura na era digital e suas relações com a sociedade. Aborda como a linguagem literária carrega mais significado do que a linguagem não literária e como a literatura pode forçar o leitor a encarar novas perspectivas através da distância estética. Também cita pensadores como Baudelaire, Emerson e outros sobre a função social da literatura.
1) Cesário Verde e Fernando Pessoa foram poetas de Lisboa que exploraram temas como a solidão do poeta e a relação ambígua com a cidade.
2) Pessoa via Cesário como um mestre e precursor, citando-o frequentemente em seus escritos e personagens como Alberto Caeiro e Álvaro de Campos.
3) Tanto Cesário quanto os heterônimos de Pessoa valorizaram a poesia do quotidiano e do real exterior, influenciando o movimento sensacionista.
Este documento discute as principais temáticas e estilo poético de Cesário Verde. Apresenta a imagética feminina, o binómio cidade/campo, e a questão social como temas centrais. Também descreve a linguagem impressionista e realista de Cesário Verde, focada na perfeita captação sensorial da realidade quotidiana.
Este documento discute a representação da cidade e dos tipos sociais na obra poética de Antero de Quental. A cidade é vista como um espaço opressivo em oposição ao campo livre. O poeta sente empatia pelas classes mais baixas e critica a exploração e desigualdade social. Sua poesia descreve a cidade através de percepções sensoriais durante passeios, combinando o realismo com imaginação para criticar aspectos sociais.
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana SofiaJoana Azevedo
Este poema descreve as impressões do poeta enquanto caminha pelas ruas de Lisboa à noite, desde o anoitecer até altas horas da noite. A cidade provoca sentimentos de melancolia e desejo de fuga. O poeta evoca figuras do passado de Portugal e contrasta as classes burguesas com os trabalhadores do mar.
O documento descreve a vida e obra do poeta português Cesário Verde. Nasceu em 1855 em Lisboa e viveu entre a produção poética e o trabalho na loja do pai. Morreu em 1886 devido à tuberculose. A sua poesia retrata o quotidiano de forma realista, influenciada pelo parnasianismo, e contrasta a cidade, associada à morte, com o campo, sinónimo de vida.
O documento descreve as principais características estilísticas da poesia de Cesário Verde, incluindo a ênfase no mundo material e no realismo urbano, a atenção aos detalhes e a linguagem coloquial. Aborda também temas como a dureza do trabalho, a doença e a desigualdade social.
O documento discute o movimento literário Realismo no século XIX, caracterizado pela objetividade e fidelidade à realidade em contraste com o Romantismo. Apresenta como o Realismo surgiu na França em resposta à Revolução Industrial e como autores como Flaubert, Balzac e Eça de Queirós criticaram a sociedade burguesa em suas obras.
O documento discute litíase urinária, incluindo fisiopatologia, tipos de cálculos, localização, abordagem diagnóstica e opções terapêuticas. As opções terapêuticas incluem terapia médica, terapia minimamente invasiva como litotrícia por ondas de choque extracorporais e terapia cirúrgica endoscópica ou aberta. O documento fornece detalhes sobre cada uma dessas abordagens.
G proteção ambiental e desenvolvimento sustentável-geologiabecresforte
→ O documento discute a intervenção humana nos subsistemas terrestres, incluindo a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável. Também aborda os riscos geológicos e medidas para minimizá-los.
Este é o primeiro número do Jornal da A.E., que inclui um artigo sobre Alan Shepard se tornar a primeira pessoa a jogar golfe no espaço e outro sobre cortes na educação que podem prejudicar o futuro de estudantes. O jornal também anuncia novas atividades da associação como snooker e uma competição fotográfica.
O documento resume informações sobre o poeta português Fernando Pessoa, incluindo detalhes sobre sua vida e obra literária, além de listar livros e eventos culturais disponíveis na biblioteca.
Agenda cultu ra al -outubro- publicaçãobecresforte
As Linhas de Torres Vedras foram um conjunto de fortificações construídas em 1809 por ordem de Arthur Wellesley para impedir o avanço do exército francês de Napoleão em direção a Lisboa durante a Guerra Peninsular, forçando sua retirada de Portugal.
A biblioteca escolar disponibiliza livros e recursos de aprendizagem para tornar os estudantes pensadores críticos e usuários efetivos de informações. Ela se conecta com outras bibliotecas de acordo com os princípios do Manifesto da Biblioteca Pública da UNESCO para promover o acesso à informação. Outubro é o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares.
