Educomunicação e participação infantil: infância e integração de grupo
1.
2. Educomunicação e
Participação de Crianças
Metodologia para educadores que
atuam com crianças de 6 a 12 anos
Caderno do Educador
Volume 1
Infância e Integração
de Grupo
3. E21 Educomunicação e participação de crianças: infância e integração de
grupo / Oficina de Imagens;Visão Mundial. — Belo Horizonte :
Oficina de Imagens, 2014.
1.
Educomunicação, metodologia. 2. Direitos da criança e do
adolescente. 3. Educação, métodos de instrução. I. Oficina de
Imagens. II.Visão Mundial.
CDU: 37.091.39
Ficha catalográfica (catalogação-na-publicação)
102 p. : il ; color. ; (Caderno do Educador; 1)
ISBN: 978-85-00000-0-00
4. Sumário
Brincar, educomunicar, participar: a construção de um percurso metodológico...............................................................................7
Visão Mundial Brasil e Oficina de Imagens........................................................................................................................................................... 10
Os Cadernos do Educador............................................................................................................................................................................................ 11
Sete palavras e conceitos. .............................................................................................................................................................................................. 12
O que é educação? Educar? Educador? Educando?......................................................................................................................................... 12
O que é comunicação? Comunicador? Educomunicação? Participação?............................................................................................. 14
Três passos fundamentais .............................................................................................................................................................................................. 18
Primeiro passo: planejar................................................................................................................................................................................................... 18
Segundo passo: realizar..................................................................................................................................................................................................... 20
Terceiro passo: avaliar........................................................................................................................................................................................................ 22
5. Sumário
Infância e Integração de Grupo................................................................................................................................................................................... 24
Oficina 1 - O que é ser criança?................................................................................................................................................................................. 28
Oficina 2 - Diversidades: o índio, o negro e o branco................................................................................................................................... 32
Oficina 3 - Conhecendo as diversas culturas...................................................................................................................................................... 40
Oficina 4 - Conhecer para respeitar o nosso corpo...................................................................................................................................... 44
Oficina 5 - Nosso corpo em diferentes fases da vida.................................................................................................................................... 48
Oficina 6 - Diversidade de gênero: o que é da menina? O que é do menino?.............................................................................. 52
Oficina 7 - Autoimagem: a caixa do tesouro!...................................................................................................................................................... 56
Oficina 8 - O desenho do meu colega: direito ao respeito, à liberdade e à dignidade.............................................................. 60
Oficina 9 - Os diversos tipos de família: quem cuida de mim?................................................................................................................. 64
Oficina 10 - Participação na família: o que o fantoche tem a nos dizer?............................................................................................. 68
Oficina 11 - Como eu vejo a minha escola: minha escola é... .................................................................................................................. 74
Oficina 12 - Participação da criança na escola: super-herói de massinha!.......................................................................................... 78
Oficina para construção de regras de convivência: combinado?............................................................................................................. 82
Dinâmicas, filmes e livros para oficinas com crianças ................................................................................................................................... 86
Guia de dinâmicas e brincadeiras para abertura das oficinas .................................................................................................................. 88
Guia de dinâmicas de avaliação das oficinas ....................................................................................................................................................... 90
Guia de filmes e vídeos para crianças..................................................................................................................................................................... 92
Guia de livros infantis........................................................................................................................................................................................................ 96
Ficha de registro e avaliação ......................................................................................................................................................................................100
Créditos .................................................................................................................................................................................................................................101
6. 7
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Brincar, educomunicar, participar:
a construção de um percurso metodológico
A metodologia Educomunicação e Participação de Crianças, sistematizada e consolidada em
três Cadernos do Educador, é fruto de uma parceria entre aVisão Mundial Brasil e a Oficina
de Imagens, instituições que dialogam no campo da promoção e defesa dos direitos humanos
de crianças e adolescentes, atuando em diferentes partes do território Brasileiro.As oficinas,
textos, brincadeiras e dinâmicas propostas nestes Cadernos, foram criadas, experimentadas e
avaliadas com a participação de vários educadores que atuam em escolas, bibliotecas, projetos
sociais, associações e demais espaços comunitários de diferentes regiões do nosso país.
A ideia de desenvolver uma proposta metodológica voltada para educadores que atuam
com crianças de 6 a 12 anos partiu da necessidade de se estabelecer canais e espaços de
comunicação nos quais as crianças possam se expressar, opinar, participar e contribuir para
a melhoria das condições de vida e das relações sociais no âmbito da família, da escola e da
comunidade. Neste trabalho, parte-se do entendimento de que a participação infantil é a
implicação da criança no espaço social. Quando participa, a criança desenvolve seu potencial
e partilha seus saberes, desejos, angústias e interesses. Este “saber da criança” é um elo entre
o educador e as práticas educativas, as ações sociais e as políticas públicas destinadas à
promoção dos direitos de meninos e meninas.
Algumas perguntas nortearam a criação das diretrizes político-pedagógicas deste trabalho.
Como podemos facilitar a participação das crianças? Como o educador pode envolvê-las em
ações de reconhecimento, expressão e participação na realidade social? Qual caminho seguir?
A resposta para essas perguntas nos remete ao fazer educativo por meio da Educomunicação,
um campo do conhecimento que articula a educação e a comunicação com foco na criação
de espaços e oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de capacidades criativas,
expressivas e opinativas.
7. 8
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Por meio de uma proposta educomunicativa, a criança formula e expressa opiniões, produz
e difunde informações a partir do seu ponto de vista, brinca e constrói conhecimentos em
atividades com fotografia, vídeo, rádio, internet, entre outras linguagens da comunicação.
Nesse sentido, a metodologia proposta constitui um relevante instrumento de trabalho para
os educadores, possibilitando perceber, reconhecer e valorizar o potencial comunicativo das
crianças na construção de uma sociedade mais plural, justa e democrática.
O processo de desenvolvimento e sistematização da metodologia Educomunicação e
Participação de Crianças teve início em 2010, durante uma série de encontros de formação
para educadores sociais das cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Belo Horizonte. O grupo
formado por 25 educadores se reunia bimestralmente em Lins deVasconcelos, comunidade
da região norte do Rio de Janeiro.A dinâmica de trabalho com os educadores partia do
debate acerca de temas inerentes ao processo de desenvolvimento humano, pessoal e social
de meninos e meninas, tais como, identidade, diversidade, direitos, cidadania e participação
social, e promovia um rico ambiente criativo, onde oficinas, dinâmicas e brincadeiras eram
elaboradas, compartilhadas e experimentadas.A medida em que os educadores participavam
dos encontros formativos, os Cadernos do Educador eram estruturados: fazeres e saberes que
convergem e apontam caminhos rumo a uma prática educativa voltada para a participação de
crianças na família, na escola e na comunidade.
Já em 2013, as oficinas dos Cadernos do Educador foram experimentadas e aplicadas em
outro contexto: o Nordeste Brasileiro. Um grupo de 30 educadores das cidades de Recife e
Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e da cidade de Inhapí, em Alagoas, participou de
seminários formativos, quando puderam conhecer a metodologia e articular a proposta de
Educomunicação e Participação de Crianças às atividades que já realizavam com meninos e
meninas atendidos por suas instituições.Ao trazer a realidade e a vivência dos educadores do
Nordeste para o processo de experimentação e sistematização da metodologia, novas formas
de fazer, criar e provocar a participação das crianças foram incorporadas aos Cadernos do
Educador.
8. 9
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
O resultado das jornadas de formação e compartilhamento de experiências, vivências e
conhecimentos é um trabalho escrito a várias mãos. Mãos que brincam, mas que também
planejam; que participam de um rico processo de construção de conhecimentos, mas que
também anseiam pela justiça e igualdade social; que promovem o encontro entre as realidades
e fazem delas um amplo espaço de construção de saberes e vivências.
Desejamos aos educadores e educadoras uma boa leitura! Que essa metodologia sirva de
referência e suporte para práticas educativas orientadas para a promoção e defesa dos direitos
humanos de crianças, prioridade absoluta no Brasil e um compromisso de toda a sociedade.
Divirtam-se!
Visão Mundial Brasil e Oficina de Imagens
9. 10
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Visão Mundial Brasil
AVisão Mundial Brasil (VMB) é uma organização não governamental humanitária que atua
no Brasil desde 1975, com ações focadas na superação da pobreza infantil.AVMB está ligada
à rede internacional WorldVision. O compromisso com a transformação da sociedade leva a
organização a trabalhar para mudar as estruturas sociais e sistemas injustos que oprimem as
pessoas e reduzem as possibilidades de desenvolvimento das comunidades, em especial da
vida de crianças, adolescentes e jovens. Para que isso seja possível, aVMB promove a justiça
para a infância, a ajuda humanitária e a reabilitação, contribuindo para o desenvolvimento
transformador e sustentável. Para isso, o trabalho é realizado através de parcerias com as
comunidades, com foco no bem-estar de crianças, adolescentes e jovens dentro da perspectiva
dos valores cristãos.
Oficina de Imagens
Criada em 1998, a Oficina de Imagens – Comunicação e Educação é uma organização da
sociedade civil de Belo Horizonte, MG, que atua há 15 anos para garantir os direitos de
crianças, adolescentes e jovens.A instituição desenvolve projetos nos campos da comunicação
e da educação, por meio da criação de processos inovadores e metodologias participativas.
A Oficina de Imagens também se destaca pela realização de formações, produção de
conteúdos, pesquisa e monitoramento de informações, voltadas para o público infanto-juvenil,
educadores e atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente,
focados nos Conselhos dos Direitos eTutelares.
10. 11
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Os Cadernos do Educador
A metodologia Educomunicação e Participação de Crianças é organizada em três Cadernos
do Educador: Infância e Integração de Grupo; Direitos Humanos para Crianças; Participação
e Comunicação. Cada Caderno apresenta um conjunto de oficinas que podem ser realizadas
com crianças de 6 a 12 anos em escolas, espaços comunitários, projetos sociais e bibliotecas.
A metodologia apresenta diretrizes que orientam e fortalecem o trabalho de formação cidadã
e participação social de crianças. Cabe ao educador adaptar essa proposta metodológica à
sua realidade, ser flexível e sensível às demandas do espaço educativo e das crianças que dele
participam.
Cada Caderno é norteado por um objetivo geral, seguido por uma sequência de oficinas.As
oficinas são guiadas por um objetivo específico - a intenção do processo educativo - com
informações relacionadas aos resultados já obtidos por outros educadores a partir da atividade
proposta. Para cada oficina, o Caderno apresenta o passo a passo para desenvolvimento da
atividade, os produtos previstos, a lista dos materiais e equipamentos necessários, as questões
norteadoras para aprofundamento dos temas, dicas, referências e depoimentos de educadores
que participaram dos momentos de experimentação e sistematização da metodologia.
