Este documento discute a representação da cidade e dos tipos sociais na obra poética de Antero de Quental. A cidade é vista como um espaço opressivo em oposição ao campo livre. O poeta sente empatia pelas classes mais baixas e critica a exploração e desigualdade social. Sua poesia descreve a cidade através de percepções sensoriais durante passeios, combinando o realismo com imaginação para criticar aspectos sociais.
Telmo Pais é um escudeiro e aio leal e dedicado à família de D. Madalena. Ele criou tanto Maria quanto D. João de Portugal e os ama profundamente. No entanto, com o tempo, seu amor por Maria supera seu amor por D. João. Ele também é um firme crente na lenda do retorno de D. Sebastião.
Este documento resume características da poesia de Antero de Quental, incluindo sua inquietação espiritual e procura por um sentido para a existência humana, além de aceitar uma entidade vaga como Deus. Também discute a dualidade em sua personalidade entre seu espírito crítico como filósofo e seu temperamento mórbido.
O capítulo descreve um jantar na casa dos Gouvarinho que reuniu a aristocracia e alta burguesia portuguesas. Durante o jantar, as conversas revelaram a ignorância e mediocridade mental dos presentes, permitindo a Eça criticar a sociedade portuguesa da época. Após o jantar, Carlos declara o seu amor por Maria Eduarda.
O poema descreve a noite numa cidade portuguesa através dos olhos de um observador melancólico. O poema evoca as prisões, igrejas, quartéis e a tristeza dos mais desfavorecidos. O observador sente-se comovido e revoltado perante as desigualdades e a dor que testemunha na cidade.
Padre António Vieira pronuncia um sermão em São Luís do Maranhão em 1654. Ele elogia os peixes por louvarem a Deus com sua existência, apesar de sua irracionalidade, e pede aos ouvintes que também louvem a Deus.
Este documento fornece contexto sobre o romance Os Maias de Eça de Queirós. Apresenta informações sobre o autor, a obra, o período histórico, os objetivos pedagógicos, as personagens e os principais temas como a crítica social e a educação.
Este documento resume o enredo e personagens principais do romance "Os Maias" de Eça de Queirós. A história segue três gerações da família Maia e foca na intriga principal do romance de amor proibido entre Carlos e Maria Eduarda. O documento também discute temas como a educação portuguesa versus inglesa e como isso afeta as personagens.
O documento descreve os principais gêneros da lírica galego-portuguesa da poesia medieval, incluindo a cantiga de amigo, cantiga de amor e cantigas de escárnio e maldizer. A cantiga de amigo expressa o drama sentimental da donzela e tem uma emissora feminina, enquanto a cantiga de amor tem um emissor masculino e expressa a coita de amor face à mulher amada. As cantigas de escárnio e maldizer usam a sátira e o cômico para crítica social
Telmo Pais é um escudeiro e aio leal e dedicado à família de D. Madalena. Ele criou tanto Maria quanto D. João de Portugal e os ama profundamente. No entanto, com o tempo, seu amor por Maria supera seu amor por D. João. Ele também é um firme crente na lenda do retorno de D. Sebastião.
Este documento resume características da poesia de Antero de Quental, incluindo sua inquietação espiritual e procura por um sentido para a existência humana, além de aceitar uma entidade vaga como Deus. Também discute a dualidade em sua personalidade entre seu espírito crítico como filósofo e seu temperamento mórbido.
O capítulo descreve um jantar na casa dos Gouvarinho que reuniu a aristocracia e alta burguesia portuguesas. Durante o jantar, as conversas revelaram a ignorância e mediocridade mental dos presentes, permitindo a Eça criticar a sociedade portuguesa da época. Após o jantar, Carlos declara o seu amor por Maria Eduarda.
O poema descreve a noite numa cidade portuguesa através dos olhos de um observador melancólico. O poema evoca as prisões, igrejas, quartéis e a tristeza dos mais desfavorecidos. O observador sente-se comovido e revoltado perante as desigualdades e a dor que testemunha na cidade.
Padre António Vieira pronuncia um sermão em São Luís do Maranhão em 1654. Ele elogia os peixes por louvarem a Deus com sua existência, apesar de sua irracionalidade, e pede aos ouvintes que também louvem a Deus.
Este documento fornece contexto sobre o romance Os Maias de Eça de Queirós. Apresenta informações sobre o autor, a obra, o período histórico, os objetivos pedagógicos, as personagens e os principais temas como a crítica social e a educação.
Este documento resume o enredo e personagens principais do romance "Os Maias" de Eça de Queirós. A história segue três gerações da família Maia e foca na intriga principal do romance de amor proibido entre Carlos e Maria Eduarda. O documento também discute temas como a educação portuguesa versus inglesa e como isso afeta as personagens.
O documento descreve os principais gêneros da lírica galego-portuguesa da poesia medieval, incluindo a cantiga de amigo, cantiga de amor e cantigas de escárnio e maldizer. A cantiga de amigo expressa o drama sentimental da donzela e tem uma emissora feminina, enquanto a cantiga de amor tem um emissor masculino e expressa a coita de amor face à mulher amada. As cantigas de escárnio e maldizer usam a sátira e o cômico para crítica social
O poema estabelece uma comparação entre os olhos da amada e os campos verdes, projetando a imagem da amada na natureza. À medida que o poema avança, esta projeção torna-se mais evidente, com o sujeito poético a afirmar que o gado na verdade se alimenta da "graça dos olhos" da amada, e não da erva. No final, os olhos deixam de ser comparados aos campos e passam a ser eles próprios os campos verdes.
O pregador critica os peixes/homens por:
1) Comerem uns aos outros, com os grandes predando os pequenos;
2) Serem ignorantes e cegos, facilmente enganados;
3) Viverem na vaidade em vez de seguirem o exemplo humilde de Santo António, que pescou muitas almas para a salvação.
O documento analisa um poema que descreve o sujeito poético a vaguear por Lisboa ao entardecer, observando os elementos físicos e as pessoas enquanto reflete sobre os seus estados de alma, inspirando-se e incomodando-se com o fim da tarde.
Cesário Verde foi um poeta realista português do século XIX. Sua obra faz uma crítica social e política da realidade, observando de perto a vida dos trabalhadores urbanos e rurais. Ele também demonstra anticlericalismo e ideais republicanos em seus poemas, que retratam a dura realidade das cidades e campos através de técnicas impressionistas.
