Este documento discute as contribuições de Roman Jakobson e Lev Vygotsky para o estudo das funções da linguagem. Jakobson propôs um modelo de seis funções da linguagem que inclui a função poética, fática e metalinguística, além das propostas por Karl Bühler. Vygotsky também estudou as funções da linguagem e sua relação com o desenvolvimento psicológico humano. O objetivo é mostrar os paralelos entre as concepções desses autores, reconhecendo a importância de cada um.
Um estudo do léxico em Matéria de poesia, de Manoel de barrosigor nakamura
Este documento apresenta um resumo de um estudo sobre o léxico na obra poética de Manoel de Barros "Matéria de Poesia". Os autores analisaram as palavras estilisticamente modificadas pelo poeta no livro e criaram um glossário com 12 lexias classificadas em 7 neologismos, 4 regionalismos e 1 gíria. Conclui-se que o estilo único de Barros justifica sua originalidade como criador de um universo verbal e imagético próprio.
O documento apresenta um resumo sobre o pensamento do filósofo Mikhail Bakhtin. Apresenta sua biografia, obras principais e ideias como o dialogismo, que defende que a linguagem é constituída pelo diálogo entre vozes no discurso. Bakhtin argumenta que todo enunciado absorve discursos anteriores e contém mais de uma voz.
1) O documento descreve a biografia de Mikhail Bakhtin e o contexto de publicação de seu livro Marxismo e Filosofia da Linguagem.
2) Bakhtin publicou o livro sob o pseudônimo de V.N. Volochinov devido a restrições políticas na época.
3) O livro aborda as relações entre linguagem e sociedade de uma perspectiva marxista, antecipando debates posteriores sobre o tema.
Este plano de ensino descreve um curso de Teoria Literária II, focado na poesia. O curso explorará operadores de leitura da poesia da tradição à modernidade, abordagens críticas como formalismo russo e pós-colonialismo, e objetivos de reconhecer conceitos fundamentais da teoria da poesia.
O documento discute a teoria estruturalista na literatura, que surgiu nos anos 1960 aplicando os conceitos de Ferdinand de Saussure sobre a linguística à análise literária. A teoria estruturalista foca na estrutura interna das obras e em como funcionam os elementos dentro do sistema literário, enquanto o pós-estruturalismo também considera a intertextualidade e o papel do leitor na construção de significados.
1. O documento discute questões teóricas e metodológicas na análise dos gêneros do discurso a partir da teoria bakhtiniana.
2. A autora defende a opção pela teoria bakhtiniana devido à ênfase nos elementos da situação de produção dos enunciados.
3. Problematiza diferentes leituras do conceito de gênero do discurso e questões metodológicas como a relação do pesquisador com os dados.
O documento discute a Nova Crítica e o Formalismo Russo como escolas críticas surgido no século XX. A Nova Crítica surgiu nos EUA na década de 1940 e enfatizava a autonomia da obra de arte em relação ao autor e contexto histórico. Ela defendia uma leitura detalhada do texto para revelar seus múltiplos significados.
Um estudo do léxico em Matéria de poesia, de Manoel de barrosigor nakamura
Este documento apresenta um resumo de um estudo sobre o léxico na obra poética de Manoel de Barros "Matéria de Poesia". Os autores analisaram as palavras estilisticamente modificadas pelo poeta no livro e criaram um glossário com 12 lexias classificadas em 7 neologismos, 4 regionalismos e 1 gíria. Conclui-se que o estilo único de Barros justifica sua originalidade como criador de um universo verbal e imagético próprio.
O documento apresenta um resumo sobre o pensamento do filósofo Mikhail Bakhtin. Apresenta sua biografia, obras principais e ideias como o dialogismo, que defende que a linguagem é constituída pelo diálogo entre vozes no discurso. Bakhtin argumenta que todo enunciado absorve discursos anteriores e contém mais de uma voz.
1) O documento descreve a biografia de Mikhail Bakhtin e o contexto de publicação de seu livro Marxismo e Filosofia da Linguagem.
2) Bakhtin publicou o livro sob o pseudônimo de V.N. Volochinov devido a restrições políticas na época.
3) O livro aborda as relações entre linguagem e sociedade de uma perspectiva marxista, antecipando debates posteriores sobre o tema.
Este plano de ensino descreve um curso de Teoria Literária II, focado na poesia. O curso explorará operadores de leitura da poesia da tradição à modernidade, abordagens críticas como formalismo russo e pós-colonialismo, e objetivos de reconhecer conceitos fundamentais da teoria da poesia.
O documento discute a teoria estruturalista na literatura, que surgiu nos anos 1960 aplicando os conceitos de Ferdinand de Saussure sobre a linguística à análise literária. A teoria estruturalista foca na estrutura interna das obras e em como funcionam os elementos dentro do sistema literário, enquanto o pós-estruturalismo também considera a intertextualidade e o papel do leitor na construção de significados.
1. O documento discute questões teóricas e metodológicas na análise dos gêneros do discurso a partir da teoria bakhtiniana.
2. A autora defende a opção pela teoria bakhtiniana devido à ênfase nos elementos da situação de produção dos enunciados.
3. Problematiza diferentes leituras do conceito de gênero do discurso e questões metodológicas como a relação do pesquisador com os dados.
O documento discute a Nova Crítica e o Formalismo Russo como escolas críticas surgido no século XX. A Nova Crítica surgiu nos EUA na década de 1940 e enfatizava a autonomia da obra de arte em relação ao autor e contexto histórico. Ela defendia uma leitura detalhada do texto para revelar seus múltiplos significados.
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologiaAdail Sobral
O documento discute tipos de textos e gêneros discursivos. Apresenta descrições de tipos de texto como descrição, narração e dissertação. Também discute conceitos como tipologia textual, gêneros discursivos e intertextualidade.
O documento discute a sociologia da literatura, definindo-a como o estudo das obras literárias em seu contexto histórico e social. A sociologia da literatura começou a ser analisada de forma mais concreta na segunda metade do século XX e busca compreender como fatores sociais influenciam a produção e recepção das obras.
O documento discute vários movimentos teóricos literários, incluindo o formalismo russo, New Criticism, fenomenologia, estruturalismo, pós-estruturalismo e desconstrução. Ele descreve as principais características e ideias de cada movimento, como o foco dos formalistas na literariedade e dos estruturalistas nas estruturas subjacentes que produzem sentido.
A perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e o ensino de línguasDaniela Mittel
Este documento discute a perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e seu uso no ensino de línguas. Primeiramente, define os conceitos-chave de Bakhtin sobre enunciados e gêneros discursivos. Em seguida, argumenta que os gêneros discursivos devem ser usados como unidades de ensino de línguas, levando os alunos a participar de diferentes situações sociais por meio da linguagem. Por fim, defende que o ensino de línguas deve ser contextualizado e baseado na interação entre
Este documento discute as convergências teóricas entre a sociolinguística e a gramaticalização. Ambas as abordagens veem a língua como uma estrutura variável e mutável, reconhecendo que fatores sociais influenciam a mudança linguística. A sociolinguística estuda a variação linguística e seus condicionamentos sociais, enquanto a gramaticalização examina como itens lexicais adquirem características gramaticais. Juntas, essas perspectivas podem fornecer ferramentas complement
Este artigo discute como os gêneros discursivos podem contribuir para o ensino da língua portuguesa. A pesquisa é baseada nas teorias de Bakhtin, Halliday, Koch e outros que veem a linguagem como instrumento essencial para a transformação humana. Os gêneros discursivos são aprendidos socialmente e representam padrões comunicativos usados em situações específicas. Marcuschi defende que o ensino deve focar nos gêneros textuais orais e escritos para desenvolver a capacidade de expressão dos al
1. O documento discute os gêneros do discurso e como eles refletem diferentes campos da atividade humana. 2. O autor argumenta que há uma grande heterogeneidade de gêneros do discurso, incluindo diálogos cotidianos, cartas, documentos oficiais e obras literárias. 3. Os gêneros do discurso precisam ser estudados para entender a natureza do enunciado e como a linguagem é usada em diferentes contextos.
