2. EPIDEMIOLOGIA
Somente no mês de julho de 2022 o
AVC matou 8.758 brasileiros, o
equivalente a 11 óbitos por hora,
segundo dados do Portal de
Transparência dos Cartórios de
Registro Civil do Brasil. No
primeiro semestre deste ano, foram
56.320 vítimas fatais, número
acima das mortes por infarto
(52.665) e por Covid-19 (48.865).
Estima-se que 50 milhões de
sobreviventes de acidentes
vasculares cerebrais no mundo
estejam lidando diariamente com
déficits significativos, sejam
físicos, cognitivos ou
emocionais. Destes, 25 a 74%
necessitam de alguma forma de
assistência ou são completamente
dependentes de cuidadores para as
atividades da vida diária. 2,3
3. EPIDEMIOLOGIA
• 1ª Causa de morte no país;
• Maior mortalidade em idosos;
• 20 à 30 % dos pacientes com AVE desenvolvem
sequelas;
• A prevenção ainda é a estratégia mais efetiva
na redução da morbimortalidade, identificando
e manejando, precocemente, os fatores de
risco a essa condição, como hipertensão
arterial sistêmica, dislipidemia, diabetes,
doença coronariana, tabagismo e fibrilação
atrial
5. CLASSIFICAÇÃO
• AVE/AVC isquêmico:
responsável por 87% dos
casos e, normalmente,
causado por uma oclusão
em uma artéria que leva
a uma região do cérebro.
• AVE/AVC hemorrágico:
responsável por 13% dos
casos, ocorre quando um
vaso sanguíneo do cérebro
se rompe subitamente
sobre o tecido
circundante. O tratamento
fibrinolítico é
contraindicado neste tipo
de AVE/AVC. Evite
anticoagulantes.
9. SINAIS E
SINTOMAS
• Diminuição da força ou
sensibilidade
contralateral;
• Afasia (Dificuldade de
comunicação)
• Apraxia( Incapacidade para
realizar tarefas que exijam
recordar padrões ou
sequências de movimento);
• Disartia (Fraqueza nos
músculos usados para fala,
faz com que a fala fique
arrastada ou lenta);
• Alteração da consciência ,
confusão;
• Visão dupla, vetigem,
10. ATAQUE
ISQUÊMICO
TRANSITÓR
IO (AIT)
• Caracterizado por uma instalação
rápida de um déficit neurológico,
com duração entre 2 a 15 minutos e
não mais de 24h, com recuperação
completa após esse período.
• No AVC, o quadro clínico persiste
por um período maior de tempo e, na
maioria das vezes, ocorre algum tipo
de sequela neurológica.
• Os sinais e sintomas são também
dependentes de qual artéria sofreu
lesão, podendo ser uma lesão
isquêmica ou hemorrágica.
• Muitas vezes, a obstrução de uma
pequena artéria perfurante pode ter
um efeito mais intenso e permanente
do que a oclusão de um ramo maior
em que existem compensações pela
circulação colateral.
11. AVE/AVC
HEMORRÁGICO
• Provocado pela ruptura de
um vaso sanguíneo, que leva
ao extravasamento nas
regiões :
• Intracerebral;
• Subaracnóidea;
• Intraventricular
12. Sinais e
sintomas
•Os mesmos do AVEI,
acrescido de :
•Cefaleia;
•Náusea e vômitos ;
•Rebaixamento do nível de
consciência ;
•Convulsões.
14. IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS
POSSÍVEIS DE AVE/AVC
Fraqueza súbita ou entorpecimento
da face, braço, perna,
especialmente um dos lados do
corpo.
Confusão súbita
Dificuldade para falar ou
compreender
Dificuldade súbita para
enxergar com um ou os
dois olhos
Dificuldade súbita para
caminhar
Tontura ou perda do
equilíbrio ou da
coordenação Cefaléia
intensa e súbita sem
15. ESCALA DE
CINCINNAT
I
• Paralisia Facial
(peça ao paciente
que mostre os dentes
ou sorria)
• Normal
• Os dois lados do
rosto se movem
igualmente
• Anormal
• Um dos lados do
rosto não se move
tão bem quanto o
outro
16. ESCALA DE CINCINNATI
Queda do Braço (o
paciente fecha os
olhos e estende ambos
os braços retos, com
as palmas para cima,
por 10 segundos)
Normal (os dois braços
se movem igualmente ou
nenhum dos braços
consegue se mover
(outros achados, como
desvio pronador, podem
ajudar)
Anormal (um dos braços
não se move ou um dos
braços apresenta
desvio para baixo em
comparação com o
outro)
17.
