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O campo grupal
• Em qualquer grupo constituído se forma um
campo grupal dinâmico (campo fenomênico
grupal), o qual se comporta como uma estrutura
que vai além da soma dos seu componentes.
• Este campo é composto por múltiplos fenômenos
e elementos do psiquismo, que estão articulados
entre si como uma estrutura, e assim se há
alteração sobre um essa alteração repercutirá
sobre os demais.
Aspectos ativamente presentes no
campo grupal
• 1 – o campo grupal se forma em qualquer
grupo e se processa em dois planos: um é o da
intencionalidade e o outro o da interferência
dos fenômenos inconscientes.
• 2 – Nesse campo grupal sempre se processam
fenômenos como os da resistência e
contraresistência, actings, processos
identificatórios, etc.
Resistência, contraresistência e acting
• Numa síntese das definições, podemos dizer
que o conceito de resistência na psicanálise,
segundo Roudinesco designa: "o conjunto das
reações de um analisando cujas
manifestações, no contexto do tratamento,
criam obstáculos ao desenrolar da análise" e
segundo Laplanche e Pontalis: "tudo o que,
nos atos e palavras do analisando, se opõe ao
acesso deste ao seu inconsciente"
• Alguns aspectos de uma resistência podem ser
conscientes e outra parte fundamental é
realizada pelo ego inconsciente. As
resistências são repetições das produções
defensivas realizadas pelo paciente em sua
vida.
• De acordo com Paniago (2008) a Resistência é
um mecanismo inconsciente ligado à parte do
eu regida pelo princípio de realidade, que
procura saídas contra a invasão dos elementos
indesejáveis provenientes do próprio
inconsciente e dos conteúdos recalcados.
Quanto mais pressionado o eu se encontra,
mais fortemente se apega a resistência.
Acting-out
• Acting-out, expressão derivada do agieren
freudiano, indica a existência de algo que se
furta à cadeia associativa para deixar-se
mostrar em um fazer, um agir, enquanto a
passagem ao ato, entendida pela psiquiatria
como conduta imotivada, revela que a ação
humana não visa o bem estar e não obedece
ao programa do princípio do prazer.
• O acting out é uma noção criada para traduzir o
agieren utilizado por Sigmund Freud, verbo que
denomina a “colocação em prática ou ato”.
Segundo Roudinesco e Plon, o termo remete à
técnica psicanalítica e designa a maneira como
um sujeito passa inconscientemente ao ato, fora
ou dentro do tratamento psicanalítico, ao mesmo
tempo para evitar a verbalização da lembrança
recalcada e para o paciente se furtar da
transferência.
• A propósito do manejo clínico, agieren foi empregado
por Freud no relato do conhecido “Caso Dora”
explicando como Dora teria reproduzido na ação as
questões nas quais se encontrava envolvida ao invés de
relatar suas lembranças e fantasias na associação livre.
O acting-out surge como um substituto da
rememoração: Dora deixa de relatar suas fantasias
inconscientes e suas lembranças - que permitiam o
acesso ao material recalcado - e coloca o material
inconsciente em cena sob a forma de ação.
• Podemos assim entender que o acting-out é
uma forma de resistência na análise: o
recordar cede lugar à ação. Laplanche e
Pontalis ressaltam como a noção se refere à
dinâmica do tratamento psicanalítico e com à
resistência do paciente à transferência.
• 3 – A presença de pulsões e da mesma forma
de ansiedades que resultam tanto dos
conflitos internos como podem emergir em
função das inevitáveis frustrações impostas
pela realidade externa.
• 4 – Em particular, para aqueles que
coordenam grupoterapias psicanalíticas, é
necessário ressaltar que a psicanálise alargou
a concepção da estrutura da mente.
• Ego auxiliar (é uma parte do superego
resultante de introjeção, sem conflitos, dos
necessários valores normativos e
delimitadores dos pais)
• Ego real (corresponde ao que o sujeito
realmente é em contraposição ao que ele
imagina ser)
• Ego ideal (herdeiro direto do narcisismo,
corresponde à perfeição de valores que o
sujeito imagina possuir mas que, na verdade,
não possui e nem tem possibilidades futuras
para tal, mas baseia sua vida nessa crença, o
que o leva a um constante conflito com a
realidade exterior)
• Ideal do ego (o sujeito fica prisioneiro das
expectativas ideais que os pais primitivos
inculcaram nele)
• Alter-ego (é uma parte do sujeito que está
projetada em outra pessoa e que, portanto,
representa um “duplo” seu)
• Contra-ego (é uma denominação que proponho
{Zimerman} para designar aspectos que, desde
dentro do self do sujeito, se organizam de forma
patológica e agem contra as capacidades do
próprio ego)
• 5 – A comunicação, nas suas múltiplas formas
de apresentação, as verbais e as não-verbais,
representa um aspecto de especial
importância na dinâmica do campo grupal.