Análise Linguística de Discurso sobre o Trabalho Feminino na Canção "Doméstica"LinTrab
1) O documento analisa os discursos sobre o trabalho das domésticas na letra da música "Doméstica" de Eduardo Dusek, utilizando a Análise do Discurso e o Interacionismo Sociodiscursivo.
2) A autora descreve a relação entre linguagem e trabalho, e a necessidade de estudar os discursos sobre as domésticas, que são numericamente significativas no Brasil.
3) Ela analisará os percursos semânticos e oposições na letra para identificar como os discursos representam o trabalho das doméstic
Este documento descreve uma pesquisa sobre como a pontuação é ensinada em dois livros didáticos de língua portuguesa para anos finais do ensino fundamental. A pesquisa se baseia na Análise Dialógica do Discurso e tem como objetivo analisar criticamente as atividades sobre pontuação nas coleções "Português: linguagens" e "Português: uma proposta para o letramento". Os resultados apontam diferenças significativas na abordagem do conteúdo de pontuação entre as duas coleções.
1) O documento discute os gêneros do discurso e define-os como tipos relativamente estáveis de enunciados que são desenvolvidos em cada campo de atividade humana para facilitar a comunicação.
2) Apresenta as diferenças entre enunciados como unidades da comunicação discurso e orações como unidades gramaticais da língua.
3) Discutem-se as peculiaridades constitutivas dos enunciados como alternância de sujeitos do discurso e conclusibilidade.
Este documento discute a evolução da Semântica como disciplina nos cursos de Letras, desde sua origem no estruturalismo até as tendências atuais influenciadas pela Pragmática, Análise do Discurso e estudos cognitivos. O documento analisa cinco programas de Semântica com foco nas ementas, objetivos, conteúdos e bibliografias à luz das publicações dos respectivos autores, visando identificar as tendências atuais nos estudos semânticos e suas implicações para o ensino.
Os gêneros do discurso são formas relativamente estáveis de comunicação determinadas pelo contexto e situação específicos. Eles podem ser primários, surgindo de situações cotidianas, ou secundários, mais elaborados em esferas públicas complexas. Os gêneros se organizam por tema, estrutura e estilo e circulam em diferentes esferas humanas de comunicação como a pública, burocrática, religiosa e científica.
Apresentação sobre um dos capítulos do livro Linguagem e Diálogo de Carlos Alberto Faraco para a disciplina Fundamentos de Interação do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
O documento descreve os princípios da escola de crítica literária Formalismo Russo, que se desenvolveu na Rússia entre 1910-1930. O Formalismo Russo se concentrava no estudo da linguagem poética e do texto literário como objeto autônomo, sem considerar fatores externos como a biografia do autor. Os formalistas buscavam identificar os elementos que tornam um texto literário através da análise da linguagem poética em comparação à linguagem prosaica.
A Paratopia em "Feliz Ano Velho": Linguagem e TransmidiaçãoKelly Christi
Adendo da autora: fica livre a leitura,download e circulação não-comercial deste trabalho, mas não poderá ser mudado o seu conteúdo, feito isto poderá ocorrer pareceres judiciais cabíveis.
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao departamento de letras/linguística, da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, que discute fenômenos da linguagem e da comunicação como paratopia, transmidiação e repercussão editorial na obra " Feliz Ano Velho", de Marcelo Rubens Paiva.
O documento discute os problemas encontrados nos estudos dos gêneros do discurso e propõe uma abordagem metodológica que considere a natureza do enunciado no contexto dos gêneros. O autor argumenta que os gêneros primários refletem menos a individualidade do que os secundários e que a escolha do gênero depende do objetivo comunicacional e da audiência.
O documento discute a crítica biográfica, que explica obras literárias através de elementos da vida do autor. Ele analisa o livro "Chove sobre a minha infância" de Miguel Sanches Neto, que descreve memórias e experiências pessoais do autor. Também discute a relação entre o autor, a obra e o leitor.
O documento discute as contribuições de Bakhtin e Vygotsky para a psicologia, enfatizando que ambos viam a mente humana como produto social e histórico, formada através da linguagem e interação. Bakhtin criticou o freudismo por não reconhecer a dimensão histórica da linguagem e da psique humana. Ele defendia uma abordagem sociológica em vez de biológica para a psicologia.
A teoria da recepção examina o papel do leitor na literatura e se desenvolveu no século XX, com autores como Jauss argumentando que o efeito de um texto em seus leitores é fundamental para seu significado e valor. A teoria também inclui a sociologia da leitura, que estuda como os leitores, livros e práticas de leitura influenciam a literatura.
O documento discute a evolução do conceito de gêneros textuais desde a antiguidade clássica até os estudos contemporâneos. Originalmente definidos por Aristóteles como categorias literárias fixas, os estudos modernos enfatizam a natureza dinâmica e socialmente construída dos gêneros. Mikhail Bakhtin contribuiu com a ideia de gêneros como respostas típicas a contextos sociais variáveis. Nos Estados Unidos, diferentes perspectivas analisam a relação entre texto e contexto.
1) O livro Marxismo e Filosofia da Linguagem foi publicado em 1929 sob o nome de V.N. Volochínov, mas foi escrito na verdade por Mikhail Bakhtin.
2) Bakhtin escondeu sua autoria para evitar modificações impostas pelo editor e por sua modéstia científica.
3) O livro antecipa conceitos da sociolinguística e da semiótica e estabelece novas bases para o estudo da linguagem.
I. O documento discute a relação entre linguística e outras áreas como antropologia cultural e teoria da comunicação, mostrando como a linguística estrutural antecipou formulações dessas áreas.
II. Aborda dois tipos de afasia de acordo com a capacidade de combinação e seleção de unidades linguísticas e os polos metafórico e metonímico.
III. Apresenta três tipos de tradução - intralingual, interlingual e intersemiótica - e aspectos linguísticos relevantes.
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologiaAdail Sobral
O documento discute tipos de textos e gêneros discursivos. Apresenta descrições de tipos de texto como descrição, narração e dissertação. Também discute conceitos como tipologia textual, gêneros discursivos e intertextualidade.
O documento discute a sociologia da literatura, definindo-a como o estudo das obras literárias em seu contexto histórico e social. A sociologia da literatura começou a ser analisada de forma mais concreta na segunda metade do século XX e busca compreender como fatores sociais influenciam a produção e recepção das obras.
O documento discute vários movimentos teóricos literários, incluindo o formalismo russo, New Criticism, fenomenologia, estruturalismo, pós-estruturalismo e desconstrução. Ele descreve as principais características e ideias de cada movimento, como o foco dos formalistas na literariedade e dos estruturalistas nas estruturas subjacentes que produzem sentido.
A perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e o ensino de línguasDaniela Mittel
Este documento discute a perspectiva bakhtiniana de gênero do discurso e seu uso no ensino de línguas. Primeiramente, define os conceitos-chave de Bakhtin sobre enunciados e gêneros discursivos. Em seguida, argumenta que os gêneros discursivos devem ser usados como unidades de ensino de línguas, levando os alunos a participar de diferentes situações sociais por meio da linguagem. Por fim, defende que o ensino de línguas deve ser contextualizado e baseado na interação entre
Este documento discute as convergências teóricas entre a sociolinguística e a gramaticalização. Ambas as abordagens veem a língua como uma estrutura variável e mutável, reconhecendo que fatores sociais influenciam a mudança linguística. A sociolinguística estuda a variação linguística e seus condicionamentos sociais, enquanto a gramaticalização examina como itens lexicais adquirem características gramaticais. Juntas, essas perspectivas podem fornecer ferramentas complement
Este artigo discute como os gêneros discursivos podem contribuir para o ensino da língua portuguesa. A pesquisa é baseada nas teorias de Bakhtin, Halliday, Koch e outros que veem a linguagem como instrumento essencial para a transformação humana. Os gêneros discursivos são aprendidos socialmente e representam padrões comunicativos usados em situações específicas. Marcuschi defende que o ensino deve focar nos gêneros textuais orais e escritos para desenvolver a capacidade de expressão dos al
1. O documento discute os gêneros do discurso e como eles refletem diferentes campos da atividade humana. 2. O autor argumenta que há uma grande heterogeneidade de gêneros do discurso, incluindo diálogos cotidianos, cartas, documentos oficiais e obras literárias. 3. Os gêneros do discurso precisam ser estudados para entender a natureza do enunciado e como a linguagem é usada em diferentes contextos.
Análise Linguística de Discurso sobre o Trabalho Feminino na Canção "Doméstica"LinTrab
1) O documento analisa os discursos sobre o trabalho das domésticas na letra da música "Doméstica" de Eduardo Dusek, utilizando a Análise do Discurso e o Interacionismo Sociodiscursivo.
2) A autora descreve a relação entre linguagem e trabalho, e a necessidade de estudar os discursos sobre as domésticas, que são numericamente significativas no Brasil.
3) Ela analisará os percursos semânticos e oposições na letra para identificar como os discursos representam o trabalho das doméstic
Este documento descreve uma pesquisa sobre como a pontuação é ensinada em dois livros didáticos de língua portuguesa para anos finais do ensino fundamental. A pesquisa se baseia na Análise Dialógica do Discurso e tem como objetivo analisar criticamente as atividades sobre pontuação nas coleções "Português: linguagens" e "Português: uma proposta para o letramento". Os resultados apontam diferenças significativas na abordagem do conteúdo de pontuação entre as duas coleções.
1) O documento discute os gêneros do discurso e define-os como tipos relativamente estáveis de enunciados que são desenvolvidos em cada campo de atividade humana para facilitar a comunicação.
2) Apresenta as diferenças entre enunciados como unidades da comunicação discurso e orações como unidades gramaticais da língua.
3) Discutem-se as peculiaridades constitutivas dos enunciados como alternância de sujeitos do discurso e conclusibilidade.
Este documento discute a evolução da Semântica como disciplina nos cursos de Letras, desde sua origem no estruturalismo até as tendências atuais influenciadas pela Pragmática, Análise do Discurso e estudos cognitivos. O documento analisa cinco programas de Semântica com foco nas ementas, objetivos, conteúdos e bibliografias à luz das publicações dos respectivos autores, visando identificar as tendências atuais nos estudos semânticos e suas implicações para o ensino.
Os gêneros do discurso são formas relativamente estáveis de comunicação determinadas pelo contexto e situação específicos. Eles podem ser primários, surgindo de situações cotidianas, ou secundários, mais elaborados em esferas públicas complexas. Os gêneros se organizam por tema, estrutura e estilo e circulam em diferentes esferas humanas de comunicação como a pública, burocrática, religiosa e científica.
Apresentação sobre um dos capítulos do livro Linguagem e Diálogo de Carlos Alberto Faraco para a disciplina Fundamentos de Interação do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
O documento descreve os princípios da escola de crítica literária Formalismo Russo, que se desenvolveu na Rússia entre 1910-1930. O Formalismo Russo se concentrava no estudo da linguagem poética e do texto literário como objeto autônomo, sem considerar fatores externos como a biografia do autor. Os formalistas buscavam identificar os elementos que tornam um texto literário através da análise da linguagem poética em comparação à linguagem prosaica.
A Paratopia em "Feliz Ano Velho": Linguagem e TransmidiaçãoKelly Christi
Adendo da autora: fica livre a leitura,download e circulação não-comercial deste trabalho, mas não poderá ser mudado o seu conteúdo, feito isto poderá ocorrer pareceres judiciais cabíveis.
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao departamento de letras/linguística, da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, que discute fenômenos da linguagem e da comunicação como paratopia, transmidiação e repercussão editorial na obra " Feliz Ano Velho", de Marcelo Rubens Paiva.
O documento discute os problemas encontrados nos estudos dos gêneros do discurso e propõe uma abordagem metodológica que considere a natureza do enunciado no contexto dos gêneros. O autor argumenta que os gêneros primários refletem menos a individualidade do que os secundários e que a escolha do gênero depende do objetivo comunicacional e da audiência.
O documento discute a crítica biográfica, que explica obras literárias através de elementos da vida do autor. Ele analisa o livro "Chove sobre a minha infância" de Miguel Sanches Neto, que descreve memórias e experiências pessoais do autor. Também discute a relação entre o autor, a obra e o leitor.
O documento discute as contribuições de Bakhtin e Vygotsky para a psicologia, enfatizando que ambos viam a mente humana como produto social e histórico, formada através da linguagem e interação. Bakhtin criticou o freudismo por não reconhecer a dimensão histórica da linguagem e da psique humana. Ele defendia uma abordagem sociológica em vez de biológica para a psicologia.
A teoria da recepção examina o papel do leitor na literatura e se desenvolveu no século XX, com autores como Jauss argumentando que o efeito de um texto em seus leitores é fundamental para seu significado e valor. A teoria também inclui a sociologia da leitura, que estuda como os leitores, livros e práticas de leitura influenciam a literatura.
O documento discute a evolução do conceito de gêneros textuais desde a antiguidade clássica até os estudos contemporâneos. Originalmente definidos por Aristóteles como categorias literárias fixas, os estudos modernos enfatizam a natureza dinâmica e socialmente construída dos gêneros. Mikhail Bakhtin contribuiu com a ideia de gêneros como respostas típicas a contextos sociais variáveis. Nos Estados Unidos, diferentes perspectivas analisam a relação entre texto e contexto.
1) O livro Marxismo e Filosofia da Linguagem foi publicado em 1929 sob o nome de V.N. Volochínov, mas foi escrito na verdade por Mikhail Bakhtin.
2) Bakhtin escondeu sua autoria para evitar modificações impostas pelo editor e por sua modéstia científica.
3) O livro antecipa conceitos da sociolinguística e da semiótica e estabelece novas bases para o estudo da linguagem.
I. O documento discute a relação entre linguística e outras áreas como antropologia cultural e teoria da comunicação, mostrando como a linguística estrutural antecipou formulações dessas áreas.
II. Aborda dois tipos de afasia de acordo com a capacidade de combinação e seleção de unidades linguísticas e os polos metafórico e metonímico.
III. Apresenta três tipos de tradução - intralingual, interlingual e intersemiótica - e aspectos linguísticos relevantes.
A Sociolinguística - uma nova maneira de ler o mundo BORTONI-RICARDO (2014).pdfThiagoAmorim82
1) O documento descreve os antecedentes e o desenvolvimento da Sociolinguística como disciplina acadêmica, desde suas origens no século XX até se tornar uma área central de estudos nas ciências sociais.