O documento descreve as principais características estilísticas da poesia de Cesário Verde, incluindo a ênfase no mundo material e no realismo urbano, a atenção aos detalhes e a linguagem coloquial. Aborda também temas como a dureza do trabalho, a doença e a desigualdade social.
1) O documento analisa a estrutura interna e as personagens do romance Os Maias de Eça de Queirós. 2) A hereditariedade é determinante na construção da personalidade das personagens, como evidenciado pelos traços românticos de Pedro da Maia que herdou de sua mãe. 3) As personagens são caracterizadas de forma complexa e representam diferentes tipos sociais da época retratada no romance.
1) O documento discute as reflexões do poeta Camões em sua obra épica "Os Lusíadas".
2) Camões critica a sociedade portuguesa por seu desprezo pelas artes e letras e pela ingratidão para com aqueles que louvam Portugal.
3) O poeta também lamenta a decadência de Portugal e alerta para os perigos do materialismo e do mau exercício do poder.
Padre António Vieira destacou-se como missionário, professor, pregador e diplomata, defendendo os direitos humanos. Utilizava metáforas, alegorias e interrogatórios retóricos de forma invulgar nos seus sermões, criando um estilo simétrico e eloquente. O Sermão de Santo António critica a sociedade de forma alegórica através de louvores e repreensões aos "peixes", satirizando os colonos do Maranhão.
Resumos de Português: Fernando Pessoa OrtónimoRaffaella Ergün
O documento discute a obra do poeta Fernando Pessoa, descrevendo sua poesia como expressão da insatisfação humana, limitações e desejo de transcendência. Pessoa usava técnicas como a heteronímia e o fingimento artístico para intelectualizar sentimentos e dramatizar diferentes personalidades, visando entender melhor a condição humana. Sua poesia mistura tradição e modernismo, sendo marcada por temas como tédio, solidão e busca por evasão através do sonho.
Os maias: Características trágicas da intrigaMariana Silva
Este documento resume a família Maia e as principais personagens da obra "Os Maias" de Eça de Queirós. A família Maia é composta por Afonso da Maia, seu neto Carlos e Maria Eduarda. O documento descreve as características físicas e morais destas personagens, assim como a relação incestuosa que desenvolvem Carlos e Maria Eduarda, levando a um desfecho trágico.
- O documento analisa a poética de Cesário Verde, poeta português do século XIX considerado precursor de movimentos literários modernos.
- A poesia de Cesário Verde cruza várias tendências como o realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo e impressionismo, renovando as práticas poéticas da época.
- Ele é apontado como precursor do modernismo, surrealismo e neorrealismo pela aliança entre literatura e artes, mecanismos de associação de ideias e retrato do povo.
Sermão aos peixes resumo-esquema por capítulosClaudiaSacres
Este documento resume o conteúdo de quatro capítulos de um sermão de Santo António aos peixes. No capítulo 1, o pregador usa argumentos lógicos e exemplos bíblicos para defender seu ponto. No capítulo 2, os peixes são usados como metáfora para criticar os vícios humanos. No capítulo 3, peixes específicos são comparados a Santo António. No capítulo 4, o pregador usa lógica implacável para mostrar como os homens se devoram uns aos outros
O documento descreve os principais elementos da estrutura e enredo do romance Os Maias de Eça de Queirós. Resume que a obra conta a história da família Maias ao longo de três gerações, tendo a relação entre Carlos e Maria Eduarda como intriga principal. A narrativa é complementada por episódios que fornecem uma crítica à sociedade burguesa lisboeta da época através da descrição de seus costumes.
O poema descreve a morte trágica de um jovem soldado em um campo abandonado. Apesar de ter sido atingido por duas balas, ele ainda segura a cigarreira que sua mãe lhe deu. O lenço branco sob seu corpo representa sua inocência perdida. A mãe espera em casa pela volta de seu "menino", sem saber que ele já morreu longe dela.
O romance Os Maias de Eça de Queirós conta a história da família Maia ao longo de três gerações, refletindo a evolução da sociedade portuguesa do século XIX. A intriga principal foca-se no incestuoso relacionamento entre Carlos e Maria Eduarda, cujos amores trágicos levam à morte do avô Afonso. A narrativa entrelaça esta história com a intriga secundária dos amores infelizes entre Pedro e Maria Monforte, cujas consequências permitem que a intriga principal se desenvolva.
O documento discute a poesia de Cesário Verde e como ela é marcada por um lirismo não amoroso e uma visão realista do quotidiano, descrita de forma subjetiva e com pinceladas impressionistas. A obra poética de Cesário Verde é comparada à pintura e outras artes visuais por descrever cenas através de enquadramentos e visualidade. Apesar de seu talento, Cesário Verde morreu praticamente ignorado mas ganhou reconhecimento nas gerações futuras.
1) A poesia lírica de Camões mostra influências tradicionais e renascentistas, cultivando diferentes gêneros e métricas;
2) Trata temas como o amor, natureza, destino e saudade de forma contraditória, refletindo suas experiências pessoais;
3) A mulher idealizada é retratada ora como perfeita beleza angelical, ora como causa de sofrimento pelo amor não correspondido.
Tomás de Alencar é apresentado como um poeta ultrarromântico, amigo de Pedro da Maia. Representa as visões românticas em contraste com as visões naturalistas de Ega. Isto leva a um debate acalorado entre os dois sobre literatura onde insultam um ao outro, mas no final reconciliam-se.
O documento fornece um resumo da unidade lírica de Luís de Camões, abordando os principais temas, influências literárias e características formais. Os temas predominantes incluem a representação da amada e da natureza, a experiência do amor e reflexão sobre a vida pessoal e o desconcerto. A lírica de Camões é influenciada pela tradição e pelo classicismo, utilizando a redondilha e o decassílabo.
Cesário Verde retrata a cidade e o campo de forma contrastante: a cidade é vista como um espaço de doença, opressão e morte, enquanto o campo simboliza a saúde, liberdade e vida. Outros temas centrais incluem a humilhação, especialmente no contexto das relações com a figura feminina, e a oposição entre passado e presente, onde o passado é visto como um tempo de harmonia com a natureza. A obra de Cesário Verde combina características realistas e modernistas, retratando detal
- O documento descreve as principais correntes literárias do Romantismo ao Modernismo e como Cesário Verde se insere nelas, abordando temas como a cidade, o campo e a questão social.
