SlideShare uma empresa Scribd logo
MA111 - Cálculo I
Aula 11 – Derivação Implícita.
Derivada das Funções Logarítmicas e Trigonométricas Inversas.
Marcos Eduardo Valle
Motivação para a Derivação Implícita
Nas aulas anteriores, vimos como calcular a derivada y0 quando y
é expressa de forma explícita como uma função de x, ou seja,
y = f(x).
Exemplo 1
A derivada da função
y = x sin x,
é, pela regra do produto,
y0
= sin x + x cos x.
Em alguns casos, porém, y é definida implicitamente por uma
relação entre x e y.
Exemplo 2 (Fólio de Descartes)
A equação
x3
+ y3
= 6xy,
define a seguinte curva chamada fólio de Descartes:
No caso geral, y é definida implicitamente através da equação
φ(x, y) = 0, (1)
em que φ é uma função que depende de x e y.
Em alguns casos, é possível isolar y em (1) e escrever y
explicitamente como uma função de x.
Felizmente, usando a regra da cadeia, não precisamos resolver
(1) para calcular a derivada de y.
Podemos determinar y0 usando a chamada derivação implícita.
Exemplo 3
Considere o fólio de Descartes descrito por x3
+ y3
= 6xy.
(a) Encontre y0.
(b) Encontre a reta tangente ao fólio de Descartes no ponto (3, 3).
(c) Em qual ponto do primeiro quadrante a reta tangente é
horizontal?
Resposta:
(a) Derivando ambos os lados da equação do fólio de Descartes
e usando a regra da cadeia encontramos
3x2
+ 3y2
y0
= 6xy0
+ 6y ⇐⇒ y0
=
2y − x2
y2 − 2x
.
(b) No ponto (x, y) = (3, 3), temos y0 = −1 e, portanto, a reta
tangente é
y − 3 = (−1)(x − 3) ⇐⇒ x + y = 6.
(c) A reta tangente é horizontal se y0 = 0. Com isso,
encontramos o ponto (24/3, 25/3).
Derivadas das Funções Trigonométricas Inversas
Usando a derivação implícita e lembrando que
d
dx
[tan x] = sec2
x e 1 + tan2
x = sec2
x,
obtemos as seguintes derivadas.
Derivada das Funções Trigonométricas Inversas
d
dx
h
sen−1
x
i
=
1
√
1 − x2
.
d
dx
h
cos−1
x
i
= −
1
√
1 − x2
.
d
dx
h
tan−1
x
i
=
1
1 + x2
.
Derivada de sen−1
(x):
Sabemos que
y = sen−1
x ⇐⇒ sen y = x, −
π
2
≤ y ≤
π
2
.
Derivando sen y = x implicitamente e lembrando que
cos y =
q
1 − sen2 y =
p
1 − x2,
obtemos
cos y
dy
dx
= 1 ⇐⇒
d
dx
h
sen−1
(x)
i
=
1
cos y
=
1
√
1 − x2
.
Exemplo
Exemplo 4
Derive
(a) y =
1
sen−1 x
.
(b) f(x) = xarctg
√
x.
Exemplo
Exemplo 4
Derive
(a) y =
1
sen−1 x
.
(b) f(x) = xarctg
√
x.
Resposta:
(a)
dy
dx
= −
1
(sen−1x)2
√
1 − x2
.
(b) f0
(x) =
√
x
2(1 + x)
+ arctg
√
x.
Derivada do Logaritmo Natural
De um modo semelhante, usando a derivação implícita temos:
Derivada da Função Logaritmo:
d
dx
[ln x] =
1
x
.
Exemplo 5
Derive
y = ln(x3
+ 1).
Derivada do Logaritmo Natural
De um modo semelhante, usando a derivação implícita temos:
Derivada da Função Logaritmo:
d
dx
[ln x] =
1
x
.
Exemplo 5
Derive
y = ln(x3
+ 1).
Resposta: Usando a regra da cadeia, obtemos
y0
=
3x2
x3 + 1
.
De um modo geral, usando a regra da cadeia concluímos que:
Derivada da Função Logaritmo:
d
dx
[ln g(x)] =
g0(x)
g(x)
.
Exemplo 6
Encontre
d
dx
[ln(sen x)] .
De um modo geral, usando a regra da cadeia concluímos que:
Derivada da Função Logaritmo:
d
dx
[ln g(x)] =
g0(x)
g(x)
.
Exemplo 6
Encontre
d
dx
[ln(sen x)] .
Resposta:
d
dx
[ln(sen x)] = cotg x.
O Número e como um limite:
Considere f(x) = ln x. Por um lado,
f0
(1) = lim
h→0
ln(1 + h) − ln 1
h
= lim
h→0
ln(1 + h)
1
h .
Por outro lado,
f0
(x) =
1
x
⇒ f0
(1) = 1.
Logo,
lim
x→0
ln(1 + x)
1
x = 1.
Usando a continuidade da função exponencial, concluímos que:
O Número e como um limite:
lim
x→0
(1 + x)
1
x = e.
O Número e como um limite:
Considere f(x) = ln x. Por um lado,
f0
(1) = lim
h→0
ln(1 + h) − ln 1
h
= lim
h→0
ln(1 + h)
1
h .
Por outro lado,
f0
(x) =
1
x
⇒ f0
(1) = 1.
Logo,
lim
x→0
ln(1 + x)
1
x = 1.
Usando a continuidade da função exponencial, concluímos que:
O Número e como um limite:
lim
n→+∞