Agenda cultu ra al -outubro- publicaçãobecresforte
As Linhas de Torres Vedras foram um conjunto de fortificações construídas em 1809 por ordem de Arthur Wellesley para impedir o avanço do exército francês de Napoleão em direção a Lisboa durante a Guerra Peninsular, forçando sua retirada de Portugal.
O documento discute as técnicas usadas na produção intensiva de alimentos, incluindo a reprodução seletiva em animais e plantas, o cultivo de plantas e a criação de animais, e o uso de hormonas para desenvolver animais e plantas.
O documento discute os principais tipos e fontes de poluição atmosférica, seus impactos na saúde humana e no meio ambiente. Ele também descreve três dos piores casos de poluição no mundo e seus efeitos nas populações locais.
Este documento discute vários tópicos relacionados à biotecnologia de alimentos, incluindo a conservação de alimentos usando métodos como salga, açúcar, vinagre e refrigeração; produção de novos alimentos através da fermentação microbiana, resultando em produtos como vitaminas, aminoácidos e ácidos orgânicos; e uso de enzimas imobilizadas em processos industriais.
1. POESIA - CESÁRIO VERDE
O poeta português José Joaquim Cesário Verde nasceu em Lisboa a 25 de Fevereiro de
1855, sendo considerado um dos precursores da poesia portuguesa do séc. XX. Com
influência impressionista de extrema sensibilidade, retratou a cidade e o campo, os seus
cenários preferidos. Fugindo ao lirismo tradicional, a sua poesia expressou-se de uma
forma mais natural. Faleceu no Lumiar, vítima da tuberculose, a 19 de Julho de 1886.
Poet'anarquista
Cesário Verde
Poeta Português
BIOGRAFIA
Poeta português, natural de Caneças, Loures, oriundo de uma família burguesa abastada.
O pai era lavrador (tinha uma quinta em Linda-a-Pastora) e comerciante (estabelecido
com uma loja de ferragens na baixa lisboeta). Foi por essas duas actividades práticas,
úteis, de acordo com a visão do mundo do próprio Cesário Verde, que se repartiu a vida
do poeta. Paralelamente, ia alimentando o seu gosto pela leitura e pela criação literária,
embora longe dos meios literários oficiais com que nunca se deu bem, o que o levou,
por exemplo, a abandonar o Curso Superior de Letras da Faculdade de Letras de Lisboa,
que frequentou entre 1873 e 1874.
Cesário Verde estreou-se, nessa altura, colaborando nos jornais Diário de Notícias,
Diário da Tarde, A Tribuna e Renascença. A partir de 1875 produziu alguns dos seus
melhores poemas: «Num Bairro Moderno» (1877), «Em Petiz» (1878) e «O Sentimento
dum Ocidental» (1880). Este último foi escrito por ocasião do terceiro centenário da
morte de Camões e é, ainda hoje, um dos textos mais conhecidos do poeta, embora mal
recebido pela crítica de então, numa incompreensão geral mesmo por parte de escritores
da Geração de 70, de quem Cesário Verde esperaria aceitação para a sua poesia.
A falta de estímulo da crítica e um certo mal-estar relativamente ao meio literário,
expressos, por exemplo, no poema «Contrariedades» (Março de 1876), fazem com que
Cesário Verde deixe de publicar em jornais, surgindo apenas, em 1884, o poema «Nós».
O binómio cidade-campo surge como tema principal neste longo poema narrativo
2. autobiográfico, onde o poeta evoca a morte de uma irmã ( 1872) e de um irmão (1882),
ambos de tuberculose, doença que viria a vitimar igualmente o poeta, apesar das várias
tentativas de convalescença numa quinta no Lumiar.
Só em 1887 foi organizada, postumamente, por iniciativa do seu amigo Silva Pinto, uma
compilação dos seus poemas, a que deu o nome de O Livro de Cesário Verde (à
disposição do público em geral apenas em 1901). Dividida em duas secções, Crise
Romanesca e Naturais, o livro não seguiu qualquer critério cronológico de elaboração
ou de publicação. Entretanto, novas edições vieram acrescentar alguns textos à obra
conhecida do poeta e organizá-la segundo critérios mais rigorosos.
Formado dentro dos moldes do realismo e do parnasianismo literários, Cesário Verde
afirmou-se sobretudo pela sua oposição ao lirismo tradicional. Em poemas por vezes
cínicos ou humorísticos (na linha de A Folha, de João Penha, ou de Baudelaire, de que
se reconhece a influência sobretudo no tratamento da temática da cidade, do amor e da
mulher) conseguiu manter-se alheio ao peso da «literatura», procurando um tom natural
que valorizasse a linguagem do concreto e do coloquial, por vezes até com cariz técnico,
marcando um desejo de autenticidade e um amor pelo real, que fez com que a sua
poesia enfrentasse, por vezes, a acusação de prosaísmo.
