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Cesário Verde
Poesia:
- parnasianismo: “arte pela arte”  Tendência artística que procura a confeção perfeita
através da poesia descritiva. Preocupação com a perfeição, o rigor formal, a
regularidade métrica, estrófica e rimática. Retorno ao racionalismo e às formas poéticas
clássicas. Busca da impessoalidade e da impassibilidade.
- impressionismo: acumula pormenores das sensações captadas e recorre às sinestesias.
As palavras antecipam a simbolismo.
- poeta-pintor: capta as impressões da realidade que o cerca com grande objetividade;
transmite as perceções sensoriais.
- Pintura literária e rítmica de temas comuns e realidades comezinhas, escolhendo as
palavras que melhor os refletem.
- Não canta motivos idealistas, mas coisas que observa a cada instante; descreve
ambientes que nada têm de poético.
- Não dá a conhecer-se, nem dá a conhecer o que sente -> oposto ao romantismo
- recorre raramente à subjetividade -> imaginação transfiguradora
- poesia do quotidiano: nasce da impressão que o “fora” deixa no “dentro” do poeta.
- Interesse pelo conflito social do campo e da cidade.
- Nível morfossintático: expressividade verbal, adjetivação abundade, rica e expressiva
(hipálage), precisão vocabular, colorido da linguagem, frases curtas e acumulativas,
quadras em versos dicassilábicos ou alexandrinos.
- O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando há um
reencontro com a origem, com a mãe-terra. É assim que se pode falar deste mito em
Cesário Verde na medida em que o contacto com o campo parece reanimá-lo, dando-lhe
forças, energias, saúde.
Binómios e Dicotomias em Cesário Verde:
Cidade Campo
Mulher fatal Mulher angélica
Morte Vida
- Cidade: - deambulação do poeta; melancolia; monotonia; “desejo absurdo de viver”;
vícios; fantasias mórbidas; miséria; sofrimento; poluição; cheiro nauseabundo, seres
humanos dúbios e exploradores; ricos pretenciosos que desprezam os humildes;
incomoda o poeta e os trabalhadores que nela procuram melhores condições de vida.
Mulher citadina: fatal, frígida, calculista, madura, destrutiva, dominadora, sem
sentimentos, erótica, artificial, predadora, vampírica, formosa, fria, altiva.
Subjetividade do tempo e a morte: cidade = certeza para a morte
- Campo: - vida rústica de canseiras, vitalidade, saúde, liberdade, rejuvenescimento,
vida, fertilidade, identificação do poeta com o povo campesino, local de trabalho onde
acontece alegrias e tristezas (oposto ao local paradisiaco defendido por poetas
anteriores).
Mulher campesina: proporciona um amor puro e desconfinado, frágil, terna,
ingénua, despretensiosa.
Subjetividade do tempo e a morte: Salvação para a vida.
Poemas:
- “Bairro Moderno”: - Poema representativo da cidade
- Transfiguração de elementos do campo para a cidade
- Poesia do quotidiano
- “Contrariedades”: - Poesia do quotidiano.
- impressão que o “fora” deixa na alma do poeta (cruel, frenético,
exigente, impaciente)
- Alteração do estado de espírito -> causa: depravação nos usos e
nos costumes; injustiça da vida pela doença que destrói a vizinha
(abandono e exploração); recusa dos jornais em publicarem os
seus versos; fim do poema: intervencionismo, denuncia e
acusação do mundo injusto e pouco solidário.
- “O sentimento dum Ocidental”: - Poema representativo da cidade em várias fases
do dia
- Poesia do quotidiano
- Capturação de factos sem referir causa/efeito
- opção pelas formas impessoais, construções
nominais e sinestesias (materializar o
abstrato/imaterial e o seu estado de espírito)
- “Cristalizações”: - Poema representativo da cidade
- Poesia do quotidiano
- “Nós”: - Poema representativo do campo
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- Campo: refúgio dos males da vida e recordação da família.
