O documento discute diferentes concepções sobre o estudo da psicologia humana através da lente de vários pesquisadores. Aborda as visões de Wundt sobre a consciência, Freud sobre o inconsciente, Watson sobre o comportamento observável, Piaget sobre a cognição e Damásio sobre a mente e o papel das emoções.
2. As várias dicotomias já estudadas
espelham diferentes conceções de
Ser Humano que enfatizam aspetos
relacionados com a consciência e o
inconsciente, o comportamento,
cognição e mente.
Dicotomias e Conceções
3. Vários autores contribuíram para o desenvolvimento da Psicologia
com o estudo destes conceitos básicos:
• Wundt – consciência;
• Freud – inconsciente;
• Watson – comportamento observável;
• Piaget – cognição;
• Damásio – mente.
Dicotomias e Conceções
4. Wundt fundou o 1.º laboratório de
psicologia experimental em 1874;
Dedicou-se ao estudo da consciência e
dos processos mentais de modo objetivo
e experimental, afastando a psicologia da
conceção de alma e da filosofia.
Wundt e a consciência
Wilhelm Wundt
5. Recorreu ao método da introspeção
controlada – o sujeito analisado
descreve os fenómenos de consciência
perante um conjunto de estímulos;
Esta descrição é analisada pelo
experimentador e decomposta nos seus
elementos mais simples.
Wundt e a consciência
6. Método Introspetivo – Limites/Críticas
A auto-observação é difícil de executar pelo sujeito (não é aplicável a
crianças, animais e doentes mentais);
Descrever o que se sente é uma retrospeção, pois é falar de um fenómeno
que acabou de acontecer. Além disso, a descrição implica sempre uma
interpretação, não sendo um relato puro e objetivo;
O observador não tem forma de controlar rigorosamente se o que lhe é
descrito é real ou adulterado;
O sujeito observado pode sentir dificuldades em transmitir o que sente
(linguísticas, morais);
Este método não se aplica a fenómenos inconscientes ou fisiológicos.
Wundt e a consciência
7. Além da consciência, a nossa mente
possui uma área inconsciente,
constituída por pulsões, desejos
sexuais recalcados, tendências e
recordações que, embora
diretamente inacessíveis à
consciência, exercem influência
sobre o nosso comportamento e a
nossa personalidade.
Freud e o inconsciente
Sigmund Freud
8. Superego
Resulta do processo de socialização e de
interiorização das regras morais, bem como da
educação familiar. Busca a perfeição moral e
procura recalcar as pulsões do Id.
Ego
(consciente)
Deriva do Id e procura satisfazer os seus desejos,
mas sempre regido pelo princípio da realidade.
Tem de mediar as pulsões do Id com as regras e
exigências sociais (Superego).
Id
(inconsciente)
Componente básica e instintiva submetida ao
princípio do prazer, alheia à moralidade e à
racionalidade. É a sede de nascença da líbido e da
energia psíquica, sendo constituído por pulsões,
instintos e desejos amorais.
Freud e a Estrutura do Psiquismo Humano
9. De modo a aceder ao inconsciente, Freud recorria a várias técnicas:
• Associação livre (de palavras);
• Processo de transferência (de emoções do paciente para o
psicanalista);
• Análise dos atos falhados (lapsos que revelam os desejos
inconscientes);
• Interpretação de sonhos (análise do conteúdo latente).
Freud e o Método Psicanalista
10. Método Psicanalítico – Limites/Críticas
O processo de cura é longo e dispendioso, pelo que o paciente pode
tornar-se dependente do psicanalista a longo prazo;
Só se aplica a pessoas com boa expressão verbal (exclui crianças,
doentes mentais e animais);
Carece de objetividade, porque recorre frequentemente à interpretação do
psicanalista;
Perspetiva as principais questões psíquicas de um ponto de vista
excessivamente centrado na sexualidade.
Freud e o Método Psicanalista
11. Watson propõe o estudo do
comportamento observável (considera o
estudo da mente demasiado subjetivo);
• Comportamento observável –
resultado do binómio E–R;
• A psicologia deve poder prever o
comportamento e controlá-lo.