Com uma visão extremamente plástica do mundo, deteve-se em deambulações pela
cidade ou pelo campo (seus cenários de eleição) transmitindo o que aí era oferecido aos
sentidos, em cores, formas e sons, de acordo com a fórmula do próprio poeta, expressa
em carta ao seu amigo Silva Pinto: «A mim o que me rodeia é o que me preocupa». Se,
por um lado, exaltava os valores viris e vigorosos, saudáveis, da vida do campo e dos
seus trabalhadores, sem visões bucólicas, detinha-se, por outro, na cidade, na sedução
dos movimentos humanos, da sua vibração, solidarizando-se com as vítimas de
injustiças sociais e integrando na sua poesia, por vezes, um desejo de evasão.
Conhecido como o poeta da cidade de Lisboa, foi igualmente o poeta da Natureza anti-
literária, numa antecipação de Fernando Pessoa/Alberto Caeiro, que considerava
Cesário um dos vultos fundamentais da nossa história literária.
Através de processos impressionistas, de grande sugestividade (condensando e
combinando, por exemplo, sensações físicas e morais num só elemento), levou a cabo
uma renovação ímpar, no século XIX, da estilística poética portuguesa, abrindo
caminho ao modernismo e influenciando decisivamente poetas posteriores.
Fonte: Astormentas
MANIAS!
O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.
Eu sei um bom rapaz, -- hoje uma ossada, --
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.
3. Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,
Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!
Cesário Verde
CINISMOS
Eu hei-de lhe falar lugubremente
Do meu amor enorme e massacrado,
Falar-lhe com a luz e a fé dum crente.
Hei-de expor-lhe o meu peito descarnado,
Chamar-lhe minha cruz e meu calvário,
E ser menos que um Judas empalhado.
Hei-de abrir-lhe o meu íntimo sacrário
E desvendar-lhe a vida, o mundo, o gozo,
Como um velho filósofo lendário.
Hei-de mostrar, tão triste e tenebroso,
Os pegos abismais da minha vida,
E hei-de olhá-la dum modo tão nervoso,
Que ela há-de, enfim, sentir-se constrangida,
Cheia de dor, tremente, alucinada,
E há-de chorar, chorar enternecida!
E eu hei-de, então, soltar uma risada.
Cesário Verde
DE TARDE
Naquele «pic-nic» de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
4. Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.
Cesário Verde
Ficha Informativa sobre Cesário Verde
Características Características Características Características
realistas modernistas estilísticas temáticas
TEMÁTICAS QUANDO TUDO Enquadramento
A cidade ACONTECEU... Estético-Literário da
A Linguagem e Estilo
eo poesia de Cesário
humilhação (Biografia) Verde
campo
A Busca Resumo
A
da Múltiplos olhares O Impressionismo
imagética Questão Social
perfeição sobre a obra de adaptado ao Real
Feminina
formal Cesário Verde
Características realistas:
Supremacia do mundo externo, da materialidade dos objectos; impõe o real
concreto à sua poesia.
Predomínio do cenário urbano (o favorito dos escritores realistas e naturalistas).
Situa espacio-temporalmente as cenas apresentadas (ex: «Num Bairro Moderno»
- «dez horas da manhã»).
Atenção ao pormenor, ao detalhe.
A selecção temática: a dureza do trabalho («Cristalizações» e «Num Bairro
Moderno»); a doença e a injustiça social («Contrariedades»); a imoralidade das
«impuras», a desonestidade do «ratoneiro» e a «miséria do velho professor» em
«O Sentimento dum Ocidental».
A presença do real histórico: a referência a Camões e o contexto socio-político
em «O Sentimento dum Ocidental».
A linguagem burguesa, popular, coloquial, rica em termos concretos.
5. Pelo facto da sua poesia ser estimulada pelo real, que inspira o poeta, que se
deixa absorver pelas formas materiais e concretas.
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Características modernistas:
«A poesia de Cesário Verde reflecte a crise do naturalismo e o desencanto pela
estética realista. O poeta empenha-se no real, é certo, porém a instância da visão
subjectiva é marcante ao ponto de fazer vacilar a concepção de Cesário Verde
como poeta realista.» (Elisa Lopes). Mesmos nos textos mais frequentemente
citados como realistas, encontramos já um olhar subjectivo (porque selectivo),
valorativo, que se manifesta num impressionismo pictórico, pois mais do que a
representação do real importa a impressão do real, que suplanta o real objectivo.