- Cesário Verde retrata Lisboa através da poesia realista, contrastando a vida dos ricos e pobres e usando a deambulação para descrever os contrastes da cidade.
- Sua obra explora o binômio cidade/campo e a imagética feminina associada a esses espaços.
O poema estabelece uma comparação entre os olhos da amada e os campos verdes, projetando a imagem da amada na natureza. À medida que o poema avança, esta projeção torna-se mais evidente, com o sujeito poético a afirmar que o gado na verdade se alimenta da "graça dos olhos" da amada, e não da erva. No final, os olhos deixam de ser comparados aos campos e passam a ser eles próprios os campos verdes.
O pregador critica os peixes/homens por:
1) Comerem uns aos outros, com os grandes predando os pequenos;
2) Serem ignorantes e cegos, facilmente enganados;
3) Viverem na vaidade em vez de seguirem o exemplo humilde de Santo António, que pescou muitas almas para a salvação.
O documento analisa um poema que descreve o sujeito poético a vaguear por Lisboa ao entardecer, observando os elementos físicos e as pessoas enquanto reflete sobre os seus estados de alma, inspirando-se e incomodando-se com o fim da tarde.
Cesário Verde foi um poeta realista português do século XIX. Sua obra faz uma crítica social e política da realidade, observando de perto a vida dos trabalhadores urbanos e rurais. Ele também demonstra anticlericalismo e ideais republicanos em seus poemas, que retratam a dura realidade das cidades e campos através de técnicas impressionistas.
O documento descreve as principais características estilísticas da poesia de Cesário Verde, incluindo a ênfase no mundo material e no realismo urbano, a atenção aos detalhes e a linguagem coloquial. Aborda também temas como a dureza do trabalho, a doença e a desigualdade social.
1) O documento analisa a estrutura interna e as personagens do romance Os Maias de Eça de Queirós. 2) A hereditariedade é determinante na construção da personalidade das personagens, como evidenciado pelos traços românticos de Pedro da Maia que herdou de sua mãe. 3) As personagens são caracterizadas de forma complexa e representam diferentes tipos sociais da época retratada no romance.
1) O documento discute as reflexões do poeta Camões em sua obra épica "Os Lusíadas".
2) Camões critica a sociedade portuguesa por seu desprezo pelas artes e letras e pela ingratidão para com aqueles que louvam Portugal.
3) O poeta também lamenta a decadência de Portugal e alerta para os perigos do materialismo e do mau exercício do poder.
Padre António Vieira destacou-se como missionário, professor, pregador e diplomata, defendendo os direitos humanos. Utilizava metáforas, alegorias e interrogatórios retóricos de forma invulgar nos seus sermões, criando um estilo simétrico e eloquente. O Sermão de Santo António critica a sociedade de forma alegórica através de louvores e repreensões aos "peixes", satirizando os colonos do Maranhão.
Resumos de Português: Fernando Pessoa OrtónimoRaffaella Ergün
O documento discute a obra do poeta Fernando Pessoa, descrevendo sua poesia como expressão da insatisfação humana, limitações e desejo de transcendência. Pessoa usava técnicas como a heteronímia e o fingimento artístico para intelectualizar sentimentos e dramatizar diferentes personalidades, visando entender melhor a condição humana. Sua poesia mistura tradição e modernismo, sendo marcada por temas como tédio, solidão e busca por evasão através do sonho.
Os maias: Características trágicas da intrigaMariana Silva
Este documento resume a família Maia e as principais personagens da obra "Os Maias" de Eça de Queirós. A família Maia é composta por Afonso da Maia, seu neto Carlos e Maria Eduarda. O documento descreve as características físicas e morais destas personagens, assim como a relação incestuosa que desenvolvem Carlos e Maria Eduarda, levando a um desfecho trágico.
- O documento analisa a poética de Cesário Verde, poeta português do século XIX considerado precursor de movimentos literários modernos.
- A poesia de Cesário Verde cruza várias tendências como o realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo e impressionismo, renovando as práticas poéticas da época.
- Ele é apontado como precursor do modernismo, surrealismo e neorrealismo pela aliança entre literatura e artes, mecanismos de associação de ideias e retrato do povo.
Sermão aos peixes resumo-esquema por capítulosClaudiaSacres
Este documento resume o conteúdo de quatro capítulos de um sermão de Santo António aos peixes. No capítulo 1, o pregador usa argumentos lógicos e exemplos bíblicos para defender seu ponto. No capítulo 2, os peixes são usados como metáfora para criticar os vícios humanos. No capítulo 3, peixes específicos são comparados a Santo António. No capítulo 4, o pregador usa lógica implacável para mostrar como os homens se devoram uns aos outros
O documento descreve os principais elementos da estrutura e enredo do romance Os Maias de Eça de Queirós. Resume que a obra conta a história da família Maias ao longo de três gerações, tendo a relação entre Carlos e Maria Eduarda como intriga principal. A narrativa é complementada por episódios que fornecem uma crítica à sociedade burguesa lisboeta da época através da descrição de seus costumes.
O poema descreve a morte trágica de um jovem soldado em um campo abandonado. Apesar de ter sido atingido por duas balas, ele ainda segura a cigarreira que sua mãe lhe deu. O lenço branco sob seu corpo representa sua inocência perdida. A mãe espera em casa pela volta de seu "menino", sem saber que ele já morreu longe dela.
O romance Os Maias de Eça de Queirós conta a história da família Maia ao longo de três gerações, refletindo a evolução da sociedade portuguesa do século XIX. A intriga principal foca-se no incestuoso relacionamento entre Carlos e Maria Eduarda, cujos amores trágicos levam à morte do avô Afonso. A narrativa entrelaça esta história com a intriga secundária dos amores infelizes entre Pedro e Maria Monforte, cujas consequências permitem que a intriga principal se desenvolva.
O documento discute a poesia de Cesário Verde e como ela é marcada por um lirismo não amoroso e uma visão realista do quotidiano, descrita de forma subjetiva e com pinceladas impressionistas. A obra poética de Cesário Verde é comparada à pintura e outras artes visuais por descrever cenas através de enquadramentos e visualidade. Apesar de seu talento, Cesário Verde morreu praticamente ignorado mas ganhou reconhecimento nas gerações futuras.