Além de apresentar as oficinas, os Cadernos são compostos por textos conceituais que
subsidiam a prática educativa. Importante ressaltar que as publicações não constituem uma
fórmula pronta, mas um roteiro de referência para os educadores, que devem imprimir às
atividades suas propostas e sua ação criativa. Nesse sentido, a metodologia Educomunicação e
Participação de Crianças tem como objetivo apoiar o processo educativo, além de estimular o
protagonismo dos educadores populares.
11. 12
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Sete palavras e conceitos
Educação. Educador. Educando. Comunicação. Comunicador. Educomunicação. Participação.
Sete palavras. Sete conceitos. Sete pilares do fazer educativo voltado à participação social
de crianças. O educador que for estudar e trabalhar com a metodologia apresentada nestes
Cadernos deve começar sua preparação com uma reflexão sobre esses conceitos. Criar uma
base conceitual que vai sustentar e nutrir sua prática educativa.
O que é educação? Educar? Educador? Educando?
Existem várias traduções para a palavra educação e para o ato de educar. O conceito que será
apresentado a seguir é resultado de uma escolha. Não uma escolha aleatória ou meramente
técnica. É uma escolha orientada por uma visão de mundo e por uma visão de humanidade.
Uma escolha ancorada na certeza do papel transformador da educação.
Um ponto de partida é compreender e praticar a educação como a atividade humana capaz
de transformar as potencialidades do ser humano em capacidades, competências e habilidades.
Educação transforma o ser humano e o mundo.Todo ser humano nasce com potencial e tem
direito a oportunidades para desenvolver o seu
potencial.A educação é a principal oportunidade
para o desenvolvimento de potenciais.
Partindo desse entendimento, o educador é
compreendido como um líder, um organizador
e um cocriador (que cria conjuntamente) de
acontecimentos. O educador, junto com seus
educandos, é um produtor escolar, comunitário e
social de acontecimentos estruturantes.
1
COSTA,Antonio Carlos Gomes da. Educação por Projetos. Belo Horizonte: Modus Faciendi, 2002
Segundo o educador Antonio Carlos Gomes da
Costa,“educar é criar espaços para que o educando
possa empreender a construção de seu ser em
termos pessoais e sociais.”1
A corresponsabilidade
e o diálogo entre educadores e educandos são
vitais para o trabalho educativo, para a construção
e o aproveitamento desses espaços e encontros de
educação.
12. 13
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Também nessa perspectiva, o educando é um sujeito do processo educativo. Não é um
passivo receptor da educação. Não é aquele que recebe a doação de experiências e
conhecimentos alheios. O educando é parte e participante do ato de educar.
Ser educador é, primeiro, reconhecer o direito de cada criança à educação. Educação é
direito. Segundo: é reconhecer a importância da educação para o desenvolvimento humano,
para o desenvolvimento pessoal e social de cada criança. Educação é humanização.Terceiro:
é reconhecer a importância da preparação do educador para o trabalho de educar. Educar
é trabalho árduo e metódico. Quarto: é reconhecer e aprender que educação se faz com
diálogo, com o intercâmbio de experiências e aprendizagens. Educar é dialogar.
O educador, uma vez conhecedor da importância
social da educação e do seu papel, precisa acreditar
na força transformadora da educação, se preparar
para ousar na prática educativa, ir além das
rotinas, dos manuais, das normas. Precisa usar sua
experiência de vida e sua capacidade de aprender
com o educando para contribuir com a construção
de um mundo melhor.A tarefa de educar
pressupõe ousadia, paciência, decisão, firmeza,
desprendimento, amor e, fundamentalmente,
conhecimento dos conteúdos e métodos a serem
trabalhados, além de preparo para o trabalho
prático e para a ação educativa.
O educador, no seu ofício, tem a missão
de estimular e motivar o educando a
descobrir o novo. É preciso criar espaços
e oportunidades que contribuam para o
educando pensar a realidade e intervir
para a sua mudança.
13. 14
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
3
FRANÇA,Vera R.V. Paradigmas da comunicação: conhecer o quê? In: MOTTA, L. G.;WEBER, M. H.; FRANÇA,V.; PAIVA, R.
(Org.). Estratégias e culturas da comunicação. Brasília: Ed. UnB, 2002. cap. 1, p. 13-29.
Aprender é uma das essências do humano.Aprender é caminho para o ser humano se manter atado
ao mundo em constante processo de mudança. Daí a necessidade de provocar o ser humano, de
aprender para estar no mundo, de agir e conhecer novos significados para a vida das pessoas e as
sociedades. No mundo de hoje, é preciso educadores que façam fluir o saber que contribui para a
melhoria da vida das pessoas e da humanidade. Ser educador é não ter medo de mudanças, é gostar
do que faz, é saber lidar com a diversidade, com a individualidade e a subjetividade humana.
Uma vez compartilhando entendimentos básicos sobre educação, educador, educando e a
importância social dos espaços e encontros para a construção de diálogos, intercâmbios e
aprendizagens, é preciso avançar: conhecer, entender e se preparar para aplicar a Educomunicação no
trabalho de educar crianças para a convivência, a mobilização e a participação política.
O que é comunicação? Comunicador?
Educomunicação? Participação?
Todo ato educativo é um ato comunicativo e todo ato comunicativo é educativo2
. Essa é a concepção
que orienta a proposta metodológica dos Cadernos do Educador. A comunicação é pensada como
processo e produto, como meio e finalidade.Aqui, o educador conhecerá elementos para utilizar o
pensamento comunicacional e as linguagens
da comunicação na construção de uma
cultura de participação e promoção do
diálogo entre as crianças e delas com a
família, a comunidade, a escola.
Comunicação? Simples!Todos se comunicam.
É coisa corriqueira. Mas, afinal, o que é
comunicação e qual sua importância para as
sociedades e para o trabalho educativo?
2
Roberto Aparici (1998)
Comunicação, numa tradução bem simples e objetiva,
é tornar comum. É compartilhar. Comunicação é uma
necessidade básica do ser humano, uma ferramenta
fundamental para o processo de socialização.A
pesquisadoraVera França3
defende a perspectiva relacional
na qual a comunicação é um processo de produção e
compartilhamento de sentidos entre os sujeitos, realizado
por meio da produção de informações (rádio, vídeo,TV,
jornal, textos, imagens, mas também gestos, olhares, entre
outras) e inserido em determinado contexto que, de
alguma forma, interfere na construção de tais sentidos.
14. 15
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Comunicação é um direito humano.Todas as pessoas têm direito à comunicação, o que
envolve o direito à livre manifestação de opiniões e ideias, o direito de acesso aos meios
de comunicação e o direito à produção e circulação de conteúdos. O ser humano e as
sociedades humanas se fundam na capacidade de comunicação: transmissão de tradições e
padrões de convivência, estabelecimento de relações pessoais e sociais, compartilhamento de
aprendizagens. Em síntese, socialização, educação, intercâmbio social.
A comunicação é, portanto, um processo central para as relações entre as pessoas na
sociedade. Quando a comunicação é colocada em foco, é comum as pessoas pensarem
imediatamente nos programas de televisão, nos sites na internet, nas músicas no rádio e
notícias no jornal. Mas é importante alargar esse entendimento.As pessoas se comunicam,
cotidianamente, nas suas relações pessoais, familiares e comunitárias. Conversas, olhares, gestos,
leituras e escritas, tudo é comunicação.
Partindo dessa compreensão da comunicação, ser comunicador é uma das características de
um bom educador.A educação é comunicativa. E uma educação que se baseia no diálogo
deve se empenhar na construção de canais simples e coletivos de comunicação. Deve
buscar estratégias comunicacionais que contribuam para a melhoria das relações de ensino-
aprendizagem e das relações sociais.
Assim, a Educomunicação começa a ser apresentada:
uma forma de pensar e fazer educação que se baseia na
compreensão da importância da comunicação para as
relações humanas e para o exercício da democracia.
No desenvolvimento de práticas de Educomunicação, o
educador contribui para que os educandos tenham uma
leitura crítica de mundo, oferecendo-lhes informações
de qualidade e mediando a construção de valores e
significados sobre a vida em sociedade. Nesse sentido, é
importante perguntar: nos dias de hoje, quem educa as crianças? Quem
Educomunicação implica no
desenvolvimento de metodologias
orientadas para a formação
cidadã e o exercício do direito de
expressão e opinião – central para o
desenvolvimento integral de crianças,
adolescentes e jovens -, a partir do
uso de mídias como a fotografia, o
vídeo, o rádio e a internet.
15. 16
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
participa dos processos de desenvolvimento humano e social das crianças? As famílias, as escolas, as
comunidades, as igrejas, as organizações políticas e sociais, os meios de comunicação?
Desde a década de 80, quando os aparelhos deTV tornaram-se equipamentos mais populares e
acessíveis, a televisão tem ocupado um lugar de destaque na vida das crianças. Estudos apontam que
crianças passam em média três horas por dia diante dessa mídia. Importante destacar que muitas das
programações destinadas ao público infantil têm pouco ou nenhum conteúdo educativo.Atualmente
o mercado das comunicações oferece programações que estimulam o consumo, a disputa, a violência,
a precocidade da sexualidade, a competitividade e valores que muitas vezes reforçam preconceitos
etnicorraciais, sociais e econômicos.Ademais, a recente popularização dos computadores e do acesso
à internet contribui para que meninos e meninas participem de uma rede que favorece a produção e
o acesso a informações de origens e intenções variadas.
Sendo assim, é possível dizer que a família, a escola, a comunidade e os meios de comunicação,
particularmente a televisão e a internet, dividem o tempo da criança, sua imaginação e suas vivências,
os momentos e espaços onde ela começa a construir seus significados e valores para a vida. Cada
vez mais os meios de comunicação estão presentes nesse processo, com uma enorme diversidade
de conteúdos e informações. Por isso é fundamental que a escola, a família e a comunidade estejam
empenhadas no processo de leitura que a criança faz do mundo, a partir dos meios de comunicação.
Ser educador é trabalhar para a garantia desse
direito. É criar espaços e oportunidades na prática
educativa, para que os educandos aprendam
e desenvolvam as capacidades de formular e
expressar opiniões.Aprendam e desenvolvam as
capacidades de receber e transmitir, criticamente,
informações e ideias.Aprendam e desenvolvam
capacidades para acessar todos os meios de
comunicação de forma crítica e cidadã.
O artigo 19 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos diz que “toda pessoa tem
direito à liberdade de opinião e expressão; este
direito inclui a liberdade de, sem interferência,
ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras”.
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E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Ser educador é mostrar para o educando o potencial que cada pessoa tem para contribuir
com a mudança social. E quando se tem foco nas crianças, é preciso reconhecer e valorizar
suas opiniões em uma sociedade adultocêntrica, especialmente quando se pensa em
tudo aquilo que é básico na vida de uma criança: a família, a educação, as brincadeiras, a
comunidade/cidade onde mora, entre outros aspectos.
Crianças têm direito à participação. E a Educomunicação busca potencializar esse direito.