A realidade é mediatizada pelo olhar do poeta, que recria, a partir do concreto,
uma super-realidade através da imaginação transfiguradora, metamorfoseando o
real num processo de reinvenção ou recontextualização precursora da estética
surrealista.
Abre à poesia as portas da vida e assim traz o inestético, o vulgar, o feio, a
realidade trivial e quotidiana. A. C. Monteiro chama-lhe «o pendor subversivo».
Forte componente sinestésica (cruzamento de várias sensações na apreensão do
real), de pendor impressionista, que valoriza a sensação em detrimento do
objecto real.
Um certo interseccionismo entre planos diferentes, visualismo e memória, real e
imaginário, etc, (concretizado muitas vezes em hipálages sugestivas).
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Características estilísticas:
A estrutura narrativa dos seus poemas, em que encontramos acções
protagonizadas por agentes/actores (ex: «Deslumbramentos», «Cristalizações» e
«Num Bairro Moderno»).
A estrutura deambulatória que configura uma poesia itenerante: a exploração do
espaço é feita através de sucessivas deambulações, numa perspectiva de câmara
de filmar, em que se vão fixando vários planos (ex: «Cristalizações», em que se
configuram vários planos, e «O Sentimento dum Ocidental», em que há um
fechamento cada vez maior dos cenários apreendidos pelo olhar). É uma espécie
de olhar itinerante e fragmentário, que reflecte o passeio obsessivo pela cidade
(e também no campo em alguns poemas); uma poesia transeunte, errante.
Exemplos mais significativos são os poemas «Num Bairro Moderno», «O
Sentimento dum Ocidental», que definem a relação do poeta com a cidade.
O olhar selectivo: a descrição/evocação do espaço é filtrada por um juízo de
valor transfigurador, profundamente sinestésico (ex: «Num Bairro Moderno»).
O poeta é como um espelho em que vem repercutir-se a diversidade do mundo
citadino.
O contraste luz/sombra: jogo lúdico de luz em que as imagens poéticas se
configuram em cintilações, descobrindo, presentificação e recriando a realidade
(ex: «O Sentimento dum Ocidental»). Tanto pode ser a luz do dia como a luz
6. artificial, como a luz metafórica que emana da visão da mulher. A incidência da
luz é uma forma de valorizar os objectos, entendendo-se a luz como princípio de
vida.
Automatismo psíquico: associações desconexas de ideias, visível nas frases
curtas, na sequência de orações coordenadas assindéticas, que sugerem uma
acumulação, uma concatenação aleatória de ideias (ex: «Contrariedades», «O
Sentimento dum Ocidental).
Adjectivação particularmente abundante e expressiva, com dupla e tripla
adjectivação, ao serviço de um impressionismo pictórico.
Os substantivos presentificadores da realidade convocada, frequentemente em
enumeração, que sugere uma acumulação, um compósito de elementos,
característicos da construção pictórica.
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Características temáticas:
Oposição cidade/campo, sendo a cidade um espaço de morte e o campo um espaço
de vida – valorização do natural em detrimento do artificial. O campo é visto como
um espaço de liberdade, do não isolamento; e a cidade como um espaço castrador,
opressor, símbolo da morte, da humilhação, da doença. A esta oposição associam-se
as oposições belo/feio, claro/escuro, força/fragilidade.
Oposição passado/presente, em que o passado é visto como um tempo de harmonia
com a natureza, ao contrário de um presente contaminado pelos malefícios da cidade
(ex: «Nós»).
A questão da inviabilidade do Amor na cidade.
A humilhação (sentimental, estética, social).
A preocupação com as injustiças sociais.
O sentimento anti-burguês.
O perpétuo fluir do tempo, que só trará esperança para as gerações futuras.