1 +
1
n
n
= e.
Exemplos
Exemplo 7
Encontre y0 se
sin(x + y) = y2
cos x.
Exemplos
Exemplo 7
Encontre y0 se
sin(x + y) = y2
cos x.
Resposta:
y0
=
y2 sin x + cos(x + y)
2y cos x − cos(x + y)
.
Exemplos
Exemplo 8
Encontre y00 se
x4
+ y4
= 16
Exemplos
Exemplo 8
Encontre y00 se
x4
+ y4
= 16
Resposta:
y00
= −48
x2
y7
.
Exemplos
Exemplo 9
Derive f(x) = log10(2 + sen x).
Exemplos
Exemplo 9
Derive f(x) = log10(2 + sen x).
Resposta:
f0
(x) =
1
ln 10
cos x
(2 + sen x)
.
Exemplos – Derivação Logarítmica
A derivação implícita e derivada de funções logarítmicas podem
ser usadas para calcular a derivada de funções complicadas
envolvendo produtos, quociente e potências. Vejamos.
Exemplo 10
Derive
y =
x3/4
√
x2 + 1
(3x + 2)5
.
Exemplos – Derivação Logarítmica
A derivação implícita e derivada de funções logarítmicas podem
ser usadas para calcular a derivada de funções complicadas
envolvendo produtos, quociente e potências. Vejamos.
Exemplo 10
Derive
y =
x3/4
√
x2 + 1
(3x + 2)5
.
Resposta:
y0
=
x3/4
√
x2 + 1
(3x + 2)5

3
4x
+
x
x2 + 1
−
15
3x + 2

.
Exemplo 11
Derive
y = x
√
x
.
Exemplo 11
Derive
y = x
√
x
.
Resposta:
y0
=
x
√
x
2
√
x
(ln
√
x + 2).
Considerações Finais
A derivação implícita pode ser usada para encontrar y0 quando y
é definido implicitamente pela equação
φ(x, y) = 0,
para alguma função φ que depende de x e y.
A derivação implícita, combinada com a regra da cadeia, foi
utilizada para encontrar a derivada das funções trigonométricas
inversas.
De um modo semelhante, deduzimos também a derivada da
função ln e vimos a derivação logarítmica.
Muito grato pela atenção!