Aprender a participar é desafio central para a formação dos cidadãos. É preciso, desde a
infância, educar as crianças para a participação livre, competente, solidária, democrática.
Os conteúdos e as atividades propostas neste Caderno caminham nessa direção. Buscam
contribuir para a formação de crianças participativas na família, na escola, na comunidade e em
todos os demais contextos sociais.
Algumas perguntas nos ajudam a pensar sobre tudo isso. Em que medida a educação praticada
nas escolas, nas famílias e nas comunidades garante às crianças o seu direito à livre expressão e
opinião? Em que medida os educadores conhecem o que elas pensam e constroem a respeito
dos diversos assuntos? Como criar espaços de diálogo onde a criança exerça seu potencial
para a comunicação e participação?
O exercício do direito à expressão e à opinião pressupõe um processo amplo de
conhecimento dos direitos humanos, construção de cidadania e protagonismo. Mas como fazer
com que a comunicação seja capaz de provocar mudanças?
Estes Cadernos não tem o objetivo de responder todas
as perguntas que faz. Seu propósito é contribuir para
a construção de novas formas de ver, pensar e agir em
relação às crianças. Para isso é fundamental exercitar
o pensamento e a prática educomunicativa, buscando
convergir ações em prol do fortalecimento da participação
infantil na família, na comunidade e na escola.
O diálogo do educador com a família,
a escola e a comunidade é fundamental
no processo de formação cidadã das
crianças, assim como é importante que
os educadores estejam em contato com
os atores do Sistema de Garantia dos
Direitos da Criança e do Adolescente.
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E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Três passos fundamentais
Primeiro passo: planejar
Além de trabalhar conceitos centrais para a prática educativa, os Cadernos avançam para a tradução
prática desses conteúdos.Apontam caminhos e operações que podem facilitar o trabalho educativo.
O educador precisa definir com clareza suas estratégias e as operações básicas para a organização,
a condução e a eficácia de sua prática. Não basta conhecer os conceitos. É preciso saber fazer. E
esse saber começa a ser construído no exercício do planejamento. Um educador que pesquisa e
estuda o tema que será trabalhado com as crianças consegue dialogar melhor e contribuir para a
construção de conhecimentos. Um educador que planeja sua atividade consegue estabelecer uma
intenção, um objetivo para o seu trabalho com as crianças. Um educador que define o passo a passo
da sua atividade tem mais segurança no fazer educativo e prepara o espaço e os materiais de forma
adequada.
A metodologia aqui proposta é, de certa forma, uma facilitadora do trabalho educativo. Ela apresenta
uma série de oficinas já planejadas, com objetivos claros, roteiros de atividades, dinâmicas, dicas e
referências, além de listas com os materiais necessários para cada ação proposta. Entretanto, é preciso
ler, estudar, pesquisar, analisar os planejamentos propostos e, a partir deles, construir um planejamento
que seja condizente com a sua realidade.
Além disso, é fundamental que o educador perceba a metodologia como uma trajetória possível, que
foi desenvolvida e testada por outros educadores, mas que, nem por isso, se apresenta como um guia
rígido, engessado. Muito pelo contrário, essa trajetória pode ser atravessada por outros caminhos e
possibilidades. Ela permite adaptações, inclusões, exclusões. Pela própria natureza participativa, que
busca atuar conforme o ritmo, o contexto e as demandas do grupo de crianças, o educador que fizer
uso desses Cadernos deve ser propositivo, criativo e atento aos novos rumos e trajetórias. Em outras
palavras, é possível alterar a ordem das oficinas, adaptá-las, criar novas práticas e dinâmicas para o
fazer educativo.
1
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E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Dessa forma,ANTES DE CADA OFICINA, o educador deve:
Ler e analisar o planejamento com vistas a adaptá-lo à sua realidade;
Refletir sobre o objetivo do dia;
Estudar o tema proposto para o dia e, se possível, pesquisar materiais complementares como vídeos,
livros, imagens, histórias, músicas, entre outros;
Preparar brincadeiras e dinâmicas de interação para abertura e encerramento das atividades;
Preparar dinâmicas para que as crianças possam se avaliar e avaliar a atividade no seu encerramento;
Checar as condições do espaço que será utilizado e prepará-lo para receber as crianças de forma
lúdica e criativa;
Organizar os materiais e equipamentos que serão utilizados nas atividades;
Em caso de utilização de revistas para recorte/colagem, evitar aquelas que contenham conteúdo
impróprio para a faixa etária dos educandos (exemplos: imagens de violência, bebidas alcoólicas,
exposição do corpo).
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E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Segundo passo: realizar
Um educador em campo é como um ator em cena: todos os olhares são voltados para ele, que
pode ser o centro das atenções, e as crianças demandam orientações, respostas, limites, incentivos.
É com esse direcionamento que um educador deve subir ao palco, ou melhor, adentrar a roda
educativa. Estando com sua atividade bem planejada, o ato de realizar a oficina se torna mais leve
e fluído. Entretanto, é preciso estar atento para as variações no ambiente e no grupo de crianças.
Interferências externas, atrasos, problemas nos materiais e equipamentos podem atrapalhar a
atividade e, diante dessas situações, o educador deve estar preparado para adaptar, inovar e recriar.
Cada criança é um ser histórico cultural, que carrega suas visões de mundo, suas práticas e vivências
na família e na comunidade.Assim, durante a oficina, o educador deve estar atento para perceber
singularidades nas crianças, provocando sua participação e respeitando seus limites de atuação
dia após dia. Nossa sociedade ainda apresenta marcas de preconceito racial, social e de gênero e,
geralmente, situações discriminatórias acontecem no desenvolvimento das oficinas. Dessa forma, é
papel do educador abordar tais situações, discuti-las e problematizá-las no sentido da construção
de um espaço de convivência harmônica no qual todos os sujeitos (crianças e educadores) zelam
pelo respeito às diversidades. É comum vivenciar nos grupos algumas práticas conflituosas, por vezes
agressivas e transgressoras de regras, outras vezes silenciosas.Assim, em alguns casos é necessário
chamar uma criança ou um pequeno grupo de crianças para conversas individuais durante ou após
a oficina. Quando isso acontece é importante o cuidado do educador no sentido de não expor as
situações conflituosas e as crianças aos demais participantes.
É importante perceber se as crianças estão alegres, animadas, saudáveis ou tristes, cabisbaixas,
“estranhas”. Muitas vezes, a escola ou o espaço educativo podem ser um dos locais nos quais a
criança manifesta sintomas de problemas na família e na comunidade, ou situações de violência
sofridas, por exemplo. Quando isso acontece, é papel do educador, conforme diretrizes do Estatuto
da Criança e do Adolescente (artigos 56 e 245) encaminhar os casos ao ConselhoTutelar, fazer
denúncias e, se possível, acompanhar o andamento dos casos.
2
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E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Dessa forma, DURANTE CADA OFICINA, o educador deve:
Ser alegre, pois a energia e a disposição do educador motivam a participação efetiva do grupo;
Ser provocativo, questionador, sensibilizador, estimulando as crianças a opinar e participar;
Comprometer-se com a oficina e acreditar nos objetivos propostos;
Sempre que necessário discutir em grupo e trabalhar numa abordagem cidadã as situações
discriminatórias, como preconceitos, mitos e tabus;
Incentivar a leitura e a escrita;
Trabalhar para a construção de relações de respeito e gentileza entre os participantes, nas quais “Bom
dia”,“Muito Obrigado” e “Desculpe-me” estejam sempre presentes;
Respeitar as diferentes formas de participação das crianças;
Incentivar o trabalho colaborativo entre as crianças;
Quando necessário, dar atenção individual às crianças que apresentarem demandas diferenciadas
(conversas individuais após ou durante as oficinas).
21. 22
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Terceiro passo: avaliar
Para além de desenvolver as atividades com as crianças, é preciso avaliá-las, a partir de uma ação
contínua e sistemática. O processo de avaliação facilita a observação daquilo que deu certo ou que
deu errado.Ajuda o educador a repensar sua prática e a trajetória metodológica que vem seguindo.
A avaliação contribui para percepção do educador sobre o processo de desenvolvimento das
crianças, mas também colabora na sua própria autoavaliação, auxilia no redirecionamento ou
continuidade do planejamento e indica os resultados alcançados ou não. Por isso e por tantas outras
razões é importante avaliar! Avaliar a atividade, nos avaliar, avaliar nossos educandos e promover
momentos nos quais as crianças possam realizar suas próprias autoavaliações.
Ao final de cada um dos Cadernos do Educador você encontrará sugestões de atividades de
avaliação a serem realizadas com as crianças; é importante que essas atividades sejam diversificadas
e divertidas. No exercício de autoavaliação, a criança percebe o seu potencial de participação na
atividade, e ainda contribui para que o educador reflita sobre os resultados do seu trabalho. Lembre-
se que quando as crianças fizerem suas auto avaliações por escrito, não precisarão se identificar e só
terão suas opiniões divulgadas ao grupo se desejarem.
Para avaliar a metodologia, o passo a passo percorrido nas atividades, ao final dos Cadernos, você
também encontrará uma ficha de avaliação (a ser preenchida pelo educador após a oficina). O
ideal é que essas fichas possam ser preenchidas após todas as atividades e consultadas antes da
atividade posterior. Mas, caso não seja possível estabelecer essa periodicidade, defina um período para
avaliação que pode ser semanal, quinzenal ou mensal. Por fim, é importante dividir os resultados, os
avanços, as angústias e os desafios do processo educativo com outros educadores, coordenadores e
supervisores que possam, por meio do olhar daquele que é “de fora”, contribuir com a avaliação e o
redimensionamento da prática com as crianças.
3
22. 23
E PARTICIPAÇÃO
DE CRIANÇAS
EDUCOMUNICAÇÃO
Dessa forma,APÓS CADA OFICINA, o educador deve:
Diversificar e garantir a realização de dinâmicas de avaliação das crianças;
Refletir sobre o objetivo do dia, verificar se ele foi cumprido e apontar as ações que ficaram para o
próximo dia;
Preencher a ficha de avaliação, com vistas a registrar a avaliação, os resultados e os encaminhamentos
do processo pedagógico;
Compartilhar suas impressões sobre as oficinas com outros educadores da sua instituição e da sua
comunidade.
Na página 90 você encontra a
Ficha de Avaliação para xerocar,
copiar e avaliar sua atividade!
23. 24
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Infância e Integração de Grupo
Ser criança é o momento mais especial e importante entre as diferentes fases do desenvolvimento
humano. É ter na cabeça fantasias, sonhos e os olhos atentos a tudo que acontece. É, principalmente,
ter o corpo e a mente em constante movimento. É ter curiosidade, medo, fazer muitas perguntas,
indagar, investigar! É transformar a realidade e ser transformada por ela por meio das brincadeiras
e de suas múltiplas possibilidades de invenção e transformação. É amar e ser amada, é receber
cuidado, carinho e atenção, é se sentir segura e
protegida. É conhecer o mundo e tornar a vida uma
aventura constante cheia de possibilidades, desafios e
aprendizados.