Presença obsessiva da figura feminina, vista:
→ negativamente, porque contaminada pela civilização urbana
- mulher opressora – mulher nórdica, fria, símbolo da eclosão do
desenvolvimento da cidade como fenómeno urbano, sinédoque da classe
social opressora e, por isso, geradora de um erotismo da humilhação (ex:
«Frígida», «Deslumbramentos» e «Esplêndida»), em que se reconhece a
influência de Baudelaire;
→ positivamente, porque relacionada com o campo, com os seus valores salutares
7. - - mulher anjo – visão angelical, reflexo de uma entidade divina, símbolo de
pureza campestre, com traços de uma beleza angelical, frequentemente com
os cabelos loiros, dotada de uma certa fragilidade («Em Petiz», «Nós», «De
Tarde» e «Setentrional») – também tem um efeito regenerador;
- mulher regeneradora – mulher frágil, pura, natural, simples, representa os
valores do campo na cidade, que regenera o sujeito poético e lhe estimula a
imaginação (ex: as figuras femininas de a «A Débil» e «Num Bairro
Moderno»);
- mulher oprimida – tísica, resignada, vítima da opressão social urbana,
humilhada, com a qual o sujeito poético se sente identificado ou por quem
nutre compaixão (ex: «Contrariedades»);
- mulher como sinédoque social – (ex: as «burguesinhas» e as varinas de «O
Sentimento dum Ocidental»
como objecto do estímulo erótico
- mulher objecto – vista enquanto estímulo dos sentidos carnais, sensuais,
como impulso erótico (ex: actriz de «Cristalizações»).
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Múltiplos olhares sobre a obra de Cesário Verde
Eduardo Lourenço
«O universo de Cesário não é um universo pensado, crítico, à maneira de Eça (...), é um
mundo sentido, palpado e ao mesmo tempo transcendido pelo sonho, que é desejo de
um lugaroutro, de uma humanidade outra que inconscientemente o conforta na sua
admiração pela força, pela saúde e energia que a memória e o sangue lhe denegam.»
Jacinto do Prado Coelho
«Poeta do imediato, Cesário é também um poeta da memória...» (colectiva em «O
Sentimento dum Ocidental», pessoal em «Nós»)
Óscar Lopes
8. «É, porém, em «O Sentimento dum Ocidental» (...) que o poeta ultrapassa com maior
fôlego estrutural o seu naturalismo positivista, no mesmo momento em que parecia,
aliás, consumá-lo em poesia. (...) Cesário não se desprende da imanência aos dados da
percepção sensível, mas articula-o com um modo inteiramente novo, precursor do
Cubismo ou Interseccionismo.»
«Para Cesário, como depois para Pessoa, oeu, o tu, o nós, o tempo irreversível e as
dimensões reversíveis do espaço, as coisas mais simples constituem problemas e
despertam ânsias que a poesia apreende antes mesmo de se formularem em teoria.»
Luís Mourão
«... a sua poesia aparece, por isso, como um filtro por onde passa a cultura da «Geração
de 70» para o Modernismo. E que Cesário seja um personagem singular e sem escola,
só mostra essa verdade «natural» de que entre o nascer e o morrer o mais difícil talvez
seja o espaço que vai de um ponto ao outro...»
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CESÁRIO VERDE
TEMÁTICAS
A cidade e o campo
A natureza, ávida mas “honesta”, “salutar” e sempre jovem, aparece-nos pintada nos
seus poemas como nas evocações da pintura geral (“pinto quadros por letras, por
sinais”) – característica impressionista, porque é nas letras como um artista plástico.
Identifica-se com a cidade presente, deambulando pelas ruas e becos; revive por
evocação da memória todo o passado e os seus dramas; acha sempre assuntos e sofre
uma opressão que lhe provoca um desejo “absurdo de sofrer”: ao anoitecer, ruas
soturnas e melancólicas, com sombras, bulício...; o enjoo, a perturbação, a monotonia
(“Nas nossas ruas, ao anoitecer,/ Há tal soturnidade, há tal melancolia,/ Que as sombras,
o bulício do Tejo, a maresia/ Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.” – Sentimento
de um ocidental)
Do campo capta a vitalidade e a força telúrica; não canta o convencionalismo idílico,
mas a natureza, os pomares, as canseiras da família durante as colheitas.
A cidade surge viva com homens vivos; mas nela há a doença, a dor, a miséria, o
grotesco, a beleza e a sua decomposição fatal... No campo há a saúde, o refúgio durante
a peste na cidade...
9. “Ao nível pessoal, a cidade significa a ausência, a impossibilidade ou a perversão do
amor, e o campo a sua expressão idílica. Ao nível social, a cidade significa opressão, e o
campo a recusa da mesma e a possibilidade do exercício da liberdade.”
No campo, a vida é activa, saudável, natural e livre, por oposição à vida limitada,
reprimida e doentia na cidade. (“Que de fruta! E que fresca e temporã./ Nas duas boas
quintas bem muradas, /Em que o Sol, nos talhões e nas latadas,/ Bate de chapa, logo de
manhã” – Nós)
As descrições de quadros e tipos citadinos retratando Lisboa em diversas
facetas e segundo ângulos de visão de personagens várias (Num Bairro Moderno;
Cristalizações; O Sentimento dum Ocidental).
