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Empresas
Caixa
ENTREVISTA A FILIPE RAVARA:
Diretor do Gabinete
de Agronegócio da CGD exalta
potencial do setor primário
À LUPA:
Gião Oliva, Herdade
das Servas e Vale da Rosa
BLUE WEEK:
De olhos postos
na Economia do Mar
SETOR PRIMÁRIO
Empreendedores
regressam às origens
JULHO 2015
EstarevistafazparteintegrantedoDiárioEconómicon.º6227de31dejulhode2015.Foto:©
JimCraigmyle/Corbis/VMI
Pág. 4 e 5
ABERTURA
ENTREVISTA A FILIPE RAVARA,
DIRETOR DO GABINETE
DE AGRONEGÓCIO DA CGD
Pág. 6 e 7
À LUPA
VALE DA ROSA: AS PEDRAS
QUE DERAM UVAS
Pág. 08 e 09
À LUPA
GIÃO OLIVA: DO SEQUEIRO
SE FEZ AZEITE
Pág. 10 e 11
À LUPA
HERDADE DAS SERVAS: O ALENTEJO
SOB A FORMA DE VINHO
Pág. 12 a 14
EVENTOS
BLUE BUSINESS FORUM:
DEBATER UM MAR DE OPORTUNIDADES
Pág. 15
SALDO POSITIVO
PDR 2020: CONHEÇA OS APOIOS
PARA OS AGRICULTORES
As emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção desta publicação
foram compensadas no âmbito da estratégia da CGD para as alterações climáticas.
Ago.
21 a 30 . Lagoa
FATACIL – Feira de Artesanato,
Turismo, Agricultura, Comércio
e Indústria
FATASUL
Parque Municipal de Feiras
e Exposições de Lagoa
www.fatacil.com.pt
Contactos: 282 353 453;
fatasul@mail.telepac.pt
Set.
23 e 24. Matosinhos
Empack 2015 / Logistics 2015
Easyfairs / Exponor
www.easyfairs.com
Contacto:
marina.uceda@easyfairs.com
30 . Lisboa
Workshop: Marca Pessoal para
o Sucesso Profissional
Culturgest
www.womenwinwin.com
Contactos: 213 225 490;
geral@womenwinwin.com
Out.
9 a 12. Batalha
TECNIPÃO – Salão Profissional
de Máquinas, Equipamentos e
Matérias-primas para Panificação,
Pastelaria e Confeitaria
Exposalão
www.exposalao.pt
Contactos: 244 769 480;
pauloamaral@exposalao.pt
23 a 25 . Sernancelhe
Festa da Castanha
Exposalão de Sernancelhe
www.cm-sernancelhe.pt
Contactos: 254 594 140;
geral@cm-sernancelhe.pt
Nov.
21 a 23 . Lisboa
Portugal Agro – Feira
Internacional das Regiões, da
Agricultura e do Agro-alimentar
FIL – Feira Internacional de Lisboa
Parque das Nações
portugalagro.fil.pt
Contactos: 218 921 541;
paulo.rodrigues@aip.pt
índice
ALDEIA
GLOBAL
06 08 10
Ago.
até 29 . Porto
Jef Cornelis: Obras para
Televisão (1964-1997)
www.culturgest.pt
Contactos: 222 098 116;
susana.sameiro@cgd.pt
Set.
até 13 . Lisboa
Honey, I rearranged the
collection... by artist –
Cartazes da Coleção
Lempert
www.culturgest.pt
Contactos: 217 905 155;
culturgest.bilheteira@cgd.pt
24 e 25 . Lisboa
Camané – Infinito
Presente
www.culturgest.pt
Contactos: 217 905 155;
culturgest.bilheteira@cgd.pt
JoãoPauloDias/ArquivoEconómico
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Caixa
JULHO 2015
4
Caixa
JULHO 2015
ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA
DIRETOR DO GABINETE DE AGRONEGÓCIO DA CGD
FR
FILIPE
RAVARA
ENTREVISTA
CCaixa
“Apoiamos os bons projetos –
com o desenvolvimento
de competências setoriais”
5
JULHO 2015
Empresas
Caixa
Filipe Ravara, diretor do Gabinete de Agronegócio da
CGD, defende de modo assertivo esta fileira em cres-
cimento e de grande potencialidade para a Economia
nacional. Há que rentabilizar a boa influência atlântica
do País – com especialização, rigor técnico e marca.
Quais as grandes linhas de força da CGD
para o Agronegócio?
Somos uma entidade de confiança para este setor.
Entrosamo-nos diretamente com os principais agen-
tes, empresários, associações, organismos do Estado,
numa lógica de proximidade e alto reconhecimento.
O objetivo é apoiar – entendendo em profundidade –
os bons projetos.
Como o conseguem?
Com a capilaridade da nossa rede comercial, junto dos
empresários e das boas oportunidades. Temos equipas
técnicas especializadas. Este entendimento minimiza o
risco associado a cada projeto, com impacto funda-
mental na taxa de sucesso dos projetos face a outros
bancos, até mais agressivos. Articulamo-nos com
as associações – fundamentais na profissionalização
e comercialização. Potenciamos o crescimento das
diferentes fileiras – desde a Agricultura, Pecuária,
Florestas, Pescas e Aquacultura. Acompanhamos toda
a indústria transformadora, projetos de lagares, adegas,
matadouros, etc. O nosso papel é financiar, promover
o desenvolvimento de soluções financeiras à medida
dos projetos e seus contextos.
Qual o papel do Gabinete de Agronegó-
cio?
Além do apoio à rede comercial – com uma equipa
robusta e especialista no Agronegócio –, analisamos
cada projeto, vamos ao terreno, recolhemos informação
e mitigamos o risco. Somos muito solicitados para
fóruns, mesas redondas, círculos profissionais, grupos
de trabalho, pelo Ministério da Agricultura. A nossa
credibilidade está a consolidar-se bem.
Como é que Portugal se pode afirmar no
Setor Primário?
Portugal é um país grande em miniatura. Há diversidade
geográfica, vários sistemas de agricultura e vantagens
agroclimáticas únicas, como a influência atlântica e
as horas de exposição solar. Produzimos diversidade
e qualidade. Este deve ser o nosso pilar de afirmação
no mundo, potenciado por empresas de distribuição
e transformação integradas a montante para gerarem
altos padrões produtivos e comerciais e para ganharem
escala. Como já acontece na indústria do tomate.
O que falta fazer?
Diferenciamo-nos pela qualidade mas temos problemas
de escala. Criar apetência do mercado para os nossos
produtos implica ter possibilidade de lhe dar resposta.
E há que trabalhar aqui. Trabalhar na marca Portugal
com as suas especificidades – qualidade e preço – e
concentrar a produção. Falta algum poder de fogo ao
marketing, por exemplo, do vinho português. A lógica
de venda baseia-se em sensações com muitos rótulos
e é preciso transformar estes rótulos em marcas. Aqui
é preciso fazer um esforço. Tudo isto deve partir de
uma ótima organização da produção e os produtores
nacionais têm resistência à associação.
Como é que a CGD se posiciona face a
este desafio?
Temos uma noção muito clara da nossa posição e res-
ponsabilidade. Mostramos oportunidades, promovemos
contactos entre agentes. Temos inúmeros exemplos desta
intermediação entre investidores e agentes de mercado,
à procura de oportunidades, e os nossos clientes, que
apoiamos com crédito, que procuram parceiros e escoar
a produção. O marketing de produtos alimentares passa
pela degustação, pela experiência. Defendemos muito
a possibilidade de visitas, com base na hospitalidade
nacional, no clima e na geografia. Muito além do
apoio financeiro, apostamos na promoção das fileiras.
Procuramos boas oportunidades e bons projetos. Apos-
tamos fortemente na profissionalização de colaboradores
nestas fileiras, em competências setoriais.
Quais os setores de maior potencial?
Existem várias frentes com interesse, a do vinho – onde
temos conseguido uma afirmação muito forte –; frutas e
hortícolas, onde antecipamos a produção relativamente
à generalidade dos países, com ganhos de margem.
Começam a aparecer muitas iniciativas de promoção,
como aquelas levadas a cabo pela PortugalFoods ou
pela Orivárzea, por exemplo. No caso do pescado,
produzimos cerca de dez mil toneladas de peixe de
aquacultura, atividade que representa cerca de 50%
da produção mundial de peixe e em Portugal apenas
1,5%. Temos ótimas condições para a área e têm-nos
aparecido muitos projetos. Fala-se muito na Economia
do Mar e há uma intenção forte de apostar. A Caixa
está muito atenta e funciona como um agente ativo
no seu desenvolvimento.
Como avalia o contexto atual face à Eco-
nomia?
Vivemos um momento interessante para todos estes
setores, de retoma de equilíbrio estratégico. A Agri-
cultura e a Agroindústria, integradas e com circuitos
adequados de comercialização nacional e internacional,
têm uma projeção económica crítica. Servem para fixar
população e oportunidades económicas. Vejamos o
exemplo de Beja, Ferreira do Alentejo – a zona central
do perímetro do Alqueva, uma grande zona agrícola
à escala europeia. Ou regiões já maduras no sul do
País, Ribatejo e Oeste, com uma série de empresas
rentáveis. Beja e Ferreira fervilham de atividade,
com milhares de hectares de olival e outras culturas
irrigadas. Temos 5% da quota mundial de azeite mas
20% da quota de nova procura. A qualidade do nosso
produto é altamente reconhecida.
E as pescas?
Requerem toda a atenção. Aguardemos o Programa Mar
2020, que substituiu o Programa Promar, e as medidas
para desenvolvimento das pescas e da aquacultura.
Aqui falta um detalhe que já apareceu na agricultura
que é o efeito Alqueva. Mas para a Economia do
Mar. Faltam algumas iniciativas estruturantes como o
reequipamento dos portos.
Como conciliar Turismo e Agronegócio
como duas faces da mesma moeda?
Como os investidores internacionais, também os turistas
se conquistam com experiências positivas – ganham-se
pelo estômago. Os produtos alimentares e os vinhos
são uma arma muito poderosa e os nossos produtos
sabem melhor consumidos no sítio e no contexto certos.
Já vamos tendo rotas históricas e gastronómicas para
cada região. É um casamento perfeito. Temos muito
por desenvolver mas também bons exemplos, em todo
o país. Sendo mais fácil canalizar turistas para o litoral
do que para o interior, nota-se muita movimentação
turística para zonas do interior.
E Portugal está preparado?
Estamos no bom caminho. O nosso empresário agrí-
cola não é um yuppie versado em grandes negócios
internacionais, mas isso está a mudar. Há cerca de
16 universidades e escolas profissionais a formar novos
técnicos em Ciências Agrárias. Os jovens recém-chega-
dos já fizeram Erasmus; têm exposição internacional;
fundam projetos com escala empresarial. Há ainda
exemplos de empresários muito dinâmicos, capazes de
marcar a diferença. Empresários de referência que se
congregam em associações. Temos ainda um quadro
comunitário mais adequado, que valoriza a diversidade
dos nossos sistemas produtivos e a consistência dos
projetos. A entrada desta nova geração traz energia e
melhor gestão à nossa Agricultura.
Que conselhos releva para esta nova ge-
ração?
O gestor agrícola deve saber gerir a produção e
dominar as áreas financeiras, comercial e de market-
ing. Ter visão empresarial é o seu ponto de partida.
