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Diferentes conceções sobre o estudo do ser humano
Problemas e conceitos teóricos estruturadores
As várias dicotomias já estudadas
espelham diferentes conceções de
Ser Humano que enfatizam aspetos
relacionados com a consciência e o
inconsciente, o comportamento,
cognição e mente.
Dicotomias e Conceções
Vários autores contribuíram para o desenvolvimento da Psicologia
com o estudo destes conceitos básicos:
• Wundt – consciência;
• Freud – inconsciente;
• Watson – comportamento observável;
• Piaget – cognição;
• Damásio – mente.
Dicotomias e Conceções
Wundt fundou o 1.º laboratório de
psicologia experimental em 1874;
Dedicou-se ao estudo da consciência e
dos processos mentais de modo objetivo
e experimental, afastando a psicologia da
conceção de alma e da filosofia.
Wundt e a consciência
Wilhelm Wundt
Recorreu ao método da introspeção
controlada – o sujeito analisado
descreve os fenómenos de consciência
perante um conjunto de estímulos;
Esta descrição é analisada pelo
experimentador e decomposta nos seus
elementos mais simples.
Wundt e a consciência
Método Introspetivo – Limites/Críticas
A auto-observação é difícil de executar pelo sujeito (não é aplicável a
crianças, animais e doentes mentais);
Descrever o que se sente é uma retrospeção, pois é falar de um fenómeno
que acabou de acontecer. Além disso, a descrição implica sempre uma
interpretação, não sendo um relato puro e objetivo;
O observador não tem forma de controlar rigorosamente se o que lhe é
descrito é real ou adulterado;
O sujeito observado pode sentir dificuldades em transmitir o que sente
(linguísticas, morais);
Este método não se aplica a fenómenos inconscientes ou fisiológicos.
Wundt e a consciência
Além da consciência, a nossa mente
possui uma área inconsciente,
constituída por pulsões, desejos
sexuais recalcados, tendências e
recordações que, embora
diretamente inacessíveis à
consciência, exercem influência
sobre o nosso comportamento e a
nossa personalidade.
Freud e o inconsciente
Sigmund Freud
Superego
Resulta do processo de socialização e de
interiorização das regras morais, bem como da
educação familiar. Busca a perfeição moral e
procura recalcar as pulsões do Id.
Ego
(consciente)
Deriva do Id e procura satisfazer os seus desejos,
mas sempre regido pelo princípio da realidade.
Tem de mediar as pulsões do Id com as regras e
exigências sociais (Superego).
Id
(inconsciente)
Componente básica e instintiva submetida ao
princípio do prazer, alheia à moralidade e à
racionalidade. É a sede de nascença da líbido e da
energia psíquica, sendo constituído por pulsões,
instintos e desejos amorais.
Freud e a Estrutura do Psiquismo Humano
De modo a aceder ao inconsciente, Freud recorria a várias técnicas:
• Associação livre (de palavras);
• Processo de transferência (de emoções do paciente para o
psicanalista);
• Análise dos atos falhados (lapsos que revelam os desejos
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• Interpretação de sonhos (análise do conteúdo latente).
Freud e o Método Psicanalista
Método Psicanalítico – Limites/Críticas
O processo de cura é longo e dispendioso, pelo que o paciente pode
tornar-se dependente do psicanalista a longo prazo;
Só se aplica a pessoas com boa expressão verbal (exclui crianças,
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Carece de objetividade, porque recorre frequentemente à interpretação do
psicanalista;
Perspetiva as principais questões psíquicas de um ponto de vista
excessivamente centrado na sexualidade.
Freud e o Método Psicanalista
Watson propõe o estudo do
comportamento observável (considera o
estudo da mente demasiado subjetivo);
• Comportamento observável –
resultado do binómio E–R;
• A psicologia deve poder prever o
comportamento e controlá-lo.
Watson e o Comportamento Observável
John B. Watson
Prever e descrever comportamentos
observáveis, em contexto laboratorial,
perante determinados estímulos
igualmente observáveis, para
estabelecer leis de comportamento.
Os comportamentos são adquiridos
por condicionamento, sem influência
de outros fatores (hereditários,
fisiológicos,...).
Watson e o Método experimental
Método Experimental – Limites/Críticas
Enfatiza aspetos relacionados com a influência externa dos estímulos,
esquecendo o papel da genética e da fisiologia;
Falta de objetividade: quando a pessoa sabe estar a ser sujeita a uma
experiência, modifica o seu comportamento de acordo com aquilo que julga
serem as expectativas do experimentador;
Ignora o papel e a importância dos processos mentais subjacentes ao
comportamento observável;
Equipara a psicologia humana à psicologia animal.
Watson e o Método experimental
O comportamento humano resulta da
interação de fatores individuais e de
fatores externos (meio) adquiridos com
a experiência.
O sujeito participa ativamente na
construção das suas estruturas
mentais, sendo a inteligência um
processo em construção, por estádios
de desenvolvimento cognitivo.
Piaget e os Processos Cognitivos
Jean Piaget
Assimilando informação exterior, esta é organizada mentalmente e
acomodada a novas situações, em permanente equilibração e
adaptação ao meio.