2) A Sociolinguística emergiu como campo interdisciplinar a partir de 1950, embora alguns linguistas já estudassem questões socioculturais antes disso. William Labov e outros pioneiros nos EUA conduziram pesquisas influentes na década de 1960.
3) O documento discute conceitos-chave como relativismo cultural,
1) O texto descreve a evolução histórica da Análise do Discurso como disciplina, desde suas primeiras tentativas na década de 1960 até sua consolidação.
2) As primeiras tentativas ainda estavam presas à dicotomia saussuriana entre língua e fala e não conseguiam definir claramente o objeto discurso.
3) Jean Dubois e Michel Pêcheux, na década de 1968, fundaram a Análise do Discurso de linha francesa, definindo o discurso como determinado historicamente e o sujeito
1. O documento apresenta um resumo do pensamento de Bakhtin e discute alguns de seus principais conceitos, como o diálogo e a heterogeneidade da linguagem.
2. A autora analisa a obra de Bakhtin por meio de quatro períodos: fenomenológico, sociológico, linguístico e histórico-literário. Ela destaca a ênfase de Bakhtin na intersubjetividade e no caráter social e ideológico da linguagem.
3. Dois temas centrais discutidos são a constit
1. O documento apresenta uma introdução à análise do discurso, discutindo sua evolução histórica e perspectivas teóricas.
2. Aborda a distinção entre língua e fala proposta por Saussure e como Bakhtin superou essa dicotomia valorizando o discurso.
3. Discorre sobre como a linguagem é o lugar de manifestação da ideologia e não pode ser estudada de forma isolada do contexto social.
Este documento discute as noções de arbitrariedade e iconicidade e suas implicações para o estatuto linguístico das línguas de sinais. A autora reexamina a noção de arbitrariedade de Saussure e argumenta que ela pode ser aplicada às línguas de sinais. Ela também analisa a noção de iconicidade com base em estudos da Língua de Sinais Americana. Ao rediscutir essas noções, a autora busca reforçar o reconhecimento das línguas de sinais como línguas de pl
1) O documento discute as principais direções da pesquisa ocidental contemporânea na área da tradução e literatura comparada, segundo o ensaio de Sandra Bermann.
2) Bermann aponta que a tradução tem o potencial de transformar e inovar ao prolongar a vida de textos literários e culturais em escala global.
3) Ela defende que a literatura comparada deve ser influenciada pela perspectiva da tradução, lendo textos como se traduz, com atenção aos níveis textuais e contexto cultural.
O documento discute como a gramática normativa pode levar à discriminação linguística, seja de forma explícita ou implícita. A gramática normativa escrita serve para aumentar o controle do Estado sobre grupos menos controláveis e fornece parâmetros para estratificação social. Há dois níveis de discriminação linguística: explícita, com base na gramática normativa, e implícita, derivada da ideia de língua padrão.
1) O documento descreve a história do livro "Marxismo e Filosofia da Linguagem" e de seu autor real, Bakhtin. Bakhtin escreveu o livro mas publicou-o sob o pseudônimo de Volochínov para evitar censura.
2) O livro explora as relações entre linguagem e sociedade numa perspectiva marxista, antecipando temas da sociolinguística e semiótica modernas.
3) Apesar do título, o livro aborda diversos domínios das ciências human
1) O livro "Marxismo e Filosofia da Linguagem" foi escrito por Bakhtin mas publicado sob o nome de Volochínov para evitar censura.
2) Bakhtin desenvolveu novas ideias sobre semiótica e sociolinguística que anteciparam pesquisas modernas nesses campos.
3) Uma parte importante do livro discute o papel da citação em discursos e a adaptação de empréstimos linguísticos ao contexto.
Linguagem e trabalho: a figura do trabalhador em Lima Barreto.LinTrab
Este documento apresenta uma análise da figura do trabalhador na obra de Lima Barreto. Analisa-se duas crônicas do autor: "Maio" e "A matemática não falha". A literatura é capaz de representar as relações sociais de sua época, incluindo as relações de trabalho. Lima Barreto retrata as experiências dos trabalhadores no século XX no Brasil.
O documento descreve a vida e obra de Ferdinand de Saussure, linguista suíço considerado o fundador da linguística moderna. Saussure desenvolveu conceitos fundamentais como a distinção entre língua e fala, o caráter arbitrário do signo linguístico e a noção de que a língua é um sistema de signos. Suas ideias exerceram grande influência no desenvolvimento da linguística e de outras áreas como a teoria literária.
O documento discute a vida e obra de Ferdinand de Saussure, linguista suíço considerado o fundador da linguística moderna. Saussure desenvolveu conceitos fundamentais como a distinção entre língua e fala, e entre sincronia e diacronia, que serviram de base para o estruturalismo no século XX. Ele entendia a linguística como o estudo dos signos linguísticos enquanto sistema, e não de forma isolada.
O documento discute os conceitos-chave da Análise de Discurso, incluindo suas origens na linguística e desenvolvimento a partir de teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault. A AD busca entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade, considerando fatores linguísticos e extralinguísticos como ideologia e poder.
1) A linguística passou a ser definida como ciência a partir do trabalho de Saussure, que estabeleceu a língua como seu objeto de estudo. 2) A linguística utiliza métodos indutivos e, posteriormente, hipotético-dedutivos. 3) A linguística possui diversas modalidades como geral, descritiva, histórica e comparativa.
Este documento resume um livro sobre linguística aplicada interdisciplinar. O livro contém 11 capítulos escritos por autores brasileiros e estrangeiros discutindo uma visão renovada da linguística aplicada como uma ciência social preocupada com questões sociais e identidades. Os autores defendem que a linguística aplicada deve ser transgressiva, política e interdisciplinar, indo além de seu foco anterior no ensino de idiomas.
Felipe valoz nova hermenêutica” e “new historicism” – uma breve comparaçãoGisele Laura Haddad
O documento compara a "Nova Hermenêutica" e o "New Historicism", abordagens analíticas da música e literatura respectivamente. Ambas rejeitam o distanciamento do observador da obra e enfatizam a compreensão da obra como parte integrante do discurso histórico mais amplo.
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
[1] O documento apresenta uma análise da obra O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, buscando identificar características da linguagem de autoajuda na constituição do discurso. [2] A análise baseia-se nos estudos de Bakhtin sobre gêneros do discurso e dialogismo e busca interpretar como a linguagem literária agrega elementos da linguagem de autoajuda. [3] O trabalho desenvolve-se por meio de análise composicional, temática e estilística da obra para identificar suas rel
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1. REVISTA MEMENTO
V.4, n.1, jan.-jun. 2013
Revista do mestrado em Letras Linguagem, Discurso e Cultura – UNINCOR
ISSN 2317-6911
1
AS (DIFERENTES) FUNÇÕES DA LINGUAGEM: CONTRIBUIÇÕES DE
JAKOBSON E VYGOTSKY
André GONÇALVES RAMOS1
Resumo: A partir do surgimento da linguística como ciência moderna, no inicio do século
XX, desenvolveu-se uma concepção muito clara sobre a necessidade de a Linguística firmar-
se como uma ciência autônoma no quadro geral das ciências sociais. Não por acaso o lema do
I Congresso de Linguistas, realizado em Haia em 1928, era “a autonomia da Linguística”
(JAKOBSON, 1970, p. 12). No entanto, a autonomia da linguística como ciência não a isola
das outras áreas do conhecimento. Apesar do papel basilar que a linguagem desempenha no
quadro das ciências sociais, é preciso admitir outros modos de ver o fenômeno linguístico e
buscar interpretá-los em termos de complementaridade interdisciplinar. Neste trabalho,
buscaremos apresentar algumas considerações sobre as contribuições, ao estudo da
linguagem, das teorizações sobre as funções da linguagem formuladas durante meados do
século XX, tanto na área da linguística estrutural, recorrendo às contribuições de Roman
Jakobson, quanto na área da psicologia, focalizando os estudos de Lev Vygotsky. O objetivo
não é estabelecer comparações e relações entre as teorias em si, mas sim mostrar um paralelo
das concepções que tematizam as funções da linguagem reconhecendo a importância de cada
um dos autores.