A agricultura é uma atividade difícil e exigente, longe
da tradicional visão romântica. É muito importante
ouvir e saber ouvir, integrar-se nas associações e obter
os dados necessários para gerir melhor e antecipar as
contingências. Dar toda a atenção à comercialização.
Mas antes disto tudo, apostar sempre numa formação
sólida ou, se não a tiver, apoiar-se em técnicos capazes.
PedroAperta
6 Empresas
Caixa
JULHO 2015
SS
ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA
O que para muitos era uma loucura é hoje
um projeto concretizado. De um terreno quase
baldio a um campo de cultivo de uvas de mesa
e outros produtos hortofrutícolas.
AS PEDRAS
QUE DERAM UVAS
e a dificuldade aguça mesmo o engenho, Henrique Silvestre
teve nas pedras o “adubo” para o seu negócio agrícola. Fi-
lho do proprietário de uma prestigiada herdade de Ferreira
do Alentejo (Vale da Rosa), recebeu em 2011, aos 22 anos,
a Herdade do Vale Bom. Tratava-se de uma pequena parcela
de terreno, com 75 hectares, contígua à propriedade paterna.
Ao desejo de ser agricultor, de ter a sua própria plantação,
o pai de Henrique respondeu-lhe com uma oferta, mas também
com um desafio: tornar viável, do ponto de vista de cultivo, um
terreno irregular, repleto de pedregulhos, que serviam apenas
para a pastagem de gado.
O objetivo inicial era cultivar seis hectares de vinha, um pro-
pósito que parecia irrealizável às pessoas que conheciam a her-
dade. Depois de contactadas várias empresas de remoção de pe-
dras da região – que declinaram o serviço, alegando a impossi-
bilidade da empreitada –, Henrique Silvestre conseguiu conven-
cer uma a pôr “mãos à obra”, ainda que com a advertência de
que jamais seria possível remover a totalidade dos escolhos. Vá-
rios meses após o início dos trabalhos, a pedreira dava mesmo
lugar a um campo passível de cultivo.
Já se tinha entrado no inverno e 2011 deu lugar a 2012.
O investimento avultado nestas obras e o longo tempo de ma-
turação da videira (cujo arranque estava ainda dependente da
aprovação do PRODER) levaram Henrique Silvestre a plantar
também outras espécies. “Quando o primeiro hectare ficou lim-
po de pedregulhos, cultivámos o nosso mini-pomar, com árvo-
res de diversos frutos. Tinha de conseguir uma cultura, de plan-
tar algo imediato que me permitisse cobrir o investimento feito
nestas obras”, afirma Henrique Silvestre.
A propriedade agrícola nascia, assim, na sua plenitude.
Ao mini-pomar suceder-se-iam 50 hectares de melão, melancia,
abóbora, pimentos, brócolos e girassol. Na prática, apenas os
Henrique Silvestre
recebeu em 2013 o Prémio Jovem
Agricultor Português pelo seu projeto.
Vale da Rosa
DR
7
JULHO 2015
Empresas
Caixa
TPA Netcaixa:
cartões emitidos
fora da zona Euro
Os TPA do serviço Netcaixa
da CGD já garantem a
funcionalidade Dynamic
Currency Conversion (DCC). A ideia
é assegurar que os pagamentos com
cartões emitidos fora da Zona Euro
tenham conversão imediata para a
moeda de origem. Um benefício bastante
útil para os setores do Comércio e
Turismo – nomeadamente hotéis,
rent-a-car, agências de viagem –, que
se deparam com uma comunidade de
clientes mais diversificada, de países
fora da Zona Euro.
Além de proporcionar maior comodidade
e confiança a estes clientes, utilizadores
pontuais da moeda europeia, dá-lhes a
possibilidade de controlo do câmbio, sem
a tradicional cobrança à posteriori de
comissões pelo banco emissor. Mediante
uma taxa de adesão de 25 euros,
esta funcionalidade tem associada uma
remuneração de 0,60%, calculada por
cada compra feita em loja via DCC.
Um valor a creditar mensalmente na
conta à ordem associada ao TPA.
O serviço Netcaixa integra um conjunto
de soluções de pagamento – em loja
(com TPA físico) ou on-line (com TPA
virtual) –, para Multibanco, Visa e
Mastercard, que aposta na diferenciação.
Com adesão gratuita, a sua Tarifa
de Serviço de Cliente (TSC) comporta
a possibilidade de devolução de parte
do valor, conforme os pagamentos com
cartão da Caixa.
Até 30 de setembro, as novas adesões ao
serviço Netcaixa habilitam-se a prémios.
Saiba mais em netcaixa.pt
Veja on-line o vídeo
da Vale da Rosa.
A origem:
Vale da Rosa
Henrique pertence à 4.ª geração da
família Silvestre Ferreira que se dedica
à uva de mesa. Hoje tem na Herdade
do Vale da Rosa – a 3 km de Ferreira do
Alentejo e 20 de Beja – o seu quartel-
-general. A marca com o mesmo nome
orgulha-se de ser o maior produtor
nacional de uva de mesa, com uma
área de produção de cerca de
250 hectares, 12 variedades (muitas
delas sem grainha) e mercados em
quatro continentes (América, Europa,
Ásia e África). António Silvestre Ferreira
(pai de Henrique) é o seu timoneiro.
seis hectares reservados à vinha não estavam ocupados por gé-
neros hortofrutícolas.
Jovem agricultor vence desafio
Entretanto, ainda em 2012, mas em fase mais adiantada do ano,
a candidatura ao PRODER foi aprovada, arrancando aquele que
é o ex-libris do projeto agrícola de Henrique Silvestre, a vinha
para cultivo de uva de mesa (sem graínha). “Estou absoluta-
mente convencido de que se não fosse este programa de apoio,
muitos dos projetos existentes não tinham sido concretizados.
Em algumas culturas, o investimento é muito grande e o retorno
só se verifica no médio e longo prazo, como é o caso da produ-
ção de uvas de mesa”, refere o agricultor-empresário. Os bons
resultados conseguidos nas culturas de Henrique Silvestre não
passaram despercebidos, e por isso foi eleito o melhor Jovem
Agricultor Português de 2013, tendo o seu projeto representado
Portugal no concurso homólogo à escala europeia.
As uvas de mesa são apresentadas ao público com a chan-
cela Vale da Rosa e o empresário explica porquê: “Beneficiei
muito com a rede de contactos da Vale da Rosa. Por isso mes-
mo, as uvas que produzo são exclusivamente comercializadas
sob essa marca. O meu pai, pessoa que muito admiro, tem sido
o meu grande inspirador. Agradeço-lhe o facto de herdar dele o
amor que tenho pelas uvas.”
O principal mercado destes produtos criados em Ferreira do
Alentejo é o nacional, com 65 por cento do volume de negócios.
O principal destino internacional é Inglaterra, seguindo-se Es-
panha, Angola, Noruega, França, Polónia, Suíça, Luxemburgo,
Holanda, Alemanha e China.
Os projetos para o futuro passam pelo alargamento da área
de vinha, para cultivo da uva de mesa, o tradicional negócio
da família Silvestre. Este ano, as culturas seguidas no restante
terreno têm sido de sequeiro (cevada, trigo e girassol). Porém,
não há interdições quanto a novos hortofrutícolas, uma vez que
“o Alqueva permite sonhar e sonhar muito”.
A inovação, essa, parece inseparável da Herdade do Vale
Bom, como comprova Henrique Silvestre: “É essencial para a
Agricultura. Temos que estar mais próximos dos centros de in-
vestigação das universidades. O investimento que fazemos em
tecnologia é sempre barato, pois permite-nos estar sempre na
vanguarda da inovação. Por exemplo, a estrutura que hoje tenho
na minha vinha permite que os plásticos sejam reciclados e assim
amigos do ambiente.”
A relação com a Caixa foi – e é – essencial. “A CGD foi
a entidade bancária que viabilizou o meu negócio, permitindo
que concretizasse aquilo que muitos diziam ser apenas a lou-
cura passageira de um jovem. Hoje é um parceiro”, refere o
empresário alentejano.
DR
DR
8 Empresas
Caixa
JULHO 2015
ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA
GIÃO OLIVA
DO SEQUEIRO SE FEZ
AZEITE A família Fialho Marques
substituiu a cultura de
sequeiro e apostou no profundo
conhecimento técnico sobre
o olival. O sucesso da mudança
já os levou a multiplicar
a área de cultivo e a entrar
nas amendoeiras.
m campo sem fim de oliveiras neófitas, com pouco mais de um
metro de altura e cada uma delas envolta num plástico branco
protetor, é o palco da atenção meticulosa de Joaquim, Pedro e
Marta. Não é para menos. Aquelas são as suas terras, em ple-
no Baixo Alentejo (Ferreira do Alentejo), com uma cultura nova
que, simultaneamente, constitui o testemunho do crescimento do
negócio familiar. Depois de certificar-se que as cercas de metal
não foram mexidas pelo vento e continuam à distância adequa-
da das árvores que hão-de dar azeitona, Pedro Marques lembra,
orgulhoso, que aquela plantação já é um “novo filho” da Gião
Oliva.
O embrião de todo o projeto foi lançado na primavera de
2009, fruto da iniciativa e persistência de Pedro Marques, até
porque o negócio envolve duas gerações da família Fialho
Marques. Pedro, o filho mais velho e licenciado em Engenha-
ria Agrónoma, começou a trabalhar em 2005, logo na área do
azeite, e a pensar alargar os seus horizontes, conforme descreve:
“A partir de 2007 comecei uma nova etapa, na qual apresenta-
va o meu aconselhamento técnico em inúmeras propriedades.
Fui aprendendo e pensei que poderia conciliar o dia-a-dia nesta
empresa com a criação do meu próprio negócio.”
A propriedade do pai, Joaquim Fialho Marques, seria o ter-
reno natural para esse arranque em solo próprio. Com um fator
aliciante, estar já a ser irrigada pelo Alqueva. Mas a existência
de água representava também um estímulo à mudança radical,
o que acabou por se constituir o obstáculo mais difícil de ul-
trapassar. “Demorei mais de um ano a convencer o meu pai a
investir, trocando o regime intensivo de sequeiro (de cereais e
pecuária) pelo olival intensivo de regadio”, recorda aquele dono
e diretor financeiro da Gião Oliva.
O “não” taxativo da primeira e seguintes conversas deu
então lugar a um “sim”, que contou com uma ajuda preciosa,
o apoio do PRODER na primeira plantação, que cobriu “uma
UU
A família na origem
da Gião Oliva:
Pedro, Marta e Joaquim
Fialho Marques.
Fotos:PedroElias
9
JULHO 2015
Empresas
Caixa
Gião
nos frutos secos
A cultura da amêndoa já é a segunda
aposta agrícola do Grupo Gião Oliva.
Lançada este ano, ainda é praticada em
valores residuais, mas estima-se que as
amendoeiras ocupem ¼ dos campos da
Gião Oliva em 2016.
“Trata-se de uma cultura que se concilia
bem com o olival pois são semelhantes,
apresentam épocas de colheita distintas,
têm uma manutenção e gestão idênticas
e ambas utilizam o mesmo parque de
máquinas”, explica Pedro Marques.
O fundador e diretor financeiro da
empresa realça a preparação que rodeou
esta aposta: “Levámos dois anos a
efetuar um estudo prévio, com inúmeras
viagens à Califórnia, Norte de Espanha
e Chile, de forma a podermos realizar os
nossos projetos.”
fração bastante interessante” dos 60 hectares de olival inten-
sivo.