1) A poesia lírica de Camões mostra influências tradicionais e renascentistas, cultivando diferentes gêneros e métricas;
2) Trata temas como o amor, natureza, destino e saudade de forma contraditória, refletindo suas experiências pessoais;
3) A mulher idealizada é retratada ora como perfeita beleza angelical, ora como causa de sofrimento pelo amor não correspondido.
Tomás de Alencar é apresentado como um poeta ultrarromântico, amigo de Pedro da Maia. Representa as visões românticas em contraste com as visões naturalistas de Ega. Isto leva a um debate acalorado entre os dois sobre literatura onde insultam um ao outro, mas no final reconciliam-se.
O documento fornece um resumo da unidade lírica de Luís de Camões, abordando os principais temas, influências literárias e características formais. Os temas predominantes incluem a representação da amada e da natureza, a experiência do amor e reflexão sobre a vida pessoal e o desconcerto. A lírica de Camões é influenciada pela tradição e pelo classicismo, utilizando a redondilha e o decassílabo.
Cesário Verde retrata a cidade e o campo de forma contrastante: a cidade é vista como um espaço de doença, opressão e morte, enquanto o campo simboliza a saúde, liberdade e vida. Outros temas centrais incluem a humilhação, especialmente no contexto das relações com a figura feminina, e a oposição entre passado e presente, onde o passado é visto como um tempo de harmonia com a natureza. A obra de Cesário Verde combina características realistas e modernistas, retratando detal
- O documento descreve as principais correntes literárias do Romantismo ao Modernismo e como Cesário Verde se insere nelas, abordando temas como a cidade, o campo e a questão social.
- Cesário Verde retrata Lisboa através da poesia realista, contrastando a vida dos ricos e pobres e usando a deambulação para descrever os contrastes da cidade.
- Sua obra explora o binômio cidade/campo e a imagética feminina associada a esses espaços.
Cesário Verde retratou a cidade de Lisboa no século XIX através de vários movimentos literários como o Romantismo, Realismo e Simbolismo. Sua poesia contrasta a vida na cidade e no campo, criticando as condições difíceis dos trabalhadores urbanos enquanto celebra a vitalidade do meio rural. Ele também explorou temas como a dicotomia entre mulheres citadinas e camponesas.
- O documento analisa a poética de Cesário Verde, poeta português do século XIX considerado precursor de movimentos modernistas.
- A poesia de Cesário Verde cruza várias tendências como o realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo e impressionismo, antecipando correntes do século XX como o modernismo e o surrealismo.
- O documento resume vários poemas de Cesário Verde, destacando os temas, imagens e crítica social presentes em sua obra.
O documento fornece informações biográficas e estilísticas sobre o poeta português Cesário Verde. Em três frases:
1) Cesário Verde nasceu em 1855 em Lisboa e foi considerado um precursor da poesia modernista portuguesa do século XX, retratando a cidade e o campo com influência impressionista.
2) Sua poesia fugiu do lirismo tradicional, expressando-se de forma mais naturalista através do uso de linguagem coloquial e detalhes concretos sobre a vida urbana
O documento fornece informações biográficas e estilísticas sobre o poeta português Cesário Verde. Em três frases:
1) Cesário Verde nasceu em 1855 em Lisboa e foi considerado um precursor da poesia modernista portuguesa do século XX, retratando a cidade e o campo com grande sensibilidade impressionista.
2) Sua poesia fugiu do lirismo tradicional, expressando-se de forma mais naturalista através do uso de linguagem coloquial e detalhes concretos sobre a vida ur
O documento descreve os principais autores e obras associadas ao movimento literário Realismo em Portugal no século XIX, incluindo Antero de Quental, Cesário Verde e Eça de Queirós. O Realismo surgiu como uma reação contra o Romantismo e suas idealizações, buscando retratar a realidade de forma objetiva. A poesia de Antero de Quental e Cesário Verde explorou temas sociais e a condição humana, enquanto os romances realistas de Eça de Queirós criticaram a sociedade portuguesa da ép
O documento descreve a vida e obra do poeta português Cesário Verde. Viveu entre 1855-1886, publicando seus primeiros poemas em 1873. Sua poesia inovadora foi mal compreendida por seus contemporâneos. Faleceu aos 31 anos de tuberculose, porém suas obras foram publicadas postumamente. O poema "O sentimento dum ocidental" é analisado, descrevendo sua estrutura e temas como a representação da cidade moderna.
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 160-161luisprista
1) O documento discute como as duas primeiras notas à margem de um texto permitem associar uma peça de teatro ao "teatro épico".
2) Essas notas fornecem informações sobre o efeito de distanciamento que deve ser adotado na receção da peça.
3) Isso inclui manter uma postura imparcial para compreender corretamente a mensagem transmitida pela peça.
O documento discute a poesia de Cesário Verde no contexto do século XIX, descrevendo suas características impressionistas de captar impressões do mundo real e objetivo através de uma linguagem precisa. A poesia de Verde retrata a cidade de Lisboa e o campo de uma forma realista ao invés de idealizada, focando nos trabalhadores e aspectos menos glorificados. Sua linguagem mistura detalhes físicos e morais de uma forma vívida e pitoresca.
Cesario Verde Ave Marias Ana Catarina E Ana SofiaJoana Azevedo
Este poema descreve as impressões do poeta enquanto caminha pelas ruas de Lisboa à noite, desde o anoitecer até altas horas da noite. A cidade provoca sentimentos de melancolia e desejo de fuga. O poeta evoca figuras do passado de Portugal e contrasta as classes burguesas com os trabalhadores do mar.
Este documento descreve a vida e obra do poeta português Cesário Verde. Apresenta detalhes biográficos como seu local e data de nascimento e morte, e discute suas influências literárias e temas recorrentes em sua poesia, como a descrição da cidade de Lisboa e a tensão entre a vida urbana e rural.
Cesário Verde foi um poeta português do século XIX que cultivou o parnasianismo e o impressionismo em sua poesia. Ele descreveu temas comuns e realidades do dia-a-dia de forma objetiva, focando na perfeição formal e evitando a subjetividade. Suas obras exploram as dicotomias entre cidade e campo, vida e morte, e retratam diferentes tipos de mulheres.