Palavras-chave: Funções da Linguagem. Linguística. Psicologia.
Introdução
Ao estabelecer um objeto próprio de estudo e constituir um método particular de
análise da linguagem, no início do século XX, Ferdinand de Saussure inaugurou o que veio a
se chamar de Ciência Linguística Moderna. A partir desse momento e durante quase toda a
primeira metade desse século, desenvolveu-se uma concepção muito clara sobre a necessidade
de a Linguística firmar-se como uma ciência autônoma no quadro geral das ciências sociais.
Surgiu, então, o chamado estruturalismo linguístico, que veio a constituir-se como a principal
corrente teórica que desenvolve o modelo proposto por Saussure. A origem do estruturalismo,
por sua vez, confunde-se com o surgimento do chamado Círculo Linguístico de Praga. A
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Mestrando do Programa de Pós-graduação em Letras - UFSM. Santa Maria – RS Brasil.
goncalvesramos.andre@gmail.com
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primeira importante aparição do Círculo de Praga aconteceu em 1928, durante o I Congresso
de Linguistas, realizado em Haia, que, não por acaso, apresentava como lema “a autonomia da
Linguística” (JAKOBSON, 1970, p. 12). Nesta oportunidade, linguistas importantes, como
Antoine Meillet, propuseram um programa, muito influente nos anos seguintes, que realçou
os métodos e tarefas da Linguística enquanto ciência autônoma.
Porém, a Linguística não é capaz de dar conta de todas as questões do campo da
linguagem. Sua autonomia como ciência não a isola das outras áreas do conhecimento.
Jakobson (1970) alerta para a necessidade de um equilíbrio entre a autonomia e integração no
campo da Linguística. Em suas considerações no trabalho intitulado “A Linguística em suas
Relações com Outras Ciências”, este autor destaca que, devido ao papel basilar que a
linguagem desempenha no quadro da cultura, “o problema das inter-relações entre as ciências
do homem parece centrar-se na linguística” (p. 13). Assim, num discurso de “cooperação
interdisciplinar”, ainda que considerando a Linguística como ponto de partida para uma
ordenação das ciências humanas, Jakobson (p. 18) admite ser possível interpretar diferentes
concepções “como dois modos verdadeiros, porém parciais, que se defrontam em uma relação
seguramente definida como complementaridade”.
Sendo assim, o recorte feito para conduzir as considerações deste artigo centra-se nas
contribuições ao estudo da linguagem, das teorizações sobre as funções da linguagem
formuladas durante meados do século XX, tanto na área da linguística estrutural, recorrendo
às contribuições de Roman Jakobson, quanto na área da psicologia, focalizando os estudos de
Lev Vygotsky.
O objetivo não é estabelecer comparações e relações entre as teorias em si, mas
mostrar um paralelo das concepções que enfocam as funções que a linguagem desempenha,
reconhecendo a importância de cada um dos autores.
Funções da linguagem: Jakobson
Roman Jakobson é considerado uma das figuras mais destacadas do chamado Círculo
Linguístico de Praga, fundado em 1926, que reuniu diversos linguistas imbuídos dos mais
diversos interesses, tanto da linguística quanto da teoria literária (LUCCHESI, 2004;
BLIKSTEIN, 2010). Porém, antes de fazer parte do Círculo de Praga, Jakobson ajudou a
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fundar o Círculo Linguístico de Moscou (1915), do qual se originou o chamado grupo dos
formalistas russos, que teve atuação pioneira no que se refere ao estudo científico da arte
literária (MATTOSO CÂMARA, 1970; BLIKSTEIN, 2010).
A nota de falecimento de Jakobson publicada no Jornal do Brasil (21/07/1982)
fornece uma boa descrição do autor e de sua obra:
Roman Jakobson – 85 anos, num hospital de Boston, na noite de domingo.
Um dos nomes mais importantes da Língüística e do Estruturalismo,
considerado o Pai da Fonologia Moderna, Roman Jakobson nasceu em
Moscou, emigrou para a Tcheco-Eslováquia e chegou aos Estados Unidos
em 1941. Foi professor das universidades de Columbia, Harvard e do
Instituto de Tecnologia de Massachusets. Deixou mas de 500 livros e artigos
– dois livros e 15 artigos escritos em seu último ano de vida – entre os quais
se destacam Lingüística e Poética, um famoso estudo sobre a obra de
Fernando Pessoa e obras sobre a poesia portuguesa medieval e sobre os
formalistas russos. No campo da Fonologia, estudo das propriedades
abstratas dos sons da fala, acreditava que muitos fenômenos linguísticos que
parecem dependentes uns dos outros obedecem, na realidade, a leis gerais.
Lia em 25 idiomas. Deixou viúva uma professora de Literatura Russa do
Departamento de Humanidades do Instituto de Tecnologia de Massachusets.
Segundo Blikstein (2010, p. 10), “a maior parte da extensa obra de Roman Jakobson
está dispersa em revistas especializadas de vários países e em volumes de elaboração
coletiva”. Uma dos principais textos de Jakobson, além do citado acima, é o documento
fundador do Círculo de Praga, elaborado em 1928 para o I Congresso Internacional dos
Linguistas (MATOSO CÂMARA, 1970). Este documento, que foi ampliado e publicado sob
o título de Teses do Círculo de Praga, em 1929, desenvolve a proposta de um novo enfoque
para os estudos linguísticos, baseados em Saussure, porém estendendo o método estrutural ao
estudo histórico da língua, originando o chamado “estruturalismo diacrônico” (LUCCHESI,
2004, p. 81).
O texto mencionado, Linguística e Poética, publicado em francês num volume
intitulado Essais de Linguistique Générale, apresenta uma discussão sobre as relações entre
linguística e poética, designando para cada uma o seu estatuto. Ao propor uma “análise
científica e objetiva da arte verbal” (JAKOBSON, 2010, p. 153), Jakobson postula que a
Linguística deve estudar a Literatura, sobretudo a linguagem poética, pois esta está presente
em todas as atividades verbais. Por outro lado, o estudo linguístico-literário não deve limitar-
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se a julgamentos de valor, pois lhe cabe a investigação sobre a estrutura verbal da linguagem
poética.
Ao tratar da questão poética como campo de estudo da Linguística, Jakobson a situa
entre as funções básicas da linguagem. Antes, ele define o esquema completo que explica os
elementos envolvidos em uma comunicação. Cada elemento está, por sua vez, relacionado a
cada uma das funções que ocorrem concomitantemente nas trocas de mensagens,
evidenciando o estilo da comunicação e influenciando a estrutura linguística. Assim, as
mensagens épicas, por exemplo, tendem a ser metonímicas, isto é, sobressai-lhes a função
referencial; por outro lado, nas mensagens líricas, sobressai a função emotiva, pois o elemento
central é o próprio emissor. Trataremos destas questões com mais detalhes mais abaixo.