Piaget e os Processos Cognitivos
Assimilação
Processo de integração dos
dados da experiência nas
estruturas do sujeito
Acomodação
Processo mental pelo qual os
esquemas e conceitos existentes
no sujeito se modificam em função
das experiências recolhidas no
contacto com o meio.
Equilibração
Adaptação ao meio numa
progressão de
complexidade crescente
Piaget e os Processos Cognitivos
Estádios de Desenvolvimento
Sensório-motor
(0-2 anos)
• A criança faz uma adaptação prática ao mundo
exterior, manipulando os objetos com a boca e as
mãos (desenvolvimento das capacidades motoras);
• Constrói a noção de objeto permanente;
• Passa, gradualmente, de não distinguir o seu corpo
do mundo exterior para o seu conhecimento
(sincretismo sujeito/objeto).
Pré-operatório
(2-7 anos)
• Usa o corpo e os objetos para representar – função
simbólica;
• Desenvolve a linguagem verbal;
• Interioriza normas e regras sociais;
• A criança é egocêntrica – perspetiva o mundo como
algo que existe em função de si;
• O mundo rege-se pela imaginação e pelo
pensamento mágico.
Piaget e os Processos Cognitivos
Estádios de Desenvolvimento
Operatório-
concreto
(7-11 anos)
• Passa progressivamente do domínio concreto para
operações mentais complexas através de
representações (contar, classificar,…);
• Desenvolve a reversibilidade mental das operações
(compreendendo que é sempre possível voltar ao
ponto de partida nas operações lógicas e
matemáticas);
• Torna-se mais sociável e menos egocêntrica.
Operatório-
formal
(11 anos em
diante)
• Raciocina, hipotetiza e explica factos sem
necessidade de se apoiar em dados concretos e
reais;
• Apercebe-se da existência de diferentes
perspetivas sobre a realidade;
• Interessa-se por problemas sociais e existenciais,
desenvolvendo o próprio sistema de valores.
A mente é produto das conexões
cerebrais, sendo o comportamento o
resultado de decisões racionais mas
igualmente das emoções que
rodeiam as situações e pessoas
envolvidas.
As emoções desempenham um papel
importante nas decisões morais. Sem
elas, teríamos decisões lógicas mas
frias.
Damásio e a Mente
António Damásio
Adaptámo-nos ao meio e evoluímos por sabermos avaliar
emocionalmente as situações e tomar boas decisões, tendo em
conta todos os fatores envolvidos: a mente é um conjunto integrado
de emoções e cognição.
O medo, por exemplo, poupa-nos de riscos, ao passo que a alegria
nos impulsiona a avançar.
Damásio e a Mente

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Conceções Psicológicas

  • 1. Diferentes conceções sobre o estudo do ser humano Problemas e conceitos teóricos estruturadores
  • 2. As várias dicotomias já estudadas espelham diferentes conceções de Ser Humano que enfatizam aspetos relacionados com a consciência e o inconsciente, o comportamento, cognição e mente. Dicotomias e Conceções
  • 3. Vários autores contribuíram para o desenvolvimento da Psicologia com o estudo destes conceitos básicos: • Wundt – consciência; • Freud – inconsciente; • Watson – comportamento observável; • Piaget – cognição; • Damásio – mente. Dicotomias e Conceções
  • 4. Wundt fundou o 1.º laboratório de psicologia experimental em 1874; Dedicou-se ao estudo da consciência e dos processos mentais de modo objetivo e experimental, afastando a psicologia da conceção de alma e da filosofia. Wundt e a consciência Wilhelm Wundt
  • 5. Recorreu ao método da introspeção controlada – o sujeito analisado descreve os fenómenos de consciência perante um conjunto de estímulos; Esta descrição é analisada pelo experimentador e decomposta nos seus elementos mais simples. Wundt e a consciência
  • 6. Método Introspetivo – Limites/Críticas A auto-observação é difícil de executar pelo sujeito (não é aplicável a crianças, animais e doentes mentais); Descrever o que se sente é uma retrospeção, pois é falar de um fenómeno que acabou de acontecer. Além disso, a descrição implica sempre uma interpretação, não sendo um relato puro e objetivo; O observador não tem forma de controlar rigorosamente se o que lhe é descrito é real ou adulterado; O sujeito observado pode sentir dificuldades em transmitir o que sente (linguísticas, morais); Este método não se aplica a fenómenos inconscientes ou fisiológicos. Wundt e a consciência
  • 7. Além da consciência, a nossa mente possui uma área inconsciente, constituída por pulsões, desejos sexuais recalcados, tendências e recordações que, embora diretamente inacessíveis à consciência, exercem influência sobre o nosso comportamento e a nossa personalidade. Freud e o inconsciente Sigmund Freud
  • 8. Superego Resulta do processo de socialização e de interiorização das regras morais, bem como da educação familiar. Busca a perfeição moral e procura recalcar as pulsões do Id. Ego (consciente) Deriva do Id e procura satisfazer os seus desejos, mas sempre regido pelo princípio da realidade. Tem de mediar as pulsões do Id com as regras e exigências sociais (Superego). Id (inconsciente) Componente básica e instintiva submetida ao princípio do prazer, alheia à moralidade e à racionalidade. É a sede de nascença da líbido e da energia psíquica, sendo constituído por pulsões, instintos e desejos amorais. Freud e a Estrutura do Psiquismo Humano