Dois anos mais tarde, em consequência do êxito do primei-
ro investimento, surge o alargamento da área plantada
(em 20 hectares). Mas é em 2012 que se dá o
grande salto. Após um contrato de arrenda-
mento a 25 anos, foi possível incluir mais
235 hectares de plantação de olival in-
tensivo. É então que surge a Gião Oliva.
A Pedro e a Joaquim juntava-se agora a
irmã e filha Marta Fialho Marques, licen-
ciada em Química – uma valência bastan-
te útil para o negócio. Quanto ao nome da
empresa, foi uma homenagem ao avô dos
dois irmãos, cujo apelido Gião (para desgosto
de Pedro) não passara para as gerações seguintes.
De olhos postos no crescimento
A Gião Oliva produz maioritariamente para mercados interna-
cionais (70 por cento). Enquanto o trator atravessa um carreiro
entre oliveiras, Pedro Marques explica que a exportação é mais
uma contingência do que uma opção: “Grande parte do azeite
vai para o mercado espanhol ou italiano, por uma questão estra-
tégica de preço e valorização do azeite. Produzimos azeite em
Portugal, no entanto, se o mercado nacional não nos paga o valor
justo, recorremos a mercados externos.” Espanha (com 50 por
cento do total de produção) e Itália (20 por cento) são assim os
grandes destinos de um azeite que é vendido a granel a diversos
tipos de compradores, sem marca própria. O que “não deixa de
ser uma hipótese para o futuro”, conclui este responsável.
O crescimento da Gião Oliva tem sido acelerado, com o seu
pico a acontecer em 2014. Do primeiro exercício, em 2010, para
2014, o volume de negócios quintuplicou, de 130 para 650 mil
euros. Neste período, o maior crescimento registou-se de 2013
para 2014 (86 por cento).
A “boa gestão agronómica” é essencial para o sucesso da
empresa. “A Gião Oliva vive de uma profunda atualização de
conhecimentos no setor olivícola. Aperfeiçoamos a técni-
ca, compramos máquinas o mais atualizadas possível e,
essencialmente, tentamos levar a nossa olivicultura
como um ‘jardim’”, resume Pedro Marques.
Os próximos três anos vão ser determinantes
para a nova dimensão que a família Fialho Mar-
ques quer dar à Gião Oliva. Desde logo, pelo au-
mento da área de cultivo. Este ano já houve um
reforço de 200 hectares, estando previsto que, até
2016, o valor total disponível ronde os 860. Depois,
pela expansão geográfica, com novas terras em outras
áreas do Baixo Alentejo, e pelo crescimento societário asso-
ciado à internacionalização corporativa, com a passagem a Gru-
po Gião Oliva após a criação, já em 2015, de uma empresa em
Espanha. E, finalmente, pelo investimento numa nova cultura –
as amendoeiras –, que poderá abrir a porta ao cultivo de outros
frutos secos. A projeção de Pedro Marques aponta para que, até
2017, o futuro Grupo Gião Oliva atinja os três milhões de euros
de volume de negócios.
Em toda esta caminhada, a Caixa tem tido “um papel pre-
ponderante”. O diretor financeiro da Gião Oliva explica porquê:
“Podemos afirmar que a Caixa Geral de Depósitos marca uma
diferença muito importante em relação às outras entidades, isto
é, além de se preocupar com o cliente em si, elabora, através
de comerciais e técnicos, visitas extraordinárias às nossas ex-
plorações. Dessa forma, a parceria do negócio não é apenas no
papel, mas sim de um global de negócios. A estrutura da Caixa
tem contato direto com a nossa empresa e conhece o nosso ne-
gócio.”
dá o
a-
s
osto
uintes.
conhecim
ca, com
esse
co
p
q
m
ref
2016
pela ex
áreas do Ba
Até 2016, a área disponível para cultivo de azeitona deverá
ascender a 860 hectares. A mudança do cultivo de cereais para olival
mostrou ser uma aposta com futuro. A Gião Oliva exporta 70% do que produz
(para Espanha e Itália) e tem como meta de volume de negócios
para 2017 os três milhões de euros. Na calha está a diversificação
do negócio para o cultivo de frutos secos.
Veja on-line o vídeo
da Gião Oliva.
Caixa apoia
Portugal 2020
O Caixa 2020 é uma solução
global de crédito para apoio
complementar às empresas
candidatas ao programa de fundos
comunitários Portugal 2020.
Empresas, empresários em nome
individual (ENI) e entidades com
contabilidade organizada podem contar
com cobertura financeira integral do
investimento das candidaturas aos
fundos comunitários; apoio financeiro no
curso da candidatura; aconselhamento
pela equipa da Caixa ou seus parceiros.
Destacam-se soluções de financiamento
(montantes ajustados a cada projeto,
com prazos até dez anos e carência de
dois), incluindo o complementar às linhas
de crédito governamentais protocoladas
pela Caixa (PME Crescimento, Investe
QREN, entre outras), para objetivos
não enquadráveis, e a antecipação de
incentivos incluídos em candidaturas
ao abrigo do Portugal 2020. E ainda,
garantias bancárias, declarações
de aprovação de financiamento
e declarações de intenção de
financiamento.
Saiba mais em cgd.pt/empresas
10 Empresas
Caixa
JULHO 2015
ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA
HERDADEDASSERVAS
O ALENTEJO
SOB A FORMA
DE VINHO
A Herdade das Servas nasceu na concorrência. Dez anos depois,
é o rosto de uma tradição familiar secular. O enoturismo
é a aposta forte.
inte e dois graus, o termómetro da cuba gigante em inox não
deixa dúvidas sobre o seu interior. Lá dentro está vinho (tinto),
ao contrário da maioria das cerca de três dezenas restantes, pois
a época ainda não é de fermentação.
A adega da Herdade das Servas é, seguramente, o local mais
fresco de todo o complexo. Contrasta com a canícula da tarde
do último dia de primavera, às portas de Estremoz. Luís Mira,
rotinado, apresenta-a como se estivesse a conduzir um grupo
de turistas, explicando a função de cada um daqueles depósitos
metalizados e as etapas do processo de produção. Mais do que
uma marca de vinhos, a Herdade das Servas assume-se como
um espaço de culto desta bebida, concretizado na sua vertente
de enoturismo – loja, restaurante e visita guiada ao complexo,
com a adega em destaque.
O nascimento da chancela vinícola Herdade das Servas, em
1998, constituiu um ato de irreverência. Potenciando o conhe-
cimento adquirido no universo do vinho e as suas diferentes
formações académicas (Gestão e Agronomia), os irmãos Luís
e Carlos Mira decidiram lançar-se no negócio. Nada de ex-
traordinário, não fosse essa marca concorrer diretamente com
a do pai e do tio, fiel depositária de uma tradição familiar de
pelo menos quatro gerações (ver caixa), que inclusivamente ti-
nha unificado dois ramos genealógicos – os Serrano, da parte
da mãe, e os Mira, da parte do pai. “Não me identificava, na
globalidade, com a empresa do meu pai, concretamente com
a visão do negócio para o futuro”, refere Luís Mira, um dos
dois administradores da Herdade das Servas. Apesar do choque
da notícia, os irmãos Mira contaram com o apoio da família.
V
Luís Mira,
um dos administradores
da Herdade das Servas
11
JULHO 2015
Empresas
Caixa
Gestor Caixa
Empresas
protagoniza oferta
setorial
Uma oferta setorial completa
e integrada – com foco nas
reais necessidades de cada
negócio e com base na experiência de
uma equipa preparada de gestores – é o
grande argumento para a mais recente
campanha de comunicação dirigida aos
empresários nacionais. As soluções
e serviços Caixa Empresas para os
setores Primário, Turismo, Comércio e
Serviços, Internacionalização e Indústria
compõem o pacote de soluções setoriais
– onde a experiência e especialização
em cada atividade constituem a grande
mais-valia da equipa de gestores Caixa
Empresas. Saiba por que motivo aqui.
“O meu pai arrendou-me vinhas, o meu avô alugou-me terra
para eu poder implantar a adega. Não despendi dinheiro para
isso. Houve um grande desprendimento deles em ajudar-me,
apesar de ser concorrente. Eles também acreditaram no proje-
to”, recorda Luís Mira.
Três gamas da mesma cultura
Em 2005, o pai vendeu a participação social na empresa. Seis
anos depois da primeira colheita, a Herdade das Servas ficava
como a herdeira material e simbólica da maioria do patrimó-
nio vinícola da família. Desde logo, a área de videira passava
dos 75 para os 200 hectares.
A Herdade das Servas apresenta hoje três marcas de vinho
– tinto, branco e rosé –, que correspondem a outros tantos
patamares de qualidade e preço (varia entre três e 25 euros).
Começou por produzir o Monte das Servas em 2000; mais
tarde, em 2003, criou aquele que é o seu vinho topo de gama
– o Herdade das Servas –; e finalmente, lançou o Vinha das
Servas em 2004, que é a sua marca com o custo mais baixo
para o consumidor. E o que caracteriza os vinhos da Herdade
das Servas? Luís Mira fala de vinhos “com corpo e alma” e
ilustra: “Com os olhos vendados, perceber que se está a beber
um vinho alentejano. É esse o objetivo.”
A empresa está incluída numa sub-região vitivinícola (De-
nominação de Origem Controlada de Borba) bastante concor-
rida – só no concelho de Estremoz há 18 produtores. Essa
realidade não assusta os administradores. O rigor em todo o
processo de produção, desde a plantação ao engarrafamento,
e a abertura à inovação e ao conhecimento são os elementos-
-chave para que a Herdade das Servas e as suas marcas se
imponham no mercado.
O enoturismo também é um fator de diferenciação, seja
pelas visitas de 15 a 20 minutos à herdade, nas quais é expli-
cado o passo-a-passo que leva a uva da vinha à garrafa; seja
pela loja, onde a história familiar contextualiza os artigos para
venda; seja ainda pelo restaurante, que se distingue pelas suas
abóbadas e pé-direito.
“Isto é uma empresa que nasceu virada para o exterior.
O enoturismo surge porque nós queremos que as pessoas in-
terajam connosco, nos visitem, nos dêem inputs, porque esses
inputs são fundamentais para a nossa existência”, explica o
fundador da Herdade das Servas. De 2013 para 2014, o nú-
mero de visitantes do espaço cresceu cerca de 1000 por cento,
distribuído por turistas portugueses e estrangeiros.
A aquisição de conhecimento – quer pela via teórica, quer
pela via empírica – é um elemento fundamental para o ne-
gócio dos irmãos Mira. Luís diz que “volta e meia faz uma
pós-graduação” e já visitou “mais de 500 adegas” em todo o
mundo.
A CGD associou-se à Herdade das Servas em 2015, na
última das três fases de expansão. “Aquilo em que as institui-
ções financeiras podem alavancar os projetos é no acreditar ou
não acreditar neles. Eu não escolho instituições financeiras,
mas sim parceiros”, refere Luís Mira, que dá como exemplo
principal desta parceria os aconselhamentos, o diálogo fre-
quente com a Caixa.
Séculos de vinho
A família Serrano Mira transporta
consigo uma longa tradição vinícola.