• 6 – O desempenho de papeis, em especial os
que adquirirem um repetição estereotipada, é
uma forma excelente de observação e manejo
por parte do coordenador do grupo.
• 7 – Cada vez mais está sendo valorizada a
forma como os vínculos (amor, ódio,
conhecimento e reconhecimento), no campo
grupal, manifestam-se e articulam-se entre si.
Há uma forte tendência para trabalhar com as
configurações vinculares, tal como aparecem
nos casais, famílias, grupos e instituições.
• 8 - Ressonância: Pode-se dizer que esse
fenômeno equivale ao da livre associação de
ideias, mas que define no grupo uma linha de
fuga, uma campo semântico comum.
• 9 – O campo grupal se constitui como uma
galeria de espelhos, onde cada um pode
refletir e se ver refletido nos outros.
• 10 – Um grupo coeso e bem constituído, por si
só, tomado no sentido de uma abstração,
exerce uma importantíssima função, qual seja,
a de ser um continente das angústias e
necessidades de cada um e de todos.
Modalidades Grupais
• 1 - Pelo Grupo: seguindo um modelo chamado
exortativo, o grupo funciona gravitando em
torno do líder, através do recurso da sugestão,
ou de uma identificação com esse líder.
• 2 – Em grupo: neste caso, os pacientes estão
reunidos em um grupo, porém os
assinalamentos e as interpretações são
dirigidos separadamente a cada paciente em
particular. De certa forma, trata-se de um
tratamento individual feito na presença dos
demais.
• 3 - Do grupo: aqui, o enfoque interpretativo
do terapeuta está sempre dirigido ao grupo
como totalidade, como se esta totalidade se
dirigisse a uma nova individualidade.
• 4 – De grupo: nesse caso, o interesse do
terapeuta pelos relatos de cada um, e sua
atividade interpretativa, tanto privilegia as
individualidades, e a partir dessas abrange a
generalidade, como também, partindo da
generalidade do grupo, há sempre uma
valorização da participação e da contribuição
de cada indivíduo.
• 5 – Com o grupo: atualmente, está ficando cada
vez mais consensualmente aceito o fato de que
os pacientes do grupo devem interagir
ativamente entre eles e com o terapeuta, sendo
que um dos critérios de crescimento do grupo
consiste justamente no fato de que cada paciente
tem a liberdade de exercer uma capacidade
interpretativa para os seus pares e junto com
todos eles, o que evidencia que eles estão
introjetando adequadamente a função
psiconalítica do seu grupoterapeuta.

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  • 2. • Em qualquer grupo constituído se forma um campo grupal dinâmico (campo fenomênico grupal), o qual se comporta como uma estrutura que vai além da soma dos seu componentes. • Este campo é composto por múltiplos fenômenos e elementos do psiquismo, que estão articulados entre si como uma estrutura, e assim se há alteração sobre um essa alteração repercutirá sobre os demais.
  • 3. Aspectos ativamente presentes no campo grupal • 1 – o campo grupal se forma em qualquer grupo e se processa em dois planos: um é o da intencionalidade e o outro o da interferência dos fenômenos inconscientes. • 2 – Nesse campo grupal sempre se processam fenômenos como os da resistência e contraresistência, actings, processos identificatórios, etc.
  • 4. Resistência, contraresistência e acting • Numa síntese das definições, podemos dizer que o conceito de resistência na psicanálise, segundo Roudinesco designa: "o conjunto das reações de um analisando cujas manifestações, no contexto do tratamento, criam obstáculos ao desenrolar da análise" e segundo Laplanche e Pontalis: "tudo o que, nos atos e palavras do analisando, se opõe ao acesso deste ao seu inconsciente"
  • 5. • Alguns aspectos de uma resistência podem ser conscientes e outra parte fundamental é realizada pelo ego inconsciente. As resistências são repetições das produções defensivas realizadas pelo paciente em sua vida.
  • 6. • De acordo com Paniago (2008) a Resistência é um mecanismo inconsciente ligado à parte do eu regida pelo princípio de realidade, que procura saídas contra a invasão dos elementos indesejáveis provenientes do próprio inconsciente e dos conteúdos recalcados. Quanto mais pressionado o eu se encontra, mais fortemente se apega a resistência.
  • 7. Acting-out • Acting-out, expressão derivada do agieren freudiano, indica a existência de algo que se furta à cadeia associativa para deixar-se mostrar em um fazer, um agir, enquanto a passagem ao ato, entendida pela psiquiatria como conduta imotivada, revela que a ação humana não visa o bem estar e não obedece ao programa do princípio do prazer.
  • 8. • O acting out é uma noção criada para traduzir o agieren utilizado por Sigmund Freud, verbo que denomina a “colocação em prática ou ato”. Segundo Roudinesco e Plon, o termo remete à técnica psicanalítica e designa a maneira como um sujeito passa inconscientemente ao ato, fora ou dentro do tratamento psicanalítico, ao mesmo tempo para evitar a verbalização da lembrança recalcada e para o paciente se furtar da transferência.