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Aula11.pdf

funcoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afins
funcoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afinsfuncoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afins
funcoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afins
JosJunior621067
 
matematica e midias
matematica e midiasmatematica e midias
matematica e midias
iraciva
 
Apostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integraisApostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integrais
trigono_metrico
 

Semelhante a Aula11.pdf (20)

www.aulaparticularonline.net.br - Matemática - Função Afim
www.aulaparticularonline.net.br - Matemática -  Função Afimwww.aulaparticularonline.net.br - Matemática -  Função Afim
www.aulaparticularonline.net.br - Matemática - Função Afim
 
funcoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afins
funcoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afinsfuncoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afins
funcoes1_slides.pptx matematica,engenharia e afins
 
www.AulasDeMatematicaApoio.com.br - Matemática - Função Afim
 www.AulasDeMatematicaApoio.com.br  - Matemática - Função Afim www.AulasDeMatematicaApoio.com.br  - Matemática - Função Afim
www.AulasDeMatematicaApoio.com.br - Matemática - Função Afim
 
www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br -Matemática - Função Afim
 www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br  -Matemática -  Função Afim www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br  -Matemática -  Função Afim
www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br -Matemática - Função Afim
 
Aula de Cálculo I - Limite
Aula de Cálculo I - LimiteAula de Cálculo I - Limite
Aula de Cálculo I - Limite
 
Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8Lista de exercícios 8
Lista de exercícios 8
 
Função do 1º grau
Função do 1º grauFunção do 1º grau
Função do 1º grau
 
Capítulo4 interpolação
Capítulo4 interpolaçãoCapítulo4 interpolação
Capítulo4 interpolação
 
Derivadas
DerivadasDerivadas
Derivadas
 
Lista de exercícios derivação implicita (1)
Lista de exercícios derivação implicita (1)Lista de exercícios derivação implicita (1)
Lista de exercícios derivação implicita (1)
 
16598764 apostila-de-calculo
16598764 apostila-de-calculo16598764 apostila-de-calculo
16598764 apostila-de-calculo
 
Atividades smte2012
Atividades smte2012Atividades smte2012
Atividades smte2012
 
matematica e midias
matematica e midiasmatematica e midias
matematica e midias
 
Lista de exercícios 4 - Cálculo
Lista de exercícios 4 - CálculoLista de exercícios 4 - Cálculo
Lista de exercícios 4 - Cálculo
 
Funções
Funções Funções
Funções
 
Apostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integraisApostila 3 calculo i integrais
Apostila 3 calculo i integrais
 
Calculo1 aula04
Calculo1 aula04Calculo1 aula04
Calculo1 aula04
 
Funções.saa
Funções.saaFunções.saa
Funções.saa
 
Calculo1 aula03
Calculo1 aula03Calculo1 aula03
Calculo1 aula03
 
Calculo1 aula03
Calculo1 aula03Calculo1 aula03
Calculo1 aula03
 

Último

AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
Consultoria Acadêmica
 
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdfATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
Colaborar Educacional
 
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
Consultoria Acadêmica
 
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
Consultoria Acadêmica
 
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
eliasmar2
 

Último (10)

AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
 
Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_
Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_
Aula_LUBRIFICAÇÃO_INDUSTRIAL AUTOMOTIVA_
 
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdfATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
ATIVIDADE 2 - PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL - ok.pdf
 
Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...
Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...
Aula 03 - Gestão da Manutenção - OS e Software de Gerenciamento de Manutenção...
 
Checklist de renovação de AVCB -Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.pdf
Checklist de renovação de AVCB -Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.pdfChecklist de renovação de AVCB -Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.pdf
Checklist de renovação de AVCB -Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.pdf
 
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
AE02 - MAQUINAS TÉRMICAS UNICESUMAR 52/2024
 
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
AE01 -ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL -COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESSOA...
 