Watson e o Comportamento Observável
John B. Watson
12. Prever e descrever comportamentos
observáveis, em contexto laboratorial,
perante determinados estímulos
igualmente observáveis, para
estabelecer leis de comportamento.
Os comportamentos são adquiridos
por condicionamento, sem influência
de outros fatores (hereditários,
fisiológicos,...).
Watson e o Método experimental
13. Método Experimental – Limites/Críticas
Enfatiza aspetos relacionados com a influência externa dos estímulos,
esquecendo o papel da genética e da fisiologia;
Falta de objetividade: quando a pessoa sabe estar a ser sujeita a uma
experiência, modifica o seu comportamento de acordo com aquilo que julga
serem as expectativas do experimentador;
Ignora o papel e a importância dos processos mentais subjacentes ao
comportamento observável;
Equipara a psicologia humana à psicologia animal.
Watson e o Método experimental
14. O comportamento humano resulta da
interação de fatores individuais e de
fatores externos (meio) adquiridos com
a experiência.
O sujeito participa ativamente na
construção das suas estruturas
mentais, sendo a inteligência um
processo em construção, por estádios
de desenvolvimento cognitivo.
Piaget e os Processos Cognitivos
Jean Piaget
15. Assimilando informação exterior, esta é organizada mentalmente e
acomodada a novas situações, em permanente equilibração e
adaptação ao meio.
Piaget e os Processos Cognitivos
Assimilação
Processo de integração dos
dados da experiência nas
estruturas do sujeito
Acomodação
Processo mental pelo qual os
esquemas e conceitos existentes
no sujeito se modificam em função
das experiências recolhidas no
contacto com o meio.
Equilibração
Adaptação ao meio numa
progressão de
complexidade crescente
16. Piaget e os Processos Cognitivos
Estádios de Desenvolvimento
Sensório-motor
(0-2 anos)
• A criança faz uma adaptação prática ao mundo
exterior, manipulando os objetos com a boca e as
mãos (desenvolvimento das capacidades motoras);
• Constrói a noção de objeto permanente;
• Passa, gradualmente, de não distinguir o seu corpo
do mundo exterior para o seu conhecimento
(sincretismo sujeito/objeto).
Pré-operatório
(2-7 anos)
• Usa o corpo e os objetos para representar – função
simbólica;
• Desenvolve a linguagem verbal;
• Interioriza normas e regras sociais;
• A criança é egocêntrica – perspetiva o mundo como
algo que existe em função de si;
• O mundo rege-se pela imaginação e pelo
pensamento mágico.
17. Piaget e os Processos Cognitivos
Estádios de Desenvolvimento
Operatório-
concreto
(7-11 anos)
• Passa progressivamente do domínio concreto para
operações mentais complexas através de
representações (contar, classificar,…);
• Desenvolve a reversibilidade mental das operações
(compreendendo que é sempre possível voltar ao
ponto de partida nas operações lógicas e
matemáticas);
• Torna-se mais sociável e menos egocêntrica.
Operatório-
formal
(11 anos em
diante)
• Raciocina, hipotetiza e explica factos sem
necessidade de se apoiar em dados concretos e
reais;
• Apercebe-se da existência de diferentes
perspetivas sobre a realidade;
• Interessa-se por problemas sociais e existenciais,
desenvolvendo o próprio sistema de valores.
18. A mente é produto das conexões
cerebrais, sendo o comportamento o
resultado de decisões racionais mas
igualmente das emoções que
rodeiam as situações e pessoas
envolvidas.
As emoções desempenham um papel
importante nas decisões morais. Sem
elas, teríamos decisões lógicas mas
frias.
Damásio e a Mente
António Damásio
19. Adaptámo-nos ao meio e evoluímos por sabermos avaliar
emocionalmente as situações e tomar boas decisões, tendo em
conta todos os fatores envolvidos: a mente é um conjunto integrado
de emoções e cognição.
O medo, por exemplo, poupa-nos de riscos, ao passo que a alegria
nos impulsiona a avançar.
Damásio e a Mente