A prova mais arcaica está na loja-museu
da Herdade das Servas, na talha de
barro, com a inscrição do ano 1667,
que era um dos recipientes usados pela
família Serrano para guardar o néctar
carmim. Mais tarde, o bisavô materno de
Luís e Carlos Mira fundou e foi o primeiro
presidente de uma adega cooperativa.
Nas duas gerações seguintes, agora na
linhagem paterna, novo pioneirismo na
região. O avô iniciou o negócio do vinho
engarrafado (em nome individual) e o pai
criou das primeiras empresas do setor.
Nos cinco continentes. As marcas da Herdade das Servas
vendem-se em 24 destinos, dispersos pelos cinco continentes,
sendo os vinhos topo de gama os mais procurados. A vertente
de exportação representa 15% a 20% do volume total de
negócios (3,5 milhões de euros em 2014). Alemanha, Estados
Unidos, Canadá, Brasil e Macau são os principais mercados.
Veja on-line o vídeo
da Herdade das Servas.
Fotos:PedroElias
12 Empresas
Caixa
JULHO 2015
Debater um Mar
de oportunidades
ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA
3 pontos
a destacar
A Economia do Mar já
possui enquadramento
legislativo (Lei de
Bases da Política
de Ordenamento e
de Gestão do Espaço
Marítimo Nacional).
A redução da carga
fiscal, em especial
para as empresas
em início de atividade,
e a diminuição
da burocracia são
medidas prioritárias
para atrair
investimento
ao setor.
Portugal deve
competir pela
qualidade e não pela
quantidade, sendo o
know-how nacional
nesta área uma
valência distintiva.
1
2
3
BLUE BUSINESS FORUM
Geolocalização privilegiada, recursos humanos
qualificados e quadro legislativo adequado.
Estão reunidas as condições ideais para fazer florescer
a Economia do Mar.
Fotos:SaraMatos
13
JULHO 2015
Empresas
Caixa
“
“
Portugal tem todas as condições para ser uma Silicon Valley
dos recursos marítimos.” O desafio de Filipe Ravara, diretor do
Gabinete de Agronegócio da CGD, reflete a importância que o
mar assume para a generalidade dos presentes na conferência
Como Fazer Negócio no Mar, integrada no Blue Business Fo-
rum. Além de destacar a relevância central desta fileira no posi-
cionamento estratégico do banco, aquele responsável enalteceu
a “mudança geracional” nas empresas da Economia do Mar, e
sublinhou a capacidade de produção já atingida – “60 kg per ca-
pita”. Um retrato a que a Caixa se mantém atenta com o cuidado
dedicado a cada projeto de negócio – “vamos sempre visitar o
projeto e fazemos todas as perguntas para percebê-lo”, concluiu
Filipe Ravara.
O extraordinário campo de desenvolvimento empresarial do
oceano para Portugal foi, justamente, o tema forte desta confe-
rência, que a 5 de junho juntou alguns dos maiores especialistas
em Economia do Mar e os principais responsáveis políticos do
setor. O Blue Business Forum constituiu um dos três ramos da
Blue Week, um conjunto de eventos de alcance internacional
(ver caixa na página seguinte).
A conferência Como Fazer Negócio no Mar foi dividida em
duas mesas-redondas, ambas moderadas pelo jornalista Mário
Crespo. A primeira foi dedicada ao tema “O Empreendedorismo
no Mar”; a segunda foi dirigida pela pergunta “Num Mar de
Oportunidades, Como Fazer Negócio?”.
Ambas convidaram ao debate sobre os obstáculos, os cons-
trangimentos e as ações prioritárias para os ultrapassar, assim
como sobre as razões para escolher Portugal como destino
prioritário de investimento no setor marítimo. A questão da le-
gislação (existente ou não; suficiente ou não) dividiu opiniões.
Margarida Couto, sócia da Vieira de Almeida & Associados,
sublinhou que um “poderoso obstáculo” foi recentemente re-
movido, a ausência de legislação específica sobre a atividade
marítima. A advogada referia-se à existência – desde Abril de
2014 – da Lei de Bases da Política de Ordenamento e Gestão
do Espaço Marítimo Nacional. Ainda assim, e segundo Rui Pe-
Manuel Pinto
de Abreu,
secretário de
Estado do Mar
Portugal tem todas
as condições para ser
uma Silicon Valley dos
recursos marítimos.
Filipe Ravara, diretor do
Gabinete de Agronegócio da
CGD
Mesa redonda. Miguel Marques
(PriceWaterhouseCoopers), Filipe
Ravara (CGD), Manuel Santos Vítor
(PLMJ), Pedro Ortigão Correia
(AICEP) e Mário Crespo, que
moderou o debate.
Assunção Cristas,
ministra da Agricultura e do Mar
14 Empresas
Caixa
JULHO 2015
ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA
Blue Week
Portugal: capital
mundial do mar
Organizada pelo Ministério da Agricultura
e do Mar, em colaboração com o Fórum
Empresarial da Economia do Mar e a Oceano
XXI – Associação para o Conhecimento
e Economia do Mar, a Blue Week decorreu
entre 3 e 7 de junho, em Cascais e Lisboa,
e contou com o apoio da Caixa Geral
de Depósitos.
Os três eixos desta semana temática sobre
a Economia do Mar foram o World Ocean
Summit (organizado pelo The Economist,
reunindo alguns dos mais importantes
stakeholders da área para discussão
e reflexão); a reunião interministerial
(com vários ministros europeus com
tutela do mar); e o Blue Business Forum
(também de carácter internacional,
organizado pela Fundação AIP, para apoio
ao empreendedorismo e negócios no setor
– quer através de conferências, quer
de exposições ou encontros bilaterais).
reira, diretor-executivo da ALGAplus, a “falta de regulamen-
tação adequada” coloca dificuldades à atividade da sua empre-
sa, que se dedica à investigação e produção de macroalgas e
produtos derivados.
Já a carga fiscal congregou consenso. João Correia, diretor-
-geral da Flying Sharks, empresa de captura de animais mari-
nhos vivos e respetivo transporte para aquários públicos de todo
o mundo, apelou a uma menor carga fiscal, já que a atual “esma-
ga as micro e pequenas empresas”. Tiago Aires, diretor-técnico
do Grupo Soja Portugal (que se dedica à preparação de produtos
derivados de soja), reclamou “para os portugueses as mesmas
regras que são aplicadas aos produtores europeus”. Margarida
Couto deixou mesmo uma advertência: “O legislador ainda não
olha para o empreendedorismo com um olhar empreendedor,
mas sim timorato.” E esboçou uma solução possível para o pro-
blema – “fiscalidade específica, menos pesada, para as empresas
que estão a começar”.
Como diferenciar-se pela qualidade?
O secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, iniciou
a segunda parte da conferência sublinhando as “novas valências
do mar” e referiu que, apesar de ainda não haver grande negó-
cio nas áreas não tradicionais do oceano, a Conta Satélite do
Mar (projeto conjunto do Instituto Nacional de Estatística e da
Direção Geral da Política do Mar) revela já uma evolução posi-
tiva. Manuel Pinto de Abreu enalteceu a importância das pescas
– “setor tradicional fundamental” para o País – e a qualidade
dos nossos portos. Elegeu ainda dois agentes fundamentais de
desenvolvimento, o direito marítimo, “para garantir um quadro
de segurança e estabilidade que atraia futuros investimentos”,
e os empreendedores e empresários que saibam do mar. Para
estes últimos deixou a mensagem de que “é necessário haver
algum deslumbramento”.
No segundo painel, centrado no que Portugal pode apresen-
tar como vantagens competitivas relativamente a outros países,
Pedro Ortigão Correia, membro do Conselho de Administração
da AICEP, invocou cinco razões: história, territórios, empresas,
novas indústrias e o conjunto de apoios que foram sendo cria-
dos. O dirigente da AICEP defendeu ainda que países como Por-
tugal não podem competir pelo volume ou pelo preço, mas sim
“pela qualidade do que produzem”.
Manuel Santos Vítor, líder da equipa de Corporate, Energia
e Recursos Naturais da sociedade de advogados PLMJ, referiu
o know-how nacional como fator distintivo nesta área, enquanto
Filipe Ravara, da CGD, sublinhou as potencialidades que o Por-
to de Sines apresenta em termos competitivos: “Podemos criar
um Alqueva do mar.”
O aproveitamento da ligação intrínseca da população ao mar
é o grande trunfo português, na opinião de Miguel Marques,
da PriceWaterhouseCoopers. O responsável pela área de Econo-
mia do Mar desta consultora considerou mesmo que, proporcio-
nalmente, “Portugal é o país que mais tem investido nas áreas
de novos usos do mar”.
“Sector marítimo vai explodir em Portugal”
A sessão de encerramento coube ao presidente do Fórum Em-
presarial da Economia do Mar, Bruno Bobone, e à ministra da
Agricultura e do Mar, Assunção Cristas.
Bruno Bobone enfatizou “o enorme potencial do mar para a
economia portuguesa” e referiu, a propósito do alargamento da
nossa plataforma continental, que “agora é proibido dizer que
Portugal é pequeno”.
Fazendo um balanço da semana de atividades ligadas à Eco-
nomia do Mar, Assunção Cristas afirmou que concretizar o Blue
Business Forum (e a própria Blue Week) foi “muito arriscado”,
devido à diversidade que comportava, mas que “valeu a pena”.
A ministra da Agricultura e do Mar garantiu mesmo que esta
é uma iniciativa para repetir todos os anos e que o objetivo é
assumir-se também “como uma grande feira de negócios”.
Assunção Cristas afiançou que o setor marítimo é uma área
que “vai explodir” em Portugal, pelo contexto que está a ser
constituído em termos de enquadramento legislativo (Lei de
Bases), de financiamento (PROMAR e Mar 2020) e de inves-
timento do Estado.
Bruno Bobone,
presidente do Fórum Empresarial
da Economia do Mar
Painel debruçou-se sobre a
regulamentação no setor do mar.
Margarida Couto (Vieira de Almeida
& Associados), Rui Pereira (ALGAplus),
Tiago Aires (Grupo Soja Portugal)
e João Correia (Flying Sharks).
SALDO POSITIVO
PDR 2020:
Conheça
os apoios para
os agricultores
São 4,2 mil milhões de euros que o Programa
de Desenvolvimento Rural (PDR) tem disponíveis
para a dinamização de projetos com potencial
no setor agro-florestal.
O PDR 2020 é o novo programa opera-
cional de apoio específico aos agricul-
tores portugueses, no âmbito do quadro
de apoios comunitários Portugal 2020.
No total, este programa tem uma dota-
ção de 4,2 mil milhões de euros. Conhe-
ça com mais detalhe as linhas mestras
deste programa.
Quais os objetivos
do PDR 2020?
O Programa de Desenvolvimento Rural
tem como principal meta “o crescimen-
to sustentável do setor agro-florestal em
todo o território nacional” e assenta nos
seguintes objetivos estratégicos: cresci-
mento do setor agroflorestal e rentabili-
dade económica da agricultura; promo-
ção de uma gestão eficiente e proteção
dos recursos; criação de condições para
a dinamização económica e social do
espaço rural.
As candidaturas podem ser apre-
sentadas através do Balcão 2020 (em
balcao.portugal2020.pt), mas também
submetidas através do portal do PDR
2020 (www.pdr-2020.pt).
Que áreas serão apoiadas
pelo novo Plano
de Desenvolvimento Rural?