Cesário Verde foi um poeta português do século XIX que cultivou o parnasianismo e o impressionismo em sua poesia. Ele descreveu temas comuns e realidades do dia-a-dia com precisão e detalhe, focando nas impressões sensoriais ao invés de idealismos. Sua poesia contrasta a vida na cidade versus no campo, e retrata as mulheres citadinas como fatídicas versus as camponesas como angélicas.
Este documento discute as principais temáticas e estilo poético de Cesário Verde. Apresenta a imagética feminina, o binómio cidade/campo, e a questão social como temas centrais. Também descreve a linguagem impressionista e realista de Cesário Verde, focada na perfeita captação sensorial da realidade quotidiana.
1) O documento analisa a antologia de poemas de Claudia Roquette-Pinto, explorando temas como dualidade entre corpo e alma, deformidade e poesia.
2) A autora utiliza recursos como versificação livre e vocabulário inesperado para singularizar sua voz poética e questionar significados estabelecidos.
3) Os poemas sugerem uma mística inspirada em filosofias e religiões milenares, com referências sutis a temas como o tarô e a ópera Carmen.
Etnografia da duração, estudos de memoria coletivaAna Rocha
Sob a ótica dos estudos de uma etnografia da duração, a vida urbana é descrita desde o poder de organização de uma totalidade a partir de um fragmento vivido, isto é, aquela de um tempo imaginado pelos sujeitos-personagens que narram a sua experiência de vida cotidiana nas cidades modernas. Os fragmentos das experiências existenciais na cidade, nos jogos da memória dos habitantes das grandes metrópoles, seguem um princípio de ordenação contrária a dissolução de suas relações com seus territórios de vida, jogando a favor da homogeneidade deste espaço.
Para nós, a vocação de identidade tão sistematicamente associada aos espaços concretos das cidades, no campo das políticas públicas para a área de patrimônio, sob a ótica dos jogos da memória de seus habitantes, tem sua origem no tempo, o único que, segundo Durand (1984a, p. 479) transforma o princípio de identidade em um “risco a correr”. Neste ponto, o espaço é “fator de participação e ambivalência” (idem), pois, por sua via, nos confrontamos com os desafios de ultrapassar a diferenciação de estados e deslocamentos que toda a identidade contempla, para reencontrá-la, novamente, no plano eufêmico, de um espaço fantástico e, por isto, transcendental. No espaço se pode observar o trajeto do imaginário sendo desenhado, agora como espaço fantástico: espaços de estabilidade do ser (Durand, 1984a, p.474). Por esta via retornamos as idéias bachelardianas do tempo “como uma série de rupturas” (Bachelard, 1988, p. 38) e onde o fluxo da consciência, não é o único alicerce da memória, ao contrário, “é apenas uma de suas direções, uma perspectiva possível que o espírito racionaliza” (Duvignaud, 2006, p. 14).
O documento discute o poema "Minh'alma é triste", de Casimiro de Abreu, analisando como os recursos linguísticos constroem o sentido de tristeza, melancolia e pessimismo expressos no poema. O autor contextualiza a poesia no Romantismo e discute a importância da forma estética na obra de Abreu.
O documento discute a literatura na era digital e suas relações com a sociedade. Aborda como a linguagem literária carrega mais significado do que a linguagem não literária e como a literatura pode forçar o leitor a encarar novas perspectivas através da distância estética. Também cita pensadores como Baudelaire, Emerson e outros sobre a função social da literatura.
1. UNIDADE 5 SONETOS COMPLETOS, de ANTERO DE QUENTAL
65
A REPRESENTAÇÃO DA CIDADE E DOS TIPOS SOCIAIS
• A cidade surge como um espaço que se opõe ao campo. O espaço urbano é visto
como opressivo e destrutivo (por exemplo, nos poemas «Num bairro moderno» e «O
sentimento dum ocidental»), tanto para o sujeito poético como para os populares que
para aí se deslocam em busca de melhores condições de vida, na sequência do
enorme êxodo rural que ocorreu nesta época. Em contrapartida, o campo é perspeti-
vado como um local de liberdade — sendo que o espaço rural não é idealizado, mas
descrito de forma realista e concreta.
• Mesmo nos poemas que se concentram no espaço citadino, são feitas referências
frequentes ao campo — como que a lembrar que a vocação do ser humano se orienta
para uma vida harmoniosa e natural, que só no campo se encontra, e que a vida na
cidade o desumaniza. Deste modo, no espaço urbano há sempre um desejo de eva-
são para o campo.
• A oposição cidade/campo alarga-se também ao campo amoroso: enquanto
a cidade está associada à ausência, impossibilidade ou perversão do amor, o campo
representa a possibilidade de vivência plena dos afetos.
• As próprias figuras femininas da obra de Cesário se associam a esta dicotomia: o eu
poético sente-se atraído por dois tipos opostos de mulher — a mulher fatal e a mulher
frágil e inocente. No primeiro caso, temos figuras femininas que se enquadram perfei-
tamente no espaço citadino (e que surgem, por exemplo, no poema «O sentimento
dum ocidental»). Pertencem a um estrato social superior ao do sujeito poético e osten-
tam riqueza e elegância. O desejo que estas mulheres suscitam no sujeito poético é
investido de ambiguidade, na medida em que a sua altivez, ao mesmo tempo que o
seduz, provoca nele um sentimento de revolta. No segundo caso, temos personagens
simples, inocentes, frágeis e desamparadas, que, pelas suas características, não se
enquadram no espaço urbano, visto como um local de corrupção (cf., por exemplo, o
poema «A débil»). Assim, ao contrário da mulher fatal, a vulnerabilidade desta figura
feminina desperta no eu o instinto de proteção, o desejo de se redimir das suas faltas
e de levar com ela uma existência honesta e tranquila.
65
UNIDADE 6 CÂNTICOS DO REALISMO. O LIVRO DE CESÁRIO VERDE
CÂNTICOS DO REALISMO.
O LIVRO DE CESÁRIO VERDE
Claude Monet, Impressão:
nascer do Sol (1873).