18. ESCALA CINCINNATI
• Fala Anormal (peça ao paciente que diga “não dá para perder
os velhos hábitos”)
• Normal
• O paciente diz as palavras corretas, sem fala arrastada
• Anormal
• O paciente pronuncia as palavras de forma arrastada, diz as
palavras erradas ou é incapaz de falar
20. ATENÇÃO
• Se um desses 3
sinais estiver
anormal, a
probabilidade de
AVC é de 72%
• A presença de 1
achado da Escala
de Cincinnati tem
uma
sensibilidade de
59% e uma
especificidade de
89% quando
calculada por
profissionais
capacitados
21. O QUE FAZER NA
SUSPEITA DE
AVE/AVC?
• Identifique sinais e sintomas
de possível AVE/AVC
• Realize avaliação pré-
hospitalar
• Estabeleça a hora de início dos
sintomas (paciente visto normal
pela última vez)
• Encaminhe o paciente, via VAGA
ZERO, para serviço de
Emergência mais próximo,
preferencialmente com serviço
de Neurologia/Neurocirurgia.
• Nos locais onde se realiza
tratamento trombolítico intra-
arterial, a janela terapêutica
se estende até 6 horas do
início dos sintomas
22. UNIDADE
DE AVC-
HGF
• A unidade de AVCI
existe há 12 anos no
hospital e possui 20
leitos para tratamento
de pacientes.
• Já a unidade de
AVCH, recentemente
implantada, conta com
15 leitos e é a única
do Brasil a atender
este perfil de
pacientes.
• Anualmente, mais de
duas mil pessoas são
atendidas no hospital,
número bem acima da
média dos principais
centros de atendimento
do gênero no planeta.
23. CUIDADOS
DE
ENFERMAGEM
• A -> Airways (Via Aérea)
• B -> Breathing (Respiração)
• C -> Circulation (Circulação)
• Forneça oxigênio, se necessário (Sat02 <
92%)
• Sinais Vitais (incluindo oximetria de
pulso e Dx)
• Eletrocardiograma
• Obter acesso EV
• Controle da PA (se PAS >185mmHg e PAD >
110mmHg)
24. ECG
• Nenhum arritmia é
específica de
AVE/AVC, mas o ECG
pode identificar
evidências de um
IAM ou arritmias
recentes, como
fibrilação atrial,
como causa de um
AVE/AVC embólico.
• Se paciente
hemodinamicamente
estável, a maioria
das arritmias não
necessitará de
tratamento.
26. TRATAMENTO
FIBRINOLÍT
ICO
AVCI
Critérios de Inclusão
🢝 Diagnóstico de AVE/AVC isquêmico causando
déficit neurológico mensurável
🢝Tomografia computadorizada de crânio ou
RNM sem evidências de sítio hemorrágico
🢝 Início dos sintomas de 3 a 4,5 horas antes do
início do tratamento
Critérios de exclusão
🢝 Idade > 80 anos
🢝 🢝 Tomando anticoagulante oral, independente do
INR
🢝 Histórico de diabetes e AVE/AVC
isquêmico/hemorrágico anterior
🢝 História de sangramento ativo de qualquer
sítio nos últimos 3 meses
🢝 Punção lombar nos últimos 7 dias
27. Tratament
o
cirurgico
• A trombectomia é
um procedimento
minimamente
invasivo no qual
puncionamos uma
artéria por meio
da virilha e
introduzimos
pequenos
materiais que
navegam até o
coágulo e o
retiram
28. TRATAMENTO NO
AVCH
• Um procedimento cirúrgico pode ser
recomendado para prevenir ou parar
o sangramento ou reduzir a pressão
dentro do crânio.
