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CARACTERIZAÇÃO DE FIBRAS DE COCO POR TÉCNICAS DE
ANÁLISES TÉRMICAS, ESPECTROSCOPIA E MICROSCOPIA
ELETRÔNICA DE VARREDURA
Universidade Federal de Sergipe
CCET – Departamento de Química
PESQUISADORES:
M.M. Silva,
M.S. Silva,
D. Andrade,
N. B. Costa Jr.,
L. S. Barreto
INTRODUÇÃO
         A utilização de fibras naturais para obtenção de compósitos envolve o
controle da variabilidade de suas propriedades térmicas. As propriedades
térmicas de fibras e compósitos são importantes para uma melhor compreensão
da viabilidade de processamento, bem como da performance de um produto
final a ser desenvolvido. Dessa forma, este trabalho teve por objetivo
caracterizar fibras de coco submetidas a diferentes tipos de tratamentos
químicos e térmicos.
        As amostras de fibra de coco foram tratadas e caracterizadas pelas
Análises Térmicas TMA e DSC, Espectroscopia na Região do Infravermelho
(IV) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).
METODOLOGIA

         TRATAMENTO QUÍMICO DAS FIBRAS DE COCO
         No tratamento químico as fibras de coco foram testadas com soluções
de hipoclorito, tiossulfato e hidróxido de sódio em proporções variadas.



         CARACTERIZAÇÃO DAS FIBRAS DE COCO
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
        As micrografias foram obtidas utilizando um microscópio eletrônico
de varredura JEOL, modelo JMS T-3000, com aceleração de 20 kV. As
amostras foram fixadas em porta-amostra com fita adesiva de carbono,
metalizadas com ouro.
METODOLOGIA
Medidas de Análise Térmica
         A análise térmica foi realizada no equipamento de DSC (Calorimetria
Exploratória Diferencial) da marca SHIMADZU utilizando cadinhos de
alumínio selados, sob fluxo de 50 mL/min de nitrogênio. Foram utilizadas
taxas de aquecimento de 10°C/min. Medidas adicionais foram realizadas num
sistema SDT da DUPONT modelo em condições semelhantes.
        As medidas de TMA foram realizadas num Instrumento Shimadzu
TMA-50 usado no modo expansão, com tensão estática de 1 g. As varreduras
foram realizadas a 10 C/min de 25-300 C com purga de nitrogênio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre os tratamentos químicos em que foram submetidas as fibras de coco,
observou-se que o hipoclorito de sódio promoveu um maior clareamento em
relação ao tiossulfato e o hidróxido de sódio, figura 1.
Figura 1. Tratamento químico com hidróxido, hipoclorito e tiossulfato de sódio
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O tratamento químico de fibras de coco pode mudar a polaridade, estrutura e
morfologia da superfície da fibra. Pode-se observar diferenças na superfície
entre amostras não tratadas e tratadas com hipoclorito de sódio, conforme
figura 2.
Figura 2. . Microscopia eletrônica de varredura da fibra não tratada
Figura 2. . Microscopia eletrônica de varredura da fibra não tratada
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados de MEV mostram as modificações na morfologia das fibras
decorrentes das condições de tratamento. Nas amostras tratadas a camada
superficial é totalmente removida conforme observa-se pela figura 3.
Figura 3. Microscopia eletrônica de varredura da fibra tratada com hipoclorito de sódio.
Figura 3. Microscopia eletrônica de varredura da fibra tratada com hipoclorito de sódio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das análises de DSC    mostraram que amostras não tratadas
apresentam um pico endotérmico na região de 343 – 358 K e um pico
exotérmico discreto com máximo entre 548 – 573 K, como indica a figura 4.
100
Fluxo de Calor (V)                                                                      90




                                                                                                  Perda de Massa (%)
                                                                                         80
                                                                                         70
                                                                                         60
                                                                                         50
                                                                                         40
                                                                                         30
                                                                                         20
                                                                                         10
                                                                                         0
                      300            400             500              600              700
                                      Temperatura (K)
                      Figura 4. Curva calorimétrica e termogravimétrica da fibra sem tratamento
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através dos resultados das análises de DSC das amostras tratadas com
hipoclorito de sódio observou-se um deslocamento do pico endotérmico para a
região de 363 – 393 K, figura 5.
90

Fluxo de Calor (V)




                                                                                                           Perda de Massa (%)
                                                                                                80

                                                                                                70

                                                                                                60

                                                                                                50

                                                                                                40

                                                                                             30
              300                     400              500               600               700

                                   Temperatura (K)
                      Figura 5. Curva calorimétrica e termogravimétrica da fibra tratada com hipoclorito
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através dos resultados das medidas de TMA      pode-se observar que as fibras
sofrem um processo de encolhimento até uma temperatura máxima e depois se
expande até iniciar o processo de decomposição térmica, figuras 6-7.