- oposição entre sociedades indústriais e sociedades rurais
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- “De Tarde” - Poema representativo do campo
- “Em Petiz” - Poema representativo do campo
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- A mulher arrasta para a morte
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Cesarioverde

  • 1. Cesário Verde Poesia: - parnasianismo: “arte pela arte”  Tendência artística que procura a confeção perfeita através da poesia descritiva. Preocupação com a perfeição, o rigor formal, a regularidade métrica, estrófica e rimática. Retorno ao racionalismo e às formas poéticas clássicas. Busca da impessoalidade e da impassibilidade. - impressionismo: acumula pormenores das sensações captadas e recorre às sinestesias. As palavras antecipam a simbolismo. - poeta-pintor: capta as impressões da realidade que o cerca com grande objetividade; transmite as perceções sensoriais. - Pintura literária e rítmica de temas comuns e realidades comezinhas, escolhendo as palavras que melhor os refletem. - Não canta motivos idealistas, mas coisas que observa a cada instante; descreve ambientes que nada têm de poético. - Não dá a conhecer-se, nem dá a conhecer o que sente -> oposto ao romantismo - recorre raramente à subjetividade -> imaginação transfiguradora - poesia do quotidiano: nasce da impressão que o “fora” deixa no “dentro” do poeta. - Interesse pelo conflito social do campo e da cidade. - Nível morfossintático: expressividade verbal, adjetivação abundade, rica e expressiva (hipálage), precisão vocabular, colorido da linguagem, frases curtas e acumulativas, quadras em versos dicassilábicos ou alexandrinos. - O mito de Anteu permite caracterizar o novo vigor que se manifesta quando há um reencontro com a origem, com a mãe-terra. É assim que se pode falar deste mito em Cesário Verde na medida em que o contacto com o campo parece reanimá-lo, dando-lhe forças, energias, saúde.
  • 2. Binómios e Dicotomias em Cesário Verde: Cidade Campo Mulher fatal Mulher angélica Morte Vida - Cidade: - deambulação do poeta; melancolia; monotonia; “desejo absurdo de viver”; vícios; fantasias mórbidas; miséria; sofrimento; poluição; cheiro nauseabundo, seres humanos dúbios e exploradores; ricos pretenciosos que desprezam os humildes; incomoda o poeta e os trabalhadores que nela procuram melhores condições de vida. Mulher citadina: fatal, frígida, calculista, madura, destrutiva, dominadora, sem sentimentos, erótica, artificial, predadora, vampírica, formosa, fria, altiva. Subjetividade do tempo e a morte: cidade = certeza para a morte - Campo: - vida rústica de canseiras, vitalidade, saúde, liberdade, rejuvenescimento, vida, fertilidade, identificação do poeta com o povo campesino, local de trabalho onde acontece alegrias e tristezas (oposto ao local paradisiaco defendido por poetas anteriores). Mulher campesina: proporciona um amor puro e desconfinado, frágil, terna, ingénua, despretensiosa. Subjetividade do tempo e a morte: Salvação para a vida.
  • 3. Poemas: - “Bairro Moderno”: - Poema representativo da cidade - Transfiguração de elementos do campo para a cidade - Poesia do quotidiano - “Contrariedades”: - Poesia do quotidiano. - impressão que o “fora” deixa na alma do poeta (cruel, frenético, exigente, impaciente) - Alteração do estado de espírito -> causa: depravação nos usos e nos costumes; injustiça da vida pela doença que destrói a vizinha (abandono e exploração); recusa dos jornais em publicarem os seus versos; fim do poema: intervencionismo, denuncia e acusação do mundo injusto e pouco solidário. - “O sentimento dum Ocidental”: - Poema representativo da cidade em várias fases do dia - Poesia do quotidiano - Capturação de factos sem referir causa/efeito - opção pelas formas impessoais, construções nominais e sinestesias (materializar o abstrato/imaterial e o seu estado de espírito) - “Cristalizações”: - Poema representativo da cidade - Poesia do quotidiano - “Nós”: - Poema representativo do campo - Crítica à cidade - Campo: refúgio dos males da vida e recordação da família. - oposição entre sociedades indústriais e sociedades rurais - oposição entre proprietários e trabalhadores - “De Tarde” - Poema representativo do campo - “Em Petiz” - Poema representativo do campo “De Tarde” - tom irónico em relação aos citadinos - recordação do passado: companheira e campo - “Deslumbramentos” - Poema representativo da mulher citadina - “Vaidosa” - Poema representativo da mulher citadina - A mulher arrasta para a morte - “Esplêndida” - Poema representativo da mulher citadina - A mulher arrasta para a morte - “Frígida” - Poema representativo da mulher citadina - mulher -> símbolo direto da própria morte - “A Débil” - Mulher campesina retratada na cidade