Pensar a infância e seu processo cultural de
desenvolvimento é nosso ponto de partida, a base que
sustenta o trabalho educativo engajado na participação
infantil. Um trabalho solidário e colaborativo que
busca envolver meninos e meninas em atividades de
formação cidadã e participação na vida social, familiar e
comunitária.
As oficinas propostas neste primeiro Caderno buscam
contribuir para a vivência das crianças em grupo e o
reconhecimento da infância por meio de atividades
de autoconhecimento, integração e percepção da realidade na família, na escola e na comunidade.
São oficinas fundamentais para a ação educativa ancorada no respeito aos direitos humanos e na
participação das crianças na família, na escola e na comunidade.
Reconhecer a identidade de um grupo implica em conhecer a si próprio e conhecer o outro.
Perceber as características que são comuns entre os colegas e as diferenças que expressam
singularidades, formas de ser, pensar e viver que são peculiares a cada pessoa, grupo familiar ou
comunidade. Para conhecermos a criança e suas diferentes formas de expressão e vivência é
Conforme nos ensina Paulo Freire, ӎ
fundamental, portanto, olharmos para as
crianças como produtoras e transmissoras
de culturas que devem ser identificadas,
potencializadas e preservadas, ou seja,
precisamos olhar e conhecer as crianças com
base no olhar que elas próprias têm sobre si
e o mundo, conhecer as infâncias pelas vozes
das crianças! Com isso, todos nós, crianças
e adultos contribuiremos para essa eterna
novidade no mundo”.
24. 25
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
As atividades previstas no primeiro
Caderno estimulam a capacidade
criativa da criança, a vivência de
novos saberes, o respeito ao próximo
e a construção de uma visão sobre
os direitos e as responsabilidades.
importante conhecermos sua cultura, seus costumes, tradições e valores - cada um tem seu jeito
próprio de ser, sentir e estar no mundo.
Quando falamos em “identidade” ou “identidades” devemos sempre estar bastante atentos, pois trata-
se de um tema que envolve comportamentos, sentimentos, modos de ser, de viver e de se relacionar
que são próprios de cada pessoa.Todas essas características são, ainda, marcadas por histórias de vida,
contextos sociais, laços familiares e afetivos, crenças e valores particulares.
A cultura é nossa herança social. Como Brasileiros e Brasileiras que somos, sofremos influências dos
portugueses, negros, índios e também dos imigrantes de vários países. Somos um povo constituído
por diferentes influências culturais e de grande diversidade étnicorracial, sexual, econômica e social.
Sabemos que toda criança traz consigo vivências e experiências muitas vezes impregnadas por
mitos, tabus e significados diferenciados da realidade. Existe uma versão construída pela criança que
envolve crenças e valores transmitidos pelos grupos e meios nos quais ela está inserida, mas que
são ressignificados no seu cotidiano e nas suas interações sociais, seja na escola, na família ou na
comunidade.A criança recria novos sentidos para a sua visão e vivência da realidade. É nesse universo
que atuamos.A partir do lúdico, da construção de histórias e da expressão artística, buscamos
contribuir para a melhoria dos processos de diálogo da criança com seus pares.
Daí ser a cultura um forte agente de reconhecimento pessoal e social, um modelo de
comportamento que integra segmentos sociais e gerações,
desperta os recursos internos do indivíduo e fomenta
sua interação com o grupo. O desenvolvimento cultural
é, portanto, um fator essencial para a vida de meninos e
meninas a medida que, a partir dele, a criança se realiza como
pessoa e expande suas potencialidades desde muito cedo.
25. 26
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
O aprendizado de atitudes de tolerância e respeito à diversidade tem a ver com o direito à educação,
o direito à igualdade de oportunidades e o direito à participação na sociedade. Por isso mesmo,
representa um grande desafio a ser enfrentado pelos sistemas de ensino na construção das suas
bases político-pedagógicas.
A família ocupa um espaço central na vida da criança. É nela que se encontram os primeiros
ensinamentos, os quais servirão de norte e refletirão por toda vida adulta, permitindo que a criança
se desenvolva em todos os aspectos, de forma integral.
A importância da família para a formação individual é ainda mais complexa: é no ambiente familiar
que aprendemos certos hábitos, costumes e valores que definirão nossas escolhas durante a vida
adulta. Por isso, a comunicação entre pais e filhos é fundamental; o diálogo, as experiências de
aprendizado, de amor, de limite e respeito devem estar sempre em sintonia e sendo vivenciadas de
forma coerente.A participação da família no ambiente escolar e na comunidade é, nesse contexto,
fundamental no processo de desenvolvimento de meninos e meninas.
Família, escola e comunidade são os principais suportes com os quais a criança pode contar para
enfrentar inúmeros desafios. Quando
esses pilares atuam de forma
integrada é mais fácil identificar as
dificuldades vivenciadas pelas crianças
e também perceber suas capacidades
e habilidades no processo de
desenvolvimento.
Neste Caderno, são propostas
atividades com quebra-cabeças,
fantoches, bonecos de massinha, entre
outras formas expressivas. De maneira
lúdica e atrativa, as oficinas possibilitam
à criança descobrir a si mesma e ao
Falando de sexualidade com as crianças:Tanto a família quanto
a escola devem estar preparados e predispostos a informar a
criança sobre o processo de desenvolvimento humano, incluindo o
desenvolvimento da sexualidade. É muito importante que a criança
tenha conhecimento sobre o seu corpo, suas particularidades
no que diz respeito à sexualidade e às diferenças de gênero.A
sexualidade é parte integrante da personalidade humana e seu
desenvolvimento saudável depende da satisfação de necessidades
básicas, tais como informação, desejo, contato, intimidade, expressão
emocional, prazer, carinho e amor. Ela é construída em um processo
de interação social e o pleno desenvolvimento da sexualidade, de
forma saudável, protegida e livre de violência, é essencial para o
bem-estar das crianças.
26. 27
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
outro, conhecer e aprender a lidar com a diversidade e desenvolver o seu potencial
crítico e criativo diante da realidade social.
Para cumprir esses objetivos, as oficinas propõem
uma série de dinâmicas de integração e atividades
que estimulam, a todo o momento, a participação
das crianças, o respeito às diferenças e uma
convivência social e familiar mais saudável.As
práticas educativas propostas buscam reconhecer
e valorizar o saber trazido pelas crianças, como
também apresentar informações que fazem parte
do dia a dia delas, seja na família, na escola ou
na comunidade. Buscar referências positivas na
família, na escola e na comunidade faz com que
as crianças percebam valores que irão contribuir
com a sua autoestima e também com a melhoria
de suas relações sociais e familiares.
Para o bom desenvolvimento das oficinas, o educador precisa
conhecer o tema, acreditar no objetivo que será trabalhado,
apresentar-se como referência na coordenação das atividades
e na construção dos limites e possibilidades do espaço
educativo. É também importante que as crianças se sintam
responsáveis pelo bom funcionamento e pelo ambiente da
oficina. A condução do educador e a participação das crianças
são elementos que se unem em prol de um clima agradável
no qual o espaço de aprendizado é construído coletivamente.
Na página 83, conheça a oficina de Construção de Regras de
Convivência: Combinado? que pode ser realizada em qualquer
momento do trabalho com as crianças.
Os Cadernos do Educador são estruturados
a partir de um conjunto de oficinas.Aqui,
entende-se oficina como uma atividade
educativa que parte de um objetivo e é
organizada com princípio (abertura), meio
(desenvolvimento) e fim (encerramento).
No decorrer de uma oficina podem ser
realizadas dinâmicas, brincadeiras e grupos
de trabalho. É como se uma oficina fosse o
todo e as dinâmicas, brincadeiras e grupos de
trabalho as várias partes que, juntas, buscam
alcançar o objetivo previsto.
28. 29
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Conhecer a visão das crianças sobre infância.
Essa atividade valoriza o saber trazido pelas
crianças e a percepção que elas têm sobre a
fase da vida na qual estão inseridas.
Materiais necessários:
Garrafas pet, caixas de leite, potes vazios, entre
outros materiais recicláveis.Além de barbante,
cola branca, tinta guache, pincéis, papéis
coloridos, lápis de escrever e papel A4.
Produto previsto:
Brinquedos com materiais
recicláveis.
1
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira de abertura.Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras – Pág. 88.
2.Apresentação do grupo: propor uma dinâmica na qual as crianças possam se apresentar falando seus
nomes, seus interesses, o que gostam e o que não gostam de fazer em casa, na comunidade, na escola, etc.
3. Para iniciar a atividade, o educador pode apresentar às crianças os principais temas que serão trabalhados
nas oficinas (Direitos Humanos, Comunicação e Participação). Para tanto, é possível utilizar imagens, objetos e
dinâmicas variadas, conforme o perfil das crianças participantes. É importante mostrar às crianças o Caderno
do Educador, referência que irá guiar o trabalho ao longo das oficinas.
O que é ser criança?
29. 30
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
6. Encerrar a oficina explicando ao grupo de crianças o
funcionamento do trabalho: dia das oficinas, horário, local,
regras comuns, entre outros.Além disso, o educador deve
apresentar a proposta da próxima oficina.
7. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do
tema da próxima oficina.Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação–
Pág. 90.
4. Em seguida, as crianças serão convidadas a confeccionar um brinquedo com materiais recicláveis. É
recomendado que o grupo esteja sentado em volta de uma mesa com os materiais no centro. Podem ser
construídos bonecos, carrinhos, casinhas, aviõezinhos, tudo que a criatividade permitir!
5. Com os brinquedos prontos, em roda, o educador será o mediador de um bate-papo sobre infância:
• O que é ser criança?
• O que criança gosta de fazer?
• Quais são os brinquedos e brincadeiras preferidas pelas crianças?
• Quais são os direitos das crianças?
Cada criança deve ter tempo para apresentar suas opiniões. Se as crianças forem alfabetizadas,
ou em fase de alfabetização, o educador pode orientar a construção de palavras ou frases
respondendo a questão.“O que é ser criança?”.
30. 31
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Dicas:
Os brinquedos dizem muito sobre o tempo, a cultura e as características
de um povo. Uma coisa, no entanto, não muda: o encanto que causam
nas crianças. Com objetos simples, elas se entretêm e viajam para um
mundo de imaginação - se transformam em cavaleiros e equilibristas,
voam pelos céus... Para incrementar ainda mais esses momentos de
diversão, o educador pode propor aos pequenos uma oficina em
as crianças ensinem para as pessoas da comunidade os seus jogos e
brincadeiras favoritas.