Para a concretização dos principais ob-
jetivos do PDR 2020, destacam-se as
seguintes áreas de apoio:
1Modernização e desenvolvimento
do setor agroflorestal. Investimento
nas explorações, na transformação, na
comercialização e nas infraestruturas
coletivas, com apoios superiores a 1600
milhões de euros para modernizar e re-
estruturar cerca de 8 000 explorações
agrícolas.
2Apoios à inovação e à transferência
de conhecimento. Apoio no valor de
cerca de 100 milhões de euros que en-
volve aproximadamente 80 projetos de
cooperação e a aquisição de conheci-
mentos no âmbito setorial, envolvendo
cerca de 20000 formandos.
3Melhoria da organização da produ-
ção. Este apoio disponibiliza um valor
superior a 100 milhões de euros para 30
novos agrupamentos ou criação de or-
ganizações de produtores.
4Rejuvenescimento do setor. Com
apoios específicos superiores a 200 mi-
lhões de euros, esta área visa contribuir
para a primeira instalação de cerca de
5000 jovens.
5Eficiência na utilização de recursos
(água, solo, energia). Engloba a con-
servação da floresta e a manutenção da
atividade agrícola em zonas desfavore-
cidas, com um valor global superior a
1900 milhões de euros.
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CGD apoia setor primário com especialização e marca Portugal

  • 1. Empresas Caixa ENTREVISTA A FILIPE RAVARA: Diretor do Gabinete de Agronegócio da CGD exalta potencial do setor primário À LUPA: Gião Oliva, Herdade das Servas e Vale da Rosa BLUE WEEK: De olhos postos na Economia do Mar SETOR PRIMÁRIO Empreendedores regressam às origens JULHO 2015 EstarevistafazparteintegrantedoDiárioEconómicon.º6227de31dejulhode2015.Foto:© JimCraigmyle/Corbis/VMI
  • 2.
  • 3. Pág. 4 e 5 ABERTURA ENTREVISTA A FILIPE RAVARA, DIRETOR DO GABINETE DE AGRONEGÓCIO DA CGD Pág. 6 e 7 À LUPA VALE DA ROSA: AS PEDRAS QUE DERAM UVAS Pág. 08 e 09 À LUPA GIÃO OLIVA: DO SEQUEIRO SE FEZ AZEITE Pág. 10 e 11 À LUPA HERDADE DAS SERVAS: O ALENTEJO SOB A FORMA DE VINHO Pág. 12 a 14 EVENTOS BLUE BUSINESS FORUM: DEBATER UM MAR DE OPORTUNIDADES Pág. 15 SALDO POSITIVO PDR 2020: CONHEÇA OS APOIOS PARA OS AGRICULTORES As emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção desta publicação foram compensadas no âmbito da estratégia da CGD para as alterações climáticas. Ago. 21 a 30 . Lagoa FATACIL – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria FATASUL Parque Municipal de Feiras e Exposições de Lagoa www.fatacil.com.pt Contactos: 282 353 453; fatasul@mail.telepac.pt Set. 23 e 24. Matosinhos Empack 2015 / Logistics 2015 Easyfairs / Exponor www.easyfairs.com Contacto: marina.uceda@easyfairs.com 30 . Lisboa Workshop: Marca Pessoal para o Sucesso Profissional Culturgest www.womenwinwin.com Contactos: 213 225 490; geral@womenwinwin.com Out. 9 a 12. Batalha TECNIPÃO – Salão Profissional de Máquinas, Equipamentos e Matérias-primas para Panificação, Pastelaria e Confeitaria Exposalão www.exposalao.pt Contactos: 244 769 480; pauloamaral@exposalao.pt 23 a 25 . Sernancelhe Festa da Castanha Exposalão de Sernancelhe www.cm-sernancelhe.pt Contactos: 254 594 140; geral@cm-sernancelhe.pt Nov. 21 a 23 . Lisboa Portugal Agro – Feira Internacional das Regiões, da Agricultura e do Agro-alimentar FIL – Feira Internacional de Lisboa Parque das Nações portugalagro.fil.pt Contactos: 218 921 541; paulo.rodrigues@aip.pt índice ALDEIA GLOBAL 06 08 10 Ago. até 29 . Porto Jef Cornelis: Obras para Televisão (1964-1997) www.culturgest.pt Contactos: 222 098 116; susana.sameiro@cgd.pt Set. até 13 . Lisboa Honey, I rearranged the collection... by artist – Cartazes da Coleção Lempert www.culturgest.pt Contactos: 217 905 155; culturgest.bilheteira@cgd.pt 24 e 25 . Lisboa Camané – Infinito Presente www.culturgest.pt Contactos: 217 905 155; culturgest.bilheteira@cgd.pt JoãoPauloDias/ArquivoEconómico
  • 4. 4 Empresas Caixa JULHO 2015 4 Caixa JULHO 2015 ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA DIRETOR DO GABINETE DE AGRONEGÓCIO DA CGD FR FILIPE RAVARA ENTREVISTA CCaixa “Apoiamos os bons projetos – com o desenvolvimento de competências setoriais”
  • 5. 5 JULHO 2015 Empresas Caixa Filipe Ravara, diretor do Gabinete de Agronegócio da CGD, defende de modo assertivo esta fileira em cres- cimento e de grande potencialidade para a Economia nacional. Há que rentabilizar a boa influência atlântica do País – com especialização, rigor técnico e marca. Quais as grandes linhas de força da CGD para o Agronegócio? Somos uma entidade de confiança para este setor. Entrosamo-nos diretamente com os principais agen- tes, empresários, associações, organismos do Estado, numa lógica de proximidade e alto reconhecimento. O objetivo é apoiar – entendendo em profundidade – os bons projetos. Como o conseguem? Com a capilaridade da nossa rede comercial, junto dos empresários e das boas oportunidades. Temos equipas técnicas especializadas. Este entendimento minimiza o risco associado a cada projeto, com impacto funda- mental na taxa de sucesso dos projetos face a outros bancos, até mais agressivos. Articulamo-nos com as associações – fundamentais na profissionalização e comercialização. Potenciamos o crescimento das diferentes fileiras – desde a Agricultura, Pecuária, Florestas, Pescas e Aquacultura. Acompanhamos toda a indústria transformadora, projetos de lagares, adegas, matadouros, etc. O nosso papel é financiar, promover o desenvolvimento de soluções financeiras à medida dos projetos e seus contextos. Qual o papel do Gabinete de Agronegó- cio? Além do apoio à rede comercial – com uma equipa robusta e especialista no Agronegócio –, analisamos cada projeto, vamos ao terreno, recolhemos informação e mitigamos o risco. Somos muito solicitados para fóruns, mesas redondas, círculos profissionais, grupos de trabalho, pelo Ministério da Agricultura. A nossa credibilidade está a consolidar-se bem. Como é que Portugal se pode afirmar no Setor Primário? Portugal é um país grande em miniatura. Há diversidade geográfica, vários sistemas de agricultura e vantagens agroclimáticas únicas, como a influência atlântica e as horas de exposição solar. Produzimos diversidade e qualidade. Este deve ser o nosso pilar de afirmação no mundo, potenciado por empresas de distribuição e transformação integradas a montante para gerarem altos padrões produtivos e comerciais e para ganharem escala. Como já acontece na indústria do tomate. O que falta fazer? Diferenciamo-nos pela qualidade mas temos problemas de escala. Criar apetência do mercado para os nossos produtos implica ter possibilidade de lhe dar resposta. E há que trabalhar aqui. Trabalhar na marca Portugal com as suas especificidades – qualidade e preço – e concentrar a produção. Falta algum poder de fogo ao marketing, por exemplo, do vinho português. A lógica de venda baseia-se em sensações com muitos rótulos e é preciso transformar estes rótulos em marcas. Aqui é preciso fazer um esforço. Tudo isto deve partir de uma ótima organização da produção e os produtores nacionais têm resistência à associação. Como é que a CGD se posiciona face a este desafio? Temos uma noção muito clara da nossa posição e res- ponsabilidade. Mostramos oportunidades, promovemos contactos entre agentes. Temos inúmeros exemplos desta intermediação entre investidores e agentes de mercado, à procura de oportunidades, e os nossos clientes, que apoiamos com crédito, que procuram parceiros e escoar a produção. O marketing de produtos alimentares passa pela degustação, pela experiência. Defendemos muito a possibilidade de visitas, com base na hospitalidade nacional, no clima e na geografia. Muito além do apoio financeiro, apostamos na promoção das fileiras. Procuramos boas oportunidades e bons projetos. Apos- tamos fortemente na profissionalização de colaboradores nestas fileiras, em competências setoriais. Quais os setores de maior potencial? Existem várias frentes com interesse, a do vinho – onde temos conseguido uma afirmação muito forte –; frutas e hortícolas, onde antecipamos a produção relativamente à generalidade dos países, com ganhos de margem. Começam a aparecer muitas iniciativas de promoção, como aquelas levadas a cabo pela PortugalFoods ou pela Orivárzea, por exemplo. No caso do pescado, produzimos cerca de dez mil toneladas de peixe de aquacultura, atividade que representa cerca de 50% da produção mundial de peixe e em Portugal apenas 1,5%. Temos ótimas condições para a área e têm-nos aparecido muitos projetos. Fala-se muito na Economia do Mar e há uma intenção forte de apostar. A Caixa está muito atenta e funciona como um agente ativo no seu desenvolvimento. Como avalia o contexto atual face à Eco- nomia? Vivemos um momento interessante para todos estes setores, de retoma de equilíbrio estratégico. A Agri- cultura e a Agroindústria, integradas e com circuitos adequados de comercialização nacional e internacional, têm uma projeção económica crítica. Servem para fixar população e oportunidades económicas. Vejamos o exemplo de Beja, Ferreira do Alentejo – a zona central do perímetro do Alqueva, uma grande zona agrícola à escala europeia. Ou regiões já maduras no sul do País, Ribatejo e Oeste, com uma série de empresas rentáveis. Beja e Ferreira fervilham de atividade, com milhares de hectares de olival e outras culturas irrigadas. Temos 5% da quota mundial de azeite mas 20% da quota de nova procura. A qualidade do nosso produto é altamente reconhecida. E as pescas? Requerem toda a atenção. Aguardemos o Programa Mar 2020, que substituiu o Programa Promar, e as medidas para desenvolvimento das pescas e da aquacultura. Aqui falta um detalhe que já apareceu na agricultura que é o efeito Alqueva. Mas para a Economia do Mar. Faltam algumas iniciativas estruturantes como o reequipamento dos portos. Como conciliar Turismo e Agronegócio como duas faces da mesma moeda? Como os investidores internacionais, também os turistas se conquistam com experiências positivas – ganham-se pelo estômago. Os produtos alimentares e os vinhos são uma arma muito poderosa e os nossos produtos sabem melhor consumidos no sítio e no contexto certos. Já vamos tendo rotas históricas e gastronómicas para cada região. É um casamento perfeito. Temos muito por desenvolver mas também bons exemplos, em todo o país. Sendo mais fácil canalizar turistas para o litoral do que para o interior, nota-se muita movimentação turística para zonas do interior. E Portugal está preparado? Estamos no bom caminho. O nosso empresário agrí- cola não é um yuppie versado em grandes negócios internacionais, mas isso está a mudar. Há cerca de 16 universidades e escolas profissionais a formar novos técnicos em Ciências Agrárias. Os jovens recém-chega- dos já fizeram Erasmus; têm exposição internacional; fundam projetos com escala empresarial. Há ainda exemplos de empresários muito dinâmicos, capazes de marcar a diferença. Empresários de referência que se congregam em associações. Temos ainda um quadro comunitário mais adequado, que valoriza a diversidade dos nossos sistemas produtivos e a consistência dos projetos. A entrada desta nova geração traz energia e melhor gestão à nossa Agricultura. Que conselhos releva para esta nova ge- ração? O gestor agrícola deve saber gerir a produção e dominar as áreas financeiras, comercial e de market- ing. Ter visão empresarial é o seu ponto de partida. A agricultura é uma atividade difícil e exigente, longe da tradicional visão romântica. É muito importante ouvir e saber ouvir, integrar-se nas associações e obter os dados necessários para gerir melhor e antecipar as contingências. Dar toda a atenção à comercialização. Mas antes disto tudo, apostar sempre numa formação sólida ou, se não a tiver, apoiar-se em técnicos capazes. PedroAperta