  • 9. De modo a aceder ao inconsciente, Freud recorria a várias técnicas: • Associação livre (de palavras); • Processo de transferência (de emoções do paciente para o psicanalista); • Análise dos atos falhados (lapsos que revelam os desejos inconscientes); • Interpretação de sonhos (análise do conteúdo latente). Freud e o Método Psicanalista
  • 10. Método Psicanalítico – Limites/Críticas O processo de cura é longo e dispendioso, pelo que o paciente pode tornar-se dependente do psicanalista a longo prazo; Só se aplica a pessoas com boa expressão verbal (exclui crianças, doentes mentais e animais); Carece de objetividade, porque recorre frequentemente à interpretação do psicanalista; Perspetiva as principais questões psíquicas de um ponto de vista excessivamente centrado na sexualidade. Freud e o Método Psicanalista
  • 11. Watson propõe o estudo do comportamento observável (considera o estudo da mente demasiado subjetivo); • Comportamento observável – resultado do binómio E–R; • A psicologia deve poder prever o comportamento e controlá-lo. Watson e o Comportamento Observável John B. Watson
  • 12. Prever e descrever comportamentos observáveis, em contexto laboratorial, perante determinados estímulos igualmente observáveis, para estabelecer leis de comportamento. Os comportamentos são adquiridos por condicionamento, sem influência de outros fatores (hereditários, fisiológicos,...). Watson e o Método experimental
  • 13. Método Experimental – Limites/Críticas Enfatiza aspetos relacionados com a influência externa dos estímulos, esquecendo o papel da genética e da fisiologia; Falta de objetividade: quando a pessoa sabe estar a ser sujeita a uma experiência, modifica o seu comportamento de acordo com aquilo que julga serem as expectativas do experimentador; Ignora o papel e a importância dos processos mentais subjacentes ao comportamento observável; Equipara a psicologia humana à psicologia animal. Watson e o Método experimental
  • 14. O comportamento humano resulta da interação de fatores individuais e de fatores externos (meio) adquiridos com a experiência. O sujeito participa ativamente na construção das suas estruturas mentais, sendo a inteligência um processo em construção, por estádios de desenvolvimento cognitivo. Piaget e os Processos Cognitivos Jean Piaget
  • 15. Assimilando informação exterior, esta é organizada mentalmente e acomodada a novas situações, em permanente equilibração e adaptação ao meio. Piaget e os Processos Cognitivos Assimilação Processo de integração dos dados da experiência nas estruturas do sujeito Acomodação Processo mental pelo qual os esquemas e conceitos existentes no sujeito se modificam em função das experiências recolhidas no contacto com o meio. Equilibração Adaptação ao meio numa progressão de complexidade crescente
  • 16. Piaget e os Processos Cognitivos Estádios de Desenvolvimento Sensório-motor (0-2 anos) • A criança faz uma adaptação prática ao mundo exterior, manipulando os objetos com a boca e as mãos (desenvolvimento das capacidades motoras); • Constrói a noção de objeto permanente; • Passa, gradualmente, de não distinguir o seu corpo do mundo exterior para o seu conhecimento (sincretismo sujeito/objeto). Pré-operatório (2-7 anos) • Usa o corpo e os objetos para representar – função simbólica; • Desenvolve a linguagem verbal; • Interioriza normas e regras sociais; • A criança é egocêntrica – perspetiva o mundo como algo que existe em função de si; • O mundo rege-se pela imaginação e pelo pensamento mágico.
  • 17. Piaget e os Processos Cognitivos Estádios de Desenvolvimento Operatório- concreto (7-11 anos) • Passa progressivamente do domínio concreto para operações mentais complexas através de representações (contar, classificar,…); • Desenvolve a reversibilidade mental das operações (compreendendo que é sempre possível voltar ao ponto de partida nas operações lógicas e matemáticas); • Torna-se mais sociável e menos egocêntrica. Operatório- formal (11 anos em diante) • Raciocina, hipotetiza e explica factos sem necessidade de se apoiar em dados concretos e reais; • Apercebe-se da existência de diferentes perspetivas sobre a realidade; • Interessa-se por problemas sociais e existenciais, desenvolvendo o próprio sistema de valores.
  • 18. A mente é produto das conexões cerebrais, sendo o comportamento o resultado de decisões racionais mas igualmente das emoções que rodeiam as situações e pessoas envolvidas. As emoções desempenham um papel importante nas decisões morais. Sem elas, teríamos decisões lógicas mas frias. Damásio e a Mente António Damásio
  • 19. Adaptámo-nos ao meio e evoluímos por sabermos avaliar emocionalmente as situações e tomar boas decisões, tendo em conta todos os fatores envolvidos: a mente é um conjunto integrado de emoções e cognição. O medo, por exemplo, poupa-nos de riscos, ao passo que a alegria nos impulsiona a avançar. Damásio e a Mente