• Dependendo da gravidade do
acidente vascular cerebral e da
condição do paciente, a cirurgia
pode ser feita nas primeiras 48 a
72 horas após a hemorragia. Pode
ainda ser adiada até uma ou duas
semanas depois para permitir que a
condição do paciente se
estabilize.
• Tratar hipertensão craniana;
• Craniotomia Descompressiva;
29. PREVENÇÃO
SECUNDÁRI
A
AVC/AVE
Antiagregação plaquetária
🢝 AVCI ou AITs não cardioembólico: AAS 100 –
300mg/dia ou clopidogrel 75mg/dia (se houver
intolerância ao AAS ou recorrência do AVC com
fatores de risco controlados).
Hipertensão
🢝Iniciar tratamento após a fase aguda.
🢝Pressão-alvo a ser atingida: 120/80mmHg.
🢝 A primeira escolha é diurético ou a combinação
de diurético e inibidor da enzima conversora
de angiotensina (Ieca).
Diabetes
Controle rigoroso de pressão arterial (com IECA
ou com os bloqueadores do receptor da
angiotensina)
Lipídios (alvo de LDL < 70mg/dL).
A glicemia deve ser normal ou próxima do normal
(alvo de hemoglobina glicosilada ≤ 7%).
30. REABILITAÇÃO
• No pós-AVC, os familiares e seus cuidadores são participantes
centrais no processo de recuperação a fim de estimular e
garantir a aderência aos tratamentos e facilitar a
reintegração dessa pessoa na comunidade e sua qualidade de
vida, apesar das incapacidades residuais que possam
permanecer.
• Evidências fortes mostram que cuidados organizados e
interdisciplinares, além de reduzir a mortalidade nessa
população e a probabilidade de internações e sequelas
permanentes, também aumentam a recuperação e a independência
para as AVDs.
• O sucesso da reabilitação está intimamente ligado à formação,
organização, à experiência e coordenação da equipe.
32. REABILITAÇÃO
As atividades de reabilitação
devem iniciar já durante a fase
aguda do AVC, logo que a pessoa
tenha condições, evitando-se
assim novas complicações e
maior demora na recuperação do
quadro
Devem ser mantidas também no
domicílio, após a alta
hospitalar.
No domicilio, o foco é a
avaliação e a recuperação dos
déficits cognitivos e físicos,
a compensação das sequelas
residuais e a melhora da
funcionalidade.
33. CUIDADOS PÓS AVC/AVE
• O uso de sondas é indicado quando a pessoa não consegue
manter uma adequada ingestão calórica oral ou de fluidos
suficientes para suprir suas necessidades nutricionais. A
elevação da cabeceira da cama é estimulada para se diminuir
o risco de aspiração.9
• Mobilização, posicionamento, técnicas apropriadas de
transferência para evitar escaras de decúbito.
• Depressão pós-AVC geralmente é subdiagnosticada. Pode ser
devida a alterações de catecolaminas, reação às limitações
que a pessoa apresenta ou se anterior ao evento.
• É associada a maior mortalidade, pobre recuperação funcional
e menor atividade social. O tratamento consiste em
psicoterapia e farmacoterapia.
34.
35.
36.
37.
38. REFERÊNCIAS
• Colin Mathers T. Boerma J. The
global burden of disease. 2004
update. Genebra: World Health
Organization; 2010.
• Porto CC. Semiologia Médica. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan,
1997.
• Lopes AC, editor. Tratado de
Clínica Médica. São Paulo: Roca;
2006.v.2.
• Freitas E. Tratado de Geriatria e
Gerontologia. 2.ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.
• McPhee SJ, Papadakis MA. Current:
medical diagnosis e treatment. New
York: McGraw-Hill;2010.
• DUNCAN, Bruce Bartholow et al.
Medicina ambulatorial: condutas de
atenção primária baseadas em
evidências. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2013
• Furie KL, Kasner SE, Adams RJ, et
al. Guidelines for the prevention
of stroke in patients with stroke
or transient ischemic attack: a
guideline for healthcare
• professionals from the American
Heart Association/American Stroke
Association. Stroke.
2011;42(1):227–276.