  • 9. • A propósito do manejo clínico, agieren foi empregado por Freud no relato do conhecido “Caso Dora” explicando como Dora teria reproduzido na ação as questões nas quais se encontrava envolvida ao invés de relatar suas lembranças e fantasias na associação livre. O acting-out surge como um substituto da rememoração: Dora deixa de relatar suas fantasias inconscientes e suas lembranças - que permitiam o acesso ao material recalcado - e coloca o material inconsciente em cena sob a forma de ação.
  • 10. • Podemos assim entender que o acting-out é uma forma de resistência na análise: o recordar cede lugar à ação. Laplanche e Pontalis ressaltam como a noção se refere à dinâmica do tratamento psicanalítico e com à resistência do paciente à transferência.
  • 11. • 3 – A presença de pulsões e da mesma forma de ansiedades que resultam tanto dos conflitos internos como podem emergir em função das inevitáveis frustrações impostas pela realidade externa. • 4 – Em particular, para aqueles que coordenam grupoterapias psicanalíticas, é necessário ressaltar que a psicanálise alargou a concepção da estrutura da mente.
  • 12. • Ego auxiliar (é uma parte do superego resultante de introjeção, sem conflitos, dos necessários valores normativos e delimitadores dos pais) • Ego real (corresponde ao que o sujeito realmente é em contraposição ao que ele imagina ser)
  • 13. • Ego ideal (herdeiro direto do narcisismo, corresponde à perfeição de valores que o sujeito imagina possuir mas que, na verdade, não possui e nem tem possibilidades futuras para tal, mas baseia sua vida nessa crença, o que o leva a um constante conflito com a realidade exterior)
  • 14. • Ideal do ego (o sujeito fica prisioneiro das expectativas ideais que os pais primitivos inculcaram nele) • Alter-ego (é uma parte do sujeito que está projetada em outra pessoa e que, portanto, representa um “duplo” seu) • Contra-ego (é uma denominação que proponho {Zimerman} para designar aspectos que, desde dentro do self do sujeito, se organizam de forma patológica e agem contra as capacidades do próprio ego)
  • 15. • 5 – A comunicação, nas suas múltiplas formas de apresentação, as verbais e as não-verbais, representa um aspecto de especial importância na dinâmica do campo grupal. • 6 – O desempenho de papeis, em especial os que adquirirem um repetição estereotipada, é uma forma excelente de observação e manejo por parte do coordenador do grupo.
  • 16. • 7 – Cada vez mais está sendo valorizada a forma como os vínculos (amor, ódio, conhecimento e reconhecimento), no campo grupal, manifestam-se e articulam-se entre si. Há uma forte tendência para trabalhar com as configurações vinculares, tal como aparecem nos casais, famílias, grupos e instituições.
  • 17. • 8 - Ressonância: Pode-se dizer que esse fenômeno equivale ao da livre associação de ideias, mas que define no grupo uma linha de fuga, uma campo semântico comum. • 9 – O campo grupal se constitui como uma galeria de espelhos, onde cada um pode refletir e se ver refletido nos outros.
  • 18. • 10 – Um grupo coeso e bem constituído, por si só, tomado no sentido de uma abstração, exerce uma importantíssima função, qual seja, a de ser um continente das angústias e necessidades de cada um e de todos.
  • 19. Modalidades Grupais • 1 - Pelo Grupo: seguindo um modelo chamado exortativo, o grupo funciona gravitando em torno do líder, através do recurso da sugestão, ou de uma identificação com esse líder.
  • 20. • 2 – Em grupo: neste caso, os pacientes estão reunidos em um grupo, porém os assinalamentos e as interpretações são dirigidos separadamente a cada paciente em particular. De certa forma, trata-se de um tratamento individual feito na presença dos demais.
  • 21. • 3 - Do grupo: aqui, o enfoque interpretativo do terapeuta está sempre dirigido ao grupo como totalidade, como se esta totalidade se dirigisse a uma nova individualidade.
  • 22. • 4 – De grupo: nesse caso, o interesse do terapeuta pelos relatos de cada um, e sua atividade interpretativa, tanto privilegia as individualidades, e a partir dessas abrange a generalidade, como também, partindo da generalidade do grupo, há sempre uma valorização da participação e da contribuição de cada indivíduo.
  • 23. • 5 – Com o grupo: atualmente, está ficando cada vez mais consensualmente aceito o fato de que os pacientes do grupo devem interagir ativamente entre eles e com o terapeuta, sendo que um dos critérios de crescimento do grupo consiste justamente no fato de que cada paciente tem a liberdade de exercer uma capacidade interpretativa para os seus pares e junto com todos eles, o que evidencia que eles estão introjetando adequadamente a função psiconalítica do seu grupoterapeuta.