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL RELACOES DE CONSUMO E SUSTENTABILI...
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL  RELACOES DE CONSUMO E SUSTENTABILI...AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL  RELACOES DE CONSUMO E SUSTENTABILI...
AE01 - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL RELACOES DE CONSUMO E SUSTENTABILI...
 
Curso de operador de guindauto e guindaste
Curso de operador de guindauto e guindasteCurso de operador de guindauto e guindaste
Curso de operador de guindauto e guindaste
 
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
1 - ESPAÇO CONFINADO - NORMA REGULAMENTADORA 33 - SLIDESHARE.pptx
 

Aula11.pdf

  • 1. MA111 - Cálculo I Aula 11 – Derivação Implícita. Derivada das Funções Logarítmicas e Trigonométricas Inversas. Marcos Eduardo Valle
  • 2. Motivação para a Derivação Implícita Nas aulas anteriores, vimos como calcular a derivada y0 quando y é expressa de forma explícita como uma função de x, ou seja, y = f(x). Exemplo 1 A derivada da função y = x sin x, é, pela regra do produto, y0 = sin x + x cos x.
  • 3. Em alguns casos, porém, y é definida implicitamente por uma relação entre x e y. Exemplo 2 (Fólio de Descartes) A equação x3 + y3 = 6xy, define a seguinte curva chamada fólio de Descartes:
  • 4. No caso geral, y é definida implicitamente através da equação φ(x, y) = 0, (1) em que φ é uma função que depende de x e y. Em alguns casos, é possível isolar y em (1) e escrever y explicitamente como uma função de x. Felizmente, usando a regra da cadeia, não precisamos resolver (1) para calcular a derivada de y. Podemos determinar y0 usando a chamada derivação implícita.
  • 5. Exemplo 3 Considere o fólio de Descartes descrito por x3 + y3 = 6xy. (a) Encontre y0. (b) Encontre a reta tangente ao fólio de Descartes no ponto (3, 3). (c) Em qual ponto do primeiro quadrante a reta tangente é horizontal?
  • 6. Resposta: (a) Derivando ambos os lados da equação do fólio de Descartes e usando a regra da cadeia encontramos 3x2 + 3y2 y0 = 6xy0 + 6y ⇐⇒ y0 = 2y − x2 y2 − 2x . (b) No ponto (x, y) = (3, 3), temos y0 = −1 e, portanto, a reta tangente é y − 3 = (−1)(x − 3) ⇐⇒ x + y = 6. (c) A reta tangente é horizontal se y0 = 0. Com isso, encontramos o ponto (24/3, 25/3).
  • 7. Derivadas das Funções Trigonométricas Inversas Usando a derivação implícita e lembrando que d dx [tan x] = sec2 x e 1 + tan2 x = sec2 x, obtemos as seguintes derivadas. Derivada das Funções Trigonométricas Inversas d dx h sen−1 x i = 1 √ 1 − x2 . d dx h cos−1 x i = − 1 √ 1 − x2 . d dx h tan−1 x i = 1 1 + x2 .
  • 8. Derivada de sen−1 (x): Sabemos que y = sen−1 x ⇐⇒ sen y = x, − π 2 ≤ y ≤ π 2 . Derivando sen y = x implicitamente e lembrando que cos y = q 1 − sen2 y = p 1 − x2, obtemos cos y dy dx = 1 ⇐⇒ d dx h sen−1 (x) i = 1 cos y = 1 √ 1 − x2 .
  • 9. Exemplo Exemplo 4 Derive (a) y = 1 sen−1 x . (b) f(x) = xarctg √ x.
  • 10. Exemplo Exemplo 4 Derive (a) y = 1 sen−1 x . (b) f(x) = xarctg √ x. Resposta: (a) dy dx = − 1 (sen−1x)2 √ 1 − x2 . (b) f0 (x) = √ x 2(1 + x) + arctg √ x.