  • 6. 6 Empresas Caixa JULHO 2015 SS ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA O que para muitos era uma loucura é hoje um projeto concretizado. De um terreno quase baldio a um campo de cultivo de uvas de mesa e outros produtos hortofrutícolas. AS PEDRAS QUE DERAM UVAS e a dificuldade aguça mesmo o engenho, Henrique Silvestre teve nas pedras o “adubo” para o seu negócio agrícola. Fi- lho do proprietário de uma prestigiada herdade de Ferreira do Alentejo (Vale da Rosa), recebeu em 2011, aos 22 anos, a Herdade do Vale Bom. Tratava-se de uma pequena parcela de terreno, com 75 hectares, contígua à propriedade paterna. Ao desejo de ser agricultor, de ter a sua própria plantação, o pai de Henrique respondeu-lhe com uma oferta, mas também com um desafio: tornar viável, do ponto de vista de cultivo, um terreno irregular, repleto de pedregulhos, que serviam apenas para a pastagem de gado. O objetivo inicial era cultivar seis hectares de vinha, um pro- pósito que parecia irrealizável às pessoas que conheciam a her- dade. Depois de contactadas várias empresas de remoção de pe- dras da região – que declinaram o serviço, alegando a impossi- bilidade da empreitada –, Henrique Silvestre conseguiu conven- cer uma a pôr “mãos à obra”, ainda que com a advertência de que jamais seria possível remover a totalidade dos escolhos. Vá- rios meses após o início dos trabalhos, a pedreira dava mesmo lugar a um campo passível de cultivo. Já se tinha entrado no inverno e 2011 deu lugar a 2012. O investimento avultado nestas obras e o longo tempo de ma- turação da videira (cujo arranque estava ainda dependente da aprovação do PRODER) levaram Henrique Silvestre a plantar também outras espécies. “Quando o primeiro hectare ficou lim- po de pedregulhos, cultivámos o nosso mini-pomar, com árvo- res de diversos frutos. Tinha de conseguir uma cultura, de plan- tar algo imediato que me permitisse cobrir o investimento feito nestas obras”, afirma Henrique Silvestre. A propriedade agrícola nascia, assim, na sua plenitude. Ao mini-pomar suceder-se-iam 50 hectares de melão, melancia, abóbora, pimentos, brócolos e girassol. Na prática, apenas os Henrique Silvestre recebeu em 2013 o Prémio Jovem Agricultor Português pelo seu projeto. Vale da Rosa DR
  • 7. 7 JULHO 2015 Empresas Caixa TPA Netcaixa: cartões emitidos fora da zona Euro Os TPA do serviço Netcaixa da CGD já garantem a funcionalidade Dynamic Currency Conversion (DCC). A ideia é assegurar que os pagamentos com cartões emitidos fora da Zona Euro tenham conversão imediata para a moeda de origem. Um benefício bastante útil para os setores do Comércio e Turismo – nomeadamente hotéis, rent-a-car, agências de viagem –, que se deparam com uma comunidade de clientes mais diversificada, de países fora da Zona Euro. Além de proporcionar maior comodidade e confiança a estes clientes, utilizadores pontuais da moeda europeia, dá-lhes a possibilidade de controlo do câmbio, sem a tradicional cobrança à posteriori de comissões pelo banco emissor. Mediante uma taxa de adesão de 25 euros, esta funcionalidade tem associada uma remuneração de 0,60%, calculada por cada compra feita em loja via DCC. Um valor a creditar mensalmente na conta à ordem associada ao TPA. O serviço Netcaixa integra um conjunto de soluções de pagamento – em loja (com TPA físico) ou on-line (com TPA virtual) –, para Multibanco, Visa e Mastercard, que aposta na diferenciação. Com adesão gratuita, a sua Tarifa de Serviço de Cliente (TSC) comporta a possibilidade de devolução de parte do valor, conforme os pagamentos com cartão da Caixa. Até 30 de setembro, as novas adesões ao serviço Netcaixa habilitam-se a prémios. Saiba mais em netcaixa.pt Veja on-line o vídeo da Vale da Rosa. A origem: Vale da Rosa Henrique pertence à 4.ª geração da família Silvestre Ferreira que se dedica à uva de mesa. Hoje tem na Herdade do Vale da Rosa – a 3 km de Ferreira do Alentejo e 20 de Beja – o seu quartel- -general. A marca com o mesmo nome orgulha-se de ser o maior produtor nacional de uva de mesa, com uma área de produção de cerca de 250 hectares, 12 variedades (muitas delas sem grainha) e mercados em quatro continentes (América, Europa, Ásia e África). António Silvestre Ferreira (pai de Henrique) é o seu timoneiro. seis hectares reservados à vinha não estavam ocupados por gé- neros hortofrutícolas. Jovem agricultor vence desafio Entretanto, ainda em 2012, mas em fase mais adiantada do ano, a candidatura ao PRODER foi aprovada, arrancando aquele que é o ex-libris do projeto agrícola de Henrique Silvestre, a vinha para cultivo de uva de mesa (sem graínha). “Estou absoluta- mente convencido de que se não fosse este programa de apoio, muitos dos projetos existentes não tinham sido concretizados. Em algumas culturas, o investimento é muito grande e o retorno só se verifica no médio e longo prazo, como é o caso da produ- ção de uvas de mesa”, refere o agricultor-empresário. Os bons resultados conseguidos nas culturas de Henrique Silvestre não passaram despercebidos, e por isso foi eleito o melhor Jovem Agricultor Português de 2013, tendo o seu projeto representado Portugal no concurso homólogo à escala europeia. As uvas de mesa são apresentadas ao público com a chan- cela Vale da Rosa e o empresário explica porquê: “Beneficiei muito com a rede de contactos da Vale da Rosa. Por isso mes- mo, as uvas que produzo são exclusivamente comercializadas sob essa marca. O meu pai, pessoa que muito admiro, tem sido o meu grande inspirador. Agradeço-lhe o facto de herdar dele o amor que tenho pelas uvas.” O principal mercado destes produtos criados em Ferreira do Alentejo é o nacional, com 65 por cento do volume de negócios. O principal destino internacional é Inglaterra, seguindo-se Es- panha, Angola, Noruega, França, Polónia, Suíça, Luxemburgo, Holanda, Alemanha e China. Os projetos para o futuro passam pelo alargamento da área de vinha, para cultivo da uva de mesa, o tradicional negócio da família Silvestre. Este ano, as culturas seguidas no restante terreno têm sido de sequeiro (cevada, trigo e girassol). Porém, não há interdições quanto a novos hortofrutícolas, uma vez que “o Alqueva permite sonhar e sonhar muito”. A inovação, essa, parece inseparável da Herdade do Vale Bom, como comprova Henrique Silvestre: “É essencial para a Agricultura. Temos que estar mais próximos dos centros de in- vestigação das universidades. O investimento que fazemos em tecnologia é sempre barato, pois permite-nos estar sempre na vanguarda da inovação. Por exemplo, a estrutura que hoje tenho na minha vinha permite que os plásticos sejam reciclados e assim amigos do ambiente.” A relação com a Caixa foi – e é – essencial. “A CGD foi a entidade bancária que viabilizou o meu negócio, permitindo que concretizasse aquilo que muitos diziam ser apenas a lou- cura passageira de um jovem. Hoje é um parceiro”, refere o empresário alentejano. DR DR
  • 8. 8 Empresas Caixa JULHO 2015 ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA GIÃO OLIVA DO SEQUEIRO SE FEZ AZEITE A família Fialho Marques substituiu a cultura de sequeiro e apostou no profundo conhecimento técnico sobre o olival. O sucesso da mudança já os levou a multiplicar a área de cultivo e a entrar nas amendoeiras. m campo sem fim de oliveiras neófitas, com pouco mais de um metro de altura e cada uma delas envolta num plástico branco protetor, é o palco da atenção meticulosa de Joaquim, Pedro e Marta. Não é para menos. Aquelas são as suas terras, em ple- no Baixo Alentejo (Ferreira do Alentejo), com uma cultura nova que, simultaneamente, constitui o testemunho do crescimento do negócio familiar. Depois de certificar-se que as cercas de metal não foram mexidas pelo vento e continuam à distância adequa- da das árvores que hão-de dar azeitona, Pedro Marques lembra, orgulhoso, que aquela plantação já é um “novo filho” da Gião Oliva. O embrião de todo o projeto foi lançado na primavera de 2009, fruto da iniciativa e persistência de Pedro Marques, até porque o negócio envolve duas gerações da família Fialho Marques. Pedro, o filho mais velho e licenciado em Engenha- ria Agrónoma, começou a trabalhar em 2005, logo na área do azeite, e a pensar alargar os seus horizontes, conforme descreve: “A partir de 2007 comecei uma nova etapa, na qual apresenta- va o meu aconselhamento técnico em inúmeras propriedades. Fui aprendendo e pensei que poderia conciliar o dia-a-dia nesta empresa com a criação do meu próprio negócio.” A propriedade do pai, Joaquim Fialho Marques, seria o ter- reno natural para esse arranque em solo próprio. Com um fator aliciante, estar já a ser irrigada pelo Alqueva. Mas a existência de água representava também um estímulo à mudança radical, o que acabou por se constituir o obstáculo mais difícil de ul- trapassar. “Demorei mais de um ano a convencer o meu pai a investir, trocando o regime intensivo de sequeiro (de cereais e pecuária) pelo olival intensivo de regadio”, recorda aquele dono e diretor financeiro da Gião Oliva. O “não” taxativo da primeira e seguintes conversas deu então lugar a um “sim”, que contou com uma ajuda preciosa, o apoio do PRODER na primeira plantação, que cobriu “uma UU A família na origem da Gião Oliva: Pedro, Marta e Joaquim Fialho Marques. Fotos:PedroElias