Referências:
Pesquisa na internet
Brinquedos com materiais recicláveis
Sugestão de leitura
O menino que espiava pra dentro, de Ana Maria Machado
Filmes e vídeos
Documentário Brincantes - Parabolé Educação e Cultura
Músicas
Aquarela –Toquinho
Toda criança quer – Palavra Cantada
Bom é ser criança –Toquinho
31. O ÍNDIO, O NEGRO
E O BRANCO
DIVERSIDADES:
2
OFICINA
32. 33
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Trabalhar a diversidade étnicorracial em nossa sociedade abordando a tríade que
compõe o povo Brasileiro: índio, negro e branco.A atividade possibilita a abordagem
sobre diversidade a partir das vivências do próprio grupo, além de contribuir para a
ampliação da visão de mundo das crianças sobre o respeito às diferenças a partir da
história da colonização Brasileira.
Produto previsto:
Mural com quebra-cabeças
montados e coloridos pelas
crianças.
Materiais necessários:
História da colonização, xerox dos
personagens do jogo quebra-cabeça (anexo),
mapa ou globo terrestre, cola branca, papel
branco A4 e lápis de cor.
Diversidades: o índio, o negro e o branco.
2
:
33. 34
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira de abertura seguida pela memória da oficina anterior.Ver Guia de Dinâmicas e
Brincadeiras – Pág. 88.
2. Converse com as crianças sobre a atividade do dia: conhecer e discutir a diversidade do povo Brasileiro
através das diferenças existentes entre índios, negros e brancos.
3. O educador dá início à atividade contando a história da colonização Brasileira de maneira simples e
ilustrativa. É indicado o uso da imagem do mapa-mundi para que as crianças consigam ter dimensão territorial
e possam se localizar no contexto do planeta.Além de perceber os movimentos da colonização Brasileira,
relacionando os continentes da América,África e Europa.
4. Para ilustrar a diversidade étnicorracial no nosso país, o educador pode fazer referência às próprias crianças
do grupo, aos professores da escola e aos moradores da comunidade. Em qualquer grupo de pessoas,
podemos perceber diferenças por meio das suas características externas como a cor da pele, dos olhos, o
formato do nariz, os tipos de cabelo. Na realidade Brasileira, podem ser encontrados indivíduos indígenas,
negros, brancos, asiáticos, etc.A maior parte da população resulta de mestiçagens várias de todos esses
grupos entre si, em maior ou menor grau.
5. Construção do “Quebra-Cabeça da Diversidade”: cada criança recebe um kit de quebra-cabeça, com seis
peças para montagem de um personagem – índio, negro ou branco.
Obs.: O educador deve recortar e separar as peças dos personagens do jogo quebra-cabeça antes do
início da oficina. Sugestão: para dinamizar a atividade, o educador pode misturar as peças do quebra-cabeça
para que as crianças exercitem o diálogo ao negociarem com os colegas as peças faltantes de seu jogo.A
brincadeira pode também ser realizada em grupo, de acordo com o perfil das crianças.
6. Montagem do quebra-cabeça:
• Colagem do personagem índio, negro ou branco em papel A4.
• Identificação dos personagens com nome e características.
• Colorido do quebra-cabeça.
•
Criação de uma história sobre esse personagem: onde ele mora, o que ele come, qual é sua música
preferida, o que gosta de fazer, o que ele não gosta de fazer?
7.Apresentação dos personagens e suas histórias.
34. 35
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
O Brasil é formado por uma mistura de muitas raças e todos devem se respeitar
para convivermos em harmonia.
8. Combinados para montagem de um mural.A montagem do mural deve ser
coletiva, contando com a participação de todos os envolvidos na atividade.
9. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima
oficina.Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
Tarefa para casa: Pesquisar e trazer para a próxima atividade exemplos das
heranças culturais deixadas pelos índios, negros e brancos.
Depoimentos:
“Eu pedi para as crianças repararem em como eles eram
diferentes. Daí surgiram observações sobre o colega que
tinha os cabelos cacheados, o outro que tinha o cabelo
loiro, etc. Mas, ainda assim, todo mundo estava participando
da mesma oficina e tendo seus direitos respeitados”. Jandira
Santos, PDA Mandacaru
Dicas:
Leitura Coletiva - Para estimular as crianças a refletirem sobre as três
raças que compõem o povo Brasileiro é possível recortar trechos da
história da nossa colonização, enumerá-los e sorteá-los para que cada
criança possa ler uma parte da história.
35. 36
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Referências:
Sugestão de leitura
Luana:A menina que viu o Brasil neném, de Aroldo Macedo e Oswaldo Faustino
Kabá Darebu, de Daniel Munduruku
Pretinho o meu boneco querido, de Maria Cristina Furtado
Filmes e vídeos
Pajerama, de Leonardo Cadaval
Músicas
Torê-Caboclinho, em Domínio público
Capoeira -Tim,Tim,Tim, de Mestre Suassuna
OVira, de Roberto Leal
História da Colonização Brasileira
Antes da chegada de Cabral, já existiam nesta terra aproximadamente seis milhões de habitantes de diferentes
povos indígenas. Os índios tinham um contato muito próximo com a natureza e cada povo tinha seus costumes, sua
língua, suas crenças e seu modo de vida.As crianças eram criadas e respeitadas por todos.
No ano de 1500, começaram a chegar ao Brasil grandes barcos - chamados caravelas - com homens, mulheres
e crianças brancas vindas de um país chamado Portugal. Este país fica do outro lado do oceano num continente
chamado Europa. Nessa época, vários países do continente europeu, como a França, a Inglaterra e a Espanha,
navegaram pelos oceanos em busca de novas terras. Conhecidos como colonizadores, esses grupos de pessoas
tinham o objetivo de explorar riquezas naturais dos países sul-americanos. Com esse propósito, iniciou aqui no
Brasil em 1502 a exploração do pau-brasil e da cana-de-açúcar, muito abundantes em nossas terras. Os índios que
já viviam no Brasil lutaram contra a invasão desses colonizadores, eles não queriam perder sua terra e sua vida
tranquila com a natureza. Infelizmente, muitas tribos indígenas desapareceram nessa época.
Alguns anos depois, os brancos começaram a trazer para o Brasil pessoas negras que vinham de diferentes países
da África - um lugar que também fica do outro lado do oceano só que no continente africano. Com muita violência,
os negros foram retirados de sua terra, a África, e tornaram-se escravos dos europeus aqui no Brasil. Os escravos
eram obrigados a trabalhar sem ganhar dinheiro para que os portugueses pudessem construir uma nova sociedade
no Brasil. Muitas lutas aconteceram nessa época entre brancos e negros. Os negros sempre lutaram por sua
liberdade!
A história do nosso país tem mais de 500 anos. Nesse tempo, índios, negros e brancos lutaram para garantir seu
espaço e mostrar a sua diferença. Carregamos, dentro de nós, as heranças dessas culturas e sabemos hoje valorizar
a importância de cada uma delas para a construção da nossa nação. O Brasil se tornou um país mestiço e essa
mistura está presente na nossa família, entre amigos, na comunidade. É só observar as diferenças!
40. 41
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Trabalhar com as crianças as origens culturais e costumes dos povos indígena, africano e europeu
presentes no dia a dia.
A diversidade de raças, culturas e etnias presentes no Brasil resultou numa miscigenação que
promoveu uma grande riqueza cultural no país. Por isso, encontramos inúmeros costumes, pratos
típicos, sotaques, vestuários e religiões na nossa cultura.
Produto previsto:
Cartaz Materiais necessários:
Cartolina, cola, tesoura, papéis
coloridos, canetinhas coloridas,
revistas e jornais para recorte.
3
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira de abertura, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e
Brincadeiras – Pág. 88.
2. Converse com as crianças sobre a atividade do dia: conhecer e discutir a diversidade cultural, os costumes
locais e regionais, a partir da pesquisa feita pelas crianças.
3. O educador inicia os trabalhos perguntando às crianças sobre os resultados da pesquisa sobre as heranças
culturais. O que descobriram? O que trouxeram? Quais foram as dificuldades encontradas na realização da
pesquisa? Quem os ajudou com a pesquisa?
Conhecendo as diversas culturas
41. 42
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Dicas:
Essa atividade pode se tornar um itinerário formativo que convida comunidades e
crianças pra um intercâmbio cultural. Podem ser convidados comunidades quilombolas
e grupos de matrizes africanas, povos de cultura cigana, comunidades ribeirinhas, entre
outros. Outra possibilidade é convidar as famílias para fazerem junto com as crianças um
resgate das brincadeiras e cantigas do tempo de seus pais e de seus avós, ampliando as
possibilidades de diversão e criação de jogos e brincadeiras.
Fechamento:
6. O educador deve pontuar que cada pessoa, família e
comunidade têm seus costumes, crenças e valores.Todos
nós temos o direito de preservar nossas manifestações e
tradições culturais e sermos respeitados e valorizados nas
nossas diferentes escolhas.
7. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do
tema da próxima oficina.Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação
– Pág. 90.
4. Orientar a divisão das crianças em subgrupos para construção de
cartazes temáticos. Cada cartaz deve expressar elementos da cultura dos
povos indígenas, africano e europeu.As informações produzidas na oficina
anterior como quebra-cabeças, histórias e demais elementos podem ser
usadas na atividade do dia.
5.Apresentação dos cartazes.
42. 43
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Referências:
Sugestão de leitura
O tom é gorducho, de Márcia M. D” Hease
A chave que queria ser porta, de Elizabeth Den Julio
Benedito, de Hugo Monteiro Pereira
Filmes e vídeos
Brincando com os Deuses – Curta documentário sobre a infância em um terreiro de Candomblé
Livros Animados - A Cor da Cultura – Ministério da Educação
Tem gente 01 - Hermínia Bragança e Fabiano Maciel
Músicas
Saiba, de Arnaldo Antunes
Na Massa, de Arnaldo Antunes
O Uirapuru, de Pequeno Cidadão
44. 45
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Refletir sobre a importância de conhecer e
respeitar o próprio corpo e das pessoas com
as quais as crianças convivem.
Produto previsto:
Construção de um (a) boneco (a).
Materiais
necessários:
Papel A4, canetinhas
coloridas, papel pardo ou
cartolina, fita-crepe.
4
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas
e Brincadeiras – Pág. 88.
2. Converse com as crianças sobre a atividade do dia: reconhecer as diferenças físicas de
meninos e meninas e perceber a importância de conhecer seu próprio corpo e de respeitar
os limites do corpo das outras pessoas com as quais as crianças convivem.
Conhecer para respeitar o nosso corpo
45. 46
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
5. O educador deve enfatizar como cada participante vê e valoriza
as partes do corpo e como muitas vezes não conhecemos o nosso
próprio corpo.Além disso, muitas vezes praticamos pequenos atos
de violência contra o corpo do outro por não entender a relação
que cada um tem com o seu corpo. Por isso é importante conhecer
os limites de cada um e as fases de desenvolvimento de cada pessoa.
6.Avaliação e apresentação do tema da próxima oficina.
Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
3. Bate papo em roda:
• Para que serve o nosso corpo?
• O que carregamos dentro e fora dele?
• Existe alguma parte do corpo que é mais importante que a outra?