000998 024-071.indd 65 04/03/16 16:33
2. 66
Conteúdos literários
• No que diz respeito aos tipos sociais representados na obra de Cesário, temos
claramente um sentimento de empatia do sujeito poético em relação aos ele-
mentos das classes mais baixas (cf., por exemplo, os poemas «O sentimento
dum ocidental», «Num bairro moderno» e «Cristalizações»). Com efeito, é feita
uma crítica às condições degradantes em que os elementos do povo viviam: as
varinas de «O sentimento dum ocidental» «apinham-se num bairro aonde miam
gatas / E o peixe podre gera os focos de infeção» (vv. 43-44) —, bem como à
exploração a que estavam sujeitos — os calceteiros são descritos, em «Cristali-
zações», como «bestas […] curvadas» que têm uma «vida […] custosa»
(vv. 61-62); quanto à vendedeira de «Num bairro moderno», é humilhada por
um criado que lhe «[a]tira um cobre ignóbil, oxidado» (v. 29) e se recusa a
pagar-lhe mais pela mercadoria.
• O poema «Cristalizações» parece, num primeiro momento, contrariar este
sentimento de compaixão em relação aos elementos mais vulneráveis da socie-
dade. De facto, o eu mostra-se pontualmente satisfeito com a cidade mercantil
— isto é, com uma sociedade que se centra apenas no progresso a nível econó-
mico, ignorando as necessidades das classes mais desfavorecidas: «E engelhem
muito embora, os fracos, os tolhidos, / Eu tudo encontro alegremente exato»
(vv. 46-47). Contudo, esta perspetiva é posteriormente contrariada pela contem-
plação mais demorada dos calceteiros e pela reflexão sobre a dureza que marca
o seu percurso existencial. Assim, o sujeito poético acaba por mostrar a sua
admiração por estes trabalhadores: «Que vida tão custosa! Que diabo!» (v. 62).
• A injustiça social denunciada na poesia de Cesário torna-se mais gritante pelo
contraste que nela se estabelece entre o labor permanente dos elementos do
povo, que é visto como a força ativa da sociedade, e o ócio que caracteriza as
classes dominantes. Com efeito, no poema «Num bairro moderno», a azáfama
da vendedeira e dos trabalhadores da cidade contrasta com a «vida fácil»
(v. 12) dos habitantes deste luxuoso espaço, que às dez da manhã ainda esta-
vam a começar a despertar. Também em «O sentimento dum ocidental» este
contraste é visível: a descrição dos trabalhadores que regressam a casa ao fim
da tarde e dos que se encontram ainda no local de trabalho torna mais gritante
a inatividade das classes dominantes, que jantam nos «hotéis da moda» (v. 28)
ou se entregam ao consumismo nas «casas de confeções e modas» (v. 107).
DEAMBULAÇÃO E IMAGINAÇÃO: O OBSERVADOR ACIDENTAL
• Cesário Verde representa nos seus versos a cidade (e o campo) através do
registo de perceções sensoriais: embora predominem as referências visuais,
o eu lírico caracteriza também o espaço urbano pelas constatações que lhe
chegam através do ouvido, do olfato e do tato (cf. «O sentimento dum ocidental»
e «Num bairro moderno», nas páginas 278-283 do manual). Em várias situa-
ções essas sensações cruzam-se em sinestesias.
• A caracterização da cidade é feita enquanto o eu lírico caminha pelas ruas,
anotando em movimento o que vê, ouve, cheira e sente. O facto de deambular,
de se deslocar no espaço, permite-lhe uma perceção dinâmica e um conheci-
mento mais completo da realidade urbana, na medida em que passa por vários
lugares e encontra diferentes personagens (cf. «A representação da cidade e os
tipos sociais», nas páginas 65-66 deste livro).
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3. REALISMO. O LIVRO DE CESÁRIO VERDE
67
• Mas Cesário não se contenta em apresentar a realidade «como ela é», ou seja,
de forma «objetiva». O sujeito poético coloca a sua subjetividade nessa
descrição e fá-la acompanhar de insinuações apreciativas e de comentários
avaliativos: «Como animais comuns, que uma picada esquente, / Eles [os
trabalhadores de rua], bovinos, másculos, ossudos,» («Cristalizações»).
• Esse olhar subjetivo sobre o real e a cidade concretiza-se em vários casos numa
representação imaginativa das figuras, dos elementos e dos espaços que são
descritos. A imaginação do sujeito poético leva-o, por exemplo, a comparar a
atriz elegante e intimidada de «Cristalizações» a uma cabra fugidia («Com seus
pezinhos rápidos, de cabra!») ou a falar, no mesmo poema, das «árvores
despidas» do inverno como «uma esquadra [fundeada] em fria paz».
• Esta é uma técnica de representação do real que se propicia à análise e à crítica
social: através da comparação, da metáfora e da imagem condena-se a desu-
manização do trabalho quando se encontram semelhanças entre os calceteiros
e os animais de carga: «Assim as bestas vão curvadas!» («Cristalizações»),
denuncia-se o «consumismo» da mulher abastada, comparando-a a uma «grande
cobra, a lúbrica pessoa», alude-se aos habitantes da cidade, que vivem em
prédios, como encarcerados («os emparedados») — ambos de «O sentimento
dum ocidental». (cf. «Perceção sensorial e transformação poética do real», nas
páginas 67-68 deste livro.)
• Por outro lado, a imaginação criativa e a subjetividade do sujeito poético
manifestam-se também na utilização da técnica impressionista para represen-
tar a realidade. Tal sucede quando a caracterização de um lugar ou de uma
personagem é inicialmente definida por características suas (normalmente
associadas à luz e à cor) que o observador perceciona para só num segundo
momento esse elemento ser identificado: «Reluz, viscoso, o rio», «Lançam a
nódoa negra e fúnebre do clero».
• Por fim, note-se que a imaginação do sujeito lírico é também responsável por
trazer para o presente alusões ao passado da cidade, seja esse passado glorioso
ou sombrio: «Assim que pela História eu me aventuro e alargo». Os grandiosos
tempos idos da pátria emergem pela evocação de «Mouros, baixéis, heróis, tudo
ressuscitado» ou de Camões; os períodos de obscurantismo revelam-se quando,
por exemplo, duas igrejas recordam os tempos da Inquisição: «um ermo inqui-
sidor severo» (exemplos de «O sentimento dum ocidental»).
• Tal significa que esta imaginação poética contribui decisivamente para dar sig-
nificado (valorização, crítica, sentido, etc.) à realidade que o sujeito poético
descreve. Óscar Lopes (1987: 470-473) sugere mesmo que essa imaginação
funciona através da interseção, do cruzamento de diferentes planos: objetivo e
subjetivo, realidade e imaginação, ou presente e passado.