A invasão simbólica da cidade pela vitalidade e pelo colorido saudável dos
produtos do campo (como por exemplo, a “giga” da “rota, pequenina, azafamada”
rapariga em Num Bairro Moderno).
Binómio cidade/campo
O contraste cidade/campo é um dos temas fundamentais da poesia de Cesário e revela-nos o seu
amor ao rústico e natural, que celebra por oposição a um certo repúdio da perversidade e dos
valores urbanos a que, no entanto, adere.
A cidade personifica a ausência de amor e, consequentemente, de vida. Ela surge como uma
prisão que desperta no sujeito “um desejo absurdo de sofrer”. É um foco de infecções, de
doença, de MORTE. É um símbolo de opressão, de injustiça, de industrialização, e surge, por
vezes, como ponto de partida para evocações, divagações
O campo, por oposição, aparece associado à vitalidade, à alegria do trabalho
produtivo e útil, nunca como fonte de devaneio sentimental. Aparece ligado à
fertilidade, à saúde, à liberdade, à VIDA. A força inspiradora de Cesário é a terra-mãe,
daí surgir o mito de Anteu, uma vez que a terra é força vital para Cesário. O poeta
encontra a energia perdida quando volta para o campo, anima-o, revitaliza-o, dá-lhe
saúde, tal como Anteu era invencível quando estava em contacto com a mãe-terra.
O campo é, para Cesário, uma realidade concreta, observada tão rigorosamente e descrita tão
minuciosamente como a própria cidade o havia sido: um campo em que o trabalho e os
trabalhadores são parte integrante, um campo útil onde o poeta se identifica com o povo (Petiz).
É no poema Nós que Cesário revela melhor o seu amor ao campo, elogiando-o por oposição à
cidade e considerando-o “um salutar refúgio”.
A oposição cidade/campo conduz simbolicamente à oposição morte/vida. É a morte que cria em
Cesário uma repulsa à cidade por onde gostava de deambular mas que acaba por aprisioná-lo.
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A humilhação
- a humilhação sentimental:
10. a mulher formosa, fria, distante e altiva (Esplêndida; Deslumbramentos;
Frígida);
a mulher fatal da época/a humilhação do sujeito poético tentando a
aproximação (Esplêndida);
a mulher burguesa, rica, distante e altiva/a humilhação do sujeito poético que
não ousa aproximar-se devido à sua baixa condição social (Humilhações);
a mulher fatal, bela e artificial, poderosa e desumana/a consequente humilhação
do poeta (“Milady, é perigoso contemplá-la(...)/ Com seus gestos de neve e de metal.”,
Deslumbramentos);
a mulher fatal, pálida e bela, fria, distante e impassível que o poeta deseja e
receia/a humilhação e a necessidade de controlar os impulsos amorosos (Frígida).
- a humilhação estética:
a revolta pela incompreensão que os outros manifestam em relação à sua poesia
e pela recusa de publicação por alguns jornais (“Arte? Não lhes convém, visto que os
seus leitores/ Deliram por Zaccone”; “Agora sinto-me eu cheio de raivas frias/ Por
causa dum jornal me rejeitar, há dias/ Um folhetim de versos.”, Contrariedades).
- a humilhação social:
o povo comum oprimido pelos poderosos (Humilhações);
o abandono a que são votados os doentes (“Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões
doentes(...)/ O doutor deixou-a...”, Contrariedades);
o povo dominado por uma oligarquia poderosa (a “Milady” de Deslumbramentos é
uma representante dessa oligarquia).
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A BUSCA DA PERFEIÇÃO FORMAL
- Cesário busca a expressão clara, objectiva e concreta;
- As suas descrições têm pouco de poético – prosaísmo lírico –, pois procura
explorar a notação objectiva e sóbria das graças e dos horrores da vida da cidade ou a
profunda vitalidade da paisagem campestre – características de um realista.
- A preocupação com:
a beleza e a perfeição da sua poesia (a musicalidade, a harmonia, a escolha dos
sons...);
11. o vocabulário – a expressividade verbal, a adjectivação abundante, rica e
expressiva, a precisão vocabular (chega mesmo a usar termos técnicos), o colorido da
linguagem...;
os recursos fónicos – as aliterações, que contribuem para a musicalidade e para
a perfeição formal;
os processos estilísticos – abundância de imagens, as metáforas, as sinestesias...;
a regularidade métrica, estrófica e rimática (na métrica, preferência pelo verso
decassilábico e pelo alexandrino; na organização estrófica, a preferência evidente pela
quadra que lhe permitia registar as observações e saltar com facilidade para outros
assuntos).