  • 11. Derivada do Logaritmo Natural De um modo semelhante, usando a derivação implícita temos: Derivada da Função Logaritmo: d dx [ln x] = 1 x . Exemplo 5 Derive y = ln(x3 + 1).
  • 12. Derivada do Logaritmo Natural De um modo semelhante, usando a derivação implícita temos: Derivada da Função Logaritmo: d dx [ln x] = 1 x . Exemplo 5 Derive y = ln(x3 + 1). Resposta: Usando a regra da cadeia, obtemos y0 = 3x2 x3 + 1 .
  • 13. De um modo geral, usando a regra da cadeia concluímos que: Derivada da Função Logaritmo: d dx [ln g(x)] = g0(x) g(x) . Exemplo 6 Encontre d dx [ln(sen x)] .
  • 14. De um modo geral, usando a regra da cadeia concluímos que: Derivada da Função Logaritmo: d dx [ln g(x)] = g0(x) g(x) . Exemplo 6 Encontre d dx [ln(sen x)] . Resposta: d dx [ln(sen x)] = cotg x.
  • 15. O Número e como um limite: Considere f(x) = ln x. Por um lado, f0 (1) = lim h→0 ln(1 + h) − ln 1 h = lim h→0 ln(1 + h) 1 h . Por outro lado, f0 (x) = 1 x ⇒ f0 (1) = 1. Logo, lim x→0 ln(1 + x) 1 x = 1. Usando a continuidade da função exponencial, concluímos que: O Número e como um limite: lim x→0 (1 + x) 1 x = e.
  • 16. O Número e como um limite: Considere f(x) = ln x. Por um lado, f0 (1) = lim h→0 ln(1 + h) − ln 1 h = lim h→0 ln(1 + h) 1 h . Por outro lado, f0 (x) = 1 x ⇒ f0 (1) = 1. Logo, lim x→0 ln(1 + x) 1 x = 1. Usando a continuidade da função exponencial, concluímos que: O Número e como um limite: lim n→+∞ 1 + 1 n n = e.
  • 17. Exemplos Exemplo 7 Encontre y0 se sin(x + y) = y2 cos x.
  • 18. Exemplos Exemplo 7 Encontre y0 se sin(x + y) = y2 cos x. Resposta: y0 = y2 sin x + cos(x + y) 2y cos x − cos(x + y) .
  • 20. Exemplos Exemplo 8 Encontre y00 se x4 + y4 = 16 Resposta: y00 = −48 x2 y7 .
  • 21. Exemplos Exemplo 9 Derive f(x) = log10(2 + sen x).
  • 22. Exemplos Exemplo 9 Derive f(x) = log10(2 + sen x). Resposta: f0 (x) = 1 ln 10 cos x (2 + sen x) .
  • 23. Exemplos – Derivação Logarítmica A derivação implícita e derivada de funções logarítmicas podem ser usadas para calcular a derivada de funções complicadas envolvendo produtos, quociente e potências. Vejamos. Exemplo 10 Derive y = x3/4 √ x2 + 1 (3x + 2)5 .
  • 24. Exemplos – Derivação Logarítmica A derivação implícita e derivada de funções logarítmicas podem ser usadas para calcular a derivada de funções complicadas envolvendo produtos, quociente e potências. Vejamos. Exemplo 10 Derive y = x3/4 √ x2 + 1 (3x + 2)5 . Resposta: y0 = x3/4 √ x2 + 1 (3x + 2)5 3 4x + x x2 + 1 − 15 3x + 2 .
  • 26. Exemplo 11 Derive y = x √ x . Resposta: y0 = x √ x 2 √ x (ln √ x + 2).
  • 27. Considerações Finais A derivação implícita pode ser usada para encontrar y0 quando y é definido implicitamente pela equação φ(x, y) = 0, para alguma função φ que depende de x e y. A derivação implícita, combinada com a regra da cadeia, foi utilizada para encontrar a derivada das funções trigonométricas inversas. De um modo semelhante, deduzimos também a derivada da função ln e vimos a derivação logarítmica. Muito grato pela atenção!