• O que podemos sentir com esse corpo? Dor, cócegas, calor, frio, etc.
• Como o nosso corpo se expressa?
• Quem é responsável pela proteção do nosso corpo?
4. Cada criança receberá papel e canetinhas coloridas para desenhar a parte do corpo que mais se
identifica.Após a produção dos desenhos o educador deve recolher as produções, embaralha-las e dividi-
las novamente entre o grupo de crianças. Em seguida, cada criança deve apresentar a parte do corpo que
recebeu.A medida que as crianças apresentam as partes do corpo, o educador vai montando - em um
papel pardo ou cartolina - a silhueta de um boneco que representa um corpo humano.
Durante a apresentação, o educador deve questionar o grupo sobre:
• Qual é a função daquela parte do corpo apresentada?
• Por que aquela parte do corpo foi escolhida como preferida?
• Aquela parte do corpo é de uma menina ou de um menino?
• Qual parte está faltando para completar o corpo humano?
46. 47
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Depoimentos:
“Foi muito instigante trabalhar esse tema com as crianças. Conhecer o nosso corpo,
nossos prazeres e limites é fundamental para o desenvolvimento saudável de qualquer
indivíduo. Durante a infância e a adolescência nos encontramos rodeados por dúvidas
e limites sociais. Daí a necessidade de se tratar esse tema com naturalidade, algo que
pode e deve ser conversado com nossos pares de maneira aberta e esclarecedora”.
Danúbia Gardênia, Oficina de Imagens.
Referências:
Músicas
Cabeça, ombro, joelho e pé, de Xuxa
Dicas:
Vamos dançar?! A dinâmica “Meu corpo em vários ritmos” pode
proporcionar um ambiente bastante descontraído.A brincadeira é: fazendo
referência ao boneco (a) criado (a), o educador irá dividir a turma em
duplas ou trios que representarão algumas partes do corpo humano:
cabeça, tronco, braços, mãos, pernas e pés.A brincadeira começa com
cada dupla ou trio dançando entre si. Ao mudar o ritmo da música, o
educador orienta que algumas partes do corpo se juntem. E assim, tocam-
se os ritmos até que as partes do corpo se encontrem e todas as partes
dancem numa mesma roda.
48. 49
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Trabalhar o desenvolvimento da sexualidade e
suas diferentes fases, em especial a infância e a
adolescência.
Produto previsto:
Boneco representando as
fase da vida e as redes de
proteção.
Materiais necessários:
Silhueta do boneco (a)
confeccionado na oficina
anterior, folhas A4 e canetinhas.
5
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior.Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras –
Pág. 88.
2. Provocar as crianças a perceberem as mudanças que ocorrem no corpo em cada fase da vida, além
de entender o que é legal e o que não é legal, para que elas possam compreender, de forma saudável, as
mudanças no seu corpo e na sua sexualidade.
3. Bate papo em roda:
• As características do corpo de todas as pessoas são iguais?
• Meu corpo é o mesmo de quando eu era um bebê? O que mudou no meu corpo?
• Até quantos anos somos crianças?
• A partir de quantos anos somos adolescentes?
Nosso corpo em diferentes fases da vida
49. 50
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
5.Todas essas mudanças fazem parte do nosso amadurecimento. É como se todos nós
fossemos uma árvore: para termos galhos fortes e gerar frutos, precisamos respeitar cada
fase de desenvolvimento. Sempre podemos contar com alguns “jardineiros” que ajudam as
árvores a crescerem fortes chegando à vida adulta de forma saudável e protegida. Na vida
das crianças, esses “jardineiros” podem ser as famílias, os educadores e os moradores da
comunidade que as protegem. O alimento para que essa árvore cresça de forma saudável
e protegida é a informação.
6. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina.Ver
Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
4. Essa atividade é um desdobramento do trabalho realizado na oficina anterior. Usando a silhueta do
boneco criado anteriormente, o educador deve trabalhar duas distintas fases do desenvolvimento com as
crianças: infância (0 a 11 anos e 11 meses) e adolescência (12 a 18 anos).
Uma folha de papel A4 deve ser fixada dos lados direito e esquerdo do boneco. Um lado representa a
infância, o outro lado representa a adolescência. Em seguida, o educador deve dialogar com as crianças
através das seguintes perguntas orientadoras:
• Esse (a) boneco (a) é uma criança ou um adolescente?
• Quais mudanças estão ocorrendo no corpo do (a) boneco (a)?
• O que ele (a) sente quando é criança e quando é adolescente?
• O que muda no corpo quando ele (a) é criança? E quando ele (a) é adolescente?
• Na fase criança, o que é legal fazer e o que não é legal?
• Na fase da infância, quem é o responsável por ele (a)?
Em um segundo momento, o educador deve explicar às crianças o porquê dessas mudanças no corpo
e a importância da informação e do diálogo, para que as dúvidas sejam esclarecidas.Tendo acesso às
informações, as crianças e os adolescentes têm condições de proteger e cuidar do seu próprio corpo.
50. 51
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Depoimentos:
“O trabalho realizado em oficinas sobre sexualidade para crianças possibilita fortalecer
três eixos importantes do seu desenvolvimento: conhecer, ser e conviver. Conhecer
o próprio corpo e suas possibilidades, além de desmitificar tabus e preconceitos
cotidianos.As oficinas permitem que as crianças percebam o desenvolvimento da sua
sexualidade relacionada ao reconhecimento da sua identidade. O processo de vivência
da sexualidade exige em cada fase do nosso desenvolvimento o acesso a informações
que nos ajudem a viver tranquilos as descobertas da nossa sexualidade e, ao mesmo
tempo, nos proteger”. Rodrigo Corrêa.
Referências:
Filmes e vídeos
Eu não quero voltar sozinho - Daniel Ribeiro
Pensamento Infantil: Sexualidade – Monique Deheinzelin
Dicas:
O educador deve se atentar para o fato de que o período da infância
é subdividido em fases ou estágios, cada um deles com características
próprias, durante os quais as crianças veem o mundo, agem e interagem
com as pessoas e o ambiente de modos diferente.
Primeira fase de desenvolvimento: 0 a 3 anos
Segunda fase de desenvolvimento: 3 a 6 anos
Terceira fase de desenvolvimento: 6 a 11 anos e 11 meses
Já a adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a
idade adulta. Essa fase caracteriza-se por alterações em diversos níveis
– físico, mental e social - e representa para o indivíduo um processo de
distanciamento de formas de comportamento típicos da infância e de
aquisição de características e competências que o capacitem a assumir,
num futuro próximo, os deveres e papéis sociais do adulto.
Adolescência inicial: 12 aos 14 anos
Adolescência média: 15 aos 17 anos
Adolescência superior: 18 aos 22 anos
51. 6
OFICINA
O QUE É DA MENINA?
DIVERSIDADE DE GÊNERO:
O QUE É DO MENINO?
52. 53
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Promover o debate em torno das diferenças, mitos, tabus e preconceitos sobre
gênero - feminino e masculino - abordando as relações de poder que se estabelecem
socialmente, a partir de concepções naturalizadas em torno das masculinidades e
feminilidades.
A oficina busca sensibilizar crianças para o respeito à diversidade de gênero a partir da
provocação sobre o desenvolvimento da sexualidade e do respeito à orientação sexual.
Materiais necessários:
Papel pardo ou cartolina, canetinhas coloridas, cola
branca, fita-crepe. Kits com imagens recortadas de
jornais e revistas que mostram situações e objetos que
são característicos do universo feminino e do universo
masculino.
Obs.: Cada grupo de crianças deve receber dez
imagens que represente cada situação.
5
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior.Ver Guia de Dinâmicas e
Brincadeiras – Pág. 88.
2. O educador deve iniciar a atividade provocando as crianças sobre quais são os elementos e modo
de ser de meninas e meninos.
Produto previsto:
Cartazes.
Diversidade de gênero: o que é da
menina? O que é do menino?
?
53. 54
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
7. Muitos elementos associados ao universo feminino, na vida real,
fazem parte do universo masculino e o contrário também acontece.
As roupas, as funções em casa, as brincadeiras. É importante perceber
as diferenças, valorizar aquilo que é seu e aquilo que é do outro, para
garantirmos que meninos e meninas se respeitem.
8. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da
próxima oficina.Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
3.A organização da atividade sugere que as crianças sejam divididas em quatro grupos mistos, ou seja,
composto por meninas e meninos.
4. Cada grupo irá receber uma folha de papel kraft ou cartolina, uma cola, um pincel atômico e um kit
contendo dez imagens com elementos do universo feminino e dez imagens com elementos do universo
masculino.
5. O educador deve orientar os grupos para divisão do cartaz ao meio a partir de um traço.
• De um lado o grupo deve colar imagens de coisas que são das meninas.
• Do outro lado o grupo deve colar imagens de coisas que são dos meninos.
6.Após o término das colagens, cada grupo apresenta seus cartazes. Durante a apresentação, o educador
deve explorar os mitos e preconceitos relacionados aos gêneros utilizando as seguintes questões
norteadoras:
• O que as meninas pensam dos meninos? O que os meninos pensam das meninas?
• Qual é a função do homem na sociedade? Qual é a função da mulher na sociedade?
54. 55
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Depoimentos:
“As famílias devem se atentar para que as crianças não reproduzam o
que vivem.As desigualdades de gênero começam a ser praticadas em
casa, desde o momento da escolha do enxoval, quando a cor rosa é
escolhida para as meninas e azul para os meninos”. Giselda,Verônica e
Auricelia – Nova Iguaçu.
Referências:
Sugestão de leitura
O menino Nito, de Sônia Rosa
O Sofá Estampado, de Lygia Bojunga Nunes.
Filmes e vídeos
Era uma vez uma Maria
Minha vida de João
Meninos e Meninas – Padrinhos Mágicos
Musicas
Menino, Menina, de Adriana Calcanhoto
A Menina Moleca, de Palavra Cantada
Erê, de Palavra Cantada
Dicas:
A oficina fica mais dinâmica com o uso de brinquedos. Organize de um
lado da sala os brinquedos de meninas, do outro lado os brinquedos dos
meninos. Meninas irão brincar com brinquedos de meninos e vice-versa.
Após as brincadeiras, o bate-papo sobre a experiência pode ser um rico
espaço de construção de conhecimentos, quebra de mitos e tabus.
Atenção!
Crie um espaço para a valorização dos
gêneros masculino e feminino nesta
atividade. Uma criança valorizada tem
normalmente uma autoestima elevada,
não se sente frágil, mas vê a si mesma
como alguém cheia de potencial, amada
e reconhecida.
56. 57
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Fortalecer o trabalho de construção positiva
da autoimagem das crianças partindo das suas
características individuais.A atividade busca
valorizar a autoestima e o respeito à diferença
entre as crianças.
Produto previsto:
Desenhos individuais do rosto de
cada criança – tesouro.