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A imagética Feminina
A mulher fatal, altiva, aristocrática, “frígida” que atrai/fascina o sujeito poético, provocando-
lhe o desejo de humilhação. É o tipo citadino artificial, surge portanto associada à cidade
servindo para retratar os valores decadentes e a violência social. Esta mulher surge na poesia de
Cesário incorporando um valor erótico que simultaneamente desperta o desejo e arrasta para a
morte conduzindo a um erotismo da humilhação (Esplêndida, Vaidosa, Frígida).
A mulher angélica, “tímida pombinha”, natural, pura, acompanhada pela mãe, embora
pertencente à cidade, encarna qualidades inerentes ao campo. Desperta no poeta o desejo de
protecção e tem um efeito regenerador (Frágil).
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Questão Social
O poeta coloca-se ao lado dos desfavorecidos, dos injustiçados, dos marginalizados e admira a
força física, a pujança do povo trabalhador.
O poeta interessa-se pelo conflito social do campo e da cidade, procurando documentá-lo e
analisá-lo, embora sem interferir.
Anatomia do homem oprimido pela cidade
Integração da realidade comezinha no mundo poético
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O Impressionismo adaptado ao Real
“A mim o que me preocupa é o que me rodeia”
12. A poesia do quotidiano despoetiza o acto poético, daí que a sua poesia seja classificada
como prosaica, concreta. O poeta pretende captar as impressões que os objectos lhe
deixam através dos sentidos.
Ao vaguear, ao deambular, o poeta percepciona a cidade e o “eu” é o resultado daquilo que vê.
Cesário não hesita em descrever nos seus poemas ambientes que, segundo a concepção da
poesia, não tinham nada de poético.
Cesário não só surpreende os aspectos da realidade como sabe perfeitamente fazer uma reflexão
sobre as personagens e certas condições.
A representação do real quotidiano é, frequentemente, marcada pela captação perfeita dos
efeitos da luz e por uma grande capacidade de fazer ressaltar a solidez das formas (visão
objectiva), embora sem menosprezar uma certa visão subjectiva – Cesário procura representar
a impressão que o real deixa em si próprio e às vezes transfigura a realidade, transpondo-a numa
outra.
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Linguagem e Estilo:
Cesário Verde é caracterizado pela utilização do Parnasianismo que é a busca da perfeição
formal através de uma poesia descritiva e fazendo desta algo de escultórico, esculpindo o
concreto com nitidez e perfeição. O parnasianismo é também a necessidade de objectivar ou
despersonalizar a poesia e corresponde à reacção naturalista que aparece no romance. Os temas
desta corrente literária são temas do quotidiano com um enorme rigor a nível de aspecto formal
e há uma aproximação da poesia às artes plásticas, nomeadamente a nível da utilização das
cores e dos dados sensoriais.
Através deste parnasianismo ele propõe uma explicação para o que observa com objectividade
e, quando recorre à subjectividade, apenas transpõe, pela imaginação transfiguradora, a
realidade captada numa outra que só o olhar de artista pode notar.
Cesário utiliza também uma linguagem prosaica, ou seja, aproxima-se da prosa e da linguagem
do quotidiano.
A obra de Cesário caracteriza-se também pela técnica impressionista ao acumular pormenores
das sensações captadas e pelo recurso às sinestesias, que lhe permitem transmitir sugestões e
impressões da realidade.
A nível morfossintáctico recorre à expressividade verbal, à adjectivação abundante, rica e
expressiva, por vezes em hipálage, ao colorido da linguagem e tem uma tendência para as frases
curtas.
Vocabulário concreto
Linguagem coloquial
Predomínio do uso do decassílabo e do Alexandrino
Uso do assíndeto que resulta da técnica de justaposição de várias percepções
Técnica descritiva assente em sinestesias, hipálages, na expressividade do advérbio, no
uso do diminutivo e na utilização da ironia como forma de cortar o sentimentalismo
(equilibrar).
13. Enquadramento histórico da poesia de
Cesário Verde
Transformações da sociedade portuguesa a partir de meados do séc. XIX
1- 1- Introdução
No período em que viveu Cesário Verde (1855 a 1866 ), o Portugal velho está
em profunda transformação.