As      fibras testadas apresentaram estabilidade térmica em temperaturas até
573 K.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As medidas de TMA mostraram que a temperatura de máximo encolhimento
para amostras sem tratamento varia de 380 – 411 K.
200

            100

                0
L (m)


           -100

           -200

           -300
                    300            400           500            600       700
                                 Temperatura (K)

          Figura 6. Curva termomecânica da fibra sem tratamento químico
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Para as amostras tratadas as medidas de TMA mostraram uma temperatura
de máximo encolhimento de 314 – 410 K, figura 7.
200

          150

          100
L (m)


          50

           0

          -50

                300          400           500           600           700
                           Temperatura (K)


      Figura 7. Curva termomecânica da fibra tratada com hipoclorito
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através do espectro de IV, (figura 8) observou-se que mesmo após o
tratamento com hipoclorito foi notada a presença de uma banda na região de
3600 cm-1 atribuída a presença de água livre (umidade) na fibra, e uma banda
larga com máximo em torno de 3260 cm-1 atribuída ao estiramento OH, C-OH.


No entanto, foi observado que a banda em 1730 cm-1 atribuída a carbonila (-
C=O) não fica evidenciada no espectro de IV após o tratamento com
hipoclorito, figura 8.
(a)


          Intensidade/u.a.     (b)




                                          (a) Fibra sem tratamento
                                          (b) Fibra tratada com hipoclorito



                             4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
                                                                      -1
                                     Número de Onda/cm

Figura 8. Espectro na região do infravermelho: (a) fibra sem tratamento; (b) fibra tratada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os    resultados obtidos através da análise térmica simultânea TG-DTA
mostraram um pico endotérmico na região de 327 – 348 K e um pico
exotérmico na região de 544 – 572 K, figura 9.
Diferença de temperatura v/mg)
                                    100
                                                                                  10
                                    90
                                                                                  8
               Perda de massa (%)
                                    80                                            6
                                    70                                            4
                                    60                                            2
                                    50                                            0
                                    40                                            -2
                                                                                  -4
                                    30
                                                                                  -6
                                    20
                                          300   400   500   600   700     800
                                                  Temperatura (K)



Figura 9. Curva termogravimétrica e térmica diferencial da fibra tratada com tiossulfato de sódio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através das medidas de TG-DTA realizadas na fibra tratada observou-se um
discreto pico endotérmico na região de 334 – 349 K e um pico exotérmico na
região de 583 – 594 K, figura 10.
Diferença de temperatura (v/mg)
                          100
                                                                                 10
                          90
     Perda de massa (%)
                                                                                 8
                          80                                                     6
                          70                                                     4
                          60                                                     2
                          50                                                     0
                          40                                                     -2
                                                                                 -4
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                                300   400 500 600 700                   800
                                        Temperatura (K)


Figura 10. Curva termogravimétrica e térmica diferencial da fibra tratada com hidróxido de sódio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estudos de TG-DTA revelaram que amostras tratadas com hipoclorito de
sódio apresentam um discreto pico endotérmico na região de 333 – 349 e um
pico exotérmico na região entre 533 – 556 K, conforme figura 11.
Diferença de Temperatura (V/mg)
            100
                                                                                   10
             90                                                                    8
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             40                                                                    -4
             30                                                                    -6
                  300       400        500        600        700        800
                                 Temperatura (K)

Figura 11. Curva termogravimétrica e térmica diferencial da fibra tratada com hipoclorito de sódio.
CONCLUSÃO
Os estudos das propriedades térmicas da fibra de coco permitiram avaliar
seu potencial e aplicação.
O tratamento químico mantém a polaridade da superfície da fibra.
O tratamento químico foi suficiente para modificar a superfície da fibra (rica
em lignina), confirmado pelos resultados de MEV e IV.
AGRADECIMENTOS

         À agência de fomento a pesquisa FAP – SE (Fundação de Apoio a
Pesquisa de Sergipe), e FUNTEC (Fundo Estadual para o Desenvolvimento
Científico e Tecnológico) pelo financiamento do projeto. Aos
laboratórios de Espectroscopia Molecular da Universidade de São Paulo –
USP e de Termoquímica e Materiais da Universidade Federal da Paraíba,
Laboratório de Cerâmicas da Universidade Federal de São de Carlos, pela
disponibilização dos equipamentos.
         Agradeço ainda ao Instituto de Química da UNICAMP .