Antes de descrever os fatores constitutivos do processo comunicativo e os conceitos de
cada uma das funções a eles relacionadas, é preciso destacar as consequências da
consideração destas no estudo linguístico. Considerar as funções implica, sobretudo, superar o
pressuposto saussuriano do estudo mecânico das relações internas dos elementos linguísticos.
Nas palavras de Jakobson (1929 [1973, p. 9] citado em HOLENSTEIN, 1978, p. 9),
“não é a impulsão externa, mas as condições internas da evolução, não é a gênese sob sua
aparência mecânica, mas a função, que estão no centro do interesse científico atual”.
Considera-se, portanto, a função como parte da estrutura geral da língua, influindo na
“estrutura verbal” (JAKOBSON, 2010, p. 157) e, consequentemente, na significação.
Assim, a característica principal da Escola de Praga é a relação entre estruturalismo e
funcionalismo, o que gerou, segundo Paveau e Sarfati (2006, p. 118), um “estruturalismo
funcional”. O termo “estruturalismo” se justifica pela consideração de língua, ou seja, o
objeto como um sistema. Já a designação “funcionalismo” da-se pelo acréscimo de outra
dimensão, justamente referente ao termo “funcional”, o que coloca no jogo da estrutura e do
sistema a questão da função e da tarefa (PAVEAU e SARFATI, 2006).
Segundo Lucchesi (2004, p. 85), a introdução no estudo linguístico da “noção de
funcionalidade” tem um papel fundamental para o desenvolvimento deste. Ainda que não
superasse a ideia de língua como sistema homogêneo e unitário, advinda de Saussure, o
conceito de função marca uma tentativa de dar mais concretude a noção “até certo ponto
fictícia” de língua (LUCCHESI, 2004, p. 86).
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Como afirmamos anteriormente, Jakobson apresenta o modelo funcional da
comunicação no texto Linguística e Poética, escrito em 1960. Não por acaso Holenstein
(1978, p. 157) afirma que o ponto de partida do estudo funcional feito por Jakobson foi, ainda
na fase de Moscou e início da fase de Praga, “a distinção entre linguagem quotidiana e a da
poesia”. Assim, a consideração da função poética fez com que Jakobson entrevisse outras
funções, além daquelas apresentadas por Karl Bühler.
Bühler foi um dos teóricos mais influentes no Círculo de Praga, do qual foi adotado e
expandido o modelo-órganon da língua. O modelo proposto por Bühler desenvolve a
concepção do tríplice caráter instrumental da linguagem,
Figura 1: O Modelo-órganon, disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Organon-Modell-corr.png?uselang=es
Acesso em: 06/08/2012
onde sender, gegenstände und Sachverhalte e empfänger se referem, respectivamente, aos três
“fundamentos da situação linguística”: o remetente, os objetos do discurso e o destinatário (cf.
HOLENSTEIN, 1978, p. 157). Já os outros três elementos correspondem, segundo Lucchesi
(2004, p. 88) às três funções linguísticas: ausdruck (função expressiva), darstellung (função
de representação) e appell (função de apelo). Na análise de Bühler, segundo Paveau e Sarfati
(2006, p. 124), essas funções correspondem a “fenômenos gramaticais”. Assim, ainda de
acordo com estes autores, encontra-se a função expressiva no uso do subjuntivo e da 1ª
pessoa; a função de representação no emprego do indicativo e da 3ª pessoa; e a função de
apelo na utilização do imperativo e da 2ª pessoa.
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Jakobson distingue outras três funções para complementar o modelo de Bühler. Além
da função poética, já mencionada, constituem as funções da linguagem (ou da língua como
prefere Lucchesi, 2004) as funções fática e metalinguística.
O quadro que resulta desse modelo expandido é apresentado pelo próprio Jakobson
(2010), primeiramente sob a consideração dos fatores envolvidos na comunicação verbal e,
posteriormente, considerando as funções de cada um destes fatores, o que resulta no esquema
a seguir:
CONTEXTO
(função referencial)
REMETENTE MENSAGEM DESTINATÁRIO
(função emotiva) (função poética) (função conativa)
CONTATO
(função fática)
CÓDIGO
(função metalinguística)
Assim, a estrutura da comunicação se configura a partir do remetente que envia uma
mensagem para um destinatário. Esta mensagem requer um conteúdo (contexto ou referente)
apreensível pelo destinatário. Para isso, os requisitos elementares são: um código comum aos
interlocutores e, por fim, um canal físico de contato e uma conexão psicológica entre
codificador e decodificador.
Ao estabelecer as relações entre fatores constitutivos da comunicação e suas funções,
Jakobson alerta para o fato de que cada mensagem verbal apresenta uma diversidade de
funções e que é a predominância de uma ou de outra que determina a estrutura verbal e não a
sua exclusividade. Considerando que, para Jakobson, a estrutura verbal implica na
significação, podemos inferir a importância da relação entre função, estrutura e significação
nas formulações deste autor.
A função emotiva, segundo Jakobson (2010) indica a capacidade que a linguagem tem
para expressar a atitude de quem fala em relação ao que está falando. Esta função empresta
certo colorido às mensagens nos diferentes níveis linguísticos, imprimindo traços como, por
exemplo, o alongamento enfático da vogal em [gra:nde], que possuem, segundo Holenstein
(1978, p. 158), uma função de “distinção no que se refere à significação do discurso”,
contendo informação sobre o emissor. No entanto, são as interjeições que apresentam os
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exemplos mais puros da função emotiva. Essas características ressaltam a atitude, o status e o
estado de espírito do locutor. Para Holenstein (1978, p. 158-159), o emotivo é inerente, em
certa medida, a toda mensagem, pois “qualquer enunciado dotado de sentido permite o
reconhecimento de um ato de reflexão”.
Considerando o quadro ilustrativo da comunicação verbal proposto por Jakobson
(2010), em que toda mensagem está direcionada para um destinatário, entende-se que a
função conativa esteja presente em todos os enunciados, tal como a função emotiva. Porém, a
função conativa encontra sua maior expressão nas mensagens em que se expressa uma
orientação direta ao destinatário, como, por exemplo, nos vocativos e nos usos verbais do
imperativo.
Identifica-se a função fática quando uma mensagem visa estabelecer, prolongar,
controlar ou interromper a comunicação. As chamadas telefônicas são ricas em elementos que
expressam a função fática. Alô, está me ouvindo?; e a resposta: hum-hum são exemplo de
expressões que servem para verificar o estabelecimento e se o canal está funcionando
(JAKOBSON, 2010).
A função referencial serve para designar objetos e atribuir-lhes significações. Refere-
se ao que está em jogo na mensagem emitida, por isso é resultado de uma operação
psicológica, cognitiva (JAKOBSON, 2010). Com inspiração na filosofia transcendental,
chega-se à concepção de que sempre nos referimos a objetos já percebidos, imaginados,
desejados, pensados, etc. isto é, objetos já colocados num sistema de signos, portanto,
significados. Segue-se daí a ideia de que “não há referentes isolados, sem contexto em que a
sua designação variável esteja enraizada” e que “esse contexto não é necessariamente de
natureza linguística, mas sempre semiótica e suscetível de ser verbalizada”. É a afirmação do
fato de que “o mundo é encerrado na nossa consciência”, isto é, a “clausura semiótica” ou
“clausura do universo dos signos” (HOLENSTEIN, 1978, p. 162-163).