Vimos o longo período da crise provocada pelas invasões napoleónicas, pelas
lutas liberais, pela perda da colónia brasileira, pela ascensão da burguesia ao
poder, pela instabilidade política e governativa, crise essa que se caracterizou a
primeira metade do século XIX em Portugal e em que se enquadrou o nosso
Primeiro Romantismo.
Vimos depois, que o levantamento militar de Saldanha, em 1851, introduziu um
período de estabilidade política, sob a égide do partido regenerador, que
encaminhou a sua actuação para os melhoramentos materiais, difundindo
confiança no progresso. Baseando-se no crédito financeiro nacional ou
estrangeiro, o governo da Regeneração deu primazia ao lançamento dos meios
de transporte e de comunicação que conduziram ao desenvolvimento da
agricultura, sem que a industria e a pequena burguesia urbana tenham sido alvo
de idêntico apoio. O descurar dos sectores primário e secundário da economia e
a tendência para a especulação desenfreada levaram á queda do governo
regenerador em 1868 ( revolta da Janeirinha ) e conduziram á crise de 1876.
Entretanto, neste período de aparente progresso inserimos a produção literária de
Júlio Diniz, alheia ainda ao processo de industrialização, foi no segundo
Romantismo.
A terceira geração romântica surge nos anos 70 ( realismo) e coincide com o
regresso ao poder de Fontes Pereira de Melo (1871-1877). Aquando da crise
económica de 1876, surge o partido progressista que irá alternar com o
regenerador até ao fim da monarquia, não tendo sabido nenhum deles resolver os
grandes problemas sócio-económicos , entre outros, com que o país se deparava.
É neste período que se insere a poesia de Cesário e, por isso, convém
acompanhar mais detalhadamente as alterações, sobretudo as urbanas, sofridas
pelo país a partir dos anos 70, algumas delas registadas nos seus poemas.
2- 2- Desenvolvimento capitalista e processo de urbanização em Portugal a
partir de 1870
O Fontismo Regenerador ( 1871-1877) traz profundas transformações:
incremento sensível da produção industrial, fomento agrícola, facilitação na
comercialização dos produtos, aumento do consuma e das classes trabalhadoras
assalariadas (operários da indústria e da construção civil), aumento dos
transportes, desenvolvimento da mineração , das pescas, da indústria do tabaco...
A multiplicação dos meios de transportes (caminhos de ferro, transportes
urbanos colectivos) e dos meios de comunicação (jornal, telégrafo) favorece o
desenvolvimento de todos os sectores da economia. Paralelamente, verificam-se
migrações internas para a cidade uma enorme emigração para o Brasil, como
14. sintoma das dificuldades no campo e do apelo exercido pelos meios urbanos.
Lisboa conhece os problemas peculiares do rápido desenvolvimento urbano a
que o poder não sabe dar resposta, designadamente no que diz respeito á
salubridade pública (tuberculose, febre amarela e peste).
Assim, o desenvolvimento capitalista revela-se, desde o seu início, grosseiro e
caótico, ainda mais em Lisboa do que nas outras cidades europeias
industrializadas.
Enquadramento Estético-Literário da poesia de
Cesário Verde
Poeta da cidade, um dos maiores em qualquer tempo em qualquer língua, por
isso mesmo que genuíno, original, profundamente renovador, quer ao descrever
os quadros e os tipos citadinos, quer ao denunciar, em sóbrias palavras, as
atitudes subjectivas provocadas pela vida exterior.
Cesário tem o culto da descrição, da contenção. A sensibilidade e a fantasia são
nele dominantes pela estética anti romântica, pela reserva irónica, pela sábia
composição, pelo gosto de polir a frio os seus versos.
Há certo candismo nesta fuga a ênfase e ao derrame lírico. Há também o
propósito ser do seu temperamento, ostensivamente positivo e natural. Se bem
ponderarmos Cesário só é anti-retórico no sentido da retórica tradicional,
incontida e verbosa; a arte de escrever tomou para ele grande importância á
medida que se descobriu como poeta: escrever bem era em Cesário ver bem,
seleccionar e dosear as impressões, realçar as linhas e os volumes, o agradável e
o acerbo, o nobre e o corriqueiro, por meio de alternâncias e contrastes
premeditados que emitem o desfile descontínuo e o regresso obsessivo das ideias
fortuitas. Sem dúvida, vivia em grande parte pelos sentidos, euforicamente, na
cidade como no campo, antecipando-se á lição antimetafísica de Alberto Caeiro:
Lavo, refresco, limpo os meus sentidos.
E tangem-me excitados, sacudidos,
O tacto, a vista, o ouvido, o gosto, o olfacto!
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