PERCEÇÃO SENSORIAL E TRANSFIGURAÇÃO POÉTICA DO REAL
• Na poesia de Cesário, há um sujeito poético que se encontra em permanente
deambulação e cujo olhar, à semelhança de uma câmara de filmar, vai cap-
tando imagens, como instantâneos cuja rápida sucessão é por vezes sugerida
através do recurso ao assíndeto (recurso expressivo que consiste na omissão da
conjunção coordenativa entre os constituintes, que se separam apenas por vír-
gulas). Assim, a visão desempenha um papel fundamental nestes poemas.
O próprio sujeito poético tem consciência deste facto, afirmando, no poema
«Nós»: «Pinto quadros por letras, por sinais.»
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4. 68
Conteúdos literários
• No entanto, o sujeito poético não se limita a descrever objetivamente a realidade
que observa nas suas deambulações. A «luneta de uma lente só» («O senti-
mento dum ocidental», v. 85) pode ser entendida como uma metáfora de um
olhar criador, que tem o poder de transfigurar tudo o que o rodeia. É nesta
sequência que assistimos, por exemplo, ao aparecimento de um corpo formado
pelas frutas e pelos legumes da vendedeira no poema «Num bairro moderno»
— através do qual o sujeito poético como que reverte a humilhação a que esta
figura feminina é sujeita pelo criado, na medida em que substitui, por momen-
tos, todo o espaço citadino — bem como a exploração do campo que ele repre-
senta — por uma imagem associada à vitalidade do espaço rural. A realidade é
também transfigurada, no poema «Cristalizações», no momento em que o eu
configura as camisas dos calceteiros como uma bandeira, que se institui como
um símbolo de todo o sofrimento inerente à sua vida, funcionando, portanto,
como uma forma de denúncia das injustiças sociais. Finalmente, é possível
também considerar o momento de transfiguração das lojas que o sujeito poético
observa em «O sentimento dum ocidental» como um passo que tem subjacente
uma intenção crítica, dado que a sua configuração como uma imensa catedral
com diversas capelas pode ser interpretada como uma condenação da elevação
do consumismo à condição de algo sagrado.
O IMAGINÁRIO ÉPICO (EM «O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL»)
• O poema «O sentimento dum ocidental» foi publicado em 1880 no número
especial do periódico Jornal de Viagens, que nessa edição pretendia comemorar
o terceiro centenário do falecimento do autor d’Os Lusíadas. (Já aqui se vislum-
bra alguma ligação entre a composição de Cesário e a epopeia camoniana.)
• «O sentimento dum ocidental» é um poema longo que se centra na experiência
de vida na Lisboa da segunda metade do século XIX, como cidade ocidental
moderna, bem como nos sentimentos de melancolia, desânimo e até desespero
que tal vivência desencadeia.
• Quanto à estrutura externa, o poema encontra-se organizado em quatro partes,
cada qual com onze quadras, formadas por um decassílabo e três alexandrinos.
Na edição de O livro de Cesário Verde, as quatro partes receberam os títulos:
«Ave-Marias» (seis da tarde), «Noite fechada», «Ao gás» e «Horas mortas».
Paul Cézanne, Natureza morta com jarro e fruta (1894).
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5. UNIDADE 6 CÂNTICOS DO REALISMO. O LIVRO DE CESÁRIO VERDE
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• Em termos de estrutura interna, assistimos ao percurso de um sujeito poético
que percorre Lisboa à medida que as horas passam e a noite se vai adentrando.
As quatro partes correspondem, pois, a fases do fim do dia: fim da tarde,
chegada da noite, noite instalada e iluminada pelos candeeiros a gás e a noite
cerrada das «Horas mortas».
• «O sentimento dum ocidental» é predominantemente um poema lírico, na
medida em que representa a vivência de um eu (poético) numa cidade moderna
do mundo ocidental. Contudo, o poema contém marcas que recordam o estilo
épico mas que acabam por o subverter (ou seja, por o contrariar). Essas carac-
terísticas emergem logo por se tratar de um poema longo com um forte pendor
narrativo, como sucede numa epopeia: o eu poético relata o seu percurso pela
cidade. Mais ainda, esse sujeito podia estar a celebrar Lisboa e a vida dos seus
habitantes; mas, na verdade, está a criticá-la: a cidade é um lugar decadente,
sem brilho nem valor.
• Há, contudo, uma dimensão épica no poema; mas essa não pertence ao pre-
sente, à Lisboa moderna. O Tejo, a estátua de Camões e alguns outros elemen-
tos remetem para um passado em que Portugal conheceu a grandeza e a glória.
As alusões aos Descobrimentos e ao Império Marítimo são, assim, um esboço
de uma epopeia do passado, que o presente torna amarga porque já não é essa
a realidade moderna.
• Como sucederia com Camões, se tivesse vivido no fim do século XIX, o sujeito
poético perdeu o motivo para celebrar a pátria decadente e a cidade sem brilho.
No presente do eu poético, a viagem que se pode fazer já não é a das Desco-
bertas, plena de aventura, mas a fuga, a evasão para outro lugar diferente:
«Levando à via-férrea os que se vão. Felizes! / […] Madrid, Paris, Berlim, São
Petersburgo, o mundo!»
• Por fim, também as personagens que povoam a cidade moderna não são já os
heróis militares, cívicos, políticos e artísticos de outrora. São agora personagens
decadentes como burgueses, dentistas ou gente que trabalha mecanicamente,
que não trazem estatuto épico à cidade.
• O estilo de Cesário é prosaico e de tom coloquial, o que o situa longe do estilo
elevado, retórico e grandiloquente das epopeias. O próprio vocabulário do quo-
tidiano da cidade («varinas», «boqueirões», «becos») em nada se confunde
com o léxico rico e ostentatório de um poema épico.
LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA
1. Estrutura
• Cesário Verde investe grande cuidado na busca da perfeição formal dos seus
poemas. Essa é uma das razões que levaram alguns estudiosos a aproximar
a poesia deste autor da dos poetas do Parnasianismo (ver glossário).