  • 9. 9 JULHO 2015 Empresas Caixa Gião nos frutos secos A cultura da amêndoa já é a segunda aposta agrícola do Grupo Gião Oliva. Lançada este ano, ainda é praticada em valores residuais, mas estima-se que as amendoeiras ocupem ¼ dos campos da Gião Oliva em 2016. “Trata-se de uma cultura que se concilia bem com o olival pois são semelhantes, apresentam épocas de colheita distintas, têm uma manutenção e gestão idênticas e ambas utilizam o mesmo parque de máquinas”, explica Pedro Marques. O fundador e diretor financeiro da empresa realça a preparação que rodeou esta aposta: “Levámos dois anos a efetuar um estudo prévio, com inúmeras viagens à Califórnia, Norte de Espanha e Chile, de forma a podermos realizar os nossos projetos.” fração bastante interessante” dos 60 hectares de olival inten- sivo. Dois anos mais tarde, em consequência do êxito do primei- ro investimento, surge o alargamento da área plantada (em 20 hectares). Mas é em 2012 que se dá o grande salto. Após um contrato de arrenda- mento a 25 anos, foi possível incluir mais 235 hectares de plantação de olival in- tensivo. É então que surge a Gião Oliva. A Pedro e a Joaquim juntava-se agora a irmã e filha Marta Fialho Marques, licen- ciada em Química – uma valência bastan- te útil para o negócio. Quanto ao nome da empresa, foi uma homenagem ao avô dos dois irmãos, cujo apelido Gião (para desgosto de Pedro) não passara para as gerações seguintes. De olhos postos no crescimento A Gião Oliva produz maioritariamente para mercados interna- cionais (70 por cento). Enquanto o trator atravessa um carreiro entre oliveiras, Pedro Marques explica que a exportação é mais uma contingência do que uma opção: “Grande parte do azeite vai para o mercado espanhol ou italiano, por uma questão estra- tégica de preço e valorização do azeite. Produzimos azeite em Portugal, no entanto, se o mercado nacional não nos paga o valor justo, recorremos a mercados externos.” Espanha (com 50 por cento do total de produção) e Itália (20 por cento) são assim os grandes destinos de um azeite que é vendido a granel a diversos tipos de compradores, sem marca própria. O que “não deixa de ser uma hipótese para o futuro”, conclui este responsável. O crescimento da Gião Oliva tem sido acelerado, com o seu pico a acontecer em 2014. Do primeiro exercício, em 2010, para 2014, o volume de negócios quintuplicou, de 130 para 650 mil euros. Neste período, o maior crescimento registou-se de 2013 para 2014 (86 por cento). A “boa gestão agronómica” é essencial para o sucesso da empresa. “A Gião Oliva vive de uma profunda atualização de conhecimentos no setor olivícola. Aperfeiçoamos a técni- ca, compramos máquinas o mais atualizadas possível e, essencialmente, tentamos levar a nossa olivicultura como um ‘jardim’”, resume Pedro Marques. Os próximos três anos vão ser determinantes para a nova dimensão que a família Fialho Mar- ques quer dar à Gião Oliva. Desde logo, pelo au- mento da área de cultivo. Este ano já houve um reforço de 200 hectares, estando previsto que, até 2016, o valor total disponível ronde os 860. Depois, pela expansão geográfica, com novas terras em outras áreas do Baixo Alentejo, e pelo crescimento societário asso- ciado à internacionalização corporativa, com a passagem a Gru- po Gião Oliva após a criação, já em 2015, de uma empresa em Espanha. E, finalmente, pelo investimento numa nova cultura – as amendoeiras –, que poderá abrir a porta ao cultivo de outros frutos secos. A projeção de Pedro Marques aponta para que, até 2017, o futuro Grupo Gião Oliva atinja os três milhões de euros de volume de negócios. Em toda esta caminhada, a Caixa tem tido “um papel pre- ponderante”. O diretor financeiro da Gião Oliva explica porquê: “Podemos afirmar que a Caixa Geral de Depósitos marca uma diferença muito importante em relação às outras entidades, isto é, além de se preocupar com o cliente em si, elabora, através de comerciais e técnicos, visitas extraordinárias às nossas ex- plorações. Dessa forma, a parceria do negócio não é apenas no papel, mas sim de um global de negócios. A estrutura da Caixa tem contato direto com a nossa empresa e conhece o nosso ne- gócio.” dá o a- s osto uintes. conhecim ca, com esse co p q m ref 2016 pela ex áreas do Ba Até 2016, a área disponível para cultivo de azeitona deverá ascender a 860 hectares. A mudança do cultivo de cereais para olival mostrou ser uma aposta com futuro. A Gião Oliva exporta 70% do que produz (para Espanha e Itália) e tem como meta de volume de negócios para 2017 os três milhões de euros. Na calha está a diversificação do negócio para o cultivo de frutos secos. Veja on-line o vídeo da Gião Oliva. Caixa apoia Portugal 2020 O Caixa 2020 é uma solução global de crédito para apoio complementar às empresas candidatas ao programa de fundos comunitários Portugal 2020. Empresas, empresários em nome individual (ENI) e entidades com contabilidade organizada podem contar com cobertura financeira integral do investimento das candidaturas aos fundos comunitários; apoio financeiro no curso da candidatura; aconselhamento pela equipa da Caixa ou seus parceiros. Destacam-se soluções de financiamento (montantes ajustados a cada projeto, com prazos até dez anos e carência de dois), incluindo o complementar às linhas de crédito governamentais protocoladas pela Caixa (PME Crescimento, Investe QREN, entre outras), para objetivos não enquadráveis, e a antecipação de incentivos incluídos em candidaturas ao abrigo do Portugal 2020. E ainda, garantias bancárias, declarações de aprovação de financiamento e declarações de intenção de financiamento. Saiba mais em cgd.pt/empresas
  • 10. 10 Empresas Caixa JULHO 2015 ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA HERDADEDASSERVAS O ALENTEJO SOB A FORMA DE VINHO A Herdade das Servas nasceu na concorrência. Dez anos depois, é o rosto de uma tradição familiar secular. O enoturismo é a aposta forte. inte e dois graus, o termómetro da cuba gigante em inox não deixa dúvidas sobre o seu interior. Lá dentro está vinho (tinto), ao contrário da maioria das cerca de três dezenas restantes, pois a época ainda não é de fermentação. A adega da Herdade das Servas é, seguramente, o local mais fresco de todo o complexo. Contrasta com a canícula da tarde do último dia de primavera, às portas de Estremoz. Luís Mira, rotinado, apresenta-a como se estivesse a conduzir um grupo de turistas, explicando a função de cada um daqueles depósitos metalizados e as etapas do processo de produção. Mais do que uma marca de vinhos, a Herdade das Servas assume-se como um espaço de culto desta bebida, concretizado na sua vertente de enoturismo – loja, restaurante e visita guiada ao complexo, com a adega em destaque. O nascimento da chancela vinícola Herdade das Servas, em 1998, constituiu um ato de irreverência. Potenciando o conhe- cimento adquirido no universo do vinho e as suas diferentes formações académicas (Gestão e Agronomia), os irmãos Luís e Carlos Mira decidiram lançar-se no negócio. Nada de ex- traordinário, não fosse essa marca concorrer diretamente com a do pai e do tio, fiel depositária de uma tradição familiar de pelo menos quatro gerações (ver caixa), que inclusivamente ti- nha unificado dois ramos genealógicos – os Serrano, da parte da mãe, e os Mira, da parte do pai. “Não me identificava, na globalidade, com a empresa do meu pai, concretamente com a visão do negócio para o futuro”, refere Luís Mira, um dos dois administradores da Herdade das Servas. Apesar do choque da notícia, os irmãos Mira contaram com o apoio da família. V Luís Mira, um dos administradores da Herdade das Servas
  • 11. 11 JULHO 2015 Empresas Caixa Gestor Caixa Empresas protagoniza oferta setorial Uma oferta setorial completa e integrada – com foco nas reais necessidades de cada negócio e com base na experiência de uma equipa preparada de gestores – é o grande argumento para a mais recente campanha de comunicação dirigida aos empresários nacionais. As soluções e serviços Caixa Empresas para os setores Primário, Turismo, Comércio e Serviços, Internacionalização e Indústria compõem o pacote de soluções setoriais – onde a experiência e especialização em cada atividade constituem a grande mais-valia da equipa de gestores Caixa Empresas. Saiba por que motivo aqui. “O meu pai arrendou-me vinhas, o meu avô alugou-me terra para eu poder implantar a adega. Não despendi dinheiro para isso. Houve um grande desprendimento deles em ajudar-me, apesar de ser concorrente. Eles também acreditaram no proje- to”, recorda Luís Mira. Três gamas da mesma cultura Em 2005, o pai vendeu a participação social na empresa. Seis anos depois da primeira colheita, a Herdade das Servas ficava como a herdeira material e simbólica da maioria do patrimó- nio vinícola da família. Desde logo, a área de videira passava dos 75 para os 200 hectares. A Herdade das Servas apresenta hoje três marcas de vinho – tinto, branco e rosé –, que correspondem a outros tantos patamares de qualidade e preço (varia entre três e 25 euros). Começou por produzir o Monte das Servas em 2000; mais tarde, em 2003, criou aquele que é o seu vinho topo de gama – o Herdade das Servas –; e finalmente, lançou o Vinha das Servas em 2004, que é a sua marca com o custo mais baixo para o consumidor. E o que caracteriza os vinhos da Herdade das Servas? Luís Mira fala de vinhos “com corpo e alma” e ilustra: “Com os olhos vendados, perceber que se está a beber um vinho alentejano. É esse o objetivo.” A empresa está incluída numa sub-região vitivinícola (De- nominação de Origem Controlada de Borba) bastante concor- rida – só no concelho de Estremoz há 18 produtores. Essa realidade não assusta os administradores. O rigor em todo o processo de produção, desde a plantação ao engarrafamento, e a abertura à inovação e ao conhecimento são os elementos- -chave para que a Herdade das Servas e as suas marcas se imponham no mercado. O enoturismo também é um fator de diferenciação, seja pelas visitas de 15 a 20 minutos à herdade, nas quais é expli- cado o passo-a-passo que leva a uva da vinha à garrafa; seja pela loja, onde a história familiar contextualiza os artigos para venda; seja ainda pelo restaurante, que se distingue pelas suas abóbadas e pé-direito. “Isto é uma empresa que nasceu virada para o exterior. O enoturismo surge porque nós queremos que as pessoas in- terajam connosco, nos visitem, nos dêem inputs, porque esses inputs são fundamentais para a nossa existência”, explica o fundador da Herdade das Servas. De 2013 para 2014, o nú- mero de visitantes do espaço cresceu cerca de 1000 por cento, distribuído por turistas portugueses e estrangeiros. A aquisição de conhecimento – quer pela via teórica, quer pela via empírica – é um elemento fundamental para o ne- gócio dos irmãos Mira. Luís diz que “volta e meia faz uma pós-graduação” e já visitou “mais de 500 adegas” em todo o mundo. A CGD associou-se à Herdade das Servas em 2015, na última das três fases de expansão. “Aquilo em que as institui- ções financeiras podem alavancar os projetos é no acreditar ou não acreditar neles. Eu não escolho instituições financeiras, mas sim parceiros”, refere Luís Mira, que dá como exemplo principal desta parceria os aconselhamentos, o diálogo fre- quente com a Caixa. Séculos de vinho A família Serrano Mira transporta consigo uma longa tradição vinícola. A prova mais arcaica está na loja-museu da Herdade das Servas, na talha de barro, com a inscrição do ano 1667, que era um dos recipientes usados pela família Serrano para guardar o néctar carmim. Mais tarde, o bisavô materno de Luís e Carlos Mira fundou e foi o primeiro presidente de uma adega cooperativa. Nas duas gerações seguintes, agora na linhagem paterna, novo pioneirismo na região. O avô iniciou o negócio do vinho engarrafado (em nome individual) e o pai criou das primeiras empresas do setor. Nos cinco continentes. As marcas da Herdade das Servas vendem-se em 24 destinos, dispersos pelos cinco continentes, sendo os vinhos topo de gama os mais procurados. A vertente de exportação representa 15% a 20% do volume total de negócios (3,5 milhões de euros em 2014). Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Brasil e Macau são os principais mercados. Veja on-line o vídeo da Herdade das Servas. Fotos:PedroElias