A metalinguagem desempenha um papel importante na linguagem cotidiana e,
inclusive, na aquisição de uma língua. A função metalinguística se expressa mais claramente
em frases que fornecem informações a respeito do código lexical de um idioma, o que
Jakobson (2010, p. 162) chamou de “sentenças equacionais”. O diálogo proposto por
Jakobson (2010, p. 162) exemplifica este tipo de mensagem:
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Imagino este diálogo exasperante: “O sophomore foi ao pau”. “Mas o que
quer dizer ir ao pau?” “A mesma coisa que levar bomba.” “E levar bomba?”
“Levar bomba é ser reprovado no exame.” “E o que é ‘sophmore’?”, insiste
o interrogador, ignorante do vocabulário escolar em inglês. “Um ‘sophmore’
é [ou quer dizer] um estudante de segundo ano.”
Assim, da mesma forma que uma criança não aprenderia sua própria língua, um
adulto, por exemplo, não aprende uma língua estrangeira sem explicações metalinguísticas.
A função poética foi, segundo Lucchesi (2004, p. 89), a função para a qual os
membros do Círculo Linguístico de Praga mais voltaram a atenção. Sumariamente, a função
poética caracteriza aquelas mensagens que apresentam uma orientação para a própria
mensagem. De acordo com as palavras de Holenstein (1978, p. 168),
Segundo Jakobson, a poesia constitui o campo onde descobriu e estudou os
mais importantes princípios da lingüística estrutural: a autonomia da
linguagem, o caráter estrutural acentuado da linguagem (a interdependência
do todo e das partes), o papel da apercepção ou da orientação, a
interdependência de som e sentido e das estruturas prosódica (métrica) e
gramatical, os dois eixos da linguagem, a multiplicidade das funções
lingüísticas etc.
Jakobson constata, entretanto, diversas características específicas dessas mensagens,
enfatizando que essa função não é exclusiva da poesia. Assim, ela é apenas o fator
predominante e determinante da sua estrutura. Para este autor, a função poética surge quando
há uma projeção do princípio de equivalência – que é, na linguagem cotidiana, atribuído ao
eixo da seleção de elementos linguísticos – sobre o eixo das combinações. Na função poética,
a equivalência passa a ser um recurso constitutivo da sequência, através do metro, da
aliteração, da rima, etc. Dessa forma, um constituinte suscita outro por uma relação de
semelhança ou dessemelhança, produzindo, assim, mudanças na estrutura verbal e,
consequentemente, carga semântica. Em outras palavras, estes elementos não são somente
palavras que rimam, por exemplo, a relação entre elas ultrapassa o nível fonológico e
contempla o nível da significação.
Função reguladora da linguagem: Vygotsky (origem, contribuição teórica,
consequências)
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Lev Vygotsky, nascido em 1896 e falecido em 1934, foi, segundo Puzirei (2000), uma
das figuras mais notáveis e avançadas da jovem psicologia soviética. As palavras de Luria
(1988, p. 21), um de seus discípulos mais destacados, corroboram a ideia da notável figura
que Vygotsky representava:
Não é exagero dizer que Vigotskii era um gênio. (...) nunca encontrei alguém
que sequer se aproximasse de sua clareza de mente, sua habilidade para
expor a estrutura essencial de problemas complexos, sua amplidão de
conhecimentos em muitos campos e sua capacidade para antever o
desenvolvimento futuro de sua ciência.
Bacharel em direito (1918) e doutor em Psicologia da Arte (1925), Vygotsky formou
um grupo de pesquisadores, que pela tríplice aliança, se autodenominaram “troika” (LURIA,
1988, p. 22). O trio Vygotsky, Leontiev e Luria se debruçou, então, na tarefa de “criar um
novo modo de estudar os processos psicológicos humanos” (LURIA, 1988, p. 22). Devido a
sua morte prematura, a obra de Vygotsky ficou inacabada, aliás, a doença que o acompanhou
(tuberculose) por muitos anos acabou por dar à sua obra um sentido de urgência, capturável,
segundo Morato (1996, p. 27), no “estilo” e nas “poucas categorias” com as quais ele
trabalhou. De acordo com Morato (1996, p. 27), Vygotsky abrangeu em sua psicologia “um
grande número de preocupações teórico-práticas que assolavam a URSS pós-revolucionária,
num contexto remanescente do século XIX”. No entanto, apesar de Vygotsky ter vivido no
período de revoluções socialistas e de ter sofrido uma reconhecida influência de Marx, não
pretendemos estabelecer relações de sua obra com o contexto histórico, pois nos colocamos
de acordo com Morato (1996) quando alerta para o perigo de se “resvalar” na pura
historiografia ou no caráter meramente especulativo ao “tomar seus textos (de Vygotsky)
como decorrência das condições materiais em que foram escritos” (MORATO, 1996, p. 28).
Vygotsky defende que as funções cognitivas dos seres humanos mantêm relações com
o plano social através de processos semioticamente mediadores. Dentre os processos
semióticos, ele destaca a linguagem, uma vez que, segundo Morato (1996, p. 31), é por sua
“natureza auto-reflexiva e mediadora que se constitui a relação do homem com o mundo
social”. A linguagem surge primeiramente no plano social e, depois, internalizando-se, passa
a integrar também o plano individual.
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Para Vygotsky (2009), o pensamento da criança surge inicialmente separado da
linguagem. Assim como Saussure, Vygotsky sustenta a visão do pensamento sem a palavra
como uma massa amorfa, confusa. Porém, é só inicialmente que pensamento e linguagem
estão separados, logo entra em jogo um processo de generalização que os une. Esse processo
se dá através do significado, que é entendido como a unidade do pensamento e da linguagem
e, por isso, um fenômeno tanto linguístico, quanto psicológico.
Os significados apresentam uma característica de inconstância e mutabilidade, o que,
por sua vez, implica na mudança da relação entre pensamento e linguagem. Linguagem e
pensamento se unem inicialmente através de um todo (uma ideia completa) condensado em
uma palavra, isto é, uma oração lacônica. Em seguida, essa relação caminha em direção às
partes, pois o pensamento desmembra-se através de outras palavras. As palavras, por sua vez,
unem-se ao pensamento partindo de uma unidade inicial, uma palavra (aquela que
representava isoladamente um pensamento inteiro/ideia) e se desenvolvem rumo ao todo, isto
é, à oração completa. Assim, é o movimento do pensamento à palavra e da palavra ao
pensamento que caracteriza a relação entre linguagem e pensamento. O autor conclui, então,
que o pensamento não se expressa pela palavra, mas sim se realiza nela (VIGOTSKI, 2009).
Porém, como dissemos anteriormente, antes de se unir ao pensamento, a linguagem é
um fenômeno externo à criança. A linguagem, para Vygotsky (2009), caminha de fora para
dentro através do processo de generalização, que ocorre, por sua vez, por conta da interação
da criança com pessoas mais experientes. É a necessidade de se comunicar que faz com que a
criança utilize a linguagem. Assim, a função primeira da linguagem é a interação com o outro
e está associada ao que Vygotsky (2009) chamou de linguagem externa.
A partir desse momento, com o desenvolvimento da criança, o pensamento passa a
ligar-se à linguagem à medida que ela a utiliza como auxílio na resolução de pequenas tarefas.
Surge a linguagem egocêntrica. A linguagem egocêntrica representa o inicio da internalização
da linguagem. Essa fase do percurso caracteriza-se pela vocalização, ainda que a linguagem se
dirija a si próprio.
Algumas características levaram Vygotsky a perceber que a linguagem egocêntrica, ao
contrário do que postulava Piaget, representa uma transição da função exclusivamente externa
da linguagem para o discurso interno. A função da fala egocêntrica é a mesma do discurso
interior, isto é, auxiliar o indivíduo nas suas operações psicológicas (nas tarefas que tenta
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resolver) ou, em outras palavras, regular o comportamento. Porém, a linguagem egocêntrica
ainda apresenta vocalização, uma característica da linguagem exterior (VIGOTSKI, 2009).