Materiais necessários:
Caixa de sapato com tampa, decorada com colagens
coloridas na parte externa, espelho grande colado
dentro da caixa, uma folha de papel A4 branca por
criança, lápis de cor e fita-crepe.
7
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras –
Pág. 88.
2.“Tenho um grande tesouro que está nesta caixa, algumas pessoas acham que ele é muito bonito, outras
acham esquisito. Para mim o que tem dentro dessa caixa é algo muito, muito especial”.
3.A caixa contendo o tesouro/espelho deve circular na roda passando pelas mãos de todas as crianças.Ao
receber a caixa, cada criança deve abri-la, olhar o que tem dentro, fechá-la e repassá-la para o colega ao lado.
Autoimagem: a caixa do tesouro!
57. 58
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
7. O educador irá contribuir para que o grupo perceba a diversidade entre os
participantes. Os desenhos mostram as características individuais de cada um: jeito de
desenhar, escolhas de cores, cor da pele, tipo de cabelo, roupas e outros objetos. Para
encerrar, o educador deve reforçar que o convívio com a diferença é a capacidade
de respeitar o outro, suas diferenças, valores, crenças e pontos de vista. É ir além das
aparências e reconhecer o outro como uma pessoa autônoma e livre, portadora dos
direitos à vida e ao desenvolvimento.
8. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina.Ver
Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
Obs.: Para garantir a surpresa da descoberta do tesouro, o educador deve fazer um pacto de segredo com
as crianças. Seja qual for o sentimento que tenham ao olhar o conteúdo da caixa - surpresa, admiração ou
alegria - não poderão mencionar o conteúdo da caixa antes do término da dinâmica.
4. Quando a caixa circular por toda a roda, o educador deverá perguntar:“Quem gostou do que viu dentro
da caixa?” e, em seguida, explorar a fala das crianças sobre a experiência de olhar para o espelho dentro da
caixa e se verem.
5. Na sequência, o educador distribui o material para a produção de um desenho individual - papel A4 e
lápis de cor. Cada criança deve desenhar a imagem que viu dentro da caixa. O rosto de cada criança é o
tesouro. Orientar as crianças para que escrevam o nome nos trabalhos.
6.Após o término da atividade, os desenhos são recolhidos e fixados na parede de modo que todas as
crianças consigam visualizá-los.As crianças devem olhar para o conjunto de desenhos observando as
diferenças e as semelhanças entre eles.
58. 59
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Referências:
Sugestão de leitura
Na minha EscolaTodo Mundo É Igual, de Rossana Ramos
Ciça, de Neusa Jordem Possati
Diferentes somos todos, de Alina Perlman
Filme e vídeos
Garoto Barba / Beard Boy, de Christopher Faust, 2010
Dicas:
O educador deve sempre estar atento ao manuseio
de objetos cortantes em oficinas com crianças.
Certifique-se de que o espelho utilizado nesta
atividade esteja bem afixado no fundo da caixa e
acompanhe de perto a manipulação da caixa pelas
crianças evitando acidentes.
60. 61
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Trabalhar a importância da identidade, do respeito à diversidade e
diferenças.A atividade busca fazer com que as crianças percebam
que cada pessoa é única e importante, independente da sua
condição social, econômica, cultural ou etnicorracial. Essa é uma
proposta de sensibilização para a superação de tabus, mitos e
preconceitos em relação ao ser humano.
Produto previsto:
Desenho do rosto do colega.
Materiais necessários:
Papel A4 branco (1 folha para
cada criança) e lápis de cor.
8
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras –
Pág. 88.
2. Separadas por duplas, as crianças deverão desenhar o rosto de seu colega. Escrever o nome das crianças
em um papel e sortear as duplas.
3. Organizar as duplas de forma que uma criança fique sentada de frente para a outra, como um modelo que
faz pose para a foto. Entregar para cada criança uma folha de papel A4 com lápis de cor.
O desenho do meu colega: direito ao
respeito, à liberdade e à dignidade.
O
61. 62
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
7. O educador deve apontar as várias diferenças existentes entre as pessoas, as culturas,
as raças.Tem gente que usa óculos, outros têm cabelo liso, uns são brancos, outros negros,
outros índios, uns tem o pé grande, outros a orelha pequena, uns são meninas, outros
meninos... e por aí vai. Para que a nossa vida seja melhor, é importante respeitarmos as
diferenças.Todo mundo tem uma coisa diferente do outro. E todos nós temos direitos
iguais porque somos humanos.
8. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina.Ver
Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
4. O educador estipula um tempo de 30 minutos para que as crianças se desenhem. Sendo 15 minutos de
desenho para cada criança da dupla.
Obs.: Pode ser necessário um tempo maior que 15 minutos.
5. Durante os desenhos, o educador deve falar da importância de observar o rosto do colega e tentar
desenhar da forma que vê, principalmente o contorno dos olhos, da boca, do nariz, das sobrancelhas.As
cores, como em um desenho animado, podem mudar.Tem gente que pode ser verde, se mora da floresta.
Tem gente que pode ser vermelho, se come muito morango.Tem aqueles que são amarelos porque gostam
do sol e outros que são azuis porque vivem olhando para o céu. No momento em que duplas de crianças
se desenham, o educador deve estimular a conversa entre elas. O momento de desenhar o colega deve ser
também um momento de conhecê-lo.
6.Apresentação dos desenhos.Além de mostrar o desenho, cada um deve dizer uma qualidade, um ponto
positivo, uma coisa legal que conheceu no colega.
62. 63
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Depoimentos:
“A temática foi desafiadora. Fazer com que as crianças vissem beleza na diferença,
inicialmente, foi difícil para alguns, por não se sentirem confortáveis ao serem
observados pelos demais.Algumas crianças ficaram inseguras e com muito receio de
que os desenhos os diminuíssem e os tornassem alvos de piadas. Houve quem fez valer
esta insegurança desenhando seus colegas de forma diminuta, porém a maioria das
crianças respeitou o momento da atividade esforçando-se para desenhar seus amigos
de maneira mais fiel”.
Referências:
Sugestão de leitura
Flicts, de Ziraldo
O Menino Marrom, de Ziraldo
Menina Bonita do Laço de Fita,Ana Maria Machado
Filmes e vídeos
Imagine uma menina com cabelos de Brasil,Alexandre Bersot
Mary e Max – Uma Amizade Diferente,Adam Elliott (para educadores)
Dicas:
A atividade pode ser enriquecida com o uso
de máquinas fotográficas. Caso o educador
disponha de uma, a dica é sugerir que as
crianças fotografem umas às outras.
64. 65
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Conhecer e valorizar as inúmeras dinâmicas e composições
familiares da atualidade. O objetivo é provocar a percepção sobre
as diferentes relações familiares comuns às crianças, colaborando
para a cumplicidade e interação do grupo.A atividade também
pode propiciar ao educador melhor entendimento da realidade de
cada criança, além de facilitar a identificação de possíveis conflitos
familiares vivenciados.
Produto previsto:
Colagem individual sobre as
famílias das crianças.
Materiais necessários:
Recortes de pessoas diversas: homens,
mulheres, crianças, adolescentes, idosos,
índios, negros, brancos, ricos e pobres, papel
A4 branco, cola e lápis de cor.
9
Desenvolvimento da atividade:
1.Acolhida – recepção das crianças no espaço da oficina.
2. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras –
Pág. 88.
3. Bate-papo sobre os vários tipos de família, principalmente as famílias das crianças que compõem o grupo.
Como preparação da oficina, o educador deve selecionar imagens que irão compor as colagens sobre as
diferentes composições de família.
Os diversos tipos de família:
quem cuida de mim?
65. 66
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
7. Não existe um modelo de família para todas as pessoas. O importante é enfatizar que precisamos e
gostamos das pessoas que cuidam da gente. Essas pessoas podem ser os nossos pais, mães, irmãos, avós, tios,
tias, vizinhas, madrinhas, padrinhos, amigos, etc.
8.A dinâmica de enceramento deve propiciar um espaço de descontração e animação para as crianças. Esse
é um momento importante para que elas possam se alegrar e trocar afetos.
9.Tarefa para casa: cada criança deve pesquisar a origem dos seus responsáveis. Para tanto, necessitam
dialogar com as pessoas que delas cuidam e fazer um desenho sobre o lugar de origem da sua família.
Questões norteadoras: quem é responsável por cada uma das crianças? De onde vieram essas pessoas? São
mães, pais, irmãos, avós, tios? Como era o lugar de origem dessas pessoas?
10. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina.Ver Guia de Dinâmicas
de Avaliação – Pág. 90.
4. O educador deve distribuir no centro da roda uma série de imagens que possam representar a
diversidade de composição das famílias Brasileiras: homens, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, índios,
negros, brancos, mestiços, ricos e pobres.
5. Cada criança deve escolher um conjunto de imagens para montar a sua família.Todas as pessoas que
moram com as crianças ou cuidam delas devem ser representadas.A montagem pode ser feita por meio de
colagens e também ilustrações.
6. É importante garantir, no momento de apresentação dos trabalhos, que as crianças expressem seus
sentimentos em relação às pessoas que julgam ser importantes em sua vida. Essas referências podem ter
laços de parentesco com o pai, mãe, irmão, avó e tios ou serem pessoas que convivem diretamente com as
crianças tais como amigos, padrinhos, vizinhos, etc.
66. 67
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Referências:
Sugestão de leitura
Minha Família é Colorida, de Georgina da Costa Martins
Gente Bem Diferente,Ana Maria Machado
Filme e vídeos
Os padrinhos mágicos – Quem é seu pai?
Músicas
Família, dosTitãs
Dicas:
1 - É importante priorizar imagens de pessoas
desconhecidas, diversas como as crianças que compõe
o grupo, e evitar imagens de celebridades ou pessoas
que se destacam nos jornais e revistas.
2 - As crianças podem também ilustrar as suas famílias
em vez de montá-las por meio de colagem.
Atenção!
A família, seja ela composta por pessoas de descendência genética ou
por aqueles que são acolhidos e passam a integrá-la, é um laço muito
importante que deve ser valorizado em suas diferentes formas de
organização. Não existe um modelo de família e sim diferentes arranjos
familiares.A sugestão é aproveitar a oportunidade disparada pela
atividade e promover um encontro que valorize as relações familiares
das crianças.
68. 69
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Estimular a criatividade e garantir que o lúdico
se manifeste, provocando reflexões sobre as
formas de contribuição da criança na melhoria
da convivência familiar.
Produto previsto:
Fantoches.
Materiais necessários:
Molde para produção de fantoches,
palitos de picolé, tesouras sem ponta,
lápis de cor, canetinhas coloridas e
tiras de lã cortadas.
Participação na família: o que o
fantoche tem a nos dizer?
10
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras –
Pág. 88.
2. Retorno da tarefa de casa: bate-papo sobre a origem das famílias e apresentação dos desenhos sobre os
lugares onde viviam as pessoas que cuidam das crianças, explorar a fala das crianças.