                                              “Qualquer coisa que você possa fazer,
                                         ou sonha que possa fazer, comece a fazê-la.
                                                  A ousadia tem em si genialidade,
                                                           força e magia.” (Goethe)

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Caracterização de fibras de coco por técnicas térmicas e microscopia

  • 1. CARACTERIZAÇÃO DE FIBRAS DE COCO POR TÉCNICAS DE ANÁLISES TÉRMICAS, ESPECTROSCOPIA E MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA
  • 2. Universidade Federal de Sergipe CCET – Departamento de Química PESQUISADORES: M.M. Silva, M.S. Silva, D. Andrade, N. B. Costa Jr., L. S. Barreto
  • 3. INTRODUÇÃO A utilização de fibras naturais para obtenção de compósitos envolve o controle da variabilidade de suas propriedades térmicas. As propriedades térmicas de fibras e compósitos são importantes para uma melhor compreensão da viabilidade de processamento, bem como da performance de um produto final a ser desenvolvido. Dessa forma, este trabalho teve por objetivo caracterizar fibras de coco submetidas a diferentes tipos de tratamentos químicos e térmicos. As amostras de fibra de coco foram tratadas e caracterizadas pelas Análises Térmicas TMA e DSC, Espectroscopia na Região do Infravermelho (IV) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).
  • 4. METODOLOGIA TRATAMENTO QUÍMICO DAS FIBRAS DE COCO No tratamento químico as fibras de coco foram testadas com soluções de hipoclorito, tiossulfato e hidróxido de sódio em proporções variadas. CARACTERIZAÇÃO DAS FIBRAS DE COCO Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) As micrografias foram obtidas utilizando um microscópio eletrônico de varredura JEOL, modelo JMS T-3000, com aceleração de 20 kV. As amostras foram fixadas em porta-amostra com fita adesiva de carbono, metalizadas com ouro.
  • 5. METODOLOGIA Medidas de Análise Térmica A análise térmica foi realizada no equipamento de DSC (Calorimetria Exploratória Diferencial) da marca SHIMADZU utilizando cadinhos de alumínio selados, sob fluxo de 50 mL/min de nitrogênio. Foram utilizadas taxas de aquecimento de 10°C/min. Medidas adicionais foram realizadas num sistema SDT da DUPONT modelo em condições semelhantes. As medidas de TMA foram realizadas num Instrumento Shimadzu TMA-50 usado no modo expansão, com tensão estática de 1 g. As varreduras foram realizadas a 10 C/min de 25-300 C com purga de nitrogênio.
  • 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre os tratamentos químicos em que foram submetidas as fibras de coco, observou-se que o hipoclorito de sódio promoveu um maior clareamento em relação ao tiossulfato e o hidróxido de sódio, figura 1.
  • 7. Figura 1. Tratamento químico com hidróxido, hipoclorito e tiossulfato de sódio
  • 8. RESULTADOS E DISCUSSÃO O tratamento químico de fibras de coco pode mudar a polaridade, estrutura e morfologia da superfície da fibra. Pode-se observar diferenças na superfície entre amostras não tratadas e tratadas com hipoclorito de sódio, conforme figura 2.
  • 9. Figura 2. . Microscopia eletrônica de varredura da fibra não tratada
  • 10. Figura 2. . Microscopia eletrônica de varredura da fibra não tratada
  • 11. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados de MEV mostram as modificações na morfologia das fibras decorrentes das condições de tratamento. Nas amostras tratadas a camada superficial é totalmente removida conforme observa-se pela figura 3.
  • 12. Figura 3. Microscopia eletrônica de varredura da fibra tratada com hipoclorito de sódio.
  • 13. Figura 3. Microscopia eletrônica de varredura da fibra tratada com hipoclorito de sódio.
  • 14. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados das análises de DSC mostraram que amostras não tratadas apresentam um pico endotérmico na região de 343 – 358 K e um pico exotérmico discreto com máximo entre 548 – 573 K, como indica a figura 4.
  • 15. 100 Fluxo de Calor (V) 90 Perda de Massa (%) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 300 400 500 600 700 Temperatura (K) Figura 4. Curva calorimétrica e termogravimétrica da fibra sem tratamento
  • 16. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através dos resultados das análises de DSC das amostras tratadas com hipoclorito de sódio observou-se um deslocamento do pico endotérmico para a região de 363 – 393 K, figura 5.