• Em termos de estrutura estrófica, Cesário recorre frequentemente à quadra,
sejam os poemas longos («O sentimento de um ocidental», «Nós») ou curtos
(«Sardenta»). Mas o poeta revela também o seu gosto pela quintilha (estrofe de
cinco versos), com que compõe «Cristalizações» ou «Num bairro moderno».
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6. 70
Conteúdos literários
• Quanto à métrica, a preferência de Cesário incide nos versos alexandrinos (verso
de doze sílabas métricas) e nos decassílabos. Em alguns poemas — como
«Cristalizações» ou «O sentimento dum ocidental» — surgem os dois tipos de
verso na mesma estrofe. Os alexandrinos e os decassílabos são versos mais
extensos e permitem ao poeta, de forma mais folgada e distendida, descrever
a cidade e refletir sobre as perceções que dela tem; mas estas são também
estruturas métricas usadas porque permitem criar uma cadência musical.
• As composições poéticas de Cesário recorrem sempre à rima como forma de as
organizar formalmente e de lhes incutir musicalidade. Nos poemas constituídos
por quadras, encontramos rima cruzada (abab) ou interpolada e emparelhada
(abba). As quintilhas estruturam-se geralmente num tradicional e ritmado abaab.
2. Linguagem e estilo
• Cesário Verde inovou a literatura portuguesa, em fins do século XIX, ao trazer para
o domínio da poesia uma nova linguagem, menos retórica e menos elevada. Esta
coaduna-se com o tratamento original e novo de temas antigos (campo, mulher)
e modernos (cidade) e com o tipo de arte que o autor cultivava.
• Uma estranheza imediata que um leitor do século XIX teria sentido ao entrar na
poesia de Cesário Verde emergiria do discurso pouco ornamentado e pouco
rebuscado que contrastava com a retórica pesada e sentimental de alguma
lírica romântica. Ao representar a realidade moderna da segunda metade de
Oitocentos, Cesário socorre-se de vocábulos e expressões da vivência citadina,
sobretudo a que se associa ao povo. E a poesia começa a ser frequentada por
termos que até então não tinham aí entrada, como «via-férrea», «varinas»,
«infeção», «esguedelhada», «macadamizada », etc.
• A lírica de Cesário Verde aproxima-se da prosa não apenas pelo seu tom
coloquial e antideclamatório mas também, e como vimos, pelo uso do verso
longo — como o decassílabo e o alexandrino e do encavalgamento.
• Ainda assim, a poesia de Cesário não é despida de recursos expressivos.
O poeta cultiva a comparação e a metáfora, em muitos casos, de forma a pro-
por semelhanças entre aspetos da cidade (e os seus habitantes) e outros ele-
mentos que dão sentido ou criticam: «Semelham-se a gaiolas, com viveiros /
As edificações», «Como morcegos […] Saltam de viga em viga os mestres car-
pinteiros», «Que grande cobra, a lúbrica pessoa», «E tem marés, de fel».
• Algumas metáforas têm uma natureza fortemente visual ou pictórica, decor-
rente do carácter descritivo desta poesia e de ela ter pontos de contacto com
a pintura; muitas destas ocorrências são mesmo imagens: «homens de carga»,
«Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero».
• Também o recurso à enumeração se associa ao carácter descritivo de alguns
poemas de Cesário Verde («O sentimento dum ocidental», «Num bairro
moderno»). Nestas composições, o poeta elenca elementos do real, em muitos
casos de forma justaposta, para depois os analisar ou criticar: «Cercam-me as
lojas […] Com santos e fiéis, andores, ramos, velas.» As enumerações contribuem
para criar o efeito de que o eu poético procura representar a totalidade do real.
• Já a sinestesia (o cruzamento de perceções sensoriais de tipos diferentes)
resulta do processo de captação de sensações para a caracterização da vivência
de um lugar: «brancuras quentes», «luz macia» (visão e tato). Desta forma se
dá conta do modo complexo como alguém experiencia, por exemplo, a cidade
ou a relação com uma mulher.
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7. UNIDADE 6 CÂNTICOS DO REALISMO. O LIVRO DE CESÁRIO VERDE
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• Não sendo um recurso muito comum, a hipérbole surge para representar de
forma expressiva e gritante alguns aspetos da cidade: «De prédios sepulcrais,
com dimensões de montes, / A Dor humana busca os amplos horizontes».
• É de forma surpreendente e original que Cesário utiliza os adjetivos, sobretudo
quando surgem antes de nomes ou quando ocorrem em pares ou em grupos
de três: «E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes, / Amareladamente,
os cães parecem lobos» («O sentimento dum ocidental»). A sucessão de quatro
adjetivos assume uma forte expressividade e representa uma tentativa de definir
com rigor o elemento que caracterizam. Como antecedem o nome, adquirem
um significado que vai para além do seu sentido literal.
• O advérbio é também muito usado de forma surpreendente e, por isso, muito
expressiva: «Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes / E os ângulos agudos».
Nos versos «E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes, / Amareladamente,
os cães parecem lobos», o advérbio traduz engenhosamente a condição faminta
e enferma destes animais que erram pela cidade.
• É de forma muito criteriosa que Cesário seleciona os adjetivos e os advérbios
que utiliza. A subjetividade no uso destas classes de palavras representa, em
vários momentos, uma técnica da pintura impressionista aplicada à literatura.
Com o advérbio «amareladamente», a cor ganha importância e, como numa
tela impressionista, o elemento é retratado tal como o observador o perceciona
e nas condições (de visibilidade, do clima) que o rodeiam. Vejamos outros
exemplos do uso da técnica impressionista: «Mas, todo púrpuro a sair da renda /
[…] O ramalhete rubro de papoulas» («De tarde»), e «Mas, depois duns dias
de aguaceiros, / Vibra uma imensa claridade crua.» («Cristalizações»).
• A aproximação entre a poesia e a pintura afirma-se também pelo facto de
Cesário explorar uma linguagem plástica, com um forte apelo visual, e cultivar
o recurso expressivo da imagem com um acentuado valor simbólico:
«Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso / Ver círios laterais, ver filas de
capelas.» («O sentimento dum ocidental») Ao observar uma realidade (a rua
iluminada pelas lojas), a imaginação leva-o a conceber uma outra cena (as
capelas, lado a lado, iluminadas): é claro que esta justaposição de elementos
convida a uma relação crítica entre ambos.
Edvard Munch, Carl Johan
ao anoitecer (1892).
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