69. 70
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
5. O uso de fantoches nesta atividade estimula a criatividade da criança e promove
reflexões sobre o seu universo real e ideal na família.A partir da criação e das
apresentações dos fantoches, o educador, junto com as crianças, irá promover uma
reflexão sobre as alternativas de melhoria da convivência familiar, estimulando o diálogo,
o respeito e o fortalecimento dos laços afetivos. Importante refletir com o grupo
quais são as responsabilidades dos adultos e das crianças em casa, sabendo que as das
crianças devem ser adequadas à sua fase de desenvolvimento humano.
6.Tarefa de casa: as crianças devem levar os fantoches para casa e contar para as
pessoas que moram com ela sobre como foi a oficina.
7. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina.Ver
Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
3. Construir um boneco de fantoche que irá representar cada uma das crianças. Este boneco deve dizer o
que ela faz para ajudar a sua família.
4. Distribuição do material para construção do fantoche e criação de uma frase sobre participação na família.
Obs.: O educador deve mostrar as crianças o passo a passo para criação do fantoche e auxiliá-las nos
momentos em que é preciso cortar o molde, colar o palito de picolé para montar o corpo do boneco, colar
as tiras de lã para fazer o cabelo, entre outros. É importante estimular a criatividade das crianças na hora de
desenhar as roupas, colorir as partes do corpo e representar o cabelo dos fantoches.Além da montagem, as
crianças devem também criar frases para os fantoches sobre o que elas fazem para melhorar a convivência
na família.
70. 71
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Dicas:
1 - O educador pode aproveitar esse momento de contação de histórias para
se aproximar do universo familiar das crianças.Afinal, contar e ouvir histórias são
ações que estão carregadas de símbolos, emoções, sentimentos, ideias e fantasias.
Por meio das histórias compreendemos as relações, amadurecemos sentimentos,
aguçamos sensações e ampliamos nossos conhecimentos sobre o mundo. Deixe a
imaginação das crianças viajar!
2 – O educador também pode criar seu próprio molde para a confecção dos
fantoches e ainda utilizar materiais reciclados para compor seus membros.
Atenção!
É importante que o educador esteja atento para ouvir as
responsabilidades que as crianças assumem na convivência doméstica e
é de fundamental relevância dialogar sobre a atenção especial que deve
ser dedicada às crianças em respeito à sua fase de desenvolvimento
humano diferenciando, o que significa colaborar em casa e o que
representa um trabalho, responsabilidade dos adultos.
Referências:
Sugestão de leitura
A família do Marcelo, de Ruth Rocha
Eu gostaria de ser..., de Editora Ciranda Cultural
Um estranho na Floresta, de Alcides Goulart
Filmes e vídeos
Era uma vez uma família / Once upon a family Parte I
74. 75
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Conhecer e socializar a visão que a criança constrói acerca do espaço da escola.A
atividade estimula o trabalho em grupo e contribui para valorização dos espaços
educativos além-sala de aula. Essa atividade também pode ser direcionada para
o conhecimento do espaço onde a oficina acontece - biblioteca, associação
comunitária, paróquia, entre outros espaços educativos.
Produto previsto:
Desenhos criados coletivamente
sobre as escolas.
Materiais necessários:
Cartolina branca, lápis de cor e
canetinhas coloridas.
Como eu vejo a minha escola:
minha escola é...
11
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e
Brincadeiras – Pág. 88.
2. Organizar as crianças em grupos de até cinco pessoas. Caso as crianças sejam de escolas diferentes,
elas podem se organizar em grupos por escola.
75. 76
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
3. Produção coletiva.Após distribuir o material necessário para produção do desenho - cartolina, canetinhas
hidrocor e lápis de cor, o educador deve orientar o desenvolvimento do trabalho:
•
Cada criança deve ocupar um pedaço da cartolina desenhando uma parte da escola. Por exemplo, as salas
de aula, a quadra, o refeitório, a biblioteca, o auditório, a portaria, o jardim, a horta, etc.A atividade permite
ao educador trabalhar aspectos de integração e colaboração, através da divisão do espaço na cartolina.
Caso a atividade seja realizada dentro da escola, o educador pode promover um passeio guiado pelos
espaços, permitindo que as crianças façam os desenhos nos próprios ambientes.
• Em seguida o grupo deve colorir e identificar cada área.
• Orientar o grupo de crianças para escrita do nome de todos na cartolina.
4.Apresentação dos trabalhos. Durante a apresentação, o educador pode explorar os seguintes pontos:
• Como a escola é organizada?
• Quem cuida da escola?
• Qual é o espaço mais legal? Por que?
• O que mais gostam na escola? E o que menos gostam?
• O que tem na escola que poderia ser melhor?
• O que não tem na escola, mas deveria ter?
• Como as crianças podem ajudar a cuidar da escola?-
Fechamento:
5.Vários direitos das crianças são garantidos na escola. Desse modo, o educador deve refletir
com o grupo de crianças sobre a importância da escola, explicando sobre a sua organização,
que é composta por vários espaços diferentes para que todos se desenvolvam praticando
esportes, se alfabetizando, brincando, etc. É fundamental trabalhar a perspectiva de escola como
um bem comum, público e, portanto, de todos. Por isso, é importante cuidar e fazer com que
ela seja cada vez melhor para todos.
6. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia
de Dinâmicas e Avaliação – Pág. 90.
76. 77
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Depoimentos:
“Durante a oficina as crianças relataram as péssimas
condições da estrutura da escola, mencionaram os prejuízos
que a greve de professores causou e reivindicaram
materiais escolares de qualidade”. PDA Casa Grande
Dicas:
Numa pesquisa educomunicativa as crianças podem entrevistar pessoas
utilizando gravadores de áudio ou máquinas filmadoras. Que tal visitar
uma das escolas das crianças do grupo e descobrir, por exemplo: qual
o nome da escola? Por que ela tem esse nome? Quando foi fundada?
Quais os grupos de pessoas que participam da escola? Quais são os
espaços que ela dispõe? Quais as principais atividades desenvolvidas na
escola? Existe um acervo com fotos antigas? Ao resgatar a história da
escola, as crianças podem atuar como verdadeiros investigadores!
Referências:
Sugestão de leitura
Quando Miguel Entrou na Escola, de Ruth Rocha
Filme e vídeos
Pro dia nascer feliz”, de João Jardim
Menino Maluquinho – O Filme, de Grupo Novo Cinema eTV
78. 79
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Estimular a percepção das crianças sobre as contribuições de cada um na
melhoria do espaço escolar. Essa atividade estimula o cuidado, o compromisso
e a responsabilidade para com a estrutura física e material do espaço educativo.
Essa atividade também pode ser direcionada para o conhecimento do local
onde a oficina acontece - biblioteca, associação comunitária, paróquia, entre
outros espaços educativos. Produto previsto:
Bonecos de massinha.
Materiais necessários:
Folhas de papel A4 branco, lápis, massinhas de modelar com
cores variadas - um rolo por criança -, palitos de fósforo para
modelar os olhos, boca e outros detalhes do boneco e tintas
guache, se o boneco for confeccionado com massinha caseira.
Participação da criança na escola:
super-herói de massinha!
12
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e
Brincadeiras – Pág. 88.
2. Construir um super-herói de massinha que irá dizer ao grupo o que ele pode fazer para
que a escola seja mais legal, cumprindo seu papel na educação das crianças.
A
79. 80
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
6. Para encerrar os trabalhos do dia, o educador deve destacar algumas
coisas que as crianças podem fazer para que a escola seja sempre melhor,
como respeitar os educadores e colegas, cuidar do ambiente da escola
- salas de aula, biblioteca, refeitório, quadra -, não jogar lixo no chão, não
brigar com os colegas, cuidar do meio ambiente, entre outras coisas.
7. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da
próxima oficina.Ver Guia de Dinâmicas e Avaliação – Pág. 90.
3. Distribuir o material para produção. Cada criança receberá apenas uma cor de
massinha para modelar. Para utilizar outras cores, elas deverão negociar e trocar com
os colegas. Essa proposta visa o trabalho de integração e cooperação em grupo.
4. Produção dos super-heróis de massinha: para estimular a criatividade das crianças,
o educador pode provocá-las a pensar o que este super-herói pode fazer para
melhorar a escola. Importante também despertar a criatividade em relação ao nome
dos super-heróis, às formas modeladas e às cores utilizadas.
5.Apresentação: cada criança deve mostrar seu boneco de massinha, dizendo qual é
o nome que ele recebeu e qual a sua missão para transformar a escola para melhor.
80. 81
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Referências:
Músicas
Pequeno Cidadão, de Pequeno Cidadão
Dicas:
A massa para modelar pode ser produzida pelas crianças utilizando
duas medidas de farinha de trigo, uma medida de sal, anilina (comestível,
não tóxica) e água. Elas podem ser incentivadas a construírem outros
brinquedos e personagens como príncipes e princesas, bruxas, fadas ou
magos. O fundamental é propor a criação de um personagem que auxilie
o educador no diálogo sobre a importância da participação de todos para
que a escola se torne cada vez melhor.
82. 83
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Objetivo:
Construir com o grupo as regras de convivência nas atividades. É
importante que o educador estabeleça vínculos com o grupo de
crianças antes de realizar a oficina sobre as regras de convivência. O
educador deve identificar os problemas de convivência e a dinâmica
de funcionamento do grupo antes de estipular os combinados.
Produto previsto:
Desenhos e tarjetas com as
regras de convivência.
Materiais necessários:
Tarjetas de papel A4, pincel atômico ou canetinha nas
cores verde, amarelo e vermelho e fita-crepe.
Desenvolvimento da atividade:
1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras –
Pág. 88.
2. Converse com as crianças sobre a atividade do dia: estabelecer combinados que auxiliem o educador e
as crianças do grupo a terem uma melhor convivência no espaço da oficina. Os combinados são pequenas
regras que as próprias crianças devem sugerir. O objetivo é colaborar para a melhoria das relações e garantir
Construção de regras de convivência: combinado?
E
83. 84
E INTEGRAÇÃO
DE GRUPO
INFÂNCIA
Fechamento:
3.Apresentação dos desenhos ou frases. Os combinados, acordados
junto com as crianças, devem ser afixados em lugar visível no espaço da
atividade.
4. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da
próxima oficina.Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação – Pág. 90.
que o trabalho coletivo seja interessante para todos. Para construção das regras, a
sugestão é que o educador apresente a referência do semáforo às crianças, em que
a cor verde simboliza que o caminho está livre, a cor amarela simboliza atenção e a
cor vermelha simboliza que o caminho está fechado.
Cada criança deve escrever ou desenhar nas tarjetas com as respectivas cores:
Tarjeta verde: algo que se pode fazer durante as atividades.
Tarjeta amarela: algo que se pode fazer durante as atividades,
mas que merece atenção do grupo.
Tarjeta vermelha: algo que não se pode fazer durante as atividades.
Obs.: É importante que o educador também indique o que ele sugere como regra
de convivência.