  • 17. 90 Fluxo de Calor (V) Perda de Massa (%) 80 70 60 50 40 30 300 400 500 600 700 Temperatura (K) Figura 5. Curva calorimétrica e termogravimétrica da fibra tratada com hipoclorito
  • 18. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através dos resultados das medidas de TMA pode-se observar que as fibras sofrem um processo de encolhimento até uma temperatura máxima e depois se expande até iniciar o processo de decomposição térmica, figuras 6-7. As fibras testadas apresentaram estabilidade térmica em temperaturas até 573 K.
  • 19. RESULTADOS E DISCUSSÃO As medidas de TMA mostraram que a temperatura de máximo encolhimento para amostras sem tratamento varia de 380 – 411 K.
  • 20. 200 100 0 L (m) -100 -200 -300 300 400 500 600 700 Temperatura (K) Figura 6. Curva termomecânica da fibra sem tratamento químico
  • 21. RESULTADOS E DISCUSSÃO  Para as amostras tratadas as medidas de TMA mostraram uma temperatura de máximo encolhimento de 314 – 410 K, figura 7.
  • 22. 200 150 100 L (m) 50 0 -50 300 400 500 600 700 Temperatura (K) Figura 7. Curva termomecânica da fibra tratada com hipoclorito
  • 23. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através do espectro de IV, (figura 8) observou-se que mesmo após o tratamento com hipoclorito foi notada a presença de uma banda na região de 3600 cm-1 atribuída a presença de água livre (umidade) na fibra, e uma banda larga com máximo em torno de 3260 cm-1 atribuída ao estiramento OH, C-OH. No entanto, foi observado que a banda em 1730 cm-1 atribuída a carbonila (- C=O) não fica evidenciada no espectro de IV após o tratamento com hipoclorito, figura 8.
  • 24. (a) Intensidade/u.a. (b) (a) Fibra sem tratamento (b) Fibra tratada com hipoclorito 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 -1 Número de Onda/cm Figura 8. Espectro na região do infravermelho: (a) fibra sem tratamento; (b) fibra tratada.
  • 25. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos através da análise térmica simultânea TG-DTA mostraram um pico endotérmico na região de 327 – 348 K e um pico exotérmico na região de 544 – 572 K, figura 9.
  • 26. Diferença de temperatura v/mg) 100 10 90 8 Perda de massa (%) 80 6 70 4 60 2 50 0 40 -2 -4 30 -6 20 300 400 500 600 700 800 Temperatura (K) Figura 9. Curva termogravimétrica e térmica diferencial da fibra tratada com tiossulfato de sódio.
  • 27. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através das medidas de TG-DTA realizadas na fibra tratada observou-se um discreto pico endotérmico na região de 334 – 349 K e um pico exotérmico na região de 583 – 594 K, figura 10.
  • 28. Diferença de temperatura (v/mg) 100 10 90 Perda de massa (%) 8 80 6 70 4 60 2 50 0 40 -2 -4 30 -6 20 300 400 500 600 700 800 Temperatura (K) Figura 10. Curva termogravimétrica e térmica diferencial da fibra tratada com hidróxido de sódio.
  • 29. RESULTADOS E DISCUSSÃO Estudos de TG-DTA revelaram que amostras tratadas com hipoclorito de sódio apresentam um discreto pico endotérmico na região de 333 – 349 e um pico exotérmico na região entre 533 – 556 K, conforme figura 11.
  • 30. Diferença de Temperatura (V/mg) 100 10 90 8 80 6 70 4 Peso (%) 60 2 0 50 -2 40 -4 30 -6 300 400 500 600 700 800 Temperatura (K) Figura 11. Curva termogravimétrica e térmica diferencial da fibra tratada com hipoclorito de sódio.
  • 31. CONCLUSÃO Os estudos das propriedades térmicas da fibra de coco permitiram avaliar seu potencial e aplicação. O tratamento químico mantém a polaridade da superfície da fibra. O tratamento químico foi suficiente para modificar a superfície da fibra (rica em lignina), confirmado pelos resultados de MEV e IV.
  • 32. AGRADECIMENTOS À agência de fomento a pesquisa FAP – SE (Fundação de Apoio a Pesquisa de Sergipe), e FUNTEC (Fundo Estadual para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pelo financiamento do projeto. Aos laboratórios de Espectroscopia Molecular da Universidade de São Paulo – USP e de Termoquímica e Materiais da Universidade Federal da Paraíba, Laboratório de Cerâmicas da Universidade Federal de São de Carlos, pela disponibilização dos equipamentos. Agradeço ainda ao Instituto de Química da UNICAMP . “Qualquer coisa que você possa fazer, ou sonha que possa fazer, comece a fazê-la. A ousadia tem em si genialidade, força e magia.” (Goethe)