  • 12. 12 Empresas Caixa JULHO 2015 Debater um Mar de oportunidades ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA 3 pontos a destacar A Economia do Mar já possui enquadramento legislativo (Lei de Bases da Política de Ordenamento e de Gestão do Espaço Marítimo Nacional). A redução da carga fiscal, em especial para as empresas em início de atividade, e a diminuição da burocracia são medidas prioritárias para atrair investimento ao setor. Portugal deve competir pela qualidade e não pela quantidade, sendo o know-how nacional nesta área uma valência distintiva. 1 2 3 BLUE BUSINESS FORUM Geolocalização privilegiada, recursos humanos qualificados e quadro legislativo adequado. Estão reunidas as condições ideais para fazer florescer a Economia do Mar. Fotos:SaraMatos
  • 13. 13 JULHO 2015 Empresas Caixa “ “ Portugal tem todas as condições para ser uma Silicon Valley dos recursos marítimos.” O desafio de Filipe Ravara, diretor do Gabinete de Agronegócio da CGD, reflete a importância que o mar assume para a generalidade dos presentes na conferência Como Fazer Negócio no Mar, integrada no Blue Business Fo- rum. Além de destacar a relevância central desta fileira no posi- cionamento estratégico do banco, aquele responsável enalteceu a “mudança geracional” nas empresas da Economia do Mar, e sublinhou a capacidade de produção já atingida – “60 kg per ca- pita”. Um retrato a que a Caixa se mantém atenta com o cuidado dedicado a cada projeto de negócio – “vamos sempre visitar o projeto e fazemos todas as perguntas para percebê-lo”, concluiu Filipe Ravara. O extraordinário campo de desenvolvimento empresarial do oceano para Portugal foi, justamente, o tema forte desta confe- rência, que a 5 de junho juntou alguns dos maiores especialistas em Economia do Mar e os principais responsáveis políticos do setor. O Blue Business Forum constituiu um dos três ramos da Blue Week, um conjunto de eventos de alcance internacional (ver caixa na página seguinte). A conferência Como Fazer Negócio no Mar foi dividida em duas mesas-redondas, ambas moderadas pelo jornalista Mário Crespo. A primeira foi dedicada ao tema “O Empreendedorismo no Mar”; a segunda foi dirigida pela pergunta “Num Mar de Oportunidades, Como Fazer Negócio?”. Ambas convidaram ao debate sobre os obstáculos, os cons- trangimentos e as ações prioritárias para os ultrapassar, assim como sobre as razões para escolher Portugal como destino prioritário de investimento no setor marítimo. A questão da le- gislação (existente ou não; suficiente ou não) dividiu opiniões. Margarida Couto, sócia da Vieira de Almeida & Associados, sublinhou que um “poderoso obstáculo” foi recentemente re- movido, a ausência de legislação específica sobre a atividade marítima. A advogada referia-se à existência – desde Abril de 2014 – da Lei de Bases da Política de Ordenamento e Gestão do Espaço Marítimo Nacional. Ainda assim, e segundo Rui Pe- Manuel Pinto de Abreu, secretário de Estado do Mar Portugal tem todas as condições para ser uma Silicon Valley dos recursos marítimos. Filipe Ravara, diretor do Gabinete de Agronegócio da CGD Mesa redonda. Miguel Marques (PriceWaterhouseCoopers), Filipe Ravara (CGD), Manuel Santos Vítor (PLMJ), Pedro Ortigão Correia (AICEP) e Mário Crespo, que moderou o debate. Assunção Cristas, ministra da Agricultura e do Mar
  • 14. 14 Empresas Caixa JULHO 2015 ABERTURA EVENTOS SALDO POSITIVOÀ LUPA Blue Week Portugal: capital mundial do mar Organizada pelo Ministério da Agricultura e do Mar, em colaboração com o Fórum Empresarial da Economia do Mar e a Oceano XXI – Associação para o Conhecimento e Economia do Mar, a Blue Week decorreu entre 3 e 7 de junho, em Cascais e Lisboa, e contou com o apoio da Caixa Geral de Depósitos. Os três eixos desta semana temática sobre a Economia do Mar foram o World Ocean Summit (organizado pelo The Economist, reunindo alguns dos mais importantes stakeholders da área para discussão e reflexão); a reunião interministerial (com vários ministros europeus com tutela do mar); e o Blue Business Forum (também de carácter internacional, organizado pela Fundação AIP, para apoio ao empreendedorismo e negócios no setor – quer através de conferências, quer de exposições ou encontros bilaterais). reira, diretor-executivo da ALGAplus, a “falta de regulamen- tação adequada” coloca dificuldades à atividade da sua empre- sa, que se dedica à investigação e produção de macroalgas e produtos derivados. Já a carga fiscal congregou consenso. João Correia, diretor- -geral da Flying Sharks, empresa de captura de animais mari- nhos vivos e respetivo transporte para aquários públicos de todo o mundo, apelou a uma menor carga fiscal, já que a atual “esma- ga as micro e pequenas empresas”. Tiago Aires, diretor-técnico do Grupo Soja Portugal (que se dedica à preparação de produtos derivados de soja), reclamou “para os portugueses as mesmas regras que são aplicadas aos produtores europeus”. Margarida Couto deixou mesmo uma advertência: “O legislador ainda não olha para o empreendedorismo com um olhar empreendedor, mas sim timorato.” E esboçou uma solução possível para o pro- blema – “fiscalidade específica, menos pesada, para as empresas que estão a começar”. Como diferenciar-se pela qualidade? O secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, iniciou a segunda parte da conferência sublinhando as “novas valências do mar” e referiu que, apesar de ainda não haver grande negó- cio nas áreas não tradicionais do oceano, a Conta Satélite do Mar (projeto conjunto do Instituto Nacional de Estatística e da Direção Geral da Política do Mar) revela já uma evolução posi- tiva. Manuel Pinto de Abreu enalteceu a importância das pescas – “setor tradicional fundamental” para o País – e a qualidade dos nossos portos. Elegeu ainda dois agentes fundamentais de desenvolvimento, o direito marítimo, “para garantir um quadro de segurança e estabilidade que atraia futuros investimentos”, e os empreendedores e empresários que saibam do mar. Para estes últimos deixou a mensagem de que “é necessário haver algum deslumbramento”. No segundo painel, centrado no que Portugal pode apresen- tar como vantagens competitivas relativamente a outros países, Pedro Ortigão Correia, membro do Conselho de Administração da AICEP, invocou cinco razões: história, territórios, empresas, novas indústrias e o conjunto de apoios que foram sendo cria- dos. O dirigente da AICEP defendeu ainda que países como Por- tugal não podem competir pelo volume ou pelo preço, mas sim “pela qualidade do que produzem”. Manuel Santos Vítor, líder da equipa de Corporate, Energia e Recursos Naturais da sociedade de advogados PLMJ, referiu o know-how nacional como fator distintivo nesta área, enquanto Filipe Ravara, da CGD, sublinhou as potencialidades que o Por- to de Sines apresenta em termos competitivos: “Podemos criar um Alqueva do mar.” O aproveitamento da ligação intrínseca da população ao mar é o grande trunfo português, na opinião de Miguel Marques, da PriceWaterhouseCoopers. O responsável pela área de Econo- mia do Mar desta consultora considerou mesmo que, proporcio- nalmente, “Portugal é o país que mais tem investido nas áreas de novos usos do mar”. “Sector marítimo vai explodir em Portugal” A sessão de encerramento coube ao presidente do Fórum Em- presarial da Economia do Mar, Bruno Bobone, e à ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas. Bruno Bobone enfatizou “o enorme potencial do mar para a economia portuguesa” e referiu, a propósito do alargamento da nossa plataforma continental, que “agora é proibido dizer que Portugal é pequeno”. Fazendo um balanço da semana de atividades ligadas à Eco- nomia do Mar, Assunção Cristas afirmou que concretizar o Blue Business Forum (e a própria Blue Week) foi “muito arriscado”, devido à diversidade que comportava, mas que “valeu a pena”. A ministra da Agricultura e do Mar garantiu mesmo que esta é uma iniciativa para repetir todos os anos e que o objetivo é assumir-se também “como uma grande feira de negócios”. Assunção Cristas afiançou que o setor marítimo é uma área que “vai explodir” em Portugal, pelo contexto que está a ser constituído em termos de enquadramento legislativo (Lei de Bases), de financiamento (PROMAR e Mar 2020) e de inves- timento do Estado. Bruno Bobone, presidente do Fórum Empresarial da Economia do Mar Painel debruçou-se sobre a regulamentação no setor do mar. Margarida Couto (Vieira de Almeida & Associados), Rui Pereira (ALGAplus), Tiago Aires (Grupo Soja Portugal) e João Correia (Flying Sharks).
  • 15. SALDO POSITIVO PDR 2020: Conheça os apoios para os agricultores São 4,2 mil milhões de euros que o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) tem disponíveis para a dinamização de projetos com potencial no setor agro-florestal. O PDR 2020 é o novo programa opera- cional de apoio específico aos agricul- tores portugueses, no âmbito do quadro de apoios comunitários Portugal 2020. No total, este programa tem uma dota- ção de 4,2 mil milhões de euros. Conhe- ça com mais detalhe as linhas mestras deste programa. Quais os objetivos do PDR 2020? O Programa de Desenvolvimento Rural tem como principal meta “o crescimen- to sustentável do setor agro-florestal em todo o território nacional” e assenta nos seguintes objetivos estratégicos: cresci- mento do setor agroflorestal e rentabili- dade económica da agricultura; promo- ção de uma gestão eficiente e proteção dos recursos; criação de condições para a dinamização económica e social do espaço rural. As candidaturas podem ser apre- sentadas através do Balcão 2020 (em balcao.portugal2020.pt), mas também submetidas através do portal do PDR 2020 (www.pdr-2020.pt). Que áreas serão apoiadas pelo novo Plano de Desenvolvimento Rural? Para a concretização dos principais ob- jetivos do PDR 2020, destacam-se as seguintes áreas de apoio: 1Modernização e desenvolvimento do setor agroflorestal. Investimento nas explorações, na transformação, na comercialização e nas infraestruturas coletivas, com apoios superiores a 1600 milhões de euros para modernizar e re- estruturar cerca de 8 000 explorações agrícolas. 2Apoios à inovação e à transferência de conhecimento. Apoio no valor de cerca de 100 milhões de euros que en- volve aproximadamente 80 projetos de cooperação e a aquisição de conheci- mentos no âmbito setorial, envolvendo cerca de 20000 formandos. 3Melhoria da organização da produ- ção. Este apoio disponibiliza um valor superior a 100 milhões de euros para 30 novos agrupamentos ou criação de or- ganizações de produtores. 4Rejuvenescimento do setor. Com apoios específicos superiores a 200 mi- lhões de euros, esta área visa contribuir para a primeira instalação de cerca de 5000 jovens. 5Eficiência na utilização de recursos (água, solo, energia). Engloba a con- servação da floresta e a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavore- cidas, com um valor global superior a 1900 milhões de euros.