A linguagem (ou discurso) interior surge quando a vocalização da fala egocêntrica
cessa. Porém, Vygotsky (2009) constatou que, à medida que esta se desenvolve, apresenta
uma estrutura verbal cada vez mais diferenciada da fala exterior. Como sua função é
comunicar para si, resulta em linguagem abreviada, fragmentada, desconexa e
incompreensível para os demais. Mais precisamente, essas características são resultado do que
Vygotsky chamou de predicatividade, ou seja, há, no discurso interior, uma tendência à
omissão do sujeito e das palavras a ele vinculadas e à manutenção do predicado e dos termos
a ele vinculados.
Dessa forma, as formulações linguísticas de Vygotsky (2009) indicam o caráter
regulador da linguagem, uma vez que o resultado da internalização da linguagem é o controle
do comportamento ou, em outras palavras, a formação dos processos psicológicos superiores
(cf. VIGOTSKI, 1998). Ao afirmar que o processo de internalização é uma das contribuições
mais importantes de Vygotsky, Morato (1996, p. 48) resume, em poucas palavras, a
importância desse processo:
O processo de internalização concorre para a regulação e a organização da
atividade humana e procede a uma análise evolutiva da regulação semiótica
(nos termos de Vygotsky), a partir dos processos sociais da interação
humana, que configuram em formas intra-cognitivas de regulação verbal
(que seriam da fala egocêntrica e da linguagem interior).
Assim, a origem da linguagem interior está na linguagem social, que possibilita, no
processo de desenvolvimento, o surgimento da fase intermediaria entre as duas (a fala
egocêntrica), tudo graças à diferenciação das funções da linguagem.
Relações possíveis
Partindo das considerações de Jakobson sobre as relações interdisciplinares da
Linguística, traçamos como objetivo para este trabalho ressaltar a importância das concepções
desse autor e de Lev Vygotsky para a teoria das funções da linguagem, no âmbito das
reflexões teóricas do século passado. Para isso, vimos, primeiramente, os pontos
fundamentais das obras desses autores no que diz respeito ao tema proposto.
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Propomos-nos agora a tentar vislumbrar algumas pontes que ligariam esses dois
pontos de vista ou, pelo menos, que mostrariam certa complementaridade de seus postulados
sobre as funções da linguagem.
Como se podia esperar, encontram-se mais referências de Vygotsky à linguística do
que de Jakobson à psicologia. No entanto, as menções de Vygotsky (1998; 2009) indicam
uma confluência de percepções sobre o aspecto funcional da linguagem. Este autor reconhece
o surgimento da linguística estrutural que foca, sobretudo, as funções da linguagem dentro da
estrutura geral da comunicação. Para ele, os linguistas (de sua época) estariam retomando
alguns postulados de Humboldt, que já teria percebido e destacado a diversidade funcional,
principalmente, na distinção prosa/poesia. Humboldt, segundo Vygotsky (2009), já teria
destacado que a linguagem tem suas peculiaridades nas escolhas das expressões, no emprego
das formas gramaticais e dos modos sintáticos de fusão das palavras no discurso. Aqui temos
uma convergência, se não clara, possível: verifica-se certa coincidência entre a proposta que
coloca “escolha” e “emprego” no centro da discussão da estruturação da linguagem verbal –
que, se postulada por Humboldt, foi, pelo menos, reconhecido por Vygotsky – e a concepção
dos processos de “seleção” e “combinação” proposta por Jakobson em seu famoso trabalho
sobre as afasias e os aspectos da linguagem (cf. JAKOBSON, 2010).
Como dissemos, Vygotsky (2009) reconhece as percepções de Humboldt, mas percebe
que os linguistas estavam retomando seus postulados. Vygotsky postula, então, a mesma
tarefa para a linguística e para a psicologia da linguagem. Reconhecendo certa limitação nos
postulados de Humboldt e seus discípulos, principalmente, no fato de se aterem somente na
distinção entre poesia e prosa, Vygotsky (2009, p. 453-454) assevera que:
Ainda assim, o pensamento desses teóricos, inteiramente esquecido pelos
linguistas e ressuscitado só recentemente, é da mais alta importância não só
para a linguística mas também para a psicologia da linguagem (...) Como a
linguística, a psicologia da linguagem, ao desenvolver-se por sua via
autônoma, nos coloca perante a mesma tarefa de distinguir a diversidade
funcional da linguagem.
Assim, concordamos com Morato (1996, p. 80) quando, discutindo a filiação
estruturalista de Vygotsky, afirma que sua concepção de língua como um sistema dinâmico
“está mais para Jakobson do que para Saussure”.
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Por último, podemos identificar uma clara convergência de postulados entre esses dois
autores no que respeita à hierarquização das funções. Para Jakobson (2010), as comunicações
apresentam várias funções da linguagem, ainda que prevaleça uma ou outra. Nas palavras do
autor (JAKOBSON, 2009, p. 157):
Embora distingamos seis aspectos básicos da linguagem, dificilmente
lograríamos, contudo, encontrar mensagens verbais que tivessem uma única
função. A diversidade reside não no monopólio de alguma das diversas
funções, mas numa diferente ordem hierárquica das funções. A estrutura
verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante.
Da mesma forma, Vygotsky (2009) deixa claro que a linguagem não serve apenas para
a comunicação, ou seja, não tem somente esta função. A função reguladora da linguagem, por
sua vez, não se sobrepõe à comunicativa, mas é colocada como uma função importante dentre
as já descritas pelos linguistas. Para Morato (1996, p. 84), a principal contribuição de
Vygotsky, no que diz respeito às funções da linguagem, foi “pôr em pé de igualdade a função
comunicativa e a reguladora, cabendo, ainda, à linguagem, a mediação entre o social e o
cognitivo na constituição da ação humana”.
Por não haver oposição entre os postulados, entendemos que estes se complementam
na medida em que suas formulações se dão sobre um mesmo ponto de vista: o da diversidade
das funções da linguagem e da alternância (e não dominância) delas nos diferentes usos da
linguagem.
The functions of language: contributions of Jakobson and Vygotsky
Abstract: After the emergence of linguistics as modern science at the beginning of the
twentieth century, developed a concept very clear about the need to establish linguistics as an
autonomous science in the general framework of the social sciences. Not by chance the motto
of the First Congress of Linguists, held in The Hague in 1928, was "the autonomy of
linguistics" (Jakobson, 1970, p. 12). However, the autonomy of linguistics as a science not
isolated from other areas of knowledge. Despite the fundamental role that language plays
within the social sciences, one must admit other ways of seeing the linguistic phenomenon
and seek to interpret them in terms of interdisciplinary complementarity. In this paper, we try
to present some considerations about the contributions to the study of language, theorizing
about the functions of language formulated during the mid-twentieth century, both in the area
of structural linguistics, drawing on contributions from Roman Jakobson, as in psychology,
focusing on studies of Lev Vygotsky. The goal is not to make comparisons and relationships
14. REVISTA MEMENTO
V.4, n.1, jan.-jun. 2013
Revista do mestrado em Letras Linguagem, Discurso e Cultura – UNINCOR
ISSN 2317-6911
14
between the theories themselves, but show parallel conceptions that analyze the functions of
language recognizing the importance of each of the authors.
Key words: Functions of language. Linguistics. Psychology.
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